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Os Fundamentos e o Instituto da Recuperação de Empresas I Unidade

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Disciplina: 
Os Fundamentos e o Instituto da Recuperação de Empresas 
–
 
I 
UNIDADE
Grupo de Estudo – 2016.1
 
 Professora: 
Nadialice
 
Fancischini
O direito falimentar até 2005 era regulamentado pelo decreto lein° 7661/45. No decreto lei tinha dois institutos: a falência e a concordata. O instituto da falência é quando o empresário não tem mais condições de pagar suas divida, ele pede a falência, pois a falência permite que o empresário encerre a atividade com certos benefícios (sem pagar todas as suas dividas), reduz o prazo prescricional das obrigações. Já a concordata, é o caminho inverso, onde o empresário devia, não tinha condições de pagar, más tinha uma possibilidade que ele pudesse se organizar, então ele pedia a concordata. Existia a concordata preventiva, que era antes do processo de falência, e a concordata repressiva, onde era pedido depois do processo de falência. O empresário pedia a concordada, em um lapso temporal de 2 anos ( nunca inferior), para poder se reorganizare pagar todo mundo. No prazo da concordata não havia cobrança de juros e de multa. Então, a divida se estagnava, o empresário se organizava e pagava sua divida. Entretanto, sabe-se que o judiciário é lento, e os processos de concordata duravam anos, e a consequentemente a concordada começou a ser vista como pretexto dos empresários não pagar a divida. Ainda existem processos de concordatas em curso, assim como ainda existem processos de falência que é regido pelo Decreto Lei. 
A lei 11.101/2005 muda o foco do processo, permanecendo a falência e substituindo a concordata por recuperação. Essa lei apesar de trazer institutos que se assemelham a falência e ainda tem a função de encerrar a atividade quando o empresário não tem condição de pagar. E a recuperação tem como finalidade da um tempo ao empresário para que ele se recupere, há uma mudança na visão do processo. Antes pelo Decreto Lei, os processos, os instrumentos processuais estão nas mãos dos empresários, ou seja, era o empresário que decidia o que fazer, decidia quando pedia falência, quando pedia concordata, era o sujeito ativo do processo. A lei 11.101/2005 tira o empresário como sujeito ativo do processo, e coloca como sujeito passivo, e coloca o credor (aquele que realmente interessa no processo) como sujeito ativo. Então, quem tem na mão os instrumentos da falência, os instrumentos da recuperação é o credo, não mais o empresário, porque imagina-se se eu tenho 1 milhão de reais na receita, eu vou fazer todos os meios para que eu receba isso o mais rápido possível, contratando então advogado, diligenciando o processo. 
Obs: Processos que se iniciaram antes da Lei 11.101/2005, continuam sendo regido pelo Decreto lei. E os que se iniciaram depois da Lei 11.101/2005serão regido por tal lei. 
Existem dois tipos de recuperações: as judiciais e as extrajudicial.
Judicial: Todo curso do processo é judicial
Extrajudicial: Parte inicial (parte da negociação) ocorre no processo judicial. Vem para o judiciário para ser apreciado. 
FONTES
A principal fonte é a lei 11.101/2005. ( artigo 1º ao 163...antes da parte de crimes falimentares).
CPC. No que a lei for omissa, usa-se subsidiariamente do CPC.
O CC também é fonte. Não processual, más material. Ex: No cc que você acha quem é empresário, quem é sociedade empresaria. 
Leis esparsas: Lei de Protesto etc. 
Jurisprudência: Existem mais julgados de falência no Rio de Janeiro e São Paulo, pois tem vara especializada em falência. Normalmente o processo anda mais rápido, e consequentemente terá mais julgados. Más a Bahia também tem julgados. 
Doutrina: Questionamentos doutrinários.
PRINCIPIOS
Aplicam-se todos os princípios gerais processuais (duplo grau de jurisdição, juiz natural etc. Mas existem os princípios específicos, tais como :
PRINCIPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA: è um principio de direito material, más tem um foco processual, no momento em que a lei de falência diz que o objetivo da lei de falência é a manutenção da empresa. Empresa é a atividade economicamente organizada para a produção, circulação de bens e serviços. A unidade produtiva não tem problema, aatividade não esta dentro do grupo, ela não foi bem organizada, e se ela não foi bem organizada, a culpa não é dela, e sim do empresário. Toda empresa gera emprego e renda, e o processo de falência é a falência do empresário, e a recuperação da empresa, porque quemfale é o sujeito e não a atividade. A atividade não tem culpa de ser mal administrada,tira-se o administrador ruim e coloca um melhor, o que faz com que a empresa dê lucro. Então busca-se com o processo falimentar, e com o processo de recuperação, manter a unidade produtiva. Manter a função social da atividade produtiva, que é a geração de renda, para a manutenção de empregos. 
Artigo 75: A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
MANUTENÇÃO DA EMPRESA: É a manutenção da atividade produtiva. Se o empresário não sabe fazer que aquela atividade produtiva dê lucro, ele não sabe ser empresário. Então, ele sofrerá a falência e recupera-se a unidade produtiva.
IGUALDADE DOS CREDORES: Igualdade matéria, e não formal. Iguala-se os iguais e desiguala os desiguais. Então, se é trabalhador, todo trabalhador é igual. Más se é trabalhador e fisco, como são diferentes, não será trados de forma igual. Isso faz com que há uma ordem de preferência decredores. Más dentro dessa ordem de preferencia de credores, não posso tratar iguais quem é diferente. 
REDUÇÃO DO CUSTO DO CRÉDITO: Se o credor vem para dentro do precoce para ter em mãos os instrumentos do processo, se o credor é quem maneja o processo. Quanto mais fácil eu vou ter a recuperação do credito, menor será o custo do credito. O SPID ( o custo do credito reduz, pois se o credor recupera o credito mais rápido, 
CELERIDADE PROCESSUAL: Também partindo do principio que os credores estão dentro do processo, e que eles querem receber o dinheiro mais rápido possível, eu vou fazer com que o processo seja mais rápido. Os prazos aqui são de 05 dias.
Obs: O novo CPC trouxe uma mudança na contagem dos prazo. Agora os prazos passam a ser uteis, salvo prazo em hora. 
INTERVENÇÃO DOS CREDORES:Os credores entram no processo para manejar os instrumentos. 
SEGURANÇA JURIDICA :Com a lei 11.101/2005 trouxe mais que impeça o empresário de não pagar dividas propositadamente. A falência é um fato lamentável, más ela deve ser usada com sabedoria. 
IV) CRISE EMPRESARIAL
	A falência responsável nascerá das crises. Existem três tipos:
ECONOMICA: A crise econômica é uma crise de conjuntura socioeconômica, ou seja, ela é de fora pra dentro. Assim, você tem uma conjuntura que fez com que aquele setor passasse por momento de dificuldade, e eventualmente algumas empresas daquele setor não vão conseguir aguentar, então terá processo de falência e processo de recuperação. 
FINCANCEIRA: É uma crise de fluxo de caixas. Tenho bens, más meus bens são de difícil recuperação. Não tenho dinheiro para pagar meus credores. As vezes o patrimônio é suficiente para pagar 3 vezes a divida que tenho, más não consigo liquidar. O credor quer dinheiro e não bens. Ex: Banco econômico entrou em processo de liquidação de falência, ele tinha muito dinheiro, muito credito em patrimônio, más o patrimônio econômico estava em divida a longo prazo do governo, que vencia à época 50 e 60 anos. Não tinha dinheiro em caixa para pagar os credores naquele momento. Outro exemplo é o moinho da Bahia, onde tinha os bens, más não tinha dinheiro e ninguém queria comprar os moinhos. Então, decidiram arrendar o moinho, e com o dinheiro ir pagando os credores, até pagasse tudo, ou que alguém comprasse o moinho.
PATRIMONIAL: Não tem patrimônio, nem dinheiro. È o verdadeiro falido. A lei não faz diferença entre as crises. 
Importante: Fabio Ulhoa Coelho diz que issoé um equivoco. Pois não poderia tratar da mesma forma o empresário queestava passando por dificuldade por uma crise que não foi causada por ele, um empresário que tem bens más não tem dinheiro, do empresário que não tem dinheiro, nem patrimônio. Ele acha que teriam que ter tratamento diferenciado. (posição minoritária). Sendo assim, sem distinção, estes que já fora citados terá o mesmo tratamento, de acordo com a doutrina majoritária. 
Conceito de Direito
FALIMENTAR
MATERIAL
PROCESSUAL
OBJETIVO DO PROCESSO
A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
LEI No 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005.
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. 
Está lei se aplica ao empresário e a sociedade empresarial. A lei que criou a EIRELE alterou tacitamente (OBS.: Não há alteração expressa) a lei 11.101, inserindo no artigo 1º a EIRELE. São, portanto, três os sujeitos submetidos à lei 11.101: O empresário, a sociedade empresarial e a EIRELE. 
Existem exceções quanto ao empresário, estando no artigo 2º. 
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
 I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
A LEI não se aplica, mas está não é o único dispositivo legal que trata da falência/insolvência empresarial, portanto, as exceções contidas no artigo 2º estão sujeitas a falência, mas não nos moldes da lei 11.101.
- A empresa pública e a sociedade de economia mista são excluídas porque são de regime de direito administrativo diferenciado (regida por regime de direito público, quando o interesse é publico, e nos demais caso é regida por regime de direito privado), fazem parte da administração indireta. A empresa pública tem um único sócio, e a sociedade de economia mista tem capital controlador (tem controle estatal), admitir a falência delas é admitir a falência do próprio estado, por isso a própria lei que as cria deve prevê como que dará o processo de liquidação e dissolução no caso de falência. 
- A importância daqueles dispostos no inciso II não se dá em função do empresário, nem de sua atividade, mas da grande quantidade de pessoas/consumidos que se relacionam com eles. Se fosse permitida a falência propriamente dita pela lei 11.101 iria colocar os consumidores em igualdade com os credores, e os consumidores são hipossuficientes, precisam ser regulamentados de forma diferente. O Estado não permite a falência por meio da 11.101 por uma questão de mercado, para que a sociedade não perca a confiança nesses entes (não sendo interessante para o estado, porque ele não pode prestar assistência médica para todo mundo por exemplo). As instituições financeiras são à base do sistema financeiro que nós temos, e por isso o estado trata-as de modo diferente, para que a confiança no próprio estado também não seja perdida. Estas instituições sofrem um processo de interdição pelas agencias reguladoras (banco central, por exemplo). 
	EXEMPLO: João da Silva, empresário, tem Pedro Santos e Leonardo Cardoso como sócios investidores, e juntos foram à sociedade AB LTDA. Podem sofrer falência ¿O nome empresarial representa duas condições: Novidade e veracidade. Se a sociedade tem o nome AB LTDA, deve obedecer as regras da sociedade limitada, mas se ela não se adaptou as regras do nome quer dizer que ela está irregular, ou se não tem registro, a sociedade também é irregular. Sociedade irregular é empresaria, porque a regularidade não é condição para ser empresaria, para ser sociedade empresária basta ter pluralidade e animus. Portanto, por ser empresaria a sociedade irregular pode sofrer falência;
E a Sociedade em Conta de Participação sofrer falência¿ A Sociedade em Conta de Participação sofrer falência pela sua estrutura é um ente despersonificado, não existe no mundo jurídico. É o único tipo de sociedade em que o sócio é o empresário, quem vai falir é o empresário da situação (sócio ostensivo);
E a Sociedade Simples pode falir¿ Artigo 966 p. único do CC. A Sociedade Simples, é sociedade NÃO empresaria, portanto, não pode falir. 
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
- COMPETÊNCIA: I) Se for empresa estrangeira (tem sede fora do Brasil), o juízo competente é o local onde ele tiver agencia, filiar, serve até mesmo escritório de advocacia que a represente. Se a empresa estrangeira tiver duas filiais no Brasil, portanto dois juízes competentes, como se resolve¿ Usa-se a regra da prevenção / II) Se a empresa é nacional (tem sede no Brasil), incluído a empresa nacionalizada usa-se o conceito de principal estabelecimento. A jurisprudência entende que o estabelecimento principal está no local onde há o maior número de funcionários, porque se entende que no processo falimentar de todos os credores o trabalhista é o mais hipossuficientes, e merece tratamento diferenciado começando desde o inicio do processo (OBS.: A competência é relativa, se foi dada entrada no processo em juízo competente, após observa-se essa característica, será remetido ao juízo competente). A vara depende da organização do estado.
- Fixado o juízo competente, este tem algumas características que estão no artigo 76.
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
 - CARACTERÍSTICAS: I) Unitário: Só existe UM juízo competente, uma vez que a ação for iniciada aquele passa ser o juízo competente, não pode haver varias ações tramitando ao mesmo tempo; II) Universalidade: O juízo é competente também para julgar toda e qualquer ação de interesse da massa falida, dos sócios e dos credores, relacionado a empresa. Há uma atração de todas as ações, para que não haja decisões contraditórias. Existem três exceções de natureza constitucional: 1 – Trabalhista, a competência para conhecer e julgar é na Justiça trabalhista conforme previsão constitucional; 2 – Causas em que a União é parte, serão julgadas na Justiça Federal; 3 – Ações fiscais serão julgadas nas varas de fazenda pública (OBS.: Essas exceções são para conhecimento do processo, para dizer o direito, se tem razão ou não, se existe crédito ou não). III) Indivisibilidade: Depois de transitado em julgado deve-se trazer para o processo falimentar para fazer o pagamento que é feito dentro de uma ordem. O Juízo falimentar é indivisível, só ele pode fazer pagamentos aos credores. Tem uma única exceção, que não está na lei, foi criada pela doutrina e consolidada pela jurisprudência: A existência de bens em praça. Em ação de execução do bem está em praça (só é considerada em pagamento depois da publicação de edital convocando para leilão). Esse credor terá um tratamento diferenciado. No entanto, deve ser a primeira praça, e tem que obter êxito na praça, porque se não, será remetido para o processo falimentar, e se for vendido e sobrar dinheiro irá para o processo falimentar. 
O PROCESSO FALIMENTAR TEM DUAS FASES:
1ª FASE: Fase pré-falimentar ou de conhecimento. Irá reconhecer se é falido ou não. Começa com petição inicial e termina com a sentença. Se a sentença reconhecer que não é falido o processo acaba, e se for falido passa para 2ª fase. 
- Nessa fase tem autor e réu. O empresário pode ter interesse na falência, se algum credor iniciaro processo de falência, o empresário pode não se opor e não será chamado de réu, mas de legitimo passivo. 
- Legitimo passivo é sempre o empresário, quem sofre o processo de falência;
- Legitimo ativo é aquele que tem legitimidade para inicial o processo de falência. Artigo 97.
2ª FASE: Fase falimentar ou executiva. Nessa fase irá pagar os bens do declarado na 1ª fase como falido e pagando-se o maior número de credores possíveis. 
- Não há autor e réu, chama-se de interessados. 
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
 IV – qualquer credor.
- O próprio devedor (empresário) pode requerer sua falência, porque também é caso de crime falimentar encerrar a atividade sem pagar seus débitos. Se não for pagar todos os credores, o devedor deve (é obrigatório) entrar com um processo de falência, porque a ordem de pagamento está disposta em lei. Chama-se de auto-falência, e está regulada pelos artigos 105 (documentos que tem como condição comprovar a condição de insolvência, são documentos dos três últimos exercícios fiscais) à 107. Uma condição importante para auto-falência é o disposto no inciso IV, do artigo 105 ( prova da condição de empresário – registro na junta comercial – , contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais), só pode pedir falência se for empresário regular e tiver registrado na junta comercial;
- A hipótese do inciso II é unicamente para empresário individual falecido. Abrirá um processo de inventário. Sócio não empresário. EXEMPLO: João e Pedro eram sócios da sociedade AB LTDA., João morreu e deixou dois filhos, Joãozinho e Leandrinho e sua esposa Maria, aberto o inventario de João, sua esposa Maria requer a falência da sociedade AB LTDA, é possível¿ NÃO, porque a condição no inciso II é só para empresário individual, João não era empresário, mas sócio / Ninguém herda dividas, salvo se o falecido era empresário individual e os inventariantes não abriram o processo de falência (por causa da ordem de pagamento);
- Os sócios podem se reunir em assembléia e deliberar acerca da falência, porque podem se responsabilizar com seu patrimônio por dividas trabalhistas, dividas de natureza do consumidor e dividas de natureza tributária. Não refere-se ao sócio administrador, a hipótese é de sócios não administradores, se fosse requerida pelo sócio era hipótese do inciso I e não o III porque o sócio administrador age em nome da sociedade;
- Qualquer credor pode requerer a falência. E se o credor é empresário, ele só pode pedir a falência de outro empresário se estive regular na junta comercial (tem que comprovar). Uma sociedade de advogado pode pedir falência¿ SIM, pode ser credora e requerer a falência.
FAZENDA PÚBLICA. A Fazenda Pública quando credora de tributos há questionamentos se ela pode iniciar um processo de falência ou não. Há duas correntes: I) Defendida pela União. Se a lei não proíbe, a Fazenda Pública é legitima para iniciar um processo de falência. II) Defendida pelos outros. É dever do estado de fomentar a economia, o governo incentiva o refinanciamento, e se o empresário SÓ está devendo a Fazenda Pública (ser o único credor) ela não tem interesse processo em agir (é legitima, mas não tem interesse processual).
MINISTÉRIO PÚBLICO. Tem legitimidade para ingressar com ação de falência¿ A lei foi estruturada para que o MP foi legitimo para ingressar com a ação, mas essa disposição foi vetada (artigo 4º), e a razão de ser do veto é a de que não há interessa público, que o interessa de cobrar é meramente privado. Mas o MP pode atuar no processo de falência como custos legis. OBS.: O MP é autor das ações penais falimentares. 
PETIÇÃO INICIAL
- Endereçamento: Juízo competente. Vara especializada, onde não houve, vara cível ou na vara comum, onde tiver apenas uma;
- Qualificação: Se for auto-falência, só precisa qualificar o empresário devedor. É necessário apresentar o número do CNPJ e NIRE, porque tem que provar que é empresário regular;
- Fatos: Não é toda e qualquer insolvência que pode gerar um processo de falência. Existem três situações que podem gerar a falência, e somente elas podem gerar a falência – artigo 94. O inciso I deste artigo, trata da insolvência clássica, deve está devendo no mínimo 40 salários mínimos, o titulo deve está materializado, e pode ser devidos em vários títulos e a vários credores. Deve ser titulo executivo, não pago (o titulo está vencido) e protestado (previsto no §3º do artigo 94) / Inciso II. Em caso de execução frustrada. O juízo de execução deve por meio de sentença a frustração da execução, depois de transitada em julgado, pega a sentença, a certidão de frustração e a cópia do processo, para pedir a falência / Inciso III. Atos falimentares são atitudes que tomadas pelo empresário indica que ela está insolvente, exemplo: desapareceu e fechou o estabelecimento, começou vender tudo muito barato (deve fazer prova, nessa hipótese admite prova testemunhal);
- Fundamentos jurídicos. O próprio artigo 94 já dá o fundamento jurídico de acordo com o motivo da abertura do processo de falência;
- Pedidos. O pedido principal é a decretação da falência (não é o pagamento da divida). Os pedidos secundários: citação do réu, salvo auto-falência; intimação o MP para atuar como custos legis; protesto de provas.
- Valor da causa: Nos casos do artigo 94 I e II, o valor da causa será o valor da dívida; No caso do artigo 94 III, será um valor meramente para fins fincais, porque não há exatamente uma dívida, mas o empresário ta praticando atos que demonstram insolvência.
DEFESA
Art. 97.
 Podem requerer a falência do devedor:
I 
- o próprio devedor, na forma do disposto nos 
arts
. 105 a 107 desta Lei; 
II 
- o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
III 
- o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; 
IV 
- qualquer credor. 
§ 1o
 O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. 
§ 2o
 O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa 
às custas
 e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei. 
Os incisos I e II não tem defesa. Só tem apresentação de defesa nos incisos III e IV do art. 97, pois são os sócios que pedem a falência da empresa ou qualquer credor. A defesa é a mesma do processo civil, só muda o prazo que é do art. 98 da lei 11.101\05. 
Art. 98.
 Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único
. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor. 
PRAZO: 10 dias.
A contagem do prazo é pelo CPC\2015, ou seja, só conta os dias úteis, pula dias inúteis. 
*Feriado municipal não altera prazo, só o Federal. 
Hipótese do § único do Art. 98-Depósito Elisivo. 
Se seu pedido tem como base uma dívida (Art. 94,I e II), é facultado ao devedor pagar a dívida.
Art. 94.
 Será decretada a falência do devedor que:
I 
- sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
II 
- executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia 
à
 penhora bens suficientes dentro do prazo legal; 
O pedido da PI éa falência. Todavia, o devedor diante de uma dívida, pode reconhecer tal e pagar. E assim demonstrar que não é falido. ÉFACULTADO AO DEVEDOR PAGAR- Isso chama-se DEPÓSITO ELISIVO. 
Elisivo, porque elide\ afasta a falência. 
O DEVEDOR TEM QUE PAGAR O VALOR TOTAL DO CRÉDITO + CORREÇÃO MONETÁRIA+ JUROS + MULTA + HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE 20 %( Art. 98, § único da Lei 11.101\05) + CUSTAS PROCESSUAIS. 
EX: Devo R$ 100,00, vou lá e deposito. NÃO É ASSIM. 
OS 20% DOS HONORÁRIOS E AS CUSTAS PROCESSUAIS SÃO DO ENTENDIMENTO DO STJ. Não chegou a ser súmula, porque não tem tanto assim. 
*Pode haver uma diferença entre a data do cálculo e a data do depósito, desde que não ultrapasse um mês, pois os juros e correção monetária são mensais. Então se admite uma variação até um mês. 
Essa espécie do Art. 98, § único da Lei 11.101\05, gera uma condição especifica, porque julgo procedente a ação sem decretar falência, ou seja, reconhece a existência da divida, só que não está decretando falência, pois ele pagou a dívida. Logo, se ele pagou não é falido. É ÚNICO CASO DE JULGAR PROCEDENTE SEM DECRETAR FALÊNCIA. 
*Sendo que se for julgado improcedente, não iria reconhecer a dívida.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
PRAZO: 10 dias.
Tem que preencher os requisitos da recuperação judicial, que são os do art. 51 da lei 11.101\05. 
Como em 10 dias vou conseguir os documentos do art. 51?
A lógica do dispositivo e dos 10 dias é o seguinte, o devedor está em situação de dificuldade e ele já sabia que estava nessa situação e assim se preparava para a sua recuperação e foi surpreendido com o pedido de falência\ citação do processo de falência. Não é aquele que chega e agora vai se recuperar, mas o que estava se preparando\ organizando os documentos. Os 10 dias é para ele terminar de se organizar\ finalizar para requerer a recuperação em matéria de defesa.
SE O DEVEDOR PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL, NÃO CABE AO JUIZ ANALISAR SE A RECUPERAÇÃO É JUSTA OU NÃO. O JUIZ AUTOMATICAMENTE PREENCHIDO OS REQUESITOS DO ART. 51 DA LEIÉ OBRIGADO A CONVERTER O RITO (O que era o rito de falência muda-se para o de recuperação). ELENÃO FAZ ANALÍSE DO MÉRITO, SE O DEVEDOR VAI SE RECUPERAR OU NÃO, ISSO CABE NA AÇÃO DE RECUPERAÇÃO.
*Na peça de Recuperação, o pedido principal é a conversão do rito. 
HIPOTESES DO ART. 96 DA LEI 11.101\05 (Hipóteses de Defesa).
Art. 96.
 A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar:
I 
- falsidade de título; 
II 
- prescrição; 
III 
- nulidade de obrigação ou de título; 
IV 
- pagamento da dívida; 
V 
- qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título; 
VI 
- vício em protesto ou em seu instrumento; 
VII 
- apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei; 
VIII 
- cessação das atividades empresariais mais de 
2
 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado. 
§ 1o
 Não será decretada a falência de sociedade anônima 
após
 liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. 
§ 2o
 As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo. 
Tirando o inciso VII (Recuperação), só pode ser arguido se o pedido de falência ter como base o art. 94, I, porque está se analisando vicio de título ou vício de protesto. 
*Se não arguiu o vício de título na execução, precluiu. E está é consumativa\ não pode alegar mais a matéria. Neste caso, pode haver decretada a falência tendo como base título falso. (Art. 94, III da lei).
*Essas hipóteses do Art. 96 da lei só podem ser arguidas se o título estiver sido discutido pela primeira vez. (Art. 94, I da lei).
A lei é omissa em relação ao Art. 94, III, ou seja, ela não trás motivos para se defender. Assim, a doutrina e jurisprudência dos tribunais, afirma que pode arguir qualquer situação que elida\ afasta a matéria que está se enfrentando. 
Art. 94.
 Será decretada a falência do devedor que:
III 
- pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: 
a)
 procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; 
b)
 realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; 
c)
 transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
d)
 simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; 
e)
 dá ou reforça garantia 
a credor
 por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; 
f)
 ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
g)
 deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
Ex: Abandono de estabelecimento.
*Admite-se como argumento de defesa qualquer questão que afaste o ato falimentar. 
Apresentada a defesa, a lei não trata do resto do processo até a sentença. Tal vai tratar agora da sentença, mas como o CPC é usado de forma subsidiária, já há entendimento que o sujeito pode enviar a replica, (conforme a lei geral, que é mais benéfica)no prazo de 10 dias. 
É para as hipóteses do CPC- REPLÍCA
Para afastar as questões de ordem preliminar e fatos novos que apareceram na defesa. 
Replicou o juiz vai dar o saneador, que serve para organizar o processo e corrigir vícios materiais e principalmente analisar as questões de mérito (Legitimidade, competência) e fixar os pontos controversos que devem ser provados\ objetos de prova. 
Ex: Art. 94, I e II da lei não cabe prova testemunhal. Pode ocorrer no inciso III. 
INSTRUÇÃO PROBATÓRIA
Todas admitidas em direito a depender do caso concreto. 
O juiz diante do caso pode tomar 3 caminhos: 
Procedente- Decreta a falência.
Improcedente- Não há falência\ Diz que não é falido.
Deposito Elisivo.
SENTENÇA DENEGATÓRIA
Art. 100.
 Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.
Da sentença que nega a falência cabe apelação (mesma do CPC), dirigida ao Juízo a quo com uma petição endereçada ao Juízo ad quem. 
*Cabe embargos de declaração para suprir obscuridade, omissão e contradição da sentença. 
Art. 101.
 Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença.
§ 1o
 Havendo mais de 
1
 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo. 
§ 2o
 Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis. 
Contra aquele com a intenção de macular imagem pede indevidamente falência (Tem que haver o dolo civil), ou seja, agiu com o intuito de prejudicar. Tem que ser provado. 
IMPORTANTE- O juiz pode agir de ofício, não precisa de requerimento na defesa. O juiz não condena o quanto, isso tem que ser apurado, mas já condena.
Sentença declaratória e Sentença Condenatória: Existe uma discussão na doutrina se a sentença teria naturezaDeclaratória ou Condenatória.
Corrente que afirma que a sentença é declaratória:Adoutrina que segue a doutrina da declaração, diz que a sentença que julga procedente o processo, não tem uma situação de fato e de direito. A insolvência é previa ao processo de falência, ou seja, se alguém entrou com o processo de falência é porque tem insolvente prévio. A sentença so viria a ratificar uma questão fática e jurídica previa. A sentença declararia a falência, afirmando então situação de insolvência. 
Corrente que afirma que a sentença é condenatória: A sentença condenatória, seria a sentença que decreta a falência. Neste caso a situação fática não se confunde com a situação jurídica. Faticamente ele seria insolvente, más juridicamente so é possível ter falido depois da sentença que decreta a falência.A condenação em falência é que cria a situação jurídica de falido. 
Obs: Vale ressaltar, que não existe corrente majoritária, pois na pratica não importa se ela é declaratória, ou condenatória, pois os efeitos e as consequências são os mesmos. A própria lei se confunde. 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores;
Toda sentença tem que ter um relatório, bem como fundamento e dispositivo. A sentença de decreta/declara falência tem que seguir essa estrutura.
        II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o(primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
(Sentença = relatório + fundamentação + dispositivo). No dispositivo a primeira atitude do juiz é julgar procedente a ação para condenar/ declarar/ decretar/a falência. Decretada a falência, o juiz tem que começar a tomar atitudes na parte dispositiva do inciso II, do artigo 99. A Primeira atitude após julgar procedente é fixar o termo legal de falência. 
Termo legal de falência é um prazo fixado pelo juiz na sentença, que eu vou fazer retroagir os efeitos da sentença. Não importa se vier falido antes, ou se vier falir agora, a sentença vai retroagir. Os efeitos dessa sentença retroagirá ate 90 dias, contado do pedido de falência, recuperação judicial, ou primeiro protesto valido. Sabe-se que 90 dias é o prazo máximo. Não pode escolher os três. Deve escolher um e fundamentar, além de observar o prazo. 
 
 90 dias Pedido de Falência	Sentença
        III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
Quem é que sabe a quem deve? O falido. É obrigação do devedor falido apresentar o rol dos seus devedores. Não so o rol dos devedores, como também, nome, endereço, CPF, RG, CNPJ, escrituração correta (identificação correta do devedor), natureza do credito, e valor do debito atualizado. O prazo é de 05 dias, contado do transito em julgado as sentença.        
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;
A habilitação é a confirmação do credor que quer ter seu credito cobrado, e o juiz convoca os credores para a habilitação. Essa convocação não é pessoal, e sim por edital. Publica-se no edital. A falência trata de direito disponível. Se é direito disponível, eu (credora), posso querer cobrar, ou não. Ex: O meu credito é de R$ 100, 00 reais, terei que contratar advogado. A ação ocorrerá no Acre. Terei que me deslocar pra la, caso precise. Sendo assim, é melhor perder o credito, do que gastar tanto por conta de um credito tão pequeno.
        V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei;
O juizfalimentar é UNO e UNIVERSAL. Agora que se exerce a universalidade. Mais do que suspender, eu atraio os processos para o juiz falimentar. Todos os processos do falido, dos sócios com responsabilidade ilimitada, vão ser atraído para o juiz falimentar. Ex: Os sócios estão brigando em um processo de liquidação. Este processo não ficará fora, ele será atraído. Só não será atraída, as ações trabalhista, as ações fiscais, e a causa em que União é parte. Então, se tem uma divida de FGTS, este não será atraído, pois esta dentro das exceções da Universalidade. Neste caso, o credor que tem um processo em tramite e não será atraído, deverá informar ao juiz que eu tenho um processo, e este está em tramite. Então, me habilito, e informo que o meu processo não será atraído. 
        VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
        XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;
O ordem é XI, depois VI, pois, o juiz primeiro tem que dizer : o estabelecimento encerra ou não atividade. Ex: A unijorge continua exercendo suas atividade, mas foi decretada a falência da mesma. A primeira coisa que o juiz vai dizer se essa atividade será encerrada ou não. Ele fará isso com base na possibilidade da atividade ser vendida de uma forma única ou não ofertada. Se o juiz optar por manter a atividade, o que for obvio da atividade continuará funcionando. Se após a decretação da falência, saio sentença, e antes do transito em julgado, o falido se aproveita que não teve o trânsito em julgado e começa a dilapidar o patrimônio, isso configura pratica de crime falimentar. A lei é clara quando diz que aquele que comprou, não pode alegar boa fé. O bem será restituído a massa, ou seja, o falido responde por crime falimentar, e aquele que comprou não pode alegar boa-fé. 
        VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;
Se ficar comprovada que o falido está tentando dilapidar o patrimônio, para evitar que os credores recebam o dinheiro, o falido pode se condenado a prisão. Esta prisão não temporária, e sim privativa. O Ministério Publico fará o pedido dessa prisão, visto que ele é o fiscal da lei, e ele que será o autor da ação penal. O MP atua no processo de falência, todavia, ele só não poderá ser autor do processo de falência.
        VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
Comunicará ao Registro de Junta Comercial, informando que ele é falido, até para ampliar a publicidade. Se ele é irregular, obviamente não terá onde fazer anotação do lado do registro dele. Então não terá registro de comunicação na junta. 
        IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
O juiz nomeará o administrador judicial. É o administrador judicial que tocará o processo na segunda fase. O juiz apenas fiscalizará. Isso é uma técnica que busca a celeridade no processo falimentar. Não é o juiz que vai tomar as atitudes. O juiz delegará tal função ao Administrador judicial. Quem vai arrecadar os bens, que vai observar se o falido ta dilapidando o patrimônio, quem vai verificar se o falido ta destruindo documentos, quem vai vender os bens, etc é o administrado judicial. Se o Administradorverificar que o falido esta destruindo documento, ele pedirá a prisão.
        X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;
No inciso III, era obrigatório, sob pena de crime de desobediência, a relação de todos os credores. No inciso X não trazsob pena de crime de desobediência, porque nossa legislação presume que o falido vai sonegar bens. Então, ele manda expedir oficio para os órgãos oficiais, para que estes informem se tem bens. E se encontrar bens que penhore. Que conste no lado do bem “sob processo falimentar”.
        XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;
Através da Assembleia que os credores participam ativamente da segunda fase do processo. Os credores, seja através do comitê de credores, seja através Assembleia, são forma dos credores participar, não só de fiscalizar o administrador judicial, más participar ativamente do processo falimenta. (faz isso, não faz, vamos seguir tal caminho etc). 
        XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
O MP como fiscal da lei, será intimado de todo o processo, bem como da sentença. As Fazendas tem prerrogativas. Os credores comuns são intimadospelos edital, já as Fazendas são intimadas pessoalmente por Cartinha endereçada a ela. Os prazos para a Fazenda, no processo falimentar não é em dobro, nem em quadruplo, salvo, os prazos recursais, que não estão na lei de falência, e é usado o do CPC.
        Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores.
É esse edital que comunica a todos. Esse edital só é publicado após do trânsito em julgado da sentença.
Obs: Todas as determinação do art. 99, salvo a venda dos bens, so pode ser exigida/ praticas após o transito em julgado da sentença. 
        Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.
Quando o juiz julga improcedente, cabe apelação. Da sentença que julga procedente Cabe agravo de Instrumento . Cabe agravo porque o processo falimentar é dividida em fases. 1ª fase: Pré-falimentar e 2ª fase: Falimentar. Essa sentença que decreta falência, vai fazer começar a segunda fase, elanão extingue o processo. A minoria dos autores diz que essa sentença, seria uma decisão interlocutória de mérito. Na pratica não importa se é um decisão interlocutória de mérito ou sentença, porque sabemos qual será recurso, ou seja, o agravo. O prazo do agravo é de 15 dias uteis (novo CPCP). Cabe embargos de declaração sempre que a sentença for omissa, obscura ou contraditória. 
Obs: Salvo o embargo de declaração, todos os outros recursos tem prazo de 15 dias uteis. 
Órgãos da Falência
	Os órgãos de falência são instrumentos novos da lei 11.101/2005, que vai fazer com que o processo seja mais célere, que vai trazer o credor para dentro do processo. Os órgãos de falência tem o poder de da o impulso judicial. Quem dará os impulsos judicias na segunda fase são os órgão da falência. 
	1º órgão: Administrador Judicial:Equipara-se ao antigo sindico, más que não é igual ao antigo sindico. O Administrador Judicial tem o poder de administrar. A ideia do sindico na antiga lei de falência, era de alguém que cuidava de alguma coisa em comum. Aqui, o Administrador Judicial tem o mesmo perfil do perito, com a diferença de que ele realmente tem todos os poderes de administração. Ele poderá negociar, transigir, vender etc. O Administrador Judicial será fiscalizado e terá que prestar contas. Ele praticará o ato, e posteriormente comunicará ao juiz. Se ele cometer um ato errado, ele será responsabilizado para indenizar quem sofrerá o prejuízo. 
2º Órgão: Comitê de Credores: É o órgão representativo dos credores, são três pessoas que são eleitas para representar os credores. Terá um contato mais próximo com o administrado.
3º Órgão: Assembleia: Reunião de todos os credores em Assembleia.
Administrador Judicial
 Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
        Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.
O Administrador Judicial tem o papel de um perito. Será nomeado pelo juiz. O Administrador Judicial será escolhido pelo juiz dentre as pessoas de confiança, e da comarca escrita para ser perito. Se não tiver ninguém escrito na comarca para ser perito, ele pode escolher alguém do povo. 
Preferencialmente advogado, contador, economista e administrador. Todavia, pode ser administrador o dentista, engenheiro, ou pessoa jurídica especializada, e alguém tem que representar essa pessoa. Ex: Posso criar uma EIRELE, cujo objeto social seja administrador judicial. Alguém representará essa pessoa jurídica. 
Como todo e qualquer perito é o Administrador Judicial tem que assinar um termo, falando que não tem interesse particular naquele processo, etc. O administrador não pode ter vinculo com o falido e com o credor. 
Se o perito for o próprio credor ocorrerá a suspensão. 
        Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe:
(A professora nem se quer leu, so falou que este artigo era exemplificativo, e falou que traz as funções do administrador, onde a principal função seria administrar o processo- pegar os bens, vender os bens e pagar os credores)
        I – na recuperação judicial e na falência:
        a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito;
        b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;
        c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;
        d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações;
        e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2o do art. 7o desta Lei;
        f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;
        g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões;
        h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;
        i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;
        II – na recuperação judicial:
        a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;
        b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação;
        c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor;
        d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei;
        III – na falência:
        a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição oslivros e documentos do falido;
        b) examinar a escrituração do devedor;
        c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida;
        d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa;
        e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;
        f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei;
        g) avaliar os bens arrecadados;
        h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;
        i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;
        j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;
        l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação;
        m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos;
        n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores;
        o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração;
        p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10o (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa;
        q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de responsabilidade;
        r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.
        § 1o As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
        § 2o Na hipótese da alínea d do inciso I do caput deste artigo, se houver recusa, o juiz, a requerimento do administrador judicial, intimará aquelas pessoas para que compareçam à sede do juízo, sob pena de desobediência, oportunidade em que as interrogará na presença do administrador judicial, tomando seus depoimentos por escrito.
        § 3o Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização judicial, após ouvidos o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento.
        § 4o Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III do caput deste artigo apontar responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos, o Ministério Público será intimado para tomar conhecimento de seu teor.
        Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas contas ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência.
        Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar as contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor.
Já que o Administrador tem impulso judicial, ele terá que prestar contas. Essa prestação será todo mês. Se ele não fizer, o juiz intimará pessoalmente para no prazo de 05 (cinco) dias prestar contas. E se ele não prestar contas, ele será destituído. Além de responder por crime de desobediência,ele arcará com as consequências do seu ato, como por exemplo, ele poderá ser condenado a indenizar por prejuízo que causou a massa. Quando destituído,o juiz nomeará novo Administrador. O Administrador Judicial é remunerado para isso. 
Obs: Não só prestar contas, más se o administrado judicial praticar qualquer ilegalidade, qualquer ato que gere prejuízo ao processo, ele será destituído. O crime da desobediência, será quando ele for intimado e não praticar. 
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
        § 1o Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.
O Administrador judicial será remunerado. Essa remuneração não pode ser superior a 5% do valor dos bens na falência, pra evitar que esvazie a massa. Para evitar que gaste todo o dinheiro com o administrado e não pague os credores. Pode ser 2,3,4,5. So não poderá ser maior que 5.
      § 2o Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para pagamento após atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.
Essa valor não será pago uma única vez. 40 % da remuneração é reservado para o final do processo. Você põe na conta judicial. Os 60 %restante será feito o que? Existe duas correntes: A primeira fala que será paga logo ao Administrador judicial. A segunda fala que deverá pagar de acordo com o processo for andando, pois se houver destituição ou substituição do administrador, terá que mandar ele devolver o que recebeu a maior. Nada impede que seja pago de uma única vez. 
        § 3o O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração.
Se ele for destituído, ele não terá direito a remuneração, tendo que devolver tudo que recebeu. Se ele pede para sair porque ele quer sair, sem justificar motivo, neste caso não terá direito a remuneração. So se ele sair por relevante motivo de direito, que ele recebe proporcional ao que trabalhou. Se ele recebeu a mais, também que também terá que devolver. Isso tudo depende do prejuízo que foi causado a massa. Se você causou prejuízo a massa terá que indenizar, independente da remuneração.
        § 4o Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas.
Se ele tem as contas desaprovadas, foi porque fez alguma coisa errada.
        § 5o  A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas e empresas de pequeno porte.        (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
Microempresa e empresa de pequeno porte reduz de 5% para 2%, porque presumo é pequena, terá pouca divida, a escrituração é mais simples, etc. 
        Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo.
Quem paga o administrado judicial é a massa falida. Assim quetiver dinheiro no caixa será retirado. Não so do administrador, más de todos que os auxiliam. O Administrador judicial vai requer ao juiz, para vê se o juiz autoriza contratar esse profissional (auxiliar). Se o juiz conceder, a massa falida pagará. Se o juiz não permitir , más mesmo assim o administrado querer, nesse caso o administrador que pagará e este ficará responsável por todos os atos praticados.
COMITÊ DE CREDORES - O comitê de credores é um órgãoque serve para fiscalizar o administrador. O administrador vai ser fiscalizado pelo Comitê e pelo juiz. Mais pelo Comitê, do que pelo juiz. É uma das formas de trazer os credores para dentro do processo. Mas a segunda parte do processo, a fase liquidatória, a fase executória propriamente dito, o que os credores querem? Receber o dinheiro. Eles querem que determinada quantidade de bens, paguem o maior número de credores possível. Essa é a finalidade da segunda fase do processo. Vender os bens do agora falido e pagar a maior quantidade de credores possível, então o interesse direto dos credores do quanto eles irão receber. Por isso, se eu trago os credores para dentro do processo, eu tenho a ideia de que o processo vai ser mais célere. Porque os credores vão querer receber o quantum o mais rápido possível. 
 A ideia do comitê é justamente essa: se eu tenho muitos credores e cada credor for fazer a fiscalização direta, vai atrasar o processo. Então é facultado a esses credores, formarem uma pequena comissão, que é o comitê. Ele é formado por até quatro pessoas. 
  Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembleia-geral e terá a seguinte composição:
        I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;
        II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;
        III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.
        IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes.
 É facultado a classe, na ordem do art. 26, indicar. Se ela não indica, significa que ela não quer ser representada pelo comitê. Se nenhuma classe indica, significa que não vai haver comitê e a fiscalização vai ser feita diretamente pelos credores, individualmente. O comitê não é um órgão obrigatório. É facultativo. 
 O que levaria os credores a não eleger o comitê? Principalmente a remuneração. Quem remunera os membros, são os próprios credores. 
   Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa.
A remuneração vai ser pega diretamente pelos credores, se for o caso. Se existir 100 credores, vai ser eleito um membro do comitê e caso esse representante pratique algum ato sem autorização judicial - (todos os atos precisam de autorização do juiz e toda a massa paga a despesa) – quem arca com a despesa é ele, individualmente. 
	QUEM AUTORIZA
	QUEM PAGA
	JUIZ
	A massa arca com a despesa.
	ASSEMBLÉIA
	Os credores pagam.
	SEM AUTORIZAÇÃO
	O credor arca individualmente a sua despesa.
 Se ninguém elege o comitê, o que acontece?
Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições.
Na ausência do comitê, quem vai fiscalizar é o juiz.
ATRIBUIÇÕES DO COMITÊ
As atribuições do comitê estão no art. 27.
Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei:
        I – na recuperação judicial e na falência:
        a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
        b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
        c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores;
        d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
        e) requerer ao juiz a convocação da assembleia-geral de credores;
        f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
        II – na recuperação judicial:
        a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório de sua situação;
        b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;
        c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.
        § 1o As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão consignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do administrador judicial, dos credores e do devedor.
        § 2o Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do Comitê, o impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, pelo juiz.
Basicamente, acompanhar o processo e fiscalizar o administrador. 
QUEM NÃO PODERÁ INTEGRAR O COMITÊ OU SER ADMINISTRADOR JUDICIAL
 Está disposto no art. 30 quem não poderá integrar o comitê ou ser o administrador.
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada.
Se ele nos últimos 5 anos foi membro ou administrador de comitê e foi condenado, punido por alguma forma que a destituição, que é uma forma de punição, deixou de praticar um ato que deveria ser praticado, ele não pode ser administrador ou membro de comitê por 5 anos. Isso porque, se ele praticou um desses fatos, presume-se que ele venha a praticar novamente. Além do mais, por ser um ato punitivo, toda pena demora um tempo para decair. Não pode ser punição ad eternum, e prevalece o prazo de 5 anos.
        § 1o Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
 Aqui é mais questão de suspeição do que impedimento, propriamente dito. Se ele tem alguma relação de parentesco ou afinidade de até 3º grau com o falido ou quem controlar o falido, há uma certa suspeita de que ele pode prejudicar ou beneficiar. A vinculação é com o falido. Há vinculação com os credores? Não. Porque o próprio comitê é formado por credores. 
        § 2o O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos desta Lei.
 Esse §2º, a própria pessoa nomeada, ele deveria de ofício falar “eu fui nomeado administrador, mas neste caso, eu sou parente até 2º grau do sócio x”, se ele não diz, próprio ministério público, como fiscal da lei, ou qualquer credor, poderá falar.
        § 3o O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o requerimento do § 2o deste artigo.
 Prazo improprio. Pode decidir a qualquer momento.
Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando verificar desobediência aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.
 § 1o No ato de destituição, o juiz nomeará novo administrador judicial ou convocará os suplentes para recompor o Comitê.
        § 2o Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no prazo de 10 (dez) dias, nos termos dos §§ 1o a 6o do art. 154 desta Lei.
 Qualquer ato praticado pelo administrador ou membro do comitê que possagerar danos a massa, implica em destituição. Lembre-se que na destituição do administrador que é remunerado pela massa, ele pode ser condenado a devolver o dinheiro que ele já recebeu, mais indenização. O membro do comitê não recebe nada da massa, mas ele pode ser condenado a indenizar a massa pelo dano que ele causar. 
 Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.
  Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que nomeados, serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes.
 Tem que assinar para desempenhar o trabalho.
Art. 34. Não assinado o termo de compromisso no prazo previsto no art. 33 desta Lei, o juiz nomeará outro administrador judicial.
 Ou seja, presume-se que não quis assumir e você delegou do cargo. Lembre-se que aí pode ser responsabilizado por ter afastado do perito. Se caracteriza como perito se você não justifica, que você não tomou posse, você pode ser excluído do quadro de peritos judiciais. 
ASSEMBLEIA GERAL DOS CREDORES – Na falência a assembleia não tem tanta importância. Na recuperação, a assembleia possui uma importância maior. A assembleia é a reunião de todos os credores. Na falência o papel dela é otimizar os ativos. São os credores unidos em assembleia que decidem como os bens devem ser vendidos. Não é quem vende. Quem vende os bens é o administrador judicial. Como os bens devem ser vendidos, isso faz parte da assembleia decidir. A regra é de que seja do macro para o micro.
 Se a assembleia decide quem o bem vai a leilão e não consegue a venda, volta para a assembleia decida o que vai fazer com os bens. Porque existe a hipótese da adjudicação. Os credores podem ficar com os bens, onde que seja feita um arrendamento. Isso tem que ser decidido em assembleia porque eventualmente não pode ser observado nessa adjudicação ou nesse arrendamento a ordem de pagamento determinado na lei. Mas eu tenho que respeitar determinados pagamentos prévios: pagamento do administrador, das custas, da publicação do edital, etc. Esse pagamento tem que ser feito e esse dinheiro tem que sair de algum lugar. E a assembleia que vai decidir. Essa forma de como eu vou fazer a disposição do artigo, é definido em assembleia. O administrador vai presidir a assembleia. O administrador só não vai presidir quando a assembleia vai deliberar coisas contra o próprio administrador, mas ele tem o direito de participar. Nesse caso, quem preside é um credor que tenha a maior quantidade de crédito, ou mesmo na ausência do administrador.
 Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:
 II – na falência:
        a) (VETADO)
        b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
        c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
        d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
 Primeiro você faz a venda dos bens, não havendo a venda, volta para que a assembleia delibere o que irá fazer com esses ativos, porque a primeiras coisa é venda, fazer dinheiro. Eu não vou ficar insistindo em leilão. 
Art. 36. A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz por edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá:
        I – local, data e hora da assembleia em 1a (primeira) e em 2a (segunda) convocação, não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1a (primeira);
        II – a ordem do dia;
        III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembleia.
        § 1o Cópia do aviso de convocação da assembleia deverá ser afixada de forma ostensiva na sede e filiais do devedor.
        § 2o Além dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que representem no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos créditos de uma determinada classe poderão requerer ao juiz a convocação de assembleia-geral.
        § 3o As despesas com a convocação e a realização da assembleia-geral correm por conta do devedor ou da massa falida, salvo se convocada em virtude de requerimento do Comitê de Credores ou na hipótese do § 2o deste artigo.
 Quem convoca a princípio é o juiz ou o administrador, a depender da fase do processo. A convocação dos credores comum é por edital. Lembrem que a Fazenda Pública tem prerrogativa e é convocada pessoalmente. Tem que mandar ofício para que esta se faça representada (art. 99). Antecedência mínima de 15 dias para a primeira convocação (maioria dos créditos) e de 5 dias para a segunda (qualquer dos presentes).
A falência não é por credor. É por crédito. Eu vou calcular se vai ter a primeira/segunda convocação por maioria de crédito. Se eu tenho um credor que tem 51% dos créditos, e ele está presente, faça-se a convocação, porque já tem quórum para a primeira convocação. Isso na instauração, que também pode ser feita com a soma de 25% dos créditos. NÃO É POR CABEÇA, QUANTIDADE DE CREDOR. É QUANTIDADE DE CRÉDITO. 
 Como regra, quem paga as despesas é a massa falida. Mas se é o comitê que convoca, este arca com as despesas. Principalmente com a publicação de edital e eventual aluguel do lugar para a assembleia. Pode ser que na comarca não tenha uma sala que comporte 1000 pessoas, e não pode fazer no meio da rua. Tem que alugar um espaço. Se a assembleia for convocada pelo juiz, a massa arca. Se é convocado pelo comitê quem paga são todos os credores. Independente se estes são representados ou não. Lembre-se que o comitê é formado por 4 pessoas, que são apenas representantes de TODOS os credores. Se um grupo de credores convoca, este grupo NÃO representa todos os credores e estes que vão arcar com as despesas. 
Art. 37. A assembleia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) secretário dentre os credores presentes.
        § 1o Nas deliberações sobre o afastamento do administrador judicial ou em outras em que haja incompatibilidade deste, a assembleia será presidida pelo credor presente que seja titular do maior crédito.
        § 2o A assembleia instalar-se-á, em 1a (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocação, com qualquer número.
        § 3o Para participar da assembleia, cada credor deverá assinar a lista de presença, que será encerrada no momento da instalação.
        § 4o O credor poderá ser representado na assembleia-geral por mandatário ou representante legal, desde que entregue ao administrador judicial, até 24 (vinte e quatro) horas antes da data prevista no aviso de convocação, documento hábil que comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos do processo em que se encontre o documento.
        § 5o Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus associados titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que não comparecerem, pessoalmente ou por procurador, à assembleia.
 O credor pode se fazer representado, não precisa estar presente. Salvo o trabalhista, que é representado pelo sindicato (apenas o trabalhista sindicalizado). O que não impede que o não sindicalizado não seja representado pelo sindicato. Mas caso não seja de trabalhador sindicalizado esta representação não ocorre de forma automática. É por procuração que vai outorgar aqueles poderes do ato especifico. Esse mandato que fala o §4º, essa ordem de representação é especifica para a assembleia. Temque ser previamente, até 24 horas antes da assembleia. Não pode ser para todo e qualquer ato do processo. 
        § 6o Para exercer a prerrogativa prevista no § 5o deste artigo, o sindicato deverá:
        I – apresentar ao administrador judicial, até 10 (dez) dias antes da assembleia, a relação dos associados que pretende representar, e o trabalhador que conste da relação de mais de um sindicato deverá esclarecer, até 24 (vinte e quatro) horas antes da assembleia, qual sindicato o representa, sob pena de não ser representado em assembleia por nenhum deles; e
        II – (VETADO)
        § 7o Do ocorrido na assembleia, lavrar-se-á ata que conterá o nome dos presentes e as assinaturas do presidente, do devedor e de 2 (dois) membros de cada uma das classes votantes, e que será entregue ao juiz, juntamente com a lista de presença, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
 Na assembleia, todo mundo assina a lista de presença. O que instaura a assembleia, no final nem todo mundo assina. Apenas o presidente, o devedor e dois membros de cada classe. Se você sair antes, problema seu. O que foi deliberado, foi deliberado. Se você chegou depois, é como se você não estivesse ali. Se chegou depois da lista de presença, ela não é reaberta. Tem que chegar no horário, porque nós vamos computar a votação e esta é computada de acordo com os créditos da presença. A votação é com base nos créditos dos presentes. Por exemplo: eu vou computar a presença, na falência, o voto é com crédito, ou seja, quem tem mais crédito, tem mais direito a voto. Então quando eu faço a lista e a encerro, automaticamente se encerra a quantidade de votos presentes. Se você tem 30% dos créditos e chegou depois, seus créditos não serão computados a fim de votação. Você não tem direito de votar porque não estava na lista de presença.Da mesma forma que se você estava na lista de presença e saiu, seus créditos serão computados. Se você tem 50% dos créditos, assinou a lista de presença, e esta tem 70% de créditos presentes, e você sai, aqueles 20% não vai poder decidir nada. Porque quem tinha o poder de voto foi embora. Não vai ser nada deliberado. Vai ter que ter uma nova assembleia. Nova assembleia, gera novo gasto. E a cada despesa que se faz, diminui a quantidade de dinheiro que vai ser pago aos credores. 
Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no § 2o do art. 45 desta Lei.
        Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação em assembleia-geral, o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da assembleia.
 Falência o voto é proporcional ao crédito. 
 Art. 39. Terão direito a voto na assembleia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art. 7o, § 2o, desta Lei, ou, ainda, na falta desta, na relação apresentada pelo próprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do caput, desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das que estejam habilitadas na data da realização da assembleia ou que tenham créditos admitidos ou alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de importâncias, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 10 desta Lei.
        § 1o Não terão direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quórum de instalação e de deliberação os titulares de créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei.
        § 2o As deliberações da assembleia-geral não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial acerca da existência, quantificação ou classificação de créditos.
        § 3o No caso de posterior invalidação de deliberação da assembleia, ficam resguardados os direitos de terceiros de boa-fé, respondendo os credores que aprovarem a deliberação pelos prejuízos comprovados causados por dolo ou culpa.
 O art. 39 fala que só pode participar da assembleia os credores habilitados. Só pode participar da assembleia os credores que querem ter seus créditos cobrados. Se eu abrir mão do meu crédito, se eu não tenho interesse de cobrar meu crédito na falência, não pode participar da assembleia. 
Art. 40. Não será deferido provimento liminar, de caráter cautelar ou antecipatório dos efeitos da tutela, para a suspensão ou adiamento da assembleia-geral de credores em razão de pendência de discussão acerca da existência, da quantificação ou da classificação de créditos.
        Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:
        I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;
        II – titulares de créditos com garantia real;
        III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados.
        IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.        (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
        § 1o Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho votam com a classe prevista no inciso I do caput deste artigo com o total de seu crédito, independentemente do valor.
        § 2o Os titulares de créditos com garantia real votam com a classe prevista no inciso II do caput deste artigo até o limite do valor do bem gravado e com a classe prevista no inciso III do caput deste artigo pelo restante do valor de seu crédito.
Os art. 40 e 41 são procedimentos, não há o que se falar.
 Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35 desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização do ativo nos termos do art. 145 desta Lei.
 O que interessa para a gente aí é a composição dos credores e a realização do ativo. A composição do credor não é maioria dos presentes, é a maioria por classe. O credor é representado por classe, então eu não vou verificar todo mundo na assembleia de forma geral, é por classe. 
 Na realização do ativo não é maioria de crédito presentes. É maioria absoluta dos créditos. Preciso de 2/3 dos créditos para realização do ativo. Porque se eu vou decidir que eu não vou vender o bem e vou tomar outra atitude, eu preciso de maioria absolta dos créditos. Vou analisar outra questão do processo que não essas duas, aí é maioria dos presentes.
Art. 43. Os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras, controladas ou as que tenham sócio ou acionista com participação superior a 10% (dez por cento) do capital social do devedor ou em que o devedor ou algum de seus sócios detenham participação superior a 10% (dez por cento) do capital social, poderão participar da assembleia-geral de credores, sem ter direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quórum de instalação e de deliberação.
 Lembrem que o sócio também é credor do percentual do capital social. Então se o sócio é credor ele também tem direito na assembleia? De participar, sim. De votar, não. Porque entende-se que indiretamente ele foi o causador, por ação ou omissão, ele deveria ter cuidado para que a sociedade não falisse. O devedor também não tem direito a voto. Se quer o seu crédito é computado. Ele pode assinar a lista de presença só para constar que ele estava presente, mas seu crédito não vai computar para fins de deliberação.
        Parágrafo único. O disposto neste artigo também se aplica ao cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, colateral até o 2o (segundo) grau, ascendente ou descendente do devedor, de administrador, do sócio controlador, de membro dos conselhos consultivo, fiscal ou semelhantes

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