Buscar

Anise de feedback com CP

Prévia do material em texto

Universidade Estadual de Londrina
Departamento de Educação Física
Docente: 
Inara Marques 
Curso de Educação Física – Bacharelado
Disciplina de Comportamento motor
LABORATÓRIO 
Introdução
Questionamentos rodeavam pesquisadores até o final da década de 60 em torno de temas como: qual a melhor forma de prática (maciça ou distribuída), quanto se deve praticar para obter-se uma aprendizagem superior, entre outros temas. Estudos realizados analisando a interferência contextual com relação a aprendizagem de um determinado movimento apontam que há variações entre os contextos aplicados. Além disso, há diferenças entre grupos ou sujeitos com níveis de habilidades diferentes aplicando diferentes contextos.
Com relação ao efeito da interferência contextual (EIC), parte do pressuposto que o grau em que a prática de diferentes habilidades interfere diretamente ou indiretamente na aquisição das mesmas, e acontece quando algumas variações de uma determinada tarefa devem ser aprendidas durante a prática com elevados níveis de interferência, como por exemplo, a prática variada aleatória.
Por meio de estudos realizados em aprendizagem verbal, Battig propôs que o pressuposto da aquisição de conceitos é otimizado na prática de forma randomizada (alta interferência contextual). A partir disso, várias pesquisas vêm sendo realizadas com habilidades motoras, tendo como fato que ainda não existe consenso com relação a superioridade dessa prática quando se considera a idade e nível de habilidade dos sujeitos, as características da tarefa motora.
Na análise do desenvolvimento do indivíduo contamos com várias opções de se aprender, como exemplo podemos citar: 1) prática física e mental- aquela com o propósito de se vivenciar fisicamente a tarefa proposta, está com a responsabilidade de usar da imaginação/ imagens para encontrar seus próprios erros, sem a presença de um feedbeck extrínseco, mas sim intrínseco, realizadas isoladamente não trazem grandes benefícios (prática física tem melhor ênfase), porém se praticadas juntas, possuem um aprendizagem superior. 2) demonstração- um indivíduo habilidoso demonstra a execução de determinada tarefa a outro iniciante, consequentemente o mesmo é mais propenso a obter grande aprendizagem executando de maneira "correta" a habilidade visualizada, contudo esse método ainda precisa ser mais estudado e aprofundado nesse campo de aprendizagem; 3) interferência contextual- base - se em determinar um contexto com variações na execução, parâmetros. Assim o estudo aqui abordado vai analisar, por meio do conhecimento de performance o índice de aprendizagem na tarefa do fundamento do saque por cima do voleibol, com a contribuição de 100% do feedbeck extrínseco.
Objetivo
O objetivo desse estudo, é analisar o desempenho da tarefa com feedback extrínseco, sendo utilizado o conhecimento da performance como parâmetro em todas as fases de teste. 
Método 
TAREFA
A tarefa consistirá em realizar um saque por cima (Figura 1) a partir do lado demarcado na quadra de voleibol, em uma zona de 5 metros, ultrapassando a bola por cima da rede, sem tocá-la, em direção a um alvo, visando alcançar a maior pontuação possível. 
Figura 1: Saque por cima
A tarefa será executada na quadra de voleibol (Figura 2), a 5 metros da rede, na região central. 
O desempenho será computado por meio da pontuação da tarefa, utilizando-se para esse fim uma quadra de voleibol, uma rede e um alvo circular do lado oposto à quadra. Esse alvo será dividido em quatro regiões, sendo a mais central a de maior pontuação (14 pontos), com as demais pontuações de 12, 10 e 8 pontos, colocado no chão no centro da quadra oposta (quadra B) a da realização do saque (quadra A). Será demarcada uma área no solo que tem início na região do saque e se afasta à medida que se aproxima do alvo para indicar as bolas que estarão na direção do alvo, mas não o acertaram por erro no controle da força. Da região do saque até a rede há uma distância de 5 metros e da região do saque até o centro do alvo há uma distância de 10 metros. As bolas que atingirem a região do alvo terão um valor de seis pontos. As bolas que caírem dentro da quadra “B” e fora da região delimitada pelas linhas, terão um valor de quatro pontos. As bolas que passarem da rede e caírem fora da quadra terão um valor de dois pontos, e as bolas que não ultrapassarem a rede terão um valor de um ponto.
Figura 2: Ilustração do ambiente de prática para avaliação do saque do voleibol, com região de saque e pontuação adotada.
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL	
A oficina será composta de 4 fases: Pré-teste, fase de aquisição, pós-teste e retenção.
O pré-teste consistirá na execução de 5 saques por cima do vôlei, sem o fornecimento de CP, a partir da região marcada na quadra de voleibol.
A fase de aquisição será conduzida após um intervalo de 2 minutos do pré-teste e consistirá na execução de 60 tentativas, distribuídos em 3 blocos de 20 tentativas, com intervalo de 10 segundos entre cada tentativa e de 2 minutos ao final de cada bloco, descansando após a 20ª e 40ª tentativa. Nessa fase será fornecido CP, com a frequência de 100% previamente estabelecida.
O pós-teste será conduzido após um intervalo de 5 minutos e consistirá na execução de 5 saques por cima do vôlei, sem o fornecimento de CP.
E, por fim, o teste de retenção será conduzido após um intervalo de 20 minutos e consistira na execução de 5 tentativas do saque por cima do voleibol, sem o fornecimento de CP. 
DISTRIBUICAO RELATIVA DO FEEDBACK – CONHECIMENTO DE PERFORMANCE – CP
O CP será fornecido após cada execução, no decorrer das 60 tentativas.
OBS. O fornecimento de CP seguiu a sequência determinada na lista de checagem (Figura 3) e, no decorrer das tentativas, a progressão deve seguir o ritmo do aprendiz, ou seja, não se deve avançar ao item seguinte da lista, enquanto o anterior não estiver consistente.
LISTA DE CHECAGEM
Figura 3: Lista de checagem utilizada para a correção após o fornecimento do feedback.
ANALISE DOS DADOS
A análise dos dados, embora o objetivo do fornecimento de CP seja a melhora na qualidade do movimento, será utilizado os pontos obtidos no alvo de pontuação, partindo da hipótese de que a alteração no desempenho quantitativo (pontos) será reflexo da melhora qualitativa.
Resultados
FASE: PRÉ TESTE 
O sujeito na fase do Pré-Teste teve um certo declínio sobre pontuação. Na T1 houve pontuação máxima = 14, na T2 e T3= 8, e posteriormente nas tentativas finais T4 e T5 ocorreu de sua pontuação abaixar para 0.
FASE: AQUISIÇÃO
RESULTADO
Na fase aquisição o indivíduo obteve pontuação máxima em 6 tentativas nas quais foram a T8, T15, T16, T22, T23, T46, na qual a bola acertou o centro do alvo. Já em 28 tentativas de 60 no total da fase de aquisição o sujeito fez pontuação mínima 0, dessa forma não contabilizou pontuação.
FASE: AQUISIÇÃO (CP)
Na fase de aquisição com CP o indivíduo obteve pontuação máxima de 48,3% de CP12, cerca de 29 de 60 tentativas. Em outras tentativas ele não possuiu a mesma performance e acabou diminuindo para 10% cerca de 6 de 60 de CP6, na mesma fase de aquisição de CP houve uma queda e acabou realizando 11,7% de CP1, cerca de 7 tentativas de 60.
FASE: PÓS TESTE
Na fase Pós-Teste as tentativas começaram com um aproveitamento nulo, a pontuação nas T1, T2 e T3 foram zeradas, tendo uma melhora nas próximas duas tentativas que no caso se teve uma pontuação de 10.
FASE: RETENÇÃO 
Na fase de retenção, na T1, T2 obteve-se as maiores pontuações contabilizando 12 e 8 pontos cada tentativa. Nas demais tentativas o sujeito erra o alvo assim não atribuindo valor.
MÉDIA 
Na média das fases foi perceptível a crescente elevação na pontuação de acordo com a aceitabilidade da avaliada no alvo, desde pré-teste até o pôs teste, após o tempo de recuperação entre o pôs teste, teve uma melhora significativa, mas já na retenção apresentouum declínio, mas ficando a cima da média do pré-teste.
 
A pontuação total do pré-teste foi de 30 pontos com média de 0,5, já na fase de aquisição a pontuação total foi de 334 com média de 5,6, tendo um avanço de em média 5,1 pontos.
Na fase pós-teste obteve-se 48 pontos total com média de 9,6, elevando 4 pontos em comparação com a fase de aquisição. Na fase de retenção foi contabilizado 20 pontos no total com média de 4. Tendo uma queda considerável de 5,6.
CONCLUSÃO
Concluímos que o avaliado na fase pré-teste a postes-te, obteve uma gradativa evolução na pontuação, podemos atribui-la uma melhor performance, já que o avaliado não tinha experiência com a tarefa. Porém, na fase de retenção, onde não havia mais o feedback extrínseco, o desempenho despencou. Podemos entender a queda do desempenho por não existir o controle da performance, e não obrigando o avaliado utilizar do feedback intrínseco.
Mesmo que o desempenho esteja caído de produção, acreditamos que exista uma melhor performance no padrão de movimento, mas que também não foi mantido na fase de retenção. Oque indica que o método 100% não se mostra efetivo na aprendizagem da tarefa nesse experimento.

Continue navegando