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Bioeletrogênese Universidade Federal do Piauí Centro de Ciências da Saúde Disciplina: Biofísica Anderson Nogueira Mendes, Dsc. 1. Introdução a Bioeletrogênese 2. A membrana das células 3. Comportamento elétrico passivo da membrana celular 4. O potencial de repouso 5. O potencial de repouso Tópicos da aula Contribuição de Galvani e Volta – 1700-1800 1. Introdução a Bioeletrogênese Luigi Galvani Alexandre Volta Contração da pata da rã decapitada com haste de cobre e zinco Metais produziam eletricidade - Primeiro gerador químico de eletricidade Bioeletricidade? Contribuição de Waller– 1887 - 1. Introdução a Bioeletrogênese Augustus Desiré Waller Batimentos cardíacos transmitem correntes elétricas que são detectáveis pelo corpo? O que é bioeletricidade e qual a sua importancia? Definição Origem da eletricidade biológica Importância: contração muscular, comunicação neural Qual a origem da eletricidade biológica? 1. Introdução a Bioeletrogênese A presença de íons nos meios intra e extra celular 1. Introdução a Bioeletrogênese Como os íons se mantém no sistema celular? 2. A membrana das células 1972 – Modelo de Singer e Nicolson Existência de: • Matriz lipídica - fosfolipideos - glicolipideos - colesterol • Proteínas Extrinsecas (proteínas de superfície) • Proteínas Intrinsecas (atravessam a membrana) - canais - poros - bombas 2. A membrana das células A importância de canais, poros e bombas para transporte de íons Qual a contribuição dos íons para bioeletricidade? ATP 3. Comportamento elétrico passivo da membrana celular POTENCIAL DE DIFUSÃO: É a diferença de potencial gerada na membrana quando o íon se difunde. Principais íons Na+ K+ Cl- Ca+2 Íon [extracelular]mM [intracelular]mM K+ Na+ Cl- Ca+2 4 145 120 2 150 15 5 10-4 Concentração de íons de sistemas celulares ex: Músculo cardíaco 3. Comportamento elétrico passivo da membrana celular De que forma esses íons contribuem com o comportamento elétrico celular? 3. Comportamento elétrico passivo da membrana celular E = R x T x ln C1/C2 nF E = DDP final em volts (V) R = Cte. dos gases ( 8,31 J.K.-1.mol-1) T = Temperatura absoluta, oK C1 = Concentração da origem C2 = concentração de destino F = faraday 96500 C.mol-1 n = Valência do íon oK = oC + 273 Temos para o Na+ E = 8,31 x (37+273) x ln 145/15 1 x 96500 1 2 [Na]=145mM [Na]=15mM 37oC E = + 0,06056 V E = + 60,6 mV Equação de Nernst 3. Comportamento elétrico passivo da membrana celular Íons contribuem com um potencial de equilíbrio Íon Potencial de equilibrio (mV) K+ Na+ Cl- Ca+2 -94 +60 -83 +129 ex: Músculo cardíaco icCaexClexNaexK exCaexClicNaicK m CaPClPNaPKP CaPClPNaPKP F RT V ln Equação de Hodgkin-Katz-Goldman http://www.nernstgoldman.physiology.arizona.edu/ 3. Comportamento elétrico passivo da membrana celular Pratica Bioeletrogênse: Vamos trabalhar com os potenciais de membrana? 3. Comportamento elétrico passivo da membrana celular Íons contribuem com um potencial de equilíbrio ATP 3Na+ 2K+ ADP+Pi Cl- K+ Na+ gCl gK ic ex Cm gNa Todas células possuem mesmo potencial de equilíbrio? 4. O potencial de repouso É o potencial de membrana estabelecido quando a célula está em repouso. • Não há qualquer tipo de estimulo. • Canais fechados • Entretanto o processo de difusividade permanece ativo • Células sempre polarizadas • 90mV<Vm<-20mV Células de purkinje e neurônios -90mV Cardiomiócito -60mV Macrófagos -40mV 4. O potencial de repouso Como podemos medir voltagem em uma célula? PATCH CLAMP 4. O potencial de repouso 4. O potencial de repouso Pacth Clamp: O que analisar? 4. O potencial de repouso Pacth Clamp: Analise da Diferença de Potencial eletrodo Micropipeta Membrana Celular 4. O potencial de repouso Campo elétrico no interior das membranas biológicas Rigidez dielétrica das membranas biológicas Membranas são submetidas a diferença de potencial elétrico Para ruptura e avaliação por patch clamp é necessário um capilar de vidro com alta resistência Potencial de ruptura de membrana celular > 200mV 4. O potencial de repouso Parâmetros elétricos da membrana celular Capacitância das membranas Matriz lipidica = responsável pelas propriedades dielétricas (separa dois meios condutores) Resistência das membranas Matriz lipidica = alta resistencia elétrica Presença de proteínas influencia na resistencia 4. O potencial de repouso Registo de potencial de repouso -80 mV 0 mV + + + + + + - - - - - - + + + + + + - - - - - - 4. O potencial de repouso Como a célula mantem as diferentes concentrações de Na + e K+ no repouso? BOMBA SÓDIO POTASSIO citosol Meio extracelular 4. O potencial de repouso • A suspeita de DEAN (1941): alguma bomba deve manter os gradientes de concentração dos íons Na + e K+ • HODGKIN e KEYNES (1955): descoberta de bombas Na+/K+ em axônios gigantes de sépsia 4. O potencial de repouso Regulação da Bomba Na+/K+ • Insulina, epinefrina e norepinefrina – estimulam atividade • Hormonios tireoidianos e corticosteroides – aceleram sintese Fatores que alteram o potencial de repouso • Diminuição da atividade da bomba Na/K • Diminuição de produção de ATP • Drogas que alterem permeabilidade aos íons (acetilcolina aumenta permebilidade a K+) 5. Potencial de Ação Qual a importância do potencial de ação? • Estimular a contração muscular • Estimular a liberação de neurotransmissores • Estimular a secreção de outras substâncias por células neurais e neuroendócrinas É o sinal elétrico que se propaga para transmitir informação ou iniciar a contração 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio Estimulo • Iniciado por ligantes químico ou variação elétrica • Variação das [Na+] e [K+] entre meio extracelular e intracelular • A variação de [Na+] e [K+] induz fenômenos de despolarização e repolarização 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio milisegundos Como as fases são caracterizadas? 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio Potencial de repouso 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio Potencial de ação: despolarização 1. Estimulo elétrico ou químico leva a mudança de [Na+] dos meios intra e extra 2. Canais de Na+ dependentes de voltagem abrem : influxo de sódio 3. Perda do potencial indo a 0mV ou valores positivos 4. Despolarização da membrana 5. A DDP torna-se positiva 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio Potencial de ação: repolarização 1. Potencial positivo: bloqueio dos canais de Na+ 2. Canais de Potássio ativados: efluxo de K+ 3. Efluxo potássio: potencial negativo (“overshoot”) 4. Fenômeno: repolarização da membrana 5. [Na+] e [K+] não estãorestabelecidas 6. Bomba Na+/K+ reequilibra as concentrações 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio Potencial de ação: condução saltatória 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio condução saltatória Fatores que influenciam a velocidade de condução: • Diâmetro axonal • Bainha de mielina: muitas membranas em torno da fibra nervosa (lipídio e PTN), aumenta a velocidade de condução do PA. • Os canais de Na+ estão presentes nos nodos de Ranvier (condução saltatória). 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio lei tudo ou nada 5 ms 0 mV limiar pico pós-hiperpolarização repolarização Vrepouso Para que haja condução do impulso o estimulo deve ultrapassar o limiar excitatório 5. Potencial de Ação O potencial de ação do axônio 5. Potencial de Ação O período refratário impede que o nervo entre em curto circuito após o potencial da ação. Após o disparo de um potencial de ação, a célula necessita de um tempo antes de disparar outro. Esse tempo chama-se período refratário •O Período refratário ABSOLUTO não depende da intensidade do estímulo •O período refratário RELATIVO depende da intensidade do estímulo 5. Potencial de Ação O potencial de ação do coração • Resposta elétrica dos miocárdios como resultado da DDP • Variação das [Na+], [Ca+] e [K+] entre meio extracelular e intracelular são responsáveis pelo processo de despolarização e repolarização 0 – despolarização celular 1 – rápida e incompleta repolarização 2 – platô – celula despolarizada com potencial constante 3 – repolarização propriamente dita 4 – diastole elétrica 5. Potencial de Ação O potencial de ação do coração 0 – abertura dos canais Na+ - influxo de Na+ 1 – fechamento dos canais de Na+ e abertura dos canais K+ - efluxo de K+ 2 – abertura de canais de Ca2+ (canais de K+ permanecem abertos) - efluxo de K+ e influxo de Ca2+ 3 – fechamento de canais de Ca2+ (canais de K+ permanecem abertos) - efluxo de K+ 4 – Potencial de repouso fechamento de canais de K+ 5. Potencial de Ação O potencial de ação do coração Qual o papel das diferentes células do coração no EGC Nó sinoatrial Atrial Nó atrioventricular Bibliografia 1. GARCIA, E.A.C. Biofisica. São Paulo: Sarvier, 2002. 2. HENEINE, I.F. Biofísica Básica. São Paulo: Atheneu, 2002. 3. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 4. DURAN J.H.R. Biofisica - conceitos e aplicações. 1° edição. São Paulo: Pearson Education, 2011. 5. Berne R.M. et al. Fisiologia. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.