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CBBASICA 01Apostila Capitulo I II III IV e V

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UNINORTE – LAUREATE
Curso de Ciências Contábeis
Apostila de Contabilidade Básica
UNIDADE I - NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Introdução
Desde os primórdios da Civilização, vem o homem valendo-se de registros para fixar, em determinado instante, o "quantum" de sua riqueza.
Somente nos meados do Século XIII, no entanto, é que esses registros passaram a obedecer a um determinado método de escrituração: o método das partidas dobradas, que deu origem ao atual sistema contábil. Seu precursor foi o Frade Luca Pacioli, que, em 1494, com base nos registros comerciais então adotados pelos negociantes de Veneza, o formulou e deu divulgação.
Esse método tem como vantagem insuperável a escrituração simultânea, no débito e no crédito, das alterações do patrimônio. A sistematização dessa forma de escrituração trouxe como resultado o surgimento de uma nova ciência, a Contabilidade.
Em torno dessa ciência, porém, formaram-se várias correntes doutrinárias, cada uma delas procurando conceituá-la sob determinados aspectos. Algumas, até, resumiam o seu objeto não no patrimônio, mas nas contas, nas relações jurídicas, no controle ou na administração da "azienda".
A História da Contabilidade
A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e, durante um longo período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas específicas, que se foram aperfeiçoando e especializando, sendo algumas delas aplicadas até hoje.
Não obstante a origem milenar da contabilidade, identificada por historiadores como praticada em tempos remotos da civilização, embora de forma rudimentar e não sistematizada.
O homem enriquecia, e isso impunha o estabelecimento de técnicas para controlar e preservar os seus bens. Aí se inicia a história da contabilidade, que segundo alguns historiadores e estudiosos, se divide em quatro períodos:
Contabilidade do Mundo Antigo – período que se inicia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Líder Abaci, da autoria de Leonardo Pisano.
A Contabilidade empírica, praticada pelo homem primitivo, já tinha como objeto, o Patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.
Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos.
O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adaptado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie.
As primeiras escrituras contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem conseguiu fazer os seus primeiros desenhos e gravações.
Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos. 
Os sumero-babilônios, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas. 
Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes. 
Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. O nome da conta, "Matrizes”, por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à "Aplicação", se pudesse demonstrar, também, a sua "Origem”. 
Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico que aparece no livro Gênesis, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos. 
O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos e "Selos de Sigilo”. Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos sofreram nova sintetização, agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço anual. 
Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, aplicando-se, empiricamente, o Princípio da Competência. Reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa. 
Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo. 
A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventário  revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros. 
As "Partidas de Diário” assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas.   
Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias", "Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc. 
Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "Shat". Era a adoção, de maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário.
Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e bancária. 
Quanto aos romanos, a documentação neste período é quase inexistente.
Contabilidade do Mundo Medieval – período que vai de 1202 da Era Cristã Até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos.
Na Itália, em 1202, foi publicado o livro Liber Abaci, de Leonardo Pisano. 
Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. 
Se os sumero-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita. 
Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a "Era Técnica”, devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros. 
A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como consequência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas. 
O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a consequência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalhoassalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa. 
No final do século XIII, apareceu pela primeira vez a conta "Capital”, representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária. 
O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos. 
No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial.
Contabilidade do Mundo Moderno – período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra “La Cntabilità Applicatta Amministrazioni Private e Pubbliche”, da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria.
O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período:
Em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para Itália;
Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus;
Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Américas , onde se radicaram e iniciaram nova vida.
A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.
FREI LUCA PACIOLI. 
Escreveu Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. 
Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração. 
Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV. 
O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e "Dano”; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc. 
Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adotada: 
"Per”, mediante o qual se reconhece o devedor; 
"A” , pelo qual se reconhece o credor. 
Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje. 
A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. 
Contabilidade do Mundo Científico – Período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.
O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche”, inicia a nova fase; e Fábio Besta, escritor veneziano. 
Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Besta. 
Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos. 
Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A contabilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809.
A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombardia, terra natal do autor. Além do prémio, Villa teve o cargo de Professor Universitário. 
Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administradas, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista.
Foi o inicio da fase científica da Contabilidade. 
Fábio Besta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou muito perto de definir Patrimônio como objeto da Contabilidade. 
Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Besta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu Patrimônio como objeto da Contabilidade.  O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão. 
Os defeitos da escola Européia teve como base, como vimos, o peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão á pesquisa séria de campo e de grupo. 
A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se  a fase de predominância norte-americana dentro da Contabilidade. 
O Desafio da Terminologia
A terminologia é um dos desafios dos que iniciam o estudo da contabilidade, pois pode, num primeiro momento, dificultar o entendimento da matéria.
Na Língua Portuguesa encontramos palavras que, dependendo do ponto de vista, assumem significados diversos. A palavra “ativo”, por exemplo, poderá significar coisas diferentes, dependendo do setor de atuação no qual será empregada. Há casos em que dezenas de palavras podem ser utilizadas para significar a mesma coisa. Por exemplo, de acordo com o Novo Aurélio da Língua Portuguesa: Século XXI (São Paulo, Nova Fronteira, 1999), há mais de 20 maneiras diferentes de se dizer “ideia”.
Assim, é comum encontrarmos, em toda profissão, um conjunto de palavras cujo significado seja específico para aquela área de trabalho.
A contabilidade também possui vocabulário próprio e, em muitos casos, alguns termos, palavras ou expressões também são usados na nossa linguagem comum. Contudo, nem sempre significam a mesma coisa.
As palavras que mais perturbam os estudantes contabilistas, principalmente os iniciantes, são débito e crédito.
Débito, na nossa linguagem comum, significa “situação negativa, desfavorável”;ou “saldo negativo na conta bancária”; ou “estar em falta com alguém” etc. Na terminologia contábil, essa palavra pode ter esses mesmos significados ou até mesmo representar uma situação positiva.
Crédito, no dia a dia, emprega-se para “situação positiva, favorável”; ou “saldo positivo na conta bancária”; ou “ter crédito no mercado” (“possibilidade de poder comprar a prazo”, “ter nome limpo na praça”) etc. Na terminologia contábil emprega-se da mesma forma, mas também pode corresponder a uma situação negativa.
Não é fácil para quem inicia o estudo da contabilidade concordar que em determinado momento “débito” represente algo positivo, favorável, uma vez que, em seu cotidiano, essa palavra nunca assuma esse significado.
Portanto, para que se possa entender com facilidade não só o mecanismo do débito e do crédito, que representa a essência da contabilidade, mas também todo o processo contábil, é preciso ter noção de que algumas palavras ou expressões do cotidiano podem ter significados diferentes quando utilizados nesse estudo.
Veja outros exemplos da terminologia contábil: empresa, capital, imóveis, legalização da empresa, personalidade jurídica, pessoa jurídica, móveis e utensílios, mercadoria, compra e venda, à vista e a prazo, obrigação, direito, saldo, estoque, lucro, prejuízo, patrimônio, fornecedor, cliente, fato, ato, Diário, Razão, Caixa etc.
Se, por ventura, alguma explicação não for compreendida, procure verificar se a dificuldade está no significado de algum vocábulo que faz parte da terminologia contábil. Analise-o a partir do contexto do tema tratado.
Para facilitar e orientar os estudos, quando termos ou expressões de contabilidade forem apresentados no texto, serão devidamente explicados, a fim de facilitar o entendimento.
Conceito
Dentre os vários conceitos de contabilidade destacamos o principal deles que foi definido no 1° Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 24de agosto de 1924 na Cidade do Rio de Janeiro, e de outros autores ilustres, conforme abaixo:
"Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativas aos atos e fatos da administração econômica" (1º CBC).
“Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização” (IBRACON).
“Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do Patrimônio da empresa” (Contabilidade Fácil, Osni M. Ribeiro).
“Contabilidade é uma ciência que desenvolveu uma metodologia própria com a finalidade de controlar o Patrimônio, apurar o rédito (resultado) das atividades das aziendas e prestar informações às pessoas que tenham interesse na avaliação da situação patrimonial e do desempenho dessas entidades” (Contabilidade Básica, Paulo Viceconti e Silvério das Neves). 
“Ciência destinada a estudar e controlar o patrimônio das entidades, do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e qualitativo e as variações por ele sofridas, com o objetivo de controlar o patrimônio e a finalidade de fornecer informações sobre o estado patrimonial e suas variações em determinado período.” (Hilário Franco)
Objeto, Objetivo e Finalidade da Contabilidade.
A contabilidade é a ciência que tem como:
Objeto – O Objeto da Contabilidade é o Patrimônio das Entidades econômico-administrativas;
Objetivo – O Objetivo da Contabilidade é o estudo e o controle do Patrimônio; e
Finalidade – A finalidade da Contabilidade é a de fornecer informações sobre a composição e variação do Patrimônio aos usuários da contabilidade através das demonstrações financeiras ou patrimoniais dessas entidades.
Técnicas Contábeis
São técnicas contábeis: Escrituração, Demonstrações Contábeis, Auditoria e Análise de Balanço.
Escrituração – É o registro sistemático, em livros próprios, de todos os fatos administrativos que modifiquem o patrimônio. Registros estes efetuados a partir de documentos idôneos como contas, recibos de aluguel, notas fiscais etc... A escrituração inicia-se pelo livro DIÁRIO. Não se pode escriturar nada nos livros contábeis sem que documentos idôneos comprovem que aquilo que está sendo registrado é verdadeiro.
Demonstrações contábeis – São extratos gráficos de situações estáticas do patrimônio ou parte específica do patrimônio relativo a determinado lapso de tempo.
Auditoria – Técnica especializada da contabilidade que consiste em verificar através de métodos próprios, a confiabilidade das informações pela verificação da lisura, idoneidade e veracidade dos registros.
Análise de Balanço – É a técnica especializada da contabilidade que busca, através de índices de análise em Demonstrações Contábeis de períodos consecutivos, verificar o desempenho operacional e situação de solvência da empresa.
Campo de Aplicação
O campo de aplicação da contabilidade se estende a todas as entidades que possuam patrimônio, sejam físicas ou jurídicas, com ou sem fim lucrativo, estas entidades são consideradas unidades econômico-administrativa, cujos objetivos podem ser sociais e/ou econômicos e de acordo com a atividade, como por exemplo:
- Contabilidade Comercial e de Serviços;
- Contabilidade de Custos;
- Contabilidade Industrial;
- Contabilidade Bancária;
- Contabilidade Pública;
- Contabilidade Agropecuária;
- Contabilidade Securitária;
- Contabilidade das Pessoas Físicas; 
- Contabilidade do Terceiro Setor.
Com relação ao fim a que se destinam, as entidades econômico-administrativas podem ser:
a)Entidades com fins econômicos: chamadas empresas, visam lucro.
b)Entidades com fins socioeconômicos: chamadas de instituições, visam reverter seus resultados em benefício de seus integrantes (associações, sindicatos etc.);
c)Entidades com fins sociais: não têm fins lucrativos, se destinam a um fim em prol do interesse coletivo (Entes Federados, ONG's, etc.).
“Azienda” é uma palavra italiana que corresponde a “fazenda”, e etimologicamente significa “coisa a fazer”, em geral, negócios, ocupações, afazeres: complexo de Obrigações, Bens Materiais e Direitos que constituem um patrimônio, representado em valores ou como objeto de apreciação econômica, considerado juntamente com a pessoa natural ou jurídica que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade, ou seja , Azienda = Patrimônio + Administração e Disponibilidade.
Esse conceito já está superado e apresentamos apenas para seu conhecimento, levando em conta que organizadores de concursos mais conservadores costumam incluí-lo em algumas provas.
A palavra “azienda”, na literatura contábil brasileira, está em desuso e vem sendo substituída por “entidade econômico-administrativa”. 
Usuários da Contabilidade
Os usuários da Contabilidade são as pessoas físicas ou jurídicas que tenham interesse na avaliação da situação patrimonial da entidade. Tais como:
Sócios, Acionistas e Investidores.
Como estas pessoas são interessadas, preliminarmente, na rentabilidade e segurança de seus investimentos, necessitam, por exemplo, das seguintes informações:
a) qual a taxa de lucratividade propiciada ao seu investimento na empresa?
b) a empresa oferece, a médio e longo prazo, perspectivas de rentabilidade e segurança para o investimento?
c) existe alternativa mais adequada para o investimento?
Emprestadores de Dinheiro (Bancos, Financeiras, etc.)
Os emprestadores de dinheiro basicamente desejam as mesmas informações acima discriminadas, porém, analisam mais fria e profundamente as informações contábeis.
Administradores, Diretores e Executivos.
O interesse destas pessoas atinge grau mais profundo de análise e freqüência. Ocorre que tais pessoas são responsáveis pelas tomadas de decisões que visam principalmente o futuro da empresa. Mas para proceder desta forma, é indispensável conhecer oque aconteceu no passado e o que acontece no momento.
Convém salientar que as informações fornecidas pela Contabilidade não se limitam às Demonstrações Financeiras elaboradas ao final de cada exercício social. 
Além desses demonstrativos básicos e finais de um período administrativo, a Contabilidade fornece um fluxo contínuo de informações, abrangendo vários aspectos da gestão financeira e econômica da sociedade.
Obs.: Alguns autores dividem a Contabilidade em dois grandes ramos:
a) Contabilidade Financeira, cujos relatórios básicos são o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (mais utilizado pelos agentes externos da sociedade);
b) Contabilidade Gerencial, mais analítica, incluindo em seu campo a Contabilidade de Custos, visando principalmente à administração da sociedade.
Governo 
É baseado em informações contábeis, em parte, que o Governo traça a política tributária.
Pessoas Físicas
O controle das receitas (rendimentos) e despesas é indispensável para à declaração de ajuste anual, para fins de Imposto de Renda.
Pessoas Físicas e Jurídicas
Pessoa Física (ou Natural)
É a pessoa natural, ou seja, o ser humano (homem ou mulher). De acordo com o art. 2º do novo Código Civil (Lei nº. 10.406/2002), em vigor desde 11.01.03, a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Pessoa Jurídica (ser de existência Abstrata)
É a unidade jurídica resultante de um agrupamento humano organizado, estável, objetivando fins de utilidade pública ou privada, inteiramente distinta dos indivíduos que a compõem, capaz de possuir e exercitar direitos e contrair obrigações.
Exemplos: associações e sociedades empresárias (empresas).
Organização da Pessoa Jurídica
Atualmente, as empresas (pessoas jurídicas) são organizadas sob duas formas básicas:
A antiga “empresa individual” (quando a empresa “tem um único proprietário”) que, atualmente, de acordo com o novo Código Civil, é denominado simplesmente “empresário”;
As sociedades empresárias, de modo geral (quando a empresa “tem dois ou mais proprietário”).
Tipos de Sociedades Empresárias
De acordo com o direito empresarial os tipos de sociedades empresárias são os seguintes:
Sociedade em Nome Coletivo (N/C);
Sociedade em Comandita Simples (C/S);
Sociedade em Comandita por Ações (C/A); 
Sociedade em Conta de Participação (C/P);
Sociedade Limitada (Ltda.) e,
Sociedade Anônima ou Companhia (S/A). 
Nascimento das Pessoas Físicas ou Jurídicas:
Pessoa Física:
De fato - através do parto;
Legal - através do registro no Cartório Civil de Pessoas Físicas;
 Pessoa Jurídica:
De fato - pelos atos praticados pelo comerciante de bens e/ou serviços;
Legal - através do registro no órgão competente.
Órgão Competente para o Registro:
Sociedades Empresárias e Empresários:
Comercial e/ou industrial - Junta Comercial;
Prestadora de serviços - Cartório Civil de Pessoas Jurídicas, anexo ao Cartório de Títulos e Documentos;
Alteração Contratual - requer prévio registro da alteração do Contrato Social ou Estatuto Social na Junta Comercial ou no Cartório de Títulos e Documentos.
Motivo do Registro - para que a alteração provoque efeitos legais (tenha existência no campo jurídico).
Transformação de uma Pessoa Jurídica
A transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro (art. 220 da Lei n° 6.404/76). Ex. de uma sociedade limitada para uma S/A. 
A transformação obedecerá aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a ser adotado pela sociedade (parágrafo único do art. 220 da Lei n° 6.404/76).
A transformação não prejudicará os direitos dos credores, que continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia (art. 222 da Lei 6.404/76).
A falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação e somente a estes beneficiará (parágrafo único do art. 222 da Lei 6.404/76).
Incorporação de uma Pessoa Jurídica
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (art. 227 da Lei n° 6.404/76).
A pessoa jurídica incorporada deve levantar balanço, determinar o lucro real e apresentar declaração de rendimentos conforme previsto na legislação (IN-SRF nº. 11/86, item 5).
Fusão entre Sociedades
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (art. 228 da Lei n° 6.404/76).
Cisão de uma Sociedade
A cisão é a operação pela qual a sociedade transfere parcela do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a sociedade cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (art. 229 da Lei n° 6.404/76).
A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá as disposições sobre incorporação (§ 3° do art. 229 da Lei n°6.404/76); nas operações em que houver criação de sociedade serão observadas as normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo (§ 1°, art. 223 da Lei n° 6.404/76).
Cisão Parcial:
Cisão Total:
Mercado de Trabalho do Contabilista
A profissão de Contador é hoje uma das mais promissoras, pois abre um leque muito grande no mercado de trabalho e sua valorização junto à sociedade está cada vez mais alta. 
Temos duas categorias: 
Técnicos em Contabilidade - categoria em extinção em virtude de não mais existir os Cursos ao nível de ensino médio profissionalizante;
Contadores - que são os Bacharéis em Ciências Contábeis. 
Tanto o técnico em contabilidade como o contador são chamados de contabilistas, e ambos legalmente podem ser responsáveis pela contabilidade das entidades. Entretanto, o contador está legalmente habilitado a exercer algumas atividades não cabíveis ao técnico em contabilidade. Essas atividades são:
Auditoria - exame e verificação da exatidão dos procedimentos contábeis;
Perícia Contábil - investigação contábil de pessoas físicas ou jurídicas, motivada por uma questão judicial (solicitada pela justiça);
Enganam-se quem julga que contabilidade é um luxo, ou algo burocrático para atender a legislação fiscal ou societária. É muito mais que isto: é uma ciência, e como tal, contribui para o aprimoramento de nossa sociedade. 
A contabilidade é uma enorme fonte de registro, interpretação e informação de dados empresariais, governamentais e de entidades do terceiro setor. Sua utilidade social é bem expressa pelo então presidente da França, Jacques Chirac, em seu discurso na sessão plenária de encerramento do XV Congresso Mundial de Contadores, em 1997: 
"... A profissão contábil desempenha um papel fundamental na modernização e internacionalização de nossa economia. Isso porque vocês não se restringem a cuidar de contas. Vocês são conselheiros e, às vezes, confidentes das administrações de companhias, para que têm um importante papel a desempenhar, especialmente em assuntos sociais e tributários. Vocês orientam pequenas e médias empresas e sua administração, simplificando as alternativas, que ainda são demasiado complexas. Vocês desempenham, portanto, um papel no desenvolvimento das possibilidades de emprego, o que merece um especial registro de reconhecimento...". 
Nós, contabilistas, servimos à sociedade, aos empresários, às entidades sociais, culturais e filantrópicas, aos governos (federal, estaduais e municipais), aos investidores, ao judiciário. Somos mais de 300.000 somente no Brasil (dados do Conselho Federal de Contabilidade) – se bem que ainda não tivemos um justoreconhecimento de nossos relevantes serviços, pela sociedade como um todo. 
O contabilista pode atuar em várias frentes profissionais, além da própria gestão contábil de empresas, entidades públicas e não-governamentais, especializando-se em várias áreas, como: 
1. Perícia Contábil – cada vez mais as sentenças judiciais e arbitrais buscam estar pautadas em laudos técnicos de especialistas contábeis já que estes propiciam o rigor de investigação, a independência e a confiabilidade de cálculos e opiniões sobre controvérsias como apuração de haveres, lucros cessantes, impugnações fiscais e avaliação de patrimônio líquido.
 2. Auditoria: O profissional com formação acadêmica em Ciências Contábeis - Ensino Superior, inscrito no CRC (após exame de suficiência) poderá auditar  e emitir o parecer de entidades como: 
- Companhias que tenham suas ações negociadas em Bolsa de Valor (as chamadas de Capital Aberto).
- Instituições financeiras (Bancos, Seguradoras, Consórcios, Corretoras de Títulos e Valores, as quais são regulamentadas e fiscalizadas pelo Banco Central e SUSEP).
- Planos de saúde, regulamentados pela ANS.
- Sociedades sem fins lucrativos, a partir de determinado  valor de arrecadação.
As entidades acima só podem ser auditadas por Contador, inscrito na CVM - Comissão de Valores Mobiliários. 
3. Fiscal: a fiscalização de contribuintes ou de contas de entes públicos é uma atividade complexa e extremamente técnica – com certeza o contabilista é o profissional mais adequado para realizar tais labores, já que possui um amplo leque de conhecimentos específicos (como domínio simultâneo das normas contábeis, fiscais, trabalhistas, previdenciárias, societárias e administrativas).
4. Gestão de Empresas – esta não é uma atividade restrita a administradores, já que os contabilistas são conhecedores profundos de finanças, custos e fluxo de caixa, e têm colocado suas capacidades à frente de grandes empreendimentos.
5. Gestão Pública – esta área, tão carente de profissionais idôneos e tecnicamente à altura de um grande país como o Brasil, pode ser incrivelmente melhorada com a utilização das capacidades profissionais e criativas dos contabilistas. Sonho com o dia em que o Presidente da República seja um profissional contábil que tenha grande respeito pelas finanças públicas, profundos conhecimentos em orçamento e repudie as gastanças, corrupção e desperdícios do dinheiro público.
6. Atuarial - parte da estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo de seguros. Na terminologia técnico-comercial, ATUÁRIO designa o contabilista especializado na contabilidade e na técnica dos seguros (previdenciários, patrimoniais e riscos complexos).
7. Consultoria – há contabilistas que adquirem experiências específicas em determinados ramos de atividades (como planejamento tributário), e podem oferecer aos 3 setores da sociedade (iniciativa privada, governos e ONG´s) um leque de soluções para as complexas questões sociais, orçamentárias e de mercado a que tais entes se defrontam no dia a dia.
8. Pesquisa – periodicamente, recebo pedidos de várias pessoas, solicitando obras tão diferentes como Contabilidade Pública ou Contabilidade Internacional. Um pesquisador contábil pode estabelecer-se como um escritor de tempo integral, e deixando um nobre legado de pesquisas e conhecimentos para muitas gerações. Esta é minha atividade há mais de 6 anos – sou autor de mais de 30 obras diferentes e espero ainda contribuir mais com o conhecimento contábil e de áreas correlatas.
 9. Ensino – universidades e centros de atualização profissional necessitam de ótimos professores, com profundos conhecimentos contábeis, para formação de novos profissionais e aprimoramento de outros, em dezenas de disciplinas como Contabilidade Rural, Contabilidade de Custos ou Orçamento Público.
A todos os colegas de profissão: continuemos nosso empenho profissional, brevemente seremos mais reconhecidos – isto é apenas uma questão de tempo! 
A todos estudantes (ou futuros) universitários da área contábil: você escolheu bem, e tenho certeza que você virá a contribuir com uma sociedade mais dinâmica e, quem sabe, com um Brasil melhor, sem corrupção e desmandos de nossos governantes!
Funções da Contabilidade
Função Administrativa da Contabilidade
A função administrativa da Contabilidade é CONTROLAR O PATRIMÔNIO
Função Econômica da Contabilidade
A função econômica da Contabilidade é apurar o RESULTADO (RÉDITO)
*RESULTADO - diferença entre o valor das receitas e o valor das despesas. O Resultado pode ser:
a) Positivo ou Lucro - ocorre quando o valor das Receitas é superior ao valor das Despesas;
b) Negativo ou Prejuízo - ocorre quando o valor das Receitas é inferior ao valor das Despesas;
c) Nulo - ocorre quando o valor das Receitas é igual ao valor das Despesas.
RECEITAS - são entradas de elementos para o Ativo da empresa, na forma de bens ou direitos que sempre provocam um aumento da situação líquida.
DESPESAS - são gastos incorridos para, direta ou indiretamente, gerar receitas. As despesas podem diminuir o Ativo e/ou aumentar o Passivo Exigível, mas sempre provocam diminuições na Situação Líquida ou Patrimônio Líquido.
CUSTOS - são gastos relacionados à atividade de produção, ou seja, são os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens e serviços numa empresa industrial ou prestadora de serviços. No caso de empresa comercial, o custo diretamente ligado à venda da mercadoria denomina-se Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).
UNIDADE II - PATRIMÔNIO
Patrimônio
É um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa física ou jurídica ou a uma entidade.
* BENS - tudo o que pode ser avaliado economicamente e que satisfaça necessidades humanas.
Podemos classificar os bens em:
• tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais;
• intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais.
Bens Tangíveis, Corpóreos, Concretos ou Materiais.
Características: têm existência física; existem como coisa ou objeto.
Por sua vez, dividem-se em:
Bens móveis – os que podem ser removidos do seu lugar.
Bens imóveis – os que não podem ser deslocados de seu lugar.
Exemplos:
• Numerários: dinheiro;
• De venda (troca): mercadorias em estoque;
• Fixos ou imobilizados (uso): representam os bens duráveis, com vida útil superior a l ano: imóveis, veículos, máquinas, instalações, equipamentos, móveis e utensílios etc.;
• De renda: não destinados aos objetivos da empresa, destinados à renda ou aluguel;
• De consumo: representam os bens não duráveis ou que são gastos ou consumidos no processo produtivo, depois de consumidos, representam despesas: combustíveis e lubrificantes, material de escritório, material de limpeza etc.
Atenção:
Para classificar corretamente um bem, devemos conhecer:
A atividade da pessoa jurídica (comercial, industrial ou prestadora de serviços);
A especificação técnica do bem;
A utilidade dada ao bem (para venda, consumo ou uso); caso seja para uso, verificar se representa bem durável ou não.
Bens Intangíveis, Incorpóreos, Abstratos Ou Imateriais
Características: não possuem existência física, porém, representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da empresa, e cujo valor reside em direitos de propriedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores.
Exemplos: marcas e patentes, direitos autorais, ponto comercial, fundo de comércio, ações ou quotas do capital de outras empresas, etc.
* DIREITOS - valores a serem recebidos de terceiros por vendas a prazo ou valores de propriedade da entidade que se encontram em posse de terceiros.
Exemplos: duplicatas a receber, clientes, contas a receber, títulos a receber, notas promissórias a receber, dinheiro depositado no Banco, aplicações financeiras, impostos a recuperar, contribuições a recuperar etc.
* OBRIGAÇÕES - são dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos peranteterceiros, ou bens de terceiros que se encontram emposse (uso) da entidade.
Exemplos: duplicatas a pagar, fornecedores, contas a pagar, títulos a pagar, notas promissórias a pagar, impostos a recolher, contribuições a recolher etc.
Representação Gráfica do Patrimônio
O Patrimônio é representado por meio de um gráfico em forma de “T”.
Na representação gráfica apresentada temos:
Do lado esquerdo, os Bens e os Direitos, que formam o grupo dos ELEMENTOS POSITIVOS, que são denominados componentes ATIVO (Patrimônio Bruto).
Do lado direito, as Obrigações, que formam o grupo dos ELEMENTOS NEGATIVOS, que são denominados componentes PASSIVO (Passivo Exigível).
Aspectos Quantitativo e Qualitativo do Patrimônio
Aspecto qualitativo
Este aspecto consiste em qualificar o Patrimônio (Bens, Direitos e Obrigações). Como abaixo:
Aspecto quantitativo
Este aspecto consiste em mensurar o Patrimônio (Bens, Direitos e Obrigações). Como abaixo:
Situações Líquidas Patrimoniais
Situação Líquida Patrimonial (SL) ou Patrimônio Líquido (PL) é a diferença entre o Ativo (Bens e Direitos) e o Passivo Exigível (Obrigações). Esse novo grupo, que se chama Patrimônio Líquido, juntamente com os Bens, com os Direitos e com as Obrigações, completará a já conhecida representação gráfica do Patrimônio, permitindo que o total do lado esquerdo seja igual ao total do lado direito, dando-lhe forma de equação.
O Patrimônio Líquido representa as obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos bens e direitos (Ativo) e o valor das obrigações com terceiros (Passivo Exigível). Esta parte diferencial (PL/SL) é que vai medir ou avaliar a situação ou condição da Entidade, sendo, portanto, considerado como Passivo Não-Exigível.
O Patrimônio Líquido de uma entidade pode ser proveniente das seguintes fontes:
Investimentos - Efetuados pelos proprietários em troca de ações, quotas ou outras participações.
Lucros - Acumulados na entidade como fonte (adicional) de financiamento
Equação Patrimonial
A representação quantitativa do patrimônio de uma entidade é conhecida pela expressão “Balanço Patrimonial”:
PL / SL = A - PE
Onde: 		A = Ativo;
PE = Passivo Exigível;
PL = Patrimônio Líquido;
SL = Situação Líquida.
Na maioria das empresas comerciais, o Ativo (Bens e Direitos) suplanta o Passivo Exigível (obrigações). Assim, a representação mais comum do patrimônio de uma empresa comercial assume a forma:
PL/SL = A - PE => 5.100,00 – 1.100,00 = 4.000,00
Observe que o total do Ativo é sempre igual ao total do Passivo. 
O PL/SL representa a parte diferencial, exibida à direita (Passivo), porque também representa obrigação da entidade para com os proprietários, sócios ou acionistas.
Situações, Posições ou Estados Patrimoniais Possíveis
Ativo Maior que o Passivo (A > PE) = (PL/SL = +)
Neste caso, a Situação Líquida poderá ter uma das seguintes denominações:
Situação Líquida Positiva
Situação Líquida Ativa
Situação Líquida Superavitária
Situação Líquida Favorável
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) excedem o valor das obrigações com terceiros (Passivo Exigível).
Equação: A > PE => + PL
Ativo Menor que o Passivo (A < PE) = (PL/SL = -)
Neste caso, a Situação Líquida poderá ter uma das seguintes denominações:
Situação Líquida Negativa
Situação Líquida Passiva
Situação Líquida Deficitária
Situação Líquida Desfavorável
Passivo a Descoberto
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem menores que o valor das obrigações com terceiros (Passivo Exigível).
Equação: A < PE => - PL
Ativo é Igual ao Passivo (A = PE) = (PL/SL = 0)
Neste caso, a Situação Líquida poderá ter uma das seguintes denominações:
Situação Líquida Nula
Situação Líquida Inexistente
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais ao valor das obrigações com terceiros (Passivo Exigível).
Equação: A = PE => 0 PL
Além dessas três situações, podem ocorrer mais duas. Porém, são variações das Situações Líquidas Positiva e Negativa.
Ativo Igual a Situação Líquida (A = PL/SL) => (PE = 0)
Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais ao Patrimônio Líquido.
Situação Plena ou Propriedade Total Dos Ativos
Equação: A = PL => 0 PE
Atenção: Essa situação, na prática, dificilmente ocorrerá; pode acontecer, eventualmente, no início das operações da entidade.
Passivo Igual a Situação Líquida (PE = PL/SL) => (A = 0)
Ocorre quando as obrigações com terceiros (Passivo Exigível) forem iguais ao Patrimônio Líquido Negativo.
Situação de Inexistência de Ativos
Equação: PE= PL => 0 A
Atenção: Essa situação, na prática, dificilmente ocorrerá; pode acontecer, eventualmente, quando a empresa encontra-se na fase de liquidação.
Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos:
Capital – Na fase de constituição da empresa, ele representa o elemento ativo ou o conjunto de elementos ativos que o proprietário investiu (colocou) na empresa.
Reservas – São parcelas dos lucros apurados pelas empresas que ficam retidas para determinados fins, como é o caso da Reserva para Investimentos, que normalmente é utilizada para ampliação das instalações da empresa, abertura de filiais, etc.
Lucros ou Prejuízos – correspondem ao resultado positivo (Lucro) ou negativo (prejuízo) apurados pela empresa na movimentação do patrimônio.
Formação do Patrimônio e suas Variações
Vamos considerar a constituição de uma sociedade empresária no ramo comercial e cuja forma jurídica seja por quotas de responsabilidade limitada, portanto, há necessidade que os sócios tenham Capital para começar os negócios. Neste momento a palavra Capital significa o investimento inicial que os sócios fazem na sociedade, ou seja, representa o conjunto de elementos que eles possuem para iniciar suas atividades.
Vejamos o exemplo abaixo:
Tony Stark e Bruce Wayne, resolvem constituir uma empresa comercial, eles possuem em mãos R$ 70.000,00 em dinheiro para esse fim. Logo, esses R$ 70.000,00 em dinheiro constituem o seu Capital Inicial. 
O Capital Inicial pode ser composto por bens, tais como: 
Dinheiro
Móveis
Veículos
Imóveis
Promissórias a Receber 
Ações de outras empresas etc.
Este Capital é conhecido por:
Capital
Capital Inicial
Capital Nominal
Capital Subscrito
Capital Social (quando se tratar de sociedade)
Exemplos de formação do Patrimônio e suas Variações
Vamos acompanhar a formação e variação do Patrimônio da empresa acima constituída pelos Srs. Tony Stark e Bruce Wayne, apresentando a cada fato contábil a Situação Patrimonial respectiva. 
1. Tony Stark e Bruce Wayne, constituem uma empresa para explorar o comércio de materiais de informática, com um Capital Inicial, em dinheiro, de R$ 70.000,00.
Representaremos o Patrimônio da empresa neste momento. Observe que os sócios estão iniciando as atividades e entregaram o dinheiro para a empresa, este bem será lançado no Ativo na conta Caixa.
Como estamos constituindo o Patrimônio da empresa com um Capital Inicial de R$ 70.000,00, em dinheiro, essa importância representará, no Balanço Patrimonial, no Patrimônio Líquido, com o nome de Capital Social.
Assim, representando os elementos componentes do Patrimônio apenas com essa ocorrência, isto é, investimento inicial em dinheiro através do Balanço Patrimonial. Temos: 
Observação: 
Veja que na representação gráfica temos dois elementos: Caixa e Capital Social. O elemento Caixa não traz nenhuma dúvida, pois, se a importância possuída é em dinheiro, e sendo dinheiro um Bem, evidentemente será colocado do lado do Ativo. Porém, o elemento Capital Social, que você está vendo pela primeira vez na representação gráfica (Balanço Patrimonial), pode lhe acarretar alguma dificuldade. Note que, em toda representação gráfica que exprime elementos patrimoniais em forma de balanço, o lado do Ativo tem que ser igual ao lado do Passivo.
Note, ainda, que chamamos de Capital Sociale, conforme explicamos antes do balanço, o denominamos desta forma por ser esse valor a Situação Líquida Positiva inicial.
Racionando em termos da equação fundamental do Patrimônio, onde o Ativo é igual ao Passivo Exigível mais Patrimônio Líquido (A = PE + PL), sendo o Ativo composto por Bens mais Direitos, o Passivo composto pelas Obrigações e o Patrimônio Líquido composto por Capital, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados, temos:
No Ativo, o elemento Caixa correspondendo ao grupo dos Bens;
No Passivo, o elemento Capital Social correspondendo ao grupo do Patrimônio Líquido.
Assim, uma vez que a Situação Líquida da empresa é positiva de R$ 70.000, essa situação está coincidindo com o grupo Patrimônio Líquido (Capital Social = R$ 70.000).
2. A empresa começa então suas atividades logo, vêm à aplicação deste Capital na aquisição de alguns Bens e outras operações realizadas necessárias à gestão da empresa conforme abaixo:
Compra de móveis e utensílios, à vista no valor de R$ 12.000,00;
Compra de um veículo, à vista no valor de R$ 34.000,00;
Compra de Mercadorias para Revenda a prazo no valor de R$ 17.000,00.
Com essas operações, vejamos o que aconteceu no Patrimônio: 
O Caixa, que tinha R$ 70.000,00 ficou reduzido a R$ 24.000,00, pois R$ 46.000,00 foram gastos nas aquisições a vista citadas. Em compensação, apareceram no Ativo mais dois elementos (Bens) e pela compra a prazo o que ocorreu é que apareceu no Ativo mais um elemento que é um bem e no Passivo um elemento novo que é uma obrigação.
Origem e Aplicação dos Recursos
Na constituição de uma empresa há necessidade de um investimento inicial efetuado pelos proprietários que é feito através de Bens para que ela possa desenvolver suas atividades, esse investimento chama-se Capital Social que é um elemento do grupo do Patrimônio Líquido.
Vejamos o Patrimônio a seguir representado:
Observe que o Capital Nominal da empresa é de R$ 70.000,00 e o Capital à sua disposição, ou seja, o Capital Total é de R$ 87.000,00.
Chegou o momento de você saber por que o Patrimônio da empresa é representado pelo Balanço Patrimonial em um gráfico de dois lados e por que ambos os lados possuem o mesmo total; e, ainda, por que o valor do Patrimônio não é igual à soma dos dois totais encontrados nos dois lados do Balanço Patrimonial.
Para começar, o que a representação gráfica mostra?
Responderemos que o Passivo mostra a Origem de Capitais, isto é, como a empresa conseguiu os recursos que possui; e o Ativo mostra a Aplicação de Capitais, isto é, onde a empresa aplicou os recursos originados pelo lado do Passivo.
Veja a seguir o que vem a ser Origem e Aplicação dos Recursos.
Passivo: Origem dos Recursos
No lado do Passivo, são representados dois grupos de elementos patrimoniais: 
Obrigações: correspondem à parte do Patrimônio que a empresa deve para terceiros. Por isso, são também chamadas de Capitais de Terceiros, pois a empresa tem que pagá-las para terceiros.
Capitais de Terceiros: O desenvolvimento normal da empresa faz com que ela efetue uma série de operações que poderão acarretar Obrigações, as quais serão representadas por Duplicatas a Pagar, Promissórias a Pagar etc. Essas Obrigações constituem os Capitais de Terceiros.
Patrimônio Líquido: é a parte do Patrimônio que pertence ao proprietário da empresa. São os Capitais Próprios.
 Capitais Próprios: podem se originar de duas fontes
* Recursos do proprietário. É o caso do Capital Inicial ou aumentos posteriores. 
* Evolução normal da empresa. É o caso dos Lucros e, consequentemente, das Reservas.
Embora de forma bem simples, acrescentamos ao seu conhecimento mais dois elementos do Patrimônio Líquido: Reservas e Lucros, os quais, juntamente com o Capital Social, constituem os Capitais Próprios da empresa.
Ativo: Aplicação dos Recursos
Os Capitais Próprios e de Terceiros, representados do lado do Passivo, são aplicados na empresa em Bens e Direitos, conforme demonstra o lado do Ativo. Portanto, os recursos que a empresa utilizou para ter no seu Ativo os Bens e os Direitos foram obtidos conforme mostram os elementos do Passivo.
Resumindo:
Veja a seguir esta representação gráfica:
Ativo = mostra em que a empresa aplicou os recursos, ou em que ela aplicou todo o seu Capital.
No exemplo em questão, os recursos totais à disposição da empresa, estão aplicados: no Caixa $ 24.000,0, em Móveis e Utensílios $ 12.000,00, em Veículos $ 34.000,00 e em Estoque de Mercadorias $ 17.000,00.
Passivo = mostra a origem dos recursos da empresa que estão aplicados no Ativo.
No exemplo, $ 70.000,00 representa Capital Nominal ou Capital Inicial, e $ 17.000,00 são Capitais de Terceiros, originados, possivelmente, em decorrência de compras a prazo.
Diferença entre Capital e Patrimônio
CAPITAL: é o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Ex.: Flamengo subscreve em dinheiro um capital der R$ 1.000,00. Logo, esses R$ 1.000,00 em dinheiro constituem o seu Capital Inicial (O Capital Inicial pode ser composto por: dinheiro, móveis, veículos, imóveis, promissórias, etc.).
PATRIMÔNIO: Conceituado de forma ampla como conjunto que COMPREENDE os bens da empresa (dinheiro em caixa, contas a receber, imóveis, veículos., etc), seus direitos (contas a receber) e suas obrigações para com terceiros (contas a pagar).
Conceitos Importantes
GESTÃO - É o conjunto dos acontecimentos verificados na entida​de, sejam fatos contábeis ou meramente atos administrativos.
A Gestão pode ser medida por períodos de tempo aos quais denominamos período administrativo.
Em todas as entidades, a gestão se divide em duas partes: uma de caráter econômico e outra de natureza permanente técnica ou administrativa. Esses dois aspectos da gestão se manifestam de forma diversa nas entidades, conforme a finalidade destas.
A Gestão Técnica é a que está relacionada com o aspecto técnico da consecução do objetivo social, como a produção de bens, na indústria, ou de serviços, nas entidades prestadoras de serviços.
A Gestão Administrativa é a que dirige todo o pessoal envolvido na busca dos objetivos sociais.
A Gestão Econômica está relacionada à aplicação dos recursos colocados à disposição da sociedade por acionistas e terceiros para atingir os objetivos sociais da sociedade de forma a auferir lucro, ou seja, o aumento do patrimônio líquido da empresa.
Nas empresas com fins econômicos, o aspecto econômico é predominante, enquanto menos significativo será nas entidades com fins sociais.
RÉDITO - é o resultado da atividade econômica e que provoca variação patrimonial, aumentativa ou diminutiva. As empresas têm por objetivo o lucro, ou seja, o aumento do patrimônio líquido.
REGIME DE CAIXA - quando na apuração dos resultados (rédito) do exercício, são considerados apenas os pagamentos e recebimentos efetuados no período.
REGIME DE COMPETÊNCIA - quando, na apuração dos resulta​dos (rédito) do exercício, são consideradas as receitas e despesas nas da​tas a que se referirem, independentemente de seus recebimentos ou paga​mentos.
EXERCÍCIO SOCIAL - é o espaço de tempo (12 meses), findo o qual as pessoas jurídicas apuram os seus resultados; ele pode coincidir, ou não, com o ano-calendário, de acordo com o que dispuser o estatuto ou o contrato social. Perante a legislação do imposto de renda, é chamado de período de apuração da base de cálculo do imposto devido e, nesse caso, pode ser trimestral ou anual.
CAPITAL NOMINAL, CAPITAL SOCIAL OU CAPITAL - é o investimento inicial feito pelos sócios na sociedade, acrescido dos aumentos de capital feitos através das reservas de lucros da sociedade e de novos aportes de capital pelos sócios, diminuído dos decréscimos de capital decorrentes de eventuais saídas de sócios da empresa ou de prejuízos sofridos pela sociedade.
CAPITAL PRÓPRIO - corresponde ao conceito de Patrimônio Líquido, é a diferença entre o total de ativos da sociedadee o total das obrigações para com terceiros. 
CAPITAL DE TERCEIROS - corresponde ao conceito de Passivo Exigível: é o total das obrigações da sociedade para com terceiros.
CAPITAL TOTAL À DISPOSIÇÃO DA SOCIEDADE - corresponde ao Total do Passivo (soma do PE com o PL), representa o total de recursos que foram colocados à disposição da sociedade por terceiros (PE) ou pelos sócios (PL) para que esta adquirisse os bens e direitos que constituem o seu Ativo (Patrimônio Bruto).
CAPITAL SUBSCRITO - é o montante que os sócios prometeram entregar à sociedade em troca da propriedade das ações ou quotas da mesma.
CAPITAL INTEGRALIZADO OU CAPITAL REALIZADO - é o valor que sócios efetivamente entregaram à sociedade. Pode ser um valor menor que o Capital Subscrito.
CAPITAL A INTEGRALIZAR OU CAPITAL A REALIZAR – corresponde à diferença entre o Capital Subscrito (promessa de entrega) e o Capital Integralizado (entrega efetiva).
UNIDADE III – CONTAS E PLANO DE CONTAS
Contas
Conceito
Na sua linguagem cotidiana, o que representa a palavra conta? Possivelmente sua resposta será: 
- uma operação aritmética de soma, subtração, multiplicação ou divisão; 
- uma conta de água e esgoto, energia elétrica ou telefone;
- uma conta corrente bancária;
- uma conta que temos que pagar na loja, na padaria, etc. 
Veja o conceito do ponto de vista técnico:
Conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas).
A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove no patrimônio da empresa. Todo fato mensurável em dinheiro é representado por uma conta.
É através das contas que a contabilidade consegue exercer o seu papel. Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na empresa (como compras, vendas, pagamentos e recebimentos) são registrados pela contabilidade em contas próprias.
Até o presente, quando nos referimos aos componentes patrimoniais, falamos em elementos. Por exemplo: elemento Caixa, elemento Veículos, elemento Móveis e Utensílios, elemento Duplicatas a Pagar. Agora, não apresentaremos nada de novo; simplesmente, quando nos referirmos aos componentes patrimoniais, não diremos elementos e sim contas (conta Caixa, conta Veículos, conta Móveis e Utensílios, conta Duplicatas a Pagar etc.).
Para que servem as contas?
É por meio delas que a Contabilidade consegue desempenhar o seu papel, que consiste no registro e no controle de todos os acontecimentos responsáveis pela gestão do Patrimônio Líquido. Por isso, as contas devem ser tratadas com bastante carinho pelos contabilistas. Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, responsáveis pela sua gestão, como as compras, as vendas, os pagamentos, os recebimentos, são registrados através de lançamentos nos livros próprios nas respectivas contas.
Classificação das Contas 
TEORIA DAS CONTAS
Ao longo da história da Contabilidade, a classificação das contas tem dividido os doutrinadores entre várias respostas, resultando em formas diferentes de classificação e interpretação das contas. Isto fez com que aparecessem várias escolas defensoras de seus princípios para justificar os critérios adotados para classificação das contas. Entre as teorias apresentadas pelas escolas, três delas se tornaram as mais importantes: Teoria personalista, Teoria materialista e Teoria patrimonialista.
• TEORIA PERSONALISTA;
• TEORIA MATERIALISTA; e
• TEORIA PATRIMONIALISTA.
TEORIA PERSONALISTA (defendida por Francesco Marchi e Giuseppe Cerboni) - nesta teoria cada conta assume a configu​ração de uma pessoa no seu relacionamento com a empresa ou entidade. Assim, Caixa, Bancos, Duplicatas a Receber, Duplicatas a Pagar, Capital, Receitas e Despesas, repre​sentam pessoas com as quais a entidade mantém relacionamento de débito e crédito.
Posto isto, podemos concluir que as obrigações (PE) e o Patrimônio Líquido (PL) são pessoas credoras (representam aquelas pessoas que têm a receber da sociedade), enquanto que os bens e direitos são pessoas devedoras em relação à entidade.
Segundo essa teoria, as contas se classificam em:
• Contas dos Agentes Consignatários - representam os bens da empresa;
• Contas dos Agentes Correspondentes - representam os direitos e obrigações da entidade perante terceiros;
• Contas dos Proprietários - são as contas do Patrimônio Líquido e suas variações, inclusive as receitas e despesas.
TEORIA MATERIALISTA (proposta por Fábio Besta) - as contas representam relações materiais e se classificam em dois grandes grupos:
• Contas Integrais - representam bens, direitos e obrigações (PE);
• Contas Diferenciais - representam as contas do Patrimônio Líquido (PL) e suas variações, inclusive as receitas e despesas.
TEORIA PATRIMONIALISTA (idealizada por Vincenzo Masi) - entende que o patrimônio é o objeto a ser administrado; desta forma, esta teoria separa as contas que representam a situ​ação estática (patrimônio ou A = PE + PL) das contas que representam a dinâmica da situação (receitas e despesas). É a teoria usualmente adotada no Brasil
• Contas Patrimoniais (INTEGRAIS) - representam a situação estática, ou seja, o patrimônio: bens, direitos, obrigações com terceiros (PE) e o Patrimônio Líquido (PL). Dividem-se em Ativas e Passivas e são elas que representam o Patrimônio da empresa num dado momento, mediante o Balanço Patrimonial
• Contas de Resultado (DIFERENCIAIS) - representam à situação dinâmica, ou seja, as contas que alteram o patrimônio líquido: receitas e despesas. Dividem-se em Contas de Receitas e Contas de Despesas. Aparecem durante o exercício social (compreende períodos de igual duração em que a empresa opera; geralmente tem duração de um ano), encerrando-se no final de cada exercício. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas é por meio delas que sabemos se a empresa apresentou LUCRO ou PREJUÍZO em suas atividades.
DESPESAS
As despesas caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilização de serviços, objetivando a obtenção de receitas. Exemplos:
- Água e Esgoto;
- Energia Elétrica;
- Café e Lanches;
- Contribuições Previdenciárias;
- Aluguéis Passivos;
- Juros Passivos;
- Descontos Concedidos; 
- Despesas Bancárias;
- Fretes e Carretos;
- Material de Limpeza;
- Material de Expediente;
- Salários;
- Prêmios de Seguro.
RECEITAS
As receitas decorrem da venda de bens e da prestação de serviços. Existem em número menor do que as Despesas. Exemplos:
- Receitas de Serviços;
- Vendas de Mercadorias;
- Aluguéis Ativos;
- Juros Ativos;
- Descontos Obtidos.
Há Contas de Resultado que podem aparecer tanto no grupo das Despesas quanto no grupo das Receitas. É o caso de Aluguéis, Juros e Descontos. A diferença está nos adjetivos empregados. Ativos e Passivos não tem nenhuma ligação com Ativo e Passivo do Balanço Patrimonial. Portanto, a palavra PASSIVOS, colocada após as palavras Aluguéis e Juros, é usada para qualifica-las de NEGATIVO (DESPESA). Enquanto que a palavra ATIVOS, colocada após as palavras Aluguéis e Juros, é usada como adjetivo, qualificando-as de POSITIVO (RECEITA).
No caso dos Descontos, são Despesas quando concedidos pela empresa, daí serem registrados na conta DESCONTOS CONCEDIDOS e são receitas quando obtidos pela empresa, daí serem registrados na conta DESCONTOS OBTIDOS.
Observação:
A conta utilizada para registro das despesas com aluguéis poderá ter uma das seguintes denominações: Aluguéis Passivos, Aluguéis Pagos, Despesas de Aluguéis.
A conta utilizada para registro das receitas com aluguéis poderá ter uma das seguintes denominações: Aluguéis Ativos, Aluguéis Recebidos, Receitas de Aluguéis.
A conta utilizada para registro das despesas com juros poderá ter uma das seguintes denominações: Juros Passivos, Juros Pagos, Despesas de Juros.
A conta utilizada para registro das receitas com juros poderá ter uma das seguintes denominações: Juros Ativos,Juros Recebidos, Receitas de Juros.
Outras Informações envolvendo contas
Impostos
Somente o governo pode cobrar impostos. Portanto, as empresas nunca terão Receitas dessa natureza.
Salários
Os salários correspondem às remunerações pagas aos empregados pelos serviços prestados à empresa. Logo, Salários são Despesas da empresa, nunca Receita.
Seguros
Para efeito didático, não contabilizaremos o patrimônio de uma empresa de seguros. Por isso, quando figurar esse tipo de conta na nossa Contabilidade, só poderá ser DESPESA.
Noções de Débito e Crédito
	As palavras Débito e Crédito, na linguagem contábil, têm significados parecidos e algumas vezes diferentes daqueles que têm na linguagem cotidiana.
É errado associar o débito e o crédito da contabilidade, com “subtração” e “adição” do financeiro. O correto é associá-los aos termos Destino e Origem, respectivamente. 
Portanto, debitar e creditar são os verbos da Contabilidade. Todas as transações contábeis que ocorrem são registradas utilizando esses dois verbos.
A natureza dos grupos de contas gera ao iniciante desse estudo alguma confusão, pois se pode questionar o seguinte: “se ativo são os bens e direitos que uma empresa possui, como isso pode ser um débito?”. Essa dúvida surge porque somos acostumados a pensar que débito é estar em falta com algo, ou seja, é uma coisa negativa, mas em Contabilidade não é bem assim, veja a origem das palavras:
. Débito: do latim “debes” = devido a mim (pertence a mim);
. Crédito: do latim “credo” = confiança, crença.
Portanto, a palavra débito significa devido a mim, logo o Ativo é de natureza devedora, pois os bens e direitos pertencem à empresa, ou seja, são devidos a ela.
A palavra crédito significa confiança, portanto quem vende a prazo tem confiança na empresa, ou seja, acredita que ela vai pagar a divida e, conforme já visto, as dívidas e obrigações são lançadas no Passivo, daí esse grupo ser de natureza credora. O mesmo ocorre com o Patrimônio Líquido, pois o investidor (proprietário) colocou recursos na empresa, acreditou nela.
Debitar significa anotar na coluna do Débito de uma conta, para aumentar o seu valor (se a conta representa um Bem ou um Direito), ou para diminuir seu valor (se a conta representa uma obrigação).
Creditar significa registrar uma importância na coluna de Crédito de uma conta, para aumentar seu valor (se a conta representa uma obrigação), ou para diminuir seu valor (se a conta representa um Bem ou Direito).
	
Controle Individual Das Contas
Vimos até o momento que todos os acontecimentos que ocorriam diariamente na empresa eram levantados por balanços sucessivos, embora seja correta e facilite a visualização do processo contábil, essa metodologia não é recomendável, porque de uma maneira geral as empresas realizam muitas operações diariamente, sendo impraticável e oneroso levantar vários balanços a todo o momento.
Dessa forma, sem perder de vista esta metodologia, utiliza-se outro processo mais prático: o controle individual das contas registrando-se aumentos e diminuições em cada conta isoladamente. Esse mecanismo é através dos Razonetes (T), representação gráfica das contas em forma de T, onde se coloca o título da conta na parte superior; de um lado da conta registram-se os aumentos e no outro lado, as diminuições.
Débito, Crédito, Saldo
Em cada conta todo lado esquerdo foi denominado de Débito e todo lado direito de Crédito, daí tem-se que as contas são movimentadas através de débitos e créditos nelas lançados. Os que se iniciam em contabilidade, geralmente, interpretam o débito como algo desfavorável, e o crédito como algo favorável. Na realidade, tais denominações são simplesmente convenções contábeis. A diferença entre o total de débitos e o total de créditos, feitos em uma conta é denominada de SALDO. Se o valor dos débitos for maior que dos créditos, a conta terá um saldo devedor e no caso contrário, um saldo credor.
Débito de uma conta - situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor.
Crédito de uma conta - situação de direito de haver da conta. As contas que representam obrigações (PE), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas têm saldo cre​dor.
Saldo de uma conta - representa a diferença entre o valor do débito e do crédi​to. Os saldos podem ser: devedor, credor ou nulo.
a) Devedor - quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C);
b) Credor - quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C);
c) Nulo - quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C).
Quanto à definição de como serão registrados os aumentos e as diminuições; através de um débito ou de um crédito, isto dependerá da natureza da conta (ativo, passivo, patrimônio líquido e despesas e receitas).
Contas de Ativo - como o ativo se encontra do lado esquerdo do balanço patrimonial, seu SALDO será DEVEDOR.
Contas de Passivo e Patrimônio Líquido - como se encontram do lado direito do balanço patrimonial, seus SALDOS serão CREDOR.
Contas de Despesas - nas contas que representam despesa todo o seu SALDO será DEVEDOR. As despesas diminuem o valor do Patrimônio Líquido (PL), que, normalmente, possui saldo credor, logo as despesas somente podem ter saldo devedor.
Contas de Receitas - nas contas que representam receitas todo o seu SALDO será CREDOR. As receitas aumentam o valor do Patrimônio Líquido (PL) que, normalmente, possui saldo credor, logo as receitas somente podem ter saldo credor;
As contas também são representadas graficamente, de maneira simplificada , através do “T” ou Razonete em “T”.
Plano de Contas
É um conjunto de contas, diretrizes e normas, previamente estabelecido, para orientar a execução da contabilidade de uma empresa.
O Plano de Contas é estruturado de forma ordenada e leva em consideração algumas características fundamentais, tais como: tamanho da empresa, ramo de atividade que a empresa opera, sistema contábil (equipamentos contábeis), interesses dos usuários etc. Atualmente, o Plano de Contas deve obedecer às disposições contidas na Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações) e alterações, conforme as Leis nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09.
Será analisada cada característica individualmente para, a seguir, tratar-se da codificação e estruturação de um Plano de Contas para empresa comercial.
TAMANHO DA EMPRESA
Na tentativa de classificar empresas conforme o seu tamanho, encontra-se, normalmente, quatro divisões distintas: micro, pequena, média e grande empresa.
Ao planejar uma Contabilidade para uma microempresa (bar, farmácia, mercearia.), através de um plano de contas, sabe-se, antecipadamente, que muito pouco (ou quase nada) a contabilidade poderá contribuir para a administração da empresa. O próprio Fisco isenta as empresas de reduzida receita do Imposto de Renda e dispensa-as da contabilidade.
O maior interessado na contabilidade deveria ser o proprietário da microempresa, com o objetivo de constatar se o negócio apresenta lucro compatível com outras alternativas de investimentos ou não. Daí, a necessidade de preparar um plano de contas simples e objetivo que indique o resultado do período, podendo englobar algumas despesas (sem necessidade de destacá-las individualmente) para apurar o lucro.
Assim, uma pequena farmácia poderia englobar numa única conta de salários a sua folha de pagamento e incluir o pró-labore dos proprietários e os encargos sociais, enquanto uma indústria farmacêutica média destacaria, para melhorar a qualidade das informações, diversas contas para evidenciar a remuneração do seu quadro de pessoal e diretores: pessoal de fábrica, pessoal de vendas, pessoal administrativo, honorários de diretores etc., todos com destaque dos encargos sociais.
Já uma grande empresa pode estar interessada em abrir uma conta para o pessoal de fábrica que trabalha diretamente com a produção e outra para supervisores, pessoal de manutençãoetc. Poderia, considerando suas diversas unidades, abrir conta de pessoal por filiais ou departamentos.
Assim, também, não há necessidade de constar no plano de contas de um bazar, no grupo Realizável a Longo Prazo, a conta "Empréstimos Concedidos a Coligadas", quando dificilmente haverá a participação em outras sociedades.
A contabilidade de uma pequena mercearia poderia ser útil com uma única conta de estoque de mercadoria, enquanto um grande magazine necessitaria de uma conta de estoque por departamento ou setor.
Sem dúvida, quanto maior o tamanho da empresa, maior a necessidade de detalhar a contabilidade através do plano de contas.
RAMO DE ATIVIDADE
O plano de contas será elaborado de acordo com o objetivo de cada empresa, as características do seu ramo ou setor de atividade.
Dessa forma, dificilmente se encontra a conta "Estoque de Mercadorias" numa empresa prestadora de serviços e que comumente não comercializa produtos. Assim também, não se destacará a conta "Mão-de-obra" numa empresa comercial, já que tal nomenclatura se refere a pessoal de fábrica (indústria).
Também não é comum encontrar a conta “Imposto sobre Serviços” em uma empresa de natureza industrial.
As características operacionais da empresa são fundamentais na elaboração do plano de contas. Por exemplo, no caso de um supermercado (que só vende a vista), não se fará constar a conta "Duplicata a receber" no Ativo Circulante, mas será elencada a conta "Fornecedores" no Passivo Circulante, pois este tipo de empresa compra a prazo.
Na estruturação de um plano de contas de uma indústria de eletrodomésticos, no que tange a impostos, serão incluídas as contas "ICMS a Recolher" (haverá comercialização de mercadorias), "IPI a Recolher" (pela industrialização) e, se houver perspectiva de a empresa prestar serviços de assistência técnica, incluirá, ainda, "ISS a Recolher". Uma empresa que comercialize frutas congeladas no seu próprio Estado, com outros Estados e ainda exporte para diversos países, na sua conta de Receita Bruta fará constar três itens: Vendas no Estado, Vendas Interestaduais e Vendas no Mercado Externo.
Uma agropecuária, além de evidenciar a conta "Estoques Vivos", incluirá no seu Ativo Circulante as "Culturas Temporárias", bem como, no Ativo Permanente, a conta "Culturas Permanentes". A construção civil destacará no Ativo a conta “Imóvel em Construção” e assim sucessivamente.
SISTEMA CONTÁBIL (EQUIPAMENTOS CONTÁBEIS)
A contabilidade pode ser executada em quatro modalidades diferentes, conforme a disponibilidade de recursos materiais e humanos da empresa: manual, maquinizado, mecanizado e eletrônico.
O sistema manualizado, praticamente em desuso no Brasil, depende de instrumentos bem simples, de valor reduzido e abundante no mercado, como canetas, livros ou fichas a serem escriturados etc. Neste caso, o plano de contas deve ser reduzido ao menor número possível de contas (em virtude da morosidade da escrituração) e não há necessidade de codificação.
O sistema maquinizado utiliza-se de máquina de datilografar, máquina de calcular e normalmente de um formulário denominado "Ficha Tríplice". Este sistema é bastante utilizado por pequenas empresas e em escritórios de contabilidade, em virtude do seu baixo custo e de sua razoável eficiência. Assim como o sistema anterior, tal modalidade é bastante morosa; deve-se evitar um plano de contas detalhado (com muitas contas) e mesmo o destaque de contas por departamento, reduzindo-as a poucos grupos. Também não há necessidade de codificação.
O sistema mecanizado é caracterizado por um equipamento contábil, ou seja, por uma máquina específica para se fazer contabilidade. As máquinas contábeis mais utilizadas são: Ruf, National, Olivetti, Burroughs, Zornita, Front Feed (as duas últimas são adaptadas a partir de máquinas de escrever comum). Com rapidez e precisão maiores que os dois sistemas anteriores, permite um detalhamento maior de contas; há necessidade de codificação para melhor controle, conferência, arquivamento etc.
O sistema eletrônico, por sua vez, pressupõe o uso do computador, que, hoje, deixou de ser algo misterioso e caro, para ser entendido como uma calculadora muito mais rápida, com memória e precisão. Em virtude da velocidade incrível deste processo e da facilidade para obtenção de relatórios em várias modalidades, recomenda-se detalhar ao máximo o plano de contas, inclusive por departamento, seções, produtos etc. A codificação é imprescindível neste processo, pois facilita sensivelmente o trabalho de digitação (alimentar a máquina com os dados).
INTERESSE DOS USUÁRIOS
As pessoas que utilizam à contabilidade sejam elas gerentes/administradores, proprietários, governo e outros, são as maiores interessadas em definir que tipo de informação desejam da contabilidade. Portanto, no momento da formulação do plano de contas, não se poderia desprezar os interesses dos usuários, embora, no Brasil, infelizmente, se dê atenção exagerada ao governo, esquecendo-se, muitas vezes, dos outros usuários.
Um proprietário de uma micro loja de sapatos, mesmo sem recursos materiais e humanos adequados, poderia reivindicar da sua contabilidade, para melhor tomada de decisão, os estoques a valores de reposição (o quanto custaria para repor seu estoque), enquanto um banqueiro que concede crédito à empresa poderia desejar saber o estoque a valores de custo. Daí a necessidade de atender a ambos simultaneamente já na estruturação do Plano de Contas.
Os acionistas de uma grande S.A. estão preocupados em conhecer, além de outras coisas, o destino (fluxo) do lucro da empresa.
Dessa maneira, pode-se citar um sem-número de situações em que os usuários desejam informações "sob medida", havendo necessidade de ajustar o Plano de Contas a esses interesses.
Elenco de Contas 
Elenco de Contas Simplificado
Inicia-se com a unidade 1 para todas as Contas do Ativo; com a unidade 2 para todas as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido; 3 para todas as contas de Despesas; 4 para todas as contas de Receitas e 5 para as Contas de Apuração do Resultado.
Em seguida, adiciona-se um segundo número que representará o grupo de contas do Ativo, do Passivo, e assim por diante. Desse modo, se observa o código 1.1, tem-se o Ativo Circulante (o primeiro l é Ativo, o segundo l é Circulante); 1.2 - Ativo Não Circulante; 2.1 - Passivo Circulante; 2.2 - Passivo Não Circulante; 2.3 - Patrimônio Líquido.
	CONTAS PATRIMONIAIS
	1. ATIVO
	 
	 
	2. PASSIVO
	1.1
	ATIVO CIRCULANTE
	 
	
	2.1
	PASSIVO CIRCULANTE
	
	1.1.01
	Caixa
	 
	
	
	2.1.01
	Fornecedores
	
	1.1.02
	Bancos Conta Movimento
	 
	
	
	2.1.02
	Duplicatas a Pagar
	
	1.1.03
	Clientes
	 
	
	
	2.1.03
	Promissórias a Pagar
	
	1.1.04
	Duplicatas a Receber
	 
	
	
	2.1.04
	Contas a Pagar
	
	1.1.05
	Promissórias a Receber
	 
	
	
	2.1.05
	Salários a Pagar
	
	1.1.06
	Estoque de Mercadorias
	 
	
	
	2.1.06
	Impostos e Taxas a Pagar
	
	1.1.07
	Estoque de Material de Expediente
	 
	
	
	
	
	
	
	
	 
	
	
	
	
	1.2.
	ATIVO NÃO CIRCULANTE
	 
	
	2.2
	PASSIVO NÃO CIRCULANTE
	
	1.2.01
	Duplicatas a Receber
	 
	
	
	2.2.01
	Duplicatas a Pagar
	
	1.2.02
	Promissórias a Receber
	 
	
	
	2.2.02
	Promissórias a Pagar
	
	1.2.03
	Computadores
	 
	
	
	
	
	
	1.2.04
	Imóveis
	 
	
	
	
	
	
	1.2.05
	Instalações
	 
	
	
	
	
	
	1.2.06
	Móveis e Utensílios
	 
	
	2.3
	PATRIMÔNIO LÍQUIDO
	
	1.2.07
	Veículos
	 
	
	
	2.3.01
	Capital
	
	1.2.08
	Fundo de Comércio
	 
	
	
	2.3.02
	Reservas
	
	1.2.09
	Marcas e Patentes
	 
	
	
	2.3.03
	(-) Prejuízos Acumulados
	
	
	
	
	
	
	
	
	CONTAS DE RESULTADO
	3. DESPESAS
	 
	 
	4.RECEITAS
	3.1
	DESPESAS OPERACIONAIS
	 
	
	4.1
	RECEITAS OPERACIONAIS
	
	3.1.01
	Água e Esgoto
	 
	
	
	4.1.01
	Aluguéis Ativos
	
	3.1.02
	Aluguéis

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