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DIREITO ADMINISTRATIVO I. CASO CONCRETO. SEMANA 6. ESTÁCIO. FIC. 2017.

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
CASO 6
Caso Concreto: Os municípios “X”, “Y” e “Z”, necessitando estabelecer uma efetiva fiscalização sanitária das atividades desenvolvidas por particulares em uma feira de produtos agrícolas realizada na interseção territorial dos referidos entes, resolvem celebrar um consórcio público, com a criação de uma associação pública. A referida associação, de modo a atuar com eficiência no seu mister, resolve delegar à Empresa ABCD a instalação e operação de sistema de câmeras e monitoramento da entrada e saída dos produtos. Diante da situação acima apresentada, responda aos itens a seguir. 
A) Pode a associação pública aplicar multas e demais sanções pelo descumprimento das normas sanitárias estabelecidas pelo referidos entes “X”, “Y” e “Z”?
	Sim, tendo em vista que o poder de polícia (originário) no caso em tela fora delegado por entes públicos pertencentes à administração pública direta, transferindo-se o poder sancionatório por lei específica (outorga) à entidade estatal da administração indireta (poder delegado). Ressaltando que tal outorga é limitada aos termos da lei formal, podendo a associação publicar aplicar meros atos executórios. Nesse sentido:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
 § 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. (LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005)
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (CF)
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.(CC)
Cumpre citar perspicaz ensinamento sobre o tema de Hely Lopes Meirelles, esboçando a distinção entre poder de polícia originário e delegado.
(...) deve-se distinguir o poder de polícia originário do poder de polícia delegado, pois que aquele nasce com a entidade que o exerce e este provém de outra, através de transferência legal. O poder de polícia originário é pleno no seu exercício e consectário, ao passo que o delegado é limitado aos termos da delegação e se caracteriza por atos de execução. Por isso mesmo, no poder de polícia delegado não se compreende a imposição de taxas, porque o poder de tributar é intransferível da entidade estatal que o recebeu constitucionalmente. Só esta pode taxar e transferir recursos para o delegado realizar o policiamento que lhe foi atribuído. Mas no poder de polícia delegado está implícita a faculdade de aplicar sanções aos infratores, na forma regulamentar, pois que isto é atributo de seu exercício.[2]
B) É possível que a referida associação pública realize a delegação prevista para a empresa ABCD?
	É plenamente possível no caso em análise, visto que não se estará transferindo o poder de polícia propriamente dito, de cunho estritamente decisório, mas sim um simples ato prévio, preparatório, para a aplicação de sanção por parte da associação pública. Aqui não se está delegando o poder de polícia a particulares, que em regra é indelegável, a bem verdade tal ato se constitui em atividade assessória a entidade pública indireta, tendo em vista que a empresa ABCD não poderá restringir a liberdade dos administrados, mas constatar e/ou registrar a ocorrência de fatos jurídicos materiais sobre a propriedade dos mesmos. Nesse sentido é o entendimento majoritário da doutrina:
 Citando-se Rafael Maffini, que aborda a questão sob o seguinte entendimento:
“É necessário salientar que é possível a transferência a particulares, desde que se o faça com regularidade licitatória e contratual, de atos materiais de preparação do poder de polícia propriamente dito (ex.: expedição de tíquetes de parquímetros, o ato de fotografar veículos em controladores eletrônicos de velocidade, o ato material de vistoriar um veículo para fins de licenciamento etc.). O que não é possível é a transferência a particulares da prática de atos administrativos – dotados de cunho decisório, portanto – de polícia administrativa (ex.: o licenciamento de veículos automotores, a decisão quanto à autuação de trânsito, a decisão quanto à apreensão de veículo, a decisão quanto à demolição de obra irregular etc.). Trata-se, pois, de atividade estatal indelegável a particulares.
Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções.
Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam:
XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando:
 a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;
 b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que serão prestados;
 c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços;
 d) as condições a que deve obedecer o contrato de programa, no caso de a gestão associada envolver também a prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da Federação consorciados;
 e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão; (Lei nº 11.107/05)

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