Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FIT 340 – CAFÉ 17 de outubro / 2012 Ney S. Sakiyama Departamento de Fitotecnia sakiyama@ufv.br TÓPICOS: 1) Diferenças entre café arábica e café robusta 2) Aspectos da morfologia e fisiologia do cafeeiro 3) Fatores de impacto na qualidade de bebida MINAS GERAIS = 52,8 % NA SAFRA 2011 Fonte: Conab Produção nacional de café (arábica + robusta) Observação: bienalidade Fonte: Conab Para uso interno somente. Coffea arabica ± 74% da produção Coffea canephora ± 36% da produção Produção arábica e conilon, safras 2011 e 2012 http://www.plantsciences.ucdavis.edu/gepts/Gepts%20AIBS-NABT%20Chicago%202004.pdf Centros de domesticação de plantas cultivadas Gepts, 2002, 2003 Para uso interno somente. Maurin et al., 2007. Annals of Botany 100: 1565–1583. África: 41 spp. Madagascar: 60 spp. Mascarenhas: 3 spp. Total: 104 spp. Habitat Natural de Coffea L. Davis et.al;, 2006. Botanical Journal of the Linnean Society, 152: 465–512. Para uso interno somente. Para uso interno somente. BOTÂNICA DO CAFEEIRO 1) Taxonomia: Família Rubiaceae Subfamília Ixoroideae Tribo Coffeeae (possui 11 gêneros, incluindo Coffea e Psilanthus) Gênero Coffea L. Subgêneros Coffea e Baracoffea Espécies: 95 de Coffea + 9 de Baracoffea = 104 espécies 2) Espécies consumidas: Coffea arabica L. (café arabica) Coffea canephora Pierre ex Froehner (café robusta) Coffea liberica Bull ex Hiern (café libérica ou excelsa) Var. Típica Var. Bourbon SG1 Kouillou SG2 Robusta Guineano Congolense Mapa: Maurin et al., 2007. Annals of Botany 100: 1565–1583. R Co Ca G M E C. canephora, congolense África Central: R = Rep. África Central Co = Congo Ca = Camarões C. canephora, guineano África Ocidental: M = Costa do Marfim G = Guinea C. arabica E = Etiópia SG1 = Kouillou SG2 = Robusta Domesticação de C. arabica e C. canephora Em vermelho: Berthaud, 1986; Montagnon et. al., 1992; 1998. Para uso interno somente. Gargalo genético imposto às espécies cultivadas Para uso interno somente. Para uso interno somente. Principais diferenças entre Coffea arabica e Coffea canephora: C. arabica: C. canephora: 2n = 44 2n = 22 autógama alógama unicaule multicaule bebida superior rica em sólidos solúveis origem altas altitudes origem baixas altitudes Autógama x alógama: Ambas as espécies, C. arabica e C. canephora, produzem flores hermafroditas, com pólens e óvulos viáveis. A auto-compatibilidade de C. arabica está associada à cleistogamia (a auto-polinização ocorre antes da antese, promovendo a auto- fertilização). A auto-incompatibilidade de C. canephora é genética gametofítica, controlada pela série de alelos do gene S (quando o alelo do pólen é igual a um dos dois alelos do estilo, a formação do tubo polínico é inibida, interrompendo o processo de fertilização). Da mesma forma, duas plantas geneticamente idênticas quanto ao gene S (por exemplo, plantas do mesmo clone) não se fecundam. Temperatura: . C. arabica: origem Etiópia Região tropical de altitude, TºC amena, úmida. . C. canephora: origem África Central Região equatorial baixa, quente e úmida. Para uso interno somente. Café arábica x C. Eugenioides 2n = 2x = 22 C. canephora (ou C. congensis) 2n = 2x = 22 C. arabica 2n = 4x = 44 Fonte: Carvalho, C.R. Origem do café arábica: híbrido interespecífico diplóide diplóide alotetraplóide e Para uso interno somente. 1 planta 1 planta Typica Bourbon “O Brasil é um imenso cafezal oriundo de poucas plantas.” (Alcides Carvalho) Iêmen Etiópia Amsterdã Histórico do café arábica no Brasil Para uso interno somente. Típica introdução em 1727 Bourbon Vermelho introdução em 1852 Maragogipe seleção em 1870 Amarelo de Botucatu seleção em 1871 Sumatra introdução em 1896 Bourbon Amarelo hibridação em 1930 Mundo Novo hibridação em 1931 Caturra seleção em 1930 Catuaí hibridação em 1949 Acaiá seleção Rubi e Topázio hibridações - Histórico das introduções, seleções e hibridações no Brasil Para uso interno somente. Outros genitores: Híbrido de Timor Icatu C. racemosa A origem do Icatu e do Híbrido de Timor x C. canephora C. arabica Icatu e Híbrido de Timor Para uso interno somente. Fotos: Fontes, 2003 (tese UFV) Para uso interno somente. Principais cultivares derivados de Icatu e Híbrido de Timor: De Icatú: Icatu Vermelho e Icatu Amarelo De Híbrido de Timor: IAPAR 59 Catucaí Oeiras Paraíso Catiguá Pau-Brasil Sacramento Lista de cultivares de café: consulte o site do Ministério http://www.agricultura.gov.br/ entre em SEMENTES E MUDAS Para uso interno somente. Variety Production % Arábica 562 100 Caturra 748 133 Sumatra 906 161 Bourbon Vermelho 1181 210 Bourbon Amarelo 1646 293 Mundo Novo 2220 395 Catuaí 2356 356 Icatú 2000 356 Fonte: Carvalho, 1981. Para uso interno somente. Progresso das cultivares de café Para uso interno somente. Morfologia do cafeeiro: . Planta perene, arbustiva e lenhosa . Folhas inteiras, coriáceas, persistentes, pecíolos curtos . Ramos dimórficos . Flores completas, hermafroditas . Fruto drupa com 2 sementes plano-convexas (chatas) . Sementes com endosperma verdadeiro + embrião com 2 cotilédones . Raiz pivotante Para uso interno somente. Ramos dimórficos: ortotrópico e plagiotrópico Ramos plagiotrópicos ou produtivos Ramo ortotrópico ou vertical Para uso interno somente. Para uso interno somente. Gemas e ramos de cafeeiro Fonte: Informe Agropecuário, 1985. Ramo ortotrópico Ramo plagiotrópico Para uso interno somente. RAMO ortotrópico ou vertical ou caule: É o eixo principal, o caule. Folhas opostas decussadas (cruzadas) À partir do 6º - 8º nó: ramos laterais opostos e alternados A gema “cabeça de série” formadora de ramo plagiotrópico é única, não surgindo mais de um no mesmo lugar. entretanto, as gemas seriadas de ramos ortotrópicos podem emitir outros ramos ortotropicos. Normalmente, o caule não produz flores e frutos Para uso interno somente. RAMO plagiotrópico ou laterais ou produtivo: Folhas opostas no mesmo plano horizontal. Para uso interno somente. FOLHAS: . Inteiras, coriáceas, persistentes, pecíolos curtos . Opostas e cruzadas em ramos ortotrópicos . Opostas em plano horizontal em ramos plagiotrópicos . Causa de abscisão foliar: seca, alta TºC, baixa reserva nutricional Para uso interno somente. FLOR E INFLORESCÊNCIA: Foto: Guerreiro Filho e outros,, 2008 Para uso interno somente. FLOR E INFLORESCÊNCIA: . Flor completa, hermafrodita . Cleistogâmica (arábica) ou incompatível (robusta) . Corola gamopétala, pentâmera, branca . 5 estames presos ao tubo da corola . Ovário inferior com 2 lojas, com 1 óvulo cada . Cálice rudimentar, pentâmero . Inflorescência tipo homotático composto, em glomérulos ou rosetas, com 2 a 9 flores subsésseis ou de pedicelos muito curtos, nas axilasdas folhas. Para uso interno somente. O FRUTO é uma drupa com 2 lóculos (duas sementes) Exocarpo ou casca Mesocarpo ou mucilagem Endocarpo ou pergaminho Endosperma ou albúmen Café verde (café beneficiado) = endosperma + embrião Cada semente poussui 1 embrião com 2 cotilédones muito pequenos. Portanto, o café verde é basicamente o endosperma. O fruto é uma drupa com 2 lóculos (duas sementes) Testa ou película prateada Para uso interno somente. Para uso interno somente. Para uso interno somente. Fruto vermelho Fruto amarelo Cor do fruto maduro Para uso interno somente. RAIZ: . Pivotante (até 50 cm) . axiais: em número de 4 a 8 até 2 a 3 m de profundidade . laterais . Raízes finas ou absorventes: 70% até 30 a 40 cm profundidade Para uso interno somente. Fonte: Matiell et al., 2005. Sistema radicular em corte no solo Para uso interno somente. Fases fenológicas do cafeeiro Para uso interno somente. Para uso interno somente. Para uso interno somente. Fatores de Impacto na qualidade de bebida: Cultivar Colheita e pós-colheita ambiente Cultivar Colheita e pós-colheita ambiente Para café de commodity: Para café especial: Para uso interno somente. COLHEITA I – INFORMAÇÕES PRELIMINARES: 2) A maturação dos frutos do cafeeiro pode ser desuniforme, devido à genética, às várias floradas e à variação da exposição solar. 3) Em cafeeiros adultos, o terço superior pode amadurecer primeiro. 4) Em cafeeiros novos, a uniformidade de maturação é maior. DESUNIFORMIDADE NA COLHEITA Para uso interno somente. 1) O fruto cereja, fisiologicamente maduro, tem o potencial de produzir a máxima de qualidade de bebida do café. 2) Frutos verdes são adstringentes. 3) Frutos passas e secos podem ter sofrido fermentação. Para uso interno somente. II - OPERAÇÕES DA COLHEITA: ARRUAÇÃO: operação de limpeza sob a saia do cafeeiro, amontoando as impurezas nas entrelinhas. Efetuar antes da queda de frutos. Não danificar raízes. DERRIÇA: operação de destacar os frutos do pé de café. Não misturar com frutos caídos do chão (café de varrição). AMONTOA: operação de juntar o café derriçado. ABANAÇÃO: operação de pré-limpeza de poeira, gravetos, folhas, torrões e pedras. ENSAQUE: operação de recolhimento do café em balaios, sacos ou outra embalagem, normalmente com 60L. TRANSPORTE: retirada do café da lavoura para o terreiro. Transportar no mesmo dia! Pode-se medir o volume colhido por cada colhedor, antes do transporte. REPASSE: operação de recolher do chão o café caído do pé (café de varrição). Importante controle da broca-do-café da próxima safra. ESPARRAMAÇÃO DO CISCO: operação de desfazer as leiras da operação de amontoa, repondo a cobertura morta sob a saia do cafeeiro. Para uso interno somente. III - CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE COLHEITA: 1) Colheita manual: . Com derriça no chão . Com derriça no pano . Com colheita a dedo 2) Colheita mecanizada: . Com abanadoras . Com recolhedora de grãos . Com derriçadoras pneumáticas . Com derriçadoras acionadas . Com colhedora automotriz Para uso interno somente. Para uso interno somente. Para uso interno somente. Para uso interno somente. Para uso interno somente. PÓS-COLHEITA UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE CAFÉ – UFV/DFT Exocarpo ou casca Mesocarpo ou mucilagem Endocarpo ou pergaminho Endosperma ou albúmen Testa ou película prateada ARMAZENAMENTO Boa qualidade de bebida Para uso interno somente. VOLUMES E PESOS DE CAFÉ: 1 Kg café beneficiado 2 Kg de café em côco 4 Kg de café da roça 60 Kg de café beneficiado 120 Kg de café em côco (proporção 1 benef :2 côco) 60 Kg de café beneficiado 450 a 500 L de café cereja 60 Kg de café beneficiado 370 L de café passa 60 Kg de café beneficiado 330 L de café em côco 60 Kg de café beneficiado 4 arrobas de café em côco 1 arroba de café em côco 30Kg de café em côco 1 arroba de café em côco 15 Kg de café beneficiado 1 arroba de café em côco 110 a 120 L de café da roça 60 Kg de café beneficiado 210 L café despolpado 60 Kg de café beneficiado 80 a 85 Kg de café despolp. Peso de grâo despolpado 40% de peso de cereja mad. Peso saca de café vazia 480 a 520 g Tamanho saca de café vazia 90-100cm x 60-70 cm Peso da saca de café benef. 60,5 Kg 1 medida, alqueire ou balaio 60 L de café da roça (Variável por região)
Compartilhar