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UFMS - Vocabulário jurídico - PDF - atualizado em 27 02 2012

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NEY ALVES VERAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOCABULÁRIO JURÍDICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 de fevereiro de 2012. 
 
 
 
VOCABULÁRIO JURÍDICO 
Prof. Ney Alves Veras 
 
 
 
Apostila atualizada em 27 de fevereiro de 2012. 
E-mail para contato: neyalvesveras@hotmail.com 
2 
 
 
NOTA EXPLICATIVA 
 
O objetivo desta apostila é o de facilitar a consulta de expressões técnicas do 
vocabulário jurídico, principalmente aquelas que servem de apoio às aulas de Direito Processual 
Civil. 
 
Para tanto, foram acrescentados verbetes tanto do processo civil, como do direito 
constitucional, direito civil, da teoria geral do processo, do direito empresarial, administrativo, 
tributário, e que são igualmente relevantes. 
 
Salienta-se que o presente vocabulário, escrito de forma simples e despretensiosa, está 
sendo aprimorado constantemente, para melhor explicação dos institutos a que se referem, e serve 
apenas para uma noção primária e elementar sobre os assuntos dispostos na forma de verbetes. 
 
E se este trabalho auxiliar o acadêmico no início dos seus estudos, e o estimular a 
consultar vocabulários jurídicos de excelência, assim como doutrinas consolidadas, já terá 
atendido à sua finalidade. 
 
As sugestões para melhoria desta apostila são sempre bem vindas, e podem ser 
endereçadas para o e-mail descrito abaixo. 
 
 
 
 
Prof. Ney Alves Veras 
Faculdade de Direito – FADIR/UFMS 
Disciplina de Direito Processual Civil 
E-mail para contato: neyalvesveras@hotmail.com 
 
 
 
 
 
VOCABULÁRIO JURÍDICO 
Prof. Ney Alves Veras 
 
 
 
Apostila atualizada em 27 de fevereiro de 2012. 
E-mail para contato: neyalvesveras@hotmail.com 
3 
 
VOCABULÁRIO JURÍDICO 
 
 
 
01. Abalo de crédito: Efeito decorrente da 
prática de um ato ou da ocorrência de 
um fato que provoque desconfiança 
quanto à idoneidade moral ou 
econômico-financeira da pessoa, 
comprometendo sua atividade social, 
mercantil ou empresarial, por trazer a 
diminuição ou eliminação total de sua 
boa fama e, consequentemente, de seu 
crédito, podendo, por exemplo, 
paralisar seus negócios, provocar a 
retração de fornecedores ou de clientela 
ou impedir o auxílio a recursos 
bancários. Isto é assim porque o abalo e 
crédito porá em dúvida a sua 
capacidade de cumprir os 
compromissos assumidos. Se o abalo 
de crédito advier de uma caluniosa ou 
difamante notícia, eivada de falsidade 
sobre a conduta de alguém ou sobre sua 
situação financeira, de um ato 
atentatório injusto, como protesto 
indevido de título em que esteja 
obrigado, ou, ainda, de uma ação 
judicial requerida indevida e 
maliciosamente, o autor do abalo terá, 
além da responsabilidade penal, a civil, 
devendo reparar todos os danos que 
causou, sejam eles morais ou 
patrimoniais . 
02. Abalroação: colisão de veículos por 
meio de choque violento, causando 
dano de maior ou menor gravidade. O 
mesmo que abalroamento. 
03. Ação (Direito Civil): a forma mais 
comum de exteriorização da conduta, 
porque, fora do domínio contratual, as 
pessoas estão obrigadas a abster-se da 
prática de atos que possam lesar o seu 
semelhante, de sorte que a violação 
desse dever geral de abstenção se 
obtém através de um fazer. Consiste, 
pois, a ação em um movimento 
corpóreo comissivo, um 
comportamento positivo, como a 
destruição de uma coisa alheia, a morte 
ou lesão corporal causada em alguém, e 
assim por diante. Já a omissão, forma 
menos comum de comportamento, 
caracteriza-se pela inatividade, 
abstenção de alguma coisa devida. 
04. Ação (Direito Processual Civil): 
direito que têm as pessoas naturais ou 
jurídicas de demandar ou pleitear em 
juízo o que lhe pertence ou lhe é 
devido. Tem por objetivo a obtenção da 
prestação jurisdicional do Estado, 
visando, diante da hipótese fático-
jurídica nela formulada, a aplicação da 
lei no caso concreto. O direito de ação 
é o direito ao exercício da atividade 
jurisdicional (ou o poder de exigir esse 
exercício). Mediante o exercício da 
ação provoca-se a jurisdição, que por 
sua vez se exerce através daquele 
complexo de atos que é o processo. 
05. Ação cautelar: É a que visa prevenir 
qualquer lesão de direito ou a eficácia 
futura do processo principal. 
Constituem ações cautelares: arresto, 
caução, seqüestro, busca e apreensão, 
produção antecipada de provas, 
alimentos provisionais, apreensão de 
títulos, etc. 
06. Ação civil pública: é aquela pela qual 
o órgão do Ministério Público ou 
outros legitimados ativos (as pessoas 
jurídicas, públicas ou privadas) 
 
 
 
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Prof. Ney Alves Veras 
 
 
 
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ingressam em juízo com o intuito de 
proteger o patrimônio público e social, 
o meio ambiente, o consumidor, ou, 
ainda, quaisquer interesses difusos e 
coletivos, pleiteando a fixação da 
responsabilidade e, consequentemente, 
a reparação pelos danos causados. 
07. Ação condenatória: é a que tem por 
objetivo a obtenção de uma sentença 
judicial que, além de declarar a 
existência da relação jurídica, ou 
melhor, do direito subjetivo violado, 
aplique uma sanção ao réu, 
condenando-o a satisfazer uma 
prestação de dar, de fazer ou de não 
fazer. O réu condenado a cumprir a 
prestação assumirá, em caso de 
inadimplemento voluntário, o risco de 
ser executado pelo autor, que, para 
tanto, proporá uma ação executiva, pois 
a sentença prolatada na condenatória 
servirá como título executivo contra o 
réu. 
08. Ação constitutiva: é a ação de 
conhecimento que tem por fim a 
criação, a modificação ou a extinção de 
uma relação jurídica, sem estatuir 
qualquer condenação do réu ao 
cumprimento de uma prestação, 
produzindo efeitos “ex tunc” ou “ex 
nunc”. Por exemplo, são ações desse 
tipo as que visam a anulação de um 
negócio jurídico, por apresentar vício 
de consentimento ou vício social, ou a 
separação judicial litigiosa, dissolvendo 
a sociedade conjugal. 
09. Ação de alimentos: é a movida para 
exigir de parente (ascendente, 
descendente ou colateral de 2º grau) ou 
de ex-cônjuge, separado judicialmente 
ou divorciado, e, ainda, de convivente, 
meios necessários à subsistência 
proporcionais à necessidade e aos 
recursos econômico-financeiros do 
alimentante. Em se tratando de ex-
cônjuge, urge lembrar que, se o 
cônjuge necessitado passar a viver em 
concubinato ou se se casar novamente, 
perderá os alimentos, exonerando-se o 
devedor. 
10. Ação declaratória: é a que visa obter 
imediata declaração da existência ou da 
inexistência de uma relação jurídica, da 
autenticidade ou falsidade de um 
documento ou, excepcionalmente, da 
ocorrência ou não de uma situação 
fática, solucionando a dúvida em que 
se encontram os litigantes, tornando 
certo o que estava incerto. 
11. Ação declaratória incidental: Trata-
se de uma ação proposta no transcurso 
de um processo, estando relacionada 
com a questão neste versada. Exemplo 
(Acquaviva): numa ação de alimentos, 
o autor pretende que se declare, por 
sentença, ser filho do requerido. 
12. Ação de conhecimento: É a que 
intenta que o magistrado tome 
conhecimento da pretensão do autor e 
da resistência que lhe opõe o réu, 
inteirando-se do conflito de interesses, 
a fim de que profira uma sentença 
fundada na convicção que teve da 
legitimidade da pretensão do autor, 
declarando alei reguladora do caso 
“sub judice” ou o direito a ele 
aplicável. Na ação de conhecimento 
podem se agrupar as ações meramente 
declaratórias, as condenatórias e as 
constitutivas. 
13. Ação de consignação em pagamento: 
é aquela em que o devedor ou terceiro, 
nos casos admitidos em lei, requer ao 
magistrado a citação do interessado 
para comparecer em local, dia e hora 
indicados, a fim de receber o 
pagamento da quantia ou coisa devida, 
provando o depósito e a recusa, 
manifestada pelo credor por escrito ao 
estabelecimento bancário. 
14. Ação de estado e de capacidade: é a 
que visa estabelecer, defender ou 
 
 
 
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modificar o estado, nas relações de 
família, ou a capacidade de uma 
pessoa; daí ser esta ação 
personalíssima, uma vez que busca 
garanti-los contra qualquer ataque. Por 
exemplo: ação de contestação ou de 
investigação de maternidade e 
paternidade; suspensiva ou destitutiva 
do pátrio poder, de separação judicial, 
de divórcio; de invalidação do 
casamento, para pedir a posse em nome 
do ventre, de revogação de adoção, de 
interdição e seu levantamento, de 
reconhecimento da filiação, de 
emancipação, etc. Denomina-se 
também “ação prejudicial”. 
15. Ação executiva “lato sensu”: 
corresponde a uma espécie de ação que 
contém um passo adiante além daquilo 
que a parte obtém com uma ação 
condenatória. Nas ações executivas 
“lato sensu” há, sim, condenação, mas, 
diferentemente da regra geral das ações 
condenatórias, a produção de efeitos 
práticos, no mundo dos fatos, 
independe, neste caso, de posterior 
processo de execução. Se a ação 
condenatória produz sentença que, se 
for de procedência, demandará novo 
processo, agora de execução, voltado à 
promoção de alterações no mundo dos 
fatos, a executiva lato sensu disso não 
necessita, estando sua sentença apta a 
produzir diretamente os efeitos de 
transformação no mundo empírico, sem 
necessidade do posterior processo de 
execução. Exemplificando: “A” move 
contra “B” ação condenatória e obtém 
sentença de procedência do pedido. Se 
se tratar de sentença líquida, 
oportunamente, liquidação de 
sentença), ajuizará processo de 
execução de sentença, para conseguir a 
efetiva satisfação de seu crédito. 
Movendo ação executiva “lato sensu”, 
o autor – “A” – independerá do 
processo de execução para obter a 
pretendida alteração no mundo dos 
fatos, porque este tipo de ação não se 
destina a constituir título executivo 
(como ocorre com as ações 
condenatórias), sendo sua sentença 
exeqüível no mesmo processo em que 
foi proferida. 
16. Ação mandamental: tem por objetivo 
a obtenção de sentença em que o juiz 
emite uma ordem de autoridade, que, se 
não for especificamente cumprida por 
quem a receba, implica sujeição às 
sanções de tipo penal. Exemplos 
típicos, referidos pelos defensores da 
autonomia desse tipo de ação (e, 
correlatamente, desse tipo de sentença), 
são a sentença proferida no mandado 
de segurança e a proferida na ação de 
nunciação de obra nova (CPC, art. 
938). 
17. Ação monitória: é aquela que cabe 
quando se pretende, baseado em 
cognição sumária da prova escrita sem 
eficácia de título executivo, obter 
mandado para o pagamento de soma 
em dinheiro, entrega de coisa fungível 
ou de determinado bem móvel, na 
esperança de que não haja oposição dos 
embargos, pois se houver instaurar-se-á 
o contraditório, seguindo-se o 
procedimento ordinário. 
18. Ação popular: é o meio pelo qual 
qualquer cidadão, no gozo de seus 
direitos políticos, pode provocar o 
pronunciamento do órgão judicante 
sobre atos ilegais ou inconstitucionais, 
comissivos ou omissivos, lesivos ao 
patrimônio público, histórico ou 
cultural, no sentido de decretar a 
invalidade dos atos lesivos, 
condenando os beneficiários e 
responsáveis à indenização das perdas 
e danos. Logo, não visa defender 
diretamente a legalidade, por ser via de 
proteção do patrimônio público, 
 
 
 
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procurando atender o interesse coletivo 
e a probidade da gestão do patrimônio 
público. Tem ela duplo sentido, o 
corretivo, por pretender a reparação de 
erro que fira o patrimônio público, e o 
supletivo, por suprir a inércia da 
autoridade pública que se descurou, 
pois dirige-se contra pessoas jurídicas 
de direito público, seja, elas federais, 
estaduais ou municipais, alcançando 
ainda empresas e fundações públicas e 
sociedades de economia mista, desde 
que manipulem dinheiro público. O 
autor, por assumir a defesa de 
interesses da coletividade, com o 
objetivo de preservar as coisas públicas 
e restabelecer a moralidade 
administrativa, sem ter qualquer 
compensação pecuniária, estará livre 
do pagamento das custas processuais e 
do ônus da sucumbência, exceto se 
estiver agindo de má-fé. 
19. Aceitação: Ato de aprovar uma 
proposta de contrato ou o próprio 
contrato, podendo ser expressa (verbal 
ou por escrito) ou tácita (quando se 
praticam atos que levam a acreditar que 
a pessoa não recusou. 
20. Acesso à justiça. Para que haja o 
efetivo acesso à justiça é indispensável 
que o maior número possível de 
pessoas seja admitido a demandar e a 
defender-se adequadamente (inclusive 
em processo criminal), sendo também 
condenáveis as restrições quanto a 
determinadas causas (pequeno valor, 
interesses difusos); mas, para a 
integralidade do acesso à justiça, é 
preciso isso e muito mais. A ordem 
jurídico-positiva (Constituição e leis 
ordinárias) e o lavor dos 
processualistas modernos têm posto em 
destaque uma série de princípios e 
garantias que, somados e interpretados 
harmoniosamente constituem o traçado 
do caminho que conduz as partes à 
ordem jurídica justa. O acesso à justiça 
é, pois, a idéia central a que converge 
toda a oferta constitucional e legal 
desses princípios e garantias. Assim, a) 
oferece-se a mais ampla admissão de 
pessoas e causas ao processo 
(universalidade da jurisdição), depois 
b) garante-se a todas elas (no cível e no 
criminal) a observância das regras que 
consubstanciam o devido processo 
legal, para que c) possam participar 
intensamente da formação do 
convencimento do juiz que irá julgar a 
causa (princípio do contraditório), 
podendo exigir dele a d) efetividade de 
uma participação em diálogo - , tudo 
isso com vistas a preparar uma solução 
que seja justa, seja capaz de eliminar 
todo resíduo de insatisfação. Eis a 
dinâmica dos princípios e garantias do 
processo, na sua interação teleológica 
apontada para a pacificação com 
justiça. 
21. Acidentes de consumo: Consulte 
“responsabilidade pelo fato do produto 
e do serviço”. 
22. Ações edilícias: ação redibitória e 
ação estimatória („quanti minoris‟). 
Consultar “vício redibitório”. 
23. Ações sincréticas: aquelas que 
admitem, simultaneamente, cognição e 
execução, isto é, a medida que o juiz 
vai conhecendo e, de acordo com as 
necessidades delineadas pela relação de 
direito material apresentada e a tutela 
perseguida pelo autor, vai também 
executando (satisfazendo) 
provisoriamente, baseado em em juízo 
de verossimilhança ou probabilidade. 
Significa dizer que as ações sincréticas 
não apresentam a dicotomia entre 
conhecimento e executividade,verificando-se a satisfação perseguida 
pelo jurisdicionado numa única relação 
jurídico-processual, onde a decisão 
interlocutória de mérito (provisória) ou 
 
 
 
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a sentença de procedência do pedido 
(definitiva) serão auto-exeqüíveis. Em 
suma, no sincretismo entre execução e 
cognição, as duas atividades realizam-
se na mesma relação jurídico-
processual – atos executivos no 
processo de conhecimento, através de 
provimentos mandamentais e 
executivos lato sensu. De modo que as 
mais diversas formas de relação entre 
cognição e execução podem ser aceitas, 
e é o que de fato tem ocorrido, o 
legislador consciente em obter tutelas 
jurisdicionais mais efetivas tem 
proposto reformas em nosso sistema 
processual. Os meios destinados a obter 
o resultado pretendido pela jurisdição, 
seja pela execução direta (sub-
rogação), seja pela execução indireta 
(coação) estão dimensionadas nos 
artigos 273, 461 e 461-A do Código de 
Processo Civil. Através da tutela 
mandamental, o juiz não se limita a 
condenar (convidar o autor a pagar), 
ele ordena o cumprimento da decisão 
utilizando mecanismos coercitivos 
(multa por tempo de atraso), exercendo 
seu poder de imperium. Exatamente 
neste ponto, a sentença mandamental se 
distingue das demais, por tutelar o 
direito do autor impondo ao réu 
adimplir a ordem judicial, dado a carga 
coercitiva que emana da decisão. A 
mandamentalidade da tutela está, 
precisamente, na conjugação entre 
ordem e força que se empresta à 
sentença, que tem o poder de fazer com 
que o réu cumpra obrigação imposta 
sob pena de multa, visto que, sem as 
quais a decisão teria apenas cunho 
declaratório. Da mesma forma que a 
condenação só é condenação porque 
aplica sanção, a sentença 
mandamental somente é mandamental 
porque há coerção. O sincretismo da 
tutela mandamental é obvio, já que ela 
implica na admissão, em uma única 
demanda, existência de conhecimento e 
execução, expressando a força da 
jurisdição na mesma relação processual 
em que é concedida, 
independentemente de nova relação 
executiva. Por seu turno, a eficácia 
executiva lato sensu dá ao juiz a 
possibilidade em adotar 
incidentalmente ao processo cognitivo, 
medidas materiais necessárias a obter o 
resultado prático que o cumprimento da 
relação geraria, sem a manifestação de 
vontade do réu, a própria decisão 
proferida (seja interlocutória ou final) 
por si só é executiva, capaz de produzir 
resultados práticos. A decisão já é 
proferida com execução, e não para 
execução, de forma que, assim como a 
mandamental, também não depende de 
execução autônoma, como é o caso a 
ação de reintegração de posse, ação de 
despejo, ação reivindicatória, entre 
outras. Tais provimentos, ao mesmo 
tempo em que reconhecem o direito 
tutelado estabelecem as medidas 
executivas próprias para realiza-los. 
Em linha geral, estão previstos no art. 
461, § 5º do CPC, que versa sobre as 
tutelas específicas das obrigações de 
fazer e não fazer. Para as obrigações de 
dar coisa certa art. 461-A, § 3º 
combinado com art. 461, § 5º. Pelo 
sincretismo, os atos executivos para a 
efetivação da sentença são praticados 
na mesma relação processual, 
dispensando a formação de nova lide, 
deixando de forçar a parte a se lançar 
em outro desgastante e tortuoso 
caminho processual. Viabilizar, em 
uma mesma relação processual, tanto 
atos de conhecimento como executivos, 
através de atividades sincréticas, como 
a mandamentabilidade e a 
executividade lato sensu torna o 
processo um instrumento, tanto quanto 
 
 
 
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possível, flexível e efetivo ao direito 
subjetivo material e, por conseguinte, 
aos anseios da sociedade que serve. 
24. Acórdão: decisão prolatada por órgão 
colegiado, ou melhor, por tribunal 
superior, tomada por voto dos 
magistrados que o compõem. 
25. “Ad quem”: juízo “ad quem” é aquele 
para quem se recorre. 
26. Advogado. Profissional devidamente 
inscrito na Ordem dos Advogados do 
Brasil, habilitado e autorizado ao 
patrocínio de causas visando prestar 
assistência a terceiros em assuntos 
jurídicos, seja em juízo ou 
extrajudicialmente. De acordo com a 
Constituição Federal, art. 133, “O 
advogado é indispensável à 
administração da justiça, sendo 
inviolável por seus atos e 
manifestações no exercício da 
profissão, nos limites da lei”. Consulte 
a lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia 
e da Ordem dos Advogados do Brasil). 
27. Agências (Direito Empresarial): 
Filiais, sucursais e agências: Conforme 
ensina Rubens Requião, são 
expressões seguidamente empregadas 
como sinônimas. Não há, deveras, 
distinção legal entre os diversos 
estabelecimentos secundários da 
mesma empresa (...) Emprestamos a 
conveniente observação do Prof. 
Waldemar Ferreira: „Nada impede, 
pois, qualifique o comerciante de 
filiais aos estabelecimentos, ademais 
do principal, que na mesma ou em 
outra localidade instale. Nem que 
outro aos seus denomine de sucursais. 
Tampouco que terceiro chame aos seus 
de agências. Pouco importa o ramo de 
comércio ou indústria a que cada qual 
se dedique‟. Se assim é legal e 
juridicamente, a intuição do comércio 
vai acentuando a maior importância da 
sucursal sobre a filial. Sucursal é, de 
fato, expressão mais pomposa ... 
Corresponde, geralmente, a 
estabelecimento secundário, cujo 
gerente tem certa autonomia, mas está 
vinculado ao estabelecimento 
principal, pois dele recebe instruções 
sobre os negócios de maior 
importância ou gravidade. A filial, 
porém, é mais estreitamente vinculada 
à administração centralizada do 
estabelecimento principal ou matriz, 
não tendo o gerente nenhuma 
autonomia. Na linguagem bancária, 
usada pelo Banco Central do Brasil, 
em suas resoluções e circulares, para 
as agências e sucursais das instituições 
financeiras usa-se a expressão 
dependências. 
28. Agravo: recurso interposto a tribunal 
superior competente para modificar ou 
reformar decisão interlocutória de juiz 
de instância inferior. O agravo de 
instrumento e o agravo retido são 
formas de agravar e não modalidades 
autônomas de recursos. 
29. Agravo de instrumento: recurso 
contra decisão interlocutória proferida 
no processo ao resolver questão 
incidente ou ao provocar algum 
gravame à parte ou interessado. 
30. Agravo retido nos autos: recurso 
cabível, dentro do prazo de 10 dias, 
contra decisão interlocutória, 
independentemente de preparo. É o 
recurso requerido na petição do agravo 
para retê-lo nos autos do processo, a 
fim de que haja, preliminarmente, o seu 
conhecimento, pelo tribunal, quando do 
julgamento da apelação. Se o litigante 
não pleitear expressamente, nas razões 
ou contra-razões da apelação, o exame 
do agravo pelo tribunal, reputar-se-á 
que houve desistência tácita a ele. 
31. Alienação fiduciária: Transferência 
feita pelo devedor ao credor da 
propriedade resolúvel e da posse 
 
 
 
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indireta de um bem infungível, móvel 
ou imóvel, como garantia do seu 
débito, resolvendo-se o direito do 
adquirentecom o adimplemento da 
obrigação ou pagamento da dívida 
garantida. É um negócio composto de 
duas relações jurídicas: uma 
obrigacional (expressa no débito 
contraído), outra real (o próprio bem é 
garantia do adimplemento). Consultar 
Dec-lei 911/69. 
32. Alienação mental grave: Trata-se de 
excludente de imputabiliade e 
responsabilidade civil. A respeito da 
chamada responsabilidade dos 
amentais, duas idéias, “a priori”, 
devem ser mencionadas. Em primeiro 
lugar, surge de pronto a idéia de que o 
amental não é imputável, não é 
responsável, portanto. Poder-se-ia dizer 
que a ação danosa do amental equipara-
se ao caso fortuito. Contudo, e em 
segundo lugar, instala-se a idéia de que 
é injusto deixar irressarcida a vítima, 
especialmente na situação de ser, o 
amental, pessoa abastada. São como 
que dois lados de uma mesma moeda. 
A jurisprudência tem demonstrado 
certa tendência no sentido de 
determinar que o patrimônio do 
amental responda pelo dano. Miguel 
Maria de Serpa Lopes, tratando da 
questão da demência, levanta também a 
questão controvertida no que se refere à 
imputabilidade das pessoas, explicando 
também sobre as dificuldades e 
diferenças do juízo cível e do criminal: 
“a demência deve existir no momento 
do ato e no de sua realização, sob o 
imperativo de uma moléstia ou de uma 
influência lhe retirando a inteligência 
ou o domínio dos seus próprios atos. O 
juiz civil se encontra diante do mesmo 
problema do juiz criminal, dada a 
necessidade de joeirar até que ponto 
influíram os distúrbios mentais do 
causador do dano. Todavia, há uma 
diferença de situações entre o civil e o 
penal: é que o juiz criminal, devendo 
aplicar uma pena, em caso de dúvida 
será levado a absolver o acusado ou a 
poder atenuar-lhe a pena, ao passo que 
o juiz civil, ao contrário, a não ser no 
caso de uma demência fortemente 
caracterizada, deve se recusar, em 
regra, a admitir a inimputabilidade”. 
O Art. 928 do CC/2002 dispõe que “o 
incapaz responde pelos prejuízos que 
causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de 
o fazer ou não dispuserem de meios 
suficientes. Parágrafo único: A 
indenização prevista neste artigo, que 
deverá ser eqüitativa, não terá lugar se 
ela privar do necessário o incapaz, ou 
as pessoas que dele dependem”. Como 
se vê, a idéia de que a vítima não deve, 
ou não pode, remanescer irressarcida é 
uma idéia que se desenvolve mais, a 
cada dia. A propósito, assim também se 
tem mostrado a jurisprudência 
francesa, igualmente tendente a afastar 
a, até então, intocável inimputabilidade 
do amental. Assim, num primeiro 
plano, os franceses têm entendido 
afastada a imputabilidade do agente se 
o estado de demência era absoluto no 
momento do ato, deixando-se, ao 
incapaz, o ônus de provar tal fato. Por 
outro lado, têm os franceses 
considerado o seguinte: mesmo quando 
o ato danoso tenha, como agente, um 
amental, sua responsabilidade não se 
desvanecerá se o seu estado de 
demência é conseqüência de conduta 
culposa anterior do agente, agora 
amental, que, ou ingerindo álcool ou 
fazendo uso de drogas, em quantidade 
suficiente, provocou, ele próprio, a 
insanidade mental. Assim como nós, os 
franceses em face de ato danoso 
praticado pelo amental buscam 
 
 
 
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encontrar um responsável na pessoa do 
pai, do tutor ou do curador. 
33. Analogia: aplicação, a um caso não 
regulado de modo direto ou específico 
por uma norma jurídica, de uma 
prescrição normativa prevista para uma 
hipótese distinta, mas semelhante ao 
caso não contemplado, fundando-se na 
identidade do motivo da norma e não 
na identidade do fato. 
34. Antecipação de tutela: consultar o 
CPC, art. 273, assim como o verbete 
“tutela antecipada”. 
35. Antinomia jurídica: presença de duas 
normas conflitantes, cujos critérios 
solucionadores são normas integrantes 
do ordenamento jurídico, de modo que 
o aplicador poderá conservá-las, 
optando por uma delas. Tal conciliação 
dá-se por meio da aplicação de um dos 
critérios normativos fornecidos pelo 
próprio ordenamento: hierárquico, 
cronológico e de especialidade 
36. Anuência da vítima: Trata-se de 
causa excludente de ilicitude e de 
responsabilidade civil, porque destrói a 
relação de causalidade, aquela 
circunstância em que a vítima 
efetivamente sofre dano, mas é certo 
que ele se produziu sob a sua própria 
aquiescência. Em se tratando de um 
consentimento, se torna essencial a 
presença de uma vontade livre, de 
modo a suscitar não só um problema 
relativo a essa vontade livre como um 
segundo que lhe é consectário lógico: o 
da capacidade. Decorre daí que a 
vítima, para exonerar o causador do 
dano mediante assentimento prévio, 
necessita ser pata a manifestar uma 
vontade livre, isenta de qualquer vício. 
Inoperante, portanto, é esse 
consentimento quando o 
desenvolvimento mental da vítima não 
lhe permite compreender o perigo a que 
se expõe. Segue-se que se um médico 
ameaçar o seu cliente, com a perda de 
uma vantagem, como a da assistência 
social a que fizer jus, se não ser o seu 
consentimento para se submeter a uma 
determinada operação cirúrgica, fica 
responsável pelas conseqüências 
prejudiciais que possam advir dessa 
intervenção”. Exemplo: enfermo que 
consente (livre e espontaneamente) em 
tomar um medicamento novo, ainda 
não testado em humanos, não sendo, 
por isso, absolutamente conhecidos os 
seus efeitos, e acaba sofrendo graves 
prejuízos à saúde, não logrando obter a 
cura. É claro que o médico, em face da 
anuência da vítima, antes emitida, 
estará completamente isento de 
qualquer responsabilidade. O dano não 
será indenizável se o lesante agiu 
autorizado, hipótese em que não haverá 
ilicitude. A responsabilidade civil se 
destina a tutelar interesses privados, 
deve ser lícito, em princípio, ao 
interessado renunciar a essa tutela, 
afastando, assim, a antijuridicidade do 
ato com que terceiro lese os seus 
interesses. É este o motivo por que o 
consentimento do lesado exclui a 
ilicitude. (...) porém tal eficácia só é 
admissível quando os direitos em causa 
sejam disponíveis, isto é, quando se 
possa renunciar à tutela efetuada por 
eles. A irrenunciabilidade pode derivar 
tanto de uma proibição legal como dos 
bons costumes Se a pessoa consentiu 
na lesão, não há de se falar em dano 
indenizável, exceto se o consentimento 
for contrário à lei, à moral e aos bons 
costumes, ou seja, é exigível que a 
lesão tenha sido no interesse do lesante, 
pelo menos de acordo com sua vontade 
presumível. 
37. Apelação: recurso interposto à 
sentença definitiva ou terminativa de 
um juiz ou tribunal para o de instância 
imediatamente superior, objetivando a 
 
 
 
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obtenção de sua reforma total ou 
parcial, mediante o pronunciamento de 
uma nova sentença, que poderá 
confirmar ou não a proferida na 
jurisdição de grau inferior. A apelação 
civil corresponde ao recurso interposto 
em ação cível ou comercial pelo 
prejudicado por uma sentença de juiz 
inferior que veio a extinguir o 
processo, com ou sem julgamento do 
mérito, com o intuito de conseguir, 
junto à Segunda instância, o reexame 
da causae da decisão proferida pelo 
órgão inferior, e, consequentemente, 
uma nova decisão. 
38. Apensamento: ato pelo qual se anexa 
um processo aos autos de outra ação ou 
demanda, que com ele tem relação, por 
determinação legal ou a pedido de uma 
das partes. Nos processos acessórios, 
quanto eles se dizem preventivos, e são 
por isso processados no curso da ação 
principal, seus autos podem ser 
apensados aos autos da principal, e 
assim se processam. Dá-se, então, o 
apensamento deles. Deste modo, o 
apensamento distingue-se da juntada. 
Pelo apensamento, os autos ou 
qualquer documento apensado 
continuam fora do processo, presos a 
este por um “cordão”, ao passo que na 
juntada, incluído o processo ou o 
documento dentro do outro processo, 
passa a fazer parte integrante dele. 
Com o apensamento, os autos ou 
documentos apensados continuam fora 
do processo e dele podem ser apartados 
a qualquer momento, sem causar 
qualquer diminuição aos autos do 
processo a que se apensaram. 
39. Apensar: juntar aos autos documentos 
ou outros autos alusivos a outro 
processo, em razão de determinação 
judicial “ex officio” ou por 
requerimento. 
40. Apenso: designa o documento ou o 
processo que está junto a outro 
processo por “apensamento”, não 
formando, assim, parte integrante das 
folhas dos autos. Está “dependurado” 
neles ou a eles se anexou 
exteriormente. 
41. “A quo”: juízo “a quo” é aquele de 
cuja decisão se recorre. 
42. Arbitragem: jurisdição ou poder 
conferido a certas pessoas 
determinadas por lei ou indicadas pelas 
partes para solucionarem a controvérsia 
judicial ou extrajudicial relativa a 
direito patrimonial disponível, 
suscitada entre elas. É o julgamento 
feito por árbitros, ou seja, o processo 
que decide um litígio entre duas partes, 
que escolhem, para tanto, árbitros. 
43. Arbitral: relativo a árbitros ou a 
arbitragem. Aquilo que decorre de 
decisão de árbitros, ou seja, processo 
arbitral. Procedimento que utiliza 
árbitros para a solução de pendências 
entre duas ou mais partes. 
44. Árbitro: pessoa escolhida pelas partes 
para decidir suas controvérsias; 
membro de um juízo arbitral. O árbitro, 
juiz de fato e de direito, apesar de não 
ser togado, deverá decidir de 
conformidade com a lei e o 
compromisso, aplicando a eqüidade, 
quando a lei permitir, ou mesmo sem 
permissão legal, se assim ficar 
convencionado entre os interessados. A 
causa que lhe for confiada poderá ter 
qualquer valor, e sua decisão não estará 
sujeita a recursos ou a homologação 
pelo Poder Judiciário. Poderá ser 
árbitro quem quer que tenha a 
confiança das partes interessadas, 
excetuando-se o incapaz, o analfabeto e 
o legalmente impedido de servir como 
juiz, ou o suspeito de parcialidade. 
Deve proceder com imparcialidade, 
independência, competência, diligência 
 
 
 
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e discrição. As partes podem nomear 
um ou mais árbitros, sempre em 
número ímpar, podendo indicar seus 
suplentes. Se nomearem árbitros em 
número par, estes podem indicar mais 
um. As partes podem, de comum 
acordo, estabelecer o processo de 
escolha dos árbitros ou adotar as 
normas de um órgão arbitral 
institucional ou entidade especialidade. 
Só se pode recusar um árbitro se 
ocorrer algum motivo superveniente à 
sua nomeação. Mas pode o interessado 
recusá-lo por causa anterior à sua 
nomeação, se não foi nomeado 
diretamente pela parte, se o motivo 
para sua recusa apenas foi conhecido 
após sua nomeação. 
45. Arras: As arras, ou sinal, constituem a 
importância em dinheiro ou a coisa 
dada por um contratante ao outro, por 
ocasião da conclusão do contrato, com 
escopo de firmar a presunção de acordo 
final e tornar obrigatório o ajuste; ou 
ainda, excepcionalmente, com o 
propósito de assegurar, para cada um 
dos contratantes, o direito de 
arrependimento. „Arra‟ era, entre os 
romanos, o anel que um dos 
contratantes transferia ao outro, para 
simbolizar a convenção perfeita. 
Podem ser confirmatórias (é sua função 
principal. Dado o sinal está confirmado 
o negócio) e penitenciais (tem função 
secundária. Correspondem às perdas e 
danos pré-fixados. Súmula 412 STF: 
“no compromisso de compra e venda 
com cláusula de arrependimento, a 
devolução do sinal, por quem o deu, ou 
a sua restituição em dobro, por quem a 
recebeu, exclui indenização maior, a 
título de perdas e danos, salvo os juros 
moratórios e os encargos do processo. 
46. Arrecadação: vocábulo que exprime a 
apreensão e o arrolamento de coisas em 
poder de alguém, para serem recolhidas 
em certo local seguro, onde serão 
guardadas ou depositadas, para 
entregar a quem de direito, ou 
submetidas a determinadas 
circunstâncias, a fim de que se cumpra 
alguma formalidade legal, como 
preliminar de outro ato, que se seguirá. 
47. Arrecadação de bens: medida judicial 
que arrecada bens de devedor 
insolvente, de herança jacente e de 
ausentes, com o objetivo de 
salvaguardá-los. 
48. Arrematação: ato do processo de 
execução por quantia certa contra 
devedor solvente, cujos bens serão 
vendidos em leilão ou hasta pública, 
determinados pelo magistrado. É o ato 
executório processual de venda ou 
compra em leilão ou hasta pública pelo 
melhor lanço. Constitui o ato 
culminante da expropriação forçada, 
por ser a transferência feita pelo Estado 
a um terceiro interveniente 
(arrematante) dos bens penhorados, 
uma vez que ofereceu o melhor lance. 
Não se confunde com a adjudicação, 
que é a translatividade da propriedade 
daqueles bens ao exeqüente. 
49. Arrendamento (Direito Empresarial):: 
espécie de locação que abrange os bens 
corpóreos e incorpóreos aplicados na 
empresa. 
50. Arresto: apreensão judicial dos bens 
do devedor, para garantir ao credor a 
solução do débito, até que se decida 
uma ação pendente ou ainda a ser 
proposta, evitando que aqueles sejam 
desviados, prejudicando a cobrança do 
crédito. Assim, assegura-se ao credor, 
preventivamente, a solvabilidade do 
próprio devedor. Diferencia-se, 
portanto, do seqüestro, já que este 
consiste na apreensão da coisa litigiosa, 
enquanto no arresto há um processo de 
inibição ou constrição, pois 
apreendem-se tantos bens quantos 
 
 
 
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forem necessários ou suficientes para 
saldar o débito, embargando-os. Trata-
se de medida acautelatória ou 
assecuratória dos direitos do credor, 
pois os bens do devedor serão 
entregues à custódia de um depositário 
até que haja a resolução da pendência 
ou da causa. É cabível sempre que 
houver fundado motivo que possa 
colocar em risco o êxito de uma futura 
execução. 
51. Arrolamento: Processo de inventário 
simplificado, caracterizado pela 
redução de atos formais ou de 
solenidades. Ocorrerá quando aos 
herdeiros maiores e capazes convier 
fazer a partilha amigável dos bens do 
espólio, que será de plano homologada 
pelo juiz, mediante prova da quitação 
dos tributos relativos a eles e às suas 
rendas, ou quando o valor dos bens do 
espólio for igual ou inferior a 
determinado valor fixado em lei. 
Arrolamento é o ato pelo qual se faz a 
discriminação de pessoas ou de coisas, 
colocando-as num rol ou lista. Daí 
falar-se em arrolamento de 
testemunhas,arrolamento de bens, etc. 
52. Artigo de lei: divisão elementar e 
fundamental das leis, na qual se 
encontra condensada uma disposição 
legal ou um princípio. Para facilidade 
de citação, vem seguido de um número 
(art. 1º, art. 9º, art. 10, art. 121, etc.). 
Possui um „caput‟ : cabeça do artigo 
(enunciado principal), e também 
poderá conter: a) parágrafos (para 
explicar o „caput‟ ou algum inciso). 
Utiliza-se o sinal „§‟, quando existem 
vários. A expressão „parágrafo único‟, 
com efeito, utiliza-se na hipótese de 
explicação auto-suficiente. b) Incisos 
(para enumerar o „caput‟, ou mesmo 
algum parágrafo ou letra), c) Letras ( 
„a‟, „b,‟ „c‟, utilizadas para enumerar, 
geralmente, um inciso, que já 
corresponde a uma enumeração). d) 
Partes( podem ser de „caput‟, ou de 
inciso, ou de parágrafo, etc. 
Corresponde a uma divisão, 
representada por ponto, vírgula, etc. 
53. Artigos de liquidação de sentença: 
processo de conhecimento que visa a 
formação de uma sentença declaratória 
do que se contém, virtualmente, na 
sentença exequenda. Tais artigos são 
deduzidos pela parte quando, para 
determinar o valor da condenação, for 
preciso alegar e provar fato novo. 
54. Assistência: intervenção judicial de 
alguém numa causa na qual tem 
legítimo interesse jurídico, sem ser 
autor ou réu. Essa assistência 
processual é simples, porque o terceiro, 
por ter interesse jurídico na decisão da 
causa, ingressa no processo para 
auxiliar um dos litigantes. Corresponde 
também a uma intervenção 
litisconsorcial quando houver entre o 
interveniente e a parte contrária, ou o 
adversário do assistido, uma relação 
jurídica, que será atingida pela sentença 
com força de coisa julgada. Nesta 
hipótese a assistência toma o aspecto 
de litisconsórcio, pelo qual alguém se 
integra na lide na qualidade de parte. 
Pode ser também a intervenção do 
representante legal em juízo para 
cuidar dos interesses da pessoa que está 
sob sua guarda e proteção. Trata-se da 
assistência legal imposta pela lei para 
que se complete a capacidade 
processual do incapaz. 
55. Assistência litisconsorcial: forma de 
intervenção de terceiro em que este 
possui interesse jurídico próprio, 
qualificado pela circunstância de que 
sua própria pretensão, que poderia ter 
sido deduzida em juízo contra o 
adversário do assistido, mas não o foi, 
será julgada pela sentença, razão pela 
qual assume. Quando intervém no 
 
 
 
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processo alheio, posição idêntica à do 
litisconsorte. 
56. Assistência simples: intervenção de 
terceiro em que este ingressa na relação 
jurídica processual com o objetivo de 
prestar colaboração a uma das partes, 
não formulando pretensão nem 
tampouco defesa, e a sua presença no 
processo não faz nascer uma outra lide 
para que o juiz decida juntamente com 
a lide originária. Consultar CPC, art. 
50. Na assistência simples o assistente 
tem interesse jurídico próprio, que pode 
ser preservado na medida em que a 
sentença seja favorável ao assistido. O 
assistente simples não tem qualquer 
relação jurídica controvertida com o 
adversário do assistido, embora possa 
ser atingido, ainda que indiretamente, 
pela sentença desfavorável a este. 
57. Assunção de dívida: Corresponde a 
uma cessão de débito, pois o credor 
pode alienar seu crédito a um 
cessionário, que substitui a parte ativa 
da obrigação. Não surpreende essa 
noção, já que o crédito é um valor do 
patrimônio ativo da pessoa. No entanto, 
pode haver substituição da parte 
passiva da obrigação, com outro 
devedor assumindo-a Não é um 
fenômeno muito comum, mas nem por 
isso deixa de ter interesse prático. É 
facultado a terceiro assumir a 
obrigação do devedor, com o 
consentimento expresso do credor, 
ficando exonerado o devedor primitivo, 
salvo se aquele, ao tempo da assunção, 
era insolvente e o credor ignorava. 
58. “Astreinte”: instituto de criação 
jurisprudencial francesa que inspirou a 
sanção pecuniária compulsória, 
introduzida no Brasil como instrumento 
às ações que visam cumprir obrigação 
de fazer ( ou não fazer). O magistrado 
concede um prazo ao devedor para 
cumprir tal obrigação; esgotado esse 
lapso temporal sem seu adimplemento, 
deverá pagar uma multa até o dia em 
que a cumprir. A “astreinte” é, pois, a 
multa destinada a forçar o devedor 
indiretamente a fazer o que deve e não 
a reparar dano decorrente de 
inadimplemento. Tal multa diária pode 
ser cobrada ainda que não haja, no 
contrato, a cláusula penal. 
59. Ato ilícito: ato ilícito é a violação do 
direito ou o dano causado a outrem por 
dolo ou culpa. O dolo consiste na 
intenção de ofender o direito ou 
prejudicar o patrimônio por ação ou 
omissão. A culpa é a negligência ou 
imprudência do agente, que determina 
violação do direito alheio ou causa 
prejuízo a outrem. Na culpa, há sempre 
a violação de um direito preexistente. 
A idéia do ilícito, contrapõe-se ao 
sentido de licitude, ou seja, o que é 
lícito, legítimo, legal e permitido. Tem 
como conseqüência uma indenização 
devida ao prejudicado, conseqüência 
esta que não era a que o autor do dano 
pretendia. O autor do fato ilícito, isto é, 
do fato contrário ao direito e pelo 
direito reprovado e reprimido 
cominações civis, ou sanções penais 
(ou com estas e aquelas ao mesmo 
tempo), não age movido pela vontade 
de padecer tais efeitos. Segundo a 
ordem normal das coisas, o autor de 
um fato delituoso, no sentido penal, 
não o pratica para o fim de sofrer a 
aplicação da pena; nas relações de 
direito privado, ou melhor, nas 
relações obrigacionais, pode suceder 
que a parte tenha maior conveniência 
econômica em não cumprir a sua 
obrigação, sujeitando-se ao 
ressarcimento das perdas e danos ou 
ao pagamento da multa contratual, 
mas, mesmo nestas hipóteses, a 
vontade da parte não é determinada 
pelo propósito direto de suportar esses 
 
 
 
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efeitos, senão pelo de evitar prejuízo 
maior, ou tal seja a hipótese, pelo de 
não cumprir a sua obrigação, pura e 
simplesmente. Ou seja, o ato ilícito 
provoca conseqüências outras, que não 
as almejadas pelo agente. Do latim 
illicitus, qualifica o que importa em 
violação de um direito ou num dano 
causado a outrem, derivado da culpa ou 
dolo de seu agente causador. Do ponto 
de vista jurídico, significa o que não 
pode ser feito, conseqüência do fato de 
ser vedado por lei ou pelo direito. Em 
alguns casos especificados em lei a 
responsabilidade extracontratual pode 
derivar do risco, como por exemplo no 
sistema do Código de Defesa do 
consumidor (Lei. 8.078/90) e da 
Responsabilidade patrimonial do 
Estado, ou mesmo no caso de acidente 
automobilístico, a exemplo do pai de 
família que entrega a direção de 
veículo à sua filha menor e não 
habilitada, que provoca acidente, e 
induz à responsabilidade civil do pai 
por ter assumido o risco pela imperícia 
da moça. 
60. Ato ilícito civil e penal (diferença): 
No direito civil, ramo do direito 
privado, acarreta ofensa aos legítimos 
interesses de outrem e dá ensejo à 
obrigação de indenizar o dano 
suportado pela vítima, momento em 
que descobrimos o sentido da 
Responsabilidade civil. Já no ilícito 
penal, mesmo que odano seja ao 
particular, ofende toda a sociedade, 
provocando a reação do ordenamento 
jurídico através da pena. É ato violador 
da lei e da moral e que atenta contra a 
vida social, recebendo a denominação 
de delito, crime ou contravenção. Gera 
a responsabilidade penal, pois, no 
crime, o delinqüente infringe uma 
norma de direito público, uma vez que 
o seu comportamento incomoda toda a 
sociedade. Todavia, existem casos em 
que o ato ofende a sociedade e o 
particular, induzindo dupla 
responsabilidade, a penal e a civil, 
como no exemplo do delito de lesões 
corporais: Para o direito penal, a 
conduta típica do sujeito ativo consiste 
em atingir a integridade corporal ou a 
saúde mental ou física da vítima, 
acarretando pena de detenção ou 
reclusão conforme art. 129 e seus 
parágrafos, do Código Penal. Para o 
Código Civil. O dano causado à 
vítima, por dolo ou culpa, ação ou 
omissão voluntária, negligência, 
imprudência ou imperícia, gera a 
obrigação do agressor em reparar o 
dano material ou moral suportado pela 
vítima , inclusive alcançando o que esta 
deixar de lucrar no futuro, em 
decorrência do que sofreu, mediante 
indenização. Ato ilícito é o contrário 
do ato jurídico, que é ato voluntário, 
ato de vontade cujo objeto é lícito, de 
acordo com a ordem jurídica 
estabelecida, “que a ela empresta os 
efeitos almejados pelo agente”. 
61. Ato jurídico: todo ato lícito 
objetivando adquirir, resguardar, 
transferir, modificar ou extinguir 
direitos. 
62. Audiência: sessão ou o momento em 
que o magistrado atende ou ouve as 
partes, determinando medidas acerca 
das questões trazidas a seu 
conhecimento, ou proferindo decisões 
acerca das mesmas questões. Todas as 
vezes que o juiz determina a realização 
dos atos processuais sob sua 
presidência, entende-se que está em 
audiência. Está a ouvir as partes, ou 
está em sessão para lhes decidir a 
pendência. 
63. Autocomposição: ocorre quando uma 
das partes em conflito, ou ambas, 
abrem mão do interesse ou de parte 
 
 
 
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dele. São três as formas de 
autocomposição: desistência (renúncia 
à pretensão); submissão (renúncia à 
resistência oferecida à pretensão) e 
transação (concessões recíprocas). 
64. Autodefesa: consulte o termo 
“autotutela”. 
65. Autor: parte que provoca a atividade 
jurisdicional, promovendo um feito 
contencioso, movendo ação contra 
outrem, pleiteando o cumprimento de 
uma obrigação ou o respeito a um 
direito seu. Trata-se do autor de uma 
ação processual. 
66. Autos. Peças pertencentes ao processo 
judicial ou administrativo, 
constituindo-se de petições, 
documentos, termos de diligências, de 
audiências, certidões, sentença, etc. 
Importante verificar que os “autos do 
processo” correspondem a uma 
realidade física, ao contrário do 
“processo” que é uma realidade 
abstrata contendo o sentido de método 
por meio do qual o direito de ação se 
efetiva. 
67. Autotutela: satisfação das pretensões 
em benefício do mais forte ou astuto. 
“justiça com as próprias mãos”. O 
mesmo que autodefesa., consistente na 
força bruta, ou no poder econômico e 
bélico. 
68. Autuação: consiste em colocar capa 
sobre a petição, na qual será lavrado 
um termo que deve conter o juízo, a 
natureza do feito, o número de seu 
registro nos assentos do cartório, os 
nomes das partes e a data de seu início. 
Consultar CPC, art166 e 167. 
Importante salientar que o processo se 
inicia com a provocação do autor por 
meio da petição inicial. Depois de 
despachada pelo juiz, a petição vai ao 
escrivão que promoverá o primeiro ato 
de documentação do processo: a 
autuação. Dessa autuação surge um 
volume ao qual se vão acrescentando 
todas as petições e documentos 
relacionados com a causa. São os 
“autos do processo”, ou simplesmente 
“autos”(consultar este verbete). Sempre 
que o volume inicial se tornar muito 
grande, outros serão abertos, com 
novas autuações, com as mesmas 
cautelas do CPC, art. 166. Além disso, 
compete ao escrivão numerar e rubricar 
todas as folhas dos autos principais e 
suplementares (CPC, art. 167). 
69. Auxiliares da justiça: todas aquelas 
pessoas que de alguma forma 
participam da movimentação do 
processo, sob a autoridade do juiz, 
colaborando com este para tornar 
possível a prestação jurisdicional; 
considerando que os sujeitos principais 
do processo são necessariamente três 
(Estado, autor e réu), os auxiliares são 
pessoas que, ao lado do juiz, agem em 
nome do Estado no processo para a 
prestação do serviço devido às partes 
litigantes. Exemplos de auxiliares da 
justiça: escrivão, escrevente, oficial de 
justiça, perito, síndico, intérprete, etc. 
70. Aval: Garantia literal e expressa dada 
por pessoa que, não sendo sacado, 
endossante nem aceitante, apõe sua 
assinatura no anverso ou verso da 
cédula, assegurando o pagamento do 
título (letra de câmbio, nota 
promissória, cheque ou duplicata). 
71. Aviamento (Direito Empresarial): 
expectativa de lucros, a potencialidade 
de resultados positivos, de otimização 
do faturamento) é a aptidão do 
estabelecimento para gerar lucros, 
decorrente da boa organização de seus 
elementos integrantes. É a expectativa 
de bons resultados calcada em diversos 
fatores, cuja proeminência só pode ser 
diagnosticada em cada caso. Pode 
resultar de vários fatores como: a) 
aviamento subjetivo: atributos pessoais 
 
 
 
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do empresário ou de sua equipe de 
auxiliares (habilidade de correção nos 
negócios); b) aviamento objetivo: 
capitais, mercadorias, máquinas, 
métodos de fabricação e de comércio, 
relações com os fornecedores, 
localização adequada do 
estabelecimento na geografia da cidade 
(ponto comercial). 
72. Bacharel em Direito: qualificação 
dada àquele que conclui o curso de 
ciências jurídicas e sociais das 
Faculdades de Direito, sendo condição 
não só para inscrição nos quadros da 
Ordem dos Advogados do Brasil, 
quando, então, passará a ser advogado, 
como também para o ingresso na 
magistratura, no Ministério Público, 
nas procuradorias estaduais ou 
municipais, etc. 
73. Batida (Direito Processual Civil): 
diligência promovida pelo oficial de 
justiça para executar busca e apreensão 
de coisa ou pessoa, ante um mandado 
judicial. 
74. Benefício de ordem: direito que é 
assegurado ao fiador de exigir que o 
credor execute primeiro o devedor 
principal da obrigação, ou seja, que os 
bens do devedor principal sejam 
executados antes dos seus. 
75. Benfeitorias: melhoramentos na coisa 
com a finalidade de conservá-lo, 
melhorá-lo ou embelezá-lo. 
76. Benfeitorias necessárias: 
modificações feitas na coisa com o 
objetivo de conservá-la e evitar que se 
deteriore, como por exemplo a 
reparação de um telhado que ameaça 
desabar. 
77. Benfeitorias úteis: melhoramentos na 
coisa com o objetivo de aumentar ou 
facilitar o seu uso, como a construção 
de uma garagem numa casa. 
78. Benfeitorias voluptuárias: consiste 
na confecção de obras para mero 
deleite ou recreio, que embora 
aumentem o valor da coisa, 
simplesmente a embelezam, não tendo 
a finalidade de aumentar seu uso 
habitual, como a construção de uma 
piscina em uma casa. 
79. Boa-fé: correspondea uma intenção 
pura, isenta de dolo ou engano, com 
que a pessoa realiza o negócio ou 
executa o ato, certa de que está agindo 
na conformidade do direito, 
consequentemente, protegida pelos 
preceitos legais. Dessa forma, quem 
age de boa fé, está capacitado de que o 
ato de que é agente ou do qual 
participa, está sendo executado dentro 
do justo e do legal (De Plácido e Silva). 
80. Bom nome: reputação idônea. 
81. Bom senso: cautela e prudência 
utilizada no julgamento de uma 
questão. Consiste na habilidade de 
discernir o certo do errado, o 
verdadeiro do falso, de acordo com a 
sensibilidade do homem comum. Na 
interpretação do contrato, por exemplo, 
saber se uma pessoa agiu ou não com 
boa - fé é algumas vezes questão de 
mero bom senso. 
82. Busca: pesquisa feita, no arquivo 
judiciário, por serventuário da justiça, a 
pedido do interessado, para extrair 
certidão ou cópia de autos ou para 
prestar informações sobre processos 
findos e arquivados, mediante 
recebimento de emolumentos fixados 
em regimento de custas. Diligência 
levada a efeito por serventuário da 
justiça, por ordem da autoridade 
competente, para averiguar não só onde 
estão certos bens que devem ser 
penhorados ou coisas que devem ser 
apreendidas como também onde se 
esconderam pessoas que devem ser 
levadas a juízo. 
83. Busca e apreensão: medida cautelar 
específica decretada pelo órgão 
 
 
 
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judicante para busca e posterior 
apreensão de pessoa ou coisa a ser 
apresentada em juízo, mantendo-a à 
disposição judicial, a fim de garantir o 
exercício de um direito. Pode ser: a) 
pessoal, em que serão objeto da 
demanda tão-somente os incapazes e os 
menores, por estarem sujeitos à guarda 
e ao poder de outra pessoa, ou b) real, 
em que atingirá os bens móveis e 
semoventes, porque os imóveis apenas 
são suscetíveis de seqüestro ou arresto, 
conforme o caso. A busca e apreensão 
poderá ser decretada de ofício ou a 
requerimento da parte interessada. 
84. Capacidade postulatória: é a 
capacidade de exercer atividade 
processual através de pessoa 
legalmente habilitada a procurar em 
juízo. Assim, o ingresso das partes em 
juízo exige que, além da capacidade 
processual, outorguem mandato “ad 
judicia” a advogado legalmente 
habilitado, ou seja, inscrito na OAB, 
legítimo titular do “ius postulandi”. 
85. Capacidade de agir: consulte 
“capacidade processual”. 
86. Capacidade processual: aptidão para 
ingressar em juízo, requerendo algo 
judicialmente, por meio de advogado, 
sem necessidade de assistência ou 
representação de representante legal, 
por estar no pleno exercício de seus 
direitos. Possui esse direito aquele que, 
por ser capaz de ser parte, é sujeito da 
relação processual, podendo praticar 
atos no processo. É a “legitimatio ad 
processum”, que abrange a capacidade 
postulatória e a de ser parte. Terão 
capacidade processual semiplena os 
relativamente incapazes na área civil, 
devendo ser assistidos em juízo por um 
representante legal. Têm incapacidade 
processual os absolutamente incapazes 
para praticar atos na vida civil, que, em 
juízo, deverão ser representados por 
representante legal. 
87. Carência de ação: falta de uma ou 
mais condições da ação (interesse 
processual, legitimidade das partes e 
possibilidade jurídica do pedido). A 
ausência de qualquer uma dessas 
condições acarreta a extinção do 
processo sem julgamento do mérito, 
apesar de haver quem entenda que, 
quando a extinção se der por 
impossibilidade jurídica do pedido, o 
julgamento é de mérito. 
88. Carga: livro dos cartórios e secretarias 
dos tribunais no qual se discriminam os 
autos judiciais entregues à parte que 
pede vista fora do cartório. 
89. Carta de sentença: documento 
extraído dos autos do processo pelo 
escrivão e assinado pelo juiz para a 
instauração da execução provisória. Tal 
carta deve conter os requisitos do CPC, 
art. 590: autuação, petição inicial e 
procuração das partes, contestação, 
sentença exeqüenda e despacho do 
recebimento do recurso. 
90. Cartório: Na terminologia forense tem 
a significação de determinar, 
genericamente, toda espécie de ofício 
ou escrivania judicial, assim se 
compreendendo os tabelionatos, os 
registros e demais ofícios de serventia 
pública. Num sentido amplo, a palavra 
cartório sempre foi utilizada para 
indicar o local, ou a casa, onde se 
guardam os documentos, títulos ou 
papéis públicos, depois que não tenham 
mais função nas repartições onde se 
geraram. É, na verdade, sinônimo de 
arquivo. E neste sentido se chama de 
cartório ao arquivista de certas 
repartições públicas, a cargo de quem 
ficam os documentos e papéis da 
repartição, quando exercem seus 
efeitos. 
 
 
 
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91. Caso fortuito e força maior: O caso 
fortuito e a força maior caracterizam-se 
como excludentes de responsabilidade 
civil ante o seu caráter de 
imprevisibilidade, inevitabilidade, 
irresistibilidade e invencibilidade. Caso 
fortuito e força maior são 
“acontecimentos sobrevindos fora do 
domínio da vontade do agente”. Para o 
Direito Civil, os efeitos jurídicos do 
caso fortuito e da força maior são 
análogos, derivados da impossibilidade 
de serem evitados, por serem 
superiores às forças do homem e não 
serem evitáveis por sua ação ou 
vontade, como o desabamento de um 
edifício em razão de tempestade; 
naufrágio de um barco em virtude de 
maremoto, uma guerra ou revolução, 
um naufrágio, um raio ou uma 
inundação. Conformam, 
provavelmente, as mais conhecidas 
excludentes de responsabilidade, 
exatamente porque a ocorrência de tais 
fenômenos ou fatos eliminam a 
culpabilidade, já que são estranhos ao 
poder daquele a quem se imputaria a 
responsabilização, pois que se 
apresentam como inevitáveis. O caso 
fortuito, ou de força maior verifica-se 
no fato necessário, cujos efeitos não era 
possível evitar ou impedir. Sobre o 
assunto Álvaro Villaça de Azevedo se 
pronuncia no sentido de equiparar o 
caso fortuito à força maior, ao afirmar 
que o Código Civil, conceituou-os 
conjuntamente, sem preocupar-se em 
distingui-los, como sendo aqueles que 
se verificam no fato necessário, cujos 
efeitos não era possível evitar, ou 
impedir. Assim, o fato deve 
impossibilitar a realização 
obrigacional, não, por exemplo, 
simplesmente, estorvá-la ou onerá-la. 
Esse acontecimento deve ser tal, 
também, que não possa ser evitado pelo 
devedor”. Não é incomum o fato de, 
em alguns contratos, as partes 
incluírem uma cláusula de 
irresponsabilidade pelos riscos do caso 
fortuito e da força maior, porém, esta 
cláusula seria desnecessária, pois a 
irresponsabilidade surge da própria lei 
que libera o devedor das conseqüências 
do seu inadimplemento quando ocorrer 
caso fortuito e força maior. A polêmica 
doutrinária gerada em torno do tema 
em comento é antiga e extraordinária, 
especialmente no que diz respeito a 
serem, ou não, sinônimas as expressões 
caso fortuito e força maior. Como 
conseqüência das tentativas para 
substituição, pelo menos em parte, do 
tradicional sistema da culpa subjetiva 
pela responsabilidade objetiva, voltou 
o assunto a despertar particular 
interesse, pois, para ospartidários 
dessa tendência, a força maior seria, 
nos casos em que tal responsabilidade 
fosse admitida, uma causa de liberação 
atendível, diversamente do caso 
fortuito, pelo qual responderia o 
devedor. Existem doutrinadores que 
demonstram o caso fortuito como 
circunstância geradora do dano, mas 
originada do fato de outrem, enquanto 
outros entendem a força maior como 
fato que acarreta um dano, mas 
proveniente apenas da natureza, sem 
que se apresente sequer a mais remota 
intervenção humana. Força maior seria 
a circunstância geradora de dano, 
absolutamente independente da 
vontade humana (quer na sua origem, 
quer quanto à inevitabilidade de sua 
ocorrência), derivada, exclusivamente, 
de um fato da natureza, normalmente 
catastrófico. Ex.: vendaval, 
desmoronamento, alagamento, 
terremoto, maremoto. Por outro lado, o 
caso fortuito é uma circunstância 
geradora de dano derivada 
 
 
 
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originalmente, de um fato humano, 
embora não se possa aquilatar ou 
identificar o agente responsável, 
prejudicando a aferição do nexo de 
causalidade, mas conformando-se 
como circunstância danosa, cujos 
efeitos não se pode evitar ou impedir, a 
exemplo de atos de hostilidade ou de 
guerra, operações bélicas, revoluções, 
rebelião, insurreição, confisco, 
tumultos, greves, motins e atos 
relacionados ou decorrentes desses 
eventos. Como exemplos de força 
maior tem-se fenômenos relacionados 
às causas naturais, como terremoto, 
inundação, seca, geada, chuva de 
granizo, vulcão, tufão, incêndios não 
provocados e, como caso fortuito, o 
que resulte de fato alheio, embora não 
determinável ou identificável, mas 
inevitável enquanto evento danoso, 
como a greve, o motim, a guerra. 
Conforme lição de Sérgio Cavalieri 
Filho, “o caso fortuito e a força maior 
excluem o nexo causal por constituírem 
também causa estranha à conduta do 
aparente agente, imprevisível ou 
inevitável, ensejadora direta do evento. 
A imprevisibilidade, portanto, é 
elemento indispensável para a 
caracterização do caso fortuito, 
enquanto a inevitabilidade o é da força 
maior. Eis a razão pela qual a 
jurisprudência tem entendido que o 
defeito mecânico em veículo, salvo em 
caso excepcional de total 
imprevisibilidade, não caracteriza o 
caso fortuito, por ser possível prevê-lo 
e evitá-lo através de periódica e 
adequada manutenção. O mesmo 
entendimento tem sido adotado no caso 
de derrapagem em dia de chuva, 
porquanto, além de previsível, pode ser 
evitada pelo cuidadoso dirigir do 
motorista”. Posto isso, importa 
verificar sob que condições estas 
circunstâncias – caso fortuito e força 
maior – se apresentam, efetivamente, 
como excludentes de responsabilidade. 
Para que o caso fortuito e a força maior 
possam efetivamente apresentar-se 
como circunstâncias excludentes de 
responsabilidade. Assim, devem eles 
estar gravados pelo requisito objetivo 
da inevitabilidade e pelo requisito 
subjetivo da total ausência de culpa na 
produção do acontecimento. Porém, 
não é qualquer acontecimento, por mais 
grave e ponderável, bastante para 
liberar o devedor, porém aquele que 
impossibilita o cumprimento da 
obrigação. Se o devedor não pode 
prestar, por uma razão pessoal, ainda 
que relevante, nem por isto fica 
exonerado, de vez que estava adstrito 
ao cumprimento, e tinha de tudo prever 
e a tudo prover, para realizar a 
prestação. Se esta se dificulta ou se 
torna excessivamente onerosa, não há 
força maior ou caso fortuito. Para que 
se ache exonerado, é indispensável que 
o obstáculo seja estranho ao seu poder, 
e a ele seja imposto pelo acontecimento 
natural ou pelo fato de terceiro, de 
modo a construir uma barreira 
intransponível à execução da 
obrigação. Mas não basta que à sua 
vontade ou à sua diligência se 
anteponha a força do evento 
extraordinário. Requer-se, ainda, que 
não haja meios de evitar ou de impedir 
os seus efeitos, e estes interfiram com a 
execução do obrigado. Assim como as 
demais excludentes de 
responsabilidade, estas comentadas, 
caso fortuito e força maior, devem ser 
consideradas e examinadas sob tais 
rigores, de sorte a não admitirem 
situações de injustiça. 
92. Caução: garantia que pode ser 
prestada em juízo como medida 
acautelatória dos interesses das partes, 
 
 
 
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sendo determinada pelo juiz, de ofício, 
ou a requerimento das partes. 
Corresponde a uma obrigação acessória 
que consiste em garantia real ou 
pessoal dada pelo devedor quanto à sua 
solvabilidade. 
93. Causa de pedir: ou “causa petendi”, é 
a conjugação do fato relevante 
juridicamente, da relação jurídica que 
dele deriva e da conseqüência que se 
pretende num dado caso concreto. Seria 
o conjunto de circunstâncias que 
possibilitam ao autor fundamentar 
juridicamente seu pedido ao mover 
uma ação processual. Supõe a causa de 
pedir uma série de fatos que compõem 
o direito subjetivo do autor e o seu 
direito de demandar em juízo. 
94. Causa de pedir próxima (ou 
jurídica): fundamentação jurídica, 
enquadramento da situação concreta à 
previsão abstrata contida no 
ordenamento de direito positivo. 
95. Causa de pedir remota (ou fática): 
corresponde aos fatos constitutivos do 
direito do autor. 
96. “Causa petendi”: o mesmo que 
“causa de pedir” 
97. Cedente: a pessoa física ou jurídica 
que transfere débito, crédito ou direitos 
a outrem. 
98. Cessionário: pessoa física ou jurídica 
a quem se transfere um débito, um 
crédito ou um direito, por meio de uma 
cessão. 
99. Cessão: transferência de direitos e 
deveres de uma pessoa (cedente) a 
outra (cessionário). 
100. Cessão de crédito: negócio jurídico 
bilateral, gratuito ou oneroso, pelo 
qual o credor de uma obrigação 
(cedente) transfere, no todo ou em 
parte, a terceiro (cessionário), 
independentemente do consentimento 
do devedor (cedido), sua posição na 
relação obrigacional, com todos os 
acessórios e garantias, salvo 
disposição em contrário, sem que se 
opere a extinção do vínculo 
obrigacional. 
101. Cessão de débito: ou assunção de 
dívidas, corresponde à transferência 
dos encargos obrigacionais a quem 
passa a substituir o devedor na relação 
obrigacional. 
102. Cessão de contrato: transferência da 
posição ativa e passiva do conjunto de 
direitos e obrigações de que é titular 
uma pessoa física ou jurídica, 
derivados de contrato já realizado mas 
ainda não executado. 
103. Chamamento ao processo: 
modalidade de intervenção de terceiro 
em que é permitido ao demandado 
chamar ao processo: a) o devedor, na 
ação em que, sendo fiador, for réu; b) 
os outros fiadores, se apenas ele foi 
citado; c) os demais co-devedores 
solidários, se ele for o devedor 
acionado pelo credor para a obtenção 
do pagamento, total ou parcial, da 
dívida comum. 
104. Citação: ato pelo qual se dá ciência a 
alguém da instauração de um processo, 
chamando-o a participar da relação 
processual (CPC, art. 213). Ato 
processual escrito pelo qual se chama, 
por ordem da autoridade competente, o 
réu, ou o interessado, para defender-se 
em juízo. Com a citação o Estado, na 
pessoa do órgão judicante, vem a 
transmitir o teor do pedido do autor ao 
réu, estabelecendo,desde esse instante, 
a demanda judicial. Logo, com a 
citação válida poder-se-á: a) 
interromper a prescrição da ação; b) 
induzir litispendência; c) tornar 
prevento o juízo, concedendo 
prioridade do julgamento da causa ao 
juiz perante quem a citação se efetivar 
em primeiro lugar; d) constituir em 
 
 
 
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mora o devedor; e) tornar litigiosa a 
coisa. 
105. Citação com hora certa: é o modo de 
efetivar a citação quando a pessoa 
citada não é encontrada ou se esconde 
para evitá-la, caso em que o oficial de 
justiça, após procurá-la por três vezes, 
marcará hora certa do dia subseqüente 
ao do aviso para nela dar como 
promovida a citação. Se ainda assim o 
citando não for encontrado, deixará 
contrafé da certidão da ocorrência com 
qualquer pessoa de sua família ou, em 
sua falta, com qualquer vizinho seu. 
Essa citação é portanto, uma 
modalidade subsidiária da citação 
pessoal, admissível apenas quando o 
oficial de justiça perceber que o réu 
está se ocultando com o intuito de 
impedir a diligência citatória. 
106. Citação ficta: trata-se de uma „citação 
presumida‟, por operar-se mediante 
edital ou com hora certa. 
107. Citação pelo correio: trata-se da 
„citação postal‟, que é requerida pelo 
autor e deferida pelo juiz, para 
qualquer comarca do país, salvo: nas 
ações de Estado; quando pessoa 
incapaz e pessoa de direito público 
forem réus; nos processos de execução; 
se o réu residir em local não atendido 
pela entrega domiciliar de 
correspondência; e quando o autor a 
requerer de outra forma. A carta 
citatória deverá ser registrada e 
expedida com aviso de recepção para 
que, com a anexação deste aos autos, se 
possa comprovar a citação pela sua 
entrega ao destinatário. 
108. Citação por carta precatória: ato 
citatório solicitado pelo juiz do 
processo àquele da comarca onde o réu 
ou interessado deva ser comunicado da 
ação para defender-se em juízo. Se o 
réu estiver em território nacional, o juiz 
do processo, por não ter jurisdição na 
comarca onde sua citação deve ser 
efetuada, depreca ao da comarca onde a 
diligência citatória deva dar-se para 
que a providencie. O instrumento desse 
pedido feito por um juiz a outro da 
mesma categoria funcional é a carta 
precatória. 
109. Citação por edital: ato citatório 
efetuado por meio de aviso ou anúncio 
publicado na imprensa oficial ou 
particular e afixado na sede do juízo, 
ou divulgado pelo rádio, no caso de ser 
o réu desconhecido ou incerto, de se 
encontrar em local ignorado, incerto ou 
inacessível ou, ainda, se se tratar dos 
casos expressamente indicados em lei. 
110. Citação por oficial de justiça: ato 
citatório levado a efeito por meio do 
oficial de justiça, por ordem do juiz, 
que lhe entrega o mandado, quando 
vedada ou frustrada a citação pelo 
correio, para que, pessoalmente, 
procure o réu e cite-o, onde o 
encontrar, ou venha a executar a 
citação da pessoa da sua família ou de 
vizinho seu, no caso de não encontrar o 
citando porque este se escondeu para 
não ser citado. 
111. Cláusula: corresponde a uma 
estipulação acessória de um acordo de 
vontades. Cláusula seria um “artigo ou 
preceito que faz parte de um contrato 
ou de um instrumento público ou 
particular”. No contrato, a cláusula 
corresponde a um acordo acessório, 
que integra a relação negocial entre as 
partes, tornando-se parte integrante do 
negócio jurídico. Alias, Hans Kelsen 
ensina que o contrato designa tanto o 
procedimento específico pelo qual as 
partes criam direitos e deveres 
contratuais entre as partes contratantes, 
quanto a norma contratual criada por 
esse procedimento. Sobre cláusula, De 
Plácido e Silva enfatiza que “cláusula 
é toda manifestação da vontade 
 
 
 
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imposta em um contrato, ou ato, em 
virtude da qual se restringe ou se 
dispõe a respeito das condições em que 
o mesmo possa exercer seus efeitos em 
relação às partes que o elaboram e 
aceitam” (...) “num ato jurídico ou 
num contrato, há cláusulas que se 
dizem necessárias. Sem elas o ato 
jurídico ou o contrato não produzem 
efeitos, desde que se apresentam 
mutilados. Por outro lado, há cláusulas 
que, em se dizendo facultativas, não 
são de sua essência. E, se faltam, 
deixam o ato ou o contrato na valia 
que se lhes quis dar. Há ainda 
cláusulas que se dizem condições 
deduzidas da própria essência do 
contrato. Sendo assim, mesmo não 
mencionadas, têm força para exigir 
que sejam cumpridas”. Francisco 
Cavalcanti Pontes de Miranda: o 
negócio jurídico corresponde a um 
todo, o que faz da cláusula uma 
convenção à parte, ou um pacto adjeto, 
uma convenção inclusa, integrante do 
negócio jurídico. Seria incoerente que 
um termo ou condição, por exemplo, 
correspondesse a uma convenção à 
parte. Ou seja, o objeto, assim como o 
lugar e o tempo da prestação deverão 
estar indicados no próprio negócio 
jurídico, seja por uma frase explícita, 
implícita ou por incidência de regra 
jurídica dispositiva. Francisco 
Cavalcanti Pontes de Miranda explica 
que “as cláusulas ou são básicas, ditas 
também essenciais, por se referirem ao 
outorgante e ao outorgado, ou aos 
outorgantes e aos outorgados, ou ao 
que se há de prestar, em que lugar e 
quando, ou inexas, por serem 
concernentes a determinações de termo 
e condição, ou anexas, como o modus”. 
As cláusulas contratuais são, portanto, 
um acordo acessório, integrante do 
negócio jurídico, seja por instrumento 
público ou particular, objetivando a 
produção de efeitos almejados pelos 
contratantes. Decorrem de 
manifestação de vontade e têm como 
conseqüência, a princípio, uma 
vinculação obrigatória ao acordo 
firmado. 
112. Cláusula abusiva: É a manifestação 
por excelência do abuso do direito no 
contrato, pois abusa-se do seu direito 
quando, apesar de permanecer dentro 
dos seus limites, se visa um fim 
diferente daquele que o legislador 
objetivava. A autonomia da vontade 
nas manifestações contratuais poderão 
sofrer limitações relativas à adesão a 
contratos pré-elaborados ou contratos 
tipo, em que não se discutem as 
cláusulas contratuais como nos 
contratos paritários. Cláusula abusiva é 
toda aquela que oferece efetiva 
desvantagem a uma das partes 
contratantes, de forma a se caracterizar 
como leonina, onde o consumidor 
passa a ser desprestigiado pelo contrato 
firmado com o fornecedor de produtos 
e serviços. Ou seja, são cláusulas 
bastante onerosas para apenas uma das 
partes, o consumidor, caracterizando-se 
como ato abusivo, acarretando 
prejuízos aos que aderem e contratam 
por necessidade. 
113. Cláusula compromissória: 
estipulação contratual que tem por 
objeto direitos patrimoniais disponíveis 
em que as partes elegem para dirimir 
futuro conflito de interesses perante um 
juízo arbitral. Cláusula 
compromissória: convenção em que as 
partes, num contrato ou em documento 
apartado a ele referente, 
comprometem-se a submeter o eventual 
litígio relativo àquele contrato à 
arbitragem. Ou seja, é um negócio 
jurídico que determina a subtração da 
jurisdição estatal das controvérsias que 
 
 
 
VOCABULÁRIO JURÍDICO 
Prof. Ney Alves Veras 
 
 
 
Apostila atualizada em 27

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