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jusbrasil.com.br
13 de Abril de 2021
Pare de fazer drama! Entenda a tutela provisória do CPC
definitivamente e dê show na balada!
Considerações sobre o instituto da tutela provisória do Código de Processo
Civil (Lei nº 13.105/15).
Fonte da imagem: Instituto de Direito Contemporâneo
Resumo: Mas afinal, o que é a tutela provisória? Faço uma abordagem
tratando desde o conceito e necessidade da tutela para analisar as espécies
e requisitos para a concessão.
http://www.cpcnovo.com.br/blog/2015/06/17/tutela-provisoria-no-novo-cpc/
Abstract: But after all, what is the interim protection? I approach comes
from the concept and need for protection to analyze the species and
requirements for the grant.
Palavras-chave: Novo Código de Processo Civil; Lei nº 5.869/73; Lei nº
13.105/15; Tutela Provisória; Tutela Cautelar; Tutela Antecipada; Tutela da
Evidência; Tutela Antecedente.
Keywords: Code of Civil Procedure; Law nº 5,869/73; Law nº
13,105/15; Provisional protection; Trusteeship Writ; Injunctive Relief;
Protection of evidence; Trusteeship Background.
Sumário: Introdução - Tutela Provisória - Tutela Provisória de Urgência
- Tutela Provisória de Urgência Antecipada - Tutela Provisória de
Urgência Cautelar - Tutela Provisória de Urgência Antecipada em
Caráter Antecedente - Tutela Provisória de Urgência Cautelar em Caráter
Antecedente - Tutela da Evidência - Conclusão - Notas - Referência.
Introdução
Busca-se com este artigo tratar sobre o instituto da tutela provisória de uma
forma bem simplória, visando que qualquer operador do direito ou não
entenda as respectivas benesses desse instituto do direito processual
brasileiro.
Quem sabe com a leitura deste artigo e a boa compreensão do instituto da
tutela provisória não seja um bom assunto para falar com o gatinho ou com
a gatinha na balada? Eu sei, claramente que não, acredito que é por isso
que estou solteiro (risos).
Faço uma explanação geral sobre o instituto, desde o conceito dele até as
espécies da tutela provisória, assim, acabando com qualquer dúvida sobre
tutela provisória definitivamente.
Tutela Provisória
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
Para explicar o que vem a ser o instituto da tutela provisória de forma
simplória, nada melhor do que trabalhar em cima de um exemplo
totalmente hipotético e que acontece, infelizmente, frequentemente na
prática.
Supondo que você é um renomado advogado de um dos diversos escritórios
de advocacia que temos no nosso vasto território brasileiro e certo dia
adentra uma senhora com seus noventa anos e começa a lhe relatar o
seguinte caso a você:
Doutor, tenho problema de saúde, no qual necessito de uma medicação
para continuar sobrevivendo. Não possuo condições financeiras para
adquirir mensalmente os remédios e o SUS (Sistema Único de Saúde)
negou o fornecimento. Por favor, me ajude, se não começar a tomar o
medicamento o quanto antes é certo que falecerei dentro de alguns dias.
O que você faria?
O sistema judiciário brasileiro é falido, inclusive é algo incontroverso, não
venham me dizer que não pois é algo que qualquer pessoa tem ciência.
O lapso de tramitação de um processo é enorme, inclusive é possível contar
em uma mão quantos processos duram menos de meio ano entre a
propositura da petição inicial até a prolação da sentença.
A tutela provisória busca acima de tudo, no atual cenário judiciário
brasileiro, confrontar o lapso temporal de tramitação de um processo.
Nas lições de Humberto Theodoro Júnior, a tutela provisória é uma
"técnica de sumarização, para que o custo da duração do processo seja
melhor distribuído, e não mais continue a recair sobre quem aparenta, no
momento, ser o merecedor da tutela" (Curso de Direito Processual
Civil. 57. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. v. 1).
O que o grande mestre Humberto Theodoro Júnior busca transmitir em sua
brilhante obra é que a tutela provisória nada mais é do que um instituto do
direito brasileiro que busca antecipar um provimento jurisdicional ou
assegurar o direito de uma parte.
A tutela provisória é dividida em tutela provisória de urgência e tutela da
evidência, enquanto na primeira busca-se inibir qualquer dano que a
demora na prestação da tutela jurisdicional possa causar, seja por via
asseguratória (tutela cautelar) ou via antecipatória (tutela antecipada), a
segunda busca conceder um direito incontroverso da parte.
Novamente, a fim de frisar o que é cada uma, de forma simples, é a forma
de antecipação da decisão de mérito ou técnica asseguratória de um direito.
A importância desse instituto é enorme, sobretudo porque garante a
dignidade da pessoa e outros diversos direito fundamentais assegurados
pela nossa Constituição Federal de 1988.
Ainda não entendeu? Não se preocupe, existem muitos operadores do
direito que sequer fazem ideia do que seja e como se aplica na prática o
instituto!
O processo civil é divido em quatro fases, notadamente postulatória,
saneamento, instrutória e decisória, e deverá obedecer necessariamente
essa ordem, sob pena de nulidade. Ora, lembram daquele caso meramente
hipotético da senhora com problema de saúde? Então, imagine essa
senhora ter que esperar todo esse tramite para conseguir o remédio, é certo
que ela falecerá no curso do processo dependendo se o lapso temporal
daquela demanda judicial for grande, até porque, caso não venha a falecer,
o quadro de saúde poderá agravar muito!
A tutela provisória, no exemplo, demonstra-se na concessão dos
medicamentos sem a necessidade de tramitação de todas as fases do
processo, isso, sem qualquer prejuízo de posterior tramitação, portanto,
buscando evitar o prejuízo da parte de modo a antecipar o provimento
jurisdicional final ou de um futuro provimento jurisdicional o qual será
assegurado, podendo ser revogado e modificado a qualquer tempo contato
que no curso do processo.
Importante destacar que se dá por meio de cognição sumária, ou seja, não
há cognição exauriente na decisão do juiz, em outras palavras, não faz coisa
julgada material, até porque violaria garantias constitucionais,
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
notadamente o devido processo legal (art. 5º, inc. LIV, da Constituição
Federal Brasileira).
Tutela Provisória de Urgência
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo.
Conforme a imagem deste artigo mostra, bem como já narrado no tópico
anterior, a tutela provisória possui duas espécies, notadamente, a urgência
e a evidência.
A tutela provisória de urgência pauta-se na necessidade da prestação da
tutela jurisdicional evitar um prejuízo à parte.
Da simples leitura do art. 300 do Novo CPC, nota-se que existem dois
requisitos autorizadores para a concessão desse tipo de tutela, quais sejam
a (A) elementos que evidenciem a probabilidade do direito e (B) o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.
O caso da senhora que necessita de medicamentos levantado no tópico
anterior está devidamente enquadrado nesta espécie de tutela, conforme
trabalharemos na sequência.
(A) Elementos que evidenciem a probabilidade do direito ou fumus boni
juris (tradução = sinal do bom direito), sinônimos, podendo ser
chamados da forma como melhor entenderem. Ora, se a concessão da
tutela provisória é a antecipação de um provimento jurisdicional,
necessário se faz demonstrar o possível julgamento favorável à parte
que pleiteia a tutela provisória.
Na prática, utilizando-se do caso daquela senhora que precisa de
medicamentos (tópico anterior), a mera declaração do médico atestando
que àquela senhora necessite de medicamentos é prova suficiente para
preenchimento doprimeiro requisito.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728364/inciso-liv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
Aqui se busca acima de tudo a segurança jurídica da parte adversa,
sobretudo porque a concessão de certa tutela provisória pode gerar algum
prejuízo e a incerteza no provimento jurisdicional fim pode acarretar
diversos danos não somente ao desfavorecido com a tutela, mas sim a toda
coletividade.
(B) O perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, ou
periculum in mora (tradução = perigo da demora), sinônimos. Tratam-
se de requisitos alternativos, o preenchimento de um é suficiente para,
cumulando-se com o requisito (A), concessão da tutela provisória.
Existem casos em que ocorre o preenchimento dos dois requisitos (B),
como é o caso do exemplo meramente hipotético.
Estamos diante de requisito que visa afrontar a demora processual. A
demora no julgamento de um processo não deve de forma alguma
repercutir às partes, apenas ao poder judiciário. Desse modo, caso o direito
que a parte possua reste demonstrado (requisito ‘A’) a necessidade de
demonstração de um possível dano ou do risco ao resultado útil do
processo é requisito fim para a concessão da tutela provisória.
A exemplo, por ora, utilizaremos o exemplo da senhora que precisa de
medicamentos para a manutenção de sua saúde. Para nossa felicidade,
tratarei sobre os dois requisitos do item (B), pois aplicáveis ao caso.
Vejam, o perigo de dano resta caracterizado pelo fato da necessidade de
medicamento necessário para a manutenção de sua vida naquele momento,
podendo ser comprovado com uma declaração do estado de saúde daquela
senhora, a fim do cumprimento.
Poderia ainda caracterizar o risco ao resultado útil do processo, sobretudo
por ser uma característica incidental, ou seja, no curso do processo e não
liminarmente ao contrário do perigo de dano, sobretudo, aliado ao
princípio da primazia do julgamento do mérito, possivelmente quando seria
prolatada o pronunciamento final do juiz aquela senhora já tenha falecido.
Assim, a distinção das duas se dá pelo aspecto tempo, enquanto no
primeiro (perigo de dano) se dá por uma necessidade do momento
(concessão liminar), o risco ao resultado útil do processo liga-se a questão
de eventual prejuízo que a parte venha a sofrer no curso do processo
(incidentalmente).
Importante, por fim, destacar alguns aspectos com relação à tutela
provisória de urgência, notadamente os parágrafos do art. 300 do Novo
CPC.
Primeiramente, destaca-se que é totalmente possível que para a concessão
da tutela provisória de urgência, o juiz, de ofício exija caução real ou
fidejussória idônea (art. 300, § 1º, do Novo CPC).
Isso nada mais é do que uma forma de assegurar que a parte contrária não
tenha qualquer prejuízo em caso de modificação ou, principalmente,
revogação.
Porém, no mesmo parágrafo o legislador prevê a possibilidade de, caso a
parte litigante seja economicamente hipossuficiente dispensar a garantia
(art. 300, § 1, in fine, do Novo CPC).
Uma crítica que faço ao final desse parágrafo é que a definição de
economicamente hipossuficiente é subjetiva, não existe um critério de
classificação. Isso é uma faca de dois gumes, por um lado muito bom por
não tabelar o quanto a pessoa tem para a caracterização da
hipossuficiência, por outro lado, permite que uma parte que tenha mais
condições financeiras seja caracterizada também como economicamente
hipossuficiente.
Segundo ponto a ser levantada na tutela provisória de urgência é o art. 300,
§ 2º, do Novo CPC. A tutela provisória pode ser concedida tanto
liminarmente, quanto incidentalmente. Isso significa que enquanto no
primeiro a tutela é concedida logo após a propositura da petição inicial
(seja do processo principal, quanto da medida cautelar), bem como ser
designada audiência de justificação para então ser possível a concessão.
Cassio Scarpinella Bueno (Novo Código de Processo Civil Anotado.
São Paulo: Saraiva, 2015. p. 219) esclarece “A ‘tutela de urgência’ pode ser
concedida liminarmente, isto é, no início do processo e sem a oitiva prévia
da parte contrária, ou após justificação prévia (art. 300, § 2º, do Novo
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894055/par%C3%A1grafo-1-artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894051/par%C3%A1grafo-2-artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894051/par%C3%A1grafo-2-artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
CPC). A justificação prévia, cabe anotar, é alternativa àqueles casos em
que os pressupostos para a concessão da tutela de urgência não são
passíveis de demonstração com a própria petição inicial (prova
documental, ata notarial ou estatuto técnico), sendo o caso, por exemplo,
de ouvir testemunhas ou o próprio requerente da medida, o que merece
ser justificado na própria petição em que é formulado o pedido”.
Por fim, destaca-se que existe uma única hipótese que, mesmo preenchidos
todos os requisitos e prestado caução, não será concedida. Existem casos
que a decisão que conceder a tutela provisória cause efeitos irreversíveis
(art. 300, § 3º, do Novo CPC), nesse caso o magistrado é legalmente
impedido para a concessão da tutela requerida, inclusive, se ele quiser, ele
pode conceder a tutela, mas certamente a decisão será caçada pela instância
superiora.
A tutela provisória de urgência é dividida em antecipada e cautelar, como
estudaremos na sequência, inclusive, aplicando-se o princípio da
fungibilidade nas duas, vez que o requerimento de uma não prejudica na
conversão para a outra, o que não se deve fazer é indeferi-la de plano
motivado pela incoerência na espécie requerida.
Existe uma última divisão com relação ao momento do requerimento da
tutela provisória de urgência. São dois, antecedente, ou seja, antes da
propositura do pedido principal, e incidentalmente, juntamente com o
pedido principal.
Tutela Provisória de Urgência
Antecipada
A tutela provisória de urgência antecipada nada mais é do que a
antecipação do provimento jurisdicional fim, ou seja, da decisão do juízo
acerca do caso posto em testilha.
O porém de falar em antecipação do provimento jurisdicional fim é a falsa
impressão de que aquela decisão faz coisa julgada, o que não é verdade,
sobretudo porque está pautada em cognição sumária, significando que não
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894049/par%C3%A1grafo-3-artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
é algo exauriente e, necessariamente, precisará de todo tramite processual
para sua conversão em tutela definitiva, a qual, com o trânsito em julgado,
fazcoisa julgada material.
A tutela provisória de urgência antecipada deve ser encarada como se o
magistrado tivesse o encargo, diante dos elementos contidos no art. 300 do
Novo CPC (probabilidade de exito do direito da parte postulante e perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo) de julgar o processo naquele
estado liminar em que se encontra.
Outro ponto a destacar é que pode ser concedido tanto liminarmente,
quanto incidentalmente, ficando a critério cognitivo do magistrado aplicar
no momento em que restar preenchidos os requisitos autorizadores.
Ademais, que a concessão da tutela provisória de urgência antecipada pode
ser revogada ou modificada (art. 296 do Novo CPC) já sabemos, mas o que
eu gostaria de levantar agora é algo intrínseco ligado à figura do
magistrado. Mesmo que a ideia de tutela provisória seja o oposto de
definitivo, uma vez concedida tal medida, dificilmente haverá retratação
daquela decisão que antecedeu, de modo a, mesmo contrariando o disposto
na lei, aquele processo já estar julgado.
A exemplo do que busco dizer é que, quando um processo está apto a
julgamento, o magistrado analisa o processo desde o início, de modo a
passar por aquela decisão, inevitavelmente. Salvo se em jogo probatório a
parte desfavorecida da respectiva concessão antecipatória conseguir
elementos plausíveis a fim de modificar àquela decisão, havendo duvidas, o
magistrado manterá sua decisão liminar.
Desse modo, busco dizer que a formulação do requerimento de antecipação
dos efeitos da tutela definitiva é uma faca de dois gumes, porquanto, caso o
magistrado não tivesse concedido a tutela requerida, poderia, em sua
própria cognição, optar por converter o indeferimento do requerimento em
indeferimento dos pedidos iniciais.
Por fim, destaco para o momento da concessão do respectivo instituto que
aqui tratamos. Como o próprio nome diz, trata-se de um instituto
provisório, ou seja, algo que não se tem uma certeza de ser definitivo ou
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894076/artigo-296-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
não, além disso, no caso da tutela provisória de urgência antecipada, é algo
antecipatório, o que nos remete a entender que deve ser concedida
liminarmente ou no curso do processo. Ocorre que a tutela provisória pode
ser concedida a qualquer momento no curso do processo, inclusive na
prolação da sentença de mérito, ocasião em que, com a cognição
exauriente, a tutela ora prestada não será provisória, mas sim definitiva.
Tutela Provisória de Urgência Cautelar
Ao contrário da tutela provisória de urgência antecipada, na tutela
provisória de urgência cautelar não se antecipada um provimento
jurisdicional, mas sim assegura um direito de uma parte.
A tutela provisória de urgência cautelar está disposta no art. 301 do CPC, “A
tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para assegurar um
direito”.
No Código de Processo Civil de 1973 (Lei nº 5.869/73) existia o livro das
cautelares, em que disciplinada as formas de medida cautelar possíveis, as
lá dispostas eram as chamadas cautelares nominadas ou típicas, porém o
rol de cautelares era exemplificativo, de forma que era possível requerer
outra medida cautelar não disposta no código, contanto que preenchido o
requisito idoneidade, por isso o rol de cautelares poderia ser considerando
exemplificativo, passando as medidas não dispostas no código serem
interpretadas como cautelares inominadas ou atípicas.
Diferente não foi no vigente código de processo civil, salvo pela extinção do
livro das cautelares, as quais foram transformadas em um único artigo,
qual seja o art. 301 do CPC.
Ao meu ver, a única mudança foi a retirada de disposição no código,
porquanto observando o art. 301 do CPC, esse indica quais são as cautelares
nominadas ou típicas, bem como indica que o rol delas é exemplificativo,
contanto que respeitado o requisito idoneidade.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894047/artigo-301-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894047/artigo-301-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894047/artigo-301-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
As medidas cautelares pode ser encarada tanto como forma de (I) assegurar
bens, (II) assegurar pessoas ou (III) assegurar provas.
(I) A medida cautelar que visa assegurar bens, destina-se a resguardar
futura execução forçada e, ainda, a apenas manter um estado de uma coisa.
Por exemplo, a medida que visa assegurar bens para uma execução forçada,
poderia ser facilmente atingida por meio de arresto de bens, cautelar
nominada da Lei nº 13.105/15 e, noutro norte, a medida para assegurar o
estado de uma coisa, facilmente compreendida pela medida cautelar de
sequestro.
(II) A medida cautelar com fito em assegurar pessoas está pautada
justamente em questões relativas à guarda de pessoas menores, sobretudo
visando satisfazer as satisfazer as necessidades dos menores. Um clássico
exemplo seria a medida cautelar de sequestro de menores, aquele que,
zelando por um menor, o qual possua a responsabilidade pelo zelo e
necessidades dele, promove a ação a fim de trazer para si a
responsabilidade pelo menor, ou seja, a guarda e o sequestro.
(III) A última espécie de medida cautelar visa assegurar uma prova a ser
utilizada em um futuro processo judicial. Para exemplificar a finalidade
dessa medida, imagine que um senhor, de seus noventa e oito anos está em
seu leito de morte e servirá como testemunha de um processo ainda a ser
ajuizado. Ora, existe uma incerteza se aquele senhor conseguirá depor em
juízo sobre aquele fato, para tanto propõe-se uma cautelar inominada de
produção de provas para que antes de todo a tramite processual, esse possa
depor.
Tutela Provisória de Urgência
Antecipada em Caráter Antecedente
Trata-se de um instituto inovador no direito processual civil brasileiro. Para
ser franco com os caros leitores, seria necessário um artigo específico para a
explicação minuciosa dessa espécie de tutela provisória de urgência
(Cautelar e Antecedente).
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
"Considera-se antecedente toda medida urgente pleiteada antes da dedução
em juízo do pedido principal, seja ela cautelar ou satisfativa" (THEODORO
JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 57. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2016. v. 1. p. 650).
A tutela provisória concedida em caráter antecedente significa a
possibilidade de antes da propositura do processo judicial, diante de uma
urgência contemporânea, requerer o futuro provimento jurisdicional fim de
um futuro processo, ou de uma medida asseguratória.
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento
da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.
Primeiramente vamos trabalhar com a tutela provisória de urgência
antecipada concedida em caráter antecedente.
Em uma palestra feita à Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro em
25 de julho de 2015, o professor Fredie Didier Jr. Deu o seguinte exemplo
para explicar o que vem a ser o art. 303 do CPC¹.
Um aluno de terceirão passou no vestibular e a data da matrícula no
cursosuperior é antecedente à data de conclusão do ensino médio,
certamente haverá indeferimento por parte da instituição de ensino em
que faz o ensino médio em emitir o diploma antes do término do ano
letivo, bem como haverá o indeferimento por parte da universidade em
reservar a referida vaga ao aluno.
O ilustríssimo professor passa a explicar que não obstante a isso, é possível
sim conseguir aquela vaga do curso superior ao terceiranista por
intermédio da tutela provisória de urgência em caráter antecedente.
Existem três requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência
antecedente, (I) Urgência contemporânea à propositura da ação; (II)
Exposição do direito que se busca realizar; (III) Perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.
Ora, o professor tem total razão, observem que todos os requisitos
autorizadores estão presentes no exemplo.
(I) A urgência contemporânea à propositura da ação significa dizer que a
parte necessita de um futuro provimento jurisdicional fim sem mesmo ter
promovido a petição inicial ainda. No exemplo do estudante, resta
comprovada diante do binômino que àquele se encontra, a resistência à
emissão de certificado de conclusão de ensino médio e a eminência de
perder a vaga no curso superior.
(II) Nada mais é do que o fumus boni juris, só que no caso é aplicado com
relação à lide demonstrada na medida antecedente, de modo que reste
caracterizado a procedência no direito que a parte lhe titula como
detentora.
(III) O nosso conhecido periculum in mora, nos mesmos moldes da minha
explicação na tutela provisória de urgência, a concessão do provimento é
fundamental para aquele requerente neque momento no caso de perigo de
dano, ou risco ao resultado útil do processo no caso da não concessão
daquele provimento naquele momento, devido a um incerto, porém
provável, incidente.
Finalizando o exemplo do terceiranista, caso haja resistência de ambas
instituições de ensino, existe a possibilidade de requerer a medida
antecipatória demonstrando os três requisitos, bem como requerendo a
tutela provisória e formulando o pedido imediato e mediato, a fim de obter
a possibilidade de realizar a matrícula na universidade.
Caso haja a concessão da tutela requerida, deverá ser observado o parágrafo
primeiro do art. 303 do CPC.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
Art. 303. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput
deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a
complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos
e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em
outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado
para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será
contado na forma do art. 335.
Após a concessão da tutela antecedente, o juiz concederá prazo para que a
peça seja aditada visando melhorar aquela exordial, seja com melhoria na
argumentação, seja carreando outros documentos, sobretudo porque o
processo judicial começará a tramitar com a presença de contraditório.
Caso não haja aditamento, o processo será extinto (art. 303, § 2º, do CPC).
Do aditamento, o processo correrá nas formas do art. 318 do CPC, ou de
determinado procedimento especial disposto no código, inclusive com a
realização de audiência prévia no caso de haver possibilidade de
autocomposição (art. 303, § 1º, II, do CPC).
Interessante destacar a primazia da decisão de mérito no caso do processo
antecipatório, de modo que caso o magistrado entenda que não haja
elementos para a concessão da tutela requerida, concederá
obrigatoriamente o prazo de até cinco dias para emenda daquela petição,
nos termos do art. 303, § 6º, do CPC.
Art. 303. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de
tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da
petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o
processo ser extinto sem resolução de mérito.
Agora chegamos na parte complexa do tópico, na tutela provisória de
urgência antecipada antecedente existe algo chamado estabilização da
tutela antecedente, disciplinada no art. 304 do CPC.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-
se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo
recurso.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art335
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894011/par%C3%A1grafo-2-artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893823/artigo-318-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894023/par%C3%A1grafo-1-artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894017/inciso-ii-do-par%C3%A1grafo-1-do-artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894025/artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893998/par%C3%A1grafo-6-artigo-303-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893996/artigo-304-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art303
A estabilização da tutela antecedente significa dizer que aquela decisão
concedida em favor do requerente será mantida, melhor dizendo,
estabilizada. Isso não quer dizer que a parte desfavorecida não possa
recorrer contra a decisão antecipatória, até porque o legislador previu essa
possibilidade no final do art. 304 do CPC.
A estabilização cria segurança jurídica ao favorecido com a decisão e a
possibilidade de recorrer da cria segurança jurídica ao desfavorecido com a
decisão.
A não interposição de recurso causa a extinção daquele processo em que foi
concedida a tutela provisória antecedente, nos termos do art. 304, § 1º, do
CPC, tendo a parte desfavorecida o prazo de até dois anos, a contar da
ciência da extinção do processo, para rever, reformar ou invalidar a tutela
concedida (art. 304, § 5º, do CPC), inclusive, qualquer das partes pode
provocar a revisão, reforma ou invalidação da tutela, não apenas o
desfavorecido (art. 304, § 2º, do CPC).
A estabilização da tutela antecedente não faz coisa julgada (art. 304, § 6º,
do CPC), como já fora explicado neste artigo, sobretudo porque foi
concedida em cognição sumária.
A extinção do processo sem o prosseguimento não inibe que qualquer das
partes requeira o desarquivamento daquele processo, instruindo a inicial,
sendo prevento o juízo que concedeu a tutela antecipada (art. 304, § 4º, do
CPC).
Conclui-se, assim, que não recorrido daquela decisão que concedeu a tutela
antecipada, essa não fará coisa julgada, mas manterá seus efeitos até que
qualquer das partes tente rever, reformar ou invalidar a referida tutela (art.
304, § 3º, do CPC).
Por fim, resta uma dúvida, qual afinal é o recurso que irá impedir a
estabilização da tutela antecipada antecedente? Meus caros, existem
diversas correntes, sendo a majoritária interpretando que o recurso cabível
para evitar a estabilização da tutela é o Agravo de Instrumento, nos termos
do art. 1.015 do CPC, salvo no Juizado Especial Cível, Lei nº 9.099/95, que
é passível de requerera tutela antecedente, sendo, no último caso, a
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893996/artigo-304-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893993/par%C3%A1grafo-1-artigo-304-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
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https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
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https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893996/artigo-304-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893996/artigo-304-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
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https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893996/artigo-304-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
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https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28887392/artigo-1015-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/773841431/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
simples manifestação da parte como causa para impedir a estabilização da
tutela antecedente, visto que naquele rito não se comporta recorrer de
decisões interlocutórias, pronunciamento do juiz utilizado na concessão da
tutela antecedente.
Tutela Provisória de Urgência Cautelar
em Caráter Antecedente
Nos moldes do tópico anterior, "Considera-se antecedente toda medida
urgente pleiteada antes da dedução em juízo do pedido principal, seja ela
cautelar ou satisfativa" (THEODORO, Humberto. Júnior. "Curso de Direito
Processual Civil - Volume I". 57ª ed. Rio de Janeiro: GEN | Editora
Forense, 2016. P.650)
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela
cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a
exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo. Parágrafo único. Caso
entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o
juiz observará o disposto no art. 303.
Eu vou falar uma coisa agora ao amigo leitor, mas peço que não anote isso
em lugar algum, tampouco fale para alguém que fui eu quem falou, mas a
tutela provisória de urgência cautelar em caráter antecedente me lembra
muito o processo cautelar do Código de Processo Civil de 1973.
Os três requisitos da petição inicial para a concessão de tutelala provisória
cautelar são (I) Lide e seu fundamento; (II) Exposição sumária do direito
que se objetiva assegurar; (III) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo.
Apenas ratificando o que aqui fora falado anteriormente, a tutela cautelar
visa assegurar um direito (bens, pessoa ou provas), no caso do caráter
antecedente, assegurar um futuro direito (ex: medida cautelar de arresto
para assegurar futura execução forçada).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art303
Faço um adendo com relação ao parágrafo único do art. 305 do CPC, o qual
inibe que um processo seja extinto se o caso em testilha comporta a tutela
de urgência antecipada, aplicando-se fungibilidade entre elas.
Recebida a inicial, o juiz determinará a citação do requerido para contestar
os pedidos e indicar as provas pertinentes no prazo de cinco dias (art. 306
do CPC), caso o requerido permaneça silente, serão reputados como aceitos
os fatos narrados pelo requerente como ocorridos (art. 307 do CPC),
incumbindo ao juiz, no último caso, julgar o processo no prazo de cinco
dias. Caso haja contestação, deverá ser observado o procedimento comum
(art. 307, parágrafo único, do CPC).
Após a efetivação da tutela cautelar, terá o requerente o prazo de trinta dias
para promover a ação principal, aditando aquele processo já proposto,
incluindo pedido principal e modificando causa de pedir, caso seja
necessário, dispensado do pagamento de novas custas, para então o tramite
na forma do art. 318 do CPC (procedimento comum) ou na forma de
procedimento especial competente (art. 308 do CPC).
Diferentemente da tutela provisória de urgência antecipada em caráter
antecedente, aqui não existe estabilização, muito pelo contrário, o art. 309
disciplina as causas que ensejam na cessação da eficação da tutela
concedida.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente,
se: I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; II - não for
efetivada dentro de 30 (trinta) dias; III - o juiz julgar improcedente o
pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem
resolução de mérito.
O inciso I se refere no caso de ausência de emenda do processo promovido.
Já o inciso II é associado à segurança jurídica em favor do desfavorecido
com a concessão da medida cautelar, de modo àquela decisão não perdurar
para sempre, sendo que, decorrido trinta dias da concessão e infrutífera a
efetivação, os efeitos daquela cautelar são cessados. Por fim, o inciso
terceiro está associado no caso de improcedência do pedido principal, até
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893965/par%C3%A1grafo-1-artigo-305-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893970/artigo-305-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893961/artigo-306-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893958/artigo-307-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893823/artigo-318-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893950/artigo-308-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
porque seria ilógico manter a eficácia da tutela sendo que o pedido
principal não é favorável ao beneficiado da tutela, neste caso, ou quando
ocorrer a extinção do processo por uma das causas do art. 485 do CPC.
Ademais, uma vez cessados os efeitos da tutela, é vedado refazer o pedido,
salvo por novo fundamento, inclusive é o que disciplina o parágrafo único
do art. 309 do CPC.
Art. 309. Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da
tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo
fundamento.
Por fim, destaco que a não concessão dos efeitos cautelares pretendidos não
obsta que a parte formule os pedidos principais, salvo se o motivo do
indeferimento for o reconhecimento de prescrição ou decadência, nos
termos do art. 310 do CPC.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte
formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o
motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de
prescrição.
Tutela da Evidência
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente dademonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou
o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato
puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição
inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz
de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II
e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892075/artigo-485-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893923/par%C3%A1grafo-1-artigo-309-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893939/artigo-309-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893921/artigo-310-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
Humberto Theodoro Júnior esclarece que "A tutela da evidência não se
funda no fato da situação geradora do perigo de dano, mas no fato de a
pretensão da tutela imediata se apoiar em comprovação suficiente do
direito material da parte" (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de
Direito Processual Civil. 57. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. v. 1.
p.689).
Isso significa dizer que, enquanto na tutela provisória fundada na urgência,
a necessidade de demonstração de perigo de dano ou risco ao resultado útil
do processo é requisito indispensável, aqui, na tutela provisória fundada na
evidência, apenas a demonstração do fumus boni juris, juntamente com um
dos incisos do art. 311, o que nada mais são do que requisitos alternativos,
autoriza a concessão de tal medida.
Art. 311. I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o
manifesto propósito protelatório da parte;
O requisito alternativo constante nesse inciso é o dolo da parte, de modo a,
vez que demonstrado o fumus boni juris e cumulando os dois requisitos, é
possível a concessão pautando-se no referido inciso.
Um observação importante que faço ao inciso supracitado é que não
especifica qual parte que agirá com dolo, de modo a deixar margem a
compreensão de que, tanto requerente, quanto requerido, podem ser
desfavorecidos com a tutela provisória da evidência.
Art. 311. II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;
Vejam, para a concessão da referida tutela é necessário que as alegações
feitas sejam comprovadas via documento, em outras palavras fumus boni
juris, cumulando com a existência de tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em sumula vinculante.
Faço uma observação quanto ao primeiro requisito, busca-se restringir a
comprovação das alegações fáticas por via documental a fim de que se
tenha uma proteção sumária e imediata para o direito, a qual vem a ser
comprovada de forma satisfatória por via documental, de modo a não inibir
a comprovação por outros meios, sobretudo porque em regra a tutela da
evidência é concedida antes do término da instrução probatória do
processo.
Ao meu ver, o inciso II serve para maior favorecimento do requerido, não
obstando que seja aplicado em favor do requerente.
Art. 311. III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de
multa;
No Código de Processo Civil de 1973 existia um procedimento especial,
medida liminar, que visava o depósito de um bem móvel, com a vigência do
novo código a referida medida foi incorporada no procedimento comum, de
modo que a principal função do inciso III do art. 311 é suprir essa mudança.
Em suma, o referido inciso serve especificadamente à tutela da pretensão
pautada no contrato de depósito.
Novamente, aqui não é necessário a demonstração do periculum in mora,
apenas o fumus boni juris, a qual resta demonstrada por meio dos
documentos carreados ao processo, para sua concessão.
Art. 311. IV - a petição inicial for instruída com prova documental
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não
oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
O último inciso do art. 311 destina-se exclusivamente em favor do
requerente da demanda. Em suma, quando a exordial carrear
documentação suficiente dos fatos constitutivos do direito do requerente,
não tendo o requerido causado dúvida razoável acerca do fumus boni juris
do requerente, será concedida a tutela fundada na evidência.
A exemplo, esses tempos no trabalho peguei um processo curioso, sendo
que apliquei o referido inciso. Um advogado postulava em causa própria
contra uma rede de ensino por ter concluído sua especialização em direito
de família, porém, mesmo após sua defesa de questionário e defesa de
trabalho de conclusão de curso, a rede de ensino não emitiu seu título,
sendo que já havia pago o curso integralmente.
Determinei a citação da parte adversa, inclusive para se manifestar sob a
tutela provisória da evidência e, de fato, apliquei o disposto no art. 311,
inciso IV, do CPC, a parte requerida não trouxe provas suficientes a, em
sede cognitiva, deixar dúvidas quanto a qualquer ponto da especialização,
senão a omissão da rede de ensino quanto à emissão da certificação.
Por fim, gostaria de tratar acerca do parágrafo único do art. 311 do CPC.
Art. 311. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz
poderá decidir liminarmente.
O porquê de eu querer tratar sobre esse parágrafo com vocês é para deixar
claro que a tutela da evidência não necessariamente será concedida em
caráter liminar, podendo ser concedido incidentalmente até o final da
instrução probatória processual, em especial nos casos dos incisos I e IV.
Pela simples leitura dos incisos I e IV e II e III, de forma separada, é cediço
a necessidade do contraditório no segundo caso.
Conclusão
O presente artigo buscou apresentar e explicar o instituto da tutela
provisória aos que não a conheciam e, dirimir qualquer dúvida aos que já
tinham uma base sobre ela. É um instituto do direito processual brasileiro
que merece uma atenção em especial por todos os juristas.
A atual falência que enfrentamos no Poder Judiciário Brasileiro não deve
recair de forma alguma sobre o direito das partes e menos ainda sobre as
próprias partes. A situação se deu por toda uma evolução de um contexto
social pautado na litigiosidade, na ausência de diálogos e na esperança que
a palavra de um Juiz teria uma força maior às palavras das próprias partes
sobre o conflito de interesses existentes entre elas, palavras e decisões que
as acompanharão para o resto de suas vidas.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893917/artigo-311-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893903/inciso-iv-do-artigo-311-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893899/par%C3%A1grafo-1-artigo-311-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893917/artigo-311-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
Desde a reforma de 1994 na Lei n 5.869/73, a tutela provisória vem sendo
utilizada como forma de afrontar a falência do Poder Judiciário,
notadamente pelo lapso temporal (in) comum de tramitação de um
processo jurisdicional, visando evitar prejuízos à parte hipossuficientede
um direito.
Até que as formas de resoluções adequadas dos conflitos sofrerem
alterações culturais no modo de pensar dos litigantes, de modo a optar pela
conciliação, mediação ou arbitragem, a tutela provisória permanecerá como
um refúgio para aqueles que são considerados hipossuficientes de um
direito, contra o sistema judiciário falido que temos.
Após a superação da falência, o tutela provisória continuará sendo
utilizada, porém, deixando a visão de refúgio de lado e passando a ser
encarada como um instituto de cautela processual.
Notas:
[ 1 ] - YouTube: Palestra "Tutela Provisória" - Fredie Didier Jr.
Referências
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil.
57. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. v. 1.
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil Anotado.
São Paulo: Saraiva, 2015.
Disponível em: https://moller.jusbrasil.com.br/artigos/342705126/pare-de-fazer-drama-entenda-a-
tutela-provisoria-do-cpc-definitivamente-e-de-show-na-balada
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15

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