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(Aula 5) História e Direito Contemporâneo: O Exemplo das Comissões da Verdade (Memória e História Oral) UFRJ – FND Prof.a Hanna Helena Sonkajärvi 2017/2 1 Comissões da Verdade • Estados afeitados pelo guerra civil (Ruanda, Libéria, Timor-Leste), ditatura (Argentina, Brasil, Chile) ou Apartheid (África do Sul) • Direito Internacional humanitário • O paradigma da Justiça de Transição 2 As comissões é a estabelecimento dos fatos (ou “de uma verdade”) • As memórias não são objetivas, mas são intepretações de uma certa situação histórica formadas no tempo e pelo contexto social, político ou individual das pessoas que o formam. • Entretanto, o publico espera um esclarecimento, um estabelecimento de fatos de tais comissões. 3 Os participantes argumentam, a partir de uma certa posição, mas também têm uma necessidade de legitimação ou relativização dos atos cometidos. As comissões da verdade são intensamente mediatizadas e politizadas. Diferentes níveis do discurso ou os campos semânticos envolvidos 4 Subjetividade das testemunhas A memória da uma pessoa se transforma num processo contínuo (com o tempo, mas também em relação à situação pessoal e ao contexto social). A maneira de questionar as testemunhas influencia a maneira e a disposição de dar resposta. 5 As comissões e a historiografia As comissões não trabalham de uma manheira similar ao historiador, mas o trabalho deles influía o historiador: Ele consulta documentos recolhidos e arquivados de uma certa maneira. O papel do historiador seria, estabelecer o contexto jurídico do tempo e analisar o “direito em sociedade (Antônio M. Hespanha)”. O papel de historiador de Direito seria também investigar a comportamento dos juristas na época. 6 A importância comissões de verdade (África do Sul) Percebidas pela maioria dos cidadãos como um fórum necessário e legítimo. Serviram para quebrar antigas estruturas de poder. Não conseguiam semear uma ideia de reconciliação na população. O direito tem uma função de anistia, de esquecimento: pode ajudar as vítimas a enfrentar ou digerir o passado e caminhar em direção ao futuro (José Reinaldo Lima Lopes). 7 The Truth and Reconciliation Commission “Promotion of National Unity and Reconciliation Act”, 1995 Tarefas: Estabelecer a verdade, contribuir para a unidade nacional e para a reconciliação Relativizou a noção da verdade: 1) uma verdade de fatos, ou verdade forense; 2) uma verdade pessoal ou narrativa; 3) uma verdade social; 4) uma verdade restaurativa ou destinada a curar 8 Conclusão: A ‘verdade’ das Comissões da Verdade? • Podem ser identificadas diversas “verdades”, ou realidades: 1. Uma ‘verdade’ estabelecida pelas tribunais 2. uma ‘verdade’ das médias e da politica 3. uma ‘verdade’ das historiadores • Na esfera publica/língua quotidiana essas discursos se misturam. • O papel de historiador é desconstruir os vários discursos é confrontar os dados narrados pelas testemunhas com ‘fatos’ históricos e dados obtidos de outros fontes. 9 Literatura ASSMANN, Jan/CZAPLICKA, John. Collective Memory and Cultural Identity. New German Critique, v. 65, p. 125-133, 1995. FICO, Carlos. História do Tempo Presente, eventos traumáticos e documentos sensíveis. O caso brasileiro. Varia Historia, v. 28, n. 47, p. 43-59, 2012. JANOTTI, Maria de Lourdes Monaco. A incorporação do testemunho oral na escrita historiográfica: empecilhos e debates. História Oral, v. 13, n. 1, p. 9- 22, 2010. MARX, Christoph. Die Wahrheit über die Apartheid? Geschichtswissenschaft und Wahrheitskommission in Südafrika. In: MARX, Ch. (ed.), Bilder nach dem Sturm, Münster: LIT, p. 74-101, 2007. 10
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