Buscar

Direito Romano

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG
FACULDADE DE DIREITO
ALESSANDRO TÔRRES MOREIRA
HISTÓRIA DO DIREITO: DIREITO ROMANO
FRUTAL
2015
ALESSANDRO TÔRRES MOREIRA
TEMA: DIREITO ROMANO
Resumo
Resumo do tema - Direito Romano, apresentado ao curso de Direito da Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus Frutal.
Prof. Renato Bray
FRUTAL
2015
DIREITO ROMANO
	O conceito do Direito Romano trata-se de um conjunto de normas, regras jurídicas, vigentes em Roma, desde sua fundação (754/753 a.C. – século VIII a.C.) até a codificação de Justiniano (século VI d.C.), ou seja, nome que se dá ao conjunto de princípios, preceitos e leis utilizados na antiguidade pela sociedade de Roma e seus domínios. Neste longo período, o corpo jurídico romano constituiu-se em um dos mais importantes sistemas jurídicos criados desde sempre, influenciando diversas culturas em tempos diferentes. Durante estes quase 13 séculos, muitas foram as mudanças políticas, sociais e econômicas. Com estas mudanças, resulta a evolução e as crises de direitos. 
 	O sistema jurídico que vigorou, pode ser caracterizado principalmente pelo direito privado, que veio a ser conhecido posteriormente como “corpus juris civilis”, obra feita por uma comissão de juristas encomendada pelo Imperador Justiniano, uma compilação do Direito do período clássico romano e das constituições imperiais e que serve como material didático acessível aos estudantes e pesquisadores do Direito.
 	Em sua longa história, pode-se assinalar as seguintes fases como capitais no desenvolvimento e aperfeiçoamento do Direito Romano:
O Direito Romano na Realeza (753 a.C. a 510 a.C.) O Império Romano teve início com a fundação de Roma. O período histórico em que essa cidade foi governada por reis foi chamado de realeza. A religião tinha duas classes de deuses: uma inspirada na alma humana e a outra inspirada nos fenômenos naturais. Os poderes públicos eram exercidos pelo rei, pelo senado e pelo povo. A realeza teve como marco final a expulsão do último "rex", Tarquínio, o Soberbo. O estado ou governo romano era teocrático – o regente assumia uma posição de representante divino ou até mesmo atribuía a si mesmo uma natureza divina.
O Direito Romano na República (510 a.C. a 27 a.C.) houve a substituição do "rex" por dois comandantes militares. As classes sociais eram classe baixa e nobreza. A economia se baseava na mão-de-obra escrava. A organização política era composta por cônsules, pelo senado e pelo povo. O direito estava mais ligado aos costumes, lei e editos dos magistrados.
O Direito Romano no Alto Império (27 a.C. a 284 d.C.) é o período histórico 
que compreende o reinado de Augusto até a morte de Diocleciano. Os poderes 
públicos eram exercidos pelo imperador, ”consilium principis", funcionários imperiais, 
magistraturas republicanas, senado, comícios e pela organização das províncias.
O Direito Romano no Baixo Império (284 d.C. a 565 d.C.) ficou marcada pela monarquia absolutista. O fim dessa fase é marcado pela morte do Imperador Justiniano. Os poderes públicos eram exercidos pelo Senado, pelas magistraturas republicanas e pelo Imperador. Cristianização do Império, a decadência política e cultural, além disso, a fonte principal do direito era a constituição imperial.
	Partindo para a organização da sociedade, que pode ser considerada bem dividida, e a mesma era marcada pela detenção de direitos, que estavam sempre nas mãos dos patrícios. A sociedade romana era dividida em: patrícios, fundadores de Roma, considerados iguais; Plebeus eram imigrantes, escravos, estrangeiros, não tinham direitos; Cônsules foram patrícios escolhidos pelos mesmos, exerciam a função de governantes; Magistrados de Direito, conheciam os conflitos que existiam entre os indivíduos da sociedade romana, dava uma solução ao conflito, julgando-o, também chamados de pontífices; os Pretores, classificação dos magistrados romanos, sua função principal cuidar da primeira fase do processo entre particulares; Questores eram indivíduos semelhantes ao pretor, com funções de arrecadar tributos e fiscalizar o pagamento dos mesmos; o Censor, que obtinha informações sobre os demais, quem não se cadastrasse eram considerados escravos por sonegarem impostos; Jurisconsultos eram grandes estudiosos da regra de Direito, assemelhavam à figura do advogado na sociedade atual, e por fim, Edis Curuis eram encarregados do policiamento da cidade.
	É fato evidente e comprovado a presença de resquícios do Direito Romano em vários institutos jurídicos atuais. Sendo assim, é inegável que o nosso direito atual deriva do Romano. Diante disso, a influência pode ser perceptível em algumas medidas que ganharam adeptos ao longo do desenvolvimento da sociedade, como a criação da proteção a menores, indenizações por mortes e acidentes, para falso testemunho, o reconhecimento da liberdade e autonomia individuais, a extinção da discriminação social e religiosa do Direito, a proibição dos privilégios em lei, entre muitos outros legados, além de regulamentos dos direitos de crédito e direitos de posse e propriedade, que estão presentes no Código Civil atual. Ou seja, até mesmo nos dias atuais, os indivíduos usufruem de direitos e obrigações com clara contribuição justiniana. 
	A lei das Doze Tábuas reúne sistematicamente todo o Direito que era praticado na época, constitui a origem do direito romano, por isso, é uma temática que deve-se ser abordada com ênfase. Surgiu de uma longa luta de classes dos plebeus, que buscavam uma maior clareza jurídica e a igualdade dos direitos entre as classes. A luta se dava contra os patrícios – os únicos detentores do conhecimento jurídico até então. Os plebeus exigiram uma legislação mais clara, escrita e igualitária. As leis eram aplicadas na República pelos pontífices e representantes da classe dos patrícios que as guardavam em segredo. Em especial, eram majoritariamente aplicadas contra os plebeus. Por esse motivo,um plebeu de nome Trentílio propôs no ano de 461 a.C. que houvesse uma compilação e publicação de um código legal oficial. A iniciativa visava permitir que os plebeus também conhecessem as leis e impedir o abuso que era feito pelos pontífices e patrícios. A idéia de se criar uma lei oficial publicada foi recusada pelos patrícios durante muito tempo, já que tentaram manter o controle da população romana. Essa condição dava aos patrícios enorme poder de manipulação e repressão aos plebeus. Somente em 451 a.C. que um grupo formado por 10 homens foi reunido para preparar o projeto oficial. Assim, se formaram as 12 tábuas, nome utilizado justamente porque as leis foram publicadas em doze tabletes de madeira, os quais foram afixados no Fórum Romano para que todos pudessem ler.
	Ela contém uma série de definições sobre os direitos privados e procedimentos, considerando família e rituais para negócios formais. O texto oficial foi perdido junto com diversos outros documentos quando gauleses colocaram fogo em Roma em 390 a.C. Hoje, tem-se o conhecimento apenas através de fragmentos obtidos através de versões não oficiais e citações feitas por outros autores.
	O conteúdo do código foi reconstituído pelos historiadores com as informações que foram encontradas. Sabe-se que a Lei das Doze Tábuas versava sobre organização e procedimento judicial, normas para inadimplentes, poder pátrio, sucessão e tutela, propriedade, servidões, delitos, direito público e direito sagrado e assuntos complementares. Apesar da legislação das tábuas ter um fim igualitário, as discriminações sociais não foram abolidas, como a proibição do casamentos entre patrícios e plebeus, por isso, não estaria assegurada a certeza jurídica desejada.
	Assim, como as leis que existiam anteriormente, o código oficial publicado combinava penas rigorosas com procedimentos severos. A Lei das Doze Tábuas diz muito sobre a sociedade e os métodos judiciais dos romanos, mas vai muito além disso, os tabletesde madeira representaram o primeiro documento legal a oficializar o Direito Romano de onde se estruturam todos os corpos jurídicos do Ocidente.
	Outra questão que merece destaque é o "Direito Familiar Romano". O Pátrio poder, o pai tinha poder quase absoluto sobre as pessoas e coisas (escravos e animais) que dele dependiam, até a sua morte ou até que ele os libertasse ou vendesse (escravos). Influenciou de forma direta nas normais éticas, sociais e jurídicas da atualidade, onde o pai apresentava-se como chefe de família. O nascimento, era um fato mais sociológico do que biológico, crianças eram rejeitadas ao nascer se tivessem deficiências e o bebê só era considerado filho quando o pai o tomava nas mãos e o levantava simbolizando sua aceitação. Enquanto no casamento, era considerado um ato privado, proibido aos escravos, a relação familiar se processava através da relação do chefe de família com todos os que estavam sob o seu pátrio poder.
	A propriedade no Direito Romano havia alta valorização, considerado direito legalmente reconhecido de uso, algo que deveria ser desfrutado, disposição de uma coisa possuída, haviam dispositivos para proteção da posse e da propriedade. Inicialmente, o titular da propriedade familiar era o chefe de família "pater famílias", detentor do pátrio poder. Entretanto, com o passar dos anos, surgiu a propriedade individual.
	A partir de toda pesquisa sobre o Direito Romano, notam-se contribuições das XII Tábuas, que corroborou para o surgimento da plebe rica como uma nova classe social, que passou a comprar votos em assembléias, aliando-se a aristocratas, a isonomia (tratamento dos iguais) que foi se adequando à sociedade, a valorização da democracia, rompimento com a tradição do Direito privado e tradições familiares para tornar o Direto público e conhecido. O direito dos indivíduos passou a ser considerado uma concessão do Estado. Os plebeus passaram a ascender cargos públicos. Os romanos tiveram influência dos gregos, principalmente do pensamento de Sólon. Direito costumeiro, reconhece que nem sempre a norma precisa ser escrita, cedeu lugar à lei escrita. Os romanos eram considerados mais práticos, enquanto os gregos mais especulativos. Tibério Graco propôs a divisão de terras dos ricos e o controle de lotes do Estado, estatizou e publicou as propriedades privadas. O Senado, diante desse cenário, reage violentamente e Graco é assassinado. Quando Caio Graco assume o poder, é exilado por se interferir nos assuntos do Estado. Apesar do momento conturbado e impasses políticos, Roma continuou a conquistar territórios e o imperialismo é a decisão para fazer valer a hegemonia da cultura e da economia.
BIBLIOGRAFIA
Cláudio de Cicco – História do Pensamento Jurídico e da Filosofia do Direito
ALVES, J.C. M. – Direito Romano; Editor Borsoi, vol. 1, c. XVII E XVIII.
Júnior, J. Cretella – Curso de Direito Romano, Ed. Forense
MACIEL, José Fábio Rodrigues. História do Direito: Direito Romano, Justiniano

Continue navegando