Farmacobotanica_UNIFESP_-_Aula_01[1]

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03/07/2013
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Farmacobotânica
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CAMPUS DIADEMA
Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas
Definições em Farmacobotânica
Sistemática, nomenclatura, classificação e 
identificação de plantas medicinais
Definições em Farmacobotânica
• Planta medicinal
• Droga vegetal
• Droga derivada
• Matéria-prima vegetal
• Derivado vegetal
• Extrato
• Medicamento fitoterápico
• Princípio ativo de medicamento fitoterápico
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�Espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com
propósitos terapêuticos (RDC 14/2010)
Planta medicinal
�Planta medicinal ou suas partes, que contenham as
substâncias, ou classe de substâncias, responsáveis
pela ação terapêutica, após processos de coleta,
estabilização, quando aplicável, e secagem,
podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada
ou pulverizada (RDC 14/2010)
Droga vegetal
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�Produto derivado de animal ou planta, obtido
diretamente, ou seja, sem utilização de processo
extrativo delicado e que apresente atividade
farmacodinâmica, uso terapêutico ou farmacêutico
(OLIVEIRA; AKISUE, 2009)
Ópio – látex 
extraído dos 
frutos da 
papoula
Droga derivada
Terebintina – resina 
extraída do tronco de 
pinheiros
�Matéria-prima vegetal – planta medicinal
(fresca), droga vegetal ou o derivado vegetal
(RDC 14/2010)
�Derivado vegetal – produtos de extração da
planta medicinal in natura ou da droga
vegetal, podendo ocorrer na forma de extrato,
tintura, alcoolatura, óleo fixo ou volátil, cera,
exsudato e outros (RDC 14/2010)
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• É a preparação de consistência líquida, sólida ou
intermediária, obtida a partir de material animal ou vegetal.
O material utilizado na preparação de extratos pode sofrer
tratamento preliminar, tais como, inativação de enzimas,
moagem ou desengorduramento.
• O extrato é preparado por percolação, maceração ou outro
método adequado e validado, utilizando como solvente
álcool etílico, água ou outro solvente adequado. Após a
extração, materiais indesejáveis podem ser eliminados.
(Farm.Bras., 5ª edição, 2010)
Extrato
Fitocomplexo
• Substâncias originadas no metabolismo primário
e/ou secundário responsáveis, em conjunto, pelos
efeitos biológicos de uma planta medicinal ou de
seus derivados (RDC 14/2010)
fitocomplexo
princípio ativo isolado
Técnicas de separação 
de substâncias
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Medicamento obtido com emprego exclusivo de matérias-primas
ativas vegetais, cuja eficácia e segurança são validadas por meio
de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização,
documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas.
Os medicamentos fitoterápicos são caracterizados pelo conhecimento
da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela
reprodutibilidade e constância de sua qualidade.
Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na
sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou
naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais.
Medicamento fitoterápico
(RDC 14/2010)
�Substância, ou classes químicas (ex: alcaloides,
flavonoides etc.), quimicamente caracterizada, cuja
ação farmacológica é conhecida e responsável, total
ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do
medicamento fitoterápico (RDC 48/2004)
Ex.: RUIBARBO - A droga vegetal é constituída de rizomas e raízes
dessecados [...] contendo, no mínimo 2,5% de derivados
hidroxiantracênicos
Princípio ativo de medicamento 
fitoterápico
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processo extrativo + líquido extrator
DROGA EM PÓ
DROGA VEGETAL
cultivo
colheita
secagem
PLANTA MEDICINAL
moagem
EXTRATO
MEDICAMENTO 
INDUSTRIALIZADO 
OU MANIPULADO
ISOLAMENTO DE 
SUBSTÂNCIAS
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Sistemática, nomenclatura, 
classificação e identificação de 
plantas medicinais
• A sistemática vegetal tem por objetivo agrupar as
plantas dentro de um sistema
• Sistemas de classificação:
– Sistemas artificiais (baseiam-se em um único caráter. Ex.: flor)
– Sistemas naturais (baseiam-se na afinidade natural das plantas)
– Sistemas filogenéticos (baseiam-se nos caracteres evolutivos)
• Angiosperm Phylogeny Group (APG, APG II, APG III)
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Sistema de classificação de EICHLER
• Filogenia (ou filogênese) é o estudo da relação
evolutiva entre grupos de organismos (por exemplo,
espécies, populações), que é descoberto por meio de
sequenciamento de dados moleculares e matrizes de
dados morfológicos
• Cladística ou sistemática filogenética: escola de
classificação biológica que classifica
hierarquicamente as espécies em grupos ou táxons
baseada puramente no princípio filogenético, um
método evolutivo que classifica todos os seres vivos
baseando-se unicamente em suas relações evolutivas
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• Taxonomia vegetal é a parte da sistemática vegetal
preocupada com a identificação, classificação e
atribuição de nomes às plantas
- Identificação: é a determinação de um táxon como idêntico ou
semelhante a outro já conhecido anteriormente e descrito
como tal.
- Classificação: é a ordenação dos vegetais dentro de um táxon e
este dentro do sistema (de acordo com as afinidades naturais
ou grau de parentesco).
- Nomenclatura: está relacionada com o emprego correto do
nome das plantas.
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• Taxonomia vegetal é a parte da sistemática vegetal
preocupada com a identificação, classificação e
atribuição de nomes às plantas
- Identificação: é a determinação de um táxon como idêntico ou
semelhante a outro já conhecido anteriormente e descrito
como tal.
Táxon = agrupamento ou categoria taxonômica
Es.: espécie/gênero/ família
Identificação da 
espécie vegetal
Comparação com material 
previamente identificado 
ou com descrição da 
literatura
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Características
MACROSCÓPICAS
Forma
Consistência
Superfície
MICROSCÓPICAS
Organização de 
tecidos
Inclusões celulares
Literatura oficial: Farmacopeias
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Exsicata: planta seca, herborizada, depositada em 
coleções sistemáticas denominadas HERBÁRIOS
- Classificação: é a ordenação dos vegetais dentro de um táxon e
este dentro do sistema (de acordo com as afinidades naturais
ou grau de parentesco)
- Categorias taxonômicas
DIVISÃO
CLASSE
SUB-CLASSE
ORDEM
FAMÍLIA
TRIBO
GÊNERO 
ESPÉCIE
• ESPÉCIE: categoria básica 
da hierarquia taxonômica 
(CRONQUIST, 1968)
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Família
Gênero 1
B C D F
Gênero 2
b c d f
Gênero 3
A E I O
Gênero 4
a e i o
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� NOMENCLATURA: relaciona-se com as designações científicas
aplicadas às plantas e com os termos referidos às categorias ou aos 2
grupos taxonômicos utilizados pela Sistemática Vegetal (gênero e
espécie)
� Obedece a um conjunto de princípios, regras e recomendações
aprovados em Congresso Internacional de Nomenclatura Botânica e
publicados num texto oficial representado pelo Código Internacional
de Nomenclatura Botânica (ICBN)
� A nomenclatura científica é binomial e segue as regras gramaticais
do latim
Ex.: Ginkgo biloba L.
Paullinia cupana Kunth
Eugenia uniflora L.
CARL VON LINNÉ ou CAROLUS VON LINNAEUS, botânico sueco que 
primeiro aplicou o sistema binomial de designação de espécies vegetais
1753
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Capim limão
Capim santo
Capim cidró
Capim cidreira
Erva cidreira
Capim da Lapa (Bahia)
Lemongrass
Cymbopogon citratus (DC) Stapf.
Critérios comumente adotados na criação 
da nomenclatura
1. Caracteres morfológicos evidentes na planta
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2. Homenagem a personalidades
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3. Referência ao local de onde a espécie é nativa
Normas de nomenclatura botânica
• Instrumento normativo: Código Internacionalde Nomenclatura Botânica 
(ICBN)
• A cada nível hierárquico corresponde uma terminação:
DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA (ANGIOSPERMAS)
CLASSE MAGNOLIOPSIDA (DICOTILEDÔNEAS)
SUB-CLASSE ROSIDAE
ORDEM FABALES
FAMILIA CAESALPINIACEAE
TRIBO CAESALPINIEAE
GÊNERO Caesalpinia
ESPÉCIE Caesalpinia equinata Lam.
Obs.: Para os epítetos genérico e específico não há terminação previstas
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Paullinia cupana Kunth
* EPÍTETO = palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa
EPÍTETO GENÉRICO EPÍTETO ESPECÍFICO
Nomenclatura binomial
“O teor de cafeína das sementes de Paullinia cupana analisadas...”
“O teor de cafeína das sementes de Paullinia cupana analisadas...”
“O teor de cafeína das sementes de Paullinia cupana analisadas...”
NOMES CORRESPONDENTES A CATEGORIAS SUPRA-GENÉRICAS 
(FAMÍLIA, TRIBO ETC.) NÃO PRECISAM SER DESTACADOS:
“São comuns representantes de Poaceae, Asteraceae e Myrtaceae nos 
cerrados”
Os epítetos genérico e específico devem aparecer 
em destaque no texto (itálico, sublinhado)
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Exemplo: Caesalpinia echinata Lam.
Lam. Refere-se a Lamarck, que criou e publicou o
binômio, ao descrever pela primeira vez o pau-brasil
Obs.: O NOME DO AUTOR NÃO É DESTACADO.
O nome científico é acompanhado do nome do 
autor da combinação binomial
Exemplo: Zanthoxylum amapaense (Albuq.) P.G.Waterman
Em 1968, Albuquerque publicou o binômio Fagara amapaensis.
Fagara amapaensis Albuq.
Em 1975, P.G.Waterman analisou indivíduos da mesma
espécie e concluiu que ela estava mal posicionada em Fagara,
transferindo-a para Zanthoxylum.
Zanthoxylum amapaense (Albuq.) P.G.Waterman
Em alguns casos, há dois nomes de autores 
associados ao nome da espécie
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Combinações criadas por um autor e publicadas 
por outro
Os híbridos obtidos por cruzamentos no melhoramento
genético recebem nomes com a notação x entre os epítetos
genérico e específico
Exemplo: Mentha x piperita L.
É uma hortelã híbrida obtida pelo cruzamento de Mentha
aquatica e Mentha spicata.
Nomes de híbridos
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Quando não se conhece a espécie (ou as espécies) de
que se está tratando ou não há interesse em referir a(s)
espécie(s), usa-se, no lugar do epíteto específico, as
abreviaturas sp. (uma espécie) ou spp. (várias espécies)
em fonte normal, não sublinhada.
Ex.:
Cascas de Cinchona spp. durante muitos anos foram
utilizadas para o controle da malária – Várias espécies
foram usadas.
Referência a espécie(s) indefinida(s)
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Herborização
• Este processo consiste na secagem de exemplares
coletados, através de técnicas simples, procurando-
se preservar a forma e a estrutura dos mesmos.
Quando isto não for possível, por questão de
dificuldades no tamanho ou na raridade do
material, é válido usar recursos fotográficos.
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O que são Herbários?
• Herbários são valiosos bancos de dados que
armazenam ampla informação sobre plantas
individuais, representativas de espécies e de
populações naturais ou cultivadas
• As exsicatas de cada planta são amostras
desidratadas e conservadas de maneira
sistemática e organizada, dando suporte à
diversas pesquisas científicas
Manejo de herbários
• a) Herborização das coleções - prensagem, triagem,
secagem e montagem das exsicatas - colagem dos
ramos e etiqueta em folha de cartolina e
• b) Incorporação ao acervo - numeração, registro e
arquivamento. Para isso, as coleções precisam ser
obtidas através de expedições à campo ou por meio
de intercâmbio entre herbários.
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Montagem de exsicata
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Exsicata: 
Planta seca, 
herborizada
Ficha de 
informações:
Nome científico,
família, local (GPS),
data, coletores,
dados sobre a
planta etc.
Etiqueta de identificação
No. de registro na coleção/ 
tombo ou código de barra