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Unidade III 
 
 
Arte da Idade Medieval 
 
 
Arte medieval: o românico e o gótico 
Com a conversão de boa parte da Europa ao cristianismo, a partir do 
século 4, a honorável arte clássica, tida como pagã, foi abandonada com a 
vitória da nova crença pregada pelos Apóstolos de Jesus. 
Muitos dos templos religiosos e prédios públicos dos romanos e dos 
gregos foram destruídos, abandonados ou reaproveitados pelos cristãos. 
Lentamente, das ruínas do passado mundo pagão, um novo estilo 
começou a ser forjado, uma linha artística e estética que melhor expressou o 
sentimento religioso dos povos convertidos à Cruz. 
I - Arte românica (1000 – 1100) 
 
 
 
 
 
 
 
 
A virgem Maria (Cimabue 
Num primeiro momento, no tempo da Alta Idade Média, denominou-se a 
expressão artística daquela época de estilo românico, num período posterior, 
durante a Baixa Idade Média, foi chamado de estilo gótico. O cristianismo 
oriental, por sua vez, cuja capital espiritual era Constantinopla (Bizâncio), e que 
somente sucumbiu mil anos depois da queda de Roma, manteve uma 
identidade estética própria, conhecida como Estilo Bizantino, que muito 
influenciou a arte medieval ocidental. 
A arte românica foi a arte cristã do Ocidente europeu desenvolvida entre 
os séculos XI e XII. Ela marcou a ruptura com o período clássico da Era Greco-
Romana e serviu como ponte para o estilo seguinte, quando então evoluiu para 
formas arquitetônicas ditas góticas ou ogivais. 
Tornou-se a expressão artística dos tempos dos cruzados, das lutas dos 
mouros contra os cristãos, da proliferação das Ordens Religiosas, das 
constantes refregas travadas entre o imperador e o papa, e entre os reis e os 
barões feudais que tanto empobreceram a Europa. 
A construção da época foi fundamentalmente religiosa, pois somente a 
Igreja cristã e as ordens religiosas possuíam fundos suficientes ou pelo menos 
a organização eficiente para arrecadá-los e financiar o erguimento de capelas, 
de igrejas e de mosteiros. 
Expressão de um tempo belicoso e inseguro, pobre em atividades 
comerciais e mercantis, os edifícios da época do românico, além de toscos, 
assemelham-se à fortalezas. Era uma estética da pedra bruta, de paredes 
expostas quase sem reboco, com um diminuto número de janelas e interiores 
geralmente sombrios. 
Arquitetura 
 
 
 
 
 
 Igreja de Andorra 
 
A planta de uma igreja do estilo românico é a mesma da basílica cristã 
primitiva, dominada pelo horizontalismo; os materiais eram a pedra e o tijolo; 
criou-se a abóbada para evitar os numerosos incêndios, sendo que o teto de 
madeira foi substituído pela abóbada de origem bizantina, exigindo paredes 
espessas para sustentá-la. 
Características plásticas: sobriedade, resistência, repetição de 
elementos construtivos (janelas e colunas geminadas), interior pesado e 
escuro. Na temática decorativa utilizava-se tanto as linhas gregas, losangos, 
pontas de diamante, como esculturas de animais e monstros assustadores 
(gárgulas). 
Características gerais do estilo românico: 
1 – substituição do teto de madeira por abóbadas. 
2 – grande espessura das paredes, poucas janelas. 
3 – consolidação das paredes por contrafortes ou gigantes para dar 
sustentação ao prédio. 
4 – consolidação dos arcos por meio de arquivoltas. 
II - Arte gótica 
Período da arte de estilo gótico estendeu-se por 400 anos (de mais ou 
menos 1.100 até 1.500). A origem do termo gótico nada tem a ver diretamente 
com os godos, a antiga nação germânica que invadiu o Império Romano no 
século 5. Todavia é de supor-se que gótico de alguma lembra algo como 
"bárbaro", isto é, um estilo do tempo dos bárbaros, quando os godos 
atropelavam a civilização romana. 
Originou-se de uma denominação utilizada pelos refinados artistas 
renascentistas para designar genericamente um estilo artístico que achavam 
de mau gosto, exótico, carregado de apelos decorativos e pelo exagero da 
altura das suas torres. O gótico, igualmente como o romântico, caracterizou-se 
predominantemente por ser um estilo grandioso de construções religiosas, foi a 
arte por excelência das magníficas catedrais européias. 
A multiplicação delas por toda a Europa Ocidental deveu-se ao prestígio 
universal da Igreja Católica e da religião cristã, e resultou da competição entre 
as cidades lentamente enriquecidas pela Revolução Comercial, transformação 
econômica que deu seus primeiros passos ao redor dos séculos 11 e 12 (na 
região do Flandres, ao redor do rio Reno e do rio Sena) tendo como 
conseqüência a ressurreição da vida urbana. Cada cidade da Europa Ocidental 
tratou então de erguer uma catedral cuja torre fosse a mais alta possível, não 
somente para melhor atrair o olhar protetor de Deus, como para celebrar a 
excelência das suas corporações de ofícios em competição com as outras das 
demais cidades vizinhas. 
O gótico, originalmente, foi um estilo marcadamente francês. Do território 
da França atravessou o Reno penetrando na Alemanha onde, por igual, 
encontraremos belos exemplos dele. 
Todavia bem menos influenciou a arquitetura italiana que ainda 
mantinha seu apego ao antigo estilo clássico(a exceção foi a arquitetura 
lombarda, mais sujeita por razões geográficas às influencias transalpinas, 
como se verificou na construção da catedral de Milão). 
A Divisão da arte gótica: expressa-se, sobretudo, na arquitetura, a qual 
determina as demais artes; sendo que a pintura e a escultura (como no período 
romântico) são apenas complementos decorativos. 
A divisão do estilo gótico dá-se em quatro períodos: 
 
I Período: século XII (1100-1200) chamado período de transição ou gótico 
primitivo. Ainda pouco elevado, o arco ogival ou quebrado é usado juntamente 
com o arco romântico. Ensaia-se o verticalismo procurando romper-se, ainda 
que com hesitação, com o horizontalismo do estilo românico. As fachadas das 
igrejas e das catedrais passam a ser enriquecidas com esculturas decorativas. 
II Período: século XIII (1200-1300) chamado gótico lanceolado. O arco ogival 
torna-se bastante elevado, sendo formado por um triângulo agudo. Acentua-se 
o verticalismo com o aperfeiçoamento e o uso constante da divisão da 
abóbada. Generaliza-se o uso do vitral (o cinema do crente daquela época) e 
as fachadas assumem maior decorativismo e suntuosidade. É a época da 
construção das grandes catedrais que surgem por toda a Europa, tais como a 
Notre Damme de Paris, a Catedral de Chartres e a Catedral de Milão. 
III Período: século XIV (1300-1400) chama-se gótico irradiante. O arco ogival 
perde a sua agudeza e passa a ser formado por um triângulo eqüilátero. Suas 
nervuras decorativas constituem-se de elementos circulares. Atenua-se 
ligeiramente o verticalismo. As fachadas continuam recebendo suntuosa 
decoração. 
IV Período: século XV (1400-1500) chama-se gótico flamejante ou 
"flamboyant". O Arco ogival é agora formado por um triângulo obtuso, tornando-
se ainda menos agudo, tendendo ao horizontalismo. As nervuras decorativas 
no interior dos arcos, das janelas, e portais, pela posição das curvas e 
contracurvas, surgem labaredas. Atenua-se acentuadamente o verticalismo. 
Fachadas profusamente decorada 
. 
 
 
 
 
 
 
 A Catedral de Chartres 
 
Características gerais do estilo gótico 
1 Verticalismo. 
2 Arco quebrado ou ogival. 
3 Abóbada de arcos cruzados. 
4 O vitral. 
Pintura gótica: A pintura da Europa Medieval sofreu influência direta da 
pintura bizantina, sendo integralmente religiosa. Caracterizou-se pelo 
geometrismo, pelo estatismo e pelo abandono da perspectiva e da proporção, 
tão comuns à arte clássica antiga. As figuras eram apresentadas em rígida 
posição hierárquica, retrato vivo de uma
época que pretendia se eternizar. A 
imagem do papa ou do imperador do Santo Império sempre era apresentada 
numa escala bem maior do que o restante dos integrantes da cúria ou da corte. 
Havia uma enorme gama de artistas, todos anônimos, especializados 
em vitrais e retábulos assim como na pintura de murais. Todos estavam 
subordinados à orientação dos mestres-construtores, tais como os famosos 
Jean Le Loup, Jean D´Orbais, Robert de Luzarches ou Pierre Montereau. É 
característica de uma época que ignorava as singularidades da individualidade 
que muitos artistas permaneceram desconhecidos, visto que o período 
medieval foi uma época de apogeu do corporativismo, fazendo com que os 
autores não assinasse suas obras. Assim, pouco sabemos deles. 
Lentamente, no período que alguns chamam de pré-renascimento, entre 
os século 13 e 15, os artistas libertam-se das corporações de ofício, passando 
a atender encomendas particulares, então alguns nomes tornaram-se 
conhecidos, com o do francês Jean Fouquet, ou dos italianos Cimabue e Giotto 
di Bondone, Masaccio, Bernardo Daddi e Buffalmaco, que ficaram conhecidos 
como os mais famosos pintores do gótico tardio (se bem que muitos 
historiadores negam-se a classificá-los assim, preferindo a denominação de 
pré-renascentistas já mencionada acima). 
Cada um deles tratou logo de formar a sua própria oficina (hoje 
denominamos de atelier), atraindo para trabalhar com eles uma leva de jovens 
aprendizes, muitos, por sua vez, tornando-se mais tarde mestres-artistas. 
Coube ao Renascimento, com sua revalorização do estilo clássico 
greco-romano, terminar por sepultar o Gótico de uma vez por todas. Houve 
ainda, em pleno século 19, por força do gosto romântico, em meio à expansão 
da industrialização, um pequeno surto de construções no estilo gótico na Grã-
Bretanha, chamado de neogótico ou de Gótico Vitoriano, ocasião em que se 
projetou e construiu o prédio do Parlamento inglês, situado à beira do rio 
Tamisa. 
Durante muito tempo, particularmente na época do Iluminismo, 
identificou-se o gótico como um estilo que lembrava uma época histórica 
dominada pelo fanatismo religioso e pela superstição, cenário tão bem 
retratado por Victor Hugo (na novela "Nossa Senhora de Paris"). 
Com o passar dos tempos, especialmente em época mais recente, 
houve uma revalorização do gótico, uma admiração pela sua concepção 
grandiosa da arquitetura e pelo seu esforço decorativo, aparecendo ao homem 
contemporâneo como um estilo-testemunho, uma marca impressionante da 
história da cultura ocidental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Parlamento britânico (estilo neogótico) 
 
 
 
Arte no Renascimento 
 
 Na medida em que o Renascimento resgata a cultura clássica, greco-
romana, as construções foram influenciadas por características antigas, 
adaptadas à nova realidade moderna, ou seja, a construção de igrejas cristãs 
adotando-se os padrões clássicos e a construção de palácios e mosteiros 
seguindo as mesmas bases. 
 
ARQUITETURA 
 
 Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem de construção 
clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o 
quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma 
construção harmônica. Apesar de racional e antropocêntrica, a arte 
renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo 
estilo, caracterizado pela funcionalidade e portanto pela racionalidade, 
representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. Os palácios também 
foram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo 
sólido e normalmente com um pátio central, quadrangular, que tem a função de 
fazer chegar a luz às janelas internas 
ESCULTURA 
 
 Pode-se dizer que a escultura é a forma de expressão artística que 
melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da 
perspectiva e da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que 
até então estavam relegadas a segundo plano, acopladas às paredes ou 
capitéis. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada 
acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos. 
 Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o 
equilíbrio, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e 
de proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus 
sentimentos. Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser 
utilizado refletindo o naturalismo. 
Encontramos várias obras retratando elementos mitológicos, como o Baco, de 
Michelangelo, assim como o busto ou as tumbas de mecenas, reis e papas. 
 
 
PINTURA 
 
 Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da 
perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras, 
espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de 
volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem destacar na obra os 
elementos mais importantes e obscurecer os elementos secundários, a 
variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e 
volumes que parecem ser copiados da realidade; e a utilização da tinta à óleo, 
que possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior 
ênfase à realidade e maior durabilidade às obras. 
 
 
 
 
MONALISA "Monalisa" de Leonardo da Vinci, Museu do Louvre - Paris 
 
 
 
 Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem 
no sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato 
que não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália. Nos 
Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de rostos, paisagens, 
fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou 
resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade. 
 
 As obras abaixo são de Antonio Allegri (Corregio) e refletem bem o 
espírito do renascimento, caracterizadas por elementos que remontam ao 
passado clássico, elementos religiosos e por grande sensualidade, destacando 
a perfeição das formas e a beleza do corpo, junto a presença de anjos. 
 
 
 
Danae" Galeria Borghese 
 
 
 
"Nossa Senhora da Cesta" national Gallery -- Londres 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens da Arte do Renascimento 
 
 
 
 
 
 
O homem vitruviano de Leonardo da Vinci sintetiza o ideário renascentista: humanista e 
clássico

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