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Classificação dos aços A partir da informações apresentadas nas seções precedentes, pode-se entender porque os aços constituem-se em uma família de materiais extremamente versátil. Basta alterar o teor de carbono no aço para que se consiga alterar substancialmente as propriedades mecânicas do mesmo. Por exemplo, caso tenhamos um aço com 0,08% de carbono em peso, o material apresentará um predominância da estrutura ferrítica. Assim, este aço apresenta um grande ductilidade, podendo ser utilizado para a confecção de uma lata de cerveja. Simplesmente aumentando teor de carbono do aço para 0,8% por exemplo, já teremos uma grande quantidade de cementita. O aço passará a ter uma alta dureza/resistência ao desgaste com sacrifício da sua ductilidade. Teremos então, um aço tipicamente empregado na fabricação de trilhos. Os aços. além de serem constituídos basicamente por ferro e carbono, podem apresentar uma série de outros elementos adicionados intencionalmente ou não. Normalmente são considerados dois tipos fundamentais de aços: -os aços-carbono, caracterizados como ligas ferro-carbono contendo até 2% de carbono em peso, além de elementos residuais, resultantes do processo de fabricação; -os aços ligados, caracterizados como ligas ferro-carbono contendo outros elementos adicionados intencionalmente A maioria dos aços contém entre 0,1 e 1,5% de carbono em peso. As principais impurezas encontradas são o fósforo, o enxofre, o manganês e o silício. Outros elementos residuais podem ser o nitrogênio, o oxigênio o estanho e o alumínio. Normalmente as normas definem os teores máximos permitidos destes elementos de acordo coma aplicação do mesmo. Entre os principais elementos de liga introduzidos no aço para lhe conferir propriedades específicas encontramos o níquel, cromo manganês, silício, vanádio, tugstênio, molibdênio e nióbio. É usual separar os aços em três grupos principais, segundo o teor de carbono; -aços doces, contendo até 0,25% de carbono -aços meio duros, com teor de carbono compreendido entre 0,25% e 0,50% de carbono -aços duros, com teores acima de 0,5% de carbono Dentre os diversos sistemas de classificação dos aços de construção mecânica, o mais utilizado em nosso país, são os da SAE (Society of Automotive Engineers) e da AISI (American Iron and Steel Institute). O aço é designado geralmente por quatro algarismos. Os dois primeiros referem-se aos elementos de liga e os dois últimos ao teor de carbono. Desta forma, um aço 1010 será um aço carbono (sem elementos de liga) com 0,1% de carbono em peso. Já um aço SAE 4340, além de apresentar 0,40% de carbono, terá entre 1,65 e 2,0% de Ni, de 0,4 a 0,9% de Cr e entre 0,2 e 0,3% de Mo. Famílias de aços especiais, como os aços inoxidáveis e aços para ferramentas, recebem uma nomenclatura especial. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS E ELEMENTOS DE LIGA Ferritizante A denominação dos aços marageing deriva de suas características microestruturais básicas: “mar” é uma abreviação de martensita e “ageing” significa envelhecimento (endurecimento por precipitação). Isso significa que a microestrutura de aços marageing consiste basicamente de martensita com baixo teor de carbono endurecida significativamente pela formação de precipitados durante tratamento térmico de envelhecimento Composição: Os Aços maraging possuem baixos teores de Carbono (0.03% max) manganes, silício,fósforo e enxofre e alto teor de níquel (de 17% a 23% em média) e teores significativos de Cobalto e Molibdênio Tratamento térmico: Esses aços são submetidos a um tratamento térmico o qual confere endurecimento por precipitação de intermetálicos. Têmpera(solubilização de intermetálicos): O aço é aquecido entre 590ºC a 820ºC e em seguida resfriado ao ar, o que confere uma estrutura martensítica apesar do baixo teor de carbono, com uma matriz de solução sólida de níquel no ferro alfa. Revenimento (envelhecimento): Ao ser reaquecido entre 425º e 510°C ocorre endurecimento por precipitação e aumento da resistência mecânica. Tratamentos térmicos de envelhecimento com temperaturas mais elevadas provocam superenvelhecimento com o objetivo de melhorar as propriedades magnéticas da liga. Cinética das Transformações de fase TRATAMENTO TÉRMICO Resfriamento de um aço hipoeutetóide Cinética das transformações de fase TRANSFORMAÇÃO MARTENSÍTICA Martensita não Revenida Martensita + Austenita retida Martensita revenida Bainita Bainita é um microconstituinte dos aços. Formada a partir de um condicionamento térmico de resfriamento rápido (aproximadamente 103 a 104 segundos) da austenita em temperaturas que variam de 200 a 540°C, composta por cementita e ferrita em forma de vagem. Classificada basicamente em dois grupos, Bainita Inferior, formada abaixo de 300°C, e Superior, formada acima de 300°C. Temperaturas acima de 540°C originam a Perlita, e abaixo de 200°C Martensita. A bainita geralmente se apresenta junto com estes outros microconstituintes, visto que na prática diferentes partes de uma peça resfriam em velocidades diferentes. Apresenta valores de dureza, e resistência a tração, em geral maiores que a perlita, pois suas partículas de ferrita e cementita são menores. Valores médios de 550 a 375 HB. Sua principal característica é a maior tenacidade, quando comparada a martensita. Austêmpera, é uma forma de tratamento térmico de têmpera indicada para aços de alto teor de C (Carbono), obtendo-se ao final do processo um material com dureza mais baixa do que a da martensita, denominado BAINITA. O material é aquecido acima da zona crítica, assumindo a fase de austenita, e depois resfriado em duas etapas. A primeira etapa é um resfriamento rápido até uma temperatura ligeiramente acima da temperatura da mudança de fase da martensita ↔ austenita (normalmente o material é mergulhado em sal fundido). O material permanece nesta temperatura pelo tempo necessário a completar a mudança de fase austenita → bainita. Depois é resfriado até a temperatura ambiente. AUSTÊMPERA, Martêmpera, ou têmpera interrompida, é uma forma de tratamento térmico de têmpera indicada para aços de alta liga, obtendo-se ao final do processo aço em fase de martensita com uniformidade de grãos. O material é aquecido acima da zona crítica, assumindo a fase de austenita, e depois resfriado em duas etapas. A primeira etapa é um resfriamento rápido até uma temperatura ligeiramente acima da temperatura do início da mudança de fase martensita ↔ austenita (normalmente o material é mergulhado em sal fundido). Depois de um curto intervalo (da ordem de segundos) para obter a homogenização da temperatura, sofre outro resfriamento rápido até a temperatura ambiente. Após a martêmpera (como qualquer têmpera, exceto a autêmpera), o aço deve ser revenido. MARTÊMPERA
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