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Interpretação dos Constratos

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Questionário 
 
1. Aponte os dispositivos do Código Civil que orientam a interpretação dos 
negócios jurídicos e dos contratos. O critério da literalidade do texto é suficiente 
para interpretar um contrato? Como ele interage com o art. 112 do Código Civil? 
De que modo o comportamento das partes durante as fases contratuais (antes, 
durante e depois) pode influenciar a interpretação do contrato? Qual é o valor 
dos usos na interpretação contratual? Como se aplica a interpretação pela boa-fé 
nos​ ​contratos ​ ​de ​ ​consumo? 
Os dispositivos do Código Civil que orientam a interpretação dos negócios jurídicos são os 
artigos 112 ​estabelece que “nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem”, artigo 113 explicita que “os 
negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos e costumes do 
lugar de sua celebração” e o artigo 114 ​por sua vez, estabelece que “os negócios jurídicos 
benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente”. Além de outros dispositivos do Código 
que irão contribuir na interpretação dos contratos, como artigos 423, 819, 843, e artigo 421 
que trata sobre princípio da função social do contrato, é necessário frisar a importância dos 
princípios para orientar a interpretação dos contratos, como o da boa-fé, da autonomia da 
vontade das partes, etc. Segundo Judith Martins-Costa, o sentido literal da linguagem é um 
dos meios para interpretar o negócio jurídico, aquilo que está escrito no contrato pactuado 
pelas partes, mas na sociedade atual ainda que haja um consenso sobre o significado das 
palavras ou de expressões, isso não é suficiente para interpretar o contrato com um todo. 
Pois cada palavra pode ter uma grafia igual mas significados diferentes conforme o contexto 
em que são inseridas, como a palavra cadeira, que pode significar um acento, ou um objeto 
simbólico, ou até uma parte do corpo humano, costas. A literalidade do texto as vezes não 
consegue abranger e resolver todas as particularidades do caso concreto, sendo que a 
linguagem humana pode sempre contém uma série de ambiguidades e duplos sentidos 
quando exteriorizadas, por isso os artigo 112, tratará especificamente da importância e 
respeito aos princípio da autonomia de vontade das partes, a manifestação de vontade 
possui efeitos, ela é o fundamento do negócio jurídico, mas aqui estamos falando da 
vontade requerida ou declarada consubstanciada no contrato, não a subjetiva/interna, e que 
uma vez interpretando um contrato deve-se ater mais a essa manifestação consubstanciada 
do que o sentido literal da linguagem. A função do intérprete será sempre em primeiro plano 
analisar essa vontade requerida juntamente com o contexto. A boa-fé será o princípio que 
contribuirá para valoração do comportamento/conduta que as partes tiveram e tem na 
relação contratual, essa conduta deve ser o standard da obrigação, uma conduta segundo a 
boa-fé, da qual deve-se prevalecer antes, durante e pós contrato, como a própria autora 
aponta será o comportamento o fator revelador dos reais interesses das partes, o 
comportamento que as partes têm no início do contrato em contraposição com o pós 
relação, são elementos essenciais para interpretar o que fora pactuado pelas partes antes, e 
que se segue no momento. O artigo 113, relata que a interpretação dos negócios jurídicos 
deve ser feita segundo a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, quando se fala em 
usos se refere a condutas praticadas pelas partes, sejam elas na vida particular/privada ou 
seja ela mais tecnicamente/profissionalmente, exemplo quando temos contrato de um 
agricultor e um banco, os locais de uso são diferentes, porque estamos trabalhando com 
duas partes que possui conhecimentos distintos, um mais tecnico precisamente, outro 
exemplo é valor de medida da terra, em cada região do país possui um modo, seja por 
medidas em alqueire paulista ou mineiro, etc, na interpretação deverá ser analisado o local 
de onde o contrato vem. Em se tratando de relações de consumo em que é evidente a 
vulnerabilidade do consumidor, se daŕa maior proteção ao consumidor. ​O princípio da boa-fé 
é cláusula geral no CDC, e serve de paradigma para as relações provenientes da 
contratação em massa, devem incidir na interpretação dos contratos relativos a planos de 
saúde. 
 
2. Com base no texto abaixo indicado, explique se há diferença de regimes 
jurídicos (requisitos e efeitos) entre a revisão de contratos meramente civis e a 
revisão​ ​de​ ​contratos​ ​de ​ ​consumo?​ ​Explique. 
A possibilidade dos contratantes revisarem o contrato, surge em razão da possível 
mutabilidade que as relações civis tem, pois de forma geral sofrem o impacto do contexto 
social e econômico onde estão inseridas. Existem situações exteriores ao contrato que 
podem provocar reações diversas para os contratantes, onerando excessivamente um dos 
pólos da relação jurídica. Em razão disso, o ordenamento jurídico prevê que a alteração das 
circunstâncias pode ser requerida pelo contratante prejudicado por meio da teoria da 
imprevisão, da qual ​consiste na possibilidade de desfazimento ou revisão forçada do   
contrato quando, por eventos imprevisíveis e extraordinários, a prestação de uma das partes 
torna-se exageradamente onerosa. Hoje no Brasil temos dois regimes jurídicos de 
contratação no direito privado, o cívil ( mais criterioso) e o de consumo ( mais flexível), e 
esses dois regimes possuem critérios distintos para resolução ou modificação dos contratos 
por fato superveniente.O CDC, trata como direito básico do consumidor a possibilidade de 
modificação das de cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais, ou 
a revisão da prestação que, em razão de fato superveniente, se tenha tornado 
excessivamente onerosa, basta apenas que o consumidor comprove que a prestação é 
desproporcional, a revisão judicial não fica condicionada a ocorrência de uma fato 
extraordinário ou à imprevisão. Já o CC, o primeiro pressuposto é que o contrato seja de 
execução continuada ou diferida, também é necessário a existência de prestação 
excessivamente onerosa para uma das partes advinda de acontecimento extraordinário e 
imprevisível, sendo que, a ocorrência dessa onerosidade não pode ser inerente de risco 
próprio​ ​do​ ​contrato. 
 
3. Analise o REsp 1321614 do Superior Tribunal de Justiça. Do que trata o 
julgado? Qual é a diferença entre a teoria da imprevisão e a teoria da base 
objetiva? Qual delas foi adotada pelo Código Civil? Qual delas foi adotada pelo 
Código​ ​do​ ​Consumidor? ​ ​Qual ​ ​foi​ ​aplicada​ ​para​ ​solucionar ​ ​o​ ​caso​ ​em​ ​questão? 
Trata-se de um RE em face de uma decisão do TJ-SP, em relação a uma ação de revisão 
contratual em que o autor busca o reconhecimento da relação de consumo para a aplicação 
da teoria da base objetiva do negócio jurídico, pelos seguintes motivos: o contratante 
comprou um equipamento médico parasuplementar o atendimento em sua clínica. O 
contrato foi realizado em moeda estrangeira(dólar), o que torno o valor a ser pago “flexível”, 
visto que o valor da moedagem modifica com o fluxo cambial da bolsa de valores, o que 
pode tornar o produto relativamente mais barato ou relativamente mais caro. O autor pleiteia 
o reconhecimento da relação de consumos a aplicação da teoria da imprevisão. A teoria da 
imprevisão é o modelo adotado pelo código civil, e consiste na possibilidade de revisão 
contratual caso ocorra na vigência do contrato fato superveniente extraordinário é 
imprevisível que torne o contrato excessivamente oneroso para uma parte é benéfico para a 
outra. À teoria da base objetiva, adotada pelo CDC consiste na responsabilidade objetiva 
não necessitando de fato extraordinário e imprevisível, necessitando somente da 
comprovação do desequilíbrio contratual. A corte deu provimento a somente parte do 
pedido,​ ​aplicando​ ​a​ ​teoria​ ​da​ ​imprevisão. 
 
4. A partir do texto indicado abaixo, responda: O que é a causa 
sinalagmática? Esse conceito está abrangido pela “exceção de contrato não 
cumprido” do art. 476 do Código Civil? Para o autor, o que cria obrigações: a 
vontade, a causa ou a boa-fé? Como a noção de causa pode se relacionar com o 
princípio​ ​da​ ​boa-fé​ ​e​ ​suas​ ​derivações? 
Um contrato sinalagmático é o contrato que tem sinalagma, e o que é sinalagma? É a 
causalidade das prestações. O contrato sinalagmático é aquele que a prestação de uma das 
partes é causa da prestação da outra, causalidade das prestações. Como autor aponta é um 
agir patrimonial que importa em um agir recíproco, ações recíprocas entre as partes. A 
causa sinalagmática será a balança de equilíbrio das prestações de modo que o contrato 
não possa produzir mais obrigações sem as respectivas correspondências entre si. Logo, 
c​ausa sinalagmática é a transferência atual ou potencial em proveitoso patrimônio de 
outrem, gerando uma responsabilidade de retribuição atual ou potencial para a outra parte 
envolvida. Sim, pois a previsão do art. 476, refere-se diretamente a causa 
sinalagmática,exigindo o fato gerador de uma parte , para que se possa exigir da outra a 
retribuição devida (obrigação).Na abordagem feita pelo autor, dentre as várias teorias sobre 
as relações fáticas geradoras de obrigações, ele recai numa posição de que ainda que se 
tenha um leque de teorias, a ausência de identificação de um traço bem específico para 
caracterizar o que cria a obrigação. A boa-fé normativa se vincula somente com a noção de 
causa, pois, tanto a causa, quanto a boa-fé normativa geram a necessidade de respeito com 
o que foi compactuado. Bem com más relações em que a causa sinalagmática não é a 
relação principalmente, o que coaduna com a boa-fé objetiva, quando existem alguns 
obrigações que são secundárias, mas são geradoras de responsabilidade para as partes no 
cumprimento​ ​do​ ​contrato.

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