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Apostila de Anatomia revisada (1)

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Pós Graduação - Especialização Lato Sensu 
Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética 
 
 
 
HISTÓRIA DA ANATOMIA 
 
 
Cassia Xavier Santos 
 
DEFINIÇÃO 
Anatomia humana é a ciência que estuda a estrutura do corpo humano. 
Esse termo tem origem na palavra grega que significa cortar em partes, logo, é 
o estudo das estruturas do corpo humano cortado em partes. Cada uma 
dessas partes possui uma função específica que é estudada pela fisiologia. 
Ambas as ciências, anatomia e fisiologia, são divisões da biologia bastante 
conhecidas. 
A grande parte das terminologias anatômicas tem origem nas línguas 
grega ou latina, termos esses que podem ser facilmente compreendidos se 
conhecermos os prefixos e sufixos básicos da ciência anatômica. 
O estudo da anatomia surgiu, principalmente, pelo interesse dos 
médicos em conhecer e explicar as funções e disfunções do corpo humano. 
Descobrir a idade da morte de uma pessoa pode ser feito por meio dos restos 
de seu esqueleto ósseo, assim como a provável causa da morte que pode 
variar de lesões a doenças. 
Cerca de 3400 a.C., no Egito, foi descrito o primeiro manual de anatomia 
humana por um pesquisador chamado Menes. Mais tarde, 360-377 a.C., na 
Grécia, um pesquisador ficou conhecido com o Pai da Medicina, seu nome 
Hipócrates, e foi ele quem inspirou o juramento hipocrático, realizado pelos 
médicos até os dias de hoje, norteados por seus princípios éticos. Já em 130-
 
 
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201 d.C., um escritor médico chamado Clandius Galeno tornou-se muito 
importante na anatomia, pois seus princípios foram seguidos/imitados por 
muitos anos, aproximadamente 1500 anos. De 1578-1657, na Europa, Hanve 
deu início ao método da anatomia experimental. Por volta de 1650, também na 
Europa, vários tipos de células e tecidos foram descritos pelo aperfeiçoamento 
do microscópio. A partir disso, equipamentos passaram a ser utilizados para 
auxiliar no estudo das funções e disfunções do corpo. Um marco para esse 
estudo aconteceu em 1895, quando um importante físico chamado W. 
Roentgen fez a descoberta do raios X. Desde então, foi possível estudar 
anatomia também por meio da imagem que, com o passar do tempo e avanço 
da tecnologia, vem tornando o diagnóstico médico cada vez mais preciso. 
 
 
ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO DE ANATOMIA 
Anatomia regional: é o estudo das regiões do corpo. 
Anatomia sistêmica: 
Sistema tegumentar: Formado por pele e seus anexos – pelos, unhas e 
glândulas sudoríparas –, tem função de dar suporte e proteção ao corpo. É 
estudado pela dermatologia. 
Sistema esquelético: Formado por ossos e cartilagens, tem função de suporte 
interno e estrutura flexível para movimentos do corpo, produção de células 
sanguíneas e armazenamento de minerais. É estudado pela osteologia. 
Sistema articular: Formado por articulações e ligamentos associados, tem 
função, juntamente com os ossos e os músculos, de produzir movimento e 
locomoção. É estudado pela artrologia. 
Sistema muscular: Formado por músculos, tem função, juntamente com os 
ossos e articulações, de produzir movimentos do corpo e produzir energia. É 
estudado pela miologia. 
 
 
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Sistema nervoso: Formado pelo Sistema Nervoso Central – encéfalo e 
medula espinal –; Sistema Nervoso Periférico – nervos cranianos e espinais –; 
e terminações nervosas, tem função de coordenar e controlar as funções de 
todos os outros sistemas, relacionando o corpo ao meio ambiente. É estudado 
pela neurologia. 
Sistema circulatório: Formado por coração, vasos sanguíneos, sangue, vasos 
linfáticos e linfa, tem a função de transporte de substâncias nutritivas para as 
células do corpo e remover resíduos metabólicos dessas células. É estudado 
pela angiologia e cardiologia. 
Sistema digestório: Formado por cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, 
intestino delgado e intestino grosso, tem a função de realizar ingestão, 
mastigação, deglutição, digestão, absorção de nutrientes e eliminação de 
resíduos. É estudado pela gastrologia. 
Sistema respiratório: Formado por vias aéreas superiores, vias aéreas 
inferiores e pulmões, tem função de fornecer oxigênio para o corpo e 
eliminação do dióxido de carbono. É estudado pela pneumologia. 
Sistema urinário: Formado por rins, ureteres, bexiga e uretra, tem a função de 
filtrar o sangue, produzir e eliminar urina. É estudado pela urologia. 
Sistema genital feminino e sistema genital masculino: Formado por 
ovários, testículos e genitais externos, tem função de produzir os gametas 
sexuais masculino (espermatozoides) e feminino (ovócitos) e reprodução. É 
estudado pela ginecologia e andrologia. 
Sistema endócrino: Formado por glândulas que produzem hormônios, tem a 
função de regular o metabolismo químico. É estudado pela endocrinologia. 
 
 
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TERMINOLOGIAS ANATÔMICAS 
Posição anatômica 
Todo direcionamento anatômico é descrito em relação à posição 
anatômica. Tal posição considera: 
- Corpo ereto; 
- Pés paralelos e membros inferiores unidos; 
- Olhos direcionados para frente; 
- Membros superiores ao lado do corpo com as palmas das mãos 
voltadas anteriormente. 
 
Plano de referência anatômica 
Visando ao estudo das estruturas de vários órgãos, o corpo pode ser 
seccionado por três planos fundamentais de referência: 
- Plano sagital: passa verticalmente através do corpo, dividindo-o em 
partes direita e esquerda; 
- Plano mediano: passa verticalmente através do corpo, dividindo-o 
exatamente em metades direita e esquerda. 
- Plano coronal (longitudinal): passa verticalmente através do corpo, 
dividindo-o em partes anterior e posterior; 
- Plano transverso (a radiologia refere-se a esse plano como axial): passa 
horizontalmente através do corpo, dividindo-o em partes superior e 
inferior; 
- Plano oblíquo: plano coronal ou transverso, ligeiramente angulado ou 
inclinado. 
 
 
 
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Termo de direção 
- Medial: indica que uma estrutura está próxima ou mais próxima da linha 
média do corpo; 
- Lateral: indica que uma estrutura está mais afastada da linha média do 
corpo; 
- Posterior ou dorsal: indica a parte posterior do corpo ou mais próximo do 
dorso; 
- Anterior ou ventral: indica a parte anterior ou ventral do corpo; 
- Inferior ou caudal: indica que uma estrutura está mais próxima do crânio; 
- Proximal: indica que uma estrutura está mais próxima do ponto de 
fixação ou da origem da estrutura; 
- Distal: indica que uma estrutura está mais distante do ponto de fixação 
ou origem da estrutura; 
- Ipsilateral: quando as estruturas estão localizadas do mesmo lado do 
corpo; 
- Contralateral: quando as estruturas estão localizadas em lados opostos 
do corpo. 
 
Termos de posicionamento do corpo 
- Ortostática: em pé com o corpo ereto; 
- Decúbito ventral: deitado com ventre do corpo (abdome) apoiado no leito 
e dorso para cima; 
- Decúbito dorsal: deitado com o dorso do corpo apoiado no leito e ventre 
para cima; 
- Decúbito lateral: deitado de lado, apoiando um dos hemicorpos sobre o 
leito; quando o apoio é sobre o hemicorpo direito, refere-se a decúbito 
 
 
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lateral direito, e quando o apoio é sobre o hemicorpo esquerdo, decúbitolateral esquerdo; 
 
 
 
- Trendelenburg: deitado (decúbito dorsal ou ventral) com discreta 
angulação ou inclinação da cabeça para baixo em relação aos pés; 
- Fowler: deitado (decúbito dorsal ou ventral) com discreta angulação ou 
inclinação dos pés para baixo em relação à cabeça; 
- Posição oblíqua: em decúbito ou ortostatismo, apoiado sobre um 
hemicorpo, inclinando a parte livre anterior ou posteriormente. 
 
Procedimentos para avaliação clínica 
- Inspeção: consiste em observar o corpo para verificar qualquer sinal 
clínico como coloração ou edema e movimentos respiratórios; 
- Palpação: consiste em aplicar uma firme pressão com as mãos nas 
regiões do corpo para perceber comportamentos ou irregularidades 
como pulsação ou grau do edema; 
- Ausculta: consiste em escutar os sons produzidos pelos órgãos internos; 
- Percussão: consiste em aplicar golpes com as pontas dos dedos nas 
cavidades corporais como tórax e abdome para localização de líquidos 
ou anormalidades; 
- Pesquisas de reflexos: consiste em aplicar força imediata (bater) em um 
tendão com um martelo a fim de observar a resposta automática a um 
estímulo. 
 
ANATOMIA DO DESENVOLVIMENTO 
Uma vez ocorrida a fertilização do ovócito pelo espermatozoide, cinco a 
sete dias depois, começa a ocorrer o processo de implantação na camada 
endométrio do útero. Começam a ser liberados hormônios para impedir que 
 
 
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ocorra o aborto, até que a placenta possa fazer esse papel, por volta de sete 
semanas, produzindo o estrógeno e a progesterona. Completada a 
implantação, surge a cavidade embrionária e o disco embrionário que consiste 
em três camadas: o endoderma, o mesoderma e o ectoderma, os chamados 
folhetos embrionários (camada germinativa embrionária), dando início ao tecido 
embrionário por volta de duas semanas de gestação. Desses tecidos, oriundam 
todas as outras células dos sistemas do corpo: 
- Endoderma: formadora de todo o revestimento do trato gastrointestinal e 
órgãos digestórios, trato respiratório e pulmões, bexiga urinária e uretra; 
- Mesoderma: formadora do esqueleto ósseo, músculos, sangue, derme e 
órgãos genitais; 
- Ectoderma: formadora do sistema nervoso, epiderme, pelos, unhas, 
glândulas da pele e órgãos sensoriais. 
 
Outras estruturas também importantes surgem nessa fase: 
- Âmnio: membrana originada do ectoderma e mesoderma, que envolve o 
embrião, formando o saco amniótico cheio de líquido amniótico com 
função de promover o desenvolvimento do embrião, amortecer e 
proteger o feto ou embrião de possíveis situações a que a mãe se 
submeta. Mantém a temperatura e pressão, elimina resíduos e permite a 
movimentação fetal. 
- Saco vitelino: produz sangue para o embrião até que o fígado se forme 
na 4ª semana e comece a produzir células sanguíneas a partir da 6ª 
semana. Participa da formação do intestino e, ao término da gravidez, 
não apresenta nenhuma função importante, pois se torna muito 
pequeno. 
- Placenta: órgão formado por tecidos maternos e fetais, altamente 
vascularizado e que estabelece a comunicação entre o feto e a mãe. 
Tem por função realizar trocas gasosas e metabólicas entre o feto e a 
 
 
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sua mãe. Mede cerca de 2 cm e pesa 1/6 do peso total do feto. O 
sangue oxigenado e nutrido entra na placenta através de uma veia 
umbilical e retornará à placenta por duas artérias umbilicais, formadoras 
do cordão umbilical, que mede cerca de 55 cm de comprimento. Embora 
a placenta possua alta atividade metabólica e 
forneça todos os nutrientes e oxigênio necessários ao feto, outras 
substâncias como drogas, nicotina e medicamentos podem chegar até o 
feto e interferir no seu desenvolvimento. Felizmente a placenta produz 
enzimas que são capazes de desativar ou diminuir a ação dessas 
substâncias, impedindo que prejudiquem o feto. A esse processo, damos o 
nome de barreira placentária. 
 
Acompanharemos na tabela subsequente os principais eventos do 
desenvolvimento embrionário e fetal ocorridos na gestação: 
Tempo de 
gestação 
(semanas) 
Evento do desenvolvimento 
3ª 
Extremidade cranial, base do esqueleto embrionário, formação da 
pele. 
4ª 
4 mm, formação do cordão umbilical, bombeamento de sangue 
pelo coração, cabeça e mandíbula, encéfalo, medula espinal, 
pulmões, órgãos digestórios e brotos dos MMSS e II. 
5ª 
Aumento da cabeça, orelhas e cavidade nasal, mãos e pés em 
forma de pás. 
6ª 
16 a 24 mm, cabeça maior que o tronco, o encéfalo apresenta-se, 
ocorre a produção de hormônio e início dos genitais externos. 
7ª e 8ª 
28 a 40 mm, sistema nervoso em atividade, pescoço aparente, 
olhos desenvolvidos e fechados, narinas tampadas. Passa a ser 
chamado de feto. 
 
 
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9ª a 12ª 
Cabeça proporcional ao corpo, olhos espaçados e orelhas baixas, 
aparecem os centros de ossificação. Ao final, o feto se apresenta 
com 87 mm e 45 g, o sistema nervoso permite seus movimentos. 
17ª a 20ª 
MMII chega ao tamanho final, percebem-se os movimentos fetais, 
pode chegar a 20 cm e 460 g. 
21ª a 25ª Feto aumenta em peso e tamanho, chegando a 24 cm e 900 g. 
26ª a 29ª 
Mede cerca de 28 cm e pesa 1.300 g, não mantém temperatura 
sozinho, estruturas respiratórias imaturas, a cabeça começa a se 
dirigir em direção ao colo do útero. 
30ª a 40ª 
Mede cerca de 50 cm e pesa 3.400 g, atingiu a maturidade e está 
preparado para o nascimento. 
 
A partir do nascimento, outras mudanças nas características físicas, 
sexuais e comportamentais serão iniciadas e não pararão de ocorrer até que o 
corpo não tenha mais vida. 
 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
O sistema circulatório pode ser dividido em sistema linfático e 
cardiovascular, formado por coração, vasos sanguíneos, vasos linfáticos, 
sangue e linfa. 
- Coração: bomba contrátil formada por quatro camadas, átrios e 
ventrículos em pares, bombeando todo o sangue do corpo, 
aproximadamente em um minuto para todas as extremidades do corpo; 
- Vasos sanguíneos: redes de tubos que permitem a passagem do 
sangue para todas as células do corpo. São eles: artérias e arteríolas, 
veias e vênulas e capilares; 
- Vasos linfáticos: localizados em torno dos vasos sanguíneos; 
- Linfa: líquido presente nos vasos linfáticos; 
 
 
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- Sangue: formado por eritrócitos, as células vermelhas; leucócitos, as 
células brancas com função de defesa; plaquetas, os trombócitos 
responsáveis pela coagulação sanguínea; e plasma, a porção líquida do 
sangue com 90% de água. 
 
 
 
O corpo humano tem aproximadamente 5 litros de sangue circulante. Em 
geral o sistema circulatório apresenta as seguintes funções: 
- Transporte: está envolvido no transporte de oxigênio e nutrientes, por 
meio do sangue, a todas as células do corpo, filtrando resíduos e 
impurezas e transporta hormônios para os tecidos-alvos; 
- Proteção: protege contra lesões de agentes estranhos ou toxinas; 
imunidade pelos chamados glóbulos brancos, os leucócitos; além de 
proteger contra a perda de sangue por meio da coagulação. 
 
CORAÇÃO 
Órgão muscular, formado por quatro câmaras, pesando 
aproximadamente 250 gramas em mulheres e 310 gramas em homens, do 
tamanho de um punho fechado, em média. Localiza-se na cavidade torácica, 
entre os pulmões, espaço denominado mediastino. Está ligeiramentevoltado 
para o lobo esquerdo. Possui um ápice, apontado para baixo e para a 
esquerda, sobre o diafragma e uma base, voltada para cima e para a direita, 
onde estão os vãos sanguíneos que, em conjunto, recebem o nome de vasos 
da base. 
É recoberto por um tecido chamado pericárdio, que se divide em duas 
camadas: pericárdio fibroso (mais externo) e pericárdio seroso. Esse último, 
 
 
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por sua vez, apresenta dois folhetos: um mais externo, o pericárdio seroso 
parietal, localizado junto ao pericárdio fibroso; e o pericárdio seroso visceral, 
que está intimamente ligado à superfície externa do coração. 
O pericárdio fibroso envolve e protege o coração, e o pericárdio seroso 
produz o líquido pericárdio que funciona como um lubrificante que permite ao 
coração bater sem atrito. Internamente ao coração, encontra-se o endocárdio 
que reveste toda a superfície interna do coração, bem como a superfície de 
suas valvas. 
 
A camada média do coração é a mais espessa, constituída por músculo 
estriado cardíaco, o miocárdio. Sua espessura varia de acordo com a força que 
cada câmara cardíaca deve exercer. Desse modo, entende-se que a função do 
miocárdio é realizar as contrações das câmaras cardíacas e ejetar sangue para 
fora do coração. 
Entre os átrios direito e esquerdo, existe uma parede de delimitação que 
impede a mistura entre os sangues pobre e rico em oxigênio, chamado septo 
interatrial. Entre os ventrículos direito e esquerdo, existe outro septo, uma 
parede, que exerce função semelhante ao septo interatrial e recebe o nome de 
septo interventricular. Já entre átrios e ventrículos, o coração conta com valvas 
atrioventriculares direita (tricúspide) e esquerda (bicúspide ou mitral), que 
impedem que ocorra refluxo sanguíneo dos ventrículos para os átrios no 
momento da contração (sístole). 
Átrios contraem-se simultaneamente, enquanto os ventrículos estão em 
relaxamento. À contração e ao relaxamento do miocárdio, damos o nome de 
sístole e diástole, respectivamente. Vale lembrar que os átrios contam com 
músculos chamados pectíneos, que auxiliam a ejeção do sangue para os 
ventrículos, e cada átrio ainda possui uma aurícula (apêndice na parte externa). 
 
 
 
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Entrando e saindo com sangue do coração, encontram-se as veias e 
artérias. Deve ficar claro que os vasos que conduzem sangue do corpo ao 
coração, independentemente de transportarem sangue rico ou pobre em 
oxigênio, são chamados veia. Já os vasos que conduzem sangue do coração 
ao corpo, independentemente de transportarem sangue rico ou pobre em 
oxigênio, são chamados artérias. 
Descreveremos agora os vasos presentes no coração e suas 
respectivas funções: 
- Veia cava superior: trazem sangue pobre em oxigênio da região da 
cabeça (veia jugular) e membros superiores (veia subclávia) para o átrio 
direito do coração. 
- Veia cava inferior: traz sangue oxigênio do abdome e membros 
inferiores para o átrio direito do coração. 
- Veia coronária: traz sangue pobre em oxigênio do coração até a veia 
cava superior para o átrio direito do coração. 
- Veias pulmonares: trazem sangue oxigenado dos pulmões para o átrio 
esquerdo do coração. 
- Tronco pulmonar: dá origem às artérias pulmonares, que conduzem o 
sangue do ventrículo direito para os pulmões a fim de oxigená-lo. Na 
entrada dessa artéria, encontramos a valva do tronco pulmonar que 
impede o refluxo de sangue da artéria para o ventrículo. 
- Artéria aorta: leva sangue do ventrículo esquerdo do coração para irrigar 
todo o corpo, passando pela valva aórtica (que impede o refluxo 
sanguíneo), o ramo ascendente, arco da aorta e ramo descendente da 
aorta. 
- Artéria coronária: é uma ramificação do ramo ascendente da artéria 
aorta e irriga o próprio coração (miocárdio). 
 
 
 
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A circulação sanguínea corpórea garante que todas as células do corpo 
recebam oxigênio e nutriente de forma adequada. Para isso, dividiremos a 
circulação em pulmonar e sistêmica. 
- Circulação pulmonar (pequena circulação): inicia-se no momento em 
que o sangue é trazido pelas veias cavas superior e inferior até o átrio 
direito. Do átrio direito, o sangue atravessa a valva atrioventricular direita 
e atinge o interior do ventrículo direito. Então, o sangue deixa o 
ventrículo direito e é novamente ejetado, agora para o tronco pulmonar, 
de onde artérias pulmonares direita e esquerda surgem e transportam o 
sangue aos capilares do pulmão para que seja oxigenado. Uma vez 
oxigenado, o sangue retorna ao coração, no átrio esquerdo, pelas veias 
pulmonares direita e esquerda. 
- Circulação sistêmica (grande circulação): inicia-se quando o sangue é 
ejetado do átrio esquerdo, através da valva atrioventricular, para o 
ventrículo esquerdo, o qual, por sua vez, fará uma sístole e mandará o 
sangue para a artéria aorta e todos os seus ramos para que o sangue 
oxigenado seja levado para todo o corpo e depois retorne, já pobre em 
oxigênio, ao átrio direito. 
 
Além dessas principais circulações, o coração conta com uma 
vascularização própria que levará suprimento para nutrir as próprias paredes. 
O miocárdio é irrigado pelas artérias coronárias direita e esquerda e suas 
ramificações, que se originam do ramo ascendente da artéria aorta. 
É importante esclarecer que o feto possui uma circulação sanguínea 
com característica própria, pois seus órgãos não são capazes ainda de realizar 
tais funções, por isso, toda a obtenção de nutrientes e oxigênio e eliminação de 
resíduos e gás carbônico é feita pelo cordão umbilical. Esse cordão possui uma 
veia umbilical, que levará sangue oxigenado ao feto, e a artéria umbilical é 
quem devolve o sangue à placenta. 
 
 
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Para que toda essa circulação sanguínea ocorra, o coração conta com 
um complexo estimulante intrínseco que controla todo o ciclo cardíaco, origina 
impulsos elétricos que estimulam os batimentos cardíacos. Desse complexo, 
faz parte o nó sinoatrial (SA), que está localizado no átrio direito. O ciclo inicia-
se com impulso elétrico que se propaga para os átrios direito e esquerdo, 
contraindo-os. O nó atriventricular, localizado no septo interatrial (AV), receberá 
o estímulo do nó SA. O fascículo atrioventricular, localizado no septo 
interventricular, quando estimulado, promove a contração dos ventrículos. Além 
dessa estimulação própria, o coração também recebe impulsos no Sistema 
Nervoso Autônomo, sempre que necessário, aumentando a frequência 
cardíaca, por exemplo. 
Veremos, a seguir, quadros com as principais artérias e veias do corpo 
humano e suas respectivas funções. 
As paredes das artérias e veias são constituídas de três camadas, as 
chamadas túnicas: 
- Túnica externa (adventícia): formada de tecido conjuntivo frouxo; 
- Túnica média: formada por camadas de células musculares lisas que se 
dispõem helicoidalmente. Em artérias, há a presença de fibras elásticas 
de elastina nessa camada em maior quantidade do que aquela 
encontrada em veias; 
- Túnica interna: apresenta uma camada de células endoteliais apoiada a 
uma camada de tecido conjuntivo frouxo, camada subendotelial. 
 
 
 
 
 
 
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ARTÉRIAS 
A grande quantidade de fibras de elastinana túnica média das artérias, 
principalmente as de grande calibre, permite que elas se expandam frente à 
contração ventricular. Essa elasticidade mantém o fluxo sanguíneo, porém 
dentro delas há uma grande pressão sanguínea. 
 
Principais artérias do corpo humano 
Segue tabela com as principais artérias do corpo humano e seu 
suprimento sanguíneo: 
Artérias Suprimento sanguíneo 
Coronárias Miocárdio 
Carótidas Cabeça (encéfalo) 
Subclávia Ombros e membros superiores 
Vertebrais Encéfalo 
Basilar Nível da ponte 
Cerebrais 
posteriores medial e 
anterior 
Encéfalo 
Comunicante 
posterior 
Originam-se das artérias cerebrais e formam o círculo 
arterial do cérebro (círculo de Willis) 
Oftálmica Olhos e estruturas associadas 
Tireóidea superior Laringe, pregas vocais e glândula hipófise 
Faríngea Faringe e linfonodos da região 
Lingual Língua e glândula sublinguais 
Facial Faringe, palato, lábios e nariz 
Occipital Couro cabeludo, meninges e processo mastoide 
Auricular Orelha e couro cabeludo 
 
 
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Maxilar Dentes e gengiva, músculo da mastigação 
Temporal Órgão e parede torácica, timo pericárdio 
Axilar Tecido da parte superior do tórax e região do ombro 
Braquial Músculo tríceps e braquial 
Radial e ulnar Irrigam a região do antebraço, mão e dedos 
Digitais Dedos das mãos e pés 
Frênica Músculo diafragma 
Abdominal Abdome 
Mesentérica 
Intestino delgado, ceco, apêndice vermiforme, colo 
ascendente, colo transverso, descendente, sigmoide e 
reto 
Renal Rins direito e esquerdo 
Suprarrenais Glândulas suprarrenais 
Testiculares Testículos 
Ováricas Ovários 
Lombares Músculos e medula espinal da região lombar 
Sacral Sacro e cóccix 
Vesicais Bexiga urinária e órgão interno da pelve 
Uterina e vaginal Órgãos genitais femininos 
Glútea Região glútea 
Obturatória Músculos mediais e superiores da coxa 
Pudenda Músculos períneo e genitais externos 
Femoral Coxa 
Epigástrica Pele e músculos da parede abdominal 
Circunflexa ilíaca Músculos da fossa ilíaca 
Poplítea Parte posterior do joelho 
Tibial Tornozelo e dorso do pé 
Fibular Músculos fibulares da perna 
Plantares Planta do pé 
 
 
 
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VEIAS 
As paredes das veias são constituídas pelas mesmas três camadas que 
as artérias, ou seja, apresentam as túnicas externa, média e interna. 
No entanto, dentro das veias, ocorre a passagem do sangue com uma 
pressão muito inferior do que na artéria, por isso, as veias contam com 
inúmeras válvulas venosas ao longo de seu percurso a fim de garantir o 
direcionamento do fluxo sanguíneo até o coração. 
 
Principais veias do corpo humano 
Segue tabela com as principais veias do corpo humano e sua drenagem 
sanguínea: 
Veias Drenagem sanguínea 
Jugulares Couro cabeludo, face e pescoço, encéfalo e meninges 
Subclávias Membros superiores e perto do pescoço 
Cefálica Porção superficial da mão e antebraço do lado radial 
Basílica Porção superfície da mão e antebraço do lado ulnar 
Braquial Junção das veias basílica e cefálica 
Lombares Região lombar e sacral 
Intercostais Músculos intercostais 
Tibiais Região posterior e anterior da tíbia 
Poplítea Região do joelho 
Femoral Coxa 
Ilíaca Região sacroilíaca pélvica e genital 
Safena 
Porção lateral e medial dos pés e porções medial e lateral à 
coxa 
Cava inferior Membro inferior e abdome 
 
 
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Renais Rins e ureteres 
Testicular Testículos 
Ováricas Ovários 
Suprarrenal Glândulas suprarrenais 
Frênicas Músculo diafragma 
Hepáticas Fígado 
Porta 
hepática 
Órgãos digestórios 
Mesentérica Intestino delgado (sangue rico em nutrientes) 
Esplênica Baço 
Pancreática Pâncreas 
Gástricas Estômago 
Cística Vesícula biliar 
 
Pressão arterial 
A pressão sanguínea é a força que o sangue exerce contra as paredes 
dos vasos nos quais circula. Nas artérias, a pressão sanguínea é maior, pois o 
sangue acabou de ser ejetado fortemente pelo ventrículo. Nas veias, essa 
pressão diminui, pois se trata do retorno do sangue ao coração, por isso, a 
necessidade do auxílio das válvulas venosas, garantindo que o fluxo retorne ao 
coração. 
A pressão arterial sanguínea pode ser medida por um aparelho chamado 
esfigmomanômetro, colocado na região do braço e juntamente com um 
estetoscópio colocado sobre a artéria braquial. É possível aferir duas pressões: 
a sistólica (no momento da contração ventricular) e a diastólica (quando o 
ventrículo relaxa). 
A pressão sistólica normalmente está em torno de 120 mm Hg e a 
diastólica, 80 mm Hg. A diferença entre elas é geralmente de 40 mm Hg, 
chamado de pressão de pulsação. 
 
 
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Sistema linfático 
O sistema linfático é formado por vasos linfáticos e líquidos linfáticos 
com a função de auxiliar no equilíbrio das células. Absorve gorduras do trato 
gastrointestinal e auxilia na defesa do corpo. Está relacionado com o sistema 
circulatório, pois drena cerca de 15% do líquido intersticial para a circulação 
sanguínea num único sentido. 
Esse líquido drenado chamado linfa é filtrado pelos linfonodos que se 
encontram ao longo de todo o vaso linfático. Em seu interior, existem nódulos 
linfáticos que produzem linfócitos, células importantes na resposta imunológica 
do corpo. Os linfonodos localizam-se nas seguintes regiões joelho, axilas 
(axilares), virilha (inguinais), tórax (torácicas) e cervicais. O timo, o baço e as 
tonsilas também são órgãos linfáticos. 
- Baço: maior acúmulo de tecido linfoide do organismo e, na espécie 
humana, o único órgão linfoide interposto na circulação sanguínea. 
Auxilia na produção de linfócitos, filtração do sangue e destruição de 
eritrócitos; 
- Timo: órgão no qual os linfócitos T completam sua maturação; 
- Tonsilas: formadas por agregados linfocitários que protegem as 
cavidades nasal e oral. 
 
Sistema nervoso 
O sistema nervoso é formado estruturalmente pelo Sistema Nervoso 
Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP) e, funcionalmente, também 
pelo Sistema Nervoso Autônomo (SNA), que juntos coordenam as atividades 
do corpo. O sistema nervoso é estudado pela neurologia. 
Mais especificamente, o SNC é formado pelo encéfalo (cérebro, 
cerebelo e tronco encefálico) e a medula espinal; o SNP é composto por nervos 
 
 
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 cranianos e espinais e gânglios nervosos; e o SNA compõe-se de parte 
simpática e parassimpática com a função específica de controlar os órgãos 
internos. 
Em geral, o sistema nervoso tem a capacidade de armazenar 
informação e responder a experiências vividas, o que chamamos 
respectivamente de memória e aprendizado. Especificamente, as funções do 
sistema nervoso incluem: 
- Orientações e percepções do corpo em relação ao ambiente interno e 
externo; 
- Coordenação e controle das atividades corpóreas; 
- Comportamento instintivo, ainda que discreto. 
 
Essas funções estão diretamente relacionadas aos estímulos sensitivos 
internos e externos e respostas motoras. 
O sistema nervoso, para um funcionamento adequado, conta com 
algumas células funcionais como neurônios e neuroglias (células da glia). 
Neurônios: representam a unidade funcional do sistema nervosocom função 
de armazenar e interpretar informações e conduzir impulsos de resposta. Os 
neurônios variam em tamanho e forma, porém todos possuem corpo celular, 
dendritos e axônio. 
- Corpo celular: região na qual o núcleo e a maior parte das organelas se 
encontram; 
- Dendritos: estendem-se a partir do corpo celular e têm a função de 
responder a estímulos específicos e conduzir impulsos em direção ao 
corpo celular; 
- Axônio: também conhecido como fibra nervosa, estende-se ao corpo 
celular, conduz impulsos (respostas) para longe do corpo celular. 
 
 
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Neuroglias: também chamadas de células da glia, são células de sustentação 
do sistema nervoso e auxiliam os neurônios em suas funções. Acredita-se que 
apenas 20% de todas as células do sistema nervoso sejam neurônios e o 
restante são células da glia. Encontramos seis tipos de neuroglia: 
1. Célula de Schwann: formadoras de bainha de mielina nos axônios do 
SNP; 
2. Oligodendrócitos: formadores da bainha de mielina nos axônios do SNC; 
3. Microgliócitos: têm a função específica de remover materiais estranhos e 
degenerados do SNC; 
4. Astrócitos: são responsáveis pela passagem de gases e nutrientes para 
garantir a sobrevivência das células do encéfalo; 
5. Células ependimárias: estão presentes no revestimento dos ventrículos 
encefálicos e canal central da medula espinal; 
6. Gliócitos ganglionares: são células que garantem suporte ao corpo 
celular do neurônio situado no interior dos gânglios nervosos. Esses 
gânglios estão presentes no SNP. 
A bainha de mielina, citada nas células de Schwann e oligodendrócitos, 
é responsável pela cor da substância branca do encéfalo e da medula espinal 
com função de suporte e condução de impulsos de forma mais rápida, pois 
entre a bainha existe um espaço chamado nódulo de Ranvier, por onde o 
impulso é propagado de forma saltatória. 
De acordo com sua função, os neurônios podem ser sensitivos, motores 
ou de associação. 
- Neurônios sensoriais ou aferentes: recebem estímulos sensoriais do 
meio ambiente e do próprio organismo e os conduzem ao SNC; 
- Neurônios motores ou eferentes: conduzem impulsos sensitivos 
originados no SNC a um músculo ou glândula, controlando-os; 
 
 
 
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- Neurônio de associação ou interneurônios: estão localizados entre os 
neurônios motores e sensitivos no interior da medula espinal e encéfalo. 
 
De acordo da sua estrutura, o neurônio pode ser: 
- Bipolares: possuidores de um dendrito e de um axônio; 
- Pseudounipolares: apresentam, próximo ao seu corpo celular, 
prolongamento único, mas este logo se divide em dois, dirigindo-se um 
ramo para a periferia e outro para o sistema nervoso central; 
- Multipolar: apresentam mais de dois prolongamentos celulares. 
Os neurônios comunicam-se entre si através das sinapses. O número de 
neurônios é estabelecido durante o desenvolvimento pré-natal, porém o 
número de sinapses é indeterminado, pois cada neurônio é capaz de fazer 
inúmeras conexões, o que justifica a capacidade ilimitada de aprendizado. 
Fora do sistema nervoso central, encontramos um conjunto de fibras 
nervosas conhecida como nervos que, em sua maioria, são constituídos por 
fibras motoras e sensitivas, os nervos mistos, típicos da medula espinal. No 
entanto, alguns nervos são compostos apenas por fibras motoras ou fibras 
sensitivas como alguns dos nervos cranianos. 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
Como foi visto anteriormente, o SNC é constituído do encéfalo, formado 
por cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinal. Todo esse sistema é 
protegido pelo crânio – encéfalo –, pela coluna vertebral – medula espinal – e 
envolvido pelas meninges. 
 
 
 
 
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MENINGES 
São membranas de tecido conjuntivo, que perfazem três camadas: a 
dura-máter, a aracnoide-máter e a pia-máter. Entre a aracnoide-máter e a pia-
máter, encontra-se o espaço subaracnoideo, por onde circunda o líquido 
cerebrospinal, ou líquor, o qual é produzido pelo plexo corioide, localizado no 
interior dos ventrículos encefálicos. 
O SNC é composto de substância cinzenta que consiste, 
predominantemente, por corpo celular de neurônio e neuroglia, localizado no 
córtex, camada cortical do cérebro e cerebelo, e de substância branca que 
consiste predominantemente de dendritos, axônio e neuroglias. 
O encéfalo é extremamente vascularizado, passando cerca de 750 ml de 
sangue por minuto, a fim de suprir sua necessidade de oxigênio e nutrientes. 
Por essa razão, é considerado o tecido mais sensível do corpo: 10 segundos 
sem oxigênio levam à perda de consciência e 4 minutos sem oxigênio 
acarretam danos cerebrais irreversíveis, evoluindo para morte celular. 
 
Cérebro 
O cérebro é a maior porção do encéfalo. Esse órgão é dividido em dois 
hemisférios, o direito e o esquerdo, separados pela fissura longitudinal e 
interligados pelo corpo caloso, formado de substância branca. Nessa fissura, 
encontra-se a foice do cérebro, prolongamento mediano da dura-máter, situado 
na fenda que separa os hemisférios cerebrais. A sua base posterior prolonga-
se pela tentório do cerebelo. 
 
 
 
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Possui um córtex, formado de substância cinzenta e uma porção mais 
central, a substância branca. No córtex, encontram-se circunvoluções, cujas 
partes mais elevadas são chamadas de giros e as partes profundas são 
chamadas de sulcos do cérebro. 
Cada um dos hemisférios possui função específica: o hemisfério direito 
tem a função específica de noção artística, inteligência e argumentação, já o 
esquerdo responde pelas habilidades verbais, raciocínio lógico, ler e escrever. 
Cada hemisfério cerebral é composto por cinco partes: os lobos, cada 
um com função específica. 
- Lobo frontal: localiza-se na parte anterior dos hemisférios, sendo suas 
funções os movimentos voluntários dos músculos esqueléticos, 
personalidade, memória, emoções, raciocínio lógico, planejamento e 
julgamento e comunicação verbal (palavra falada). Possui o giro pré-
central, considerada a área motora localizada na frente do sulco central 
que separa o lobo frontal do parietal. Outro sulco, o sulco lateral 
(Sylvius) separa os lobos frontal e temporal. Nesse lobo, localiza-se 
também a área de Broca (área motora da fala, no giro inferior esquerdo); 
- Lobo parietal: logo atrás do sulco central, localiza-se na porção lateral 
superior do hemisfério, sendo considerada área somestésica e 
respondendo aos estímulos sensitivos do corpo todo. Possui o giro pós-
central responsável por responder além de estímulos sensitivos, 
compreensão da fala (palavra compreendida), articulação de 
pensamento e emoções; 
- Lobo temporal: localizado abaixo do lobo parietal e atrás da porção 
posterior do lobo frontal separado pelo sulco lateral, é responsável pela 
audição e por armazenar experiências auditivas e visuais. Nesse lobo, 
localizam-se os giros temporais, inferior, médio e superior. Nesse último, 
 
 
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encontra-se a área de Wernicke, responsável pela compreensão, que se 
mantém conectado à área de Broca pelo fascículo arqueado; 
- Lobo occipital: localizado na porção posterior do cérebro e 
superiormente ao cerebelo, do qual é separado pela tentório docerebelo, é responsável pela visão, mais especificamente pelo 
direcionamento e foco do olho, e por relacionar as imagens visuais às 
experiências prévias; 
- Lobo insular: localizado atrás dos lobos frontal, parietal e temporal, 
profundamente ao sulco lateral, sua função ainda não está plenamente 
estabelecida, mas se acredita que esteja relacionada com a função de 
memória. 
 
Na junção dos lobos parietal, temporal e occipital, existe o giro angular 
que faz ligação entre as informações auditivas, visuais e somestésicas 
(sensitivas). 
Profundamente dentro de cada hemisfério cerebral, em meio à 
substância branca, encontram-se três núcleos (massas de substância 
cinzenta), que são denominados coletivamente de núcleos da base. Esses 
núcleos recebem os seguintes nomes: o núcleo caudado – mais superior –, 
núcleo lentiforme – que se divide em putame e globo pálido –, e o claustro –
próximo ao córtex insular. Normalmente esses núcleos atuam em conjunto com 
outras estruturas do encéfalo. O núcleo caudado e a putame controlam a ação 
involuntária dos músculos esqueléticos, e o globo pálido ajuda no controle do 
tônus muscular. 
 
 
 
 
 
 
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Diencéfalo 
É formado pelo tálamo, hipotálamo, epitálamo e hipófise, local envolvido 
pelo cérebro. 
 
Tálamo 
Órgãos pares, formados por substância cinzenta, responsável por 
redirecionar todos os impulsos sensitivos e sensoriais (exceto olfatório) ao 
córtex cerebral de respectiva função. 
 
Hipotálamo 
Localizado abaixo do tálamo, apesar de pequeno, nele estão vários 
núcleos com importantes funções vitais relacionadas às funções das vísceras, 
emocionais e instintivas. Sintetiza e secreta diversos hormônios responsáveis 
por controlar funções autônomas e emocionais: 
- Regulação cardiovascular: seus impulsos causam taquicardia, 
bradicardia (aceleração e desaceleração da frequência cardíaca) e 
elevação da pressão arterial; 
- Regulação da temperatura corpórea: quando o sangue passar por essa 
região do hipotálamo e se este estiver com a temperatura elevada, o 
hipotálamo envia impulsos que provocam perda de calor pela sudorese 
e vasodilatação cutânea. Quando a temperatura volta ao normal, o 
hipotálamo reverte esse processo; 
- Regulação de água: uma diminuição na concentração de água no corpo 
faz o hipotálamo provocar a liberação do hormônio antidiurético (ADH) 
 
 
 
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pela hipófise, simultaneamente o centro da sede produz essa sensação a 
fim de aumentar o nível de água; 
- Regulação da fome e saciedade: um centro no hipotálamo monitora os 
níveis de glicose, lipídios e aminoácidos no sangue. Quando esses 
níveis estão baixos, o hipotálamo produz a sensação de fome. Quando 
se ingere uma quantidade suficiente de comida, o centro da saciedade é 
inibido; 
- Regulação do sono e vigília: determina o sono e o nível de vigília; 
- Resposta sexual: responde pela excitação dos receptores táteis nos 
órgãos genitais; 
- Emoções: responde a estímulos emocionais como raiva, medo, dor e 
prazer; 
- Controle das funções endócrinas: estimula diretamente a hipófise a 
liberar seus hormônios. 
 
Epitálamo 
Localizado na parte posterior do diencéfalo, é revestido pelo plexo 
corioide, que produz o líquido cerebrospinal. Possui também uma glândula, 
chamada glândula pineal com importante função neuroendócrina. 
 
Hipófise 
É localizada na parte inferior do diencéfalo, presa pelo infundíbulo ao 
hipotálamo e protegida pela sela turca (presente no osso esfenoide). 
 
 
 
 
 
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Mesencéfalo: pequena porção entre o diencéfalo e a ponte, em seu interior 
está o aqueduto mesencefálico (aqueduto de Sylvius) que comunica o III ao IV 
ventrículo. Possui pedúnculos centrais, o núcleo rubro e a substância negra: 
- Pedúnculos centrais: ligam o cérebro a outras regiões do encéfalo; 
- Núcleo rubro: conecta o cérebro ao cerebelo; 
- Substância negra: inibe movimentos involuntários forçados. 
 
Metencéfalo: formado por ponte, bulbo e cerebelo. 
 
Ponte 
Uma saliência arredondada localizada anteriormente ao cerebelo, seus 
núcleos regulam a frequência e o ritmo respiratório, além de ser núcleo dos 
nervos cranianos V- trigêmeo, VI- abducente, VII- facial e VIII- vestibulococlear. 
 
Bulbo 
Antecedendo a medula espinal, possui pirâmides, onde a maioria das 
fibras ascendentes e descendentes cruza, permitindo que os hemisférios 
recebam informação do lado oposto do corpo. É também considerado centro 
cardíaco (emitindo impulsos cardíacos inibidores e aceleradores), centro 
vasomotor (atua nas paredes anteriores, causando vasoconstrição e aumento 
da pressão arterial) e centro respiratório (atua no controle da frequência e do 
ritmo respiratório), além de atuar nos reflexos de vômitos, tosse, espirro e 
deglutição. 
 
 
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Cerebelo 
Localiza-se posterior e inferiormente ao crânio, separado do cérebro 
pela tentório do cerebelo. 
Possui dois hemisférios e uma área central chamada verme. Apresenta 
um córtex cerebelar composto de substância cinzenta e uma porção medular 
formada de substância branca. Essa porção medular apresenta-se ramificada e 
é denominada Árvore da vida. Cada hemisfério cerebelar é dividido em lobos 
anterior e posterior, os quais apresentam fibras que o comunicam com o 
restante do encéfalo. Os pedúnculos cerebelares inferiores conectam o 
cerebelo ao bulbo e à medula espinal. Os médios conduzem impulsos 
voluntário do cérebro para o cerebelo, e os superiores conectam o cerebelo ao 
mesencéfalo. 
O cerebelo é parte do sistema motor e, embora não seja capaz de iniciar 
movimentos voluntários, age de forma inconsciente na coordenação e 
regulação dos movimentos de precisão. 
Em todo o encéfalo, contamos com a presença de cavidades 
importantes para a produção e o armazenamento do líquido cerebrospinal: os 
ventrículos encefálicos. 
- Ventrículos laterais: estão localizados embaixo do corpo caloso nos 
hemisférios cerebrais; 
- III ventrículo: localizado entre os tálamos, comunica-se com os 
ventrículos laterais pelo forame interventricular (forame de Monro); 
- IV ventrículo: localizado entre a ponte e o cerebelo, comunica-se com o 
III ventrículo pelo aqueduto mesencefálico, com o canal medular, e libera 
líquor no espaço subaracnoide pelas aberturas medianas e laterais. 
 
 
 
 
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No interior dos ventrículos, estão os plexos corioides que produzem, 
propriamente, proteínas, glicose e glóbulos brancos e eletrólitos, formadoras do 
líquor. Por dia, aproximadamente 800 mL desse líquido são produzidos com 
função de amortecer impactos e promover defesa, além de retirar resíduos 
celulares. 
 
Medula espinal 
É a última porção do SNC, envolvida pelas mesmas meninges que 
envolvem as estruturas encefálicas. A medula espinal é protegida pelas 
vértebras da coluna vertebral. Apresenta duas funções específicas: 
- Conduzir impulsos tanto sensitivos, pelo trato ascendente, quanto motor, 
pelo trato descendente; 
- Centro de reflexos espinais. 
 
A medula espinal localiza-se na parte posterior do corpo (que recebe o 
nome de dorso), inicia-se no forame magno (abertura presente na base do 
osso occipital)e estende-se até, aproximadamente, o 1º e o 2º espaço entre as 
vértebras lombares. Em todo o seu comprimento, encontram-se duas 
dilatações: a intumescência cervical e a lombossacra. No final da medula 
espinal, ocorre seu afilamento, que recebe o nome de cone medular, de onde 
sairão diversas raízes nervosas que, em conjunto, recebem o nome de cauda 
equina. Partindo do L1, um prolongamento da pia-máter estende-se até o 
cóccix, chamado filamento terminal. Ao longo de toda a medula, 31 pares de 
nervos espinais emergem pelos forames intervertebrais. 
Tal como o cérebro e o cerebelo, a medula espinal também possui 
substância cinzenta, localizada centralmente, formando o H medular, com 
 
 
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neurônios e neuroglias, e substância branca ao redor do H medular, com fibras 
mielínicas de neurônios motores e sensitivos. 
Muitos dos estímulos periféricos do corpo recebem respostas imediatas 
da medula espinal, sem que a informação tenha chegado ao cérebro e se 
tornado consciente. Isso acontece sempre que a resposta precisa ser imediata, 
a fim de evitar danos ao corpo. A esse processo, damos o nome de arco 
reflexo motor. Para que ele ocorra, é necessário um receptor que capte o 
estímulo e o envie à medula espinal através de um neurônio sensitivo, o qual 
levará a informação até a parte posterior da medula (parte sensitiva) que, 
através da sinapse com neurônios de associação, chegará até a parte motora 
da medula, parte anterior de onde a resposta sairá conduzida por um neurônio 
motor até o órgão efetuador, um músculo ou uma glândula, que se encarregará 
de cessar o estímulo lesivo. 
 
Sistema Nervoso Periférico 
 
Fazem parte do SNP todas as estruturas que compõem o sistema 
nervoso e não fazem parte do Sistema Nervoso Central, ou seja, nervos e 
gânglios nervosos. O SNP encontra-se fora do SNC e conduz impulsos 
sensitivos do corpo à medula espinal e ao encéfalo, e da medula espinal e do 
encéfalo ao corpo. 
Dependendo de sua localização, os nervos podem ser cranianos (12 
pares) ou espinhais (31 pares). 
Entre os pares cranianos encontramos: 
 
 
 
 
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Nervos Função 
I. Olfatório Sensitivo, possui função olfatória primária. 
II. Óptico 
Sensitivo, os dois nervos (direito e esquerdo se unem 
no quiasma óptico, responsável pela visão). 
III. Oculomotor 
Misto (basicamente motor), levantador da pálpebra 
superior, regula os músculos extrínsecos do olho 
(menos oblíquo superior e reto lateral) e pupila. 
IV. Troclear 
Misto (basicamente motor), sensibilidade e movimento 
do músculo oblíquo superior do bulbo do olho. 
V. Trigêmeo 
Misto, sensibilidade da córnea, nariz, boca e músculos 
da mastigação e movimentos dos músculos da 
mastigação. 
VI. Abducente 
Misto (essencialmente motor), sensibilidade e 
movimento do músculo reto lateral do bulbo do olho. 
VII. Facial 
Misto, paladar nos 2/3 anteriores da língua, movimento 
dos músculos faciais, secreção das glândulas lacrimais 
e salivares. 
VIII. Vestibulococlear 
Sensitivo (basicamente sensitivo), ligado ao equilíbrio e 
à audição. 
IX. Glossofaríngeo 
Misto, sensibilidade dos músculos da faringe, paladar 
no 1/3 posterior da língua e movimento da faringe. 
X. Vago 
Misto, sensibilidade da orelha e vísceras em geral e 
movimento de deglutição e fonação. 
XI. Acessório 
Misto (basicamente motor), sensibilidade dos músculos 
da cabeça, pescoço e ombro e movimento de laringe e 
músculos da cabeça, do pescoço e do ombro. 
XII. Hipoglosso 
Misto (basicamente motor), propriocepção e movimento 
da língua durante a fala e a deglutição. 
 
 
 
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 Dentre os 31 pares de nervos espinais, encontram-se 8 cervicais 
(considera-se que existem 8 espaços intervertebrais onde o espaço entre a C7 
e T1 é considerado como o oitavo espaço intervertebral- (C8), 12 torácicos, 5 
lombares, 5 sacrais e frequentemente 1 coccígeo. Destacam-se os plexos 
cervical e braquial, lombar e sacral, assim descritos: 
1. Plexo cervical: ao lado do pescoço, entre C1-C5, inervam pele, músculos 
do pescoço e parte da cabeça e ombros (nervo frênico); 
2. Plexo braquial: formado pelos ramos de C5 e T1, inerva todo o membro 
superior de cada lado e parte do ombro e do pescoço (nervos axilar, 
radial e ulnar); 
3. Plexo lombar: formado pelos ramos de L1-L4, inervam as estruturas do 
abdome inferior e porção anterior e medial dos membros inferiores 
(nervos femoral e obturatório); 
4. Plexo sacral: formado pelos ramos de L4 a S4, inerva parte inferior do 
dorso, da pelve, do períneo e da parte posterior da coxa e da perna, 
além de dorso e planta do pé (nervo isquiático). 
É através dos nervos espinais que toda a informação sensitiva periférica 
consegue chegar ao SNC e toda resposta motora sai do SNC e atinge a 
periferia. 
 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
É a parte do sistema nervoso que tem a função de manter o equilíbrio do 
corpo, a homeostase, aumentando ou diminuindo a atividade dos órgãos frente 
a mudanças fisiológicas. Seu funcionamento é involuntário, ou seja, independe 
da vontade do ser humano. É responsável pelas funções viscerais do 
organismo, agindo sobre a musculatura cardíaca, lisa e glândulas e, na maioria 
das vezes, juntamente com o SNC. Mais especificamente, está dividido em 
 
 
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simpático e parassimpático, que trabalham de forma antagônica a fim de 
conseguir um equilíbrio. A porção simpática atua em preparo do corpo para 
situações de emergência ou fuga, aumentando a frequência cardíaca por 
vasoconstrição periférica e vasodilatação central, elevando os níveis de glicose 
no deslocamento de sangue em direção aos músculos e aos ossos. A porção 
parassimpática tem efeito contrário e tende a frear os efeitos do simpático, 
diminuindo os batimentos cardíacos, dilatando os vasos e aumentando as 
atividades dos órgãos. 
No entanto, essa informação não é valida em todos os casos, pois, na 
maioria das vezes, colaboram e trabalham harmonicamente na coordenação 
das atividades viscerais, adequando o funcionamento de cada órgão às 
situações a que é submetido o organismo. 
Uma das principais diferenças entre o sistema nervoso simpático e o 
parassimpático é que este tem ação sempre localizada a um órgão ou uma 
função do organismo, ao passo que o simpático tende a ter ação mais difusa. 
Na tabela, estão especificados alguns efeitos dos sistemas simpático e 
parassimpático sobre os principais órgãos em que atuam. 
Órgãos Simpático Parassimpático 
Íris Dilatação da pupila Constrição da pupila 
Glândula 
lacrimal 
Vasoconstrição Secreção abundante 
Glândulas 
salivares 
Vasoconstrição Vasodilatação 
Músculos 
eretores dos 
pelos 
Secreção e ereção dos pelos Não há inervação 
Coração Taquicardia e dilatação das Bradicardia 
 
 
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coronárias 
Brônquios Dilatação Constrição 
Tubo digestório 
Diminuição do peristaltismo e 
fechamentos dos esfíncteres 
Aumento do peristaltismo e 
abertura dos esfíncteres 
Genitais 
masculinos 
Vasoconstrição e ejaculação Vasodilatação e ereção 
Glândula supra-
renal 
Secreção de adrenalina Nenhuma ação 
 
SISTEMA ENDÓCRINO 
O sistema endócrino é formado basicamente por glândulasendócrinas e 
suas secreções, que são lançadas diretamente na corrente sanguínea, pois 
não apresentam ducto. 
O produto de secreção das glândulas endócrinas recebe o nome de 
hormônios, os quais atuam diretamente em uma célula-alvo, de maneira 
normalmente lenta e prolongada. Possui três funções básicas: 
- metabólicas: controlam a velocidade das reações químicas celulares; 
- genéticas e morfológicas: regulam o crescimento e desenvolvimento do 
indivíduo; 
- sexuais e reprodutoras: estimulam ou inibem o desenvolvimento dos 
caracteres sexuais. 
O sistema endócrino trabalha intimamente relacionado ao sistema 
nervoso, principalmente o autônomo. 
Várias glândulas endócrinas distribuídas ao longo do corpo fazem parte 
desse sistema: hipófise, pineal, tireoide, paratireoides, suprarrenais, pâncreas e 
gônadas sexuais masculinas (testículos) e femininas (ovários). 
 
 
 
 
 
 
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ESQUEMA DE GLÂNDULAS ENDÓCRINAS DO CORPO HUMANO 
Glândula hipófise 
Localizada na face inferior do encéfalo, fixada ao tálamo pelo 
infundíbulo, mede cerca de 1,4 cm de diâmetro. Está envolvida e protegida pela 
dura-máter e sela turca do osso esfenoide. 
Possui porções de acordo com a localização e função: o lobo adeno-
hipófise, localizado anteriormente e o lobo neuro-hipófise, localizado 
posteriormente. A adeno-hipófise produz e secreta os seguintes hormônios: 
- Hormônio do crescimento (GH): regula o crescimento de todas as 
células do corpo; 
- Hormônio tireotrófico (TSH): regula a atividade da glândula tireoide; 
- Hormônio folículo estimulante (FSH): regula e estimula os testículos a 
produzirem espermatozoide e regula o desenvolvimento do ovócito pelo 
ovário e a produção de estrógeno, hormônio feminino; 
- Hormônio luteinizante (LH): regula a ovulação e a produção da 
progesterona e do estrógeno, ambos na mulher; no homem, estimula a 
liberação da testosterona; 
- Prolactina: secretado por ambos os sexos, porém eficiente apenas na 
mulher após o parto, estimulando a produção de leite; 
- Adrenocorticotrófico (ACTH): regula o funcionamento da glândula 
suprarrenal. 
 
A porção neuro-hipófise produz apenas dois hormônios: 
- Hormônio antidiurético (ADH): inibidor da formação da urina 
(vasopressina); 
- Ocitocina: provoca as contrações uterinas durante o parto, sendo 
somente liberado ao final da gestação, e estimula também a contração 
dos ductos mamários, facilitando a amamentação. 
 
 
 
 
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Glândula tireoide 
Localizada no pescoço, bilateralmente à traqueia, possui dois lobos, o 
direito e o esquerdo. Produz dois hormônios principais: a tiroxina (T4) e a tri-
iodotironina (T3) que atuam em conjunto, controlando o metabolismo do corpo. 
Aumenta a taxa da síntese proteica e a liberação de energia, o que explica o 
fato de que, quando há um funcionamento exagerado dessa glândula 
(hipertireoidismo), um dos sinais é o emagrecimento súbito, e quando o 
contrário ocorre, ou seja, seu funcionamento é precário (hipotireoidismo), um 
dos sinais é a obesidade. Também tem ação direta sobre a maturidade dos 
sistemas nervoso e genital, justificando a necessidade de protegê-la, 
principalmente na criança, quando submetida à radiação. 
 
Glândulas paratireoides 
São quatro pequenas glândulas localizadas atrás da tireoide, bastante 
pequenas, que secretam o paratormônio, que promove o aumento do nível de 
cálcio na circulação sanguínea, atuando nos rins, ossos e intestino delgado. 
 
Pâncreas 
É considerada uma glândula mista, pois possui funções exócrina, 
produzindo suco pancreático; e endócrina, produzindo, através de um grupo de 
células, as ilhotas de pancreáticas (ilhotas de Langerhans), a insulina e o 
glucagon: 
- Insulina: tem a função de diminuir os níveis de açúcar no sangue, 
atuando como facilitadora de entrada de glicose na célula, permitindo 
seu funcionamento. É liberada imediatamente após o início das 
refeições; 
- Glucagon: estimula o fígado a converter glicogênio em glicose, 
aumentando o nível de glicose no sangue, é liberado após período em 
 
 
 
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jejum, a fim de manter o nível de açúcar no sangue e, por consequência, 
nas células. 
 
Glândulas suprarrenais 
Localizadas no polo superior de cada rim (ver esquema de glândulas 
endócrinas do corpo humano), com formato de pirâmide, possui córtex e 
medula. Em geral, seus hormônios aumentam o débito e a freqüência cardíaca, 
aumentam o calibre dos vasos coronários, ativam a capacidade mental, 
aumentam a freqüência respiratória e a taxa metabólica do corpo. 
 
Glândula pineal 
Localizada na porção posterior do III ventrículo (ver esquema de 
glândulas endócrinas do corpo humano), envolvida pelas meninges, secretam a 
melatonina, que se acredita esteja relacionada às mudanças diárias de luz e 
interfiram na regulação do sono. 
 
Ovários 
Em número de dois, além de produzirem os ovócitos, também produzem 
e secretam os hormônios sexuais femininos, estrógeno e progesterona: 
- Estrógeno: envolvido no desenvolvimento e na função da sexualidade, 
alterações menstruais e regulação do impulso sexual; 
- Progesterona: está diretamente ligado à gestação, preparando o útero 
para a implantação do embrião e prevenindo abortos. 
 
Testículos 
Em números de dois, além de produzirem os espermatozoides, 
produzem e secretam o hormônio sexual masculino, testosterona, com função 
de controlar o desenvolvimento e a função sexual masculina, além da libido. 
 
 
 
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Resumo das glândulas endócrinas e hormônios 
Glândula 
endócrina 
Hormônio 
Tecidos/órgãos- 
alvo 
Ação principal do 
hormônio 
Hipotálamo Liberadores e inibidores Adenohipófise 
Liberadores: estimulam a 
secreção hormonal 
Inibidores: inibem a 
secreção hormonal 
Adenohipófise 
Hormônio do 
crescimento (GH) 
(somatopropina) 
Prolactina (PRL) 
Tireoestimulante 
(TSH e Tireotropina) 
Adrenocorticotrópico 
(ACTH) 
Gonadotrofinas: 
- Folículo-estimulante 
(FSH) 
- Luteinizante (LH) 
Ossos e tecidos 
moles 
Glândulas 
mamárias 
Glândula tireoide 
Córtex da 
suprarrenal 
Ovários e 
testículos 
Ovários e 
testículos 
Promove crescimento de 
todos os tecidos 
Estimula a produção de 
leite 
Estimula a produção de T3 
e T4 
Estimula a secreção de 
hormônios do córtex da 
suprarrenal, principalmente 
o cortisol 
Estimula o 
desenvolvimento dos 
óvulos/espermatozoides e 
estrógeno nas mulheres 
Provoca a ovulação; 
estimula secreção de 
progesterona na mulher e 
testosterona nos homens 
 
 
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Neurohipófise 
Antidiurético (ADH) 
Ocitocina 
Rins e vasos 
sanguíneos 
Útero e mamas 
Estimula reabsorção da 
água pelos rins e 
determina a constrição dos 
vasos sanguíneos 
Contração da musculatura 
uterina no parto e 
liberação ou ejeção do 
leite das glândulas 
mamárias 
Glândula 
tireoide 
T3 e T4 
Calcitocina 
Todos os tecidos 
Ossos e rins 
Estimula o padrão 
metabólico e regula o 
crescimento e o 
desenvolvimento 
Favorece a formação de 
osso e diminui os níveis de 
cálcio 
Glândulas 
paratireoidesParatireoideo (PTH) 
Ossos, rins e 
intestinos 
Determina a reabsorção 
óssea, aumenta os níveis 
de cálcio, estimula a 
absorção de cálcio pelos 
rins e intestinos e estimula 
a excreção de fosfato 
pelos rins 
Glândula 
suprarrenal 
Medula 
Epinefrina (em pequena 
quantidade, a 
norefinefrina) 
Diversos tecidos, 
especialmente 
coração e vasos 
sanguíneos 
Estimula na elevação dos 
níveis de glicose e 
participa da resposta ao 
estresse 
Glândula 
suprarrenal 
Córtex 
Glicocorticoides 
(cortisol) 
Mineralocorticoides 
Todos os tecidos 
Rins 
Órgãos sexuais, 
Auxiliam na regulação do 
metabolismo de proteínas, 
carboidratos e gorduras, 
elevam os níveis de 
glicose no sangue e 
 
 
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(aldolterona) 
Hormônios sexuais 
ossos, músculos e 
pele 
participam na resposta ao 
estresse 
Estimulam os rins a 
reabsorver sódio e excretar 
potássio e auxiliam a 
regular o equilíbrio hídrico 
e eletrolítico 
Estimula o 
desenvolvimento das 
características sexuais 
secundárias em homens e 
mulheres 
Pâncreas 
(Ilhotas 
pancreáticas) 
Células alfa 
Glucagon 
Fígado, músculos 
e tecido adiposo 
Eleva níveis de glicose no 
sangue 
Pâncreas 
(Ilhotas 
pancreáticas) 
Células beta 
Insulina 
Fígado, músculos 
e tecido adiposo 
Regula o metabolismo de 
carboidratos, gorduras e 
proteínas e diminui os 
níveis de glicose no 
sangue 
Gônadas 
Ovários 
Estrógenos e 
progesterona 
Órgãos sexuais, 
pele, ossos e 
músculos 
Estimulam o 
desenvolvimento dos 
óvulos e das 
características sexuais 
femininas 
Gônadas 
Testículos 
Andrógenos 
(testosterona) 
Órgãos sexuais, 
pele e músculos 
Estimulam o 
desenvolvimento dos 
espermatozoides e das 
características sexuais 
 
 
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masculinas 
Timo Timosina Linfócitos T 
Estimula a maturação dos 
linfócitos T 
Glândula pineal Melatonina Diversos tecidos 
Auxilia a ajustar o biorritmo 
e controla o sono

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