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comunicacão Sir richard BranSon fala SoBre SuStentaBilidade, comunicação e o papel Social doS negócioS empresaria ano 232013 977180 9 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 9 77 18 09 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 9 77 18 09 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 9 771809 950001 1 809950 503710 9 77 18 09 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 9 77 18 09 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 IS SN 9 77 18 09 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 9 77 18 09 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 9 77 18 09 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 9 77 18 09 95 00 01 1 80 99 50 50 37 10 9771809950001 1809950503710 o deSafio doS relatoS perSonalizadoS e unificadoS naS empreSaS 89 comunicação internacional alinhamento da comunicação aposta no protagonismo dos embaixadores globais das empresas Itaú. Feito para você. *Princípios para Investimentos Responsáveis (PRI) e Fundos Socioambientais. Itaú. Empresa do Ano do Guia EXAME de Sustentabilidade. Para nós, sustentabilidade é permanecer na sua escolha gerando valor para quem, junto com a gente, ajuda a transformar o mundo para melhor. Uma empresa sustentável se faz com muitos parceiros e iniciativas. Cada vez que você escolhe pedalar em uma das bikes laranjinhas, todos nós mudamos a nossa relação com as cidades, com a mobilidade urbana e com o meio ambiente. Quando um pequeno empreendedor escolhe desenvolver seu negócio por meio do nosso microcrédito, nos tornamos parte da transformação dessa comunidade. Quando distribuímos milhões de livros infantis e você escolhe ler para uma criança, nós contribuímos para a educação e formação de novos cidadãos. Quando você escolhe investir* seu dinheiro aqui, você também escolhe olhar com a gente as questões socioambientais, porque isso é pensar em retorno sustentável. Quando ajudamos você a incluir a educação financeira nas suas escolhas, as suas decisões se tornam mais conscientes e a sua vida muda para melhor. Porque dinheiro é importante, mas você é mais. Para nós, ser o primeiro banco reconhecido como a Empresa Mais Sustentável do Ano significa que estamos no caminho para sermos cada vez mais um banco feito para você. Por isso agradecemos por suas escolhas. A gente não tem a menor dúvida de que elas mudam o mundo. AFH_19590-002_RevABERJE_21x28.indd 1 11/21/13 4:44 PM 21/11/2013 - 18:11 163149_Africa São Paulo Publicidade_Itaú - Africa_210x280 c o m u n ica çã o e m p re sa ria l | a n o 2 3 | n º 8 9 | 2 0 1 3 C a p a | nº 89 | 2013.indd 1 1/8/14 3:33 PM Falta anúncio Usiminas Usiminas. Fazer melhor sempre. www.usiminas.com Só uma coisa nos motiva mais que o reconhecimento: a certeza de que é possível fazer melhor sempre. A Usiminas é a única empresa premiada em duas categorias nacionais no Prêmio Aberje 2013. O maior motivo de orgulho é saber que nossa comunicação reflete nossa essência, que é estar em sintonia com as novas tendências e ter um diálogo aberto e transparente com todos os públicos. Para a Usiminas, a boa comunicação é como uma boa conversa: é preciso saber ouvir para saber falar. Equipe da Gerência Geral de Redução Usina de Ipatinga – MG Pú b lic a U1008313-Ad_21x28_fin.indd 1 19/11/13 16:44C a p a | nº 89 | 2013.indd 2 1/8/14 3:33 PM comunicacão empresaria índice nº 89 | AnO 23 | 2013 18 rede de embaixadores PLaNeJameNTo GLobaLiZado 6 7 cArtA AO leitOr em pAutA 16 AgendA 81 livrOs 129 pensAtA | GusTavo WrobeL 8 Sir richard BranSon entrevistA Brasil ativo 44brAnding Olhar que capta 51hObby um prato, um copo, uma história 86setOriAl ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL comunicação corporativa na mira 101estrAtégiA Ralph SchweenS, pReSidente da BaSF paRa améRica latina 98nO tOpO currículo no passaporte 122internAciOnAl cApA | comuNicação iNTerNacioNaL reconhecimento que gera valor 108especiAl CIÊNCIA COMPETITIVA NAS MÃOS dAS MulhErES 95 bOAs práticAs 96saber perene 26 um futuro mais móvel 38 nOvA mídiAs relatos diferentes, uma narrativa 32 gestãO múltiplos saberes na comunicação 114 C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 3 1/8/14 3:09 PM C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 4 1/8/14 3:09 PM C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 5 1/8/14 3:09 PM 6 NarraTivas: o eLo eNTre iNsPiração e resuLTados Paulo Nassar diretor-Presidente da aberje e Prof. dr. e Livre-docente da usP cArtA AO leitOr O ano que passou fica marcado na história da comunicação empresarial brasileira pelo expressivo impacto que os acontecimentos do nosso País conquistaram no mundo. Acontecimentos que se expandem muito além da mobilização social impulsionada pelas redes digitais. O Brasil consolida-se no cenário global, reverberando suas mobilizações econômicas, financeiras, ambientais e sociais. A comunicação empresa- rial comprovou, em 2013, seu protagonismo nas questões globais ligadas à sociedade, ambiente, política, economia e cultura. Nesta edição, reunimos lideranças da comunicação global dentro das empresas para discutir as estratégias que orientam a disseminação, interpretação e tradução das narrativas multiculturais. Para isso, a formação contínua do comunicador precisa acompanhar os assuntos, desafios e abordagens internacionais, como detalhamos na editoria Internacional. E, no que diz respeito às narrativas, mostramos nesta edição que as empresas não descansam na evolução contínua dessa arte. A entrevista com o empresário britânico Richard Branson é precisa ao abordar a importância da susten- tabilidade, das lideranças e do engajamento para o crescimento das empresas além das fronteiras. O que, aliás, tem estimulado a formação de grupos cada vez maiores no setor de comunicação por meio de fusões e aquisições, que vem indicando a crescente importância da comunicação corporativa para esses grupos. É majestoso e infindável o trabalho que os comunicadores estão exercendo mundo afora. Prova disso foi a premiação de 65 cases no Prêmio Aberje 2013 e o reconhecimento de dez profissionais como Comunicado- res do Ano, representados nos tradicionais portraits que compõem o ensaio desta edição em mais um ins- pirado trabalho do talentoso fotógrafo Arthur Calasans, que traduz a história e o afinco dos homenagea- dos, captando o presente do passado, o presente do presente e o presente do futuro em sua homenagem. Com todo esse combustível, começamos 2014 cheios de inspiração e referências para melhorar ainda mais as práticas excelentes da comunicação empresarial. E, quanto a nós, contamos com você para sugerir e participar das pautas ao longo deste ano. Boa leitura! diretor-Presidente Paulo Nassar – aberje e eca-usP Presidente do conselho deliberativo eraldo carneiro da silva – Petrobras vice-Presidente do conselho deliberativo Gislaine rossetti – Tam conselho deliberativo ana cláudia Pais (Johnson & Johnson), augusto rodrigues (cPFL energia), elisa Prado (Tetra Pak), Flavia sekles (Google), Gilberto Galan (Galan & associados), Hayton Jurema da rocha (banco do brasil), Jean-François Hue (spyrals), José eustáquio oliveira de souza (Takan comunicação empresarial), Luiz Fernando brandão (Fibria), malu Weber (Grupo votorantim), marco antônio Lage (Fiat chrysler américa Latina), marco simões(coca-cola brasil), odete duarte (rhodia), Paulo Pompílio (Grupo Pão de açúcar), sérgio Giacomo (vale) e virgíniosanches (unimed-rio). conselho consultivo alberto augusto Perazzo, carlos eduardo bindi, carlos vogt, celia Picon, davide ravasi, edson vaz musa, eugênio bucci, Firmin antónio, Gary Grates, Jackson medeiros de Farias schneider, João rodarte, Jorge cajazeira, José eduardo Gonçalves, Kalil cury Filho, Luiz Gonzaga bertelli, madelyn blair, marcio Polidoro, marcos Jank, margarida m. Krohling Kunsch, maria ignez mantovani Franco, maria russell, Pedro Luiz Passos, renato Gasparetto Jr., renato Janine ribeiro, roberto damatta, rubens Naves, ruy altenfelder, stefano rolando e Wilson Ferreira Júnior conselho Fiscal eloi Zanetti, Luiz márcio ribeiro caldas Jr. e rosangela dos santos coelho capítulos regionais amazonas | mauro martinez marques bahia | daniela Franco verhine campinas | augusto rodrigues espírito santo | Leticia Lindenberg Grande abc | andré senador minas Gerais | roberto baraldi Paraná | eloi Zanetti rio de Janeiro | Paulo Henrique soares santa catarina | caio mandolesi são Paulo | Paul edman vale do Paraíba | vânia Gaddini ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 6 1/8/14 3:09 PM 7 mbA Aberje abertura da 8ª turma em Gestão da comunicação empresarial cursO internAciOnAl Aberje-syrAcuse formatura da 7ª edição mais um ano se inicia e a Aberje já trabalha com a superação dos grandes números de 2013. haja pique em 2014! eventOs mais de 100 realizados nas cinco regiões do País publicAções 9 revistas somando mais de 800 páginas, 373 fontes e 101 anúncios 14 pesquisas nacionais e internacionais AtendimentOs 152 em centro de memória e referência FAcebOOk superadas as marcas de 10 mil fãs pOrtAl Aberje.cOm.br 1,2 milhões de acessos ao mês prêmiO universitáriO Aberje Participaram mais de 400 estudantes cAFé universitáriO mais de 200 inscritos prêmiO Aberje 314 projetos inscritos em sua 39º edição, que contou com 143 jurados e 65 projetos vencedores A b e r je e m n ú m e r O s cursOs 64 com mais de 900 comunicadores matriculados e 134 bolsas concedidas selO Aberje editOriAl pesquisAs com 277 profissionais e 400 páginas de conteúdo, chegamos ao 25º livro em pAutA campanha para Gestão de Patrimônio – conquistando destaque com o vídeo “O que é dinhei- ro?”, que ultrapassou a marca de dois milhões de visualizações no YouTube em poucas sema- nas e chegou a 10 milhões nas fases seguintes. Para divulgar o conceito de forma mais lúdica, o banco lança mão agora de um aplicativo para Facebook que, de uma forma descontraída, apresenta a trajetória de vida do internauta baseada em informações publicadas e interações ao longo da sua vida social no Facebook, apresentando o resultado num extrato ilustrado. Para o HSBC, o aplicativo é uma forma divertida de engajar os usuários através do conceito de Gestão de Patrimônio, fazendo-o relembrar todas as fases da campanha e estimulando a reflexão sobre o real valor do dinheiro e o que realmente importa na vida. DESDE 2012, o HSBC vem desenvolvendo uma extrAtO dA vidA cOmunicAçãO empresAriAl revistA brAsileirA de cOmunicAçãO empresAriAl ano 23 – N° 89 – Publicação da aberje avenida angélica, 1757 –12° andar – Higienópolis são Paulo/sP – ceP: 01227-200 – Tel.: (11)3662-3990 e-mail: revistace@aberje. com.br www.aberje.com.br direção Paulo Nassar (mtb 14.413) edição Nara almeida reportagem diogo antonio rodriguez, Françoise Terzian, Gisele souza, marinete veloso, raul Perez, ricardo silva, roberto rockmann e rosi rico. direção de arte e diagramação silvina Gattone Projeto Gráfico eliane stephan Fotografia arthur calasans, Gustavo Pitta maquiagem Fabio Ziccardi os artigos assinados da revista não necessariamente refletem a opinião da entidade e são de exclusiva responsabilidade dos autores. Tratamento de imagens anderson Torres revisão Nadia rodrigues Publicidade anna chala e ana claudia Paro publicidade@ aberje.com.br Tel.: (11) 3662-3990 r.242 colaboraram nesta edição andré Nakasone, camila sangregório, cyra ruggiero, diego Fávero, else Lemos, emiliana Pomarico, Gisele souza, Jovanka de Genova, mateus Furlanetto, michael Povoação e rodrigo cogo impressão oaK impressão digital a inauguração de uma fábrica com capacidade para 200 mil veículos, os quatro mil empregos gerados, as parcerias que visam a mobilidade sustentável, os patrocínios ao esporte e à cultura e às ações de responsabilidade social são alguns exemplos do momento atual da Nissan, que está no brasil desde 2000. É essa nova realidade que a montadora condensa agora em três palavras: “innovation that excites”. Lançado com a campanha publicitária do Novo sentra, o conceito estará presente em toda a comunicação da Nissan no brasil, sucedendo o posicionamento adotado nos últimos três anos “inovação Japonesa para Todos”. Patrocinadora oficial da copa do mundo da FiFa brasil 2014™, a Johnson & Johnson está lançando a plataforma cariNHo iNsPira ca- riNHo™ para interagir diretamente com os torcedores e manter seu apoio aos voluntários e equipes. a empresa manterá o suporte aos vo- luntários e equipes médicas da FiFa antes e durante o torneio, oferecen- do uniformes médicos, treinamento, exames de saúde e outros recursos para apoiá-los nos cuidados com os visitantes, torcedores e jogadores do evento. uma das principais ini- ciativas da companhia é o programa campeões de carinho, que reconhe- ce funcionários, consumidores, pro- fissionais da saúde e voluntários da FiFa por seus atos extraordinários de carinho. espOrte e cArinhO nissAn criA nOvO pOsiciOnAmentO pArA O brAsil C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 7 1/8/14 3:09 PM 8 Foco Na FeLicidade entrevistA por roberto rockmann DEPOIS DE TER SIDO REPROvADO três vezes nos exames de matemática e lutar contra a dislexia que dificultava o aprendizado das lições, o britânico Richard Branson abandonou, aos 16 anos, a escola e resolveu seguir seu instinto: tornou-se empreendedor e criou seu primeiro negócio, uma revista chamada Student, escrita por adolescentes para adolescentes. Logo no primeiro número, publicado em 1966, conseguiu vender US$ 8 mil em anúncios, que bancaram a circulação de 50 mil exemplares distribuídos gratuitamente aos leitores. Três anos depois, em 1969, quando o rock ganhava cada vez mais adeptos dos dois lados do Oceano Atlântico, Branson resolveu criar a virgin, que nasceu como uma empresa que vendia discos pelo serviço de correio. Dali em diante seus negócios foram se expandindo e ele foi diversificando a atuação da virgin, que se tornou um conglo- merado que fatura mais de US$ 10 bilhões por ano e atua em diversas áreas, como aviação e turismo espacial. Além de divulgar o empreendedorismo e de gerenciar suas empresas, Branson dedica parte do seu tempo a escrever livros sobre sua trajetória no mundo dos negócios. Sua mais recente obra, Ouse: Fazer o bem - Se Divertir - Ganhar Dinheiro, foi lan- çada recentemente pela Editora Saraiva. Nela, ele defende um novo olhar dos executivos e dos acionistas sobre a gestão das empresas. No lugar do foco nos ganhos financeiros de curto prazo, é preciso ter um entendimento mais amplo sobre o que significa lucrar, já que a forma convencional de fazer negócios não funciona mais. Nesta entrevista, concedida por e-mail, em meio a uma pesada agenda, Branson defende que a equação corporativa do século XXI precisa dar peso igual para colaboradores, meio ambiente e resultados financeiros. O maior valor não é o lucro, mas a felicidade.C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 8 1/8/14 3:09 PM 9 “empresAs têm de ser FeitAs pArA FAzer O bem, pArA FAzer A diFerençA, Ou sejA, é precisO FAzer muitO mAis dO que se preOcupAr cOm A últimA linhA dO bAlAnçO Ou dAr bOns dividendOs pArA Os AciOnistAs” C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 9 1/8/14 3:09 PM 10 entrevistA susTeNTabiLidade tem sido uma palavra cada vez mais empregada pelas empresas no mun- do inteiro, mas muitos críticos têm dito que seu significado tem se perdido às vezes por abranger muitas coisas. No seu novo livro, é reforçada a importância do tema. o que sustentabilidade sig- nifica de fato? Para mim, sustentabilidade significa dar aos consumidores o que eles querem, oferecendo um serviço melhor do que qualquer outro concorren- te. Um negócio bem-sucedido tem de ter um sólido conhecimento do seu mercado para criar um produto ou serviço diferenciado aos olhos dos clientes. O es- sencial aqui é fazer a diferença. É melhorar a vida das pessoas, dos clientes. Se você puder garantir que isso seja cumprido de verdade, seu negócio poderá ir ga- nhando musculatura e ser bem-sucedido por muitos e muitos anos. Empresas têm de ser feitas para fazer o bem, para fazer a diferença, ou seja, é preciso fazer muito mais do que se preocupar com a última linha do balanço ou dar bons dividendos para os acionistas. As agendas dos executivos e da empresa têm de ser as mais amplas possíveis. Por exemplo, para mim, todo presidente de empresa deveria ter como meta tornar o seu negócio e o mundo mais limpos. como e quando a sustentabilidade passou a inte- grar sua vida e suas empresas? Quando era jovem, nunca pensei em estabelecer metas para me tornar bilionário. Busquei criar coisas das quais pudesse me orgulhar e que fizessem diferença no mundo. A partir daí, nós sempre procuramos fazer coisas diferentes da concorrência e que desafiassem as convenções sociais. Sempre tentamos, desde o início, fazer o bem com nossas ações. Sempre olhamos o todo, nunca foca- mos apenas no lucro financeiro. Minha paixão por um mundo mais limpo se intensificou com uma ligação do ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore. Naquele momento ele tinha acabado de filmar seu do- cumentário – Uma Verdade Inconveniente –, em que explica o aquecimento global com uma série de fatos e números. Ele queria mostrar o filme para mim. A sucessão de imagens e o argumento central do que ele defendia me impressionaram e soaram como um gon- go na minha cabeça. O livro Nós Somos os Senhores do Clima (Galera Record), de Tim Flannery, também teve grande influência em mim. C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 10 1/8/14 3:09 PM 11 a sustentabilidade tem de ser o valor mais impor- tante de uma empresa cujo foco é sobreviver por muitas gerações? como um empresário pode cons- truir uma empresa sustentável e evitar ser tacha- do de greenwashing? A melhor maneira de não ser visto assim por clientes, fornecedores e pelo mercado é evitar ser um espectador da sustentabilidade. Não se pode olhar o que está sendo feito e ter uma postura passiva de quem apenas assiste às coisas. É essencial direcionar os investimentos para onde sua boca diz que eles vão, ou seja, discurso e ação têm de coincidir. A transparência corporativa tem se tornado cada vez mais importante com a internet. Os usuários e clientes estão cada vez mais interessados em saber o que as empresas de que eles compram produtos estão fazen- do pelo mundo e para tornar o mundo melhor para as futuras gerações. O que nós, virgin, estamos fazendo? Como um grande consumidor de combustível para os nossos negócios de transportes, eu estou atento aos danos que as emissões relacionadas a combustíveis fósseis têm feito ao meio ambiente e às pressões que têm causado sobre as mudanças climáticas no mundo. Ciente disso, a virgin tem investido parte relevante dos nossos lucros na área de transportes, na pesquisa e desenvolvimento de combustíveis renováveis e em fontes alternativas de energia. “Os usuáriOs e clientes estãO cAdA vez mAis interessAdOs em sAber O que As empresAs de que eles cOmprAm prOdutOs estãO FAzendO pelO mundO e pArA tOrnAr O mundO melhOr pArA As FuturAs gerAções” C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 11 1/8/14 3:09 PM 12 entrevistA Qual é a melhor e mais eficiente maneira de criar líderes e executivos focados em desenvolver solu- ções criativas e sustentáveis no quadro de colabo- radores? Esse assunto é bastante instigante. Recente- mente, em junho, nós criamos a chamada “Equipe B”, uma organização global sem fins lucrativos fundada por mim e por Jochen Zeitz [fundador da Fundação Zeitz, sediada no Quênia, que busca melhorar a inte- gridade do ecossistema por meio de práticas de gestão sustentável]. Nosso objetivo é desenhar um novo mo- delo de negócios em que pessoas e o mundo tenham tanto peso nas empresas quanto o lucro e os resultados financeiros de curto prazo. Assim poderemos inspirar o futuro corporativo dos próximos anos e incutir nos líderes do amanhã que o valor não está no dinheiro, mas na felicidade, em fazer uma diferença positiva no mundo. A “Equipe B” irá atuar em três desafios ini- ciais: o futuro da liderança; o futuro dos incentivos; e os resultados futuros. Assim poderemos contribuir para que se perca o foco nos resultados de curto prazo e se busque um equilíbrio de longo prazo, focando nas pessoas e no meio ambiente. Qual é a importância das mídias sociais para uma empresa hoje e nos próximos anos? como esse ponto é trabalhado em suas empresas? A virgin é a maior defensora das mídias sociais e do poder que elas trazem para as empresas. Nós descobrimos que esses meios são uma ferramenta espetacular para che- gar aos consumidores e ao público em geral. Uma das primeiras coisas que aprendemos foi que nossas contas nas mídias sociais nos davam um espelho, em tempo real, dos problemas que tínhamos. Por meio dos co- mentários das pessoas, nós começamos a descobrir coisas sobre nossos produtos e serviços de uma forma muito mais rápida que em qualquer outro sistema. Em resposta a essas demandas, nós estabelecemos sistemas internos para que qualquer usuário de nossos serviços pudesse ter uma resposta o mais rápido possível a qual- quer questionamento. Eu acredito que as mídias sociais “é precisO AdAptAr pOlíticAs e dAr pAssOs práticOs pArA AssegurAr que As OpOrtunidAdes estejAm AbertAs A tOdOs que sãO cOrAjOsOs O suFiciente pArA descObri-lAs” C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 12 1/8/14 3:09 PM 13 como criar uma empresa que sobreviva aos sola- vancos da economia? Uma empresa bem-sucedida tem de possuir um conhecimento preciso dos seus con- sumidores e do mercado que atua, principalmente para sobreviver a períodos econômicos mais desafiadores. As empresas têm de tentar ser o mais criativas possível para comunicar os valores da marca para seus clientes sempre e, em momentos de preocupações financeiras, têm de analisar o que elas realmente querem e quais suas metas. Ao criar um produto de qualidade e fazer a diferença na vida das pessoas, todos se sentem parte de uma empresa que dá orgulho de trabalhar. “é essenciAl que hAjA um pOntO FOcAl de cOmunicAçãO que reFOrce O sensO de que tOdOs Os nOssOs cOlAbOrAdOres, ApesAr dessAs diFerençAs, pertencem A umA FAmíliA” são uma das mais poderosas ferramentas que nós já vimos para assegurar que as empresas possam se comunicar me- lhor com seus clientes. Meu conselho aos comunicadores que estão olhando o futuro é queeles aumentem a presença das mídias sociais quando estiverem avaliando uma cam- panha e que as usem intensamente para conhecer mais inti- mamente os consumidores. Nas suas empresas, como a comunicação é usada para inspirar colaboradores e líderes? como é usada para reforçar os valores da organização? Um dos nos- sos valores essenciais é a determinação de cuidar dos nos- sos colaboradores. Mesmo trabalhando em diversos tipos de negócios que operam independentes uns dos outros e estão espalhados nos cinco continentes do planeta, é essen- cial que haja um ponto focal de comunicação que reforce o senso de que todos os nossos colaboradores, apesar dessas diferenças, pertencem a uma família, a família virgin. Uma parte relevante do trabalho de comunicação interna é feita pela Roger, uma revista que busca engajar cada um dos nos- sos 50 mil colaboradores, celebrando nossa equipe e nossas conquistas. Nosso site também é aberto aos colaboradores e está integrado ao Facebook. Por exemplo, se o colaborador quiser mudar de área, ele pode conhecer pelo site ou Face- book vagas em aberto. (Exemplo pode ser visto em: http:// www.virgin.com/news/jobs-of-the-week-1). Outra ferra- menta importante é a Roundup, que oferece periodicamen- te um resumo das principais conquistas de cada uma das nossas divisões de negócios e que informa o que estamos fazendo em cada uma delas. C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 13 1/8/14 3:09 PM 14 entrevistA Hoje uma das principais preocupações das empre- sas é criar estímulos para reter a nova geração que começa a ter seu primeiro trabalho. como as em- presas devem lidar com isso? como podem usar a criatividade dessa geração em prol da própria companhia? Muitos jovens têm um espírito empreen- dedor dentro de si e dispõem de uma enorme vontade de vencer. Mas cada um deles precisa de apoio para percorrer sua jornada pessoal. Grandes empresas e governos podem e devem fazer mais para ajudar esses jovens empreendedores. Isso significa que é preciso adaptar políticas e dar passos práticos para assegurar que as oportunidades estejam abertas a todos os que são corajosos o suficiente para descobri-las. A virgin Unite, um dos braços do grupo, tem dado vários pas- sos na direção de promoção do empreendedorismo e tem contribuído para a criação de centros de em- preendedorismo na Jamaica e na África do Sul. “ser criAtivO nãO é necessAriAmente ser bem-sucedidO. há mAis em jOgO” o senhor já disse que empreendedores devem ter um lado artístico e um lado sonhador para que seus negócios sejam bem-sucedidos. Qual deles é mais importante? Muitos empreendedores iniciam uma em- presa porque têm uma paixão em criar, porque sonham em lançar um novo produto ou um serviço que nunca foram oferecidos. Infelizmente, enquanto a maioria deles sonha alto, eles não conseguem executar seus planos e não se tornam empresários bem-sucedidos. No fim do dia, eles têm uma família e precisam pagar as contas. Portanto, a maioria das pessoas não pode passar a vida tendo ideias. Elas precisam trabalhar. Para ser bem-su- cedido é preciso criar um plano de negócio, uma ideia de como fazer marketing para seu produto e, aí então, colocar a pasta sob o braço e ir atrás das pessoas para vender seu projeto. Ser criativo não é necessariamente ser bem-sucedido. Há mais em jogo: é preciso convencer as pessoas a gastar o dinheiro delas nas suas criações. ouse: FaZer o bem – se diverTir – GaNHar diNHeiro 320 páginas – saraiva livrO Job: 15814-140 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFF-15814-140-EMBRAER FUSELAGEM-RV COM. EMP.-210X280-_pag001.pdf Registro: 138907 -- Data: 15:35:33 09/12/2013 C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 14 1/8/14 3:09 PM Job: 15814-140 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFF-15814-140-EMBRAER FUSELAGEM-RV COM. EMP.-210X280-_pag001.pdf Registro: 138907 -- Data: 15:35:33 09/12/2013 C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 15 1/8/14 3:09 PM 16 Tudo começou em 1º de agosto de 1863 numa pequena fábrica de tintas em Wupper- tal-Barmen. Hoje a Bayer é uma empresa inovadora e presente no mundo todo, com mais de 110.000 colaboradores – e principal atuação nas áreas de saúde, agronegó- cios e materiais inovadores. Nos últimos 150 anos, a Bayer criou várias invenções que contribuíram para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Isso significa, para nós, um incentivo para o futuro – no sentido exato de nossa missão Bayer: Science For A Better Life (Ciência Para Uma Vida Melhor). Por isso, na comemoração do nosso aniversário, gostaríamos de agradecer a todos os nossos clientes e parceiros pela confiança em nossa empresa, assim como a to- dos os nossos colaboradores no mundo todo pelo seu trabalho. Sem vocês a Bayer não seria o que é hoje. www.bayer.com.br Nós fazemos o futuro - há 150 anos. Bayer 150 Anos Anuncio Institucional 21x28.indd 1 8/23/13 11:23 AM prOgrAme suA pArticipAçãO AgendA prÓximOs eventOs Aberje cOmunicAçãO integrAdA Fevereiro | são PauLo A teoria sem a prática é mera opinião. A prática sem a teoria é mera sorte. Inscreva-se para conhecer os melhores cases de Comunicação Empresarial do Brasil e integrar a teoria com a prática na 5ª edição do Seminário Aberje de Comunicação Integrada. | aberje.com.br/comunicacaointegrada 20 de JaNeiro gestão integrada de conteúdos em comunicação corporativa | arlete Prieto 22 de JaNeiro gestão integrada de conteúdos em comunicação corporativa | arlete Prieto 24 de JaNeiro novas narrativas organizacionais: o uso do storytelling na comunicação com públicos estratégicos | rodrigo cogo 27 de JaNeiro planejamento em Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: alternativas estratégicas na produção de resultados | cyro couto 28 de JaNeiro eventos | ethel 29 de JaNeiro planejamento em Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: alternativas estratégicas na produção de resultados | cyro couto 30 de JaNeiro eventos | ethel 06 de Fevereiro técnicas de escrita criativa para comunicadores | arlete Prieto 07 de Fevereiro comunicação interna como apoio às estratégias negociais | miNas Gerais | claudia cezaro 08 de Fevereiro comunicação interpessoal e técnicas de apresentação | Leny Kyrillos e milton Jung Conheça nossa agenda de cursos, também disponível em aberje.com.br/cursos cursOs mix Aberje de cOmunicAçãO internA e integrAdA março | são PauLo A comunicação deve ser afetiva e efetiva. Focar nas emoções, na criatividade e nos desejos. Por isso, mais que investir em processos ou tecnologias, as organizações devem cultivar o orgulho de pertencer de seus públicos e reconhecer suas ações. Conheça as empresas e os cases que transformaram a afetividade em efetividade no 14° Mix Aberje de Comunicação Interna e Integrada. | aberje.com.br/14mix cursO internAciOnAl em cOmunicAçãO internA março | são PauLo uma experiência única de aprendizado sobre a comuni- cação interna oferecida por pro- fissionais de grande trajetória prática e teórica no tema, com experiências nos eua, europa e américa do sul. a intenção é desenvolver competências pro- fissionais para o gerenciamen- to no campo por meio de uma perspectiva global das melho- res práticas da comunicação interna. inscrições abertas. | aberje.com.br/ eventos/2014/cinterna 12 de Fevereiro sustentabilidade | ricardo voltolini 13 de Fevereiro planejamento em Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: alternativas estratégicas na produção de resultados – miNas Gerais | cyro couto 14 de Fevereiro como avaliar campanhas e meios de comunicação interna | suzel 19 de Fevereirogestão da identidade Organizacional | davide ravasi 20 de Fevereiro gestão de projetos de comunicação | daniela biondo e Fábio barcelos 21 de Fevereiro como desenvolver a competência de comunicação da alta liderança para alavancar resultados de negócios | Juliana vale marques 25 de Fevereiro como fazer um plano de comunicação para redes digitais – uma abordagem teórica e prática | rodrigo Padrón 27 de Fevereiro estratégias de comunicação para ativar ações e programas de voluntariado corporativo | Natalia Tamura 12 de março O Branding hoje: o papel da marca na comunicação integrada | rodolfo araújo Conheça nossa agenda de cursos, também disponível em aberje.com.br/cursos C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 16 1/8/14 3:09 PM Tudo começou em 1º de agosto de 1863 numa pequena fábrica de tintas em Wupper- tal-Barmen. Hoje a Bayer é uma empresa inovadora e presente no mundo todo, com mais de 110.000 colaboradores – e principal atuação nas áreas de saúde, agronegó- cios e materiais inovadores. Nos últimos 150 anos, a Bayer criou várias invenções que contribuíram para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Isso significa, para nós, um incentivo para o futuro – no sentido exato de nossa missão Bayer: Science For A Better Life (Ciência Para Uma Vida Melhor). Por isso, na comemoração do nosso aniversário, gostaríamos de agradecer a todos os nossos clientes e parceiros pela confiança em nossa empresa, assim como a to- dos os nossos colaboradores no mundo todo pelo seu trabalho. Sem vocês a Bayer não seria o que é hoje. www.bayer.com.br Nós fazemos o futuro - há 150 anos. Bayer 150 Anos Anuncio Institucional 21x28.indd 1 8/23/13 11:23 AM C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 17 1/8/14 3:09 PM 18 cApA cOmunicAçãO internAciOnAl o mindset global se mostra sine qua non em cada âmbito da comunicação das empresas. engajar e empoderar o público interno é a grande sacada para conquistar a confiança global por marinete veloso rede de embaixadores COM A INTENSA conectividade do mundo globalizado e a livre circulação de informações, o desafio para as empresas hoje é compreender toda a complexidade que envolve o ato de informar e comunicar com eficácia. Informação é con- teúdo, enquanto comunicação implica relação entre pessoas num processo que se dá ao longo do tempo. Na Conferência Aberje de Comunicação Global, realizada nos dias 27 e 28 de agosto, na sede da associação, profissionais do mundo empresarial trataram desse tema, mostrando como conduzem, no dia a dia, a comunicação com seus stakeholders espa- lhados pelo mundo e inundados por informações que chegam a todo minuto por várias procedências. As experiências de cada um desses executivos são ricas e variadas, as ferramentas nem sempre as mesmas, mas o ponto convergente em termos de comunicação a que chegaram é que ela está cada vez mais centrada nas pessoas e no que elas têm a dizer. O evento evidenciou, ainda, o quanto a comunicação corporativa brasileira evoluiu, a ponto de exportar soluções até mesmo para países desenvolvidos. C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 18 1/8/14 3:09 PM 19 sÉrGio Giacomo, direTor de comuNicação da vaLe “O PAPEL DA comunicação é construir proximidade, por isso é ela que norteia nossas ações”, diz Sérgio Giacomo, diretor de comunicação da vale. Segundo ele, essa escolha não foi obra do acaso, mas sim determinada pela atual direção da empresa, que busca identificar elementos que propiciem à companhia ter uma só voz nos 30 países onde está instalada. “Tentamos encontrar a essência da empresa. Trabalhamos bastante no sentido de fazer com que nossos colegas de outras partes do globo se sintam tão Vale quanto nós aqui”, diz ele. Para tanto, a companhia realizou uma série de estudos sobre o que é ser brasileiro no Brasil e no restante do mundo. Os resul- tados revelaram que a imagem do País é de acessibilidade e sim- plicidade, onde o capital “simpatia” é extremamente alto. “Ser simpático não é sorrir. É construir algo que seja real, que se fun- damente na proximidade”, explica. Para cumprir essa estratégia, a vale, que é uma empresa B2B, dedicou os últimos dois anos a rever completamente sua forma de abordar a comunicação, que hoje se baseia no lema “a vida em primeiro lugar”. Para que essa mensagem tenha força e possa ser absorvida na empresa, a área de comunicação investe em um intenso programa de conscien- tização das lideranças e no conceito de embaixadores da marca para todos os funcionários. “Temos várias ferramentas onde trabalhamos a coerência das mensagens”, diz, acrescentando que a vale hoje tem forte pre- sença em todas as mídias sociais. “Somos fortes nas redes sociais porque existe demanda. Procuramos tirar o máximo de proveito delas, porque é uma maneira de passar as informações sem os filtros das relações com a imprensa”. Giacomo ainda ressalta que uma empresa tão grande como a vale, se quiser ser próxima, não pode ser arrogante a ponto de só prestar contas para clientes “O mundO cAdA vez mAis brAsileirO, O brAsil cAdA diA mAis glObAl” rosaNa dias, direTora de comuNicação exTerNa da embraer C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 19 1/8/14 3:09 PM 20 cApA e investidores. “Temos de falar com todos e as mídias sociais são muito úteis nesse sentido”, diz ele, exemplificando com o Twitter, onde a empresa tem milhares de seguidores. Por que as pessoas seguem a vale? “Principalmente por preocupações ambientais. Mas há muitas pessoas, com interesses variados, que nos seguem porque sabem que a empresa é aberta ao diálogo e serão ouvidas. Isso é proximidade com a comunidade.” Esse conceito mais amplo de proximidade traz embutido outro desafio. Uma mesma mensagem a ser transmitida para todas as unidades no mundo precisa respeitar as diferenças culturais e de costumes. “O conteúdo precisa ser local, senão não conseguimos ser próximos nas mais diversas regiões onde a empresa está pre- sente”, pondera. ROSANA DIAS, diretora de comunicação externa da Embraer, conta que após a privatização em 1994, a empresa, que tem três unidades de negócios nos setores de aviação comercial, aviação executiva, defesa e segurança, passou a investir na atuação global. O Brasil abriga 90% de suas operações; os 10% restantes estão di- vididos por Estados Unidos, China, Cingapura e Portugal. Por ser também uma B2B, sua comunicação é mais restrita. Dias explica que a estratégia de comunicação da Embraer é de alinhamento global a partir da unidade brasileira, e que, no momento, segue novos ventos. “A estratégia está sendo totalmente reformulada”, diz. Segundo ela, já dentro desse novo espírito, foi criada a primei- ra campanha institucional, após 44 anos, cujo slogan é: “O mundo cada vez mais brasileiro, o Brasil cada dia mais global”. rosaNa dias, direTora de comuNicação exTerNa da embraer cOmunicAçãO internAciOnAl “sOmOs FOrtes nAs redes sOciAis pOrque existe demAndA. prOcurAmOs tirAr O máximO de prOveitO delAs, pOrque é umA mAneirA de pAssAr As inFOrmAções sem Os FiltrOs dAs relAções cOm A imprensA” sÉrGio Giacomo, direTor de comuNicação da vaLe C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 20 1/8/14 3:09 PM 21 PARA ELISA PRADO, diretora de comunicação da Tetra Pak para as Américas Central e do Sul, as companhias precisam ul- trapassar seus preceitos de missão e buscar o propósito, aqui- lo que dá sentido à sua existência. No caso da Tetra Pak, essa busca deu origem ao propósito da sustentabilidade. O desafio da empresa se encontra em sua própria natureza, pois, como a Embraer e a vale, é uma B2B: faz embalagens que abrigarãopro- dutos de outras empresas. “Estamos nas mesas de 95% dos brasi- leiros. Temos de proteger não apenas o alimento que vai dentro das caixinhas, mas também elas próprias quando rejeitadas”, diz, justificando por que um dos pilares da marca é a área ambiental. “Implementamos ações práticas, reais, de educação ambiental, treinamento e de fomento às cooperativas de reciclagem”. A empresa trabalha com um plano de comunicação global e a unidade brasileira exporta soluções concebidas no País, como aconteceu com a iniciativa da mensuração sobre reputação. “Precisamos saber onde estamos e aonde vamos chegar.” Pra- do ressalta que o mais importante, nesse caso, é incorporar as informações ali coletadas ao plano de negócios da empresa. Na pesquisa do ano passado, a Tetra Pak ouviu 15 mil stakeholders de 28 países. Foram envolvidos clientes, varejistas, formadores de opinião e colaboradores (estes apenas da América Latina). De posse das informações, a empresa traçou seu plano de co- municação em um sistema de trabalho colaborativo. “Colhe- mos as informações com o engajamento das pessoas”, observa. Os resultados foram excelentes, defende a diretora. “Como re- putação é estima, ou seja, admiração das pessoas com relação à marca, ficamos orgulhosos porque nossa reputação é bem alta. Alcançamos 79.8 e nossa meta é chegar a 80 em 2020”. Ela faz um comparativo com a Nestlé, cuja avaliação considerada alta é de 85.3. Mas ressalva que, se for considerada a natureza da Nestlé, que tem diálogo direto com o público, o resultado da Tetra Pak se sobressai ainda mais. “precisAmOs sAber Onde estAmOs e AOnde vAmOs chegAr” eLisa Prado, direTora de comuNicação da TeTra PaK Para as amÉricas ceNTraL e do suL eLisa Prado, direTora de comuNicação da TeTra PaK Para as amÉricas ceNTraL e do suL C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 21 1/8/14 3:09 PM 22 cApA cOmunicAçãO internAciOnAl “Nosso maior vetor de comunicação com a so- ciedade é o nosso funcionário. Cada gestor de restaurante é um diretor de comunicação. No mundo inteiro, a imagem da marca é garantida por funcionários, franqueados e fornecedores”. E acrescenta: quem tem mais chance de falar na- turalmente com uma autoridade ou até mesmo um ministro de Estado sem precisar passar por um processo de agendamento? O funcionário do restaurante, claro. Segundo Muniz, isso é possível porque, ao serem contratados para qualquer área HÉLIO MUNIZ, diretor de comunicação do McDonald’s Bra- sil, provoca acerca do que há em comum entre uma mineradora brasileira B2B, que exporta comunicação para o mundo, e uma empresa de varejo que vende hambúrgueres. Aparentemente nada, pode parecer. Mas, então, arremata: “A necessidade de se comunicar com muita gente ao mesmo tempo e os consequentes problemas de comunicação daí decorrentes são muito parecidos.” E quando se fala de muita gente, em se tratando de McDonald’s é muita gente mesmo. Só no Brasil, a empresa atende 1,8 milhão de clientes por dia, em mais de 700 unidades espalhadas pelo País; no restante do mundo, diariamente, são 60 milhões de clientes. Como é uma marca conhecida mundialmente, explica Muniz, a maior ferramenta de comunicação é sua credibilidade. “As pes- soas querem comida de qualidade, serviço rápido e conforto, tudo isso por um preço justo.” Os valores da empresa precisam ser os mesmos no mundo inteiro. “Da matriz, em Chicago, nós impor- tamos principalmente processos. Desde o momento em que a pessoa entra no restaurante, está em contato com procedimentos mundiais”, complementa. Segundo Muniz, os principais responsáveis pela comunicação da rede são os atendentes dos restaurantes. Com um número tão grande de clientes diários, se acontece algum problema, em al- guma unidade, ele terá de ser resolvido no local, porque não há tempo hábil para contatar a área de comunicação para que ela in- tervenha. “Cada cliente que entra tem um celular com o qual pode gravar, filmar e colocar tudo nas mídias sociais em tempo real. O cliente é um gerador de conteúdo quando ainda está nas depen- dências da empresa. Por sua vez, o gestor do restaurante, que não é um porta-voz oficial da empresa, torna-se porta-voz a cada se- gundo”, pondera. Muniz ainda explica que esse gestor tem de estar preparado para tomar decisões como um diretor de comunicação no âmbito em que se encontra. HÉLio muNiZ, direTor de comuNicação do mcdoNaLd’s brasiL C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 22 1/8/14 3:09 PM 23 da empresa, os executivos fazem uma integração com- pleta: aprendem a fritar batatas, grelhar hambúrgueres e atender ao público. “Isso dá aos gestores as noções de como se comunicar com os 50 mil adolescentes que empregamos no País. Nos escritórios, são 500 pessoas.” Muniz cita o exemplo de um gerente de 22 anos de idade que é responsável por um restaurante que fatura R$ 1,4 milhão por mês, na zona sul de São Paulo. Esse jovem é um executivo que responde ao mesmo tempo pelo RH, Comunicação e processos de higiene e limpeza, entre outros. Somente em treinamento, o McDonald’s investe R$ 60 milhões por ano. Outro desafio com o qual a empresa aprendeu a con- viver é a alta rotatividade de funcionários, cuja média de idade é de 18 anos; por mês, são contratados entre 2 mil e 3 mil funcionários. “Hoje o McDonald’s é o maior gerador de primeiro emprego do Brasil. Isso sig- nifica que a primeira relação que esses jovens têm com um chefe, com a disciplina dos horários e com carteira de trabalho é através do McDonald’s”, observa Muniz. Face a essa realidade, a estratégia de comunicação in- terna é a de formar, nesse enorme contingente, uma imagem da marca tão boa que permaneça não apenas durante o vínculo trabalhista com a rede, mas, sobretu- do, depois disso, quando deixar a companhia e assumir outros papéis no mapa de stakeholders. “cAdA cliente que entrA tem um celulAr cOm O quAl pOde grAvAr, FilmAr e cOlOcAr tudO nAs mídiAs sOciAis em tempO reAl. O cliente é um gerAdOr de cOnteúdO quAndO AindA está nAs dependênciAs dA empresA” HÉLio muNiZ, direTor de comuNicação do mcdoNaLd’s brasiL C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 23 1/8/14 3:10 PM 24 cApA cOmunicAçãO internAciOnAl Luis FerNaNdo marTíN, PresideNTe da associação LaTiNo-americaNa de reLações PúbLicas da coLômbia (aLarP) o comprometimento apenas de sua área geren- cial”, diz, explicando que a dimensão da comu- nicação hoje é cada vez mais ampla, permean- do todos os públicos com os quais a empresa se relaciona. “Uma comunicação coerente, que sabe ouvir as pessoas é, hoje, prioritária em ní- vel mundial de negócios.” LUIS FERNANDO MARTíN, presidente da Associação Latino- Americana de Relações Públicas da Colômbia (ALARP) e profes- sor das universidades de La Sabana e da Sergio Arboleda, destaca que não existem organizações estratégicas e que as estratégias das organizações são as pessoas que nelas trabalham. “O elo mais im- portante da cadeia de comunicação hoje é a pessoa. Não podemos dar mais atenção às ferramentas do que às pessoas, porque são elas que impactam no resultado da corporação”, salienta. Segundo Martín, com a proliferação dos meios de comunicação nos dias de hoje, muitas vezes se dá mais importância ao meio onde as coisas são ditas do que ao seu conteúdo. “Não é mais im- portante o canal da mensagem, mas quem maneja e quem utiliza esse canal”, pondera. Outro ponto da comunicação institucional que merece atenção do professor diz respeito ao resgate da con- fiança. “Há uma crise de confiança no mundo. Na América Latina, além de as pessoas não acreditarem em seusgovernantes, o mais preocupante é que não creem nelas mesmas e isso se estende às organizações”, observa, lembrando que a responsável por resgatar essa confiança é a área de comunicação. “É ela que tem contato com as pessoas e é ela que deve trabalhar nesse sentido, alinhada com o norte corporativo da empresa”. Martín também destaca que um erro comum na América La- tina é o de pensar estratégias de comunicação para o público externo e esquecer-se do público interno. Muitas crises nas cor- porações poderiam ser evitadas se os colaboradores da empresa conhecessem melhor a empresa onde trabalham. “As pessoas só se comprometem com algo que conhecem. Se o funcionário não conhece as estratégias da companhia, como pode se comprome- ter com ela?”, avalia. “Uma empresa não pode ter sucesso tendo “há umA crise de cOnFiAnçA nO mundO. nA AméricA lAtinA, Além de As pessOAs nãO AcreditArem em seus gOvernAntes, O mAis preOcupAnte é que nãO creem nelAs mesmAs e issO se estende às OrgAnizAções” Luis FerNaNdo marTíN, PresideNTe da aLarP C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 24 1/8/14 3:10 PM C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 25 1/8/14 3:10 PM 26 por marinete veloso Para empresas gigantes globais, a comunicação esboça as estratégias de negócios internacionalmente PLaNeJameNTo GLobaLiZado cApA UMA DAS EMPRESAS mais globais do planeta, o Google atua no Brasil de olho no que acontece no mundo. Qual- quer ação realizada em nível regional tem impacto global, como explica Flavia Sekles, diretora de comunicação da empresa no País. “Não pensamos de forma local, embora nos comuniquemos muito com personagens locais”, diz ela, aproveitando para esclarecer que Google não é um site, mas uma plataforma. “Somos uma empresa de tec- nologia, disruptiva, que ainda vai mudar o mundo várias vezes”, analisa. plAnejAmentO C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 26 1/8/14 3:10 PM 27 Exatamente por essas características, fazer comunicação na empre- sa requer envolver-se em muitos processos globais, até mesmo para atividades rotineiras. Sekles participa de discussões estratégicas com sua chefe, que fica em Nova York, e que, por sua vez, se reporta a uma pessoa em Mountain view, na Califórnia, em pleno vale do Silício, base da empresa. Essa pessoa compõe o restrito círculo do chamado L Team, ou seja, o grupo de executivos que responde diretamente para Larry Page, o “L”, cofundador e atual presidente do Google. Em termos de divulgação da empresa na mídia brasileira, um dos maiores desafios, segundo ela, é sair dos cadernos de tecnologia, onde Google sempre é notícia, e ocupar outras editorias. “Há cinco vice- -presidentes brasileiros trabalhando nos Estados Unidos, além de en- genheiros em posições de liderança”, diz. “Sempre que algum deles vem ao Brasil, tento mostrar o que eles fazem lá e como os brasileiros são valorizados na empresa.” Ela destaca que o Google não é uma em- presa produtora de conteúdo, mas entende que há muitos casos de empreendedorismo de sucesso na rede e no YouTube que gostaria de ver divulgados. “Há cases que merecem ser co- nhecidos, pois servem de inspiração. A empresa que optar por estratégias digitais poderá crescer rapidamente”, avalia. Os números não deixam dúvidas. De acordo com pesquisas feitas pelo Google, a internet é, de longe, a mídia mais importante no País hoje; são 88% de usuários, superando jornais, rádio e televisão. “Cada vez mais o mundo é multitelas; ninguém mais assiste à Tv sem tuitar ou entrar no Facebook”, diz. “Mais de 75% dos telespecta- dores entram regularmente na internet enquanto assistem à Tv”. As pesquisas mostram que 63 mi- lhões de brasileiros já são usuários de duas telas (computador e smartphone) e 30 milhões usam três telas (computador, tablet e smartphone). “É um mercado em franco crescimento”, observa. “nãO pensAmOs de FOrmA lOcAl, embOrA nOs cOmuniquemOs muitO cOm persOnAgens lOcAis” FLavia seKLes, direTora de comuNicação do GooGLe brasiL FLavia seKLes, direTora de comuNicação do GooGLe brasiL C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 27 1/8/14 3:10 PM 28 cApA plAnejAmentO PARA A PRODUTORA brasileira de aços longos e especiais, Gerdau, falar de forma globalizada foi um aprendizado re- cente. Tendo iniciado suas atividades como uma fábrica de pregos, em Porto Alegre, há 112 anos, somente ao completar 90 anos, internacionalizou-se. Expandiu-se rapidamente nes- ses últimos 20 anos e se tornou uma das dez maiores produ- toras de aço no mundo, com um faturamento de 40 bilhões de reais e capacidade instalada de 25 milhões de toneladas de aço. Segundo seu diretor de assuntos institucionais e comuni- cação corporativa, Renato Gasparetto, o grande desafio após a internacionalização foi disseminar os valores da empresa para 45 mil funcionários e stakeholders espalhados por 23 países, com 13 idiomas diferentes para interagir e sete fusos horários para administrar. O primeiro passo rumo à conquista desse objetivo foi reestru- turar a forma de se comunicar e, para lançar este novo pro- grama, foi escolhido o período de celebração dos 110 anos da companhia. “Além de apresentarmos uma nova logomarca, iniciamos um intenso trabalho de conhecimento da empresa”, diz Gasparetto. Para tanto, foi contratada uma agência, a Lon- don Associates, de San Francisco (EUA), que fez uma pes- quisa em nível mundial para conhecer a percepção da marca Gerdau. “Esse levantamento fez surgir um posicionamento que se mostrou perfeitamente em linha com a própria histó- ria da empresa”, explica. E cita o exemplo do trabalho com sucata, inserido no eixo sustentabilidade, que hoje é um dos pilares da companhia, mas que já fazia parte de seu histórico: 70% do aço produzido no mundo vem do minério de ferro e 30% por meio de sucata ferrosa, que é recolhida nas ruas ou proveniente da produ- ção industrial; no caso da Gerdau, esse mix é inverso, ou seja, “tenhO de FAzer Benchmarking cOm OutrAs prAçAs pArA descObrir As melhOres práticAs e ver se O que estAmOs FAzendO é desAFiAdOr” reNaTo GasPareTTo, direTor de assuNTos iNsTiTucioNais e comuNicação corPoraTiva da Gerdau reNaTo GasPareTTo, direTor de assuNTos iNsTiTucioNais e comuNicação corPoraTiva da Gerdau C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 28 1/8/14 3:10 PM 29 75% do aço que produz no mundo é por meio de sucata ferro- sa que, depois de processada, vira aço novamente. Os outros pilares estão ligados a excelência, paixão e dinamismo. O passo seguinte foi criar um novo sistema de gestão, o Ger- dau Business System, que permeia todos os processos em todas as áreas da empresa, inclusive os da Comunicação. “Tenho de fazer benchmarking com outras praças para descobrir as me- lhores práticas e ver se o que estamos fazendo é desafiador”, observa. Segundo ele, em termos de gestão internacional, para determinadas ações da companhia há uma centralização de decisões, sobretudo nas que envolvem ações públicas, que precisam ser mapeadas e, para serem implementadas, preci- sam de autorização expressa da matriz brasileira. Por sua natureza B2B, a empresa não é um grande anunciante publicitário, como explica Gasparetto, mas isso não foi empe- cilho para manter um bom relacionamento com seus quatro principais stakeholders: funcionários, clientes, acionistas e a comunidade. No momento a Gerdau está se verticalizando e entrando no negócio da mineração de ferro; a área de comu- nicação já se prepara para mais essa etapa. NO MUNDO globalizado, quando ocorrem fusões ou cisões, o papel da comunicação revela-se ainda mais estratégicoe essencial. Exemplo disso é o trabalho de consolidação da nova identidade global da Mondelēz. Em 2012, a empresa incorporou todas as mar- cas de chocolate, biscoitos, gomas de mascar, doces e balas da Kraft Foods, algumas delas bastante familiares ao consumidor brasileiro, como o Sonho de valsa, Bis, Diamante Negro, Lancy, Amandita, Trident, Halls, biscoitos Club Social e Trakinas, entre outras, tornan- do-se a maior do mundo no setor. O grupo conta, hoje, com 110 mil empregados em 175 países, faturando US$ 35 bilhões por ano. C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 29 1/8/14 3:10 PM 30 cApA plAnejAmentO Na unidade brasileira, durante os oito meses (de fevereiro a outubro) que transcorreram entre o aviso e o lançamen- to oficial da empresa na bolsa de valores Nasdaq, em Nova York, a Mondelēz criou um plano de comunicação que teve como alvo primordial a comunicação interna. “Deci- dimos personificar o momento e dar voz aos funcionários para que não fossem apenas receptores de comunicação”, relembra Fabio Acerbi, diretor de assuntos corporativos da empresa, que precisou de um ano para que o trabalho fosse considerado realizado. Segundo Acerbi, todo o plano estratégico foi baseado no apelo emocional ligado à alegria, procurando mostrar que os produtos da empresa estão muito mais ligados a peque- nos momentos prazerosos do que à nutrição propriamente dita. Para tanto, diz ele, seria preciso mudar a estrutura da companhia e sua forma de trabalhar. O modelo no qual se inspiraram para atingir essa meta foi o das startups. “Elas são conectadas, inovadoras, têm velocidade e seu pessoal tem espírito empreendedor”, explica. A partir daí, conta, foi feita uma mobilização geral na empresa para ouvir o máximo possível de pessoas e associar a estratégia da com- panhia aos objetivos pessoais dos funcionários, de forma a criar uma nova cultura. Desse trabalho, surgiram os três pilares da companhia: mais colaboração, mais velocidade e mais espírito empreendedor, que mereceu, naqueles meses, intensa campanha interna através de todas as ferramentas disponíveis na empresa. A implementação do conceito de alinhamento glo- bal que levasse em conta a cultura regional foi um sucesso, segundo Acerbi, principalmente porque a matriz da empresa permitiu que as decisões do formato de comunicação fossem tomadas na re- gião. Assim, diz ele, houve uma grande celebração de todos os funcionários no dia em que as ações foram lançadas na Nasdaq e a Mondelēz brasileira lançava seu novo slogan “Alegria é a nossa história e o nosso destino”. “decidimOs persOniFicAr O mOmentO e dAr vOz AOs FunciOnáriOs pArA que nãO FOssem ApenAs receptOres de cOmunicAçãO” Fabio acerbi, diretor de assuntos corporativos da Mondelēz brasil Fabio acerbi, diretor de assuntos corporativos da Mondelēz brasil 30 C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 30 1/8/14 3:10 PM C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 31 1/8/14 3:10 PM 32 gestãO unificar e personalizar. o desafio da gestão das narrativas empresariais para atingir a todos os públicos com a mesma mensagem reLaTos diFereNTes, uma NarraTiva por roberto rockmann C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 32 1/8/14 3:10 PM 33 reLaTos diFereNTes, uma NarraTiva NeLsoN LeTaiF, direTor de comuNicação da brasKem NA BRASKEM há uma interação estreita e constante entre a equipe de comunicação e outras áreas da companhia, como a de relações de investidores. Cerca de uma semana antes da divulgação trimestral do balanço, a diretoria de comunicação, o presidente da petroquímica, o vice-presidente financeiro e os diretores de relações de investido- res se reúnem para alinhar as principais mensagens, discutir o que deve ser reforçado entre analistas de mercado e imprensa e avaliar eventuais vulnerabilidades e o que pode ser feito para responder a questionamentos. Para obter um alinhamento mais preciso, são fei- tos dois encontros antes do anúncio dos resultados. INvESTIDORES, colaboradores, imprensa, comunidades locais, governos, associações de classe. Dialogar com cada público de in- teresse implica desenvolver relatos sob medida para cada um deles a partir da narrativa corporativa e estabelecer um contato estreito entre a equipe de comunicação e outros setores envolvidos, como a área de relações de investidores ou de recursos humanos. Como as empresas enxergam e desenvolvem esses inúmeros relatos em seus diversos formatos e necessidades? Do relatório para os investidores aos relatos diários para as empresas, como as empresas formulam suas estratégias a partir do ponto de vista da construção das narra- tivas empresariais? “cOnversAmOs cOm váriAs áreAs dA empresA, prOcurAmOs entender nOvOs prOdutOs criAdOs, diAlOgAr cOm A áreA de pesquisA e desenvOlvimentO, Assim pOdemOs, quAndO lAnçAmOs um prOdutO Ou sugerimOs umA pAutA, ter um relAtO uniFicAdO” NeLsoN LeTaiF, direTor de comuNicação da brasKem QUANDO SE divulgam os resultados anuais e é publicado o Relatório de Administração, em que está o balanço anual e as estratégias de curto e médio prazo, a interação também é estreita. A equipe de relações de investido- res trabalha nos pontos a serem destacados, enquanto a de comunicação faz observações. A mensagem do presidente é feita pela di- retoria de comunicação, que se reúne com o principal executivo da companhia para discutir o conteúdo do texto. “Assim conse- C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 33 1/8/14 3:10 PM 34 NA CPFL, que participa de investimentos em distribuição, gera- ção, comercialização e transmissão de energia elétrica, os relatos vão das mensagens do presidente do Grupo nos comunicados ao mercado a informações oferecidas nas contas de luz distribuídas mensalmente aos seus cerca de sete milhões de consumidores das suas áreas de concessão. Em cada um desses relatos, a área de co- municação atua próxima. A conta de luz é um dos pontos mais fortes de contato com os clientes, o que faz com que a equipe de comunicação tenha de criar mensagens diretas e simples de se- rem entendidas com dicas sobre segurança. “Buscamos dar dicas de como evitar acidentes ou alguma outra recomendação”, afirma o diretor de comunicação empresarial e relações institucionais da CPFL Energia, Augusto Rodrigues. Outra atenção especial é guimos alinhar os relatos sob a mesma narrati- va”, diz o diretor de comunicação da Braskem, Nelson Letaif. Outro exemplo são os boletins voltados para os colaboradores. Bimestralmente, a Braskem publica o Geração Braskem, uma revista com notícias sobre a em- presa, seus colaboradores e seus negócios, e o Família Braskem, com assuntos mais familiares. A pauta das duas publicações é concentrada em um colaborador da área de comunicação, que fala com cada uma das áreas da empresa para saber dos temas importantes e, então, propõe as pautas. Os temas são avaliados pela equipe de comunicação. Aprovados, eles viram textos que, antes de chegar à gráfica, passam pela leitura do diretor de comunicação. “São várias pessoas que escrevem, vários pontos de vista, às vezes o que esse escritor ressalta é diferente do que é o mais importante para nossa estratégia corpo- rativa, por isso busco unificar o discurso, como um diretor de redação de uma revista, com um tom padrão”, observa Letaif. Nascida com o DNA de uma empresa que busca criar valor a partir da eficiência, da sustentabili- dade e da inovação, a Braskem tem como meta perseguir uma agenda positiva de comunicação em todas as suas frentes. Isso exige que aequipe de comunicação trabalhe como um jornalista de uma publicação, indo atrás de fatos e buscando ser didático quando se depara com um assunto mais técnico. “Conversamos com várias áreas da em- presa, procuramos entender novos produtos criados, dialogar com a área de pesquisa e desenvolvimento, assim podemos, quando lançamos um produto ou sugerimos uma pauta, ter um relato uni- ficado”, afirma Letaif. O contato com a imprensa também é estreito. “Mas o foco deles é diferente do nosso”, destaca. Sustentabilidade, um ponto relevante da narrativa da Braskem, é um assunto ainda deixado de lado pela grande imprensa. A estratégia da petroquími- ca é estimular a discussão, provocando o surgimento do tema em datas comemorativas, como o Dia da Água (22 de março) ou o Dia do Meio Ambiente (05 de junho). gestãO C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 34 1/8/14 3:10 PM 35 auGusTo rodriGues, direTor de comuNicação emPresariaL e reLações iNsTiTucioNais da cPFL eNerGia dada à imprensa regional. Para melhor atender às publicações e rádios regionais, foi criada uma estrutura descentralizada em que os gerentes de operações têm autonomia para se relacionar diretamente com os meios de comunicação locais. “Fazemos media training com eles, buscando reforçar a importância de eles terem um relacionamento próximo com a mídia regional, e damos todo o apoio que os gerentes necessitem para o caso de precisarem, por exemplo, fazer um comunicado que explique a razão de uma interrupção no fornecimento”, afirma. O alinhamento é uma busca constante para que cada relato pos- sa narrar os princípios que norteiam a empresa. “Por ser res- ponsável por toda a comunicação do Grupo, nossa diretoria de comunicação empresarial e relações institucionais conduz um programa de Gestão de Stakeholders, que compreende a estraté- gia de relacionamento e as ações de comunicação com públicos estratégicos para a empresa, como colaboradores, imprensa e demais formadores de opinião; além de atuar em parceria com outras áreas da empresa no que se refere à estratégia de relacio- namento e à produção de conteúdos para clientes, fornecedores, poder público, investidores, analistas do mercado financeiro, entre outros”, ressalta Rodrigues. Ele observa que, para garantir o alinhamento do discurso, a equipe de comunicação desenvol- veu um trabalho de posicionamento de marca que se baseia na missão, na visão e nos princípios da organização que norteiam não somente a condução dos negócios, mas também a maneira de comunicar, o que inclui diretrizes estéticas, de linguagem e de relacionamento. “buscAmOs reFOrçAr A impOrtânciA de um relAciOnAmentO prÓximO cOm A mídiA regiOnAl e dAmOs tOdO O ApOiO que Os gerentes necessitem pArA O cAsO de precisArem, pOr exemplO, FAzer um cOmunicAdO” auGusTo rodriGues, direTor de comuNicação emPresariaL e reLações iNsTiTucioNais da cPFL eNerGia C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 35 1/8/14 3:10 PM 36 gestãO NãO EXISTE REGRA mágica para asse- gurar que os diferentes relatos estejam ali- nhados à narrativa empresarial, já que cada perfil corporativo é diferente e único. Uma coisa importante é que prática e discurso têm de estar alinhados. Isso pode ser vis- to na área de sustentabilidade. “É essencial que discurso e prática estejam alinhados, ou seja, que seja um relacionamento sinérgico em que a sustentabilidade possa chegar aos stakeholders pelas ferramentas da área de comunicação e, assim, se pode garantir uma linguagem mais unificada e fluida”, destaca José Pascowitch, diretor executivo da visão Sustentável, consultoria que presta serviços de governança, gestão e comunicação para empresas. Para o diretor-presidente da Aberje e professor doutor e livre- -docente da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Nassar, o desafio das empresas é manter um discurso coerente, mas não homogêneo, adaptado às diferenças de cada público distinta- mente, para conduzi-los a um mesmo campo de percepções sobre a empresa. “Os valores e atributos de uma empresa, bem como suas conquistas, não podem ser trabalhados de forma absoluta. É preciso identificar o universo narrativo de cada um dos públicos que eles transitem em regimes de visibilidade institucional e branding assemelhados. Semelhança não quer dizer padrão narrativo”. “é essenciAl que discursO e práticA estejAm AlinhAdOs, que sejA um relAciOnAmentO sinérgicO em que A sustentAbilidAde pOssA chegAr AOs stakeholders” JosÉ PascoWiTcH, direTor execuTivo da visão susTeNTáveL “Os vAlOres e AtributOs de umA empresA, bem cOmO suAs cOnquistAs, nãO pOdem ser trAbAlhAdOs de FOrmA AbsOlutA” PauLo Nassar, direTor-PresideNTe da aberJe e ProFessor douTor e Livre-doceNTe da uNiversidade de são PauLo (usP)JosÉ PascoWiTcH PauLo Nassar C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 36 1/8/14 3:10 PM C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 37 1/8/14 3:10 PM 38 nOvAs mídiAs por diogo Antonio rodriguez Dispositivos mobile antecipam o futuro da comunicação, aumentando seu alcance e seus desafios um FuTuro mais móveL ATÉ BEM POUCO tempo atrás, falar de internet era falar de cabos de conexão, grandes computadores de mesa e uma boa dose de paciência na hora de se conectar. Em pouco tempo o cenário mudou tanto que um dado representa o que é a internet hoje: em 2013, haverá mais dispositivos móveis no mundo do que habitantes (10 bilhões). Se o nú- mero de aparelhos não para de crescer, o mesmo é verdade para a quantidade de dados trocados e da velocidade das conexões disponíveis (veja os dados nas páginas 42 e 43). Chega de fios, PCs enormes e demora na hora de acessar um conteúdo: a internet passou a morar no seu bolso – ou na sua bolsa. A nova realidade implica que passaremos a acessar toda a nossa vida on-line a partir das pequenas telas dos telefo- nes e tablets. Para elas migrará também o foco dos esforços, com a criação de novos aplicativos, novas formas de se conectar aos usuários e novas maneiras de investir em publicidade. Percebendo esses novos desafios, a maior parte das grandes empresas estrangeiras e nacionais já tem algum tipo de estratégia para o mundo mobile, seja interna ou externamente – em alguns casos, em ambos os lados da equação. Se o mundo está se transferindo para os aplicativos e a conexão em qualquer lugar e hora, é para lá também que devem ir os olhos de quem faz comunicação. C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 38 1/8/14 3:10 PM 39 PAULO MARINHO, superintendente de comunicação corpo- rativa do Itaú Unibanco, faz um diagnóstico do panorama geral: “Estamos vivendo uma revolução de dados não só pelo volume, variedade e velocidade, que definem o conceito de BigData [gera- ção massiva de dados], mas pela democratização do seu proces- samento e uso”. O Banco já tem uma forte presença no mundo mobile, mas continua em busca de aprimoramentos: “No Itaú es- tamos em meio a um processo de grande escala de padronização, centralização e organização do consumo de dados para todo o Banco”. Primeiro banco brasileiro a lançar um aplicativo de ope- rações financeiras na Apple Store, a empresa procura contemplar toda a gama de opções móveis disponíveis: “Hoje o Itaú oferece ferramentas específicas para iPhone, celulares e tablets que usam o sistema operacional Android para iPad [lançada em julho de 2010, antes mesmo do lançamento do aparelho da Apple no Bra- sil], Blackberry e Nokia. Também há ícone na store do Windows Phone 7 e do Windows Phone 8”. JERONIMO DOS SANTOS, diretor de varejo e marketing da rede Ipiranga, já percebe uma mudança no perfil da navegação: “Os aces-sos ao site Ipiranga via dispositivos mobile vêm crescendo a cada mês. Hoje, aproximadamente 15% do total de visitas são feitas por esses devices aos mais diferentes serviços da empresa. O número de acessos pelo celular ao ConectCar (serviço pré-pago para a com- pra de combustível, pagamento de estacionamento e pedágio), por exemplo, é ainda maior, tendo atingido 20% do total das visitas”. Marinho, do Itaú Unibanco, também consegue notar a mudança: aNdrÉ seNador, direTor de assuNTos corPoraTivos e reLações com a imPreNsa da voLKsWaGeN do brasiL PauLo mariNHo, suPeriNTeNdeNTe de comuNicação corPoraTiva do iTaú uNibaNco JeroNimo dos saNTos, direTor de vareJo e marKeTiNG da rede iPiraNGa “temOs experimentAdO um AumentO de usO dessAs FerrAmentAs A tAxAs mAis AltAs que As vivenciAdAs nO surgimentO dO internet bAnking. issO é extremAmente pOsitivO e é O que estAmOs buscAndO, mAs AO mesmO tempO expOnenciAlizA O tAmAnhO dO nOssO desAFiO” PauLo mariNHo, suPeriNTeNdeNTe de comuNicação corPoraTiva do iTaú uNibaNco C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 39 1/8/14 3:10 PM 40 “Temos experimentado um aumento de uso dessas ferramentas a taxas mais altas que as vivenciadas no surgimento do internet ban- king. Isso é extremamente positivo e é o que estamos buscando, mas ao mesmo tempo exponencializa o tamanho do nosso desafio”. O número de serviços disponíveis pelo celular não para de crescer, da mesma maneira que a venda de smartphones aumentou 99% no primeiro semestre de 2013, em comparação com o mesmo perío- do do ano passado. Foram vendidas 13,7 milhões de unidades de aparelhos inteligentes no País, de acordo com um estudo da Inter- national Data Corporation (IDC) encomendado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). No Itaú, por exemplo, Marinho explica que é possível ter acesso a uma gama maior de opções: “Hoje o cliente do Itaú conta com o leitor de có- digo de barras, transferências como TED e DOC, investimentos e o uso do iToken para confirmação segura e fácil das transações. Ou- tro exemplo do potencial de fidelização pela oferta de conveniência é o Aviso Viagem Geolocalizado oferecido pelo Banco. Quando o cliente se encontra na área de embarque dos principais aeroportos do mundo, o Itaú oferece a possibilidade de ele fazer seu aviso via- gem para os cartões, consultar ou recarregar seu cartão internacio- nal pré-pago ou ainda contratar o seguro viagem pelo celular”. ALÉM DE FACILITAR o acesso a serviços já existentes, os dispositivos móveis criam novas oportunidades de relacionamento com o cliente e fortalecimento de marca. Ricardo Wolff, di- retor de marketing institucional da Johnson & Johnson, mostra que é possível usar a experiên- cia digital em consonância com outras estratégias de comunicação já desenvolvidas: “A plataforma digital possibilita à Johnson & Johnson se aproxi- mar ainda mais dos seus consumidores e multi- plicar suas mensagens para fortalecer o conceito Carinho Inspira Carinho. Para disseminar esse conceito, a empresa tem forte presença digital a partir do site www.carinhoinspiracarinho.com. br, da fanpage do Facebook, de um aplicativo ex- clusivo e de um canal dedicado no MSN, onde a companhia oferece aos consumidores a opor- tunidade de compartilhar seus atos de carinho, conhecer outras histórias inspiradoras e acom- panhar como o carinho se espalha pelo mundo, tornando-o um lugar melhor”, explica. APESAR DE SER necessário marcar presença nesse novo e crescente mercado, o planejamento é extremamente necessário. Antes de se aventu- rar nessa seara, é preciso estudar a melhor solu- ção e alinhá-la aos objetivos gerais da empresa. “Além de estudos de mercado, observamos uma tendência ao mobile pela própria experiência em nossos ambientes on-line, na medida em que temos tido boa receptividade ao incluir no- nOvAs mídiAs “Além de estudOs de mercAdO, ObservAmOs umA tendênciA AO mObile pelA prÓpriA experiênciA em nOssOs Ambientes On-line, nA medidA em que temOs tidO bOA receptividAde AO incluir nOvAs plAtAFOrmAs” JeroNimo dos saNTos, direTor de vareJo e marKeTiNG da rede iPiraNGa C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 40 1/8/14 3:10 PM 41 vas plataformas como novos meios para se relacionar com os nossos clientes internos e externos”, observa Santos, da rede Ipiranga. O uso interno, aliás, é uma das possibilidades que o mobile apresenta para tornar mais simples a comunicação entre os próprios integrantes da empresa. Isso já é realidade na Johnson & Johnson, diz Wolff: “Algu- mas unidades de negócios têm ferramentas individuais que podem re- percutir informações dos canais institucionais”. A Ipiranga tem diversas iniciativas voltadas ao público interno. “Hoje, os revendedores têm uma plataforma completa para gestão dos postos com diversas ferramentas para facilitar o dia a dia (resultados, acompanhamento, conta corrente, gestão do merchandising, etc.), além de um canal direto de comunica- ção (pushes), entretenimento (games, conteúdo sobre o mercado e cases da Rede) e mobile commerce (compra de combustível). O conhecimento acumulado da empresa em outros ambientes on-line ajudou na hora de implementar as plataformas móveis. “Internamen- te, evoluímos os modelos existentes da plataforma web para a mobile, como o portal Rede Ipiranga Mobile, onde o revendedor Ipiranga confe- re as novidades da empresa, os extratos, realiza compras, etc.; e o portal VIP Mobile, em que o vIP (funcionário do posto Ipiranga) acompanha as notícias e recebe dicas que facilitam e otimizam o seu trabalho, além de conferir suas metas e extratos no programa de incentivo.” “A plAtAFOrmA digitAl pOssibilitA à jOhnsOn & jOhnsOn se AprOximAr AindA mAis dOs seus cOnsumidOres e multiplicAr suAs mensAgens” ricardo WoLFF, direTor de marKeTiNG iNsTiTucioNaL da JoHNsoN & JoHNsoN Outra vantagem importante que o uso dessas plataformas traz para as empresas é a possibi- lidade de olhar de perto o comportamento dos clientes e usuários. Dessa maneira, é possível ter um conjunto de informações mais completo e investir mais na satisfação do cliente. “Temos trabalhado bastante o suitability e a assertivida- de das nossas ofertas, seja nos canais eletrônicos ou na mesa dos gerentes, usando tanto dados internos do cliente como inferências estatísticas sobre o seu momento de vida”, afirma Marinho, do Itaú. “O acompanhamento é feito de perto, tanto das respostas quanto do comportamento dos con- sumidores, na plataforma digital da J&J. Isso ajuda a aumentar a interação com eles e direcio- na nosso conteúdo de forma a aumentar a sua relevância para o nosso público”, diagnostica Wolff. Ficar de olho no mobile pode gerar dados preciosos para a empresa. Santos explica como o processo é feito na Ipiranga: “A equipe de Web ricardo WoLFF, direTor de marKeTiNG iNsTiTucioNaL da JoHNsoN & JoHNsoN C o m u n i c a ç ã o 89ANDERSONOKOK.indd 41 1/8/14 3:10 PM 42 Marketing monitora periodicamente o número de downloads, engajamento, páginas visitadas e outras métricas, visando sempre melhorias e entender o cenário. A partir desse acompanhamento, verificamos a necessidade de atuali- zar os aplicativos e desenvolver evoluções alinhadas às tendências visuais e de usabilidade do mercado mobile”. Para os próximos anos, a tendência é de crescimento. Cada vez mais, o mobile vai deixar de ser algo exótico para se integrar mais profundamente ao dia a dia de consumidores e empresas. A J&J já se prepara para aplicar os conhecimentos obtidos em iniciativas futuras: “As plataformas móveis
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