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2a Aula prisão em flagrante delito e audiência de custódia

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ASSUNTO: Prisão em flagrante e AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
I-PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO	
PRISÃO: é a privação de liberdade de um indivíduo.
1ª FASE: PRISÃO-CAPTURA
A primeira fase da prisão em flagrante pode ser realizada por policiais ou qualquer um do povo. Trata-se da detenção do indivíduo que acabou de cometer um crime, não importando a natureza da infração (se de menor potencial ofensivo ou não), nem as qualidades do agente (imputável ou inimputável).
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - Está cometendo a infração penal;
II - Acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
O objetivo principal da prisão-captura é proteger o bem jurídico que está sendo lesado com a conduta criminosa, impedindo, assim, a consumação da infração e assegurando a identificação de sua autoria, bem como das fontes iniciais de prova.
Artigo 5°, inciso LXIII, da CF/88: o preso deve ser informado sobre os seus direitos, entre os quais, o de permanecer calado.
O policial responsável pela prisão-captura não deve começar a interrogar o preso de maneira aleatória, o pressionando ou o intimidando. Nesse momento, cabe ao agente da lei efetuar somente a sua detenção e condução à Delegacia de Polícia. Apenas as diligências essenciais ao contexto criminoso devem ser efetivadas, como, por exemplo, a identificação da vítima ou de testemunhas que presenciaram o fato.
2ª FASE: CONDUÇÃO COERCITIVA
Conduzida até a Delegacia de Polícia, a autoridade policial analisará a legalidade da prisão.
A pessoa responsável pela efetivação desta fase recebe o nome de “condutor”, mas, vale dizer, nem sempre o condutor será a mesma pessoa responsável pela prisão-captura. 
Nos termos do artigo 322, do CPP, o preso poderá ser beneficiado com a liberdade provisória mediante fiança concedida pelo próprio delegado de polícia, assegurando, assim, a restituição imediata da sua liberdade, evitando, em casos menos graves, o seu recolhimento ao cárcere.
4ª FASE: LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Atribuição é praticamente exclusiva do delegado de polícia. Caberá a esta autoridade atuar como um defensor dos direitos individuais das pessoas envolvidas na ocorrência, analisando a situação e, após efetivada Audiência Preliminar de Apresentação e Garantias, decidir, fundamentadamente, sobre a legalidade da prisão. 
Se após ouvir os envolvidos na referida audiência, a autoridade policial concluir que não é caso de prisão em flagrante, a pessoa conduzida será liberada apenas com a lavratura do boletim de ocorrência, que, nesses termos, funcionará como uma espécie de notitia criminis.
Os casos que envolvem infrações de menor potencial ofensivo, pois, em tais situações, se o conduzido assinar o termo de compromisso previsto na Lei 9.099/95, não poderá ser lavrado o auto de prisão em flagrante, mas apenas um termo circunstanciado da ocorrência.
5ª FASE: RECOLHIMENTO AO CÁRCERE
Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, não sendo possível a concessão de fiança pelo delegado de polícia ou, se concedida, o preso não tiver condições de pagá-la, o conduzido/indiciado será recolhido ao cárcere, onde ficará à disposição do Poder Judiciário.
6ª FASE: COMUNICAÇÃO DA PRISÃO AO JUIZ
Com o encerramento dos procedimentos de Polícia Judiciária, que documentam e legitimam a prisão em flagrante, o delegado de polícia deve enviar o auto no prazo máximo de 24 horas ao Poder Judiciário para que a legalidade de prisão seja novamente analisada, desta vez, pela autoridade judicial.
II-AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
A audiência de custódia é o instrumento processual que determina que todo preso em flagrante deve ser levado à presença da autoridade judicial, no prazo de 24 horas, para que esta avalie a legalidade e necessidade de manutenção da prisão.
Previsão legal: em tratados internacionais ratificados pelo Brasil. 
Art. 7º., 5, do Pacto de São Jose da Costa Rica ou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos reza: "Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo”. 
art. 9º., 3: A liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo
Trata-se de direito do preso, mas, mesmo com as previsões supralegais, o sistema jurídico brasileiro não tinha, até então, criado condições para que este direito pudesse ser exercido. No Brasil o primeiro contato entre juiz e preso normalmente ocorria na audiência de instrução e julgamento, que, não raro, pode levar meses para ser designada.
Não há, no Brasil, lei que regulamente o tema, embora já haja projeto tramitando no Congresso (PLS nº 554/2011). Mas o STF já se posicionou no sentido de ratificar a legalidade da metodologia das audiências. 
E assim, no Brasil o Conselho Nacional de Justiça editou a RESOLUÇÃO 213, de 15 de dezembro de 2015, dispondo sobre a apresentação de toda pessoa presa à autoridade judicial no prazo de 24 horas.
A audiência será presidida por autoridade que detém competências para controlar a legalidade da prisão. Ouvidas também as manifestações de um Promotor de Justiça, de um Defensor Público ou de seu Advogado. 
O preso será entrevistado, pessoalmente, pelo juiz.
Após a oitiva, o magistrado deferirá ao Ministério Público e à defesa técnica, nesta ordem, reperguntas compatíveis com a natureza do ato, devendo indeferir as perguntas relativas ao mérito que possa constituir eventual imputação, e abrirá vista as partes para realizarem os requerimentos. 
No final da audiência o magistrado decidirá de plano, acerca do estado de liberdade, podendo conceder a liberdade provisória, relaxamento da prisão ou decretar a prisão preventiva.
Nesse momento, o advogado deve estar munido dos mesmos documentos que juntaria no pedido de liberdade provisória, quais sejam: comprovante de residência, declaração de trabalho, certidão criminal e procuração.  Devendo requerer a juntada no início dos trabalhos.
Resultados possíveis da audiência de custódia:
– O relaxamento de eventual prisão ilegal (art. 310, I, do Código de Processo Penal); 
– A concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 310, III, do Código de Processo Penal); 
– A substituição da prisão em flagrante por medidas cautelares diversas (arts. 310, II, parte final e 319 do Código de Processo Penal);
– A conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva (art. 310, II, parte inicial);
– A análise da consideração do cabimento da mediação penal, evitando a judicialização do conflito, corroborando para a instituição de práticas restaurativas;
– Outros encaminhamentos de natureza assistencial.
Órgãos que atuarão, conjuntamente, para o bom êxito da implementação da audiência de custódia:
Poder Judiciário, Poder Executivo, Ministério Público, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil e instituições com atuação no âmbito de justiça criminal.
Qual é a amplitude da expressão "sem demora”? Em até quanto tempo a pessoa presa deverá ser levada para a audiência de custódia?
Não existe uma previsão específica de tempo. A doutrina majoritária defende, contudo, que esse prazo deve ser de 24 horas, aplicando-se, subsidiariamente, a regra do § 1º do art. 306 do CPP.
Esse foi o prazo adotado pelo PLS nº 554/2011, em tramitação no Congresso Nacional.
Procedimento para a realização da audiência de custódia (segundo o projeto do CNJ):
1) Prisão em flagrante;
2) Apresentação do flagranteado à autoridade policial (Delegado de Polícia);
3) Lavratura do auto de prisão em flagrante;
4) Agendamento da audiência de custódia (se o flagranteado declinou nome de advogado, este deverá ser intimadoda data marcada; se não informou advogado, a Defensoria Pública será intimada);
5) Protocolização do auto de prisão em flagrante e apresentação do autuado preso ao juiz;
6) Entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado ou Defensor Público;
7) Início da audiência de custódia, que deverá ter a participação do preso, do juiz, do membro do MP e da defesa (advogado constituído ou Defensor Público);
8) O membro do Ministério Público manifesta-se sobre o caso;
9) O autuado é entrevistado (são feitas perguntas a ele);
10) A defesa manifesta-se sobre o caso;
11) O magistrado profere uma decisão que poderá ser, dentre outras, uma das seguintes:
a) Relaxamento de eventual prisão ilegal (art. 310, I, do CPP);
b) Concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 310, III);
c) Substituição da prisão em flagrante por medidas cautelares diversas (art. 319);
d) Conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva (art. 310, II);
e) Análise da consideração do cabimento da mediação penal, evitando a judicialização do conflito, corroborando para a instituição de práticas restaurativas.
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
Às [...]h do dia [......] do mês de 
[.........] de [200..], na sede do Plantão Policial do [.....]o 
Distrito Policial, onde presente se achava a Autoridade Policial Doutor [................................], comigo, Escrivão de Polícia, aí, compareceu o CONDUTOR,[......nome e 
RG/RE do condutor.......], conduzindo preso a [......nome do preso.......], por 
infração, em tese, ao artigo [......artigo, parágrafo, inciso, alínea, lei, 
código etc.......], haja vista ter sido este surpreendido logo após ter 
[.........sintética descrição da conduta do preso.......], na [......endereço do 
local do crime.......], circunscrição do [......]º D.P. [......município......], 
do que foram testemunhas [......nome das testemunhas.......]. Entrevistadas as partes e formado seu convencimento jurídico, deliberou a Autoridade Policial por ratificar a voz de prisão dada pelo condutor e, após cientificar o preso quanto aos seus direitos individuais previstos no artigo 5o da Constituição Federal (em especial os de receber assistência de familiares ou de advogado que Indicar, de não ser identificado criminalmente senão nas hipóteses legais, de ter respeitadas suas integridades física e moral, de manter-se em silêncio e/ou declinar informações que reputar úteis à sua autodefesa, de conhecer a identidade do autor de sua prisão e, se admitida, prestar fiança e livrar-se solto) determinou a lavratura deste AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO, providenciando-se, conforme documentação adiante acostada, que fica fazendo parte integrante deste: 
1) oitiva do condutor com entrega de cópia do termo;
2) expedição de recibo de entrega do preso em favor do condutor; 
3) oitiva das testemunhas e da vítima; 
4) interrogatório do conduzido.
Resultando demonstradas, pelos elementos de convicção colhidos, a autoria e a materialidade da infração penal, julgou a Autoridade Policial subsistente este auto de prisão em flagrante delito, determinando ainda a expedição de nota de culpa ao preso. 
Nada mais havendo, determinou a Autoridade Policial o encerramento deste auto que assina com o indiciado e comigo, Escrivão de Polícia, que o digitei e imprimi.
Autoridade Policial –
Indiciado – 
--------------------------------------
Escrivão de Polícia -
ANEXO II
RECIBO DE ENTREGA DE PRESO (ART. 304, CPP)
Às [...]h do dia [......] do mês de 
[.........] de [200..], na sede do Plantão Policial do [.....]o 
Distrito Policial, onde presente se achava a Autoridade Policial Doutor [.................................], comigo, Escrivão de Polícia, aí, compareceu o CONDUTOR, [......nome e RG/RE do condutor.......], conduzindo preso a [......nome do preso.......], por 
infração, em tese, ao artigo [......artigo, parágrafo, inciso, alínea, lei, 
código etc.......], haja vista ter sido este surpreendido logo após ter 
[.........sintética descrição da conduta do preso.......], na [......endereço do 
local do crime.......], circunscrição do [......]º D.P. [......município......], 
do que foram testemunhas [......nome das testemunhas.......]. Entrevistadas as partes e formado seu convencimento jurídico, deliberou a Autoridade Policial por ratificar a voz de prisão dada pelo condutor e, assim, expedir em favor deste o presente “recibo de entrega do preso” que assina com o condutor e comigo, Escrivão de Polícia, que o digitei e imprimi.
Autoridade Policial –
Condutor - 
----------------------------------
Escrivão de Polícia -
ANEXO III- TERMO DE DEPOIMENTO EM AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
Às [22]h do dia [20] do 
mês de [junho] de [2005], na sede do Plantão Policial do [25]o 
Distrito Policial, presente a Autoridade Policial Doutor [Édson Luís Baldan], comigo, Escrivão de Polícia, na sequência do auto de prisão em flagrante delito em que é paciente [......nome do preso.......] Passou-se à inquirição a testemunha […qualificação completa da testemunha.........]. Alfabetizada. Compromissada, às de costume nada disse. Indagada, às perguntas respondeu: [.......respostas da testemunha.......] Nada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e assinado, fica este termo fazendo parte integrante do auto de prisão em 
flagrante delito epigrafado.
Autoridade Policial –
Testemunha - 
-------------------------------------------------
Escrivão de Polícia -
ANEXO IV
TERMO DE DECLARAÇÕES EM AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
Às [22]h do dia [20] do 
mês de [junho] de [2005], na sede do Plantão Policial do [25]o 
Distrito Policial, presente a Autoridade Policial Doutor [Édson Luís Baldan], comigo, Escrivão de Polícia, na sequência do auto de prisão em flagrante delito em que é paciente [......nome do preso.......] Passou-se à inquirição da vítima […qualificação completa da vítima.........]. Alfabetizada. Indagada, às perguntas respondeu: QUE [.......respostas da testemunha.......]. Nada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e assinado, fica este termo fazendo parte 
integrante do auto de prisão em flagrante delito epigrafado.
Autoridade Policial –
Vítima - 
----------------------------------------------------
Escrivão – 
-----------------------------------------------
ANEXO V
TERMO DE INTERROGATÓRIO EM AUTO DE 
PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO
Às […]h do dia […] do mês de 
[.................] de [200......], na sede do Plantão Policial do [.......]o 
Distrito Policial, presente a Autoridade Policial Doutor 
[...........................], comigo, Escrivão de Polícia, na sequência do auto 
de prisão em flagrante delito em que é paciente [......nome do preso.......] 
passou-se ao interrogatório do preso de nome 
[.......................................] R.G. nº 
[............................], de nacionalidade 
[...........................................], natural de [................], 
nascido aos [....], filho de [......................e........................], 
de profissão [...........], residente na [..................] e com endereço de 
trabalho na [....................................]. Sabendo ler e escrever. 
Preliminarmente foi o interrogado cientificado pela Autoridade Policial quanto aos seus direitos individuais constitucionalmente previstos, em especial os de receber assistência de familiares ou de advogado que indicar, de não ser identificado criminalmente senão nas hipóteses legais, de ter respeitadas suas integridades física e moral, de manter-se em silêncio e/ou declinar informações que reputar úteis à sua autodefesa, de conhecer a identidade do autor de sua prisão e, se admitida, prestar fiança e livrar-se solto. Cientificado da imputação que lhe é feita nestes autos e das provas contra si existentes, ao ser interrogado pela Autoridade Policial, às perguntas respondeu: QUE [.........respostas do preso...........]. Nada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e assinado, fica este termo fazendo parte integrante do auto de prisão emflagrante delito epigrafado.
Autoridade Policial –
Conduzido - 
----------------------------------------
Escrivão de Polícia

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