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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS CAMPUS ANÁPOLIS DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM EDUCAÇÃO LINGUAGEM E TECNOLOGIA (PPG-IELT) AS CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS (UEG) PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA Acadêmica: Rosemeire Soares de Sousa Professores Dr. Ariovaldo Lopes Pereira Dra. Veralúcia Pinheiro Orientadora: Dra. Yara Fonseca de Oliveira e Silva Anápolis - GO Junho de 2016 ROSEMEIRE SOARES DE SOUSA AS CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS (UEG) PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina Metodologia de Pesquisa, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Goiás. Professores Dr. Ariovaldo Lopes Pereira Dra. Veralúcia Pinheiro Orientadora Dra. Yara Fonseca de Oliveira e Silva Anápolis - GO Junho de 2016 3 1 TEMA As Contribuições da Formação Continuada de Professores nos Cursos de Pós- Graduação Lato Sensu da Universidade Estadual de Goiás (UEG) para a Educação Básica. 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA Essa pesquisa pretende investigar a estrutura e a evolução da pós-graduação Lato Sensu da Universidade Estadual de Goiás (UEG) voltada para a formação continuada dos professores. A investigação será realizada nos cursos de especialização de diferentes campi da UEG que se propõem a ofertar a formação continuada para professores atuarem como docentes na educação básica. O recorte temporal desta pesquisa compreende o período de 1999 a 2016. Atualmente a UEG oferece trinta e sete cursos de especialização Lato Sensu em seus diversos campos, dos quais delimitamos, para estudo, cinco cursos destinados à formação de professores para atuação na Educação Básica, conforme descrito no Quadro 1. Quadro 1 – Cursos de especialização Lato Sensu da UEG referentes à formação de professores. Câmpus Curso 1. Anápolis Linguagem e Educação Escolar 2. Crixás Educação, Tecnologias e Produção do Conhecimento 3. Inhumas Transdiciplinaridade e Interdisciplinaridade na Educação 4. Itapuranga Docência - Interdisciplinaridades e Demandas Contemporâneas 5. São Miguel Educação, Formação Docente e Linguagem Fonte: UEG, 2016 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96 em seu art. 52 prevê que as universidades são consideradas "instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano [...]". Assim, este estudo reconhece a importância do curso de especialização para a formação do professor (BRASIL, 1996). A proposta pedagógica da UEG assenta-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais, emanadas do Conselho Nacional de Educação (CNE). A Universidade zela por metodologias reflexivas e interdisciplinares. A perspectiva científica além de indispensável para a graduação é objeto de formação específica própria do nível de pós-graduação (UEG, 2011). 4 Nesse sentido, a pesquisa terá como objeto de estudo os cursos de especialização Lato Sensu da UEG. 3 PROBLEMATIZAÇÃO A formação profissional docente no ensino superior não se trata apenas de domínio de conteúdo. No meio acadêmico a necessidade de novas práticas teóricas é inegável, principalmente as de maior relevância no desenvolvimento profissional para a formação docente, por instituir fundamentos e princípios aos professores da sociedade contemporânea, os quais necessitam de novos saberes além dos apreendidos (GHEDIN et al., 2015). Dentre outras condições possíveis tem-se a formação continuada em nível de pós- graduação, com o propósito de ampliar o currículo e a prática pedagógica docente. Podendo ele consolidar ou não na atuação profissional com atitudes e comportamentos mais éticos, que contribuam com a formação humana e com a sociedade brasileira (SILVA, 2016). Considerando a questão da formação docente continuada exigência prevista na LDB/ 1996 e no Plano Nacional de Educação (PNE/2001), por conseguinte o governo federal tem lançado várias ações com o intuito de atender a essa necessidade para assegurar a qualidade da educação. Tem-se, a universidade, por meio dos cursos de pós-graduação, um local privilegiado para promover a formação profissional e o aperfeiçoamento de melhor qualificação. Nesse sentido, as questões que interessa investigar são: a) Qual a estrutura e a evolução dos cursos de pós-graduação Lato Sensu de formação continuada de professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG)? b) De que forma se apresenta a política institucional da pós-graduação Lato Sensu da UEG e em que medida está articulada sua pesquisa, produção e a difusão do conhecimento com o desenvolvimento educacional local? c) Quais os conteúdos e estratégias desenvolvidos nos cursos de especialização e como esses se aproximam da realidade do contexto educacional contribuindo com a Educação Básica local-regional? 5 4 JUSTIFICATIVA A relação entre graduação e educação básica se dá, sobretudo, nos programas de licenciatura e de formação do professor. Entretanto, com os avanços tecnológicos desse mundo globalizado, novas exigências têm sido feitas ao sistema de ensino e, em especial à universidade, que são as instituições formadoras que produzem e difundem conhecimento. Nessa investigação o interesse é pela formação continuada de professores que se dá nas instituições formativas, principalmente na universidade lócus de produção de conhecimento. A universidade como espaço da produção e difusão do conhecimento, recurso cada vez mais importante para o desenvolvimento de um país, tem promovido condições necessárias tanto para a formação inicial, quanto para a formação continuada, no sentido de ampliar a capacitação dos profissionais da educação em todos os níveis de ensino. Em sintonia com essa perspectiva, mencionamos o inciso III do Art. 63 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) onde prevê que as instituições formativas deverão manter programas de formação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis de ensino e, ainda estabelece no Art. 67 “que os sistemas de ensino deverão promover aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim”. Neste sentido, o MEC (2004), define que os programas de formação continuada abrangem: cursos de estudos superiores que não configuram graduação; cursos sequenciais; cursos de especialização destinados a graduados; cursos de aperfeiçoamento e treinamento, destinados a graduados, o que significa que os cursos de especialização tem sido uma proposta de formação continuada, conforme descrito no documento de Orientações Gerais - Catálogo 2006 (BRASIL, 2006). De acordo com o Projeto Político Institucional (PPI) da UEG, destacamos (UEG, 2011, p.46): A Pós-Graduação é o processo de formação continuada para a superação no confronto de problemas, visando atender aos anseios da sociedade, contribuindo para a formação e qualificação de cidadãos com consciência crítica, sob os critérios de equidade e democratização social. Assim, vale aqui mencionar as palavras de Gatti (2008, p.10), sobre os cursos deespecialização Lato Sensu: ...estamos adentrando em um período de uma nova norma política para a formação pós-graduada Lato Sensu, em que talvez se possa vir a mapear e conhecer melhor o que é oferecido sob essa rubrica, permitindo estudos sobre seu significado formativo. Essa nova resolução do CNE sinaliza preocupação com a qualidade dos cursos de formação continuada que se apresentam na rubrica de pós-graduação Lato Sensu [...] 6 O interesse pelo curso de especialização se dá por ter como proposta a articulação entre a pesquisa e a produção de conhecimento. Para Kensky (2015) a formação de docentes vai além da valorização obsoleta da transmissão de conteúdos descontextualizados com a formação do professor. O processo de transformação dessa realidade precisa de tempo e espaços mais amplos fora dos encontros massivos presenciais nas salas de aulas dos cursos superiores. A urgência de mudança inclui o uso de novas estratégias didáticas e essencialmente maior interação com os alunos e as realidades para as quais eles estão sendo formados. Para Gaeta e Linhares (2013) a pós-graduação Lato Sensu, como continuidade de estudos na educação superior, trata-se de um processo de desenvolvimento pessoal em diferentes fases da vida, que propicia a atualização, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento em áreas específicas de conhecimento, favorecendo a inserção ou requalificação profissional. Nessa perspectiva, o que justifica essa investigação é analisar os cursos de formação continuada Latu Sensu e sua contribuição para o desenvolvimento da educação pública do Estado de Goiás. Por compreender que o sistema educacional, como um todo, deve estimular a produção de pesquisas e de conhecimento, especialmente na pós-graduação, essa formação continuada deve minimizar as dificuldades e exigências das experiências profissionais e estimular mudanças e qualidade na formação do professor universitário. 5 OBJETIVOS Com base na explanação dos problemas, delimitação do tema e justificativa aqui elencados, a seguir descreveremos o Objetivo Geral e os Objetivos Específicos desta pesquisa. 5.1 Objetivo Geral Analisar a estrutura e a evolução da pós-graduação Lato Sensu da UEG a partir dos cursos de formação continuada dos professores e sua contribuição para o contexto e desenvolvimento educacional local na Educação Básica. 7 5.2 Objetivos Específicos a) Mapear a estrutura e a evolução dos cursos de pós-graduação Lato Sensu da UEG, especialmente os cursos de formação continuada para professores atuarem na educação básica; b) Conhecer a política institucional da pós-graduação Lato Sensu da UEG e como a pesquisa, a produção de conhecimento desenvolvidas nos seus cursos estão articuladas com o desenvolvimento educacional local. c) Identificar os conteúdos e estratégias desenvolvidos nos cursos de especialização Lato Sensu que se aproximam da realidade do contexto educacional da Educação Básica local- regional. 6 METODOLOGIA 6.1 Área e linha em que a pesquisa se inscreve A pesquisa se insere no campo das Ciências Humanas, área da Educação com ensinos relativos à formação de professores dos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu da Universidade Estadual de Goiás (UEG) para a Educação Básica. Apropria-se do método de pesquisa qualitativa, por reconhecer a importância de analisar diferentes perspectivas e reflexões dos pesquisadores como Gatti (2008), Nóvoa (1992), Freire (1979), Pimenta (2002), entre outros, a respeito de suas pesquisas como parte do processo de produção do conhecimento (FLICK, 2009). 6.2 Tipo de Pesquisa A metodologia adotada é a pesquisa qualitativa, que se caracteriza pelo processo descritivo e interpretativo pela qualificação dos dados coletados. A consistência desse tipo de pesquisa se aplica às interpretações humanas decorrente das suas histórias, das suas relações, das suas crenças e suas percepções a respeito de como vivem, se constroem, se sentem e pensam (MINAYO, 2010). Segundo Flick (2009), a pesquisa qualitativa enfatiza os pontos de vista dos sujeitos. A subjetividade do pesquisador e dos pesquisados tornam-se parte do processo, a comunicação do pesquisador em campo é considerada parte explicita da produção de conhecimento e não apenas uma variável que possa interferir no processo, qualitativo. 8 6.3 Objeto da Pesquisa O objeto definido para essa investigação é a formação continuada de professores nos cursos de pós-graduação Lato Sensu da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Pelo fato de considerar que "o objeto é o que está disponível ao pesquisador, o que o pesquisador tomará no intuito de determiná-lo por meio de teorias ou experiências" (KAHLMEYER- MERTENS et. al., 2007). 6.4 Sujeitos da pesquisa São considerados sujeitos desta pesquisa os coordenadores, professores e, os discentes dos cursos de pós-graduação Lato Sensu da UEG dos cursos ofertados e iniciados em 2016, conforme descrição no Quadro 1. Serão também identificadas instituições locais como as Secretarias Municipais e ou Escolas municipais para a busca de informações e documentos para basear a pesquisa e, caracterizar os campi da UEG em sua estrutura – física, material, de recursos humanos etc. 6.5 Etapas da Pesquisa A pesquisa será devolvida em duas etapas distintas e complementares: Pesquisa documental e pesquisa de campo envolvendo inicialmente a revisão bibliográfica. 6.5.1 Primeira etapa: Pesquisa documental A primeira fase será de pesquisa documental com revisão bibliográfica de diversas fontes de evidência que se constituem de dados para fundamentar a pesquisa de campo. Portanto, a revisão bibliográfica será realizada com o objetivo de obter informações de fontes como documentos e legislações. A dimensão documental se dará, portanto, por meio da leitura e análise de documentos como, o Projeto Pedagógico da Instituição (PPI), Estatuto da UEG, Lei nº 13456 (Lei de Criação da UEG) e as Políticas e Diretrizes do Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG). O PNPG 2011-2020, "tem como objetivo definir novas diretrizes, estratégias e metas para dar continuidade e avançar nas propostas para a política de Pós-Graduação e pesquisa no Brasil". Esse documento analisa a situação atual e as projeções de crescimento da Pós- Graduação brasileira e seu sistema de avaliação, entres outros (BRASIL, 2010). De acordo com Gil (2002), a pesquisa documental segue os mesmos passos que a pesquisa bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes. A Pesquisa Bibliográfica recorre a autores diversos sobre o assunto em estudo. A pesquisa documental se vale apenas 9 de materiais não analisados ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Por meio do levantamento bibliográfico buscam-se na literatura referenciais teóricos que tratam sobre a formação de professores como Gatti (2008), Nóvoa (1992), Freire (1979), Pimenta (2002) e os documentos legais que forneçam informações sobre o contexto de criação e desenvolvimento dos cursos de pós-graduação Lato Sensu da UEG, tais como a Lei de Criação da UEG, o PPI e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), dentre outros. Pretende-se nessa etapa identificar os critérios para aprovação – interesses, necessidades dentre outros - dos cursos de pós-graduação Lato Sensu da UEG. Planejamos ainda, mapear a condição do desenvolvimento educacional local de cada município (descritos no Quadro 1) e a aproximação da proposta dos cursos de especialização de cada campus, no sentido de verificar os pontos de convergência entre a produção de conhecimento e a realidade educacionallocal. Nesse sentido, uma fonte de informações que poderá ser utilizada serão os portais da UEG e ou o acervo de dados das coordenações dos cursos de pós-graduação Lato Sensu da UEG de cada campus a partir, por exemplo, de seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), em que se poderá verificar a produção – temática e conteúdo - e a divulgação – se divulgados em periódicos, eventos e etc. - do conhecimento. A proposta será mapear nos TCC dos alunos egressos o tema e o que se tem em comum, o que tem sido prioritário que se articula com a realidade educacional local. 6.5.2 Segunda etapa: Estudo de campo O estudo de campo requer em primeiro lugar, a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão, para saber em que estado se encontra atua1mente o problema e quais trabalhos já foram realizados a respeito. Em seguida se estabelece um modelo teórico inicial de referência que auxiliará na determinação das variáveis e elaboração do plano geral da pesquisa (LAKATOS & MARCONI, 2003). Para a realização do estudo de campo, recorrer-se-á à aplicação de questionário e entrevista semiestruturada como estratégia para a coleta de dados. O público alvo selecionado para as entrevistas serão os coordenadores, professores e discentes dos cursos de Pós- Graduação Lato Sensu da UEG iniciados em 2016. Nenhum entrevistado será obrigado a se 10 identificar no momento de responder às questões. Características relevantes serão informadas como nível educacional, idade, gênero e atuação profissional. A entrevista se desenvolverá através de um roteiro semi estruturado, com perguntas previamente estabelecidas. O pesquisador estará devidamente preparado para conduzir e efetivar as anotações de elementos essenciais que possam fazer parte dos dados e contribuir para a pesquisa, a partir das respostas dos entrevistados. 6.5.3 Coleta de Dados Na coleta de dados o procedimento utilizado para obter informações preliminares será o instrumento de questionário, com questões específicas, fechadas e abertas. O roteiro de atividades será: Quanto ao roteiro do estudo de campo, as atividades serão: a) Aplicação de questionário aos professores e discentes dos cursos descritos no quadro 1 dessa pesquisa, para obter, tanto quanto possível, informações sobre a política institucional da Pós-Graduação Lato Sensu da UEG e como a pesquisa, a produção de conhecimento desenvolvidas nos seus cursos estão articuladas com o desenvolvimento educacional local da Educação b) Após análise dos questionários aplicados os participantes serão convidados para um segundo momento em que utilizará a entrevista semiestruturada com perguntas abertas, dispostas na forma de um roteiro, flexível com a possibilidade de introduzir mais informações além das respostas do questionário, com o objetivo de identificar os conteúdos e estratégias desenvolvidos nos cursos de especialização Lato Sensu que se aproximam da realidade do contexto educacional da Educação Básica local-regional. c) Realizar entrevista com as pessoas que se dispuserem a participar, seguindo roteiro pré- estabelecido para determinar suas opiniões por meio das definições individuais e apresentar considerações práticas e adequadas. A entrevista será considerada importante por ser uma fonte de informação essencial em que será possível registrar as interpretações dos sujeitos investigados sobre as questões abordadas como, “quais as motivações da pesquisa, da produção e divulgação do conhecimento nos Trabalhos de Conclusão dos cursos (TCC)”? “Qual o foco das pesquisas e sua relação, articulação com as condições e realidade educacional local”? Todas as entrevistas 11 pretendem ser gravadas e transcritas para posterior análise e, com a garantia do anonimato do entrevistado. Para apresentar a pesquisa e solicitar a participação do sujeito na entrevista tem-se como proposta criar um documento "Termo de Consentimento Livre e Esclarecido" (Apendice1 ) que objetiva informar aos participantes o propósito e a forma de tratamento das informações, destacando-se a proteção dos dados, o uso estritamente acadêmico dos mesmos, e assegurando a condução da pesquisa dentro de um padrão ético. De acordo com Flick (2009, p.41), os códigos de ética numa pesquisa qualitativa devem ter, obrigatoriamente, o consentimento dos participantes do estudo em fornecer as informações solicitadas pelos pesquisadores. 6.6 Análise dos dados Nessa fase da pesquisa a análise de dados consistirá em descrever as informações dos dados secundários e primários, confrontando-os com o referencial teórico, sem perder de vista os objetivos e as questões da pesquisa, constatando resultados para as conclusões prováveis. Com o objetivo de levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam. Portando sendo as premissas verdadeiras, a conclusão provavelmente também será verdadeira (LAKATOS & MARCONI, 2003). A análise das entrevistas deve apontar a avaliação dos sujeitos pesquisados tanto no questionário como nas entrevistas em relação à importância e as contribuições dos cursos na formação continuada para docentes. A preocupação maior é descrever a realidade construída socialmente e interpretada pelos entrevistados, na busca por um consenso de opiniões a respeitos de situações atuais e futuras. 7 REFERENCIAL TEÓRICO 7.1 Histórico da Universidade Estadual de Goiás (UEG) A Universidade Estadual de Goiás (UEG), com sede central em Anápolis, criada através da Lei 13.456, de 16/04/1999, organizada como universidade multicampi é fruto de um processo de modificação da antiga Universidade Estadual de Anápolis (UNIANA) e incorporação de outras doze (12) Instituições de Ensino Superior públicas isoladas, dentre elas, Faculdades como a Escola Superior de Educação Física do Estado de Goiás (ESEFEGO) 12 e a Faculdade de Ciências Econômicas de Anápolis (FACEA), criadas na década de 60. Vinculada à Secretaria Estadual de Educação, passou a ser jurisdicionada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Goiás em dezembro de 1999 pelo Decreto 5.158 (UEG, 2016). A UEG pode ser vista como uma instituição nova e histórica. Se considerada sua data de criação ela é recente. Entretanto sua estrutura organizacional data de 1961, quando da criação da FACEA que dá origem à UNIANA e mais tarde à Unidade Universitária de Ciências Socioeconômicas e Humanas (UnUCSEH), e de 1962, quando da criação da ESEFEGO, que dá origem a Unidade Universitária de Goiânia/ESEFFEGO (UEG, 2011). O percurso histórico da UEG caracteriza-se pela mobilização de diversos segmentos da sociedade pela criação de uma instituição de ensino superior pública, gratuita e de qualidade no Estado de Goiás. As primeiras manifestações nesse sentido foram expressas em intensos debates entre defensores do ensino público e do ensino privado, na década de 1950. Os primeiros resultados desse processo foram a criação da Universidade Católica de Goiás (UCG), em 1959, e da Universidade Federal de Goiás (UFG), em 1960 (UEG, 2011). A partir da Reforma Universitária e a promulgação da Lei nº 5.540 em 28/12/1968, que "fixa norma de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média" (BRASIL, 1968), incluindo cursos de Especialização, Aperfeiçoamento, Extensão e outros, a disseminação do ensino superior foi facilitada no Brasil e consequentemente em Goiás. A Reforma permitiu maior ampliação do acesso ao curso superior e, além disso, estabeleceu a escolha dos Reitores ao Presidente da República e a unificação das unidades acadêmicas trazendoos Departamentos ao cenário do Ensino Superior. Permitindo também, a incorporação dos estabelecimentos isolados de ensino superior às universidades ou agregação a outros estabelecimentos isolados da mesma localidade ou de localidades próximas (art.8º, da Lei 5.540/58) (BRASIL, 1968). Entre 1986 e 1987 foram organizados, pela Delegacia Regional do Ministério da Educação e Cultura em Goiás (DEMEC), os I e II Seminários sobre a Expansão do Ensino de 3º Grau, e durante os mesmos, os Movimentos Sociais, tanto de professores quanto de estudantes, demonstraram o desejo de interiorização do Ensino Superior. Em 1986, a criação da UNIANA (Lei nº 10.018, de 22 de maio de 1986) em Anápolis, fortaleceu a luta de diversos segmentos e do próprio governo, interessados na criação de uma universidade estadual em Goiás. Com a criação da Lei 9.394/1996 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) significativas transformações ocorreram 13 no Ensino Superior de Goiás, como a expansão na diversificação da oferta ou na organização institucional para atender pressões diversas provenientes dos municípios na busca de torná-los mais atrativos aos investimentos, com mais qualidade de vida e oferta de serviços, dentre outros aspectos (UEG, 2011). O movimento em prol da universidade pública de Goiás se expandiu pautado em decretos, portarias e resoluções da Secretaria de Ensino Superior do MEC (SESU) e do Conselho Nacional de Educação (CNE) e, legislações específicas do Conselho Estadual de Educação (CEE), como a Lei Complementar n° 26, de 28/12/1998 que estabeleceu as Diretrizes e Bases do Sistema Educativo do Estado de Goiás (UEG, 2011). Em 1999, por força da Lei nº 13.456, de 16/04/1999, consolidou-se o processo de transformação/união da UNIANA com a incorporação das Instituições de Ensino Superior Estadual (IES) isoladas, criando a UEG como uma universidade multicampi, com a sede em Anápolis, vinculada organicamente à Secretaria Estadual de Educação, sendo mais tarde, no mês de dezembro do mesmo ano, por força do Decreto nº 5.158/ 1999, jurisdicionada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Goiás (UEG, 2011). A UEG, na condição de instituição multicampi, está comprometida com as Unidades Universitárias instaladas em todas as microrregiões do Estado de Goiás. Instituição com autonomia científica, didático-pedagógica, administrativa, orçamentária, de gestão financeira e patrimonial. Os registros históricos mostram que a UEG beneficia todos os municípios goianos, com ênfase nas especificidades regionais, com a implantação de cursos de graduação e pós-graduação nas mais diversas áreas de conhecimento, e, de acordo com a necessidade, a implementação de Programas Especiais, como o Programa de Licenciatura Plena Parcelada, que proporcionou a formação, em nível de graduação, a milhares de professores das redes estadual, municipais e particular (UEG, 2011; 2016). Com a missão de priorizar a produção de novos conhecimentos bem como da socialização dos conhecimentos científicos acumulados ao longo da jornada humana no processo de busca do saber, do autoconhecimento e da humanização, na condição de instituição multicampi, comprometida com as Unidades Universitárias instaladas em todas as microrregiões do Estado a UEFG contribui para o desenvolvimento sustentado de Goiás (UEG, 2011, 2016). Os documentos norteadores da UEG pautados em princípios que contemplem a autonomia universitária são: o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2010-2019, o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e Plano Estratégico de Gestão (PEG). O Estatuto da UEG (Decreto Nº 5.130, de 03/11/1999) que define os princípios básicos, combina o 14 patrimônio científico com as culturas comunitárias e as novas e avançadas tecnologias do conhecimento com a memória coletiva, respeitando a liberdade de pensamento e expressão, sem discriminação de qualquer natureza (UEG, 2011). Com base em princípios éticos e humanistas, por meio de sua missão, a UEG estabelece formar profissionais de qualidade e produzir, transmitir e disseminar conhecimentos científicos, tecnológicos, artísticos e culturais, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão. As áreas de atuação acadêmica da UEG na modalidade presencial e a distância abrangem: Cursos de Graduação, de Pós-Graduação (mestrado e doutorado Stricto Sensu e especialização Lato Sensu); Pesquisas Científicas e Tecnológicas e Cursos e Projetos de Extensão. 7.2 Formação continuada de professores no Brasil Os estudos de Gatti (et. al., 2011) desenvolvido em parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o Ministério da Educação (MEC), com apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), busca esclarecer características das ações da formação continuada de docentes em exercício na educação Básica e dinâmica das políticas docentes no Brasil. Considerando que a autonomia dos entes federados, na elaboração e na implementação de leis em nível local, e das universidades, na formulação de cursos de formação de professores, impacta diretamente sobre o trabalho cotidiano nas escolas de todo o país. Os critérios para definir a escolha dos estados e municípios em que foram realizados os estudos são: a representatividade regional e a relevância, inovação ou abrangência de propostas com a intenção de verificar sua relação com o trabalho docente. As fontes de coleta para a obra “Políticas Docentes no Brasil: um estado da arte" incluíram informações e documentos dos órgãos gestores das políticas educacionais das esferas federal, estadual e municipal, além de informações das instituições de Ensino Superior (IES) e órgãos de pesquisa, coletados nas Secretarias de Educação de estados brasileiros, do Distrito Federal e de municípios distribuídos pelas cinco regiões do país. Estudos e pesquisas nacionais e internacionais contribuíram como fonte para aprofundamento das análises das políticas docentes. Estudos de casos foram realizados, sendo cinco (05) em Secretarias Estaduais de Educação e dez (10) em Secretarias Municipais (GATTI et. al., 2011). Nos processos educacionais, não é possível descartar as questões da subjetividade, onde a relação educacional se dá entre seres humanos aprendendo com seres humanos, em 15 uma dinâmica própria. O professor está no centro do trabalho educacional institucionalizado. A importância dos professores nos empregos formais e sua importância social e política no Brasil não é menor do que nos países avançados. Novas exigências ao trabalho docente são impostas através da informática, dos meios de comunicação e das redes de relações (presenciais ou virtuais). Novas posturas na moralidade e nas relações interpessoais, nas famílias e nos grupos de referência mostram os impactos na socialização das pessoas. Entretanto nem sempre há congruência entre valores, atitudes e comportamentos que circulam nos meios de comunicação, em dada comunidade, família e escola (GATTI et. al., 2011). No que se refere à formação de professores, utilizaremos ainda em nossa pesquisa, como referencial teórico, autores como Nóvoa (1992), Freire (1996), e Pimenta (2002), dentre outros estudiosos, por compreenderem que a formação continuada contribui para a melhoria das práticas pedagógicas do professor. Para Nóvoa (1996) não há nenhuma razão para que os professores sejam formados fora das universidades, porque a primeira fase é primordialmente universitária, a segunda fase é primordialmente profissional e a terceira fase é primordialmente escolar, mas, a dificuldade dos educadores,diferentemente de outras profissões é o trabalho coletivo. A matriz da individualidade está impregnada na ação dos educadores desde o século XIX. Entretanto, estamos caminhando para mudar essa realidade, um desses caminhos é a formação continuada para professores. Outra importante recomendação de Nóvoa (1992) é a necessidade de cuidar dos professores mais jovens como uma condição de sobrevivência da profissão, porque ao contrário do que se espera, os professores mais experientes tendem a não acolher os mais jovens e muitas vezes eles acabam se firmando em outras profissões fora da docência, pela falta efetiva de integração no projeto educativo para o qual se especializou A partir de Freire (1996), a verdadeira formação docente não pode ser alheia à criticidade. Um procedimento que conduz a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, uma vez que todo conhecimento tem estudos que valorizam intuições e dúvidas. No processo ensino e aprendizagem o professor e o aluno são sujeitos ativos e não objeto um do outro, onde o professor simplesmente transmite conteúdo e o aluno apenas aprende, ou seja, o professor não é quem ensina e o aluno não é tão somente quem aprende. O foco nesse processo é a criticidade tanto do professor, quanto do aluno. Na formação permanente do professor a reflexão crítica sobre a prática é fundamental. Ao repensar criticamente a prática docente no discorrer do tempo, é possível melhorar sempre a próxima prática. Sabendo sempre que o conhecimento não está pronto. 16 Nesse contexto, a criticidade é um conceito chave para a compreensão do conhecimento, onde o rigor metodológico da pesquisa não pode faltar e ao mesmo tempo a experiência do aluno deve ser considerada, ou seja, experiência e processos formais se complementam, só assim o aluno deixa de ter uma visão do senso comum e passa a ter a visão epistemológica, ou, visão crítica buscando a quebra de paradigmas e novos estímulos (FREIRE, 1996). Pimenta (2002), reconhece que a formação de professores no Brasil teve avanços significativos, entretanto na formação continuada a prática mais comum é a realização de cursos de suplências e ou atualização dos conteúdos de ensino, insuficientes para criar uma nova identidade docente e minimizar as situações de fracasso escolar, pela falta de atualização da prática docente e pedagógica escolar nos seus contextos reais. Nesse contexto a autora mostra que a identidade não é imutável, nem se trata de algo externo que possa ser adquirido, mas, um processo de construção do sujeito historicamente situado. 7.3 Propostas das políticas de formação continuada no Brasil A Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (RNFC), sob- responsabilidade das Secretarias de Educação Básica (SEB) e de Educação a Distância (EAD) do MEC, em parceria com as universidades que se integraram à rede e com adesão de estados e municípios, foi criada em 2003, institucionalizando o atendimento da demanda de formação continuada, dirigida exclusivamente à educação infantil e ao ensino fundamental. Nas instituições que se integraram, foram instituídos Centros de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação com uma equipe que coordena a elaboração de programas voltados para a formação continuada de professores (GATTI, 2011). Integram a RNFC as Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES), comunitárias e sem fins lucrativos e os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF) com participação nas ações da rede e o seu controle social assegurado por um comitê gestor e pelos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente (GATTI, 2011). Em 2009, com o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), as funções da rede ganharam maior abrangência passando a ser denominada Rede Nacional de Formação Continuada de Profissionais da Educação Básica. As atribuições foram redefinidas para coordenar a atuação das diferentes secretarias do MEC, da Fundação CAPES e do FNDE com as IES e os sistemas de ensino. A rede nacional contribui com um conjunto de ações e estratégicas de formação continuada, articuladas entre si com o objetivo de favorecer melhoria da formação de professores e alunos da educação básica (GATTI, 2011). 17 O PARFOR, na modalidade presencial é um Programa emergencial, implantado em regime de colaboração entre a CAPES, os estados, municípios, o Distrito Federal e as IES, instituído para atender o disposto no artigo 11, inciso III do Decreto nº 6.755/ 2009: "oferta emergencial de cursos de licenciaturas e de cursos ou programas especiais dirigidos aos docentes em exercício há pelo menos três anos na rede pública de educação básica”. O Programa fomenta a oferta de turmas especiais em cursos de licenciatura e formação pedagógica (BRASIL, 2010b). O objetivo do PARFOR consiste em fomentar a oferta de educação superior, gratuita e de qualidade, para professores em exercício na rede pública de educação básica para que esses atendam à formação exigida pela LDB. 7.4 Pós-Graduação Lato Sensu no Brasil A Pós-Graduação realizada em universidade ou em outras instituições de educação superior tem sua aparição no século XIX na Alemanha, Rússia, Estados Unidos e França como resultado do impulso dado à ciência, à educação e às forças produtivas pelos movimentos políticos e culturais. Na América latina apesar de constar a criação de universidades pela Espanha colonial, que datam do século XVI, a história da Pós-Graduação é reconhecida somente no século XX (LUCKESI, 1997). No Brasil, sua primeira legislação consta da década de 1970 (BRASIL, 1977). 7.5 Plano Nacional de Pós-Graduação As políticas educacionais e científicas em nível de Pós-Graduação estão apresentadas nos Planos Nacionais de Pós-Graduação (PNPG) como um conjunto de atividades desenvolvidas nas Instituições de Ensino Superior (IES) e nas instituições de pesquisa. Trabalho educacional distribuído em vários tipos de cursos, delimitados conforme o Parecer nº 977/65 do Conselho Federal de Educação, entre o sentido estrito estão os cursos de mestrado e doutorado e no sentido amplo o Lato Sensu (BRASIL, 2010a). O IV Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) (vol. I /2011-2020), está organizado em cinco eixos que se apresentam da seguinte maneira (BRASIL, 2010a): 1. a expansão do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), a primazia da qualidade e a atenção à redução das assimetrias; 2. a criação de uma nova agenda nacional de pesquisa e sua associação com a pós- graduação; 3. o aperfeiçoamento da avaliação e sua expansão para outros segmentos do sistema; 18 4. a multi e a interdisciplinaridade entre as principais características da pós-graduação e importantes temas da pesquisa e 5. o apoio à educação básica e a outros níveis e modalidades de ensino, especialmente o ensino médio No IV PNPG a valorização dos profissionais da educação é o maior desafio apresentado na agenda educacional brasileira. Nessa direção o PNPG examina as políticas docentes produzidas em diferentes esferas (federal, estadual e municipal) focando a melhor qualificação da formação de professores e suas condições de exercício profissional, preocupa- se com a formação continuada e a carreira docente. Permite identificar a importância dos pressupostos legais e alternativas que foram propostas nos Planos Nacionais de Pós- Graduação anteriores, I, II e III, identificando demandas das universidades e instituições de pesquisas (BRASIL, 2010a). O I PNPG (1975-1979) tem como objeto de planejamento a expansão dos cursos de Pós-Graduação como subsistema do sistema universitário, por constatar até aquele momento,que o processo de expansão da Pós-Graduação havia sido parcialmente espontâneo, desordenado e pressionado por motivos conjunturais. Em função desse diagnóstico, o Plano definiu metas que caberia ao MEC a responsabilidade de planejar, dentre elas a expansão dos cursos de Pós-Graduação com estruturas mais equilibradas entre áreas e regiões (BRASIL, 2010). O II PNPG (1982-1985) tem como questões centrais, a expansão da capacitação docente e a elevação de sua qualidade, com o objetivo de alcançar a formação de recursos humanos qualificados para as atividades docentes, de pesquisa e técnicas visando ao atendimento dos setores público e privado. Porém, com ênfase na qualidade do ensino superior, especificamente, nos cursos de Pós-Graduação. Tornando-se necessário a institucionalização e o aperfeiçoamento da avaliação, prática existente desde 1976 com a participação da comunidade científica (BRASIL, 2010a) O III PNPG (2005-2010) expressava a conquista da autonomia nacional e aprovação da reserva de mercado para a informática, dentro de uma perspectiva de independência e progresso econômico, científico e tecnológico do país no século XXI. No campo da Pós- Graduação essas indicações se apoiaram na afirmação de que não havia quantidade suficiente de cientistas para alcançar capacitação científica e tecnológica plena no Brasil. Assim, a formação de recursos humanos de alto nível tornava-se importante e o plano acrescentou ainda, a necessidade de institucionalização de pesquisa como elemento indissociável da Pós- Graduação e de sua integração ao sistema nacional de ciência e tecnologia, sendo a 19 universidade vista como ambiente privilegiado para a produção de conhecimento. (BRASIL, 2010a). Vale destacar que no III PNPG além das diretrizes e recomendações gerais para a Pós-Graduação para 2005-2010, esse Plano, teve ainda como objetivo subsidiar a formulação e a implementação de políticas públicas voltadas para as áreas de educação, ciência e tecnologia além das diretrizes e recomendações, medidas para a institucionalização da pesquisa foram especificadas tais como: destacar, nos orçamentos das universidades, verbas específicas para a pesquisa e a Pós-Graduação; reestruturar a carreira docente, a fim de valorizar a produção científica tanto para o ingresso como para a promoção; planejar e ampliar os quadros universitários; institucionalizar a atividade sabática e fortalecer o pós- doutorado; além de efetuar a atualização das bibliotecas e das informações científicas e de laboratório (BRASIL, 2010a). Os objetivos da Pós-Graduação entre os anos de 2005 e 2010 foram: o fortalecimento das bases científica, tecnológica e de inovação; a formação de docentes para todos os níveis de ensino; a formação de quadros para mercados não acadêmicos além de destacara a necessidade primordial de se buscar o equilíbrio no desenvolvimento acadêmico em todas as regiões do País (BRASIL, 2010a). Na construção do IV PNPG (final de 1996) durante o Seminário Nacional Discussão da Pós-Graduação Brasileira, que contou com a presença de pró-reitores, representantes da comunidade acadêmica, da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), representantes de órgãos públicos e agências de fomento, o documento distribuído para discussão, apresentou onze estudos encomendados previamente indicando a evolução das formas de organização da pós-graduação brasileira; formação de recursos humanos, pesquisa, desenvolvimento e o mercado de trabalho; integração entre pós-graduação e graduação; relação carreira acadêmica e qualificação do corpo docente do sistema de ensino superior; aferição da avaliação da CAPES; problemas e alternativas e, expansão da pós-graduação: crescimento das áreas e desequilíbrio regional (BRASIL, 2010a). Redações preliminares circuladas restritamente entre os membros da Diretoria da CAPES apresentaram tópicos para articulação como: evolução do sistema; grandes desequilíbrios do sistema; pressão da demanda por pós-graduação; fatores estruturais que bloqueiam o desempenho do sistema; a CAPES e sua integração com outros órgãos. Entretanto, uma série de restrições orçamentárias e a falta de articulação entre as agências de fomento nacional, impediu que o Documento Final se efetivasse como um Plano Nacional de Pós-Graduação. No entanto, diversas recomendações que subsidiaram as discussões foram 20 implantadas pela Diretoria da CAPES, como: expansão do sistema, diversificação do modelo de Pós-Graduação; mudanças no processo de avaliação e inserção internacional da Pós- Graduação (BRASIL, 2010b). Em 2007, o MEC modificou as competências e a estrutura organizacional da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela Lei nº 11.502/2007, regulamentada pelo Decreto nº 6.316/2007, e acresceu a responsabilidade de CAPES referentes ao sistema de Pós-Graduação e ao desenvolvimento científico e tecnológico do país. Dentre as atribuições cabe ao CAPES, em regime de colaboração com os entes federados e mediante termos de adesão firmados com Instituições de Ensinos Superiores (IEs), induzir e fomentar a formação inicial e continuada dos profissionais do magistério da educação básica nos diferentes níveis de governo; planejar ações de longo prazo para a sua formação em serviço (GATTI et. al., 2011). Todos os Programas de Pós-Graduação que integram o SNPG são criteriosamente avaliados pela CAPES de forma trienal. O processo de avaliação compreende as atividades de acompanhamento anual dos programas. Os resultados são encaminhados pela CAPES à Comissão de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação. Todas as informações, incluindo os dados utilizados e pareceres emitidos, são divulgadas no sítio da CAPES, podendo ser acessadas por qualquer interessado (BRASIL, 2004). Na Avaliação Trienal 2013, foram analisados 3.337 programas de pós-graduação, que compreendem 5.082 cursos, sendo 2.893 de mestrado, 1.792 de doutorado e 397 de mestrado profissional (BRASIL, 2013). . 7.6 Programas de Pós-Graduação Lato Sensu da UEG A UEG compreende a Pós-Graduação como sendo o processo de formação continuada para a superação no confronto de problemas devendo contribuir para a formação e qualificação de cidadãos com consciência crítica, sob os critérios de equidade e democratização sociais. Indissociáveis da Pesquisa orientam-se por eixos temáticos de núcleos e grupos de pesquisa emergente da Universidade (UEG, 2003). A criação dos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu da UEG está condicionada a disponibilidade de recursos materiais, identificação de fontes de financiamento, demanda de clientela para a criação e condição adequada de estrutura física, biblioteca e equipamentos. Os cursos são vinculados à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRP) sob a assessoria da Coordenação de Pós-Graduação Lato Sensu (CPG) (UEG, 2010). Desde 1999, a UEG mais de 7.288 pessoas em todo o Estado já cursaram a Especialização Lato Sensu nas Unidades Universitárias da UEG até 2010. Todos os cursos de 21 Pós-Graduação Lato Sensu da UEG em andamento são cadastrados junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) (UEG, 2016). Os cursos tramitam nas seguintes fases: - Cursos em avaliação: projetos de cursos elaborados pelas Unidades da UEG e Instituições Parceiras; - Cursos novos: julgados e aprovados pelas Instâncias Universitárias (Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação, Conselho Superior Acadêmico e Conselho Superior Universitário), com inscrições abertas, oferecidos à comunidade e, - Cursos em andamento: entendidos como aqueles que uma vez tramitados, e iniciados estão sendo executados segundo projetos e acordosestabelecidos. 8 CRONOGRAMA Tem-se o objetivo de cumprir este projeto de pesquisa de acordo com o cronograma estabelecido no quadro a seguir: Quadro 2 - Cronograma de Execução do Projeto: 2016 e 2017. CRONOGRAMA DE EXECUAÇÃO DO PROJETO - ANO /2016 ETAPAS Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Ou Nov Dez Disciplinas regulares x x x x x x x x x Orientação x x x x x x x x x Pesquisa Documental e Levantamento Bibliográfico x x x x x x x x x x Redação do Capítulo 1 x x x Correção do Capítulo I x Redação do capítulo II x x x Correção do capítulo II x Pesquisa de campos x x x x x Manipulação dos dados coletados x x x x x CRONOGRAMA DE EXECUAÇÃO DO PROJETO - ANO /2017 ETAPAS Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Ou Nov Dez Orientação x x x x x x x x x 22 Redação do Capítulo III x x x Correção do Capítulo III x Redação das Considerações finais x x Preparo de apêndices e anexos x Revisão geral x Exame de qualificação x Correções x x Defesa da Dissertação x Quadro 2 - Cronograma de Execução do Projeto para o ano de 2016/2017. REFERÊNCIAS BRASIL, Presidência da República. Lei 9.340, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm> Acesso em: 20 abr 2016 ________.Orientações Gerais - Catálogo 2006. Base Legal para Institucionalização da Formação Continuada. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Rede/catalg_rede_06.pdf > Acesso em 15 mai 2016 ________. Resolução nº 14 de 23 de novembro de 1977. Validade dos certificados de Especialização e Aperfeiçoamento para carreira do magistério superior. Documenta, nº 205 do Conselho Federal de Educação, Brasília, DF, 1977. FLICK, Uwe. Introdução à Pesquisa Qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa . 3ª ed.São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura) ISBN 85-219-0243-3 GAETA, Maria Cecilia Damas; LINHARES, Martha Maria Prata. Formação de professores do ensino superior: experiências curriculares em cursos Lato Sensu. Ponta Gross-PR, Olhar de professor, (2): 343-355, 2013. 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