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1 Materiais Poliméricos Prof. Dr. Luciano Biehl Universidade Federal de Rio Grande – FURG Escola de Engenharia 2 Materiais Poliméricos– Estruturas e propriedades • O que são Polímeros? Materiais orgânicos ou inorgânicos, naturais ou sintéticos, de alto peso molecular, cuja estrutura molecular consiste na repetição de pequenas unidades, chamadas meros, que compõem as macromoléculas. Daí o nome: poli (muitos) + mero. 3 • Como são produzidos os polímeros? A matéria prima de origem ao polímero chama-se monômero. A molécula inicial (monômero) vai, sucessivamente, se unindo a outras, dando o dímero, trímero, tetrâmero, . . . até chegar ao polímero. A esta reação que produz o polímero dá- se o nome de Reação de Polimerização. Materiais Poliméricos– Estruturas e propriedades 4 Materiais Poliméricos Estruturas e propriedades 5 Materiais Poliméricos– Estruturas e propriedades Exemplo: o Etileno, ou eteno (C2H4), um gás, pode pode polimerizar-se em cadeia linear por aplicação de temperatura e pressão elevadas na presença de pequenas quantidades de oxigênio gasoso, transformando-se em uma substância sólida, o POLIETILENO 6 Materiais Poliméricos– Estruturas e propriedades 7 Materiais Poliméricos– Estruturas e propriedades Configuração física Linear Ramificada Reticulada (Ligação cruzada) 8 Materiais Poliméricos – Características gerais • Como de dividem os Polímeros? Por características mecânicas, por ser a divisão mais importante: Termoplásticos. Termorrígidos (termofixos). Elastômeros (borrachas). 9 Materiais Poliméricos – Características gerais Termoplásticos: Podem ser fundidos diversas vezes, cadeia linear, com ligações fracas entre as macromoléculas (forças de Wan der Walls ou Pontes de hidrogênio). Ao ser aquecido, apresenta alta viscosidade, podendo ser remoldado. Durante este aquecimento, as ligações covalentes dos monômeros não são quebradas, somente as ligações fracas entre as macromoléculas. Materiais típicos: Polietileno, Polipropileno, Policloreto de vinil (PVC). 10 Materiais Poliméricos – Características gerais Termorrígidos (termofixos). não podem ser amolecidos com o aquecimento, mantendo-se permanentemente rígidos com o aumento da temperatura. Cadeias com alta densidade de ligações cruzadas. Ex: Resinas epóxi, resinas de poliésteres. 11 Materiais Poliméricos – Características gerais Elastômeros (borrachas). apresentam grande elasticidade, voltando a forma anterior após estiramento. São elásticos porque possuem pequena quantidade de ligações cruzadas. Ex: borracha natural, polibutadieno, silicone. Borrachas sintéticas • As matérias-primas mais comuns para a produção de borrachas sintéticas são: Suas polimerizações podem ser representadas por: Materiais Poliméricos – Características gerais • Prof. Dr. Luciano Biehl Borrachas sintéticas • As borrachas sintéticas, quando comparadas às naturais, são mais resistentes às variações de temperatura e ao ataque de produtos químicos, sendo utilizadas para a produção de mangueiras, correias e artigos para vedação. Materiais Poliméricos – Características gerais Borrachas sintéticas • Existem outros tipos de borrachas sintéticas formadas pela adição de dois tipos diferentes de monômeros. Essas borrachas são classificadas como copolímeros. • Copolímeros são polímeros formados por mais de um tipo de monômero. A mais importante dessas borrachas é formada pela copolimerização do eritreno com o estireno, que é conhecida pelas siglas GRS (government rubber styrene) ou SBR (styrene butadiene rubber), cuja principal aplicação é a fabricação de pneus. Materiais Poliméricos – Características gerais Vulcanização A vulcanização é um processo termo-químico aplicado aos polímeros elastoméricos, também chamados de borrachas. Devido à vulcanização, as borrachas adquirem propriedades físicas que as tornam adequadas a várias aplicações mecânicas, entre estas, se destaca aquela desempenhada pelo componente automotivo pneu. Durante a vulcanização as moléculas do elastômero são unidas em vários pontos através de ligações cruzadas. Isso ocorre através do aquecimento da borracha adicionada de enxofre. Materiais Poliméricos – Características gerais 16 Materiais Poliméricos – Características gerais 17 Materiais Poliméricos – Propriedades 18 Materiais Poliméricos – Propriedades Cristalinidade em Polímeros O arranjo atômico em polímeros é mais complexo do que em metais e cerâmicas; Os polímeros são geralmente parcialmente cristalinos, com regiões cristalinas dispersas em uma matriz amorfa. Região com alta cristalinidade Região amorfa 19 Materiais Poliméricos – Propriedades Quanto mais cristalino, maior a densidade, a resistência mecânica, a resistência à dissolução e ao amolecimento pelo calor. taxa de resfriamento durante a solidificação: tempo é necessário para as cadeias se moverem e se alinharem em uma estrutura cristalina; complexidade do mero: quanto mais complexo o mero, menos cristalino o polímero; configuração da cadeia: polímero lineares cristalizam com facilidade, ramificações inibem a cristalização, polímeros em rede são quase totalmente amorfos e são possíveis vários graus de cristalinidade para polímeros com ligações cruzadas. O grau de cristalinidade é definido por: 20 Materiais Poliméricos – Propriedades 21 Materiais Poliméricos – Propriedades Propriedades mecânicas, mesmos parâmetros usados para os metais • Curva A: polímeros frágeis termofixos (polimetilmetacrilato- acrílico) (fenolformaldeído- baquelite) • Curva B: polímeros plásticos: polietileno ptfe teflon pvc pp etc (termoplásticos) • Curva C: polímeros altamente elásticos (elastômeros -borrachas) 22 Materiais Poliméricos – Propriedades Mecânicas • Alta flexibilidade. Variável ao longo de faixa bastante ampla, conforme o tipo de polímero e os aditivos usados na sua formulação; • Alta resistência ao impacto. Tal propriedade, associada à transparência, permite substituição do vidro em várias aplicações. . Baixas Temperaturas de Processamento Alguns plásticos especiais requerem até 400oC para sua conformação. Disso decorre baixo consumo de energia para conformação. . Ajuste Fino de Propriedades através de Aditivação Uso de fibras (vidro, carbono, boro) ou algumas cargas minerais (talco, mica, caolim, wolastonita) aumentam a resistência mecânica; As cargas fibrosas podem assumir forma de fibras curtas ou longas, redes, tecidos 23 Materiais Poliméricos – Propriedades Mecânicas • Baixa Condutividade Elétrica Polímeros são altamente indicados para aplicações onde se requeira isolamento elétrico. • Baixa Condutividade Térmica A condutividade térmica dos polímeros é cerca de mil vezes menor que a dos metais. Logo, são altamente recomendados em aplicações que requeiram isolamento térmico, particularmente na forma de espumas. Estes dois últimos deve- se a ausência de elétrons livres. . Maior Resistência a Corrosão As ligações químicas presentes nos plásticos (covalentes/Van der Walls) lhes conferem maior resistência à corrosão por oxigênio ou produtos químicos do que no caso dos metais (ligação metálica). 24 Mat. de ConstruçãoMecânica - Eng. Mecânica - FURG Materiais Poliméricos – Propriedades Mecânicas • Porosidade O espaço entre as macromoléculas do polímero é relativamente grande. Isso confere baixa densidade ao polímero, o que é uma vantagem em certos aspectos. A principal conseqüência deste fato é a limitação dos plásticos como material de embalagem, que fica patente no prazo de validade mais curto de bebidas acondicionadas em garrafas de PET. • Prof. Dr. Luciano Biehl 25 Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação O processo de moldagem por injeção consiste essencialmente no amolecimento do material num cilindro aquecido e sua conseqüente injeção em alta pressão para o interior de um molde relativamente frio, onde endurece e toma a forma final. A moldagem por injeção apresenta-se como um processo cíclico. Um ciclo completo consiste das operações seguintes: 1- Dosagem do material plástico granulado no cilindro de injeção. 2- Fusão do material até a consistência de injeção. 3- Injeção do material plástico fundido no molde fechado. 4- Resfriamento do material plástico até a solidificação. 5- Extração do produto com o molde aberto. Injeção 26 Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação Injeção 27 Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação Processo Idêntico ao dos metais, mas efetuado com temperaturas mais baixas. Os produtos obtidos pelo processo de extrusão incluem tubos, varões, filmes e folhas, entre outras formas. A máquina de extrusão serve também para produzir misturas de materiais plásticos, para produção de formas primárias, tais como pellets, e na recuperação de desperdícios de materiais termoplásticos. Extrusão 28 Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação Extrusão 29 Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação Insuflação É um processo no qual se utiliza pressão de ar para expandir um plástico macio na cavidade do molde. Um cilindro ou um tubo de plástico aquecido, designado por pré-forma, é colocado entre as mandíbulas de um molde. O molde é fechado prendendo as extremidades do cilindro e injeta-se ar comprimido que força o plástico contra as paredes do molde. Muito utilizado no fabrico de garrafas, tanques de gasolina. É limitado a termoplásticos: polietileno de elevada densidade, polipropileno, PVC, PET. Pode ser realizado: numa só etapa – extrusão + moldagem por sopro, injeção + moldagem por sopro, ou alongamento + moldagem por sopro em duas etapas - fabrico da pré-forma e moldagem por sopro 30 Mat. de Construção Mecânica - Eng. Mecânica - FURG Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação Insuflação 1) Obtenção da pré-forma (extrusão). 2) Fecha-se o molde, e a parte superior da pré-forma (tubo) é fechada pelo molde. 3) Introduz-se ar comprimido no tubo, que o expande enchendo o molde. 4) A peça é arrefecida mantendo-se sob pressão do ar, o molde é aberto e a peça é removida. • Prof. Dr. Luciano Biehl 31 Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação Insuflação 32 Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação Prensagem Muitas resinas termofixas, como as resinas fenol-formaldeído, ureia-formaldeído, melamina-formaldeído, epoxies e fenólicas são enformadas por este processo. A resina termo fixa, que pode ser pré-aquecida, é introduzida num molde quente contendo uma ou mais cavidades. A parte superior do molde desce e comprime a resina plástica; a pressão aplicada e o calor amolecem a resina e o plástico liquefeito é forçado a encher a cavidade ou cavidades do molde. 33 Materiais Poliméricos – Moldagem e Conformação Prensagem 34 Materiais Poliméricos – Construção Civil 35 Materiais Poliméricos – Construção Civil • Poli(cloreto de vinila) (PVC) - Principais propriedades: · Baixo custo; · Elevada resistência a chama, pela presença do cloro; · Processamento demanda um pouco de cuidado. - Restrições: · O monômero é um potente cancerígeno; deve haver controle do teor residual que permanece no polímero, particularmente em aplicações em que o polímero vai entrar em contato com alimentos. · Plastificantes (aditivo usado para tornar o polímero mais flexível) a base de ftalatos também são considerados cancerígenos. O Greenpeace vem promovendo ampla campanha para banir o uso do PVC que contenha esse aditivo, particularmente em brinquedos e produtos que venham a entrar em contato com alimentos. 36 Materiais Poliméricos – Construção Civil Há quatro tipos básicos: - PVC rígido, isento de plastificantes. Usado na fabricação de tubos, carcaças de utensílios domésticos e baterias. - PVC flexível ou plastificado. Usado no revestimento de fios e cabos elétricos, composições de tintas (látex vinílico), cortinas de banheiros. - PVC transparente, isento de cargas. - PVC celular ou expandido. Classificação da reciclagem 1 – Politereftalato de etila (PET); 2 – Polietileno de alta densidade (HDPE* ou PEAD); 3 – Policloreto de vinila (PVC* ou V); 4 – Polietileno de baixa densidade (LDPE* ou PEBD); 5 – Polipropileno (PP); 6 – Poliestireno (PS); 7 – Outros.