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Contabilidade Básica (1)

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Contabilidade Básica
Toda organização existe devido a inúmeras finalidades, mas a maior parte delas objetiva com sua existência a lucratividade. Para que atuem no mercado com eficiência, efetividade, desfrutando de clientes satisfeitos, os quais necessitam que os processos pertinentes a ela sejam executados, de maneira impecável; para que o serviço ou o produto final seja o esperado e estipulado no planejamento da organização. 
Para que a organização obtenha sucesso, não basta apenas ela ofertar bens tangíveis ou intangíveis de qualidade, ela também necessita de um controle rigoroso que, apresente todas as entradas e saídas de matéria-prima, de produtos inacabados e acabados e, principalmente, de valores pertinentes a ela. 
E, para que esse processo organizacional ocorra de forma transparente e efetiva, a empresa conta com a contabilidade e os processos inerentes a ela.
O presente material foi estruturado com o objetivo de proporcionar o conhecimento perante as noções básicas do estudo da contabilidade, sua estruturação e conceitualização, bem como a sua utilização dos processos pertinentes a ela.
Propiciará um conhecimento diferenciado acerca das aplicabilidades básicas da Contabilidade nas organizações, ressaltando o estudo da classificação e da identificação das contas que compõe a Escrituração Contábil, bem como o processo e a importância da utilização do mesmo. Também, será possível o contato com a conceitualização do Plano de Contas e as formas que o mesmo deve ser instituído na organização, tendo por base os conhecimentos teóricos e práticos utilizados na aplicação Contábil.
Buscou-se oportunizar a exposição de conceitos referentes à composição e a origem dos lançamentos contábeis, bem como a composição e a utilização do razonete no cotidiano organizacional, a checagem do balancete de verificação, os conceitos pertinentes ao balanço patrimonial, suas especificações e sua elaboração, assim como, as suas apurações e as suas demonstrações de resultado.
Este material permite ainda que, seja estabelecido um contato com a conceituação da Demonstração de Resultados do Exercício, sua estruturação,
sua finalidade e sua execução, assim como, a Apuração dos Resultados do Exercício. Apresentando, também, a identificação e a classificação dos fatos contábeis, 
que envolvem diversas operações inerentes ao cotidiano organizacional. 
O estudo da Contabilidade proporciona o entendimento do controle das especificações e da classificação do patrimônio da empresa, de suas alterações no decorrer do tempo, de uso do mesmo pela organização, e a influencia que essas alterações podem gerar no balanço patrimonial.
Este estudo lhe proporcionará a identificação do plano de contas da empresa comercial, como acontece a sua realização, sua estruturação, bem como a sua importância de utilização perante os processos organizacionais.
Faz parte também deste estudo sobre Contabilidade, o controle das operações de compra e vendas de mercadorias, ou seja, as entradas e saídas das mercadorias e suas oscilações, não deixando de lado o interesse perante o cálculo do custo de mercadoria vendida. 
A Contabilidade também trata das questões pertinentes à folha de pagamento da organização, suas operações e resultados, que são tidos como fonte de dados para a Contabilidade e seus processos, assim como, cabe tratar os processos pertinentes às operações financeiras da organização.
O estudo da Contabilidade Básica proporcionar–lhe-á um maior entendimento perante o controle dos processos burocráticos inerentes às roti-
nas organizacionais.
Contabilidade Básica I | 9
1	Contabilidade: seu ambiente e objeto de estudo | 11 
2	Método das partidas dobradas: origem e aplicações de recursos | 27
3	Contas e plano de contas | 37
4	Escrituração, lançamento e razonete | 57
5	Prática: balancete de verificação | 77
6	Apuração do resultado do exercício (ARE) | 87
7	Balanço patrimonial | 105
	Referências | 113
1
Contabilidade: 
seu ambiente e objeto de estudo
Você já ouviu falar que existe uma ciência que registra e controla o patrimônio das pessoas físicas e jurídicas? Pois bem, essa ciência é a Contabilidade.
Neste primeiro momento, vamos estudar a Contabilidade e seu ambiente compreendendo um pouco de sua história, seus ­objetivos, seu objeto de estudo e sua aplicabilidade.
Contase que a história da Contabilidade surge com a própria história da civilização humana, em que a necessidades de troca de mercadoria predominava. À medida que o homem necessitava de diferentes produtos e mercadorias, havia a troca e alguns começaram a registrar esses fatos. Hoje, sabese que essas primeiras escritas que registravam a troca de mercadorias são as primeiras escritas contábeis da humanidade.
Um dos principais objetivos da Contabilidade é o de prestar contas de seus registros. Essa prestação de contas é feita através de demonstrativos, sendo que o principal deles é o balanço patrimonial, assunto dos próximos capítulos. O objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio das entidades (pessoas jurídicas) e das pessoas físicas.
A Contabilidade é uma ciência aplicável irrestritamente a todas as entidades, com ou sem fins lucrativos (finalidade de lucro em suas operações).
Os conteúdos possibilitarão a você conhecer essa ciência. A Contabilidade registra, controla e analisa o patrimônio das entidades. Todo esse processo é realizado para que as pessoas físicas e jurídicas tomem decisões com as informações de ordem patrimonial fornecidas pela Contabilidade.
Vamos começar estudando a história da Contabilidade e sua evolução.
1.1 Um pouco da história da contabilidade e de sua evolução
A origem da Contabilidade é bastante remota, pois, desde tempos antigos, o homem já se preocupava em controlar sua riqueza, determinar suas posses e avaliálas. Segundo historiadores, há indícios da existência de controles rudimentares da riqueza patrimonial na Antiguidade. Entretanto a Contabilidade teve seu desenvolvimento, como sistema de controle patrimonial, a partir do momento em que o frade Luca Paccioli escreveu e publicou sua famosa obra, cujo título era Summa de Arithmetica, Proportioniet ­Proportionalita (século XV). Essa obra descreve, em um dos seus capítulos, o método para registrar e controlar o patrimônio das entidades, denominado método das partidas dobradas. A partir desse momento, diversos trabalhos são publicados provocando grandes discussões sobre a teoria contábil (IUDÍCIBUS, 1997, p. 30).
No Brasil, a Contabilidade pode ser dividida em dois estágios.
1.1.1 Anterior a 1964
Em 1908, aconteceu uma das primeiras manifestações contábeis no país com a publicação do alvará que obrigava os contadores gerais a aplicarem o método das partidas dobradas na escrituração. O Código Comercial Brasileiro de 1850 foi umas das primeiras legislações na área contábil. A partir dele tornouse obrigatória a escrituração contábil e a elaboração anual da demonstração do balanço geral. Em 1890, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro passou a oferecer as disciplinas de Direito Administrativo e Contabilidade, seguindo a tendência inicial de colocar a Contabilidade como uma disciplina intimamente ligada ao direito. Em 20 de abril de 1902, surge a Escola Prática de Comércio Álvares Penteado, que teve, em 9 de janeiro de 1905, o reconhecimento oficial do curso de guardalivros e de peritocontador. Em 1946, foi criada a faculdade de Ciências Contábeis da USP e é também desse ano a criação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) (IUDÍCIBUS, 1997, p. 3637).
1.1.2 Posterior a 1964
A partir de 1964, iniciase a segunda fase da Contabilidade no ­Brasil, marcada, principalmente, pela apresentação do método de ensino norteamericano pelo professor José da Costa Boucinhas. Ainda em 1964, ocorreu a implantação da Lei 4.320 (estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal). Em 1971, ocorreu a criação do livro de Contabilidade Introdutória pelos professores da USP.A Contabilidade brasileira teve um importante estímulo legal, em 1972, quando o Banco Central baixou as circulares 178 (obriga o registro do auditor independente exclusivo para contadores) e 179 (trata dos princípios e normas da Contabilidade oficializando a expressão: Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos – PCGA). Em 1976, ocorreu a promulgação da Lei 6404 que regulamenta as Sociedades por Ações e, no mesmo ano, foi criada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No ano seguinte, a CVM editou uma norma sobre a Correção Integral de Balanço (IUDÍCIBUS, 1997, p. 3637).
1.2 Conceito
A Contabilidade somente foi reconhecida como ciência no século XIX. Seu nome deriva do termo contabilità, da escola italiana, que significa registro de contas. Franco (1997, p. 21) afirma que a Contabilidade é
[...] a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
Na definição de Contabilidade, temos vários pontos a destacar, entre eles: estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio (transformação patrimonial); registra, classifica e demonstra (através da técnica da escrita contábil, classifica para registrar, dentro do grupo de contas, a que pertence o fato patrimonial, e demonstra, através dos demonstrativos contábeis, sendo o principal deles o balanço patrimonial); analisa e interpreta os fatos (o registro possibilita a transformação dos fatos contábeis e a análise e interpretação do impacto do fato no patrimônio); oferece informações e orientação (através do produto final da Contabilidade que são os demonstrativos, é possível analisar as informações e orientar procedimentos, possibilitando a tomada de decisão imediata e de curto e longo prazo); variações do resultado econômico são as variações que acontecem no patrimônio sem que haja a aplicação de recursos.
1.3 Campo de aplicação e objeto de estudo da contabilidade
Franco (1997, p.19), sobre o objeto da Contabilidade, afirma que
o objeto da Contabilidade é o patrimônio e seu campo de aplicação o das entidades econômicoadministrativas, assim chamadas aquelas que para atingirem seu objetivo, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo que pratica os atos de natureza econômica e financeira necessários a seus fins.
A Resolução 774, de 16 de dezembro de 1994, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2000, p. 30) define o patrimônio como o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa física ou a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, em seu aspecto estático (econômico e financeiro) e dinâmico (variações sofridas pela riqueza patrimonial), e nos seus aspectos qualitativos e quantitativos.
A Resolução do CFC caracteriza que por aspecto qualitativo do patrimônio entendese a natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc.
1.4 Objetivo da contabilidade
Para Franco (1997, p. 19), o objetivo da Contabilidade é “fornecer informações, interpretações e orientações sobre a composição e as variações do patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores”.
Modernamente, na Contabilidade, temos duas finalidades.
Planejamento – a informação contábil pode ser um forte suporte para o planejamento, quando, estabelecendo padrões, torna claras situações futuras.
Controle – está ligado à análise das definições adotadas pe-
la organização.
Qual a importância da Contabilidade para o ­planejamento e controle das entidades?
1.5 Função da contabilidade
Uma das principais funções da Contabilidade é divulgar informações para o processo de tomada de decisão. Através das informações divulgadas, verificase a produção do período da entidade, a transformação ocorrida no patrimônio e a geração do resultado da atividade. Isso possibilita a comparação de resultados com períodos anteriores e a projeção de resultados futuros.
Franco (1997, p. 19) nos ensina que a função da Contabilidade é
[...] registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações do patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores.
Favero e outros (1997, p. 13) acrescentam que a Contabilidade pretenda
[...] analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, buscando demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios (Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações diversas sobre a empresa tais como: análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de terceiros, os bancos, as financeiras e os clientes, etc.
Além dessas funções citadas pelos autores, temos ainda uma das principais funções da Contabilidade que é a de informar ao usuário interessado dados e informações verídicas e tempestivas acerca da entidade.
1.6 Usuários da contabilidade
São chamados de usuários da Contabilidade os indivíduos que se beneficiam da informação produzida pela mesma. Os usuários da Contabilidade são agentes internos e externos da entidade caracterizados da seguinte maneira.
Agentes internos: são todos os indivíduos que têm relação direta com a entidade. Nesse caso, esses agentes têm facilidade de acesso às informações contábeis. Como agentes internos, temos: os gerentes, que utilizam a informação contábil para a tomada de decisão; os colaboradores, que têm interesse de almejar melhorias trabalhistas; a diretoria da entidade, que utiliza a informação contábil para planejar ações organizacionais.
Agentes externos: são todos os indivíduos que têm relação indireta com a entidade. Nesse caso, precisam de fontes para acessar a informação da entidade. Como agentes externos, temos: os bancos,que utilizam a informação para a concessão de créditos e financiamentos; os concorrentes, que utilizam a informação contábil para conhecer a situação da entidade no mercado; o governo, que procura saber o montante de receitas e despesas geradas no período pela entidade, pois esse procedimento dá condições de saber se a entidade cumpre seu papel social (arrecadadora de impostos e tributos), sem haver sonegação fiscal; os fornecedores, que têm interesse em conhecer a capacidade de pagamento da entidade para poder continuar ou não vendendo a prazo, medindo assim a capacidade de pagamento futura da entidade; os clientes, que querem saber a integridade da entidade e a garantia de que sua compra (pedido) será atendida no prazo acordado; os investidores, que utilizam a informação contábil para identificar a situação econômicofinanceira da entidade tendo garantias do valor investido.
1.7 Ramos de atuação da contabilidade
De sua estrutura inicial voltada para as necessidades de registros dos fatos de comércio, a Contabilidade foi ampliando seu campo de atuação e se ramificando para registrar e controlar as finanças governamentais, os negócios de indústrias, bancos, entidades de financiamento, seguros, ­pecuária, agricultura, prestadores de serviços, entidades sem fins lucrativos e de todo tipo de entidades que foram surgindo ao longo do tempo e que necessitam de controle patrimonial, econômico e financeiro (TEIXEIRA, 2006).
Esses são alguns ramos de atuação da Contabilidade. O método de registro dos fatos contábeis (método das partidas dobradas) é igual para todos os ramos. Contudo cada entidade temsuas próprias características e, por consequência, fatos contábeis distintos.
1.8 Técnicas contábeis
Para realizar o controle patrimonial, a Contabilidade desenvolveu algu-
mas técnicas.
Escrituração: é o registro das transações realizadas pelas empresas.
Demonstrações contábeis :é a exposição ordenada do patrimô- nio registrado de acordo com a formatação especificada na Lei n. 6.404/76 (Lei das S/A), Lei n. 11.638/2007 (Nova Lei das S/A), e nas normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON). Acordo com a Lei das S/A, as demonstrações que as empresas devem elaborar são: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração do Lucro e Prejuízo Acumulado (DLPA), Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração dos fluxos de caixa (DFC) e Demonstração do 
valor adicionado (DVA) somente para companhias abertas;
Auditoria:consiste em verificar a veracidade da situação patrimonial.
Análise de balanços: consiste em examinar as demonstrações, para identificar os pontos positivos e negativos da gestão empresarial.
1.9 Classificação da ciência contábil
Com relação ao estudo da Contabilidade, há uma quase unanimidade em classificála no campo das ciências sociais aplicadas, ainda que uns poucos advoguem a tese de que seja enquadrada no rol das ciências exatas. Quanto ao objeto de estudo da Contabilidade, pequenas variações também ocorrerão, marcadamente em função de o estudioso se encontrar no grupo da chamada escola européia ou no grupo da escola norteamericana de Contabilidade (TEIXEIRA, 2006).
1.10 Objeto de estudo da contabilidade: o patrimônio
Um dos objetivos da Contabilidade é controlar o montante patrimonial da entidade. O patrimônio da entidade é o objeto de estudo da Contabilidade. Essa movimentação é realizada devido às operações de compra, venda, pagamentos, recebimentos, etc. que são executadas diariamente pelos gestores das entidades. Ao registrar esses fatos contábeis, a Contabilidade terá condição de fornecer informações sobre a situação patrimonial, econômica e financeira da empresa, sempre que solicitada.
Definimos patrimônio como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.
Bens: é o conjunto de coisas capazes de atender às necessidades do ser humano e que são passíveis de avaliação econômica. Podem ser classificados em: bens de uso – representados pelas máquinas, equipamentos, móveis e utensílios; bens de consumo – representados pelo conjunto de matérias necessárias para desenvolver a atividade da empresa como materiais de escritório e material de limpeza; bens de troca – representados pelas mercadorias e produtos que irão ser dispostos à venda.
Direitos: são os valores expressos em moeda e que a entidade tem a receber de terceiros. Geralmente, os terceiros são representados pelos clientes da entidade, aí dizemos que duplicatas a receber são um direito da entidade, pois ela vendeu a mercadoria a prazo ao cliente e terá o direito a receber do mesmo. Outros títulos podem ser direitos a receber como é o caso de promissórias a receber. Ao se proceder ao registro contábil, os títulos representativos de direitos são acrescidos da expressão 
a receber.
Obrigações: também conhecidas como “passivos exigíveis”. São o montante de valores que a entidade assumiu para pagar a terceiros. Ao se proceder ao registro contábil, os títulos representativos de obrigações são acrescidos da expressão a pagar,como, por exemplo,duplicata a pagar, nota promissória a pagar, etc.
1.11 Aspecto qualitativo e quantitativo do patrimônio
O patrimônio de uma entidade é analisado sob os aspectos da qualidade e da quantidade. Os aspectos qualitativos são as nomenclaturas simbólicas de cada um dos elementos que compõem o patrimônio, tais como: caixa e bancos – que são os bens numerários; mercadorias e produtos – que são os bens de venda; veículos e imóveis para alugar – que são os bens de renda da entidade; máquinas e equipamentos, materiais de uso e consumo – que são os bens de uso, como é o caso de materiais para escritório.
Os aspectos quantitativos são os elementos patrimoniais expressos em valores monetários. Por exemplo: máquinas e equipamentos R$ 10.000.
1.12 Representação gráfica do patrimônio
Para que a Contabilidade alcance seu objetivo de fornecer informações sobre a situação patrimonial, precisa representar o patrimônio de alguma forma. A maneira escolhida foi a representação em forma gráfica (forma de “T”), conforme o modelo a seguir:
O lado esquerdo é denominado contabilmente de ativo e o direito de passivo.
Ativo:recebe este nome, porque é composto pelos bens e pelos direitos (contas a receber), que formam o conjunto dos elementos positivos da empresa.
Passivo: recebe este nome, porque é composto pelas obrigações (contas a pagar), que formam o grupo dos elementos negativos da empresa.
1.13 Equilíbrio patrimonial
O gráfico na forma da letra “T”, utilizado para representar o patrimônio das empresas, denominase Balanço Patrimonial.
Balanço lembra balança de dois pratos. Para que haja equilíbrio entre os dois pratos, o peso total do lado direito deve ser igual ao do lado esquerdo.
A empresa também precisa estar em equilíbrio. Sendo assim, para que o Balanço Patrimonial possa refletir adequadamente a situação financeira da empresa, o total do lado direito deverá ser igual ao total do
lado esquerdo.
	Lado direito = Lado esquerdo
	Ativo = Passivo
	Bens + Direitos = Obrigações
Na prática, nem sempre a soma de bens e direitos é igual à soma das obrigações. Para que essa igualdade seja concretizada, aparecerá no gráfico um outro grupo de elementos patrimoniais que denominaremos de Patrimônio Líquido. Esse novo elemento será colocado no gráfico sempre no lado do passivo. Podemos, então, representar o patrimônio da seguinte maneira:
Transcrevemos, a seguir, um Balanço Patrimonial, num modelo bem simplificado para que você possa perceber sua estrutura.
	Empresa Bom Começo S/A
	Balanço Patrimonial em 31/12/2004
	Ativo
	Passivo
	Bens
	Obrigações
	Caixa
	100
	Contas a pagar
	1.200
	Móveis
	1.000
	Títulos a pagar
	 800
	Terrenos
	5.000
	Duplicatas a pagar
	1.700
	Veículos
	6.000
	Empréstimos
	1.800
	Mercadorias
	2.000
	Salário a pagar
	 900
	
	
	Impostos a pagar
	 200
	Direitos
	Patrimônio Líquido
	Contas a receber
	500
	Capital Social
	7.000
	Duplicatas a receber
	600
	Reservas
	1.000
	Títulos a receber
	400
	Lucro
	1.500
	
	
	Prejuízo
	(500)
	Total do Ativo
	15.600
	Total do Passivo
	15.600
1.14 Equação fundamental do patrimônio
A equação fundamental do patrimônio é uma fórmula que evidencia o equilíbrio patrimonial.
	Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
	Bens + Direitos = Obrigações + Patrimônio Líquido
	Bens + Direitos = Obrigações + (Capital + Reservas + Lucro)
1.15 Situação líquida ou patrimônio líquido
Situação Líquida é a diferença entre Ativo e Passivo. O passivo, neste momento, é entendido como o total das obrigações exigíveis.
	SL = Ativo – Passivo
	 Ou
	SL = Bens + Direitos – Obrigações
Você já sabe que o patrimônio (bens, direitos e obrigações) é avaliado em moeda. Assim, para calcularmos a situação líquida ou o patrimônio líquido, devemos ter em nossas mãos o valor total do lado do ativo e o valor total das obrigações exigíveis. Ao subtrairmos esses montantes, teremos o valor da situação líquida. Veja o exemplo a seguir.
	Balanço Patrimonial em 31/12/2004
	Ativo
	Passivo
	Bens
	Obrigações Exigíveis
	Caixa
	100
	Contas a pagar
	300
	Direitos
	Patrimônio Líquido
	Duplicatas a receber
	600
	
	?????
	Total Do Ativo
	700
	Total Do Passivo
	?????
	Cálculo da Situação Líquida ou Patrimônio Líquido
	Total do ativo = Bens + Direitos = 100 + 600 = 700
	Total das obrigações exigíveis = 300
	Situação líquida ou patrimônio líquido = Ativo – obrigações exigíveis = 700 – 300 = 400
1.16Situações líquidas patrimoniais possíveis
Os elementos patrimoniais podem estar configurados com valores diversos. Consequentemente, poderão gerar situações líquidas patrimoniais diferentes, tais como: positiva, negativa ou nula.
Situação líquida positiva, ativa ou superavitária
	Balanço Patrimonial
	Ativo > Obrigações
A = O + PL
O = A – PL
PL = A – O
Ativo > zero
Obrigações > zero
PL > zero
	Ativo (A)
	Passivo (P)
	
	Bens (B)	100
Direitos (D)	80
	Obrigações (O)	50
Patrimônio líquido (PL)	130
	
	Total Ativo	180
	Total Passivo	180
	
Situação líquida negativa, passiva, deficitária, passiva a descoberto
	Balanço Patrimonial
	Ativo < Obrigações
A = O PL
O = A + PL
PL = O – A
Ativo > zero
Obrigações > zero
PL < zero
	Ativo (A)
	Passivo (P)
	
	Bens (B)	80
Direitos (D)	20
	Obrigações (O)	150
Patrimônio líquido (PL)	(50)
	
	Total Ativo	100
	Total Passivo	100
	
Situação nula
	Balanço Patrimonial
	Ativo = Obrigações
A = O
O = A
PL = ZERO
Ativo > zero
Obrigações > zero
PL = zero
	Ativo (A)
	Passivo (P)
	
	Bens (B)	180
Direitos (D)	20
	Obrigações (O)	200
Patrimônio líquido (PL)	00
	
	Total Ativo	200
	Total Passivo	200
	
Situação líquida de inexistência de ativo
	BALANÇO PATRIMONIAL
	Ativo < Obrigações
A = ZERO
O = A + PL
PL = A – O
Ativo = zero
Obrigações > zero
PL < zero
	Ativo (A)
	Passivo (P)
	
	Bens (B)	00
Direitos (D)	00
	Obrigações (O)	40
Patrimônio líquido (PL)	(40)
	
	Total Ativo	00
	Total Passivo	00
	
Situação líquida plena ou inexistência de passivo
	BALANÇO PATRIMONIAL
	Ativo > Obrigações
A = O + PL
O = A – PL
PL = A – O
Ativo > zero
Obrigações = zero
PL > zero
	Ativo (A)
	Passivo (P)
	
	Bens (B)	30
Direitos (D)	20
	Obrigações (O)	00
Patrimônio líquido (PL)	50
	
	Total Ativo	50
	Total Passivo	50
	
Situação líquida patrimonial impossível
Ao analisar as situações patrimoniais apresentadas, você deverá ter concluído que o ativo e o passivo somente poderão ser iguais ou maiores que zero, mas o Patrimônio Líquido (PL) poderá ser menor, igual ou maior que zero. Assim sendo, a única situação impossível de acontecer será aquela em que o Patrimônio Líquido será superior ao valor total do ativo.
Assim, a Contabilidade é uma ciência que estuda, registra e controla o estado patrimonial das entidades, em seus diversos segmentos.
Conclusão
Neste capítulo, você conheceu a Ciência Contábil: conceito, objeto (patrimônio das entidades econômicoadministrativas, com ou sem fins lucrativos), função, objetivos, campo de aplicação, técnicas, usuários, ramificações e sua classificação dentro da ciência.
2
Método das partidas dobradas: origem e aplicações de recursos
O termo “contábil” determina que o conjunto de bens, direitos e obrigações seja denominado de patrimônio. A peça contábil, que evidencia de forma ordenada e estática o patrimônio, é o Balanço Patrimonial. Para o registro dos atos e fatos que comporão o patrimônio empresarial e o balanço patrimonial contábil, utilizamos a técnica de Registro Contábil de Partidas Dobradas, a técnica do débito e do crédito.
Para realizarmos um registro contábil, dentro da técnica do débito e do crédito, temos que analisar os fatos da seguinte forma: para contas que compõem o ativo (conjunto de bens e direitos), sempre que há o registro de entrada, utilizamos a forma do débito. O registro de saídaou baixa dos bens e direitos será efetuado na forma de crédito. Para contas que compõem o passivo (conjunto de obrigações mais o patrimônio líquido), sempre que há o ingresso de novas obrigações ou aumento do patrimônio líquido, o registro é efetuado na forma de crédito e o registro da quitação ou pagamento das obrigações ou baixa do valor patrimonial é efetuado na forma de débito. Receitas (ingressos de recursos pela prestação de serviços ou pela venda de mercadoria) serão sempre registradas a crédito e contas de custos e despesas (dispêndios da entidade para a geração de receita) serão sempre registradas a débito.
As origens de recursos são os valores que financiam as operações de uma entidade. As fontes da origem de recursos são identificadas através da análise do valor do patrimônio líquido e do passivo exigível.
Vamos começar nosso estudo pelo método das partidas dobradas.
2.1 Método das partidas dobradas
O Método das Partidas Dobradas é também denominado o método veneziano (el modo de Vinegia) publicado pela primeira vez por Luca Paccioli em seu livro Summa de Arithmetica, Proportioni et Proporcionalita, em 1494. Como se vê, é um método matemático de que a Contabilidade se vale para efetuar os registros dos atos e fatos. É o sistema padrão usado pela Contabilidade para registrar as transações financeiras de entidades.
Sua premissa é de que a condição econômicofinanceira e os resultados das operações da entidade são mais bem representados por diversas variáveis denominadas de contas, em que cada uma, em particular, tem a função de refletir o aspecto do valor monetário do registro.
Cada transação tem seu valor financeiro registrado em pelos menos duas contas, nas quais o total dos créditos, sob qualquer pretexto, deve ser igual ao valor dos débitos. Por exemplo, paraw registrarmos o valor patrimonial de formação do capital da entidade, fazemos os seguintes registros:
no Livro Diário:
Débito (D): conta caixa – ativo
Crédito (C): conta capital – patrimônio líquido
no Livro Razão:
	Caixa
	
	Capital Social
	D
	
	
	
	C
Para se proceder aos registros contábeis temos várias formas, como: 1ª fórmula: um débito (D) para um crédito (C); 2ª fórmula: um débito para dois ou mais créditos; 3ª fórmula: dois ou mais débitos e um valor a crédito; 4ª fórmula: dois ou mais valores de débitos e dois ou mais valores de créditos.
A quarta fórmula deve ser usada com cautela, e muitas vezes até restrita, sendo indicada somente quando não houver possibilidade de se obscurecer a informação, considerando que todos os registros contábeis devem indicar com clareza e precisão a contrapartida.
O método publicado por Paccioli se dá da seguinte forma: entradas de débito (contas do grupo do ativo) serão registradas no lado esquerdo e as entradas de crédito (contas do grupo do passivo) serão registradas no lado direito do razonete.
Razonete representa sinteticamente o Livro Razão. O Livro Razão e o Livro Diário são dois dos mais importantes livros de registros contábeis. No Livro Razão, apresentase o valor do registro e dos saldos das contas ou do grupo de contas; no Livro Diário, é apresentado o valor do registro diário de cada uma das contas que compõem o patrimônio da entidade.
O razonete é representado graficamente da seguinte forma.
	(Título da conta)
	Débito
	Crédito
	R$
	R$
	(Saldo da conta)
No razonete, identificamse o título da conta de registro (por exemplo, conta caixa), os valores de débitos (fatos causados pelo valor patrimonial) e créditos (fatos da causa do fato) e, por fim, destacase o saldo do mesmo, ou seja, a diferença de somatória entre o débito e o crédito. O valor do saldo será destacado sempre do lado da natureza da conta, por exemplo, se for conta caixa, então o saldo da conta aparecerá no lado do débito.
	Caixa
	Débito
	Crédito
	R$
	R$
	(Saldo da conta)
	
Esse fato ocorre porque o saldo da conta acompanha a natureza da mesma, ou seja, se for conta de ativo (natureza devedora), o saldo é apresentado no lado esquerdo, se for conta de passivo (natureza credora), o saldo é apresentado no lado direito.
Vamos trabalhar alguns exemplos de registros de fatos no razonete e no diário.
Registro quotaspartes de capital no valor de R$ 1.000, em dinheiro:
	Caixa
	
	Capital Social
	(1) 1.000
	
	
	
	1.000 (1)
D – Caixa – Ativo
C – Capital Social – Passivo........................... R$ 1.000
Pelo valor das quotaspartes de capital registradas nesta data e quitadas em dinheiro.
Registro de valor de depósito bancário no valor de R$ 200:
	CaixaBanco c/c Movimento
	(1) 1.000
	200 (2)
	
	(2) 200
	
	Saldo = 800
	
	
	
	
D – Banco c/c Movimento – Ativo
C – Caixa – Ativo ....................................... R$ 200
Pelo valor de depósito em conta corrente movimento bancária, nesta data.
Pagamento de despesas administrativas da empresa no valor de R$ 100:
	Caixa
	
	Desp. administrativas
	800
	100 (3)
	
	(3) 100
	
	Saldo = 700
	
	
	
	
D – Despesas administrativas – Grupo de resultado despesa
C – Caixa – Ativo
Pelo valor pago em dinheiro de despesas administrativas nesta data.
2.2 Origens e aplicações de recursos
O Balanço Patrimonial é um dos relatórios que demonstra as origens e aplicações de recursos de uma entidade. Você então poderia perguntar: “Qual lado representa a origem e qual a aplicação de recursos?”.
Bem, vamos responder analisando o balanço a seguir.
	Balanço Patrimonial em 31/12/2004
	Ativo
	PASSIVO
	Bens
	Obrigações
	Caixa
	100
	Contas a pagar
	150
	Móveis
	200
	
	
	Direitos
	Patrimônio Líquido
	Duplicatas a receber
	600
	Capital social
	750
	Total do Ativo
	900
	Total do Passivo
	900
Analisando o balanço, podemos identificar o total de recursos (R$ 900) que a empresa obteve e que está à sua disposição. O lado do ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos (bens = R$ 300 e direitos = R$ 600); o lado do passivo, onde a empresa conseguiu esses recursos (obrigações = R$ 150 e patrimônio líquido = R$ 750).
	BALANÇO PATRIMONIAL
	Ativo
	Passivo
	Aplicações de Recursos
Em Bens
Em Direitos
	Origens de Recursos
De terceiros (passivo exigível)
Próprio (patrimônio líquido)
	Total das Aplicações
	Total das Origens
Ativo: aplicação de recursos
Os recursos que a empresa tem a sua disposição podem ser aplica-
dos em:
aplicações permanentes – correspondem às aplicações realizadas em bens e direitos que serão utilizados pela empresa (imobilização técnica – veículos, móveis, marcas e patentes, despesas com a organização da empresa, etc.) e em bens e direitos que não serão utilizados pela empresa, mas que geram renda para a mesma (imobilizações financeiras – obras de arte, imóveis para alugar, ações de outras empresas, etc.);
aplicações circulantes – correspondem às aplicações em bens e direitos que serão convertidos em dinheiro e transformados ou consumidos dentro do exercício social, tais como: caixa, banco, mercadorias, duplicatas a receber, despesas antecipadas, materiais de consumo, aplicações financeiras, etc.
	Aplicações de recursos
	Aplicação permanente
	Imobilização técnica
	Bens de uso
	
	
	
	Direitos de uso
	
	
	Imobilização financeira
	Bens de renda
	
	
	
	Direitos de renda
	Aplicações de recursos
	Aplicação circulante ou corrente
	Bens numerários
	
	
	Bens de consumo ou de transformação
	
	
	Bens de venda
	
	
	Direitos de funcionamento
	
	
	Direitos de financiamento
	
	
	Aplicações financeiras
Passivo: origem dos recursos
Os recursos totais que estão à disposição da empresa podem originarse de duas fontes.
Recursos de terceiros – correspondem às obrigações exigíveis, isto é, são recursos de terceiros que a empresa utiliza no seu giro normal. Esses recursos podem originarse em consequência de dívidas contraídas para a empresa funcionar (fornecedores, obrigações fiscais, obrigações trabalhistas, obrigações previdenciárias, etc) e de dívidas contraídas junto a instituições financeiras (empréstimos e financiamentos).
Recursos próprios – correspondem às obrigações não exigíveis. Esses recursos podem originarse em consequência do capital inicial investido pelo titular (capital social), sócio ou acionista na empresa, bem como pelos resultados calculados em 
decorrência da gestão normal da empresa (lucros e reservas).
	Origem de recursos
	Capital próprio (não exigível)
	Titular, sócio, acionista
	Formação do capital
	
	
	
	Reserva de capital
	
	
	Das operações
	Reserva de lucro
	
	
	
	Lucro acumulado
	
	Capital de terceiros (exigível)
	Obrigações de funcionamento
	
	
	Obrigações de financiamento
2.3 Passivo: obrigações exigíveis e não exigíveis
As obrigações estão divididas em dois grupos: as obrigações exigíveis (ou capital de terceiros) e as obrigações não exigíveis (ou capital próprio ou patrimônio líquido).
Exigíveis (capital de terceiros): são exigíveis por terem data certa de vencimento e, portanto, necessitam de liquidação presente e futura. Podemos citar como exemplos: duplicatas a pagar, financiamentos, salários a pagar, ICMS a recolher, IR a pagar, obrigações previdenciárias, etc.
Não exigíveis (capital próprio): são não exigíveis por não existir data certa para sua liquidação. Estão demonstradas no patrimônio líquido. Podemos citar como exemplo as contas: capital social (valor aplicado na empresa pelos sócios ou acionistas), lucro ou prejuízo (resultados obtido em consequencia do funcionamento da empresa), reservas (valores retidos para destinações específicas). O capital social é definido como obrigação, porque a empresa está devendo esse 
valor para seus proprietários e, por lei, esses não podem exigir seus recursos de volta, enquanto a empresa estiver em funcionamento.
2.4 Termos técnicos envolvendo o balanço patrimonial
	Balanço Patrimonial do sr. Adão
	Ativo
	Passivo
	Bens
Dinheiro no banco	R$ 100
Poupança	R$ 3.000
TV a cores	R$ 900
Automóvel	R$ 10.000
Apartamento	R$ 35.000
	R$ 49.000
	Obrigações
Prestações do apartamento	R$ 20.000
Prestações do automóvel	R$ 8.500
Prestações da TV	R$ 500
	R$ 29.000
	Direitos
Valor a receber de José	R$ 1.000
	Patrimônio Líquido (PL)
Capital social	R$ 20.000
Capital a realizar	R$ 1.000
Reservas	R$ 500
Lucro	R$ 1.500
	R$ 21.000
	Total do Ativo	R$ 50.000
	Total do Passivo	R$ 50.000
Capital total = Recurso total = R$ 50.000
Capital nominal = Capital social = Capital inicial = Capital subscrito = R$ 20.000
Capital a realizar = Capital a integralizar = R$ 1.000
Capital realizado = Capital integralizado = R$ 19.000 (20.000 1.000)
Capital de terceiros = Obrigações exigíveis = R$ 29.000
Capital próprio = Obrigação não exigível = Patrimônio líquido = Situação líquida = R$ 21.000
Patrimônio bruto = Total ativo = Total passivo = R$ 50.000
Total das origens = Total do passivo = R$ 50.000
Total das aplicações = Total do ativo = R$ 50.000
A técnica de origem e aplicações dos recursos se apresenta de forma a evidenciar o valor dos financiamentos das atividades da entidade da seguinte forma: origem de recursos (empréstimos, financiamentos ou capital próprio) grupo do passivo; aplicações dos recursos (conta contábil de destino do valor das aplicações), grupo do ativo.
Conclusão
Neste capítulo, conhecemos o Método das Partidas Dobradas e os conceitos de origem e aplicação de recursos. O Método das Partidas Dobradas é ­utilizado para o registro contábil dos atos e fatos contábeis. É conveniente que sempre identifiquemos primeiro a conta de débito, para depois identificarmos a conta de crédito. Contas de ativo são contas de natureza devedora e deverão ser debitadas, sempre que houver entrada de bens ou direitos, e creditadas, sempre que houver fatos que venham a registrar valor de saída ou baixa desses bens ou direitos. Contas de passivo são de natureza credora e deverão ser creditadas,sempre que houver valor que acrescente o valor das obrigações ou do patrimônio líquido, e debitadas, sempre que houver baixa do valor desses. Origem de recursos é representada pelo fato causador do evento (empréstimo bancário, por exemplo) e aplicação é representada pelo efeito de causa do mesmo (registro na conta banco).
3
Contas e plano de contas
Conforme vimos anteriormente, todas as transações econômicas realizadas pelas entidades podem ser classificadas em bens, direitos, obrigações, receitas e despesas. Das transações, representadas por um documento, originase um fato a ser registrado na Contabilidade. Cada fato envolve um ou mais elementosdo patrimônio. Cada elemento patrimonial deve receber uma denominação que permita identificálo com precisão. O nome utilizado para representar cada elemento do patrimônio envolvido nas transações realizadas é conhecido como conta.
	Contas Patrimoniais
	Contas de Resultado
	Ativo
	Passivo
	Despesas
	Receitas
	Bens + Direitos
	Obrigações + Patrimônio Líquido
	
	
3.1 Conta: conceito
Conta, em Contabilidade, é definida como nome que representa a natureza do fato contábil, ou seja, a denominação do bem, do direito, da obrigação, da receita e da despesa (FRANCO, 1997).
Conta é uma palavra ou expressão que transmite a ideia dos elementos patrimoniais que representa. Pode representar um elemento isolado ou vários componentes que tenham o mesmo fim. O dinheiro, por exemplo, que é um bem, portanto, um elemento patrimonial, é representado pela conta caixa.
Valores a receber de outras pessoas, ou seja, direitos, que também são elementos patrimoniais, são representados pela conta duplicatas a receber ou clientes. As dívidas decorrentes de compra a prazo, que são uma obrigação, são representadas pelas contas fornecedores ou duplicatas a pagar juros recebidos de terceiros, que são uma receita,sãorepresentados pela conta juros ativos ou juros recebidos. Juros pagos a terceiros, que são uma despesa, são representados pela conta juros passivos ou juros. Assim como apresentamos as contas anteriores, temos também as contas de bancos; veículos, móveis, imóveis, instalações, empréstimos, impostos a recolher, capital, lucro ou prejuízo e muitas outras, de acordo com a natureza dos elementos
que representam.
3.2 Classificação das contas
As contas podem ser classificadas de várias maneiras, conforme a linha de pensamento defendida por seus doutrinadores. No Brasil, a Contabilidade fundamentase na Escola Patrimonialista, apresentada e defendida pelo italiano Vincenzo Masi. Essa escola, que considera o patrimônio como o objeto 
de estudo da Contabilidade, classifica as contas em patrimoniais e de resultado.
Contas de resultado: são contas que representam as despesas e receitas. Através do confronto entre as receitas e despesas, podemos calcular o resultado (lucro ou prejuízo) da entidade, aumentando ou diminuindo o patrimônio líquido. Essas contas estão discriminadas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). São abertas no início do exercício financeiro e extintas no final do  exercício.
Contas patrimoniais: são contas que representam bens, direitos, obrigações exigíveis e o patrimônio líquido. Estão subdivididas em ativo e passivo. Estão discriminadas na demonstração contábil, denominada Balanço Patrimonial. Elas demonstram a posição do patrimônio em determinado momento.
	Contas Patrimoniais
	Contas de Resultado
	Ativo
	Passivo
	
	Contas de bens
Caixa
Veículo
Contas de direitos
Duplicata a receber
Clientes
	Contas de obrigações
Duplicata a pagar
Fornecedores
Contas do patrimônio líquido
Capital social
Reservas
Lucro
	Contas de receita
Venda de mercadorias
Venda de serviços
Contas de despesas
Energia consumida
Salário
Juros passivos
Receitas: são o ganho obtido pela venda de mercadorias ou prestação de um serviço. Essas contas aumentam o valor do patrimônio líquido. Exemplo: juros ativos, desconto obtido, vendas, etc.
Despesas: são gastos realizados pelo consumo de bens ou pela utilização de serviços para produzir receitas. Essas contas diminuem o valor do patrimônio líquido. Exemplo: energia, água, telefone, salário, juros passivos, desconto concedido, depreciação, etc.
3.3 Abertura e movimentação das contas
As contas são abertas à medida que se tenha necessidade de registrar os fatos a elas relacionados; são movimentadas sempre que ocorrer outro fato da mesma natureza; são encerradas quando tiverem seu saldo nulo, porque a inexistência de saldo indica que não existe mais aquele elemen-
to patrimonial.
Ao registrar a constituição de uma empresa, duas contas são abertas: capital e caixa, para registrar o valor do seu capital inicial. Essas contas serão movimentadas quando aumentar ou diminuir seu valor. Esse processo será realizado com todas as contas abertas, para registrar o patrimônio das empresas, porque, uma vez criada a conta, todas as operações realizadas que tenham a mesma natureza deverão ser nela registradas.
3.4 Função das contas
Além de ser um nome que permite identificar cada elemento patrimonial, a conta é também uma representação gráfica de bens, direitos, obrigações, receitas e despesas. A função de cada conta é identificar o fato registrado, facilitar o trabalho de planejamento e controle contábil, possibilitar o registro das variações patrimoniais e informar o saldo de cada elemento patrimonial em um determinado momento. Sá (2000, p. 101) afirma que:
a conta, sabemos, é um complexo que identifica o fato dimensionalmente em seu surgir, evoluir e concluir, preocupandose: por seu título, em evidenciar a Qualidade; pelo crédito, em evidenciar as causas; pelo débito, em evidenciar os efeitos; pelo valor, em denotar o aspecto quantitativo; pelas datas, o tempo de ocorrência ou percepção do fato; pela classificação do local ou da atividade, o espaço; ou seja, apresenta toda a dimensionalidade da essência do fenô-
meno patrimonial.
De forma gráfica, podemos dizer que a conta evidencia os seguin-
tes aspectos.
3.5 Representação gráfica das contas
Cada conta é representada hoje por fichas ou folhas soltas, cujo conjunto forma o livro chamado Razão. Essas fichas ou folhas soltas podem ter estrutura diferenciada. Veja um exemplo a seguir.
	Título da conta: banco conta corrente
	Data
	Histórico
	Débito
	Crédito
	Saldo
	D/C
	10/1/2005
11/1/2005
	Depósito n. 12
Cheque n. 888 emitido em 10/1/2005
	100
000
	00
80
	100
20
	D
D
As contas do ativo (bens e direitos) e as de despesas têm saldo devedor. As contas do passivo (obrigações e patrimônio líquido) e as de receitas têm saldo credor.
A partir do exemplo anterior, podemos perceber que a conta possui os seguintes elementos: título, data, histórico, coluna do débito, coluna do ­crédito, coluna que indica a natureza do saldo, coluna do saldo. Desse modo, cada conta é representada em fichas separadas.
Existe outra representação gráfica das contas que passou a ser usada nas salas de aula e nos livros didáticos. Essa representação surgiu para facilitar o trabalho dos alunos na execução dos exercícios. Essa representação gráfica tem a forma da letra “T” e é conhecida nos meios contábeis como razonete.
O razoneteé uma simplificação da ficha da conta, em que somente são usadas as colunas de débito e crédito. O saldo é apurado pela diferença entre as somas das duas colunas.
	Título da conta: banco conta corrente
	Data
	Histórico
	Débito
	Crédito
	Saldo
	D/C
	
	
	
	
	
	
Na forma da letra “T”, o razonete ficará assim:
	Nome Da Conta
	Estrutura e exemplo de um razonete
	Banco Conta Corrente
	DÉBITO
R$ ...
	CRÉDITO
R$ ...
	
	200
300
soma	500
	50
150
soma	200
	Saldo devedor
	Saldo credor
	
	 Saldo	300
	
Razonete
Razonete é uma simplificação do Livro Razão, usado na didática contábil pela facilidade de uso e efeito visual objetivo e claro, já que utiliza apenas as colunas de débito e crédito e o título da conta que representa.
Observe que o razonete tem a forma de um “T”, devendo os lançamentos a débito (D) serem registrados no lado esquerdo e os a crédito (C), no lado direito. Ao final dos lançamentos, apura-se o resultado pela confrontação dos lançamentos.
	Saiba mais
Plano de Contas é um elenco de todas as contas que se prevê que sejam necessárias para os registros dos fatos contábeis de uma entidade, com sua respectiva classificação e codificação.
3.6 O planejamento do plano de contas
Ao elaborar o Plano de Contas, devemos observar a legislação pertinente, a saber:
os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos (PCGA) (Resolução n. 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade);
as normaslegais estabelecidas pela Lei 11.638/2007 (nova lei das 
S/As); Lei 11.941/2009; 
a legislação específica do ramo de atividade exercido pela empresa.
3.7 Composição do plano de contas
O Plano de Contas é composto dos seguintes elementos.
Elenco de contas: é o rol das contas que serão empregadas para os registros dos atos e fatos contábeis com seu nome (intitulação) e seu código representativo de registro.
Manual de contas:é um conjunto de explicações do uso adequado de cada conta, componente do Plano de Contas. É um guia para os profissionais da Contabilidade, possibilitando os registros contábeis de maneira uniforme. No manual de contas, discriminase a função, o funcionamento e a natureza do saldo de cada conta. Veja como essas explicações podem ser elaboradas.
	Conta Caixa
	Função: representa o valor dos bens numerários disponíveis, portanto de livre e imediata movimentação.
Funcionamento: debitada pela entrada de dinheiro; creditada pelas saídas de dinheiro.
Natureza do saldo: sempre haverá saldo devedor.
Lançamentos explicativos:são modelos de lançamentos para o registro de fatos que raramente ocorrem na empresa.
3.8 Estrutura do plano de contas
Atualmente, o Plano de Contas deve obedecer às disposições contidas na Lei 11.638/2007 (nova lei das S/As); Lei 11.941/2009. Essas leis regulamentama disposição de grupos e as contas pertencentes a eles. Apresentamos a seguir a estrutura básica de um Plano de Contas, em que estão relacionados os princi-pais grupos de contas.
	A – Contas Patrimoniais
	1 – Ativo
	2 – Passivo
		1.4	Ativo circulante
	1.4.1	Disponível
	1.4.2	Direitos
	1.4.3	Estoques
	1.5	Ativo não circulante
	1.5.1	Ativo realizável a longo prazo
	1.5.2	Investimentos
	1.5.3	Imobilizado
	1.5.4	Intangível
		2.1	Passivo circulante
	2.2	Passivo não circulante
	2.3	Patrimônio líquido
	2.3.1	Capital
	2.3.2	Reservas
	2.3.3	Ajustes de avaliação patrimonial 
	2.3.4	Ações em Tesouraria
	2.3.5	Lucros/Prejuízo
	B – Contas de Resultado
	3 – DESPESAS E CUSTOS
	3.1	Despesas operacionais
	3.1.1	Despesas com vendas
	3.1.2	Despesas administrativas
	3.1.3	Despesas financeiras
	3.1.4	Outras despesas operacionais
	3.2	Custos operacionais
	3.2.1	Custo das compras
	3.3	Outras Despesas
	B – Contas de Resultado
	4 – RECEITAS
	4.1	Receitas operacionais
	4.1.1	Receita bruta com as vendas
	4.1.2	Receitas financeiras
	4.1.3	Outras receitas operacionais
	4.2	Outras Receitas
	5 – APURAÇÃO DO RESULTADO
	5.1	Resultado bruto
	5.2	Resultado não operacional
	5.3	Resultado líquido
Para que você não confunda as contas e seus grupos, convém que você utilize um código numérico para cada conta. O código numérico é composto por um ou mais algarismos utilizados para identificar cada conta que compõe o Plano de Contas. Ele serve para classificar as contas de resultado e as patrimoniais; substituir o título da conta pelo seu código (registro pelo computador); facilitar a organização e a utilização das contas e dos registros contábeis.
3.9 Modelo de um plano de contas
	A – Contas Patrimoniais
	1 – Ativo
	2 – Passivo
	1.1 Ativo circulante
1.1.1 Disponível
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.2 Banco
1.1.1.3 Aplicações
1.1.2 Direitos
1.1.2.1 Clientes
1.1.2.2 Duplicata a receber
1.1.2.3 (–) Dp Descontada
1.1.2.4 (–) PCLD (Provisão para crédito de liquidação duvidosa)
	2.1 Passivo circulante
2.1.1 Obrigação a fornecedores
2.1.1.1 Duplicata a pagar
2.1.1.2 Fornecedor
2.1.2 Obrigações financeiras
2.1.2.1 Empréstimos
2.1.2.2 Financiamento a pagar
2.1.2.3 Promissória a pagar
2.1.3 Obrigações fiscais
2.1.3.1 COFINS a recolher
2.1.3.2 ICMS a recolher
	1.1.2.5 Promissória a receber
1.1.2.6 Adiantamento a empregado
1.1.2.7 Dividendos a receber
1.1.3 Impostos a recuperar
1.1.3.1 ICMS a recuperar
1.1.3.2 IPI a recuperar
1.1.3.3 IRRF a recuperar
1.1.3.4 Outros impostos a recuperar
1.1.4 Estoques
1.1.4.1 Mercadorias
1.1.4.2 Material de embalagem
1.1.4.3 Material de expediente
1.1.4.4 (–) Provisão p/ perdas
1.1.4.5 (–) Redução ao valor de mercado
1.1.5 Despesas do exercício seguinte
1.1.5.1 Aluguéis a vencer
1.1.5.2 Juros a vencer
1.1.5.3 Prêmio de seguro a vencer
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.2.1 Ativo realizável em longo prazo
1.2.1.1 Contas a receber
1.2.1.1.1 Clientes
1.2.1.1.2 Duplicata a receber
1.2.1.1.3 Promissórias a receber
1.2.1.1.4 (–) PCLD
1.2.1.2 Outros Direitos
1.2.1.2.1 Adiantamento a diretores
1.2.1.2.2 Empréstimo a coligada
1.3 Investimentos
1.3.1Participações coligadas
1.3.2 Participações controladas
1.3.3 Obras de arte
1.3.4 Investimento permanente
	2.1.3.3 IPI a recolher
2.1.3.4 IRRF sobre LL (Lucro Líquido) a recolher
2.1.3.5 ISS a recolher
2.1.3.6 PIS a recolher
2.1.4 Obrigações trabalhistas
2.1.4.1 Previdência a recolher
2.1.4.2 13º a pagar
2.1.4.3 Férias a pagar
2.1.4.4 FGTS a recolher
2.1.4.5 Salários a pagar
2.1.5 Outras obrigações
2.1.5.1 Clube social a pagar
2.1.5.2 Sindicato a recolher
2.1.5.3 Dividendos a pagar
2.1.5.4 Imposto e taxa a recolher
2.1.5.5 Participações a pagar
2.1.6 Provisões
2.1.6.1 para contribuição social
2.1.6.2 para 13º
2.1.6.3 para encargos sociais
2.1.6.4 para férias
2.1.6.5 para imposto de renda
2.2 Passivo não Circulante
2.2.1 Obrigações a fornecedores
2.2.1.1 Duplicata a pagar
2.2.1.2 Fornecedores
2.2.2 Obrigações financeiras
2.2.2.2 Banco conta empréstimo
2.2.2.3 Debêntures
2.2.2.4 Financiamento a pagar
2.2.2.5 Promissória a pagar
2.2.3 Outras obrigações
	1.3.5 (–) Perdas no investimento
1.3.6 Imóveis de renda
1.3.7 (–) Depreciação acumulada
	2.3 Resultado de exercícios futuros
2.3.1 Aluguéis ativos a vencer
2.3.2 Receitas financeiras a vencer
	1.3.2 Imobilizado
Bens Materiais (Tangíveis)
1.3.2.2 Micro e periféricos
1.3.2.3 Imóveis
1.3.2.4 Instalações
1.3.2.5 Móveis e utensílios
1.3.2.6 Veículos
1.3.2.7 (–) Depreciação acumulada
1.3.2.8 Recursos naturais
1.3.2.9 (–)Exaustão acumulada
Bens imateriais (Intangíveis)
1.3.2.10 Benfeitoria em bem de terceiro
1.3.2.11 Direitos de uso
1.3.2.12 Fundo de comércio
1.3.2.13 Marcas e patentes
1.3.2.14 (–) Amortização acumulada
	2.3.3 (–) Custos operacionais a vencer
2.3.4 Receita não operacional a vencer
2.3.5 (–) Custo não operacional a vencer
2.4 Patrimônio líquido
2.4.1 Capital social
2.4.1.1 Capital subscrito
2.4.1.2 (–) Capital a realizar
2.4.2 Reservas de capital
2.4.2.1 Ágio de ações
2.4.2.2 Alienação de debêntures
2.4.2.3 Venda partes beneficiárias
2.4.2.4 Doações e subvenções p/ investimentos
2.4.3 Ajustes de avaliação patrimonial
2.4.4 Reservas de lucros
2.4.4.1 Reserva legal
	
	2.4.4.2 Reservas estatutárias
2.4.4.3 Reservas p/ contingências
2.4.4.4 Reservas p/ investimentos
2.4.4.5 Reservas de lucro a realizar
2.4.5 Lucros ou prejuízos acumulados
2.4.5.1 Lucros acumulados
2.4.5.2 (–) Prejuízos acumulados
2.4.5.3 (–) Ações em tesouraria
	B – Contas de Resultado
	3 – Despesas e Custos
	3.1 Despesas Operacionais
	3.1.1 Despesas com vendas
	Pessoal
	3.1.1.1 Assistência médica e social
	3.1.1.2 Comissões sobre vendas
	3 – Despesas e Custos
	3.1.1.3 Condução e transporte
	3.1.1.4 Contribuições para o FGTS
	3.1.1.5 Contribuições de previdência
	3.1.1.6 Décimo terceiro salário
	3.1.1.7 Encargos sociais
	3.1.1.8 Férias
	3.1.1.9 Gratificações
	3.1.1.10 Indenizações
	3.1.1.11 Lanches e refeições
	3.1.1.12 Salários
	3.1.1.13 Seguros de acidente de trabalho
	3.1.1.14 Viagens e estadias
	3.1.1.15 Outras despesas com pessoal
	Outras
	3.1.1.16 Brindes e presentes
	3.1.1.17 Combustíveis
	3.1.1.18 Despesa com PCLD
	3.1.1.19 Fretes e carretos
	3.1.1.20 Material de embalagem
	3.1.1.21 Perdas com clientes
	3.1.1.22 Propaganda e publicidade
	3.1.1.23 Serviços de terceiros
	3.1.1.24 Despesas eventuais
	3.1.2 Despesas administrativas pessoal
	3.1.2.1 Assistência médica e social
	3.1.2.2 Condução e transporte
	3.1.2.3 Contribuição para o FGTS
	3.1.2.4 Contribuiçõesde previdência
	3 – Despesas e Custos
	3.1.2.5 13º salário
	3.1.2.6 Encargos sociais
	3.1.2.7 Férias
	3.1.2.8 Honorários da diretoria
	3.1.2.9 Indenizações
	3.1.2.10 Lanches e refeições
	3.1.2.11 Prólabore
	3.1.2.12 Salários
	3.1.1.13 Seguro de acidente de trabalho
	3.1.1.14 Viagens e estadias
	3.1.1.15 Outras despesas com pessoal
	Gerais
	3.1.1.16 Água e esgoto
	3.1.1.17 Aluguel passivo (pago)
	3.1.1.18 Amortização
	3.1.1.19 Combustíveis
	3.1.1.20 Correios e telégrafos
	3.1.1.21 Depreciação
	3.1.1.22 Energia elétrica
	3.1.1.23 Fretes e carretos
	3.1.1.24 Jornais e revistas
	3.1.1.25 Material de expediente
	3.1.1.26 Prêmio de seguro
	3.1.1.27 Telefone
	3.1.1.28 Despesas eventuais
	3.1.1.29 Material de limpeza
	Tributárias
	3.1.1.30 Impostos e taxas
	Outras
	3.1.1.31 Serviços de terceiros
	3.1.1.32 Despesas eventuais
	3.1.3 Despesas financeiras
	3.1.3.1 Descontos concedidos
	3.1.3.2 Juros passivos (pagos)
	3.1.3.3 IOF
	3.1.3.4 Despesas bancárias
	3.1.4 Outras despesas operacionais
	3.1.4.1 Multas fiscais
	3.1.4.2 Perda na realização de investimentos
	3.1.4.3 Variações monetárias passivas
	3.1.4.4 Despesas de participações societárias
	3.2 Custos Operacionais
	3.2.1 Custo das compras
	3.2.1.1 Compras de mercadorias
	3.2.1.2 Fretes e seguros sobre as compras
	3.2.1.3 (–) Compras anuladas
	3.2.1.4 (–) Descontos incondicionais obtidos
	3.3 Despesas não Operacionais
	3.3.1 Perdas em transações do ativo permanente
	4 – Receitas
	4.1 Receitas Operacionais
	4.1.1 Receita bruta com as vendas
	4.1.1.1 Venda de mercadorias
	4.1.1.2 Receitas de serviços prestados
	4.1.1.3 (–) Vendas anuladas
	4.1.1.4 (–) Descontos incondicionais concedidos
	4.1.1.5 (–) ICMS sobre as compras
	4 – Receitas
	4.1.1.6 (–) Impostos sobre serviço (ISS)
	4.1.1.7 (–) PIS sobre o faturamento (Programa de Integração Social)
	4.1.1.8 (–) COFINS
	4.1.2 Receitas financeiras
	4.1.2.1 Descontos obtidos
	4.1.2.2 Juros ativos (recebidos)
	4.1.2.3 Rendimentos sobre aplicações financeiras
	4.1.3 Outras receitas operacionais
	4.1.3.1 Aluguéis ativos (recebidos)
	4.1.3.2 Perdas recuperadas
	4.1.3.3 Receitas de participações societárias
	4.2 Receitas não Operacionais
	4.2.1 Ganhos em transações do ativo permanente
	4.2.2 Doações recebidas
	4.2.3 Recebimento de indenizações
	5 – Apuração do Resultado
	5.1 Resultado bruto
	5.1.1 Custo da mercadoria vendida (CMV)
	5.1.2 Custo dos serviços prestados (CSP)
	5.1.3 Resultado da conta de mercadorias (RCM)
	5.1.4 Lucro sobre vendas (lucro bruto)
	5.1.5 (–) Prejuízo sobre vendas
	5.2 Resultado não operacional
	5.2.1 Ganhos ou perdas de capital
	5.3 Resultado líquido
	5.3.1 Resultado do exercício
Fonte: adaptado de Ribeiro (2002).
Esse Plano de Contas é um simples exemplo. Ele não abrange operações de empresas industriais, do ramo financeiro, securitário, pecuário, agrícola, etc. Ele também não contempla todas as possíveis contas necessárias ao controle do patrimônio, somente as principais.
Para um plano mais completo, você deve consultar o livro Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, da FIPECAFI (IUDÍCIBUS e outros, 2011).
3.10 Depreciação
Conceito: é a diminuição do valor dos bens materiais registrados no ativo permanente imobilizado, resultante do desgaste pelo uso, pela ação da natureza ou pela obsolescência normal.
Por que depreciar? Quando a empresa compra um bem, ela efetua um gasto. Esse gasto, por ser considerado como investimento, não pode ser classificado como despesa. Entretanto, quando esses bens são utilizados pela empresa, desgastamse e perdem o valor. Essa perda de valor é denominada depreciação. Através dela, a empresa pode considerar como despesas o valor gasto na compra dos seus bens de uso.
Motivos para depreciar:desgaste pelo uso, ação do tempo, exposição ao sol ou à chuva; obsolescência por defasagem em relação ao desenvolvimento tecnológico.
Métodos de depreciação:método linear, método da soma dos dígitos, método do saldo decrescente, etc. O mais usado é o método linear que consiste em aplicar taxas anuais constantes pelo tempo de vida útil estimado do bem.
Vida útil do bem:é o prazo (ano, mês ou dia) durante o qual o bem tem utilidade econômica para a empresa.
Lançamento da depreciação: debitar – despesa de depreciação; creditar: depreciação acumulada. A conta despesa de depreciação vai para a apuração do resultado do exercício e a conta depreciação acumulada é uma conta retificadora do ativo permanente imobilizado.
Bens que não podem ser depreciados: bens que aumentam de valor com o tempo (obras de arte), terrenos, prédios ou construções não alugados e nem utilizados pela empresa.
Período para fazer a depreciação:pode ser feita mensalmente 
ou anualmente.
Tipos de depreciação: normal (quando o bem é utilizado em um único turno, a ele será aplicada a taxa normal); acelerada (quando o bem for utilizado durante dois turnos, será aplicada a taxa multiplicada pelo coeficiente 1,5; se for utilizado durante três turnos, será aplicada a taxa multiplicada pelo coeficiente 2,0).
Prazos usualmente admitidos: veja exemplo na tabela a seguir.
	Contas
	Prazos Admitidos
	Taxas
	Computador
	5 anos
		20%	ao ano
	Imóveis, exceto terrenos
	25 anos
		4%	ao ano
	Instalações
	10 anos
		10%	ao ano
	Móveis e utensílios
	10 anos
		10%	ao ano
	Veículos
	5 anos
		20%	ao ano
Conta retificadora é uma conta que vai diminuir o valor da conta principal. Por exemplo:
Móveis 	200
(–) Depreciação
Acumulada	
Exemplo do cálculo da depreciação normal: uma máquina comprada por R$ 50.000, com tempo de vida útil estimado em 10 anos, e uma quota de depreciação de 10% ao ano. O valor da depreciação será de R$ 5.000 (50.000 x 10%).
Exemplo do cálculo da depreciação acelerada: suponhamos que a máquina descrita anteriormente seja utilizada em dois turnos de 8 horas. Sabendo que a taxa normal é de 10% ao ano, devemos calcular a taxa acelerada assim: 10% x 1,5 = 15%. O valor da depreciação será de R$ 7.500 (50.000 x 15%).
3.11 Amortização
Conceito: é a diminuição do valor dos bens imateriais, cuja existência ou exercício tenha duração limitada, em razão do tempo.
Lançamento da amortização: debitar: despesa de amortização; creditar: amortização acumulada. A conta despesa de amortização vai para a apuração do resultado do exercício e a conta amortização acumulada é uma conta retificadora do ativo permanente.
Bens que podem ser amortizados: bens cuja utilização pela empresa tenha prazo limitado por lei ou contrato e direitos cuja existência tenha duração limitada. Por exemplo: despesas préoperacionais, despesas de reorganização, benfeitorias em prédios de terceiros, marcas e patentes, etc.
Período para fazer a amortização:pode ser feita mensalmente ou anualmente.
Prazos usualmente admitidos:veja exemplo na tabela a seguir.
	Contas
	Prazos Admitidos
	Taxas
	Despesas préoperacionais ou de reorganização.
	Mínimo em 5 anos
	20%
	
	Máximo em 10 anos
	10%
	Benfeitorias em prédio de terceiros ou marcas e patentes.
	De acordo com o tempo de validade dos mesmos (10 anos, 20 anos, etc.).
	
Conta retificadora é uma conta que vai diminuir o valor da conta principal. Por exemplo:
Marcas e Patentes	100
(–) Amortização
Acumulada	
Exemplo do cálculo da amortização: supor que na conta benfeitorias em imóveis de terceiros tenha um saldo de R$ 40.000, o qual deve ser amortizado à taxa de 10% ao ano. O valor da amortização será de R$ 4.000 (40.000 x 10%).
3.12 Exaustão
Conceito: é a diminuição do valor de bens ou direitos do ativo, ao longo do tempo, decorrente de sua exploração (extração ou aproveitamento). Representa perda de valor, pela utilização de uma lavra, jazida ou reserva florestal. Dessa forma, a empresa registra a diminuição do valor de aquisição do bem, em função da quantidade extraída.Lançamento da exaustão: debitar: despesa de exaustão; creditar: exaustão acumulada. A conta despesa de exaustão vai para a apuração do resultado do exercício e a conta exaustão acumulada é uma conta retificadora do ativo permanente.
Conta retificadora é uma conta que vai diminuir o valor da conta principal. Por exemplo:
Jazida	300
(–) Exaustão
Acumulada	
Conclusão
Estudamos a planificação das contas em forma de Plano de Contas contábeis. Plano de Contas contábeis é um instrumento fundamental de trabalho do contador. A qualidade da informação depende da estruturação do Plano de Contas. O Plano de Contas é estruturado pelos grupos na seguinte sequencia: ativo (composto pelos bens e direitos); passivo (obrigações mais o patrimônio líquido); receita (composta pela contas e grupo de contas que representam o ingresso de valores); despesas (compostas pelas contas e grupo de contas que representam os gastos despendidos para a produção de receitas). Existem contas que são de natureza redutora dos grupos de contas como é o caso da depreciação, amortização e exaustão. Essas representam a perda no valor de aquisição de bens e direitos registrados no ativo permanente e são registradas com valores (saldos) a crédito, portanto são consideradas contas redutoras do grupo de ativo.
4
Escrituração, lançamento e razonete
Cumprida a etapa de identificação dos elementos patrimoniais, da denominação das contas e de sua classificação no Plano de Contas, tornase necessário fazer os registros dos fatos contábeis. A técnica contábil utilizada para registrar os fatos, segundo sua espécie e natureza, nos livros contábeis, é a escrituração. Evidentemente, não se registra tudo o que foi executado (atos e fatos administrativos), mas os fatos que tenham documentação que comprove a sua realização.
Os registros tornamse mais acessíveis, práticos e funcionais quando as anotações são feitas em ordem cronológica e em livros próprios. A grande vantagem de se utilizar a técnica de escrituração para documentação dos fatos contábeis está na possibilidade de obterse a informação precisa, na hora exata em que se fizer necessária, sem precisar perderse em montanhas de papéis para localizar uma transação realizada.
4.1 Conceito de escrituração
É a técnica contábil para o registro de todos os fatos contábeis ocorridos em uma entidade, obedecendo aos princípios de Contabilidade e às normas vigentes. É através dessa técnica que a Contabilidade atinge seu objetivo de estudar, controlar e fornecer informações sobre o patrimônio e suas variações.
4.2 Função da escrituração
Ao executar o registro dos fatos contábeis, a escrituração atende a duas funções básicas:
função histórica: ao registrar os fatos em ordem cronológica (dia, mês, ano), a escrituração acaba retratando a verdadeira história 
do patrimônio;
função monetária: ao registrar os fatos em seus valores monetários, a escrituração possibilita a análise econômica, financeira 
e patrimonial.
4.3 Métodos de escrituração
Método é a maneira de fazer certas coisas. Método de escrituração é a forma de registro dos fatos contábeis. Existem dois métodos fundamentais para o registro dos fatos.
Método das Partidas Simples – esse método é utilizado para registro de um valor apenas de débito ou apenas de crédito. A entidade que controla suas transações registrando apenas o livro caixa está utilizando esse método, pois sua preocupação maior é apenas o controle do dinheiro. Não há a preocupação em registrar outros elementos patrimoniais e nem mesmo o resultado das transações realizadas. O método é incompleto, pois não permite o controle total do patrimônio, e, como consequencia, imperfeito para ser usado no processo de tomada de decisões, por falta de insuficiência de dados. As entidades que utilizam apenas esse método só conseguem conhecer seu resultado econômico ao comparar o patrimônio existente no início com o existente no final do período.
Método das Partidas Dobradas ou Digrafia – o método tem como princípio fundamental o fato de que, a cada lançamento a débito de uma ou mais contas, deverá corresponder um crédito equivalente ao mesmo valor em uma ou mais contas. Ou seja, não há débito sem crédito correspondente. Como consequencia do Método das Partidas Dobradas, o registro de um fato contábil exige a movimentação de, no mínimo, duas contas. Por essa razão é conhecido como partida dobrada. Assim, não há devedor sem credor.
Como para cada débito há um crédito equivalente, a soma dos valores debitados será igual à soma dos valores creditados. Como a natureza dos saldos corresponde à diferença entre os valores debitados e creditados na mesma conta, a soma dos saldos devedores será igual aos valores da soma dos saldos credores. E, também, o total do ativo será igual ao total do passivo.
Por meio desse método, os registros são realizados, inicialmente, no Livro Diário e, posteriormente, no Livro Razão. Esse método foi divulgado pela primeira vez, na cidade de Veneza (Itália), em 10 de novembro de 1494, pelo frade Luca Paccioli. É o método que foi empregado pelos comerciantes, desde o século XV, e, até hoje, é utilizado pelos contabilistas, ou seja, é um método de uso universal. Marion nos ensina que:
o Método das Partidas Dobradas já fez 500 anos de idade após sua oficialização. Nos últimos 50 anos observamos as maiores descobertas e invenções do mundo, entretanto, nada ainda substituiu na Contabilidade este método. Na verdade, este método é tão perfeito que nunca sofreu qualquer ameaça de substituição (MARION, 2004, p. 152).
Observando o registro anterior, podemos perceber que teremos sempre uma Partida e uma Contrapartida. Se debitarmos uma conta, devemos automaticamente creditar o mesmo valor em outra conta e viceversa.
4.4 Sistema de escrituração
A Contabilidade, como disciplina adulta, utilizouse de alguns processos de escrituração que foram evoluindo no transcorrer do tempo. Assim, temos os sistemas de escrituração manual, maquinizado, mecanizado e eletrônico.
4.5 Livros de escrituração
A Contabilidade utiliza vários livros para registrar os fatos contábeis, controlar o patrimônio e atender às exigências legais e de fiscalização. A quantidade e a natureza dos livros alteramse em função do porte, da forma jurídica e do ramo de atividades da empresa.
Para que tenham validade jurídica e fiscal, os livros de escrituração obrigatórios devem conter certas formalidades legais extrínsecas e intrínsecas (Decreto Federal 64.567).
Formalidades extrínsecas (externas):são requisitos que os livros devem conter, antes de serem escriturados, tais como: numeração mecâni­ca, termos de abertura e encerramento, registro na repartição competente, encadernação.
Formalidade intrínseca (interna):são requisitos que o contabilista deve observar ao preencher os livros, tais como: sem rasuras, borrões ou emendas, em ordem cronológica, clareza, exatidão, sem registros nas entrelinhas e nas margens.
A escrituração das variações patrimoniais ocorridas numa empresa é feita nos livros contábeis, livros auxiliares, livros fiscais, livros trabalhistas e livros societários. Apresentamos, no quadro a seguir, uma relação de livros previstos pela legislação brasileira. Estudaremos, neste capítulo apenas os dois principais livros da Contabilidade, a fim de que você não se espante, quando estiver em plena atividade profissional no campo da Contabilidade, pelo contraste entre os princípios aprendidos e o que o cotidiano exigirlheá.
	Relação de livros usados na contabilidade
	Código Civil
	Diário Lei n. 10.406/02 Código Civil
Registro de Duplicatas (em desuso) Lei n. 5.474/68
	Legislação societária
Lei n. 6.404/76
Regula as sociedades por ações; ver capítulo IX, Art. 100
	Atas das assembleias gerais
Presença de acionistas
Atas das reuniões da diretoria
Atas das reuniões do conselho de administração
Atas de pareceres do conselho fiscal
Registro de ações nominativas
Registro de transferência de partes beneficiárias nominativas
Registro de partes beneficiárias endossáveis
Registro dedebêntures endossáveis
Registro de bônus de subscrição endossáveis
Registro de transferência de ações nominativas
	RELAÇÃO DE LIVROS USADOS NA CONTABILIDADE
	Legislação tributária
	Apuração do imposto do lucro real (LALUR) Decreto-Lei n. 1.598/77
Apuração do IPI
Apuração do ICMS
Apuração do ISS
Registro de entradas
Registro de saídas
Registro de controle de produção e de estoque
Registro de selo especial de controle
Registro de impressão de documentos fiscais e termos de ocorrência
Registro de inventário
Livro Razão (Lei n. 8.218/91)
Livro Caixa (Lei n. 8.541/92) para pessoas jurídicas que optarem pela tributação com base no lucro presumido
	Legislação trabalhista – CLT
	Registro de empregados
Registro de inspeção do trabalho
	Livros facultAtivos
	Livro conta corrente
Livro controle de contas a receber
Livro controle de contas a pagar
Livro Caixa (exceto para as entidades que optarem pela tributação com base no lucro presumido)
4.5.1 Livro diário
No Livro Diário, são registradas diariamente todas as transações que afetam a situação patrimonial. Ele é um livro obrigatório pelo Código Civil que regula o direito de empresas. Por ser obrigatório, está sujeito às formalidades intrínsecas e extrínsecas. Porém a adoção desse sistema não exclui a empresa da obediência às formalidades descritas anteriormente.
Quadro 1 Modelo de Livro Diário Mecanizado.
	Data
	Histórico
	Debito
	Crédito
	Conta Nº
	
	
	
	
	
	
	Transporte
	
	1
	
4.5.2 Livro razão
O Livro Razão é um livro de valor inestimável, porque possibilita o conhecimento do volume das operações de cada elemento do patrimônio. No Livro Razão, abrese uma folha para cada conta, registrando nessa folha, a débito e a crédito, todas as operações que afetam a respectiva conta. A qualquer momento, podemos apurar o seu saldo. Durante muito tempo, o Livro Razão era um livro facultativo. Sua escrituração passou a ser obrigatória a partir de 1991 (Art. 14, da Lei n. 8.218, de 29 de agosto de 1991).
Quadro 2 Modelo de Livro Razão mecanizado.
	Data
	Histórico
	Débito
	Crédito
	Conta Nº
	Saldo
	D/C
	
	
	
	
	
	
	
	
	Transporte
	
	
	
	
	
4.6 Atos e fatos administrativos
O patrimônio das empresas está em constante movimento em função dos acontecimentos que ocorrem diariamente. Esses acontecimentos podem ser divididos em dois grupos.
Atos administrativos
São ocorrências da entidade que não geram alterações no patrimônio. Por exemplo, cotação de preço, admissão de empregados, assinaturas de contratos de compras, de vendas e de seguros diversos, aval de títulos, fiança em favor de terceiros, etc.
Fatos administrativos ou fatos contábeis
São eventos que geram alterações qualitativas e quantitativas no patrimônio, podendo ou não alterar o patrimônio líquido da entidade. Por alterarem o patrimônio, precisam ser contabilizados por meio das contas patrimoniais e das contas de resultado. Para tanto, é fundamental que o fato seja representado por um documento que o comprove. Os fatos administrativos podem ser classificados em três grupos.
Fatos permutativos:são aqueles que trocam os dados componentes do ativo e/ou do passivo, sem alterar o valor do patrimônio líquido. Pode haver troca entre os dados do ativo e do passivo e entre os dois ao mesmo tempo. Por exemplo: compra de veículo à vista, pagamento de duplicatas, recebimento de nota promissória, etc.
Fatos modificativos:são aqueles que causam modificações no patrimônio líquido da entidade. Abrangem somente uma conta patrimonial e uma ou mais contas de resultado. Por exemplo, pagamento de água, pagamento de telefone, etc.
Fatos mistos:são os que abrangem, ao mesmo momento, um fato permutativo e um fato modificativo, podendo originar alterações no ativo, no passivo e no patrimônio líquido, ao mesmo tempo. Abrangem duas ou mais contas patrimoniais e uma conta de resultado. Por exemplo, pagamento de guia de impostos com juros, recebimento de duplicata com juros, etc.
4.7 Princípios contábeis
O registro dos fatos contábeis deve ser realizado de acordo com as normas contábeis, pois o contabilista não deve fazer aquilo que ele acha que deve ser feito, mas sim o que determina a legislação. A desobediência acarretará em multas e até mesmo na suspensão do registro profissional (Resolução do CFC n. 750/93, Art. 11).
Essas regras são emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
4.8 Método da partida dobrada: noção de débito e crédito
Débito e crédito são convenções contábeis. No diaadia e na linguagem comum, débito significa dívidas e crédito significa valores a receber. Na Contabilidade, do ponto de vista dos elementos patrimoniais (bens, direitos e obrigações), débito significa aplicação de recursos e crédito, origem de recursos. Portanto procure, a partir de agora, não ligar os significados técnicos com o que eles representam na linguagem comum. Vamos ver agora como se faz a localização de débito e crédito.
Débito está no lado esquerdo da conta ou do razonete.
Crédito está no lado direito da conta ou do razonete.
Veja a seguir as regras que devemos obedecer para realizarmos os lançamentos.
	Contas Patrimoniais
	Contas do Ativo (Bens e Direitos)
	Contas d Passivo (Obrigações)
	Débito
	Crédito
	Débito
	Crédito
	•	Quando seu valor aumenta
•	Quando é aplicação
	•	Quando seu valor diminui
•	Quando é origem 
	•	Quando seu valor diminui
•	Quando é aplicação
	•	Quando seu valor aumenta
•	Quando é origem
	Todas as contas do ativo devem ter saldo devedor, exceto as retificadoras.
	Todas as contas do passivo devem ter saldo credor, exceto as retificadoras.
	CONTAS DE RESULTADO
	Contas de receitas
	Contas de despesas
	Débito
	Crédito
	Débito
	Crédito
	•	Quando seu valor é cancelado
	•	Quando seu valor aumenta
•	Porque é origem de recurso 
	•	Quando seu valor aumenta
•	Porque é aplicação de recurso
	•	Quando seu valor é cancelado
	Todas as contas de receita devem ter saldo credor.
	Todas as contas de despesa devem ter saldo devedor.
Como você pôde observar, há regras específicas para registrar a movimentação de cada elemento patrimonial. Tenha sempre em mente essas regras, pois são elas que fundamentarão todo o processo contábil.
4.9 Lançamento: conceito e elementos
É o elemento pelo qual se verifica a escrituração contábil. É o meio de se verificar o registro de cada fato no Livro Diário. Para fazer um lançamento, trabalhamos com três instrumentos: o fato contábil, o débito/crédito e a conta.
Na vida prática, ao depararmonos com um fato a ser contabilizado, no Livro Diário, precisamos registrálo obedecendo ao Método das Partidas Dobradas. Esse método exige o aparecimento do devedor e do credor, a descrição do fato e o valor movimentado. Isso significa dizer que todo registro a ser efetuado no Livro Diário, em forma de lançamento, deve conter os seguintes elementos: a) local e data da ocorrência do fato; b) conta a ser debitada; c) conta a ser creditada; d) histórico; e) valor.
Veja como fica a estrutura de um lançamento, com todos os seus elementos:
	
	
	Palmas, 20 de março de 2005
Mercadorias
a Caixa
N/ pagamento da nota fiscal n. 254,
de 18/3/2005, 
a Kara Ltda., ref. a compra de
mercadorias.	R$ 1.000 
	Local e data
Conta devedora
Conta credora
Histórico	valor
	
	
	
	
	
4.9.1 Elaboração do lançamento: registro dos fatos contábeis
Para elaborar um lançamento, é necessário que se proceda da seguin-
te maneira.
1º passo:	identificar o local e a data da ocorrência do fato. O local é a cidade onde a empresa está estabelecida e a data é a que consta no documento que comprova a existência do fato contábil. Se não houver documento idôneo, o fato não poderá ser contabilizado. Exemplo de documentos: nota fiscal, duplicata, contrato, nota promissória, recibo, cheque, etc.
2º passo:	identificar, no fato, os elementos patrimoniais

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