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FUNDAMENTOS FILOSOFICOS DA EDUCAÇÃO CAPITULO 1 A FILOSOFIA E A BUSCA PELA VERDADE SINTESE: 1.1. – O PENSAMENTO GREGO ANTIGO 1) Povos antigos as especulações filosóficas estavam ligadas às narrativas míticas. O início da reflexão filosófica a fim de buscar investigar as experiências humanas distinguindo se dos mitos surgiu na Grécia antiga. 2) O ser humano era considerado como elemento do cosmos. 3) No período clássico voltavam-se para o estudo das dimensões éticas e políticas na vida humana. 4) Sofistas: Concluíam que a verdade não existia. A opinião é o nível mais alto que a inteligência humana poderia alcançar. 5) Sócrates: A razão é perfeitamente capaz de alcançar a verdade. 6) A dificuldade não estaria na natureza da verdade e sim no método para obtê-la. 1.1.1. – Platão 1) Baseia na distinção entre duas ordens de seres: as ideias e as coisas materiais. 2) Coisas Materiais: é tudo aquilo que pode ser percebido pelos sentidos: Ver, tocar, cheirar, ouvir, degustar. É algo que sempre muda. Ex: Quente para frio, Jovem envelhece, etc. O puro pensamento, ao contrário, permite acessar ideias imutáveis, como a ideia do bem da verdade e da justiça. 3) Alma inteligível e o corpo material, assim como as ideias Platão afirma que a alma humana e imortal, já o corpo humano e mortal e não pode aspirar conhecimento das verdades externas existentes nos planos superiores. 4) Platão foi influenciado com as ideias das religiões da Índia. 1.1.2. – Aristóteles 1) Concebe ideias que se aproximam das ideias platônicas. 2) Como semelhanças a Platão, citamos que Aristóteles concebe o ser humano como dotado de corpo e alma, e considera ser na alma mais nobre e deve prevalecer sobre o corpo. 3) Logo Aristóteles discordava da existência da teoria sobre o mundo das ideias de Platão, pois afirmava que a ideia por não ser do meio dos sentidos logo não existe em mundos em mundo separado ou superior e sim está na mente humana. 4) Aristóteles afirmava que as coisas materiais, mesmo sendo particulares, possuem uma essência que é universal. E que a essência é o que permanece diante das mudanças. 5) Aristóteles afirma que o corpo e a alma são dependentes um do outro, e que os apetites do corpo devem ser satisfeitos, pois a saúde e o vigor do corpo contribuem também para a saúde e o vigor da alma. 1.1.3 – Filosofia Grega, passado e presente. Martin Heidegger (1889-1976) – importante filosofo do sec. XX, afirmou que a filosofia é grega em sua essência. Acabou causando um grande exagero, pois não se pode dizer que nada de original tenha sido produzido na filosofia desde os gregos antigos. 1.2 – O pensamento Medieval A cultura medieval sofreu forte influência na Idade Média, do cristianismo, uma religião que os gregos ignoravam. Com as fortes doutrinações de religião, vários pensadores, foram condenados por apresentar ideias contrárias a fé cristã, por outro lado inúmeros problemas teológicos serviram como estimulo a reflexão filosófica. A relação entre religião e filosofia resultou em formas de pensamentos bastante originais, nas quais temas antigos – conhecimento, ética, politica, metafísica etc. – passaram a ser vistos sob nova luz. Para os gregos antigos a razão é o que de mais nobre há no homem, e por ela e que se alcança a verdade, já para o cristianismo, a verdade não é “algo”, mas “alguém”, Deus. Vale notar que para a fé cristã o conhecimento de Deus se encontra comprometido por causa do pecado: E por serem criaturas pecadoras os seres humanos criam um abismo intransponível entre a razão e a verdade, que se identifica com o próprio Criador. Verdade absoluta: Conhecida somente por meio da fé. Tomás de Aquino: Com a representação do “perigo” contra as ideias religiosas escritas por Aristóteles em suas obras que as quais foram evitadas de divulgação, Tomás de Aquino foi o responsável para estabelecer traduções a essas obras provando assim que as ideias controvérsias a fé cristã não foram escritas por Aristóteles e sim pelos seus comentadores islâmicos. 1.3 – O pensamento moderno Novos pensamentos passaram a surgir durante a Idade Moderna, pois as doutrinações e a grande influência da fé em favor da razão que aconteceriam na Idade Média foram deixados de lado, fazendo assim com que a Igreja não exerça um papel muito acentuado na cultura do Ocidente. Sendo assim muitos filósofos voltaram a valorizar a razão, considerando-a uma via segura ao conhecimento da verdade. Dessa forma a filosofia moderna não considerava simplesmente que a razão tenderia “naturalmente” a verdade, pois durante a Idade Média o cristianismo havia questionado seriamente o alcance da razão humana, dessa forma os filósofos modernos não podiam ignorar essa crítica. É por isso que a filosofia moderna tomou como principal fundamento a questão do conhecimento. Antes de afirmar algo como verdadeiro era necessário explicar como e porque a razão poderia alcançar a verdade. Racionalismo: para os filósofos dessa corrente, todo conhecimento verdadeira se deriva da razão, tendo assim a privilégios do método dedutivo, pelo qual, com base em enunciados gerais chega-se a concussões de caráter particular sem o auxílio da experiência. Empirismo: Tudo dever ter passado por uma experiência, essa perspectiva privilegia o método indutivo, pelo qual por meio de experiências particulares, alcança-se um conhecimento mais amplo. René Descartes (1596-1650) – um dos mais fluentes filósofos racionalistas, para ele a essência do ser humano era o pensamento. O corpo e a alma eram duas substancias absolutamente distintas e independentes, sendo que o “eu” se identificaria com a alma e não com o corpo. Francis Bacon (1561 – 1626) – filosofo empirista inglês do início da Idade Moderna, ao contrário do filosofo Descartes, enfatiza a importância de coletar informações pela experiência para só então submeter esses dados a razão, assim como os pensadores cristãos, Bacon (1979) também acredita na existência de obstáculos que impedem a razão de alcançar a verdade. Contrariamente do cristianismo ele não coloca esses obstáculos como o pecado. Quatro tipos de preconceitos propostos por Bacon que impedem o acesso da razão ao conhecimento da realidade: O primeiro erro consiste em tomar verdadeiro tudo que os sentidos apresentam; O segundo erro é aceitar como verdade tudo o que foi passado pela educação; O terceiro erro ocorre quando se confia demasiadamente no prestigio e na autoridade de quem afirma alguma coisa. Finamente, no quarto erro acontece quando se estende equivocadamente o sentido das palavras e das expressões da linguagem. 1.3.1 – Nem racionalismo, nem empirismo: a síntese de Immanuel Kant Sua teoria se baseia em sempre em dois elementos: O sujeito (aquele que conhece) e o objeto (aquilo que é conhecido), critica o racionalismo ao acreditar que o conhecimento deriva da pura ação do sujeito e independe do objeto, já o empirismo equivocam-se ao achar que o conhecimento decorre do puro objeto e coloca o sujeito como de comportasse de modo passivo nesse processo. A teoria de Kant coloca o conhecimento não só como resultado do sujeito e do objeto, mas sim da ação combinada de ambos. [ É a ação do sujeito que permite conferir universalidade (razão) do conhecimento, mas é a experiência (empirismo) que o mantem sempre renovado]. 1.4. – A filosofia depois de Kant A solução kantiana para o problema do conhecimento não é definitiva. Se o sujeito exerce um papel ativo no ato de conhecer, e porque ele de certa forma, o constrói como objeto de conhecimento. Essa ideia de Kant aproxima-se perigosamente da negação da necessidade do objeto. Filósofos posteriores a Kant desenvolveuesse pensamento dando origem ao idealismo. Das críticas aos idealistas, como Johann Gottlieb Fichte (1762-18114) e George Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), por seus sistemas abstratos, desvinculados e indiferentes às vicissitudes da existência mundana, surgiu o materialismo, corrente filosófica que aderiram autores como Ludwig Andreas Feuerbach (1804-1872) e Karl Marx (1818-1883). 1.5. – A herança clássica da educação brasileira Ordem Jesuíta: Surgiu com a proposta de reconverter as populações que haviam aderido ao protestantismo (inaugurado por Martinho Lutero - 1483-1546) e angariar para a fé cristã católica os povos distantes, antes que os protestantes o fizessem. Método de Ensino Jesuíta: Baseava na repetição e na memorização de fórmulas prontas, bem adequadas ao espírito da Contrarreforma. Fundava-se na Ratio Studiorum, um documento que estabelecia os princípios e os procedimentos a serem adotados por todos os jesuítas. Missionários Jesuítas em destaque: José de Anchieta (1534-1597), Antônio Vieira (1608-1697), Jorge Benci (1650-1708), João Antônio Andreoni [Antonil] (1649-1716). Anchieta: Um dos primeiros missionários enviados a colônia para a catequização dos índios e conquistou imensa influencia na sociedade colonial, escreveu a primeira gramatica tupi além de poemas e peças teatrais. Vieira: Fez críticas a escravidão indígena e promoveu a evangelização dos povos nativos. Deixou escrito uma serie de sermões, nos quais se utiliza nos discursos religiosos, para tratar das questões políticas e sociais da época. Benci: Combateu a escravidão indígena nos seus escritos, fez extenso o uso das ideias de filósofos cristãos do período medieval para justificar suas ideias morais e legitimar o poder monárquico e religioso na colônia. Obra mais conhecida: Economia cristã dos senhores no governo dos escravos Antonil: escreveu importantes crônicas sobre a economia e a sociedade da América Portuguesa. O que tinha de comum entre os missionários jesuítas era a influência da teologia medieval, em especial os escritos de Tomás de Aquino.
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