Buscar

Caso 10

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Excelentíssimo Sr. Dr. Juiz De Direito 06ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.
	Claudia, brasileira, casada, professora, Rg, Cpf, E-mail, residente na Rua A, n° 01 , bairro B, da cidade do Rio de janeiro, vem respeitosamente a ilustre presença de vossa excelência por meio de seu advogado Benicio Pedrosa, inscrito na OAB/CE sob o n° 00000, com escritório na Avenida C, n° 678, Araturi, CEP: 00000, Rio de janeiro E-mail: b@hotmail.com, oferecer 
Contestação,
	A ação de cobrança pelo rito ordinário, movida pelo HOSPITAL CUIDAMOS DE VOCÊ LTDA., já devidamente qualificada nos autos do processo em epigrafe, pelas seguintes razões a seguir expostos.
DA JUSTIÇA GRATUITA:
	Requer-se o beneficio da justiça gratuita, para a parte requerida conforme previsão legal.
DOS FATOS:
Em 17 de setembro de 2013, Cláudia acompanhou o seu marido, Diego, ao Hospital Cuidamos de Você Ltda, por ter sofrido fratura exposta na perna direita, sendo necessária a realização de uma cirurgia de emergência, conforme comprova diagnóstico médico. O plano de Saúde Minha Vida, conveniado ao hospital, arcou com os custos de todo o procedimento médico. 
	Para a realização do procedimento cirúrgico, mesmo após a autorização do plano de saúde, a direção do hospital exigiu de Cláudia um cheque caução no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), como garantia de pagamento dos serviços médicos que seriam prestados a Diego. 
	Ocorre que o plano de saúde conveniado ao hospital autorizou o procedimento cirúrgico, realizado pelo Diego, marido de Cláudia.
DAS PRELIMINARES:
	
DA INCOMPETENCIA ABSOLUTA EM RAZÃO DA MATERIA:
	Na ação proposta verifica-se a incompetência absoluta em razão da matéria, uma vez que a competência para analisar e julgar tal matéria da vara civil não e de competência da Fazenda Publica como foi proposta. 
	Assim prevê o Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
II - incompetência absoluta e relativa.
	
DO MERITO:
	No caso em questão deve-se observar o art.156, CC, que trata do estado de perigo, uma vez se configura um vicio no negocio jurídico, que trata-se da prestação excessivamente onerosa em decorrência de uma necessidade.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
	Pela leitura do texto legal, entende-se que ocorre o estado de perigo quando o agente, diante de situação de grave perigo conhecido pela outra parte, emite declaração de vontade para salvar-se ou pessoa próxima, assumindo obrigação excessivamente onerosa.
É, portanto, “a situação de extrema necessidade que conduz uma pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume obrigação desproporcional e excessiva” (GONÇALVES, 2005, p. 392).
São exemplos trazidos pela doutrina, extraídos de Gagliano e Pamplona Filho (2004), Diniz (2004) e Gonçalves (2005): o indivíduo que está se afogando promete quantia exorbitante ao seu salvador; indivíduo abordado por assaltantes promete recompensa ao seu libertador; vítima de acidente de automóvel que assume obrigação excessivamente onerosa para que não morra no local do acidente; o doente, em perigo de vida, que paga honorários excessivos para o cirurgião atendê-lo.
Gagliano e Pamplona Filho comentam um exemplo corriqueiro e hodierno:
Não há como não se reconhecer a ocorrência deste vício no ato de garantia (prestação de fiança ou emissão de cambial) prestado pelo indivíduo que pretenda internar, em caráter de urgência, um parente seu ou amigo próximo em Unidade de Terapia Intensiva, e se vê diante da condição imposta pela diretoria do hospital, no sentido de que o atendimento emergencial só é possível após a constituição imediata de garantia cambial ou fidejussória (2004, p. 367).
A anulabilidade do negócio jurídico em razão do estado de perigo encontra fundamento na inexigibilidade de conduta diversa, ante a comparação dos dois males irremediáveis. Ainda, consagra o princípio da função social do contrato, probidade e boa-fé, verdadeira cláusula implícita de conteúdo ético e exigibilidade jurídica. Visa a uma equivalência material entre os contratantes, proibindo os contratos iníquos.
	Desta forma, não existe procedência em tal ato devendo tal negocio ser anulado para salvaguardar a integridade patrimonial da parte, uma vez que esta agiu sob o estado de necessidade não tendo sequer nenhuma alternativa a não ser contrair tal obrigação desproporcional e excessiva. 
	Para assegurar tal anulação devemos ainda pautar-se no art. 171, CC, que apresenta-se de forma clara e derradeira as circunstancias do caso.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
	
	Seguindo a jurisprudência devemos observar que esta também já conheceu deste mérito e foi favorável a anulação de tal conduta.
Dados gerais
Processo
AC 20140235840 Brusque 2014.023584-0
Orgão Julgador
Quinta Câmara de Direito Comercial
Julgamento
3 de Julho de 2014
Relator
Guilherme Nunes Born
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. PRELIMINAR. CONEXÃO COM DEMAIS AÇÕES. PREJUDICADO. DETERMINAÇÃO JÁ REALIZADA PELO MAGISTRADO A QUO. MÉRITO. FORMAÇÃO DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE E EMISSÃO DE CHEQUE CAUÇÃO. ESTADO DE PERIGO DEMONSTRADO (ART. 156, CC). APELADO QUE SE VIU OBRIGADO A EMITIR TÍTULO DE CRÉDITO, EM RAZÃO DA AUSÊNCIA DE LEITO EM HOSPITAL CREDENCIADO AO SUS. IMPOSSIBILIDADE DA COBRANÇA. SENTENÇA MANTIDA.
	Através do fundamentos , deve-se ter a anulação de tal ato uma vez que preenche neste caso todos os requisitos necessários para a realização de tal anulação.
DOS PEDIDOS:
	Diante do exposto requer a Vossa Excelência:
a) O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta, remetendo-se os autos para uma das varas cíveis da Comarca do Rio de Janeiro;
b) No mérito, requer a improcedência do pedido autoral;
c) Condenação do autor em custas processuais e honorários advocatícios.
DAS PROVAS:
	Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial, documental, documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal da parte autora.
Nestes termos, 
Pede o deferimento
Fortaleza, 23 de Novembro de 2016
Benicio Pedrosa do Nascimento
OAB n° X

Outros materiais