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Gestão ambiental e responsabilidade social Recursos naturais II Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms Carla Caprara Parizi Revisão Textual: Profa. Dra. Patrícia Leite 5 • Introdução • Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) · Nesta unidade da disciplina de Gestão Ambiental e Responsabilidade Social, abordaremos o tema “Recursos Naturais II”. · Leia a “Orientação de Estudos”, para melhor compreender a rotina de estudos, os trabalhos práticos e as avaliações a serem realizadas ao longo do semestre. Recursos naturais II Atenção Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. • Medidas destinadas ao controle de áreas degradadas • Conclusão 6 Unidade: Recursos naturais II Contextualização Nesta segunda unidade, abordaremos o tema Recursos Naturais I. O material foi organizado em: 1 - Aviso – É o primeiro contato com o aluno 2 - Mapa Mental Representação Visual da Organização da disciplina contemplando os conteúdos e suas relações 3 - Contextualização e Problematização - Texto Introdutório lembrando a importância dos conteúdos abordados. 4 - Material teórico contemplando Recursos Naturais I. 5 - Apresentação narrada no formato “adobe presenter”, que sintetiza o conteúdo teórico; 6 - Atividade de Sistematização: Atividade avaliativa do tipo teste de múltipla escolha, baseada nos conteúdos estudados no “Material teórico”, no livro sugerido, e leituras complementares, com autocorreção pelo Blackboard. 7 - Atividade de Aprofundamento: Atividade Avaliativa – Unidades I, III – Atividade de Aprofundamento: Fórum de discussão Unidades II, IV e V Reflexiva ou Aplicação 8 - Material complementar sobre o tema; 9 - Referências bibliográficas. Como método de estudo, você deverá realizar as atividades de leitura, na sequência as atividades de fixação dos conteúdos (Atividade de Sistematização), e as atividades de interação (Fórum, Reflexiva ou Aplicação). Utilize os fóruns de discussão e a lista de e-mails para sanar as dúvidas. A Terra já tem estocado todos os recursos para a manutenção e o desenvolvimento de seus habitantes (salvo alguns recursos que se renovam), e, em alguns casos, eles podem não ser suficientes ou inadequados para uso. Elementos tais como o crescimento acelerado da população, o grau de poluição gerado, os desejos ininterruptos e ilimitados da sociedade pela oferta de produtos e aparelhos cada vez mais sofisticados, nos levam a crer que este estoque acabará! Portanto, algumas ações são inevitáveis para que possamos retardar ou minimizar ou resolver esse problema, é preciso conhecer os recursos naturais, seus problemas e suas limitações, para melhor gerenciá-los. 7 1. Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) Introdução Nesta unidade abordaremos os temas de Avaliação de Impacto Ambiental, Diagnóstico Ambiental, Recuperação Ambiental, Atividades e Medidas para Preservação do Solo, bem como Medidas destinadas ao controle de áreas degradadas. É um instrumento de política ambiental, em que se faz um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas, formado por um conjunto de procedimentos, cujos resultados devem ser apresentados de forma adequada a quem interessar e, principalmente, aos responsáveis pela tomada de decisão. O conjunto de procedimentos deve garantir adoção de medidas de proteção ao meio ambiente, em situação específica, como o caso de implantação de um projeto. (MOREIRA, 1992, APUD SÁNCHEZ, 2008). Grosso modo, podemos dizer que avaliação de impacto ambiental é a visão antecipada de possíveis consequências de ações presentes ou propostas. Segundo Sánchez (2008), apesar da AIA ter um caráter prévio, de avaliação para tomada de decisão, pode-se encontrar referências de avaliações de impactos de ações ou eventos passados, neste caso a preocupação passa a ser com os danos já causados. 1.1. Diagnóstico Ambiental Na avaliação de Impacto Ambiental quer seja para futuras ações, quer seja de ações passadas, é necessário conhecer a situação atual do ambiente. Segundo Sánchez (2008), denomina-se Diagnóstico Ambiental “a descrição das condições ambientais existentes em determinada área no momento presente”. O grau de profundidade e abrangência do diagnóstico ambiental depende dos objetivos do estudo. 1.2. Recuperação Ambiental Um ambiente mesmo afetado por ações humanas pode ser recuperado, desde que sejam propostas e aplicadas ações voltadas com esse objetivo. Isto significa que um ambiente degradado pode ser recuperado. 8 Unidade: Recursos naturais II Sánchez (2008) afirma em seu trabalho que em ambientes terrestres o termo mais usado é “recuperação de áreas degradadas”. A recuperação de áreas degradadas requer uma intervenção planejada, cujo objetivo é tornar a área, produtiva novamente e sustentável. Dentre as variantes da recuperação ambiental estão, segundo Sánchez (2008): a) Restauração – “Retorno de uma área degradada às condições existentes antes da degradação”, ou até melhor desde que o ambiente já esteja alterado. b) Reabilitação – É o tipo de recuperação mais frequente, neste caso as ações de recuperação são voltadas a habilitar a área novamente, para uma nova forma de utilização, ainda que bem diferente da anterior. Em seu artigo 3o, o Decreto Federal no 97.632/89 para o plano de recuperação de áreas degradadas por extração mineral define que “A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização , de acordo com um plano pré-estabelecido para uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente” (SÁNCHEZ, 2008) c) Remediação – é um tipo de recuperação ambiental, porém de casos em que a área degradada está contaminada. Em ambientes urbanos os termos de recuperação utilizados são Requalificação e Revitalização. 1.3. Atividades e Medidas para Preservação do Solo. As principais atividades e Medidas para Preservação do Solo são: a) Ponto de equilíbrio ecológico entre a produtividade agrícola e industrial e a ocupação urbana: • Novas áreas de preservação; • Aumento de Jardins Botânicos e de reservas (nos centros urbanos); • Bancos Genéticos (recomposição das áreas degradadas); • Reflorestamento de mata ciliar (margens dos rios); • Programa de Educação Ambiental; • Instrumentos para prevenção e controle da poluição e contaminação do solo. Como para ambientes terrestres o termo mais usado é “recuperação de áreas degradadas”, e sendo a erosão um dos principais fenômenos tratados no planejamento ambiental, iremos abrir um pouco mais de “espaço” para o tema. 2. Medidas destinadas ao controle de áreas degradadas. 9 2.1. Prevenção e Controle da Erosão Medidas Preventivas são sempre preferenciais às medidas corretivas, primeiramente, porque são muito mais eficazes para conter e/ ou evitar a degradação ambiental, e segundo porque são economicamente mais viáveis. Já as medidas Corretivas são mais onerosas e de implantação mais difícil (BRAGA, 2005). A erosão é um dos principais fenômenos tratados no planejamento ambiental, tal fenômeno ocorre naturalmente sendo difícil de ser controlado, e facilmente acelerado por ações do homem (SANTOS, 2004). Essa aceleração ocorre, principalmente, com o desmatamento ou remoção da cobertura vegetal original, com o manejo impróprio de solos produtivos, com a exploração inadequada de terras próximas aos cursos d` água, ocupação das terras por usos inadequados, uso de áreas com elevado potencial natural de erosão, e principalmente com a falta de planejamento de ocupação ( SANTOS, 2004). No processo de erosão perde-se a porção maisfértil do solo, e consequentemente sua qualidade multifuncional (SANTOS, 2004). Quando o processo erosivo se restringe a uma pequena camada de remoção do solo, o plantio de vegetação e a correção da drenagem que originou a remoção das camadas, são medidas corretivas para este processo (BRAGA, 2005). Nos casos em que o processo erosivo é mais crítico, como a formação de voçoroca ou boçoroca, que são grandes buracos de erosão, causados pela chuva e intempéries e que ocorre onde a vegetação é escassa, de modo geral, as intervenções corretivas são obras de engenharia hidráulica, de engenharia de solos e de engenharia agronômica (BRAGA, 2005). As Medidas Preventivas em solo rural correspondem à utilização de práticas que permitem a exploração agrícola do solo sem torná-lo significativamente pobre (BRAGA, 2005). As práticas mais utilizadas são o preparo do solo em curvas de nível, desta forma evita-se que as águas das chuvas corram livremente ocasionando o fenômeno da erosão, conforme figura 2.1. O terraceamento também é uma técnica agrícola e geográfica de conservação do solo, com o intuito de reduzir as perdas de solo pela erosão. Figura 2.1 – Plantação com curvas de nível – Ponta Grossa - PR Fonte: Natureza Brasileira 10 Unidade: Recursos naturais II São usadas ainda, segundo Braga (2005), estruturas para desvio que terminem em poços para infiltração das águas; controle das voçorocas; preservação da vegetação nativa em grandes aclives e áreas próximas aos cursos d’água. 2.2 – Controle da Poluição do solo rural A população cresce a taxas elevadas, e para assegurar a produção agrícola, pois afinal é preciso produzir muito mais para atender ao crescente consumo, o emprego de fertilizantes sintéticos e defensivos parece inevitável, apesar dos riscos envolvidos. A utilização de fertilizantes sintéticos podem causar impactos imediatos em áreas agrícolas, já os defensivos, de modo geral manifestam-se após longo anos. Se no momento não podemos ou não temos uma solução para resolver o problema da utilização de fertilizantes e defensivos e, portanto, temos que conviver com eles, nada mais sensato do que utilizá-los na medida certa, cortando os desperdícios que geram resíduos poluidores. Optando também por defensivos mais seguros e utilizando-se de técnicas de aplicação que também reduzam os desperdícios que geram acúmulo e propagação para a cadeia alimentar (BRAGA, 2005). 2.3 - Controle da Poluição do solo urbano Resíduos sólidos, podem advir de residências, comércios etc. e são mais conhecidos como “lixo”, ou ainda classificados em resíduos mais perigosos advindos de processos industriais e de atividades médico-hospitalares (BRAGA, 2005). Em função do aspecto prático e técnicas de tratamento e disposição, a norma Brasileira NBR 10.004 considera três classes de resíduos, são elas: • Resíduos Classe I ou Perigosos: podem apresentar riscos a saúde pública ou efeitos adversos ao meio ambiente (toxidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, radioatividade e patogenicidade); • Resíduos Classe III ou Inertes: não se solubilizam na água (concentração superior aos padrões de potabilidade); • Resíduos Classe II ou não Inertes: não se enquadram em nenhuma das classes anteriores. Essa divisão pode e deve ser usada para acondicionamento, manuseio, coleta e transporte dos resíduos pela população. As dificuldades dessa implantação de reconhecimento dos resíduos, segundo essas três classes, provêm do tempo, recursos financeiros, administrativos e educacionais necessários para viabilizar esse sistema, além disso, da mudança de hábitos e costumes (BRAGA, 2005). Em áreas urbanas, o Sistema de Disposição e Tratamento do Lixo é indispensável, em áreas rurais existem algumas alternativas como adubação do solo ou alimentação de animais, para alguns tipos de resíduos domésticos. 11 2.3.1 - Sistema de disposição e tratamento do lixo O Sistema de Disposição e Tratamento do Lixo é indispensável e se incumbe da limpeza, da coleta, disposição e tratamento do lixo, com o objetivo de extinção dos riscos à saúde pública e redução ou eliminação dos impactos sobre o ambiente, provocados pelo lixo. Principais atividades do sistema (BRAGA, 2005): a) Varrição de vias, praças, e demais logradouros públicos. b) Coleta domiciliar, do comércio e da indústria, sempre que possível seletiva. c) Transporte até centros de transbordo ou de triagem ou até locais de disposição e tratamento. d) Disposição e/ ou tratamento do lixo. Segundo Braga (2005), a disposição e o tratamento do lixo podem ser feitos de várias maneiras: a forma inadequada é a de lançar e amontoar em algum terreno dando origem aos “lixões”, sem medidas de proteção ao ambiente ou à saúde pública. Esta é uma prática que incentiva a catação propiciando além dos problemas sociais, ambientes altamente poluídos além do próprio solo, pode poluir as águas e a atmosfera. Outras formas são os aterros sanitários ou energéticos, a compostagem e a incineração. Aterro Sanitário, conforme mostra a figura 2.3, é um processo que permite o confinamento seguro dos resíduos relativamente à poluição ambiental e à saúde pública. No aterro, os resíduos são lançados sobre o terreno e recobertos com solo do local, onde são utilizadas máquinas para terraplenagem, que consequentemente acabam compactando o lixo e reduzindo significativamente o seu volume. No material aterrado a biodegradação aeróbia é interrompida pela falta de oxigênio, dando espaço para biodegradação anaeróbia, com liberação de gás e de líquido escuro chamado de chorume, que pode se infiltrar no solo e contaminar o lençol freático, caso não haja uma camada que impermeabilize o solo. O gás é chamado de metano e deve ser drenado. Segundo Braga (2005), o aterro sanitário energético é uma evolução do aterro sanitário, onde o chorume drenado é reaplicado no aterro com o objetivo de aumentar a produção de gás. O gás drenado pode ser usado como combustível. A desvantagem da utilização de aterros é que exige áreas extensas para sua instalação. Figura 2.3 – Aterro Sanitário em várias fases Fonte: IPT – Instituto de pesquisas Tecnológicas (2000) 12 Unidade: Recursos naturais II Outra forma de dispor e tratar o “lixo” é a compostagem que é um processo biológico de decomposição da matéria orgânica de origem animal ou vegetal. A figura 2.4 mostra uma Usina de compostagem de lixo para cidades até 60 mil habitantes. Vantagens da compostagem, segundo o IPT (2000): a) Redução de cerca de 50% do lixo destinado ao aterro; b) Economia de aterro; c) Aproveitamento agrícola de matéria orgânica; d) Reciclagem de nutrientes para o solo; e) Processo ambientalmente seguro; f) Eliminação de patógenos; g) Economia de tratamento de efluentes. Geralmente, ocorre o processamento em usinas de triagem e compostagem do lixo, onde primeiramente são separados os materiais que podem ser reciclados e, depois, feita a compostagem com matéria orgânica. O processo de compostagem ocorre pela decomposição de matéria orgânica, em condições aeróbias de maneira controlada, de forma a obter um material estabilizado, livre de reações de putrefação. Figura 2.4 – Usina de Compostagem de lixo para cidades até 60 mil habitantes Fonte: IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas (2000) Quanto à incineração, ela é feita em usinas próprias, onde o lixo é reduzido a cinzas e gases. As emissões gasosas podem ser lançadas na atmosfera sem maiores problemas, desde que se utilize equipamentos de combate à poluição. A figura 2.5 mostra um incinerador de lixo. As principais vantagens da incineração, segundo Braga (2005), são a minimização de áreas para aterro e para as instalações e ainda a possibilidade de sua utilização para alguns tipos de resíduos perigosos, como os hospitalares. 13E como desvantagem os altos custos de investimento, operação e manutenção e pessoal qualificado para operação (BRAGA, 2005). Figura 2.5 - Incinerador de lixo Fonte: Cetesb (1990, apud IPT, 2000) A escolha da alternativa mais viável de levar em conta os custos, as características socioeconômicas da região e, principalmente, o custo ambiental. Para grandes populações, geralmente, são adotados mais de um tipo de solução. 2.4 – Resíduos Perigosos Resíduos Perigosos são resíduos nocivos aos seres vivos e ao meio ambiente. Exemplos de fontes geradoras com seus respectivos resíduos perigosos são dados no quadro 2.4. Quadro 2.4 - Fontes geradoras com seus respectivos resíduos perigosos Setor Fonte Resíduos Perigosos Serviços, Comércio e Agricultura • Veículos • Aeroportos • Lavagem a seco • Transformadores • Hospitais • Fazendas, parques municipais • Resíduos Oleosos • Óleos, fluidos • Solventes halogenados • Bifenilas policloradas • Resíduos Patogênicos • Resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas 14 Unidade: Recursos naturais II Indústrias de pequeno e médio porte • Tratamento de Metais (galvanização,etc) • Fabricação de tintas • Curtumes • Lodos contendo metais pesados • Solventes, borras, tintas • Lodos contendo cromo Indústrias de Grande Porte • Processo de extração de bauxita: fabricação de alumínio • Refinaria de petróleo • Produção de cloro • Química • Resíduos de desmonte de cubas de redução • Catalisadores, resíduos oleosos. • Lodos com mercúrio • Resíduos de fundo de coluna de destilação Fonte: Modificado de Braga (2005) O Gráfico 2.4 mostra os percentuais correspondentes à destinação final dos resíduos industriais. 2.4 – Gráfico da destinação final dos resíduos industriais no Estado de São Paulo Fonte: Modificado Cetesb (1997, apud Braga, 2005) O percentual de disposição é bastante significativo e explorado no gráfico 2.5 que se refere aos 61,32% da disposição, mostrada no gráfico 2.4. Vale a pena destacar a preocupação referente à destinação final dos resíduos industriais, pois grande parte deles são dispostos diretamente no meio ambiente, como mostrado no gráfico 2.5. 15 2.5 – Gráfico dos percentuais de distribuição (61,32%) relativos à disposição. Fonte: Modificado Cetesb (1997, apud Braga, 2005) Quanto à classificação dos resíduos perigosos Braga (2005) os divide em: resíduos biomédicos e resíduos químicos. 2.4.1 – Resíduos Biomédicos São os resíduos gerados por hospitais, clínicas, laboratórios, etc. São resíduos que apresentam características patológicas e infecciosas, conforme cita Braga (2005): a) Resíduos cirúrgicos e patológicos; b) Animais usados para experiências; c) Embalagens e resíduos químicos; d) Bandagens, panos e tecidos empregados em práticas médicas; e) Agulhas, seringas; f) Equipamentos, resíduos contaminados. Em práticas médicas, é comum a utilização de resíduos radioativos, porém estes não são enquadrados como resíduos biomédicos, eles possuem legislação específica. Os resíduos biomédicos devem ser incinerados, no local, e as cinzas são dispostas em aterro sanitário, caso não haja incineração devem ser dispostas em aterros sanitários, depois de serem submetidas a tratamento (BRAGA, 2005). 16 Unidade: Recursos naturais II 2.4.2 – Resíduos Químicos Resíduos químicos são na maioria advindos de atividades industriais. Segundo Braga (2005), a preocupação com esses resíduos é relativamente recente, desta forma a diminuição dos impactos ainda não é feita. O tratamento para estes resíduos varia, ou seja depende do caso, existe tentativas de amenizar o problema, mas devido aos altos custos são abandonados. Não existe efetivamente nenhum modo seguro de avaliar o impacto causado por estes tipos de resíduos, embora sua rota de poluição possa atingir o ar, a água e o solo (BRAGA, 2005). Ações propostas pelo Comitê Preparatório da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, relativa a Gestão de Resíduos Perigosos, citadas por Braga (2005) são: • Promover a prevenção ou minimização da produção de resíduos por meio de métodos de produção mais “limpos”, evitando o emprego de substâncias perigosas; sempre que for possível substituí-las por outras ou pela reciclagem, reutilização, recuperação ou usos alternativos dessas substâncias; • Aprimorar o conhecimento e a informação sobre os aspectos econômicos envolvidos na gestão desses resíduos e sobre os efeitos produzidos por essas substâncias sobre a saúde dos organismos e sobre o meio ambiente; • Promover e fortalecer a capacitação institucional para prevenir e/ou minimizar danos para gerir o problema; e • Promover e fortalecer a cooperação internacional relativa à gestão de deslocamentos transfronteiriços de resíduos perigosos, incluindo monitoramento e controle, de modo consistente com os instrumentos legais regionais e internacionais. 2.4.2.1 – Disposição de resíduos químicos perigosos Os métodos mais empregados para disposição e tratamento dos resíduos químicos perigosos citados por Miller (1985, apud Braga, 2005) são: os aterros de armazenamento, as lagoas superficiais, o armazenamento em formações geológicas subterrâneas e as injeções em poços. Podem ser utilizados também tambores de armazenamento, que por sua vez também são aterrados, porém os tambores sofrem deterioração com o tempo, incorrendo no risco de liberar os resíduos. O armazenamento tem a função de evitar que resíduos perigosos circulem no meio ambiente, mas nem sempre isto é possível, pois é preciso que o projeto, a construção e a manutenção, não falhem no que diz respeito à impermeabilização adequada do meio. Na disposição dos resíduos na forma de injeções em poços não há como evitar a poluição do aquífero freático (BRAGA, 2005). 17 2.4.2.2 – Tratamento dos resíduos perigosos Os tratamentos segundo Braga (2005) podem ser classificados como físico, químicos ou biológicos, tendo como objetivo principal a transformação desses resíduos em menos perigosos. 2.5 – Resíduos Radioativos A geração de resíduos radioativos é proveniente na maior parte das vezes pela produção de armas nucleares, produção de combustíveis para usinas nucleares e sistemas de propulsão, operação em usinas nucleares, pesquisa e atividades médicas (BRAGA, 2005). Os resíduos radioativos podem se apresentar na forma sólida, líquida e gasosa, e não é possível destruir a radioatividade em nenhuma das formas, a única alternativa é confinar os resíduos de forma segura. Conclusão É preciso conhecer os efeitos causados pelas ações humanas e os respectivos impactos, principalmente os adversos, para melhor gerenciá-los. 18 Unidade: Recursos naturais II Material Complementar Como texto complementar desta Unidade, indico a leitura do livro. BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental: O desafio do desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 19 Referências BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental: O desafio do desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. IPT – INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Lixo Municipal Manual de Gerenciamento Integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. NATUREZA Brasileira, disponível em http:// www.naturezabrasileira.com.br. Acesso em 25/fev.2012 SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008 SANTOS, R.F. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004. 20 Unidade: Recursos naturais II Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP BrasilTel: (55 11) 3385-3000
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