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INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E MARCADORES CARDÍACOS. 1. INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO DEFINIÇÃO: Síndrome clínica resultante do fluxo arterial coronariano deficiente para uma área do miocárdio, ocasionando morte celular e necrose. O termo popular mais conhecido para o infarto é o entupimento de uma artéria do coração Miocárdio: tecido mais espesso do coração. Coração tem que estar funcionando bem para bombear corretamente o sangue! OBS.: As células marca-passo do coração são os responsáveis pelo ritmo continuo e certo do mesmo. Se elas se alteram ou são atingidas, haverão arritmias!! São complicadores do infarto! CAUSAS PRINCIPAIS: Habitualmente associadas a formação de placas de ateroma nas artérias (ATEROSCLEROSE), pela deposição de LDL e, posteriormente, obstrução do fluxo sanguíneo. A deposição do LDL irá levar a uma resposta inflamatória crônica da parede arterial ou seja, muitos macrófagos chegarão ao local tentando conter essa coisa que não está “certa” irão englobar moléculas de LDL. Macrófagos com LDL dentro: células espumosas. Ao mesmo tempo, o corpo tenta cicatrizar aquela suposta lesão, formando uma capa fibrosa em volta. CAPA FIBROSA: BOA E RUIM! BOA: impede que essa placa de ateroma se movimente livremente. Assim não irá bloquear outros vasos. RUIM: se ela não diminuir, a oclusão desse vaso pode ser total! Se essa oclusão ocorre na artéria, temos o que se chama de doença coronariana. Se essa placa só cresce e envelhece ali, pode se destacar e formar um trombo (de gordura ou de coágulo sanguíneo.) Obs.: o trombo de coágulo sanguíneo só ocorre quando há a ruptura de uma placa aterosclerótica instável e um dano na sua capa fibrosa. Irá ocorrer a ativação a adesão de plaquetas, a formação de coágulo de fibrina e, por fim, a trombose de coágulo sanguíneo. CONSEQUÊNCIAS Os danos para o organismo são sérios, porque quando esta obstrução ocorre, uma determinada região do músculo cardíaco fica privada de suprimento cardíaco. Ficando sem sangue, o músculo não consegue se contrair adequadamente, afetando a sua função, que é bombear sangue para todos os tecidos >> MORTE CELULAR E NECROSE OBS.: Necrose: morte celular com lise de células! OBS.2: Uma célula não perfundida não significa que ela esteja MORTA, já que isso depende do tempo! Mas o fato de “infartar” em uma determinda região do coração, sim, significa. Apesar de o infarto levar a morte celular e necrose, o coração consegue funcionar, mesmo que um pedaço seu esteja “Morto”/alterado. O exemplo disso são as pessoas que sobreviveram a um infarto. Isso depende da reversibilidade do caso do paciente e da extensão do infarto. Enquanto a obstrução pode ser tratada e revertida, o infarto não pode. OCORRÊNCIA PROBLEMA DE SAÚDE PUBLICA: 80.000 a 100.000 mortes por ano / Brasil Uma vez infartado, pode ocorrer reinfarto. Mais comum ocorrer em pessoas mais velhas, mas pode ser encontrado também em pessoas mais novas (VAI DEPENDER DA PREDISPOSIÇÃO). o Encontraram placas de ateroma já formadas em bebes de comunidade. o OUTROS CASOS ANORMAIS: uso de drogas, estresse exacerbado. EXTENSÃO Oclusão completa por 15-20 minutos: começa a ser irreversível Oclusão completa por 2-3 horas Oclusão completa por 4-6 horas: mais grave TRATAMENTO Em casos mais leves tomar anticoagulante para dissolver o coágulo. Em casos mais graves: 1. Tomar trombolítico: medicamento para lisar o trombo. Nem todo mundo pode tomar, porque se as pessoas tem rendencia a hemorragias, pode ser um fator complicador (lisa tudo que vem pela frente) 2. Stent: molinha para “abrir” a luz do vaso. Ajuda na distensão do mesmo. Tem que tomar anticoagulante junto, para que as plaquetas não se agreguem no mesmo e cause um infarto novamente. MANIFESTAÇÕES CLINICAS A dor no peito é um dos maiores sinais de ocorrência do infarto agudo do miocárdio. Porém, nem toda dor no peito é sinal de IAM. Diagnóstico diferencial auxiliado pelos marcadores bioquímicos! Angina (dor no peito) instável: bloqueio parcial das artérias coronárias na passagem de sangue ≠ Doença isquêmica do coração: pouco sangue para o miocárdio ≠ Insuficiência cardíaca congestiva (ICC): bombeamento anormal Outras manifestações: • Dor torácica intensa e prolongada (> 20 minutos) • Alterações eletrocardiográficas agudas • Aumento da concentração plasmática de enzimas e proteínas da célula miocárdica – marcadores bioquímicos do IAM • Náuseas, vômitos. • Sensação de desmaio. • Falta de ar, etc. • Pode ser morte súbita. Obs.: Num infarto do miocárdio moderado, a dor ou outros sintomas, são fracos e não se desenvolvem totalmente; este tipo de infarto é chamado de "infarto silencioso". Ele pode passar desapercebido, sendo detectado, às vezes até por acaso, durante exames periódicos. Muitos pacientes com "infarto silencioso“ são diabéticos. A ausência de dor é atribuída a neuropatia, que acompanha o diabetes de longa duração sem tratamento, por outro lado, um infarto severo pode até mesmo levar imediatamente à morte em questão de poucas horas. Pode também deixar o músculo tão danificado a ponto de provocar arritmias (descompasso no ritmo de batimentos do coração) e também enfraquecê-lo (causar insuficiência cardíaca). DIAGNÓSTICO Segundo a OMS. Tem que ter 2 de 3: • História de dor no peito tipo isquêmica • Modificações evolutivas nos traçados eletrocardiográficos obtidos em série • Elevação plasmática dos marcadores cardíacos Segundo a Federação Mundial de Cardiologia: TER evidência de necrose miocárdica em associação ao quadro clínico consistente com isquemia miocárdica. Compatíveis com IAM: • Elevação e queda de marcadores cardíacos, preferencialmente troponina, com um dos seguintes: sintomas de isquemia, sinais eletrocardiográficos de isquemia, evidência de perda de miocárdio • Morte súbita, em geral com sintomas sugestivos de isquemia miocárdica • Elevação de marcadores cardíacos após angioplastia coronariana • Elevação de marcadores cardíacos em mais de 5x o limite da normalidade + evidência eletrocardiográfica após cirurgia de revascularização miocárdica • Evidenciação patológica de IAM 2. MARCADORES CARDÍACOS. Uso dos marcadores bioquímicos/cardíacos para INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: Usado para: - Diagnóstico e prognóstico - Risco de reinfarto - Extensão do infarto - Se o tratamento foi adequado: monitora a reperfusão do sangue após uso de trombolítico. MARCADOR IDEAL Aquele que é: • Capaz de fornecer um diagnóstico precoce • Sensível e específico • Contribuir para o prognóstico: extensão da lesão? • Avaliar o tamanho da área afetada • Avaliar o sucesso da reperfusão após tratamento com agente trombolítico • Evidenciar reoclusões • Fácil, barato e rápido • Etc. DOSAGEM DE MARCADORES: • Por atividade • Por massa (IEE) • Isoformas – eletroforese Atualmente alguns marcadores são dosados: • Por imunoensaio enzimático (IEE): mais sensível MARCADORES CARDÍACOS Essas enzimas costumam apresentar níveis elevados apenas algumas horas após o inicio da sintomatologia, sendo assim, devem ser efetuadas as dosagens seriadas dessas enzimas e acompanhar a evolução de seus níveis séricos • Creatinoquinase total (CK-total) • Creatinoquinase isoenzima MB (CK-MB atividade, massa) • Aspartato aminotransferase (AST) • Lactato desidrogenase total (LD-total) (ou desidrogenase láctica) • Lactato desidrogenase isoenzima 1 (LD-1) • Alanina aminotransferase (ALT) (diferencial) Mais recentes: • Mioglobina • TroponinasA) Creatinoquinase total e CK-MB atividade - Fonte : slide e link ttps://www.passeidireto.com/arquivo/18883598/bioquimica-clinica--- tecnico-em-analises-clinicas A creatinaquinase (CK ou CPK) é uma enzima amplamente distribuída pelos tecidos corpóreos, principalmente na musculatura esquelética e cardíaca. A CK é dividida em três frações principais chamadas de isoenzimas: Isoenzima CK-BB: encontrada predominantemente nos pulmões e cerebro Isoenzima CK-MM: é encontrada (≈ 95%) na musculatura esquelética e 70 a 75% no coração. Devido ao fato da maioria desse tipo de isoenzima ser encontrada na musculatura esquelética, níveis elevados de CPK-MM geralmente não são associados a IAM e sim a outras doenças musculares. Isoenzima CK-MB: É encontrada em totalidade no miocárdio. Ela costuma apresentar elevação sanguínea entre 3 a 6 horas após os primeiros sintomas de IAM, com um pico máximo entre 16 a 24 horas. Meia-vida curta, retorna aos níveis normais após o 3º dia. Esse padrão é muito relevante como critério de RECUPERAÇÃO E AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO PACIENTE. Apresenta alta sensibilidade diagnóstica para diagnóstico de IAM de 50% em três horas após o inicio do infarto e de 80% em aproximadamente em 6 horas. CK-total pode sumir simultaneamente à CK-MB ou ser um pouco retardada, mas com pico entre 24 e 48 hs, retornando ao normal 3-4 dias após Inespecificidade!!! > não é valido so para casos de IAM. Porem, associado a outros marcadores, pode se chegar a um diagnóstico final. Devido ao fato da elevação dos níveis séricos de CK-MB somente serem detectado algumas horas após o início da sintomatologia, a dosagem precoce desta enzima pode induzir a diagnóstico falso-positivo, o que pode acarretar em lesões permanentes no paciente. Gráfico de elevação de CK-total e CK-MB na corrente sanguínea pelo IAM OBSERVAÇÃO: A inespecificiadade é refletida nessas tabelas com fontes não miocárdicas de elevação de CK e CK-MB no sangue. B) Lactato desidrogenase total e LD-1 Nem é mais tanto usada LD-total: pico máximo em 48-72 horas Aumentada de 7 a 10 dias > MUITO BOM! Não é tecido específica – TEM VARIOS TIPOS DE LDH EM VARIOS TECIDOS. ATENÇÃO com soro hemolisado, pois hemácias são ricas em hemácias ricas em LD-1 e -2. o Isso pode acabar aumentando de forma irregular os níveis desses marcadores no sangue e dar um falso positivo. Temos normalmente mais LDH-2 circulante do que LDH-1. Quando ocorre o infarto, essa relação se inverte (mais da LDH-1). C) Aspartato aminotransferase (AST) e ALT Nem é mais tanto usada Vários tecidos Baixa especificidade para IAM >> não mais usada para marcador de lesão cardíaca. São mais usados para LESÃO HEPÁTICA Pode estar elevada em 12 horas Pico: 48 horas Níveis normais: 5 dias D) MARCADORES MODERNOS: Os marcadores mais modernos são analisados em dosagens seriadas (sangue colhido antes e 90 minutos depois), para análise da reperfusão do sangue após o uso de agente trombolítico. Se houver lise do trombo e reperfusão, enzimas e outras proteínas são lavadas pelo fluxo sanguíneo restituído, causando grande elevação das concentrações dos marcadores bioquímicos plasmáticos = pico enzimático! Se trombólise não bem-sucedida, angioplastia é recomendada (cirurgia e retirada mecânica daquele vaso – todo o cuidado é pouco, para não reinfartar). i. CK-MB massa A CK-MB é um marcador ainda muito utilizado na prática clínica, embora tenha limitações conhecidas. Eleva-se após dano em tecidos não-cardíacos, especialmente músculo liso e esquelético. (FALTA DE ESPECIFICIDADE) Usado junto a Troponinas. Medida da massa, independente de atividade catalítica. COMO É FEITA? Anticorpos monoclonais (desenhados para reconhecer as enzimas especificas) são usados para diferenciar as isoformas de CK (CK-MM E CK-BB). >> não é um teste usado para isso. Começa a se elevar em até 3 horas após início do IAM e em até 6 horas em mais de 90% dos casos. Pico em 24H do inicio dos sintomas. Após terapia trombolítica há um aumento de mais de 2x o valor anterior, em 90 minutos de reperfusão. OBS.: Metanálises para diagnóstico: sensibilidade de 97% e especificidade de 90% Metanálise: procurar na literatura os trabalhos científicos que tenham a mesma “pergunta” que você. Ao juntar os seus trabalhos e de outros grupos da comunidade cientifica, você aumenta o seu “n”. No caso, procuraram trabalhos que determinavam a massa de CK-MB. A CADA 10 PACIENTES, 1 NÃO VAI SER ESPECIFICO. ii. Troponinas (40:00) INTRODUÇÃO Estão junto com os filamento de actina, miosina, dentro das tropomiosina, no complexo de regulação de contração e relaxamento dos músculos. Proteínas presentes nos filamentos finos dos músculos estriados formando um complexo com 3 polipeptídeos: – Troponina C (Tn C = cálcio) - também está no músculo esquelético! – Troponina I (Tn I = inibição) – Troponina T (Tn T) - total São justamente mais sensíveis porque estão juntas a tropomiosina e ao gatilho de contração e relaxamento! >> associado a função básica do coração! USO NO DIAGNÓSTICO 2 vantagens das troponinas: Maior especificidade especifica para lesão do miocárdio. Habilidade em detectar pequenas quantidades de lesão miocárdica. TNT e TNI tem respostas muito parecidas, fornecendo informações clínicas praticamente idênticas. Então o kit que tiver é o que você vai usar; não tem muita diferença entre elas. Como elas se comportam: o Elevação rápida dos níveis (Entre 3 a 12 horas elevação) o Depois: liberação lenta com desprendimento gradativo das troponinas, ainda estruturalmente presas à miofibrila em degradação Vantagem em relação à CK-MB: permanecem elevadas por alguns dias, eliminando a necessidade de avaliação da LD Lembrando: nenhum marcador bioquímico é perfeito e pode ser usado exclusivamente. Ainda é preciso usarmos os resultados de marcadores juntos! Usando o teste das troponinas e de CK-MB, podemos ter um panorama e diagnósticos mais certos sobre a ocorrência do IAM. TROPONINAS: os testes foram melhoradas em “gerações” (de 1ª a 4ª) quanto maior a geração, maior a sensibilidade e menores quantidades ele detecta. Mais específicos e sensíveis para diagnóstico de lesão isquêmica do miocárdio No entanto, podemos ter outras cardiopatias ou situações que envolvam o coração que faça os níveis de troponinas aumentarem. Não é especifica, então, de INFARTO. iii. Mioglobina Presente em células musculares cardíacas e esqueléticas Parecida a hemoglobina. No citoplasma da célula (= CK-MB) – MAIS RAPIDAMENTE LIBERADA Menor do que CK-MB, que precisa passar pelos vasos linfáticos – LIBERADA DIRETO NA CIRCULAÇÃO SANGUINEA. USO NO DIAGNÓSTICO VANTAGEM: Liberação precoce na circulação – 1 a 3 hs após IAM Pico plasmático: 4-7 horas (pico bem precoce) – BOM PARA QUANDO O IAM ESTÁ ACONTECENDO Desaparece em 24-36 horas DESVANTAGEM: Baixa especificidade – injúrias musculaturas esquelética e cardíaca (trauma, cirurgia, infecção, doenças genéticas, etc), falência renal (depuração glomerular) Bom marcador para reinfarto e prognóstico. Inicio do aumento pico quanto se mantem OBSERVAÇÕES: Quando kits para Mioglobina estão muito caros, usam só para analise de reinfarto e deixam como marcadores só a Troponina e a CK-MB massa. Por serem os mais usados atualmente, são os mais destacados nessa tabela. Os outros marcadores tendem acair em desuso. Por que usar as Mioglobinas mesmo assim detecção precoce de IAM + reinfarto + alta sensibilidade. Se uma pessoa passa mal no corredor, é levada pro hospital, faz a coleta de sangue depois de 1 hora dos sintomas, espera, e coleta de novo 7h depois, vão ter uma dosagem seriada e poderão comprovar, pela mioglobina, uma comprovação precoce de IAM. Isso deveria ser sempre feito! Sabemos que nem sempre é! Não esperamos o resultado dos marcadores para sabermos e darmos o diagnóstico de IAM definitivo. Eles ajudam! 1 2 3 OBS.: o Exame VITROS – imuno! o Nem todos os hospitais tem o kit! o Ele pega justamente os valores de mínimo e máximo p IAM. CK(R) – reperfusão CK(N) – sem reperfusão Não aparece a mioglobina e a diferença de CK, mas mostra a evidencia de reperfusão do sangue e alguns níveis! Uso do desfribilador: para “resetar” as células marca-passo do coração e ver se ele volta a funcionar no ritmo certo.
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