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projeto Dislexia

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Universidade Federal de São Carlos
CCHB- Centro de Ciências Humanas e Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Educação 
Campus de Sorocaba
PROJETO DE PESQUISA 
TEMA: Educação escolar de alunos com dislexia no Município de São Miguel Arcanjo.
LINHA DE PESQUISA: Teorias e Fundamentos da Educação.
TEMA DE INTERESSE: Educação Especial.
SOROCABA – 2017
Universidade Federal de São Carlos
CCHB- Centro de Ciências Humanas e Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Educação 
Campus de Sorocaba
TEMA: Educação escolar de alunos com dislexia no Município de São Miguel Arcanjo.
LINHA DE PESQUISA: Teorias e Fundamentos da Educação.
TEMA DE INTERESSE: Educação Especial.
Projeto de pesquisa apresentado ao programa de Pós-Graduação stricto sensu – Mestrado em Educação na Universidade Federal de São Carlos no Campus de Sorocaba. 
SOROCABA – 2017
EDUCAÇÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM DISLEXIA NO MUNICIPIO DE 
SÃO MIGUEL ARCANJO
RESUMO 
A produção acadêmica constata exames de estudos sobre a temática dislexia e educação especial do período de 2007 á 2016 disponíveis na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação para Ciência e Tecnologia (BDTD/IBICIT) para analise e desenvolvimento do projeto. O objetivo desta pesquisa consta na observação do contexto educacional dos alunos que frequentam as redes de ensino no Município de São Miguel Arcanjo. A pesquisa é qualitativa baseada no referencial teórico do pensamento de Vygotsky. Os procedimentos se baseiam no levantamento bibliográfico e estudo das legislações sobre dislexia e educação especial. No contato com a Secretaria de Educação do Município para levantar as informações sobre escolas e alunos disléxicos. Em visitas ás escolas para identificar e conhecer os alunos e os professores. Realizando observações e pesquisa participativa. Espera-se que este estudo possa trazer contribuições para a produção do conhecimento, aperfeiçoamento e interesse sobre o distúrbio e da efetivação do direito à educação das pessoas com dislexia.
Palavras-chave: Dislexia. Educação Especial. Práticas Pedagógicas.
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
 Conforme Johnson e Myklebust (1983), a dislexia é uma representação de um déficit na capacidade de simbolizar, começa a se definir a partir da necessidade que tem a criança de lidar receptivamente ou expressivamente com a representação da realidade, ou antes, com a simbolização da realidade, ou poderíamos dizer, com nomeação do mundo. Como consequência a falta e informação dos pais e dos professores na pré-escola na dificuldade em identificar os sintomas antes da entrada da criança no primeiro ano fundamental, o distúrbio prejudica o aluno em sua alfabetização e na formação plena do sujeito. Ainda de acordo com Ianhez e Nico (2002), a dislexia é uma dificuldade que ocorre no processo de leitura, escrita, soletração e ortografia. Não é classificada como doença, mas como distúrbio que apresenta uma série de características. Pelo o fato de portar necessidades especiais para desenvolver os seus aspectos linguísticos, o público disléxico está incluído na modalidade de educação especial, portanto, amparados pela lei para receber o apoio preciso, afirma Almeida (2009). Mas não é especificado o aluno disléxico como público-alvo. 
 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial básica (Resolução CNE/CEB nº 2/2001) no seu artigo 2º determina que devem ser matriculados todos os alunos e que as escolas devem-se organizar para atendê-los oferecendo uma educação de qualidade para todos. No inciso I, são classificados como público-alvo os educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nesse aspecto da Educação Inclusiva, a Resolução de CNE/CP nº 1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores na Educação Básica, define que as instituições de ensino superior devem prever, em sua organização curricular, formação docente voltada para a atenção á diversidade e que comtempla conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais. 
 A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais, garantindo atendimento educacional especializado; formação de professores para os atendimentos educacionais especializados e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; articulação intersetorial na implementação das políticas públicas, entre outras. 
 O município de São Miguel Arcanjo está localizado na região Sudoeste e na 19ª Região Administrativa do Estado de São Paulo. População Estimada (IBGE 2015) 32.769 habitantes. Havendo 25 escolas com 42.236.234 alunos, com aproximadamente de 18% de alunos registrados na Secretaria de Educação do Município com diagnosticados com dislexia. 
 REVISÃO DE LITERATURA
Esta pesquisa tem o objetivo de analisar as produções acadêmicas do período de 2007 á 2016 disponíveis na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação para Ciência e Tecnologia (BDTD/IBICIT) sobre a temática Dislexia e Educação Especial. Nessa perspectiva, sistematizamos parâmetros como: ano das publicações; instituições; autores; campos de conhecimento; agências de fomento; regiões e temas. E, finalmente, analisamos os objetivos e os resultados obtidos dos documentos investigados.
 O primeiro aspecto a ser analisado diz respeito aos períodos das publicações em que essas produções foram defendidas (gráfico 1).
Fonte: BDTD/IBICIT, 2016. Período das publicações.
 O gráfico acima descrito apresenta que as disseminações dos trabalhos acadêmicos estão expostas entre os anos de 2007 a 2016. As primeiras publicações defendidas foram em 2007 com três dissertações constatando o interesse sobre a temática citada. 
 Entre 2007 a 2009 houve uma recaída nas publicações, tendo apenas um documento citando o assunto Dislexia na dissertação. No ano seguinte manteve o padrão de apenas uma dissertação publicada em 2010. Já em 2011 sucedeu expansão dos documentos tendo duas publicações. Mas foi neste mesmo ano que percebemos um intervalo de tempo constatando apenas uma tese defendida em 2016 com a temática citada, perdendo a procura de estudos sobre o tema comentado e o acumulo de conhecimentos, indicando a falta de foco nas pesquisas. Custa nesse sentido, a verificação de Instituições onde ocorreram as distribuições, relatadas na tabela 1.
Tabela 1
Instituições em que as dissertações e teses foram defendidas 
2007/2016
	IES
	QUANTIDADE
	UFSCAR
	 Três
	UFPB
	 Duas
	UNOESTE
	 Uma
	PUCRS
	 Uma
	FOB-USP
	 Uma
	Total
	 5
Fonte: BDTD/IBICIT, 2016. Instituições.
 Nesta primeira tabela, pondera-se a Universidade Federal de São Carlos que se destaca havendo três publicações, sendo duas dissertações e uma tese, mostrando o interesse pelo assunto já que a última publicação foi uma tese defendida em 2016. Em seguida a Universidade Federal de Paraíba apresenta duas dissertações.
 A Universidade do Oeste Paulista, assim como, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e a Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo apresentam uma pesquisa em casa sobre a temática. Na próxima tabela indicamos seus autores e respectivosdocumentos defendidos (tabela 2).
Tabela 2
Distribuições dos autores em ordem alfabética e seus documentos 
2007/2016
	AUTORIA
	ANO
	DOCUMENTO
	Andrea Carla Machado
	2009
	Dissertação
	Diva Helena Frazão de Vasconcelos
	2010
	Dissertação
	Isaac Rodrigues Saglia
	2010
	Dissertação
	Maria dos Milagres Fernandes Diniz
	2007
	Dissertação
	Neuza Aparecida Gibim Ponçano.
	2007
	Dissertação
	Patrícia de Oliveira
	2016
	Tese
	Rosilaine de Paula Menezes
	2007
	Dissertação 
	Thaís dos Santos Gonçalves
	2011
	Dissertação
	TOTAL
	5
	8
Fonte: BDTD/IBICIT, 2016. Autores.
 Aqui percebemos que não houve autor que trabalhou com a temática mais de uma vez e tampouco realizou dissertação e tese com a mesma temática. Percebemos que o último documento é em 2016 com uma tese defendida, vale ressaltar o ano da última dissertação que decorreu por volta de 2011, indicando a dispersão e escassez de pesquisas. Elas abordam os seguintes Campos de Conhecimento (tabela 3).
Tabela 3
Campos de conhecimentos das dissertações e tese defendida
2007/2016
	PROGRAMAS
	QUANTIDADE
	Educação Especial
	Três
	Linguística – PROLING
	Uma
	Educação
	Três
	Fonoaudiologia
	Uma
	TOTAL
	4
Fonte: BDTD/IBICIT, 2016. Campos de conhecimento.
 Como era de se esperar, foi nos programas da área da educação e educação especial que obtiveram maiores quantidades de documentos defendidos pela temática pesquisada. Posteriormente os programas, linguística e fonoaudiologia com uma dissertação para cada. 
Essa classificação nos mostra como a Dislexia está interligada à Educação Especial, buscando novos caminhos e metodologias para o conhecimento do distúrbio para uma possível melhoria no ensino aprendizagem. Em seguida o gráfico de distribuições financiadas por agências de fomento (gráfico 2).
Gráfico 2
Distribuições financiadas por agências de fomento
2007/2016
Fonte: BDTD/IBICIT, 2016. Agências de fomento. 
 Notamos que excepcionalmente os documentos financiados foram duas dissertações que conforme o estudo da arte feita para ser a base desse projeto de pesquisa consta que foram publicados em 2007 e 2009. A CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
 Isso nos faz pensar a falta da relevância com o tema Dislexia e ausência de incentivos para o foco central de pesquisas no conhecimento e produções de dissertações com essa temática. Em seguida, as regiões onde respectivamente foram publicados os documentos (tabela 4).
 Tabela 4
Regiões e tipo de documento publicado 
2007/2016
	IES
	DOCUMENTO
	REGIÕES
	UFSCAR
	Uma tese e duas dissertações
	Sudeste
	UFPB
	Duas dissertações
	Nordeste
	UNOESTE
	Uma dissertação
	Sudeste
	PUCRS
	Uma dissertação
	Sul
	FOB-USP
	Uma dissertação
	Sudeste
	TOTAL
	5
	3
Fonte: BDTD/IBICIT, 2016. Regiões das publicações. 
 
 Como evidenciado na tabela, a região Brasileira que tem mais documentos publicados com a temática Dislexia e Educação Especial é a sudeste (n=4) em seguida nordeste (n=2). Segundo o ABCD a maior região que engloba pessoas com transtorno de aprendizagens é sudeste. Assim sendo, enseja-se uma demanda forte de estudos sobre esse caso. 
 Os temas trabalhados a partir das palavras-chaves podem ser visualizados nas nuvens de palavras, podemos observar vários focos que englobam a temática Dislexia. 
 Fonte:< www.wordle.net> acesso em 28 de agosto de 2017.
Tabela 6
Objetivos apresentados nos documentos 
2007/2016
	AUTORES/ANO
	OBJETIVOS
	Menezes (2007).
	Abordar as dificuldades pedagógicas apresentadas por uma criança com dislexia, acompanhada de intervenção psicopedagógica para a superação desse transtorno de aprendizagem que dificulta, principalmente, o acesso à leitura.
	Ponçano (2007).
	Investigar como as dificuldades de aprendizagem são percebidas pelos professores e se eles demonstram ter os conhecimentos imprescindíveis para atender às necessidades de seus alunos, especificamente sobre a dislexia, nosso foco principal.
	Diniz (2007).
	Com o propósito de refletirmos sobre as dificuldades de aprendizagem e as práticas pedagógicas que têm sido desenvolvidas no contexto educacional.
	Machado (2009).
	O estudo visou; caracterizar o desempenho em porcentagem e identificar as estratégias relacionadas na pré e pós-testagem de todos os grupos envolvidos na pesquisa (com e sem intervenção) e comparar os resultados na pré e pós-testagem de escolares com quadro de dislexia do desenvolvimento e distúrbio de aprendizagem.
	Saglia (2010).
	Construir, implementar e avaliar um Programa de Alfabetização Tecnológica Multissensorial para alunos incluídos em classe comum, compilado a partir de elementos constitutivos fundamentais de diferentes métodos e procedimentos de alfabetização, explorando diferentes modalidades sensoriais, pois une a audição (consciência fonológica), visão (pictogramas), gustação (sabores e estímulos) e tátil-sinestésica (tocar, movimentar), enriquecendo-se assim as apropriações com jogos informatizados.
	Vasconcelos (2011).
	Identificar o nível de conhecimento entre profissionais docentes do 5o ano, de Escolas Privadas e Públicas Municipais, de João Pessoa, PB, acerca da Dislexia, como também trabalho realizado pela escola com professores para o atendimento de alunos disléxicos e a relação mantida entre a escola e os profissionais de saúde que tratam desse distúrbio.
	Gonçalves (2011).
	Realizar um levantamento sobre o conhecimento e interesses dos professores sobre o assunto; verificar a contribuição do material elaborado para a obtenção de competências esperadas e avaliar o CD-ROM quanto aos seus aspectos técnicos (apresentação, recursos de navegação, imagens, clareza do texto).
	Oliveira (2016).
	Analisar a produção acadêmica de teses e dissertações desenvolvidas durante o período de 2002 a 2014, com a finalidade de compreender a maneira como a concepção de dislexia vem sendo desenvolvida e quais as suas implicações para a educação escolar.
Fonte: BDTD/IBICIT, 2016. Objetivos das pesquisas.
 Nessa tabela observamos todos os objetivos contidos nos documentos de 2007 a 2016, os autores focaram no interesse dos professores em trabalhar com alunos disléxicos; nos projetos de pesquisas acadêmicas sobre o assunto; em entrevistas com professores sobre alunos disléxicos; em caracterizar o desempenho dos professores; em construir e avaliar um Programa de Alfabetização Tecnológica; abordar dificuldades de aprendizagem e desempenho de alunos disléxicos e na formação continuada dos professores. E por ultimo, a tabela contendo os resultados encontrados em cada publicação pesquisada, tabela de número 7. 
Tabela 7
Resultados localizados nas publicações acadêmicas
2007/2016
	AUTORES/ANO
	RESULTADOS
	Menezes (2007).
	A reavaliação confirmou que o trabalho tinha ocasionado melhoras na aprendizagem, pois MC conseguiu realizar a leitura de textos de baixa complexidade bem como entendê-los. Com a mediação de outra pessoa, também consegue compreender textos da maior complexidade, o que antes não conseguia.
	Ponçano (2007).
	A análise dos dados revelou a existência de uma lacuna nos cursos de formação de professores no que concerne ao estudo das dificuldades de aprendizagem. (..) a pesquisa apontou também existirem alguns professores, conscientes dessa falha em sua formação, que procuram buscar informações visando superar os obstáculos que impedem o desenvolvimento pleno de seus alunos.
	Diniz (2007).
	Podendo-se concluir que o estudo de caso, viabilizou a construção de um trabalho crítico, reflexivo e inovador no contexto educacional, que certamente, contribuirá para oaprofundamento de outros estudos sobre a Dislexia.
	Machado (2009).
	Os resultados foram analisados de forma descritiva pela pontuação obtida em porcentagem de acertos. Foram verificados efeitos positivos em relação ao ensino de estratégias, bem como o estudo fornece fortes indícios de que a tutoria instrucional centrada na leitura de livros propicia aos alunos com dislexia do desenvolvimento e distúrbio de aprendizagem benefícios com diferença relevantes demonstrada pelo desenvolvimento dos alunos que participaram das intervenções. Porém, os resultados deste estudo revelaram que houve uma melhora nas tarefas observadas e nas estratégias treinadas nos alunos com distúrbio de aprendizagem quando comparados com os escolares com dislexia do desenvolvimento.
	Saglia (2010).
	Os dados mostram que houve um aproveitamento médio dos participantes com relação ao pré-teste em comparação com o pós- teste, sendo que foi na Etapa II: de 77% para 97%; Etapa III: de 64% para 83%; Etapa IV: de 22% para 69%; Etapa V: de 14% para 57%; Etapa VI: de 63% para 96%; e na Etapa VII: de 45% para 78%. Com base nos resultados apresentados, sugere-se que este estudo seja reaplicado com outra população e com maior numero de participantes.
	Vasconcelos (2011).
	A pesquisa apontou para um nível de conhecimento deficitário sobre este distúrbio entre esse segmento docente, motivado, principalmente, por inadequação curricular nos cursos de formação acadêmica e continuada; para uma relação estreita entre profissionais de saúde e a escola privada e sua ausência entre aqueles e a escola pública.
	Gonçalves (2011).
	O material educacional desenvolvido atendeu aos objetivos propostos, e, desta forma, fornece ao professor as competências esperadas e, ainda, em perspectivas futuras, pode ser utilizado para a estruturação de fóruns, chats, cybertutor e blogs, para troca de experiências.
	Oliveira (2016).
	As Considerações Finais apresentam a preocupação com o modelo escolar proposto e a maneira como pode estar implicando sobre os indivíduos.
Fonte: BDTD/IBICIT, 2016. Resultados.
 Na integralidade, há variados resultados com peso inicial na falha da formação dos professores, assim também na continuação dessa formação. Destacam-se também nos exemplos de recursos usados com alunos na dificuldade da leitura, por exemplo, usando livros e intervenção de outros profissionais para um suposto avanço no distúrbio. Com a observação dos resultados encontramos sugestão de novas pesquisas e conhecimentos sobre o assunto, como a falta de especialização de profissionais nas escolas públicas; estudos mais a fundo sobre a dificuldade e modalidade da aprendizagem; as práticas pedagógicas utilizadas na dislexia; a metodologia do ensino e de didática; os modos de abordagem dos conteúdos; a avaliação e o olhar dos pais quando se deparam com filhos disléxicos e as suas preocupações com o desempenho acadêmico. 
2. PROBLEMATIZAÇÃO
 Quantos alunos com dislexia frequentam a rede regular de ensino de São Miguel Arcanjo? E quais etapas escolares eles se encontram?
Como têm sido desenvolvidas as práticas pedagógicas?
Qual a formação dos professores desses alunos?
Qual é a didática desses professores?
A metodologia usada com esses alunos é eficaz?
3. OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
- Analisar o contexto educacional dos alunos que frequentam as redes de ensino no Município de São Miguel Arcanjo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Mapear matriculas de alunos com dislexia em cada etapa da educação básica.
- Identificar o perfil dos professores, sua formação inicial, continuada e o tempo de serviço.
- Conhecer a didática e as práticas pedagógicas direcionadas para os alunos com dislexia.
- Refletir sobre as condições educacionais dos alunos com dislexia para apropriação dos conhecimentos.
- Levantar as demandas pedagógicas. 
4. MÉTODO E PROCEDIMENTOS
 O presente projeto de pesquisa faz parte da linha “Teorias e Fundamentos da Educação”, na área da educação especial. A primeira etapa do estudo dedica-se a pesquisa qualitativa caracterizada pela atenção dada ao contexto e observações das experiências das pessoas, busca um olhar interpretativo no levantamento de dados e a reflexibilidade na análise da realidade investigada (ESTEBAN 2010).
 No entendimento de Esteban: 
a pesquisa qualitativa é uma atividade sistemática orientada à compreensão em profundidade de fenômenos socioeducativos e sociais, à transformação de práticas e cenários socioeducativos, à tomada de decisões, e também ao descobrimento e desenvolvimento de um corpo organizado de conhecimentos (2010, p. 125).
A produção fundamenta na teoria histórico-critica de Vygotsky que explora processos de significação de alunos com necessidades e que examina a interação verbal, com vistas à mudança de mentalidade sobre o aluno especial e ao apontamento de inovações educativas. O trabalho educativo precisa ser orientado para o domínio de atividades culturalmente relevantes, para a elevação dos níveis de generalidade do pensamento e para a capacidade de significar o mundo.
Vygotsky sustenta que o sujeito é na vida social e que, portanto, suas possibilidades de desenvolvimento estão nele e em outros membros da cultura em que vive. Lidar com uma noção de efetiva interdependência constitui sempre um desafio. Ora, a relação social somente pode ser assim nomeada se o sujeito estiver nela, e não apartado dela. Com essa observação não se pretende diluir o individual no social, mas ressaltar que a relação se dá entre o eu e o outro, em encontros presenciais ou não. O grande risco é que o “especial” só entre na escola regular como classificação do aluno recebido, mas não da educação oferecida.
Um estudo da arte foi elaborado para analisar as produções acadêmicas que estudaram a temática dislexia disponível na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de informações para Ciência e Tecnologia (BDTD/IBICIT), prevê-se uma dificuldade de discutir o tema porque existem poucas pesquisas que fazem a interface entre a dislexia e educação especial. 
Os procedimentos se baseiam no levantamento bibliográfico e estudo das legislações sobre dislexia e educação especial. No contato com a Secretaria de Educação do Município para levantar as informações sobre escolas e alunos disléxicos. Em visitas ás escolas para identificar e conhecer os alunos e os professores. Realizando observações e “pesquisa participativa” com os professores para levantar informações sobre a temática dislexia no convívio escolar no Município de São Miguel Arcanjo. [1: A pesquisa participante, no Brasil, desenvolveu-se principalmente a partir do livro “Pedagogia do oprimido”, do educador Paulo Freire (1921-1997), e de obras de Carlos Rodrigues Brandão (1940). (FREIRE, 2004; BRANDÃO, 1984). Este desenvolvimento se inicia com a crítica à postura tradicional do pesquisador em estudos sobre as camadas populares, em que apenas se estaria falando “sobre eles” (o objeto de estudo), “mas sem eles”. Contra as concepções tradicionais da ciência sobre a observação, a neutralidade do pesquisador e, principalmente, a separação entre sujeito e objeto, este procedimento deseja ser uma observação militante.]
Por fim, devolutiva da pesquisa levantada aos professores. Esclarecendo que foi apresentado e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pela Secretaria de Educação e pelos professores, ato indispensável para formular este projeto de pesquisa.
5. CRONOGRAMA
	
	Atividades a serem desenvolvidas
	2018
	2019
	2020
	
	M
A
R
	A
B
R
	M
A
I
	J
U
N
	J
U
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	A
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E
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	N
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V
	D
E
Z
	J
A
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	F
E
V
	M
A
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	A
B
R
	M
A
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E
T
	O
U
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	N
O
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	D
E
Z
	J
A
N
	F
E
V
	Reuniões com o orientador
	x
	x
	x
	x
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	x
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	x
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	x
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	x
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	x
	xx
	x
	x
	x
	x
	
	
	Reuniões com o grupo de pesquisa
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Levantamento bibliográfico
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Revisão do projeto de pesquisa
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Definição da amostra a ser pesquisada
	
	
	
	
	
	
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Levantamento do perfil socioeconômico dos
Indivíduos que compõem a amostra mediante análise de documentos disponíveis na Secretaria das Escolas
	
	
	
	
	
	
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Sistematização do levantamento sobre o perfil socioeconômico
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Definição dos conceitos que nortearão a análise dos dados coletados pelos questionários e pelas entrevistas
	
	
	
	
	
	x
	x
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Realização das entrevistas
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Tabulação dos dados dos questionários
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	x
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	Organização das informações obtidas nas entrevistas
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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	x
	
	
	
	
	
	Redação do esboço do material a ser apresentado na Qualificação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	x
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	x
	
	
	
	
	
	
	Qualificação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	
	
	
	
	Modificações no texto que foi levado à Qualificação e preparação dos originais da dissertação a ser defendida
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	x
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	x
	
	
	Revisão de conteúdo e ortográfico-gramatical dos originais da dissertação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	x
	x
	x
	
	
	Defesa da dissertação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
6. RESULTADOS ESPERADOS
A pesquisa concentra-se numa realidade complexa e marginalizada pela sociedade. No presente estudo observamos que há pouca quantidade de publicações de dissertações e teses defendidas sobre as temáticas mencionadas. 
Concluímos aqui, a certeza de uma nova sapiência em que haja novos estudos e esclarecimentos sobre a temática Dislexia e Educação Especial, com intuito de requalificar e conquistar novos horizontes sobre problemas de aprendizagem. Para uma busca e avanço no conhecimento e nas derivações propositivas para a educação especial pela visão que assume sobre o desenvolvimento do indivíduo e o meio em que ele se desenvolve. Defendendo o aumento da qualidade das escolas especiais, a necessidade de ensino diferenciado e a participação dos alunos na vida coletiva, em especial, a cidade de São Miguel Arcanjo onde os costumes, o turismo e a educação são privilegiados pelos moradores. 
7. REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Marli (org.). A pesquisa na formação de professores. Campinas-SP, Papirus, 2005.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. (org.). Repensando a pesquisa participante. São Paulo:
Brasiliense, 1984.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: DF, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. 
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