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Sentença e Nulidades 2017

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017
PROCESSO E PROCEDIMENTO 
O processo corresponde à soma e ao conjunto de atos processuais, interligados pelos vínculos da relação jurídica processual (as diversas situações jurídicas processuais ativas e passivas, isto é, o ônus, deveres, sujeições, obrigações, poderes e faculdades, que se traduzem num complexo e dinâmico vínculo entre os sujeitos do processo). 
Procedimento: equivale ao aspecto exterior, visível do processo, pois significa, tão-somente, a sequência de atos processuais, ordenados lógica e cronologicamente entre si, tendentes à prolação de uma sentença. 
 Percebe-se, assim, que o processo é mais abrangente englobando, em sua definição, a noção de procedimento, aliada à ideia de relação jurídica processual. 
 1.1. A nova sistemática dos procedimentos penais 
Alguns equívocos dogmáticos apontados foram corrigidos pela Lei 11.719, de 20 de junho de 2008. A referida lei foi publicada no Dário Oficial, de 23 de junho de 2.008, com o prazo de 60 dias para a sua entrada em vigência. 
O artigo 394 declara que o “procedimento será comum ou especial”. Dispõe, ainda, que o procedimento comum se divide em ordinário, sumário ou sumaríssimo. 
Os procedimentos especiais remanescentes no âmbito do CPP são a) do Júri (arts. 406 a 497); b) dos crimes funcionais afiançáveis (arts. 513 a 518); c) dos crimes contra a honra de ação privada (arts. 519 a 523), quando não atingidos pela Lei nº 9.099/95; d) dos crimes contra a propriedade imaterial (arts. 524 a 530-I); e) da restauração de autos (arts. 541 a 548). 
Os crimes falimentares seguem o procedimento comum sumário, por força do art. 185 da Lei nº 11.101/2005. 
Podemos sintetizar as formas procedimentais, da seguinte forma: 
Procedimento Comum: Ordinário; Sumário e Sumaríssimo. 
Procedimento 	Especial: 	Crimes 	funcionais afiançáveis; Júri; Crimes contra a propriedade imaterial; crimes contra a honra de ação privada e Restauração de autos. 
1.2. Demais inovações introduzidas pela Lei 11.719/2008 
 Em síntese, pode-se dizer que a mencionada lei trouxe ao processo as seguintes inovações: 
 Confere ao Juiz a possibilidade de fixar, na sentença, valor mínimo para a reparação dos danos civis causados pela infração (sem prejuízo de eventual complementação desse valor a ser apurada em liquidação de sentença 0- art. 63, § Único). 
Especifica, no art. 257, as atribuições do MP no processo penal. 
 Introduz a citação por hora certa no processo penal, cabível quando o acusado, propositadamente, se furtar ao recebimento da citação pessoal. 
Reformula a disciplina da emendatio libelli e da mutatio 
libelli; 
Moderniza a classificação para os procedimentos penais. 
Dispõe sobre a resposta escrita do acusado antes do exame da admissibilidade da denúncia, criando a possibilidade do Juiz absolver sumariamente o acusado. 
Cria a audiência única para os procedimentos ordinário e sumário. 
Procedimento Comum 
O procedimento comum se divide em ordinário, sumário e sumaríssimo. 
Antes da Lei nº 11.719/2008, o procedimento comum ordinário aplicava-se aos crimes apenados com reclusão (salvo se houvesse rito especial) e o sumário, àqueles punidos com detenção. 
Com a nova sistemática introduzida pela mencionada lei, modificou-se o critério para a definição dos ritos: 
O procedimento ordinário (arts. 395 a 405) será aplicável quando a acusação tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade; 
O procedimento sumário(arts. 395 a 399 e 531 a 536), quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 aos de pena privativa de liberdade. 
O procedimento sumaríssimo: continua aplicável para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei 9.099/95, com redação dada pela Lei nº 11.313/2006 e nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento – (art. 77 § 2º da Lei 9.099/95) – art. 538, CPP 
1.3. Regras procedimentais aplicáveis à fase postulatória dos ritos ordinário e sumário 
Os arts. 395 a 399 do CPP contêm disposições atinentes à chamada fase postulatória do procedimento. Cuida-se de regras aplicáveis aos ritos ordinário e sumário. 
Denúncia – petição inicial no processo penal instaurado para a apuração de crime de ação penal pública (condicionada ou incondicionada) – Requisitos da denúncia – art. 41, do CPP; ou Queixa Crime: petição inicial dos crimes de ação penal privada – Requisitos do art. 41 do CPP. 
Rejeição da inicial: artigo 395 – a denúncia ou queixa será rejeitada quando: a) manifestamente inepta; b) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; c) Faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
OBS: Da rejeição da denúncia cabe Recurso em Sentido Estrito (art. 581, I, do CPP). 
Do Recebimento da Denúncia ou queixa: Não sendo o caso de rejeição (art. 395), o Juiz receberá a denúncia (ou a queixa) e ordenará a citação do acusado para oferecer resposta escrita, no prazo de 10 dias. O prazo para a resposta começara a correr do cumprimento do mandado de citação pessoal ou da citação por hora certa. 
Citação: é o ato processual por meio do qual se dá ao acusado conhecimento oficial da acusação; se abra a oportunidade para que ele produza a defesa e se forma a relação jurídica processual. 
Resposta Escrita (artigo 396-A) – O acusado deverá apresentar resposta escrita à acusação em até 10 dias contados do efetivo cumprimento do mandado. A resposta escrita constitui o primeiro documento adequado para a defesa: arrolar testemunha; argüir preliminares (ex. a inépcia da denúncia); deduzir alegações que interessam a defesa do réu; oferecer documentos e justificações; especificar as provas que pretende produzir; 
Absolvição Sumária (artigo 397) – Depois de notificada a defesa e apresentada à resposta escrita, o Juiz poderá absolver sumariamente o acusado, quando verificar: a) a existência manifesta de causa excludente de ilicitude do fato; b) a existência manifesta de causa 	excludente 	de 	culpabilidade do 	agente, 	salvo 	a inimputabilidade; c) que o fato narrado evidentemente não se constitui crime ou d) extinta a punibilidade do agente. 
OBS: Da decisão de absolvição sumária (cabe recurso de Apelação, nos termos do Art. 593, I, do CPP). 
g) Designação de audiência (artigo 399) – não sendo o caso de absolvição sumária (art. 397), o Juiz designará dia e hora para a audiência (uma), ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do MP e, se for o caso, do querelante e do assistente. 
OBS: O artigo 399 – prescreve que o acusado preso será requisitado para comparecer no interrogatório; 
Contém o princípio da identidade física do Juiz; até então inexistente em matéria de processo penal. 
Audiência Una do procedimento comum ordinário (artigo 400): 
A audiência de instrução, debates orais e julgamento deverá ser realizada em até 60 dias contados do despacho a que alude o artigo 399 do CPP. 
De acordo com o CPP, haverá, salvo motivo de força maior ou necessidade de expedição de carta precatória (art. 222 do CPP), apenas uma audiência para inquirição do ofendido (se possível), das testemunhas de acusação e de defesa (em número de 08 – art. 401) e para o interrogatório do réu – nessa ordem. 
Na audiência uma deverão ocorrer, 	ainda, os esclarecimentos dos peritos, se houver prévio requerimento, as acareações e os reconhecimentos de pessoas ou coisas. 
Concluídas as provas, o MP, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução (art. 402). Senão houver requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas as alegações finais orais por 20 minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa,prorrogáveis por mais 10, proferindo o Juiz, a seguir, a sentença (art. 403). O CPP permite a conversão dos debates orais em memoriais escritos (art. 403 § 3º), sempre que reputar o caso complexo ou houver excessivo número de acusados. 
Nesses casos, o Juiz concederá às partes o prazo sucessivamente de 5 dias para a apresentação de memoriais e, depois de apresentadas as manifestações profira a sentença em 10 dias. 
Havendo diligência considera imprescindível (por exemplo, exame de incidente de insanidade mental ou audiência de testemunha referida em audiência), a qual pode se dar por força de determinação judicial (de ofício) ou mediante requerimento das partes, a audiência será concluída sem as alegações finais (art. 404). Concluídas as diligências determinadas, as parte apresentarão, no prazo sucessivo de 5 dias as alegações finais,por memorial, e, no prazo de 10 dias, o Juiz proferirá a sentença (art. 404, § único). 
O artigo 405 estabelece que, de todo o ocorrido em audiência, será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes. 
De acordo com o art. 571, II, do CPP, o momento oportuno para se arguirem as nulidades relativas ocorridas durante a instrução criminal é o das alegações finais. Nulidades anteriores à fase instrutória devem ser argüidas pela defesa até a apresentação da defesa escrita. 
OBS: Com o advento da Lei nº 11.690/2008, que modificou o art. 212 do CPP, a inquirição de testemunhas deixou de ser feita por intermédio do Juiz (sistema presidencialista de inquirição), de modo que se aplica o sistema da inquirição direta. Vale dizer que as perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha. 
A inversão na ordem da oitiva de testemunhas – gera nulidade relativa; depende, portanto, da demonstração do efetivo prejuízo. 
Audiência Una do procedimento comum sumário (artigo 531) 
Em se tratando de procedimento comum sumário, o prazo estabelecido para a realização da audiência de instrução debates e julgamento, contado do despacho previsto no art. 399 do CPP, é de 30 dias. 
Na audiência (una) observa-se a mesma ordem de inquirição do rito ordinário, ou seja, realiza-se a inquirição do ofendido (se possível), a oitiva das testemunhas de acusação, depois a de defesa e, por último realiza-se o interrogatório do réu. A lei faculta às partes arrolarem até cinco testemunhas (art. 532). 
Deverão ocorrer os esclarecimentos dos peritos, se houver prévio requerimento das partes, as acareações e os reconhecimentos de pessoas ou coisas. 
O sistema de inquirição do ofendido e das testemunhas é o estabelecido n ao RT. 212 do CPP – sistema da inquirição direta. 
Depois do interrogatório do réu, seguem-se os debates orais. Diversamente do rito comum ordinário, a lei não prevê a possibilidade das partes requererem diligências (nada impede, contudo, que o Juiz acate eventual pedido nesse sentido, pelo princípio da busca da verdade real). 
Durante os debates orais, a acusação e depois a defesa terá a palavra por 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, proferindo o Juiz, a seguir, a sentença (art. 534, caput). Havendo assistente de acusação, ele falará após o membro do Ministério Público, por 10 minutos, prorrogando por igual período o tempo de manifestação da defesa (art. 534, § 2º). 
2 - DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
1. DO PROCEDIMENTO DO JURI 
a) Princípios Constitucionais: 
Dispõe o art. 5º, XXXVII, da CF: 
É reconhecida a instituição do Júri, com a organização que a lei lhe der, assegurados: 
A plenitude de defesa: não simplesmente, mas plena. Perante o Júri deve ser assegurada com mais vigor, disponibilizando-se um número maior de meios e recursos para o seu exercício. 
O sigiloso da votação: O veredicto é totalmente sigiloso, não podendo ser revelado em momento algum durante do julgamento. Com isso, pretendeu o constituinte dar meios aos jurados para que possa formar livremente seu convencimento, de acordo com a sua própria consciência. 
A soberania dos veredictos: Trata-se de princípio de maior importância, pois é uma verdadeira garantia à liberdade e ao respeito ao veredicto dos jurados. 
A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida: Diz-se “competência mínima” porque nada impede que lei ordinária amplie a competência di Júri. 
A Previsão da instituição do Júri no rol dos direitos e garantias individuais do cidadão apresenta mais do que uma declaração de cunho político. Tem, na verdade, uma importante implicação jurídica. O Júri e os princípios que informam são, atualmente, cláusulas pétreas (art. 60 § 4º, da CF), razão pela qual não podem ser suprimidos nem por Emenda Constitucional. 
 a. Rito Processual 
O rito do Júri é o mais solene dentre os previstos no CPP, sendo disciplinado nos artigos 406 a 497, destacando-se, quanto ao rito, os arts. 406 a 424 e 453 a 497. 
O Sumário da culpa vai do recebimento da denúncia (art. 406, caput) até a decisão da pronúncia (art. 421), com a sua remessa ao Juiz Presidente do Júri, até a sessão de julgamento. 
Sumário da Culpa 
O judicium acusationis estrutura-se de modo semelhante ao procedimento comum ordinário, com as alterações decorrentes da Lei 11.719/2008. 
Recebimento da Denúncia (art. 406, caput) 
 Oferecida a denúncia ou a queixa (subsidiária), deverá o Juiz analisar se deve recebê-la ou rejeitá-la. Com o recebimento, deverá ordenar a citação do acusado para responder à acusação no prazo de 10 dias. 
As testemunhas da acusação (oito, no máximo) deverão ser arroladas na denúncia ou queixa (art. 406, § 2º). 
Citação do Acusado (art. 406, §1º) 
A citação é o ato processual pelo qual se triangularia a relação jurídica processual. Tem como objetivo dar ciência oficial do teor da acusação e, dessa forma, permitir a ele que prepare a sua defesa. Destaque-se que o Acusado terá 10 dias, contados da citação pessoal (e não da juntada aos autos do respectivo mandado), para apresentar sua resposta escrita. 
Resposta escrita (art. 406, § 3º) 
O acusado deverá apresentar resposta escrita à acusação em até 10 dias. A resposta escrita constitui no momento adequado para: arrolar testemunhas (08, até oito); arguir preliminares; oferecer documentos e justificações; especificar provas que pretende produzir, etc. 
Se a resposta escrita não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor dativo para fazê-lo, dando-lhe vistas dos autos (art. 408). 
Manifestação da acusação (art. 409) 
A acusação (MP ou querelante) somente será intimada a se manifestar sobre a resposta escrita, no prazo de cinco dias, se a defesa arguir nulidades ou juntar documentos. 
Produção de provas (art. 410) 
Após as providências iniciais, que compreendem a fase postulatória, o juiz deverá determinar as diligências requeridas pelas partes e a intimação das testemunhas para a audiência. 
Audiência de instrução e debates (art. 411) 
O CPP estabelece que, na primeira fase o rito do Júri, haverá apenas uma audiência (Audiência Uma ou Única) para inquirição do ofendido (se possível); das testemunhas de acusação e de defesa e para o interrogatório do réu (nessa ordem). Nesse ato, ainda, deverão ocorrer os esclarecimentos dos peritos, as acareações e os reconhecimentos de pessoas e coisas. 
As provas orais devem ser colhidas com observância do disposto do art. 185 e seguintes do CPP. As perguntas deverão ser formuladas diretamente às testemunhas (sistema da inquirição direta ou cross examination). De acordo com o texto legal, o magistrado somente formulará suas questões depois das perguntas das partes, se houver pontos a serem esclarecidos (art. 212, § único). 
Fase dos debates orais 
Encerrada a produção da prova, passa-se à fase dos debates orais. Cada parte terá a palavra por 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 (art. 411, § 4º) Se houver mais de um acusado, o tempo da acusação e da defesa de cada acusado será contado individualmente (art. 411, § 5º). Se houver assistente do MP, este falará depois do membro do MP, por 10 minutos, tendo a defesa o acréscimo de 10minutos no seu tempo (art. 411, § 6º). Com a conclusão dos debates, poderá o juiz decidir em audiência ou deverá fazê-lo por escrito, em 10 dias (art. 411, 9º). 
O sumário da culpa ou o juízo de admissibilidade deverá ser concluído no prazo máximo de 90 dias contado do recebimento da denúncia (art. 412). 
Pronúncia (art. 413); Impronúncia (art. 414), desclassificação (art. 419 e absolvição sumária (art. 415). 
Estando o processo em termos, o juiz poderá encerrá-lo com quatro decisões diferentes: 
Pronúncia: É a decisão judicial que, fundada na prova da existência do crime ou indícios de autoria, julga admissível a acusação nos crimes dolosos contra a vida, determinando que o réu se submeta a julgamento pelo Tribunal do Júri. 
 Impronúncia: É a decisão judicial em que o magistrado não se convenceu da materialidade do fato ou da existência de indícios de autoria ou de participação. Da impronúncia cabe apelação (art. 416). 
Absolvição sumária (art. 415): Sentença absolutória que comporta apelação (art. 416). São quatro as hipóteses possíveis: quando provada a inexistência do fato; quando houver prova cabal de que o réu não foi o autor ou partícipe do crime; quando houver prova de uma excludente de ilicitude ou de culpabilidade e quando o fato não constituir infração penal. 
Desclassificação (art. 419): A decisão desclassificatória ocorrerá quando o juiz se convencer da existência de crime diverso daqueles de competência do Júri. 
Juízo da Causa 
1. Fase Preparatória: Com a preclusão da pronúncia, os autos são encaminhados ao Juiz Presidente do Júri (que pode ser o mesmo magistrado que autuou na primeira fase do processo) – art. 421 do CPP. Cumprirá a ele adotar as medidas preparatórias para o julgamento, previstas nos arts. 422 a 424 do CPP, e colocar o processo em pauta para julgamento. 
Nessa fase, poderá ocorrer, ainda, o pedido de desaforamento, o qual deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça, no âmbito estadual, art. 427 e 428 do CPP. 
Requerimentos de Provas (art. 422, caput) 
Recebidos os autos, o Juiz deverá determinar a intimação do Membro do MP ou do querelante e do defensor para, em cinco dias, apresentarem rol de testemunhas, requererem diligências e juntarem documentos (art. 422 do CPP). 
Número de Testemunhas: 
São cinco para a acusação e outras cinco para a defesa. A vítima sobrevivente não é computada nesse número. 
Se a parte requerer a intimação por mandado e declarar que não pode prescindir do depoimento da testemunha, poderá requerer o adiamento do Júri na hipótese de não-comparecimento (art. 461, caput). 
Juntada de Documentos 
Com a petição contendo o rol de testemunhas, as partes também poderão apresentar documentos para serem juntados aos autos e formular 	pedidos de diligências necessários aos esclarecimentos da causa. 
Mas nada impede que a parte formule requerimentos de diligências depois da fase prevista no artigo 422 do CPP, desde que a necessidade dessa prova tenha surgido posteriormente. 
Despacho Saneador 
O juiz deverá apreciar os requerimentos e, ao deferi-los, adotar as providências cabíveis (por ex: requisição de exames periciais, intimação de testemunhas, etc.). 
Deverá o Magistrado, ainda, elaborar um relatório sucinto do processo e incluir o feito na pauta de julgamento do Júri (art. 423, II, CPP). 
O relatório será entregue aos jurados, mediante cópia, no dia do julgamento, logo após o compromisso (art. 472, § único). 
Desaforamento 
Trata-se de “ato processual através do qual o processo é submetido ao conhecimento de foro estranho ao do delito”. Só pode ser decretado depois da preclusão da pronúncia. Deve ser adotado sempre que presentes os motivos previstos nos artigos 427, caput e 428, caput, do CPP. 
Hipóteses: Interesse da ordem pública; existir risco para a segurança do réu; houver dúvida sobre a imparcialidade do Júri, houver excesso de serviço na Vara do Júri (processo deve ser julgado em 6 meses – preclusão da pronúncia). 
Sessão do Julgamento 
Divide-se em cinco fases: a instalação da sessão; a formação do Conselho de Sentença (escolha dos 7 jurados), a instrução (produção da prova), os debates (manifestações orais das partes) e o Julgamento (prolação do veredicto). 
Instalação da Sessão 
Resume-se, nas seguintes providências: 
Julgamento das isenções e dispensas dos jurados e dos pedidos de adiamento do Júri; 
Verificação da presença das partes; 
Conferências das cédulas; 
Chamada dos Jurados; 
Anúncio do Julgamento; e 
Pregão. 
10. 	Formação do Conselho de Sentença 
Resume-se, nas seguintes providências: 
Advertência aos jurados; 
Sorteio dos jurados; 
Recusas dos jurados (até o número de 3 para cada parte, sem justificativas; 
Compromisso dos jurados; 
Entrega de cópias da pronúncia e do relatório dos jurados. 
11. Instrução em Plenário 
Resume-se, nas seguintes providências: 
Declaração do ofendido (se possível); 
Depoimento das testemunhas, primeiro acusação, depois das de defesa; 
Acareações, reconhecimentos ou esclarecimentos dos peritos; 
Leitura de peças; 
Interrogatório do réu. 
12. 	Debates 
Resume-se, nas seguintes providências: 
Fala inicial da acusação (até 1h30min ou 2h3omin - + de um réu); 
Fala inicial da defesa (até 1h30min ou 2h 30min + de 1 réu); 
Réplica (até 1 h ou 2 h + de 1 réu); e 
Tréplica (até 1 h ou 2 h + de 1 réu). 
13. Julgamento 
Resume-se, nas seguintes providências: 
Esclarecimentos aos jurados; 
Leitura dos quesitos; 
Votação; e 
Leitura da sentença. 
2. DA SENTENÇA PENAL 
Conceito: 
“É uma manifestação intelectual lógica e formal emitida pelo Estado, por meio de seus órgãos jurisdicionais, com a finalidade de encerrar um conflito de interesses, qualificado por uma pretensão resistida, mediante a aplicação do ordenamento legal ao caso concreto”. (Fernando Capez) 
“É uma decisão proferida por um juiz de direito que encerra o processo definitivamente quanto ao mérito julgando procedente ou improcedente a acusação penal”. 
Classificação das Sentenças ou Decisões 
No processo penal há várias espécies de atos jurisdicionais que encerram ou não o processo e que se destinam a movimentação procedimental. A sentença definitiva em sentido estrito é proferida sempre pelo juiz de direito solucionando a causa, julgando o mérito, condenando ou absolvendo o réu. 
É como dispõe o Código Processo Civil, em seu artigo 162: 
“A sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo decidindo ou não o mérito da causa”. 
1) Decisões ou Sentenças em sentido amplo:
Não encerram o processo e são assim classificadas: 
Interlocutórias simples: são as que dão solução às questões relativas à regularidade ou marcha processual, sem que se analise o mérito da causa (ex.: o recebimento da denúncia ou da queixa, a decretação de prisão preventiva); 
Interlocutórias mistas: São as decisões com força de definitiva. Elas encerram uma etapa da relação processual, sem julgar o mérito. Elas subdividem-se, em: 
Interlocutórias mistas não terminativas: Encerram uma etapa procedimental, não o processo, como ocorre, por exemplo, a decisão de pronúncia no júri popular. 
Interlocutórias Mistas Terminativas: São as decisões com força de definitiva que encerram o processo sem o julgamento do mérito. Exemplo: decisão de rejeição da denúncia. Encerrou o processo logo no início, sem solucionar a lide penal. Outro exemplo é a decisão de impronúncia. Esta decisão no procedimento do júri popular encerra o processo, pois reconhece a ausência de materialidade e do indício de autoria. Mas não é decisão de mérito. 
2) Em sentido estrito: sentença: dão solução à lide, julgando o mérito da causa. Podem ser: 
Condenatórias: Quando julga procedente a pretensão punitiva do Estado fixando a pena que o réu deverá cumprir. Acolhem, total ou parcialmente, a pretensão punitiva; 
Absolutórias: Quando indeferem a pretensão punitiva do Estado, não dando acolhida a acusação feita pelo Ministério Público. Elas podem ser: 
- Próprias: São aquelas que não acolhem a 
pretensão punitiva do Estado nãoimportando qualquer sanção ao réu; 
- Impróprias: São aquelas que embora não acolham a pretensão punitiva do Estado, mas reconhecem a prática da infração penal, impondo ao réu medida de segurança, uma vez que foi constatada a inimputabilidade do réu. 
Terminativas de mérito: São as decisões definitivas. Elas julgam o mérito, mas não condenam e nem absolvem o réu. (ex.: sentença declaratória da extinção da punibilidade) 
3) Despacho de Mero Expediente: São as decisões que impulsionam o processo. Exemplo: Despacho de designação de audiência, de citação do réu e da intimação das partes. 
c) Requisitos (Parte Intrínseca da Sentença) 
Relatório: (art. 381, I e II, CPP): histórico do processo. É um resumo dos autos do processo. Deve conter o nome das partes, a exposição resumida da acusação, da defesa, abrangendo desde a denúncia ou queixa até os expostos nas alegações finais de ambas as partes. É uma maneira da autoridade judiciária demonstrar que tomou conhecimento integral do processo, que efetivamente leu e se inteirou do processo. Trata-se de uma formalidade essencial da sentença. A sentença sem o relatório é ato nulo. 
Obs.: Importante anotar que o relatório é dispensável no caso de incidência da Lei 9.009/95 (art. 81, § 3º.). 
Motivação: (art. 381, III, CPP): É a apresentação pelo juiz dos motivos, das razões, dos fundamentos que o fizeram absolver ou condenar o réu. Trata-se de uma garantia constitucional prevista no artigo 93, inciso IX, da CF. Todas as decisões devem ser fundamentadas sob pena de nulidade. O juiz analisa os fatos decorrentes das provas colhidas, valora as provas, analisa as regras de direito e os artigos de lei aplicáveis aos casos concretos visando à motivação a decisão. Todavia, não basta somente à motivação. O juiz deve ser coerente no desenvolvimento do ato de sentenciar. Não só a ausência de motivação, mas, também, a contradição da motivação com relação ao fato a que se refere, torna a sentença nula. 
Conclusão: (art. 381, IV e V, CPP): É nessa parte da sentença que o juiz põe termo ao processo julgando procedente ou improcedente a pretensão punitiva indicando os artigos de lei aplicados, sob pena de nulidade. Na parte anterior (motivação) o juiz analisa as regras de direito, analisa os artigos da lei; aqui, na parte dispositiva, ele aplica os artigos da lei como conclusão da interpretação anterior. É no dispositivo que o juiz aplica à pena ou declara a inocência do réu, absolvendo-o. 
A título de ilustração se a conclusão da sentença contrariar a motivação, se a parte dispositiva contrariar as razões invocadas na fundamentação, tem-se a denominada sentença suicida. Ex: O juiz analisa as provas no sentido da condenação do réu e na parte dispositiva expõe da seguinte forma: “Pelo exposto absolvo o réu fulano de tal”. Ora, tal sentença é nula, pois uma das partes da sentença contraria a outra. 
d) Correlação entre a Acusação e a Sentença 
É a regra segunda a qual o fato imputado ao réu na denúncia deve corresponder com o fato reconhecido pelo juiz na sentença, sob pena de violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. A sentença deve ser precisa, isto é, deve indicar a qualidade e a quantidade das penas e conter-se nos limites do pedido da acusação. Exemplo: O Promotor de Justiça na denúncia imputa a Tício um crime de lesão corporal de natureza leve. Não pode o juiz simplesmente condená-lo por lesão corporal de natureza grave, sem antes tomar algumas providências. Trata-se do princípio da vinculação temática, segundo o qual o réu só pode ser condenado por fato do qual ele se defendeu. É a correlação entre a acusação do promotor de justiça e a sentença proferida pelo juiz de direito. O juiz não pode julgar o acusado extra petita, ultra petita ou citra petita, vale dizer, não pode desvincular-se o magistrado da inicial acusatória julgando o réu por fato que não foi acusado. Imagina que o promotor de justiça denúncia o réu por furto e o juiz entenda que se trata de um roubo e, sem qualquer medida, condena o réu por um crime mais grave. 
O pedido na denúncia não específica a pena. É sempre pedido de condenação pelo fato descrito na acusação. Na denúncia menciona-se o artigo da lei que o réu está incurso, mas não se específica a pena. É exatamente sobre o fato descrito na denúncia que o réu se defende. 
Numa denúncia, por exemplo, por lesão corporal o promotor de justiça não pede que se aplique uma determinada quantidade de pena. Ele relata os fatos e indica o artigo da lei, no qual Mévio está incurso. Pelo princípio da correlação o juiz deve se ficar adstrito a acusação. Caso o juiz, depois da instrução do processo, venha a entender que o fato se trata de outro crime, um crime mais grave, ele deverá tomar algumas medidas; ou seja, algumas decisões. 
No Código de Processo Penal vigora o princípio da jura novit cúria (o juiz conhece do direito). Deduz-se, daí, a famosa frase: narrame os fatos que eu te darei o direito. A errada classificação do crime não impede a prolação da sentença condenatória. O réu se defende do fato narrado pelo promotor de justiça na denúncia e não do artigo da lei, em que o órgão acusador esta pedindo para que ele seja incurso. 
Duas situações decorrem desse fato: 
“Emedatio Libelli” (emenda da acusação) 
“Mutatio Libelli” (mudança da acusação) 
1. “Emendatio Libelli” (artigo 383, do CPP) 
O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa, ainda que tenha que aplicar à pena mais grave. Definição jurídica diversa e não fato diverso. Nesse caso não se altera a peça acusatória. Há apenas uma correção, uma emenda da acusação. Exemplo: o promotor de justiça denúncia pelo delito de furto e não colocou na peça acusatória o artigo 155, do CP, mas o artigo 157, do CP. Nesse caso pode ocorrer a alteração. 
HIPÓTESES: 
1.1. A pena não se altera: O promotor de justiça descreve fato tipificado no artigo 168, do CP (apropriação indébita). Ao classificar o crime, ao lançar o artigo da lei ao final da denúncia e pedir a condenação do réu, ele não colocou o artigo 168, mas o artigo 155. No processo provou-se que o fato imputado foi verdadeiro. A apropriação indébita foi devidamente comprovada na instrução criminal. Então houve, na verdade, o crime de apropriação indébita, não obstante o promotor de justiça tenha elencado a artigo 155, do CP, artigo este, referente ao crime de furto. O fato imputado foi verdadeiro, o juiz condena o réu no caput do artigo 168, do CP. No caso, as penas dos artigos 155 e 168 são iguais e o juiz deverá mencionar o ocorrido na parte dispositiva da sentença. 
1.2. A pena poderá modificar para melhor: O promotor de justiça descreve na denúncia um fato tipificado no artigo 180, do CP (receptação). Pena de 1 a 4 anos e multa. Depois da instrução criminal, na sentença o juiz pode condenar o réu não pela previsão legal do “caput”, mas no § 3º, do artigo 180, do CP, ou seja, 1 mês a um ano e ou multa. O promotor de justiça descreveu o fato e colocou o artigo de lei, no qual queria que o réu fosse incurso. O juiz entendeu que os fatos estavam provados, mas entendeu que o fato descrito pelo promotor não estava tipificado no caput, mas tipificado no § 3º, que havia uma pena menor. 
1.3. A pena modifica-se para pior: O promotor de justiça descreve o fato previsto no artigo 155, do CP, e capitula no caput. O juiz pode condenar o réu nas penas descritas no artigo 155, § 1º, do 
CP e a situação do acusado ficará agravada. O promotor descreveu os fatos que estão tipificados no § 1º, do artigo 155, do CP, com previsão de pena maior; entretanto, coloca o artigo de lei como sendo o artigo 155, caput, do CP. Encerrada a instrução criminal o juiz ao sentenciar entende que os fatos estão provados exatamente conforme o promotor descreveu, embora a capitulação não esteja correta. Então o juiz poderá emendar a acusação na parte dispositiva da sentença, lançando o artigo da lei correto, ainda que a pena seja mais grave. 
Nas hipóteses citadas não há surpresa para a defesa do réu. O que importa é o fato que o réu se defendeu.O juiz vai apreciar o fato e corrigir a qualificação jurídica penal. Ele vai corrigir apenas o artigo da lei. Não há prejuízo ao réu que se defende dos fatos. Ainda que a pena seja maior não haverá prejuízo ao réu. O juiz pode dar uma definição sem ouvir o réu. Não houve alteração dos fatos e apenas do artigo da lei. 
Esta é a posição majoritária da doutrina e jurisprudência e do STF. 
2. “Mutatio Libelli” (artigo 384, do CPP) 
Hipótese totalmente diferente é a da mutatio libelli. Se no processo penal a acusação consiste nos fatos narrados pela denúncia ou queixa, quando se fala em mudança (mutatio) na acusação (libelli) está-se falando, necessariamente, em modificação da descrição fática constante da inaugural. Aqui não ocorre a simples emenda da acusação, mediante correção da tipificação legal, mas verdadeira mudança, com alteração da narrativa acusatória. A mutatio libelli implica no surgimento de uma prova nova, desconhecida no tempo do oferecimento da ação penal, levando a uma readequação dos episódios delituosos relatados na denúncia ou queixa. 
Assim, ao proferir a sentença final pode o juiz reconhecer a possibilidade de nova definição jurídica do fato, em conseqüência de provas existentes nos autos, de circunstâncias elementares não contidas explicita ou implicitamente na denúncia ou queixa. 
A previsão do artigo 384, do CPP, “em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação”. Elementares são componentes objetivos e subjetivos do tipo básico, ou seja, fundamental. Exemplo: no artigo 155, do CP, (furto): “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”. Todas as elementares do crime de furto são consideradas circunstâncias que tipificam o crime, que tem essência do tipo penal. As circunstâncias são elementos que circundam o tipo penal. A sua presença pode aumentar ou diminuir a pena (são as qualificadoras). O tipo penal continua o mesmo. Exemplo: A violenta emoção afeta a pena do crime de lesão corporal (art. 124, § 4º), ou seja, a presença dessa circunstância leva a uma diminuição da pena, mas não altera o tipo penal. 
O que o artigo 384 quer evidenciar é a possibilidade de uma nova definição jurídica do fato, porque a prova colhida ao longo da instrução demonstra estar presente qualquer elementar (componente do tipo básico) ou circunstância do crime (componente derivado) não explícita ou implicitamente na denúncia, ou na queixa. 
Se o réu não teve oportunidade de defender do fato novo que surgiu na colheita da prova é necessário, que ele possa se defender de novo fato. No artigo 384, do CPP fala-se de nova definição jurídica; enquanto o artigo 383, em diversa definição jurídica. 
Assim, durante a instrução criminal, por exemplo, uma mulher é denunciada por homicídio doloso, acusada de matar um recém-nascido qualquer. Durante a instrução, descobre-se que a vítima era seu filho e que a imputada atuara sob a influência do estado puerperal, elementos não constantes explícita ou implicitamente da denúncia. Por certo, não se trata de mera alteração na classificação do fato, havendo verdadeira modificação do contexto fático. A acusação mudou, não sendo caso de apenas corrigir a qualificação jurídica. Nessa hipótese, o caput artigo 384 prevê: 
 “Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a queixa ou a denúncia, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente”. 
Desse modo, não pode o juiz condenar o acusado por qualquer crime por conduta diversa daquela apontada na denúncia ou na queixa sem a providência determinada no citado dispositivo legal, sob pena de nulidade. 
A providência é obrigatória mesmo que deva ser aplicada ao acusado pena menos grave. Assim, se o magistrado verifique fatos novos daqueles descritos na inicial, não pode ele absolver o réu de imediato, mas agir na forma do artigo 384, do CPP. Caso o condene sem a adoção da providência prescrita, em regra é nula a decisão, pois o acusado tem o direito de saber qual é a nova acusação para que ele possa defender-se. 
2.1. Procedimento de aditamento: 
A fase de colheita de provas – instrução criminal – pode demonstrar a existência de elementares ou circunstâncias não contidas na petição inicial. Imagina-se a seguinte hipótese: o promotor descreveu um delito de furto. Ouvida as a vítima e as testemunhas, verifica-se que o réu utilizou-se de “grave ameaça” para subtrair a res furtiva. Ocorreu na verdade, crime de roubo, sendo, portanto, casa de mudança da acusação (mutatio libelli). 
Assim uma vez encerrada a instrução, se o órgão do Ministério Público – em face da existência de elemento ou circunstância não contidas na acusação – entender cabível nova definição jurídica do fato, deverá requerer vista para aditamento da denúncia ou queixa (em caso de ação penal pública subsidiária), no prazo de 5 dias, sendo-lhe facultado, também aditar a peça acusatória oralmente em audiência, reduzida a manifestação a termo. 
Aditada a denúncia, podendo o Ministério Público arrolar até 3 testemunhas, será aberta oportunidade para a manifestação da defesa no prazo de 5 dias, que pode, da mesma forma, arrolar até 3 testemunhas (art. 384, § 4º, do CPP). O juiz decidirá sobre o aditamento. 
Recebido o aditamento, o juiz, a pedido de qualquer das partes, designará dia e hora para a continuação da audiência, na qual serão ouvidas as testemunhas arroladas e a realização de novo interrogatório o acusado. Finda a instrução, haverá debates orais e julgamento. Por outro lado, se não recebido o aditamento, o feito prosseguirá (art. 384, § 5º). Contra a decisão de rejeição do aditamento, cabível recurso em sentido estrito, por aplicação extensiva do disposto do artigo 581, I, do CPP. Alguns autores entendem que o recurso será a apelação, com fundamento no artigo 593, II, do CPP. 
Feito o aditamento, o juiz a ele ficará vinculado na sentença, rejeitando, o magistrado julgará conforme o descrito na denúncia. 
Pode o juiz provocar o aditamento? Alguns doutrinadores entendem que não. A razão encontra respaldo na titularidade da ação penal que é privativa do Ministério Público, nos termos do artigo 129, I, da CF, cabendo, então, a ele a iniciativa do aditamento. Entretanto, se o órgão do Ministério Público não fizer o aditamento, o juiz aplicará o art. 28, do CPP, conforme previsão do § 1º, do artigo 384, do CPP, remetendo-se os autos ao Procurador-Geral de Justiça, chefe do Ministério Público, que poderá: a) aditar a denúncia; b) designar outro membro da instituição para que adite a denúncia; c) insistir na desnecessidade de aditamento. 
e) Sentença Absolutória: É aquela que julga improcedente a ação penal. São as hipóteses previstas no art. 386, do CPP. 
- estar provada a inexistência do fato 
Os fatos descritos de maneira incontroversa que não existiu. Ex: Promotor de Justiça denunciou Tício pelo delito de furto de veículo. Verifica-se, na fase instrutória, que vítima esquecera o veículo no estacionamento e Tício nada tinha a ver com o furto descrito na acusação. Então o juiz absolverá Tício, porque está provada a inexistência do fato; ou seja, o delito de furto não existiu. 
– Não haver prova da existência do fato 
Nesta hipótese, embora o promotor denúncia Tício por determinado fato, por exemplo, furto de uma bicicleta da vítima, não há elementos ou provas necessárias que comprova o fato. É diferente da previsão do inciso primeiro. Lá está provado que o fato não existiu. Aqui o fato existiu, mas não há prova da existência do fato. 
– Não constitui o fato infração penal 
Juiz reconhece a existência do fato descrito na denúncia, mas conclui que o delito de estelionato imputado ao réu é uma fraude civil; ou seja, não se trata de um fato típico penal. O juiz absolveporque não constitui o fato uma infração penal. 
– Estar provado que o réu não concorreu para a infração penal 
Juiz deve absolver se não existir prova de autoria ou participação do acusado, no delito objeto da denúncia de autoria do ministério público. 
– Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal 
Os elementos probatórios carreados nos autos não demonstram ter o acusado, de qualquer forma, concorrido para a prática da infração penal. 
– Existir circunstância que exclua ou isente o réu de pena, ou mesmo se houver fundada dúvida sobre a existência 
São as denominadas excludentes de ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito) e culpabilidade (exclusão de dolo e culpa), previstas no Código Penal. 
– Não existir prova suficiente para a acusação 
Neste caso se houver dúvida com relação às provas contra o réu opera-se o princípio “in dúbio pro réu”. Decorre do princípio da presunção de inocência. Havendo dúvida presume-se inocente o réu. 
Efeitos da Sentença Absolutória 
O juiz ao absolver o réu deverá colocá-lo em liberdade imediatamente, caso ele esteja preso (art. 386, CPP). No caso de absolvição imprópria, que é aquela em que o juiz absolve, mas aplica uma medida de segurança, que pode constitui em tratamento ambulatorial ou internação. 
Sentença Condenatória 
Sentença condenatória é aquela em que o juiz julga procedente a pretensão punitiva deduzida na peça acusatória, reconhecendo a responsabilidade do réu e lhe aplicando uma pena. Na sentença o juiz deverá proceder nos termos do art. 387, CPP. 
Publicação (art. 389, 1ª parte): É a data da entrega em cartório, não da assinatura da sentença. Se a sentença é proferida em audiência ela é publicada no instante de sua leitura pelo juiz. Do contrário o juiz elabora a sentença por escrito e no momento em que ela é entregue no cartório é publicada. Enquanto não houver publicação, haverá um projeto de sentença. É com a publicação que esta se transforma em ato processual, com notáveis conseqüências jurídicas. 
Efeito da Publicação: Uma vez publicada a sentença, que representa a entrega da prestação jurisdicional, nada mais resta ao juiz, porquanto a missão que lhe foi atribuída se cumpriu. Ela, agora, torna-se irretratável. O juiz não pode mais alterá-la. O reexame só é possível no juízo recursal. 
Intimação da Sentença (art. 390 a 392, CPP) 
A intimação da sentença é o ato pelo qual se dá conhecimento às partes de que a decisão foi proferida. Trata-se de ato de suma importância, pois é a partir dela que começa a fluir o prazo para a interposição de recurso. 
A intimação da sentença ao ministério público será feita pessoalmente. Quanto ao réu, esteja ela preso ou solto, será pessoal. Se for revel será intimado por edital. O defensor constituído ou dativo será intimado pessoalmente. 
De tudo, o importante é a fixação do momento em que se procede à intimação de uma sentença; pois, a partir de então, começa a fluir o prazo para a interposição de eventual recurso. 
Embargos de declaração 
Art. 382, CPP: “qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão. 
n. DA COISA JULGADA 
Os processos um dia devem chegar ao fim, terminar, cessando, assim, a lide, ou conflito. A partir do momento em que da sentença de mérito não mais couber recurso, fala-se em coisa julgada. Segundo Frederico Marques, coisa julgada é “a imutabilidade da entrega da prestação jurisdicional e seus efeitos, para que o imperativo jurídico contido na sentença tenha força de lei entre as partes”. 
Então, se prolatada a sentença e intimado as partes e nenhuma delas interpor recurso no prazo à decisão torna imutável, inalterada. Se as partes interpuserem recurso após a decisão do Tribunal, se não houver recurso, no prazo legal, também se torna imutável a decisão do venerável acórdão. 
 	A coisa julgada pode ser: 
Formal: imutabilidade da sentença se opera dentro do processo em que a decisão foi proferida. O juiz não poderá mais reexaminar a questão, reabrindo o mesmo processo. 
Material: Quando a imutabilidade da sentença impede, no futuro, nova decisão sobre a mesma lide. No caso, os efeitos imutáveis da sentença irrecorrível sempre irradiam para fora do processo tratando-se de coisa julgada material. 
 
 	
3. DAS NULIDADES 
a) Conceito de nulidade: 
“É um vício processual decorrente da inobservância de exigências legais capaz de invalidar o processo no todo ou em parte”. (Fernando Capez) 
“A nulidade é a uma sanção que, no processo penal, atinge a instância ou o ato processual que não estejam de acordo com as condições de validade impostas pelo direito objetivo”. (José Frederico Marques) 
 Duplo sentido: 
Como vício: “... um vício ou defeito, ou seja, uma falha, uma imperfeição que pode tornar ineficaz o processo, no todo ou em parte”. 
Como sanção: “é uma sanção que, no processo, o ato processual se considera em si e para todos os efeitos como não realizado” José Frederico Marques. 
O estudo das nulidades não pode ser feito senão à luz dos princípios e regras constitucionais atinentes ao processo penal. A Constituição de 1988 elencou inúmeros direitos e garantias individuais que, se não observadas maculam a persecução criminal. 
Assim, é de compreender, que o elenco trazido no processo penal, em seu art. 564 não exaure todas as hipóteses de nulidades existentes em nosso sistema. 
O processo em seu aspecto procedimental evoca a ideia de uma sucessão de atos finalisticamente orientados. No processo penal em decorrência do due processo of Law, tanto os procedimentos quanto os atos processuais devem atender o modelo preestabelecido pelo legislador, dependendo sua validade da observância dos requisitos formais previstos em lei. Nesse sentido, pode-se falar em “procedimento tipificado” e “ato processual típico”. Ato praticado em desconformidade com o modelo legal dá-se o nome de atípico, que pode configurar nulidade, conduzindo a repetição do ato e causando o retardo da prestação jurisdicional. 
Assunto intrincado no CPP 
Quando a nulidade do ato processual não pode ser sanada, a nulidade é absoluta; 
Quando pode ser sanada, é relativa. 
ATO PROCESSUAL TÍPICO 
 	É o modelo do ato 
É a correspondência do ato realizado com o descrito na lei. 
Objetivo do tipo: regular o procedimento para o ato alcançar um fim. Exemplo: sentença – art. 381 CPP; denúncia – art. 41 CPP; mandado de citação – art. 352 CPP. 
Atipicidade: é o ato processual que não se amolda à descrição da lei. 
É o ato processual imperfeito 
LEMBRETE: “O processo penal brasileiro é formal, com regras específicas estabelecidas em lei, de modo a garantir às partes a regularidade no desenvolvimento dos atos processuais, sem que haja abuso do juiz, que, em virtude do impulso oficial, conduz o processo até o seu deslinde. Portanto as nulidades compõem o quadro necessário de avaliação das provas, privilegiando-se, na sua inteireza os princípios do contraditório e da ampla defesa, tudo a compor o devido processo legal. Sem regras e formalidades, o Estado-juiz pode cercear a atividade das partes, bem como fica impedido de coibir o abuso tanto da acusação, quanto da defesa, durante o desenrolar da instrução”. (Guilherme de Souza Nucci) 
b) Classificação (dos vícios processuais) 
1) Irregularidade: refere-se a atos processuais que, embora realizados em desconformidade com a forma legal, tendo em vista que o legislador tomou a forma apenas como meio para a consecução de determinado fim, não acarreta invalidação do ato. A existência de atos irregulares evidencia que o legislador a forma como simples meio para a consecução de determinado fim. Os atos irregulares não precisam ser renovados nem retificados. 
Características: 
formalidade estabelecida em lei; 
exigência sem qualquer relevância para o processo; 
não visa garantir interesse de nenhuma daspartes; 
a formalidade tem um fim em si mesma; 
não invalida o ato e não faz qualquer conseqüência para o processo. 
O ato irregular é um ato imperfeito, atípico, mas não tem sua eficácia excluída, salvo que causar prejuízo a alguma das partes ou influir na decisão da causa. Exemplos: 
Testemunha analfabeta – a assinatura é a rogo, mas o juiz manda constar no termo esse fato – art. 216, CPP; 
Alegações orais por memoriais; 
Nos crimes penados com reclusão uma das partes arrola 
12 testemunhas (art. 398 – o limite é 8) 
Nulidade relativa: Viola exigência estabelecida pelo ordenamento legal (infraconstitucional), estabelecida no interesse predominante das partes. A formalidade é essencial ao ato, pois visa resguardar o interesse de um dos integrantes da relação processual. O reconhecimento dessa espécie de nulidade depende de argüição da parte e demonstração de prejuízo, caso contrário a nulidade será considerada sanada. 
Características: 
Formalidade estabelecida em lei (norma infraconstitucional); 
Finalidade de resguardar um direito da parte; 
Interesse predominante das partes; 
Possibilidade de ocorrência de prejuízos; 
Necessidade de se provar a ocorrência de efetivo prejuízo, sob pena de preclusão; 
Necessidade de pronunciamento judicial para o seu reconhecimento. 
Exemplos: arts. 563, 565, 566, 569, CPP; art. 572, I, II, III, CPP; art. 383, CPP, etc. 
Nulidade absoluta: Diz-se absoluta a nulidade que deve ser reconhecida de ofício pelo juiz, pois o vício atinge um interesse público, normalmente consubstanciado no atendimento aos princípios que integram o devido processo legal em seu aspecto formal. Por essa razão, o prejuízo, nos casos de nulidade absoluta é presumido. Também no caso de violação de preceito constitucional estaremos diante de nulidade absoluta. Ela pode ser alegada e reconhecida a qualquer tempo, não sendo possível de convalidação. 
Características: 
Há ofensa direta a princípio constitucional do processo; 
A regra desatendida tutela interesse de ordem pública, e não mero interesse das partes; 
O prejuízo é presumido, prescindindo de demonstração; 
Não ocorre preclusão. O vício jamais se convalida; 
Depende de pronunciamento judicial para ser reconhecida. 
Exemplos: art. 93, IX, CF – (fundamentação da sentença); hipóteses do art. 564, III, CPP; Conselho de Sentença com 5 jurados (art. 564, III; art. 564, I e II, CPP. 
Inexistência: ato inexistente é aquele que não reúne elementos nem sequer para existir como ato jurídico. É o não-ato, que não está apto a produzir qualquer efeito jurídico, independendo, portanto, de provimento judicial quanto a sua invalidade, bem como não admitem qualquer forma de convalidação. Devem sempre ser renovados. 
OBS: Criação da doutrina e da jurisprudência. Ex: sentença não assinada pelo juiz que a prolatou é um ato inexistente 
É um não ato – ato processual desprovido de elemento essencial para sua constituição. 
Não se anula ato inexistente. Como anular um ato que não existe? 
Nulidade em inquérito policial 
Tratando-se de mero procedimento administrativo, destinado, primordialmente, a forma a opinião do Ministério Público, a fim de saber se haverá ou não acusação contra alguém, não apresenta cenário para a proclamação de nulidade de ato produzido durante o seu desenvolvimento. 
Se algum elemento de prova for produzido em desacordo com o preceituado em lei, cabe ao magistrado, durante a instrução – e mesmo antes, se for preciso – determinar que seja refeito. 
Princípios que regem as nulidades 
1) Princípio do prejuízo ou da transcendência: art. 563, CPP. 
 Representado pelo brocardo francês: PAS DE NULITTÉ SAN GRIEF 
Art. 563, do CPP: “Nenhum ato processual será declarado nulo, se da nulidade não tiver prejuízo para uma das partes” 
Esse princípio não se aplica a nulidade absoluta, na qual o prejuízo é presumido, sendo desnecessária a sua demonstração. Somente quanto às nulidades relativas aplica-se este princípio, dado a exigência de comprovação do efetivo prejuízo. Atualmente, a tendência da jurisprudência é não se apegar a fórmulas sacramentais, deixando, portanto, de decretar eiva quando o ato acaba atingindo a sua finalidade, sem causar gravame às partes. 
 Em regra, a ofensa a princípio constitucional implica nulidade absoluta ressalvada a disposição da Súmula 523 do STF: 
“No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só anulará se houver prova de prejuízo para o réu”. 
Conclui-se que somente quando houver prejuízo para as partes ou para o próprio processo deverá ser reconhecida a nulidade do ato processual praticado em desacordo com os preceitos legais. 
Princípio da instrumentalidade das formas: art. 566, CPP 
A forma não pode ser considerada um fim em si mesma, ou um obstáculo insuperável, pois o processo é apenas um meio para a solução dos conflitos, e não um complexo de formalidades sacramentais e inflexíveis. 
Assim, dispõe o artigo 566, do CPP: “Não será declarada nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa”. 
Artigo 572, II, reforça esse entendimento, ao prescrever que certas irregularidades serão relevadas, “se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim”. 
Princípio da causalidade ou da sequencialidade: art. 573, §§ 1º. E 2º., CPP 
procedimento compõe-se de uma série de atos concatenados e ordenados de forma a alcançarem um fim, um objetivo. Os atos não são isolados, portanto. Assim, a nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a nulidade dos atos que dele diretamente dependam; ou seja, consequência, cabendo ao juiz que pronunciar a nulidade declarar os atos a que ela se estende. 
Prescreve o artigo 573, § 1º: “a nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependem, ou seja, conseqüência”. Assim, por exemplo, é colhido um depoimento de testemunha de defesa, antes de encerrada a colheita de prova oral acusatória, basta que se anule o testemunho prestado antes do momento processual correto, sem necessidade de invalidar os depoimentos prestados pelas testemunhas de acusação. 
Contudo, no caso de nulidade da citação, anulados serão todos os atos seguintes, em razão da relação de dependência dos demais atos daquele. 
Princípio do interesse: art. 565, CPP 
Prescreve o artigo 565, do CPP: “Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente à formalidade cuja observância só à parte contrária interesse”. 
Duas regras: 
1ª.) proíbe, de maneira absoluta, que a parte invoque nulidade a que haja dado causa ou para qual, de algum, tenha contribuído. Ninguém pode tirar proveito da própria má-fé ou malícia. 
2ª.) exige que a parte tenha interesse na decretação da nulidade, ou seja, ninguém pode alegar nulidade que só interesse a outra parte. 
Trata-se da falta de interesse processual, decorrente da ausência de prejuízo. A lei também não reconhece o interesse de quem tenha dado causa à irregularidade. 
5) Princípio da convalidação: art. 572, I, CPP 
As nulidades relativas estarão sanadas, se não forem arguidas no momento oportuno (art. 571, CPP), que estabelece o momento em que as nulidades relativas devam ser alegadas, sob pena de convalidação do ato. O instituto da preclusão decorre da atividade processual; processo etimologicamente, significa “marcha para frente”, e, sendo assim, não teria sentido admitir-se que a vontade das partes pudesse, a qualquer tempo, provocar retrocesso a etapas já vencidas no curso procedimental. 
Outros casos de convalidação: arts. 569 e 570 CPP. 
6) Princípio da não-preclusão e do pronunciamento ex officio:
As nulidades não precluem e podem ser reconhecidas independentemente de argüição pela outra parte. Tal princípio é aplicável somente às nulidades absolutas, uma vez que estas independem, para sua declaração, de arguição oportuna, podendo ser declarado de ofício, pelo juiz ou Tribunal, a qualquer tempo, enquanto a decisão não transitarem julgado. 
Nulidades em espécie 
Art. 564: elenco das nulidades: 
I -- Incompetência, suspeição e suborno do juiz 
Incompetência 
Em cumprimento ao princípio do juiz natural, garantido constitucionalmente, ninguém será processado ou julgado senão pelo juiz indicado previamente pela lei ou pela própria Constituição. Por isso que as regras de competência devem ser observadas, sob pena de nulidade. 
Em relação à incompetência, há que distinguir as hipóteses de incompetência absoluta e incompetência relativa. Quando se tratar de incompetência em relação da matéria ou da pessoa, absoluta, portanto, o processo será nulo, não aproveitando quaisquer atos porventura realizados. Cuidando-se de incompetência em razão do local, a regra é outra. De acordo com o artigo 567, do CPP, a incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, permanecendo válidos todos os demais atos processuais realizados, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juízo competente. 
Suspeição 
Um processo conduzido por juiz suspeito será igualmente nulo, e inválidos os atos por ele praticados. A suspeição é causa de nulidade absoluta. Há posição doutrinária que entende necessária a manifestação, para que ocorra a anulação dos atos processuais praticados pelo juiz. As hipóteses de suspeição estão elencadas no artigo 254, do CPP. 
Suborno 
Haverá nulidade absoluta no caso de suborno do juiz. Serão declarados nulos, portanto, os atos praticados por juiz corrupto. Abrange a desonestidade do juiz com seu dever de ofício, podendo o fato também constituir crime (concussão, corrupção ou prevaricação). 
II- Ilegitimidade de parte 
No silêncio da lei, tem-se entendido que o dispositivo se refere tanto à ilegitimidade ad causam quanto de ilegitimidade ad processum. Quando houver legitimidade para a causa, a nulidade será absoluta, por exemplo, na hipótese de ação penal movida contra menor de 18 anos – ilegitimidade passiva -, ou na hipótese de ação privada iniciada por denuncia do Ministério Público – ilegitimidade ativa. Quando se tratar de ilegitimidade para a relação processual – como uma representação irregular – é possível regularizá-la, tratandose de nulidade relativa. É o que descreve o art. 568, do CPP: “A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá a todo tempo ser sanada, mediante retificação dos atos processuais”. Há, portanto, possibilidade de convalidação dos atos irregularmente praticados, desde que ratificados pelo legítimo representante. 
III - Por falta das fórmulas ou dos temos seguintes 
Vale lembrar que fórmula significa regra e termo o sentido do ato. A doutrina reconhece como essenciais os atos mencionados no rol de art. 564, III, do CPP. Sua omissão será causa de nulidade absoluta, deve-se mencionar que a doutrina reconhece como essenciais os atos mencionados no rol do art. 564, III, do CPP. Sua omissão será causa de nulidade absoluta. 
a) A denúncia ou queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante. 
Sem denúncia ou queixa não há que se falar em processo penal. A doutrina entende que o preceito faz referência à denúncia ou queixa em que estejam ausentes os requisitos que a lei reputa como essenciais, haverá nulidade absoluta. 
A falta de representação, bem como a ausência de requisição 	do 	Ministro 	da 	Justiça, 	que 	são 	condições 	de procedibilidade acarretam a nulidade do feito. 
Tratando-se de denúncia, queixa ou representação que contenham omissões de menor gravidade, poderá se supridas a todo o tempo, antes da sentença final, por força do artigo 569, do CPP. 
Após a CF de 88, não existe mais o chamado procedimento de ofício, iniciado por portaria ou auto de prisão em flagrante, não se aplicando mais a parte final do dispositivo. 
b) O exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto do artigo 167 
A ausência do exame de corpo de delito nos delitos que deixam vestígios é causa de nulidade absoluta, em face da impossibilidade de comprovar a materialidade do delito. A ressalva diz respeito à possibilidade de a prova testemunhal suprir a ausência do exame de corpo de delito, quando não for possível a sua realização, em virtude do desaparecimento dos vestígios materiais do delito. 
Relativa à nulidade quando se tratar de exame realizado em desacordo com as demais formalidades legais. 
c) Nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos 
A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LV, assegura ao réu a ampla defesa, que abrange tanto a autodefesa quanto a defesa técnica. A assistência de um advogado tecnicamente habilitado é requisito indeclinável para o desenvolvimento válido do processo penal, em decorrência do princípio da igualdade das partes. A falta de defesa é causa de nulidade absoluta, pois, em sede penal, nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor (art. 261, CPP). O acusado poderá atuar em defesa própria, caso tenha habilitação para tanto (bacharel em direito devidamente inscrito na OAB). 
De acordo com a Súmula 523, do STF: “no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só anulará se houver prova do prejuízo para o réu”. A simples deficiência é, portanto, nulidade relativa. 
A nomeação de curador para o réu menor de 21 anos deixou de ser necessário, em face da edição do Código Civil de 2002 (Lei 10.406, de 10-01-2002), que passou a considerar o maior de 18 anos plenamente capaz. 
d) A intervenção do Ministério público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública. 
O Ministério Público é o dominus litis da ação penal pública e, portanto, ele deve intervir em todos os atos da ação por ele intentada, sob pena de nulidade absoluta. Haverá, contudo, nulidade relativa, quando: O Ministério Público não intervir em todos os termos da ação intentada pela parte ofendida nos delitos de ação privada subsidiária e quando a ação for exclusivamente privada. 
e) A citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos a acusação e a defesa. 
A citação é o ato processual por meio do qual se chama a juízo o réu, para que possa se defender da acusação. A ausência de citação é causa de nulidade absoluta, e m face ao princípio do contraditório. A omissão de formalidade essencial induz à nulidade da citação. 
Por força do artigo 570, a falta ou nulidade da citação, da intimação ou notificação será sanada, desde que o interessado compareça antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de arguí-la. Deverá o juiz, contudo, ordenar a suspensão ou ao adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar o direito da parte. 
O interrogatório é tanto meio de defesa quanto meio de prova. A sua falta, quando presente o réu, induz à nulidade do feito. Para alguns autores trata-se de nulidade absoluta, e para outros relativa. 
A supressão de prazos ou diminuição dos prazos concedidos à acusação e à defesa gera nulidade do feito, porquanto representam um cerceamento ilegal da acusação e da defesa. Da mesma forma como o interrogatório, para alguns autores trata-se de nulidade absoluta, e para outros relativa. 
A sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri. 
A falta da decisão de pronúncia, que reconhece a admissibilidade da acusação, remetendo o réu ao julgamento pelo tribunal do júri, é causa de nulidade absoluta. 
O libelo não mais existe no ordenamento jurídico brasileiro, em razão de sua revogação pela lei 11.689/08. 
A intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia. 
Dispõe o art. 457, caput, do CPP, que o julgamento não será adiado pela ausência do réu solto que estiver sido regularmente intimado, bemcomo pela não-condução de réu preso que requeira dispensa de comparecimento, na fórmula do § 2º do mesmo dispositivo legal. 
Assim, exige a lei a intimação do acusado para o julgamento perante o Júri. Caso ocorra o julgamento à revelia do réu não intimado, haverá nulidade absoluta. Contudo, se o acusado comparecer, mesmo que não intimado, a omissão estará sanada. 
A intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei. 
Embora não mais exista o libelo, o artigo 422, do CPP, estabelece a oportunidade da apresentação do rol de testemunhas que as partes pretendem ouvir em plenário. A falta de intimação dessas testemunhas é causa de nulidade relativa. Caso o julgamento ocorra sem a presença das testemunhas que não foram intimadas, caberá à parte interessada argüir a nulidade, demonstrando o prejuízo sobre pena de preclusão. Se as testemunhas compareceram à sessão do julgamento, estará sanada a falha da intimação. 
A presença de 15 jurados para a constituição do Júri. 
Para que seja instalada a sessão do Tribunal do Júri é necessária a presença de pelo menos 15 jurados do total dos 25 jurados sorteados para a sessão. Mesmo sendo o Tribunal do Júri composto por um juiz de direito e 25 jurados, a lei permite que se proceda à instalação dos trabalhos com a presença de apenas 15 jurados. Haverá nulidade absoluta caso se proceda à instalação da sessão do Júri sem o número mínimo de jurados. 
O sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e a sua incomunicabilidade. 
O Conselho de Sentença é composto por 7 jurados, que serão sorteados dentre os vinte e cinco. Presentes são necessários, no mínimo de 15. Não ocorrendo o sorteio ou a presença de menos de 7 jurados, haverá nulidade absoluta do julgamento. 
A incomunicabilidade dos jurados, entre si ou com o mundo 
exterior, é preceito obrigatório, não lhes sendo permitido manifestar a sua opinião sobre o processo. Caso haja quebra dessa incomunicabilidade, o jurado será excluído do Conselho, e este será dissolvido. 
k) Os quesitos e as respectivas respostas. 
O presidente do Tribunal do Júri, juiz togado, formula os quesitos e os jurados expressam seu veredicto por meio de resposta, em consonância com o prescrito no artigo 483, do CPP. A ausência de quesito obrigatório ou a inversão da ordem estabelecida em lei acarretará nulidade absoluta. Esse é o entendimento do STF: “E absoluta a nulidade do julgamento, pelo Júri, por falta de quesito obrigatório” (Súmula 156). 
l) A acusação e a defesa, na sessão de julgamento. 
A lei exige que façam presentes à sessão de julgamento o acusador e o defensor, devendo ambos se manifestar sobre os fatos consistentes do processo. Em regra, caberá ao titular da ação pública sustentar a acusação, embora não obrigado a fazê-lo, se estiver convencido da inocência do réu, nos termos do artigo 385, do CPP. Essa liberdade, entretanto, não é concedida a defesa. É sua obrigação defender os interesses do réu, tanto que o artigo 497, do CPP, ordena que o juiz do Tribunal do Júri nomeie defensor ao réu, quando considerar indefeso, podendo, nesse caso, dissolver o Conselho de Sentença. A falta de defesa gera nulidade absoluta. A sua deficiência causa nulidade relativa, dependendo da demonstração do prejuízo. 
m) A sentença. 
A falta da sentença, bem como a prolação de sentença que não contenha os requisitos essências previstos em lei, é causa de nulidade 	absoluta. 	A 	sentença 	deve 	conter 	o 	relatório, 	a fundamentação, o dispositivo, a data e a assinatura do juiz para que seja válida. A Constituição Federal, no artigo 93, IX, estabelece que as decisões judiciais serão fundamentadas, sob pena de nulidade absoluta. 
n) O recurso de ofício, nos caso em que a lei o tenha estabelecido. 
A lei exige que determinada questão decidida em primeiro grau deva necessariamente ser submetida à apreciação de um tribunal de segunda instância, para transitar em julgado a decisão. Isso nada mais é do que condição e necessária para que a sentença produza seus efeitos jurídicos. A súmula 423 prescreve: “Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se considere interposto ex lege. Serão inválidos os atos em que omitiu o recurso de ofício. 
o) A intimação, nas condições estabelecidas em lei, para caiba recurso. 
A intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa (art. 234, do CPC). A ausência de intimação induz nulidade por cerceamento de defesa. A ciência dos atos processuais é condição indispensável para o exercício do contraditório. O artigo 370, § 1º, do CPP, que a intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-à por publicação do órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 
IV. omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato 
- essencial é a formalidade sem a qual o ato não atingiria sua finalidade: 
 A denúncia e a queixa são peças fundamentais, não só por promoverem o nascimento da relação jurídica processual, como também porque são instrumentos através dos quais é formulada a acusação, imputando-se a alguém o cometimento da infração penal e pedindo-se a sua condenação. 
Impõe-se, portanto, que descrevam de forma concisa e precisa a conduta criminosa, a fim de poder o réu exercer com amplitude a sua defesa, sabendo do que é acusado. 
Os requisitos, mais importantes, no caso, estão previstos no artigo 41, do CPP: descrição completa do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, qualificação do denunciado ou dados pelos quais se possa identificá-lo, a classificação jurídica do fato narrado e o rol de testemunhas, quando houver. 
Da convalidação e saneamento das nulidades 
Nulidades relativas 
Serão consideradas sanadas as nulidades referidas no artigo 564, III, letras d, e (segunda parte), g e h, e no inciso IV, “se não foram argüidas em tempo oportuno” (art. 572, I, CPP). 
Também será sanada a nulidade, “se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim” (art. 572, II, CPP). 
Não será declarada a nulidade “se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos (art. 572, III, CPP). 
Art. 571, CPP: (Momento de Arguição) 
As da instrução criminal da primeira fase dos processos da competência do júri, no momento das alegações orais em audiência (art. 411, § 4º, do CPP);
As da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos processos especiais, por ocasião das alegações finais, orais, ou escritas (art. 403, caput, e § 3º, do CPP);
C) As do processo sumário, nas alegações orais (art.534, do CPP);
As ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e apregoada as partes;
As ocorridas após a sentença, nas razões de recurso (em preliminar), ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoado as partes, se posteriores aos arrazoados; e
As do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do Tribunal, logo depois que ocorrem.
Em regra, a nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade que a parte se manifestar no processo, após a sua ocorrência. Mas o Código, não obstante essa regra geral, fixa os momentos de arguição das nulidades, sob pena de preclusão, e, consequentemente, serem as nulidades consideradas sanadas. 
Observe-se que se a nulidade for absoluta, mesmo que a sentença tenha transitado em julgado, poderá ser arguida em se de habeas corpus ou revisão criminal, mas, se absolutória, ficará ela sanada, porque não temos um meio para impugnar sentença absolutória com trânsito em julgado. Não existe a previsão pro societate. A revisão é direito do acusado. 
Seja qual for à imperfeição do ato (nulidade absoluta, nulidade relativa ou simples irregularidade), deve o juiz, dela tomando conhecimento, determinar as diligências necessárias, visando a afastar do processo impurezas, limpando-as e sanando-as. O artigo 251, do CPP, prescreveser dever do magistrado prover à regularidade do processo. 
Qualquer das partes formais (MP, Assistente de Acusação querelante e defensor) poderá fazê-lo. Se a nulidade advier prejuízo à defesa, mesmo preclusas as vias impugnativas, em face do princípio do favor libertatis, ainda será lícito invocá-la, seja por meio de habeas corpus ou pela revisão criminal. 
O inquérito é peça meramente informativa, e, por isso, não há cuidar-se de nulidade. Contudo, quando determinado ato houver sido realizado durante o inquérito policial, com manifesta preterição de formalidade, de molde a desnaturá-lo, e não puder ser renovado em juízo, perderá ele a sua eficácia. A obediência as fórmulas é de suma importância nos caso de prisão em flagrante e a inobservância de requisito formal, acaba desnaturando o ato. 
h) efeitos 
Não sendo sanada a nulidade relativa, ou sendo a nulidade absoluta, haverá error in procedendo, estando o juiz impedido de julgar o mérito da causa, devendo determinar que seja o ato novamente praticado ou corrigido (art.573, CPP). 
OBSERVAÇÃO: OS APONTAMENTOS SÃO APENAS UMA REFERÊNCIA DOS ASSUNTOS TRATADOS EM SALA DE AULA – PARA EFEITOS DE ESTUDOS PARA A PROVA E DO AUMENTO DE CONHECIMENTO DO ALUNO SÃO NECESSÁRIAS AS LEITURAS OBRIGATÓRIAS DAS FONTES BIBLIOGRÁFICAS INDICADAS PARA O CURSO DE PROCESSO PENAL, CONFORME ABAIXO: 
BIBLIOGRAFIA 
JESUS, Damásio E. – Manual de Processo Penal Anotado. 
MIRABETE, Júlio Fabrini – Processo Penal. 
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa – Código de Processo Pena Comentado. 
CAPEZ, Fernando – Curso de Processo Penal 
 
 
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