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* Metalurgia Física dos Ferrosos Profa. Janaína Machado 2015-2 * Conceitos Básicos Aço Material metálico constituído essencialmente de: ferro + carbono contendo geralmente 0,008% até aproximadamente 2,11% de carbono, além de certos elementos residuais, resultantes dos processos de fabricação. Existem dois tipos fundamentais de aços: aço-carbono e aço-liga Aço carbono pode conter elementos como Si, Mn, Cu, Pb, B, Al. Outros elementos podem ser adicionados para melhorar sua usinabilidade como Se, Bi, Te, etc. Aços-liga são aços que possuem outros elementos de liga, como Ni, Cr e Mo, etc. * Ferro Fundido É um material metálico constituído essencialmente de ferro, carbono e silício com teores de carbono geralmente acima de 2%. Os cinco tipos de ferros fundidos comercialmente existentes são o Cinzento, Grafítico compacto, Dúctil, Branco e Maleável. Conceitos Básicos * No Brasil é usado o sistema de classificação da ABNT (NBR NM 87) basicamente o mesmo usado pelo AISI (American Iron and Steel Institute) e pela SAE (Society of Automotive Engineers: SAE J404). É um conjunto de especificações de aços que visa determinar as faixas de composição química dos mesmos, uniformizando o sistema de designação dos aços. Classifica os materiais através do uso de números para descrever a sua composição química. O número é composto por 4 dígitos. Os 2 primeiros indicam a família a qual o aço pertence, e os 2 últimos representam o % de carbono multiplicado por 100. Assim um aço 4340, é um aço da família 43, isto é, com 1,8% Ni, 0,80% Cr, 0,25% Mo e com 0,40% C. Sistema de Classificação dos Aços * Sistema de Classificação dos Aços Principais grupos de aços nas classificações dos sistemas normativos mais comuns Aços ao carbono Aços para construção mecânica - Aços para beneficiamento (ligados ou não) - Aços para cementação - Aços para molas - Aços para nitretação - Aços para rolamentos - Aços de corte livre (ou usinagem fácil) Aços para Ferramenta - Aços para trabalho a quente (AISI H) - Aços resistentes ao choque (AISI S) - Aços para trabalho a frio (AISI A, D, O ou W) - Aços para moldes de plásticos (AISI P) - Aços rápidos (AISI M ou T) Aços Inoxidáveis - Ferríticos - Austeníticos - Duplex - Endurecíveis por precipitação - Martensíticos Aços de alta resistência e baixa liga (ARBL) Fonte: Aços e ligas especiais (2006). * Sistema de Classificação dos Aços Classificação ABNT, excluindo aços ferramenta Aços carbono 10xx - Aço carbono 11xx - Aço carbono ressulfurado (corte fácil) 12xx - Aço carbono ressulfurado e refosforado (corte fácil) 14xx - Aço carbono com adição de Nb 15xx - Aço carbono com Mn > 1,0 Aços de baixa liga (construção mecânica) 13xx - Mn 1,75 41xx - Cr 0,50 ou 0,95, Mo 0,12 ou 0,20 23xx - Ni 3,5 43xx - Ni 1,80, Cr 0,50 ou 0,80, Mo 0,25 25xx - Ni 5,0 46xx - Ni 1,55 ou 1,80, Mo 0,20 ou 0,25 31xx - Ni 1,25, Cr 0,65 47xx Ni 1,05, Cr 0,45, Mo 0,20 33xx - Ni 3,50, Cr 1,55 48xx Ni 3,50, Mo 0,25 40xx - Mo 0,25 50xx Cr 0,28 ou 0,40 Fontes: Aços e ligas especiais (2006) e Composição química dos aços (1989). * Sistema de Classificação dos Aços Aços de baixa liga (construção mecânica) - continuação 51xx Cr 0,80 a 1,05 5xxxx Cr 0,50 ou 1,00 ou 1,45, C 1,00 61xx Cr 0,80 ou 0,95, V 0,10 ou 0,15 min 86xx Ni 0,55, Cr 0,50 ou 0,65, Mo 0,20 87xx Ni 0,55, Cr 0,50, Mo 0,25 92xx Mn 0,85, Si 2,00 93xx Ni 3,25, Cr 1,20, Mo 0,12 98xx Ni 1,00, Cr 0,80, Mo 0,25 Aços inoxidáveis (resistentes ao calor e à corrosão) 2xx Cr, Ni, Mo Austenítico 3xx Cr, Ni Austenítico 4xx Cr Ferrítico 4xx Cr Martensítico 5xx Baixo cromo (resistente ao calor) Fontes: Aços e Ligas Especiais (2006) e Composição Química dos Aços (1989). * Sistema de Classificação dos Aços ASTM American Society for Testing and Materials É um conjunto de normas americanas que especificam propriedades para os mais diversos materiais, além de como realizar testes para a verificação destas propriedades. No caso das normas de aços adotadas pelo GG, as mesmas definem propriedades mecânicas baseadas em uma determinada composição química. Ex: ASTM A-36, ASTM A-572, ASTM A-588 * Aciaria a Oxigênio 70,0%; Aciaria Elétrica 28,8%; Outros 1,2% Aspectos gerais sobre produção dos aços * “boom pó-guerra” Estagnação Crescimento acelerado da China Aspectos gerais sobre produção dos aços * (103 t) Brasil x Mundo Aspectos gerais sobre produção dos aços * Aspectos gerais sobre produção dos aços * Aspectos gerais sobre produção dos aços * Xangai 1987 Xangai 2013 * Consumo de aço per capita Aspectos gerais sobre produção dos aços * Parque Siderúrgico: 29 usinas distribuídas por 10 estados brasileiros, controladas por 11 grupos empresariais Região Sudeste: cerca de 94% da produção de 2011 Aspectos gerais sobre produção dos aços * Diagrama Ferro-Carbono * * * * * * L+Fe3C * * Ferro puro * * FERRO = FERRITA FERRO = AUSTENITA FERRO = FERRITA TF= 1538°C Nas ligas ferrosas as fases , e FORMAM soluções sólidas com Carbono intersticial CARBONO Ferro puro * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C Cementita: Carbeto de ferro (6,67% de C), estrutura cristalina ortorrômbica, muito dura e frágil. Composto intermetálico metaestável que permanece como composto indefinidamente a T amb, mas se decompõe após muitos anos em ferrita e grafite em T de 650º a 700°C * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C FERRO = FERRITA Estrutura= ccc Temperatura “existência”= até 912 C Fase Magnética até 770 C (temperatura de Curie) Solubilidade máx. do Carbono= 0,0218% a 727 C e 0,008% a T ambiente. FERRO = AUSTENITA Estrutura= cfc (tem + posições intersticiais) Temperatura “existência”= 912 -1394C Fase Não-Magnética Solubilidade máx. do Carbono= 2,11% a 1148C * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C FERRITA AUSTENITA * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C FERRO Estrutura= ccc Temperatura “existência”= acima de 1394C Fase Não-Magnética É a mesma que a ferrita Como é estável somente a altas temperaturas não apresenta interesse comercial Solubilidade máx. do Carbono= 0,09% a 1495 C(Maior do que no Ferro ) * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C Aço= 0,008 até 2,11% de Carbono Ferro Fundido= 2,11- 4,5% de Carbono Fe3C (CEMENTITA)= Forma-se quando o limite de solubilidade do carbono é ultrapassado (6,7% de C) * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C LIGA EUTÉTICA: corresponde à liga de mais baixo de fusão Líquido FASE (austenita) + cementita Temperatura= 1148 C Teor de Carbono= 4,3% As ligas de Ferro fundido de 2,1-4,3% de C são chamadas de ligas hipoeutéticas As ligas de Ferro fundido acima de 4,3% de C são chamadas de ligas hipereutéticas * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C LIGA EUTETÓIDE Austenita FASE (FERRITA) + Cementita Temperatura= 727 C Teor de Carbono= 0,77 % Aços com 0,02-0,77% de C são chamadas de aços hipoeutetóides Aços com 0,77-2,1% de C são chamadas de aços hipereutetóides * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C É similar ao eutético Consiste de lamelas alternadas de fase (ferrita) e Fe3C (cementita) chamada de PERLITA FERRITA lamelas + espessas e claras CEMENTITA lamelas + finas e escuras Propriedades mecânicas da perlita intermediária entre ferrita (mole e dúctil) e cementita (dura e frágil) * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C Reação eutetoide * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C Reação eutetoide * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C Aço hipoeutetoide Aço hipereutetoide * Ferro puro Considerações sobre o diagrama Fe-Fe3C * Ferro puro Exercícios de Fe-C 1. Para a temperatura ambiente e %C de 0,30%, calcular o % de ferrita, % de cementita e a quantidade de perlita (a quantidade de grãos de austenita que sofreu a transformação eutetóide). 2. Para a temperatura ambiente e %C de 0,77%, calcular o % de ferrita, % de cementita e a quantidade de perlita (a quantidade de grãos de austenita que sofreu a transformação eutetóide). 3. Para a temperatura ambiente e %C de 1,2%, calcular o % de ferrita, % de cementita e a quantidade de perlita * Ferro puro Exercícios de Fe-C Resolução 1 * Ferro puro Exercícios de Fe-C Resolução 2 * Ferro puro Exercícios de Fe-C Resolução 3 * Ferro puro * Ferro puro * Ferro puro * Ferro puro * Diagrama Fe-C Mudança de fases durante o resfriamento de um aço com 0,25% de C Pela regra da alavanca % de ferrita e %perlita são calculados. % de ferrita livre: % de perlita: * Diagrama Fe-C Assim uma aço com: 0,2%C apresentará: 25% de perlita e 75% de ferrita 0,4%C apresentará: 50% de perlita e 50% de ferrita 0,77%C apresentará: 100% de perlita De maneira inversa, se avaliarmos através da microscopia o teor de ferrita e perlita podemos estimar o teor de carbono do aço. Assim um aço com 40% de perlita e 60% de ferrita pela equação terá um % de C de 0,3. * Diagrama Fe-C AUSTENITA (do nome do metalurgista inglês Robert Austen) - Consiste em uma solução sólida intersticial de C (com até 2,11%) no ferro CFC. Em aços ao carbono e aços baixa liga só é estável acima de 727°C. Apresenta resistência mecânica em torno de 150 MPa e elevada ductilidade e tenacidade. A austenita não é magnética. FERRITA (do latim "ferrum")- Consiste em um a solução sólida intersticial de C (com até 0,022%) no ferro CCC. A ferrita é magnética e apresenta baixa resistência mecânica, cerca de 300 MPa, excelente tenacidade e elevada ductilidade. CEMENTITA (do latim "caementum")- Denominação do carboneto de ferro Fe3C contendo 6,7% de C e estrutura cristalina ortorrômbica. Apresenta elevada dureza, baixa resistência, baixa ductilidade e baixa tenacidade. PERLITA (nome derivado da estrutura da madre pérola observada ao microscópio)- Consiste na mistura mecânica das fases ferrita (88,5% em peso) e cementita (11,5% em peso) formada pelo crescimento cooperativo destas fases. Apresenta propriedades intermediárias entre a ferrita e a cementita dependendo do tamanho e espaçamento das lamelas de cementita. * Ferro puro * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C BHN – Britle hardness (dureza) YS – Yield Strenght UTS – Ultimate Tensile Strenght * Diagrama Fe-C Devido a influência do carbono sobre a dureza do aço, costuma-se considerar os seguintes aços ao carbono * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagrama Fe-C * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação Formas da perlita Resfriamento muito rápido da austenita até uma dada temperatura está indicado no segmento AB (vertical); Tratamento isotérmico nesta temperatura representado pelo segmento BCD (horizonta); A transformação da austenita em perlita inicia na interseção no ponto C (após cerca de 3,5 s) e termina após um tempo total de 15 s (ponto D). * Diagramas de Tranformação Formas da perlita Espessura das lamelas de ferrita e cementita dependerá da temperatura de transformação isotérmica. Em temperaturas imediatamente abaixo da temperatura eutetoíde são produzidas lamelas relativamente espessas tanto para ferrita quanto para cementita. Microestrutura conhecida como perlita grosseira Em temperaturas próximas a temperatura eutetóide, as taxas de difusão são relativamente elevadas Átomos de carbono podem se difundir ao longo de distancias relativamente grandes formação de lamelas grossas * Diagramas de Transformação Formas da perlita Com a diminuição da temperatura, taxa de difusão diminui Formação de lamelas finas * Diagramas de Transformação Formas da perlita * Diagramas de Transformação Formas da perlita * Diagramas de Transformação Formas da perlita * Diagramas de Transformação Formas da perlita * Diagramas de Transformação Formas da perlita * Diagramas de Tranformação Formas da perlita * Diagramas de Tranformação Formas da perlita * Diagramas de Transformação Formas da perlita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação Bainita * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Diagramas de Transformação * Kwietniewski, Fortis. Notas de aula da disciplina de Tratamentos térmicos I, Departamento de Metalurgia da UFRGS * * * * * * * *
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