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Artes Visuais Renascimento Unid III

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Unidade III
Unidade III
5 O MANEIRISMO ITALIANO: DEFINIÇÃO
Nas duas primeiras décadas do século XVI, aqueles que admiravam a arte “nas cidades italianas 
pareciam concordar que a pintura tinha atingido o ápice da perfeição. Homens como Michelangelo 
e Rafael, Ticiano e Leonardo tinham feito tudo o que gerações anteriores haviam tentado fazer” 
(GOMBRICH, 1999, p. 361). Para o autor, essa constatação levou os artistas desse período a diferentes 
atitudes: alguns se empenhavam em aprender o que os mestres tinham feito e se esforçavam por 
imitá‑los da melhor maneira possível, o que nem sempre trazia bons resultados; outros acreditavam que 
a arte ainda não tinha atingido seu primor e que era possível superar os mestres em algum aspecto; 
outros queriam chamar a atenção. Ainda de acordo com Gombrich (1999, p. 362), essa inquietação em 
produzir “algo mais interessante e incomum do que as gerações anteriores tinham feito” é típica do 
período e se refletiu na pintura, na arquitetura e na escultura.
O termo maneirismo deriva da palavra italiana maniera e foi utilizado, pela primeira vez, por 
Giorgio Vasari, biógrafo e artista (ele próprio um maneirista), para definir um movimento artístico 
que ocorreu em Florença e que depois se estendeu por outras regiões da Itália e da Europa, entre os 
anos de 1520 e 1600.
Para Vasari, um artista somente alcançaria a excelência em seu ofício se sua arte fosse refinada, 
criativa e virtuosa. Para ser um talento, mais importante do que observar a natureza com cuidado, 
era a habilidade que ele tinha de recriá‑la a partir de uma concepção mental. Essa ênfase no trabalho 
intelectual do artista era algo novo, resultado da nova forma como ele passava a ser visto pela sociedade, 
pois, até então, era considerado um artesão. É a partir do apogeu do Renascimento que pintores e 
escultores passam a ser vistos como os eruditos, os poetas e os humanistas.
 Lembrete
Na obra de Sandro Botticelli A Alegoria das Artes Liberais, cada uma das 
figuras femininas carrega um atributo associado às artes liberais. A pintura 
não é representada, pois é apenas no fim do século XV e início do XVI que 
esse trabalho é elevado à categoria de artes liberais. 
O início desse movimento é marcado por dois eventos que mudaram a feição da Europa: a 
Reforma Luterana e o saque de Roma pelas tropas hispano‑alemãs. Ainda que tenha se espalhado 
por outras regiões da Itália e para o norte da Europa, pode ser definido como um produto dos 
artistas de Florença e Roma.
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ARTES VISUAIS NO RENASCIMENTO
 Saiba mais
Para saber mais sobre o Maneirismo italiano, leia o livro:
HAUSER, A. Maneirismo: a crise da Renascença e o surgimento da arte 
moderna. São Paulo: Perspectiva, 1976.
6 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MANEIRISMO
Apesar da precisão das datas, o Maneirismo não é um movimento fácil de ser definido. Em algumas 
obras, as figuras desenhadas surgem distorcidas, alongadas; outras vezes, pesadamente musculosas. 
Strickland (2002, p. 44) afirma que as cores “são sombrias, aumentando a impressão de tensão, movimento 
e iluminação irreal”. As obras parecem estranhas e perturbadoras por causa da compressão ilógica do 
espaço, das proporções alongadas e da anatomia exagerada das figuras, que em geral aparecem em 
poses retorcidas.
 Lembrete
Esses não são os únicos traços do Maneirismo, embora sejam citados 
com frequência por alguns estudiosos do movimento. Além desses, pode‑se 
apontar, principalmente na pintura e na escultura, a elegância bastante 
sofisticada, um caráter enigmático das figuras que são interpretadas e, por 
fim, uma característica já apontada por Vasari, o virtuosismo do artista. 
Do fim do século XVI até meados de 1525, ou seja, do fim do Quattrocento ao início do 
Cinquecento, a arte italiana também foi classificada como Alta Renascença. Esse período é 
marcado pelo apogeu do trabalho de Leonardo da Vinci (1452‑1519) junto com os trabalhos 
finais de Giorgione (1477‑1510) e a eclosão de Ticiano (1485‑1576), mestre veneziano. As últimas 
obras de Andrea del Sarto (1486‑1531) e de Correggio (1489‑1534) também começam a definir o 
advento do Maneirismo a partir da Alta Renascença.
 Observação
Para muitos estudiosos, as últimas obras de Michelangelo e algumas de 
Rafael já se enquadrariam no Maneirismo. 
6.1 O Maneirismo na pintura
Em 1527, cidadãos florentinos influentes levantaram‑se contra os Médici, expulsando‑os da cidade 
e proclamando a República de Florença. Os Médici responderam unindo suas forças com um ex‑inimigo, 
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o imperador dos Habsburgos, Carlos V. Em 1529, as forças imperiais invadiram a cidade, forçando‑a a se 
render, após quase um ano de cerco, em que quase metade da população florentina morreu.
Embora essas primeiras décadas do século XVI tenham sido uma época de grandes lutas políticas, foi 
também um dos períodos mais criativos da pintura produzida em Florença.
 Observação
Carlos V era o herdeiro de três das principais dinastias europeias: a Casa 
de Habsburgo, da monarquia de Habsburgo, a Casa de Valois (Borgonha), 
dos Países Baixos, e a Casa de Trastâmara, das coroas de Aragão e Castela. 
Foi nomeado imperador em 1519 e, em 1527, invadiu e saqueou Roma e o 
palácio pontifical com tropas hispano‑alemãs. 
6.1.1 Andrea del Sarto
Andrea d’Agnolo, Andrea del Sarto, nasceu em 1486, em Florença, e morreu em 1530 na mesma 
cidade. Embora seu estilo apresente características da Alta Renascença, como a integração das figuras 
em um espaço definido e o uso expressivo de cores vibrantes e variadas, já é possível notar um dos traços 
que inspirou a primeira geração de pintores maneiristas em Florença: as poses complexas das figuras.
A pintura a seguir foi realizada para o florentino Giovanni Borgherini, grave figura durante o curto 
período em que durou a República de Florença, antes que a família Médici restabelecesse seu controle.
Figura 176 – Caridade
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ARTES VISUAIS NO RENASCIMENTO
O rosto da Caridade reproduz as características da esposa de Andrea del Sarto, Lucrezia. Vasari, que 
estudou com Andrea (e não gostava de sua esposa), observou que toda mulher que seu mestre pintava 
se parecia com Lucrezia.
Figura 177 – Sagrada Família, com o jovem São João Batista
Dois discípulos de Andrea del Sarto, Jacopo Pontormo e Rosso Fiorentino, representam com seu 
mestre a primeira fase do Maneirismo florentino.
6.1.2 Jacopo Carucci, ou Jacopo da Pontormo
Jacopo Carucci nasceu em Pontormo, em 1494, e ficou órfão muito cedo. Seu talento permitiu que 
saísse das ruas e tivesse contato com alguns dos maiores artistas do seu tempo, entre eles Andrea del 
Sarto e Leonardo da Vinci.
De acordo com Vasari, Jacopo Carucci sempre foi um homem solitário e melancólico. Já para 
Strickland (2002), Pontormo era, na verdade, comprovadamente louco, hipocondríaco e obcecado pelo 
medo da morte.
Seu quarto, no sótão, era acessível apenas por uma escada portátil, que ele recolhia depois de 
subir. Seus quadros mostram sua bizarra sensibilidade. A perspectiva é irracional e as cores – lavanda, 
marrom‑arroxeado, verde‑veneno – são instáveis. As figuras em geral têm um olhar selvagem, como se 
compartilhassem da ansiedade paranoica do seu criador (STRICKLAND, 2002, p. 44).
Em 1512, por um breve período, Pontormo foi a Roma para estudar os afrescos de Michelangelo, 
na Capela Sistina. O artista trabalhou em várioslugares, mas voltou à Florença em 1525, onde 
faleceu em 1556.
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Figura 178 – Visitação
Essa obra de Pontormo mostra Nossa Senhora e Santa Elizabete em primeiro plano se abraçando, 
e, apesar do afeto e da humanidade do gesto, o mundo ao redor é escuro e misterioso, privado de luz.
Figura 179 – A Deposição de Cristo da Cruz
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Figura 180 – Desenho da Virgem Maria e o Menino Jesus com Santa Elizabete, 
João Batista – Criança, Santo Antônio de Pádua e uma Mártir
Figura 181 – Nossa Senhora e o Menino Jesus com Santos
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Figura 182 – José no Egito
Nessa obra, a figura do protagonista desaparece dos olhos do público, perdida no meio de muitas 
outras personagens e do cenário.
6.1.3 Rosso Fiorentino
Giovan Battista di Jacopo nasceu em 1494, em Florença, e era chamado de Rosso Fiorentino por 
causa da cor do cabelo (ruivo) e da cidade onde nasceu.
Strickland (2002) destaca o fato de os pintores maneiristas também cultivarem a excentricidade em 
suas vidas particulares; de Rosso dizia‑se que tinha um babuíno e que gostava de desenterrar cadáveres 
para acompanhar o processo de decomposição dos corpos. Para muitos estudiosos, em sua obra 
percebem‑se traços de sua angústia interior – o artista cometeu suicídio em 1530, em Fontainebleau, 
na França, para onde se mudara. Ao contrário do que ocorria com Pontormo, que apreciava a proteção 
da família Médici, Rosso tinha inclinações republicanas, o que o levou a trabalhar em vários centros 
artísticos na Toscana, além de Roma e Nápoles, antes de ir para a França.
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Figura 183 – Retrato de um Homem 
É provável que esse quadro tenha sido feito pouco antes de Rosso partir para Fontainebleau. Na Itália, 
seu estilo não exerceu muita influência, mas na França ele foi uma figura valiosa para o Maneirismo.
Figura 184 – O Casamento da Virgem Figura 185 – Baco, Vênus e Cupido
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Figura 186 – Pietà
No centro dessa obra está a Virgem Maria com os braços abertos em um sinal de sofrimento, 
ocupando a totalidade da tela, amparada por uma figura feminina santificada. Diante dela, o corpo 
pálido do seu filho morto é seguro por Maria Madalena e São João.
6.1.4 Agnolo Bronzino
Agnolo Bronzino nasceu em Monticelli, em 1503, e faleceu em Florença, em 1572. Foi aluno de 
Pontormo e, por volta de 1540, tornou‑se pintor da corte dos Médici e retratista‑chefe de Florença.
 Observação
Um retrato é uma representação de um indivíduo, porém não grava 
somente as características físicas de alguém, mas diz algo sobre essa 
pessoa, oferecendo uma vívida sensação da sua presença. As tradições do 
retrato no Ocidente remontam à antiga Grécia e Roma, e o ressurgimento 
do retrato foi, portanto, uma significativa manifestação da Renascença. 
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Figura 187 – Cosimo I de Médici
Pintura a óleo realizada na oficina de Bronzino (1519‑1574). Cosimo I de Médici foi o primeiro duque 
da Toscana.
Figura 188 – Retrato de um Jovem Figura 189 – Eleonora di Toledo
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Figura 190 – A Sagrada Família
Figura 191 – Pietà Figura 192 – A Alegoria da Felicidade
6.1.5 Giorgio Vasari
Giorgio Vasari nasceu em 1511, em Arezzo, e faleceu em 1574, em Florença. O desenho a seguir é 
um estudo para uma pintura realizada por seu assistente Cristofano Gherardi, na Sala degli Elementi, 
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Palazzo Vecchio, Florença. Vasari é conhecido, acima de tudo, como um historiador e arquiteto. De 1555 
em diante, ele também serviu os Médici como um conselheiro e pintor da corte. Escreveu sobre a vida e 
a obra de numerosos pintores italianos, escultores e arquitetos do século XIII e também foi o responsável 
por criar o termo maniera (maneirismo).
Figura 193 – As Primeiras Frutas na Terra Oferecidas a Saturno
Figura 194 – A Tentação de São Jerônimo Figura 195 – Uma Alegoria da Imaculada Concepção
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Em Uma Alegoria da Imaculada Concepção, a Virgem Maria é mostrada triunfando sobre Satã e o pecado, 
representado por Eva, de acordo com a inscrição em latim carregada pelos anjos. Adão e Eva estão atados à 
árvore do conhecimento, cercados pela serpente (em forma feminina). Os profetas e os reis do Velho Testamento 
também estão presos à árvore, enquanto João Batista proclama a chegada de Cristo.
6.1.6 Tintoretto
Jacopo Robusti, apelidado de Tintoretto, nasceu em Veneza, em 1519, e faleceu na mesma cidade, 
em 1594.
Ao comentar a obra de Tintoretto, Gombrich (1999, p. 368) faz uma reflexão sobre a arte desse 
artista comparando‑a com a de outro mestre veneziano, Ticiano. Segundo o autor, Tintoretto deve ter 
resolvido “contar suas histórias de um modo diferente e fazer com que o espectador sentisse a emoção 
e a dramaticidade intensa dos eventos que pintava”.
Figura 196 – O Milagre dos Pães e Peixes
Figura 197 – São Jorge e o Dragão
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Em São Jorge e o Dragão, o artista “mostra como a luz sobrenatural e as tonalidades fracionadas 
aumentam o sentido de tensão e excitação. Sentimos que o drama acaba de atingir seu clímax nesse 
exato momento”. Contrariando as expectativas, Tintoretto destaca em primeiro plano a princesa em 
fuga, enquanto o herói está ao fundo da cena (GOMBRICH, 1999, p. 371).
 Observação
A lenda conta que São Jorge era um cavaleiro da Capadócia (atual Turquia) 
que resgatou uma donzela de um dragão em Silene (na Líbia), um feito de 
coragem cristã que fez com que muitos se convertessem ao cristianismo. 
Gombrich (1999, p. 371), relata que, para Vasari (1511‑1574), a obra de Tintoretto “era prejudicada 
pela execução displicente e o gosto excêntrico” e que se o artista “tivesse seguido o belo estilo de seus 
predecessores, poderia ter‑se tornado um dos maiores pintores vistos em Veneza”. Gombrich discorda de 
Vasari e afirma que Tintoretto “queria mostrar as imagens sob uma nova luz, queria explorar caminhos 
ainda não trilhados para a representação de lendas e mitos do passado”.
Figura 198 – Cristo Lavando os Pés dos Discípulos
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Figura 199 – O Reencontro do Corpo de São Marcos
Tintoretto retrata o momento em que São Marcos aparece para os homens que estavam buscando 
seu corpo e aponta onde o seu corpo físico está.
Figura 200 – Cristo no Mar da Galileia
Nessa obra, o pintor utiliza as forças da natureza para aumentar a dramaticidade dessa cena do 
evangelho de João. O artista fragmenta a luz,pintando de branco as bordas das ondas e da grama onde 
estão os pés de Jesus.
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Tintoretto influenciou El Greco, que, antes de se mudar para a Espanha, estudou na Itália. El Greco se 
aproximou tanto do espírito da obra de Tintoretto, que alguns especialistas acreditavam que ele tivesse 
pintado Cristo no Mar da Galileia, e não Tintoretto.
6.1.7 Parmigianino
Girolamo Francesco Maria Mazzola, Parmigianino, nasceu em Parma, em 1503, e faleceu em 
Casalmaggiore, Cremona, em 1540. Em suas obras, Parmigianino buscava desenvolver algo novo, mas 
de maneira graciosa e elegante.
Parmigianino foi influenciado pela obra de Correggio e, depois dele, foi o pintor mais importante 
de Parma, onde trabalhou antes de se mudar para Roma, em 1524. Após o saque de Roma pelas tropas 
imperiais, em 1527, mudou‑se para Bolonha. Seus últimos anos foram vividos em Parma.
Figura 201 – Madona do Pescoço Longo
Nessa obra, o artista se preocupou em dar à imagem da Virgem Maria graciosidade e elegância, com 
o pescoço longo e esguio e as mãos com dedos longos e delicados.
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Figura 202 – Nossa Senhora e o Menino Jesus com Santos (peça para altar, em Roma)
6.2 Maneirismo na arquitetura
No período, mantêm‑se as formas clássicas. As maiores mudanças introduzidas na arquitetura 
durante o Maneirismo referem‑se à distribuição de luz e à decoração. Nas igrejas, as naves são escuras, 
iluminadas a partir de ângulos diferentes; são usadas guirlandas e flores na decoração e as balaustradas 
também são decoradas. Nos palácios, a decoração é ricamente adornada e existe a presença de formas 
que permitem o contraste entre luz e sombra.
6.2.1 Andrea Palladio
Andrea di Pietro della Gondola nasceu em 1508, em Pádua, República de Veneza, e faleceu em 1580, 
em Vicenza. É considerado um dos maiores arquitetos do século XVI. Ele escreveu Quatro Livros de 
Arquitetura, em 1570, o que o tornou uma das figuras mais influentes da cultura ocidental.
A construção chamada La Rottonda (A Redonda) é a mais famosa de Palladio. Possui “quatro lados 
rigorosamente idênticos, cada qual com um pórtico e forma de fachada de templo, agrupados em torno 
de um amplo átrio que recorda o Panteão romano” (GOMBRICH, 1999, p. 363).
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6.3 Maneirismo na escultura
As principais características da escultura do Maneirismo são a elegância, a complexidade e o extremo 
senso de sofisticação e graciosidade. Dois nomes se destacam durante esse período: Giambologna e Cellini.
6.3.1 Giambologna
Johannes of Boulogne, conhecido como Giambologna, era um artista flamenco que se mudou para 
a Itália em 1550.
O Rapto da Sabina é considerado um dos trabalhos mais finos da história da escultura – na peça em 
mármore, o escultor combina as formas clássicas com o dinamismo proporcionado pelo Maneirismo.
Figura 203 – O Rapto da Sabina (Loggia dei Lanzi, Piazza della 
Signoria, em Florença)
Figura 204 – Hércules Lutando com o Centauro Nessus
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Figura 205 – Sansão Assassinando um Filisteu
6.3.2 Benvenuto Cellini
Cellini nasceu em Florença, em 1500, e morreu na mesma cidade, em 1571. Foi escultor, ourives e 
escritor, e é um dos nomes mais notáveis do Maneirismo. Ele contou sua vida em uma autobiografia, 
cuja primeira publicação foi lançada em 1728.
A primeira parte de sua vida passou em Roma, onde cunhava moedas e medalhas. Depois viveu na 
França, a serviço de Francisco I, e nessa fase criou o saleiro de ouro representando Netuno e Anfretite. Na 
mesma época Cellini também fez o relevo em bronze da Ninfa de Fontainebleau (Louvre, Paris). Passou 
o fim de sua vida em Florença.
Figura 206 – Ninfa de Fontainebleau
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Figura 207 – Perseu com a Cabeça da Medusa
Figura 208 – Saleiro Representando Netuno e Anfitrite (obra realizada em Paris, atualmente em Viena)
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 Saiba mais
Para saber mais sobre o Maneirismo, leia o seguinte livro:
HOCKE, G. R. Maneirismo: o mundo como labirinto. São Paulo: 
Perspectiva, 1974.
Exemplo de aplicação
Após escolher uma obra destacada nesta unidade, faça uma análise e identifique nela as principais 
características do Maneirismo.
 Resumo
O Renascimento foi um período de imensas mudanças culturais e 
tecnológicas. Teve início na Itália, mais especificamente em algumas cidades 
italianas – com localizações privilegiadas – que tinham enriquecido com o 
comércio que faziam, sobretudo com o Oriente. Não foi homogêneo, cada 
região da Europa recebeu as mudanças da Renascença a seu modo e em 
um momento distinto.
As transformações que atingiram a Europa alteraram todas as áreas do 
conhecimento humano, as Ciências, a Literatura, a Filosofia e as Artes. Foi 
um período marcado pela liberdade de expressão individual e, portanto, rico 
em manifestações artísticas distintas. O fim do Quattrocento e início do 
Cinquecento marcou a Alta Renascença, época em que a perfeição já parecia 
ter sido conquistada com mestres como Michelangelo, Rafael, Leonardo da 
Vinci e Ticiano. Diante desse fato, aos outros artistas não restavam muitas 
opções: imitar os mestres da melhor maneira possível, acreditar que o 
ápice ainda não tinha sido atingido ou chamar a atenção produzindo algo 
incomum, diferente do que as gerações anteriores haviam feito.
Nesta unidade, tratamos do Maneirismo, que não é um movimento 
fácil de ser definido, embora seja possível apontar algumas características 
presentes, em especial na pintura e na escultura: a arte maneirista é 
muito sofisticada e refinada; as figuras desenhadas surgem distorcidas e 
retorcidas, muitas vezes alongadas; as cores são sombrias, criando tensão 
e movimento, a iluminação não parece real. Muitas vezes, as pinturas 
promovem um estranhamento proposital, já que o caráter enigmático está 
associado ao interesse que uma obra pode causar naquele que a vê.
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ARTES VISUAIS NO RENASCIMENTO
Destacam‑se três artistas florentinos na primeira fase do Maneirismo 
na pintura: Andrea del Sarto e seus dois discípulos, Jacopo Carucci (Jacopo 
Pontormo) e Rosso Fiorentino. Enquanto Pontormo era mais aberto às 
inovações e trabalhava para a corte dos Médici, Fiorentino, que preferia a 
república, teve que trabalhar em várias regiões da Itália e tinha um estilo 
mais conservador.
Por fim, entre os pintores do Maneirismo, o veneziano Jacopo Robusti, 
conhecido como Tintoretto, é comparado a outro mestre veneziano, 
Ticiano. Tintoretto usava as cores com maestria para obter a emoção e a 
dramaticidade intensa dos eventos que pintava.
 Exercícios
Questão 1. Observe o quadro Paraís, de Tintoretto, como era conhecido Jacopo Robusti, e leia 
atentamente as afirmativas a seguir.
I – Observa‑se, no quadro, o contraste de luz e sombra, uma das características do Maneirismo.
II – Nota‑se, no quadro, forte combinação de cores, uma das marcas do Maneirismo.
III – Destaca‑se, no quadro, a ausência de expressão emocional, uma das peculiaridadesdo 
Maneirismo.
É correto apenas o que se destaca na(s) afirmativa(s):
A) I.
B) II.
C) III
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Unidade III
D) I e II.
E) II e III.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: o artista faz um jogo com luz e sombras, como é característica do Maneirismo.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: observa‑se a presença de cores fortes.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o Maneirismo é marcado pela presença de expressão emocional, e isso é observado no 
quadro.
Questão 2. Sobre o Maneirismo, analise as afirmativas a seguir.
I – O Maneirismo rompe com os temas religiosos.
II – Observa‑se, em obras maneiristas, a retratação de figuras em formato alongado.
III – O contraste de sombra e luz é uma das características do Maneirismo.
É correto apenas o que se destaca na(s) afirmativa(s):
A) Todas as afirmativas são corretas.
B) II e III.
C) I e III.
D) I e II.
E) III.
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