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WBA0147_v2.0 LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E POLÍTICAS DE INCLUSÃO APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Carlos Eduardo Candido Pereira Leitura crítica: Aline Oliveira Gomes da Silva Sejam bem-vindos à disciplina de Legislação da educação superior e políticas de inclusão. O objetivo da disciplina será o de levar você, caro aluno, a conhecer as políticas e as legislações da educação superior, bem como a efetivação da inclusão das várias minorias da sociedade brasileira. O conteúdo da disciplina está dividido em quatro temas. O primeiro tema é o de “Introdução aos princípios da legislação e da legislação da educação no Brasil”. Nele, você terá a oportunidade de conhecer ou relembrar o atual contexto da educação superior no Brasil, diferenciar os conceitos entre educação e ensino, tal como verificar como se dá a formação da ordenação legislativa no Brasil. O segundo tema versa sobre a “Legislação do ensino superior e políticas de inclusão”. Neste tema, será possível compreender a importância da universidade para a sociedade, compreender a relação entre ensino, pesquisa e extensão, e também conhecer as principais agências de fomento para pesquisa no Brasil. O terceiro tema trata exclusivamente da “Legislação nacional para a educação superior”, no qual se poderá reconhecer a atual estrutura de organização acadêmica da educação superior no Brasil, verificar a atual legislação que trata as funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e interpretar o Decreto Federal nº 9.235 de 2017, referente a educação superior. 3 O último tema aborda a “Legislação da educação superior e as políticas de inclusão”, em que se verificarão as ações afirmativas enquanto contribuições e encaminhamentos de políticas educacionais e de inclusão, conhecer as políticas inclusivas gerais da educação superior, bem como analisar as políticas inclusivas específicas da educação superior. A disciplina e o seu conteúdo foram construídos com foco em auxiliá-los a perceber e a sentir a importância de boas reflexões para a construção de propostas pedagógicas e curriculares, mas não se esgota em si mesma, pois os desafios da prática profissional tornam o debate político e inclusivo uma ação de constante debate, reflexão e diálogo. Receba o convite para usar este material para consultas sempre que a prática estudantil e profissional lhe exigir. Bons estudos!!! INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 Introdução aos princípios da legislação e da legislação da educação no Brasil ______________________________________________________________ Autoria: Carlos Eduardo Candido Pereira Leitura crítica: Aline Oliveira Gomes da Silva 5 DIRETO AO PONTO Na sociedade globalizada e capitalista, a educação é vista como sinônimo de ascensão social, uma vez que, para a economia, um país se torna competitivo em razão de mão de obra qualificada. A educação superior tem duas tarefas básicas: formar e produzir conhecimento. Tais ações são etapas essenciais para inserção de qualquer país no processo competitivo ao mundo globalizado. Neste cenário, as universidades têm cada vez mais passado por processos de internacionalização, fazendo intercâmbios entre seus estudantes para a troca de experiências acadêmicas. O docente é o profissional da educação que guiará os discentes na compreensão de fenômenos sociais e naturais, assim como será o responsável por motivar a solução das mais variadas necessidades à sociedade. Por isso necessita, para além da formação inicial, continuar se capacitando e reinterpretando a própria prática pedagógica num mundo de constantes e aceleradas mudanças. Desde o final dos anos 1990, houve, no Brasil, uma grande expansão da educação superior em virtude da lei (Constituição Federal de 1988 e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996), investimento público e investimento da iniciativa privada, que investiu na criação de instituições universitárias e até mesmo na expansão da oferta de cursos e vagas nas instituições já existentes. Os conceitos: educação significa um conjunto de hábitos, valores, regras, e ensino se refere à transmissão de conhecimento. A educação superior, então, é um corpo de conhecimento dado por meio de teorias, regras, valores e leis construídas historicamente. O ensino superior se traduz na transmissão de conhecimentos da educação por meio de técnicas, metodologias e as mais diversas manifestações de didática e ensino. Assim, a instituição que ensina 6 em nível superior pode ser denominada de IES – instituição de ensino superior, recebendo, para isso, outras denominações previstas em lei, como faculdade, centro universitário e universidade. Com relação à legislação, existe uma estrutura ordenatória de hierarquia (TOLEDO, 2016). No Brasil, a principal legislação é a Constituição Federal. Assim, as demais legislações submetem-se à anterior na hierarquia. A mesma lógica se aplica para outras esferas administrativas, como estados e municípios. A atual Constituição do Brasil é considerada por muitos como sendo constituição cidadã, por ter sido objeto de construção democrática após duas décadas de regime militar no país. A educação, na Constituição de 1988, está descrita no capítulo III, “Da educação, da cultura e do desporto, Seção I, educação”. Neste tópico, constam dez artigos (205º a 214º) tratando o tema. Destacam-se alguns na figura a seguir: Figura 1 – Destaques sobre educação na Constituição Federal de 1988 Fonte: elaborada pelo autor. 7 Há também outras legislações subsequentes importantes à educação, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), o Plano Nacional de Educação – PNE, que tem a finalidade de cumprir 20 metas por meio de dez diretrizes até 2024, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), que dedica, no capítulo IV, 14 artigos referentes à educação superior. Referências bibliográficas BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm. Acesso em: 18. abr. 2020. TOLEDO, M. Direito educacional: São Paulo: Cengage, 2016. PARA SABER MAIS Cabe destacar que, ao se procurar conhecer uma legislação, é sempre importante, em primeiro lugar, buscar verificar se houve alguma alteração nela, pois pode acontecer de ela ter sido completamente revogada ou mesmo alterada. Você pode fazer um teste, digite no Google o termo “Constituição do Brasil 1988” e verifique se não há a existência de várias alterações, por vezes apresentadas em destaque pela cor azul. Essas alterações seguem a lógica da ordenação da hierarquia das leis. Por isso vamos conhecer resumidamente um pouco mais a Pirâmide de Kelsen. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm 8 Figura 2 – Modelo da Pirâmide de Kelsen Constituição Normas gerais (leis, costumes, decretos, jurisprudência) Normas individualizadoras (decisões judiciais, negócios) Fonte: elaborada pelo autor. Para Ramiro e Herrera (2015), Kelsen considerou o Direito como um especial sistema de normas cujo fundamento de validade não estava em outros sistemas normativos, como a religião ou a moral; mas também não estava na ordem dos fatos, como numa política. Ou seja, uma norma jurídica não teria vigência por ser moral ou útil, mas apenas porque é norma jurídica. Dado o exposto, conhecer o ordenamento jurídico torna importante a ação docente na educação, pois, às vezes, alguma regra ou norma não é compreendida por falta de conhecimentodo ordenamento jurídico nacional. Assim, a Constituição do país é a regra maior, uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação é uma norma geral e algumas ações na sala de aula podem ocorrer por normas individuais, como um plano de aula. 9 Referências bibliográficas RAMIRO, C. H. L.; HERRERA, L. H. M. Hans Kelsen: Filosofia jurídica e democracia. Revista de informação legislativa, Brasília v. 52, n. 205, p. 235-260, jan./mar. 2015. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: você iniciou seu trabalho como docente em uma universidade e iniciou ações de ensino, pesquisa e extensão. Numa situação de ensino em sala de aula, você deu exercício aos alunos para diferenciar educação e ensino. Sua aula, naquela altura, foi muito proveitosa aos alunos do 1º ano. Como os alunos interagem entre eles nos corredores da universidade, alguns alunos do 3º ano (turma para a qual você ainda não lecionou) o procuram para ajudar na divulgação do curso na Feira de Profissões e lhe mostram alguns materiais confeccionados. Você observa, então, que esses alunos tratam o ensino superior como se fizessem referência à universidade. O que isso lhe indica como docente? Como abordar essa questão aos alunos e como propor uma revisão conceitual para que os alunos compreendam a diferenciação conceitual e, assim, corrijam o que está contido no material? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 10 Lorem ipsum dolor sit amet Autoria: Nome do autor da disciplina Leitura crítica: Nome do autor da disciplina LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A legislação educacional brasileira remete, em parte, à própria história do país, pois, em cada período da História, a educação teve uma perspectiva. O atual contexto de democracia e cidadania é relativamente recente, uma vez que a Constituição Federal de 1988 possibilita até os dias atuais o debate sobre a melhor forma de fazer educação e ensino. Sugere-se a leitura dos dois primeiros capítulos da obra apresentada a seguir. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. PINTO, R. O.; PIZZIRANI, F. Legislação educacional. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. Indicação 2 O Plano Nacional de Educação – PNE que está em vigência traz, para além das próprias diretrizes, as 20 metas para levar a educação brasileira a condições de melhor oferta. Lançado em 2013, o Observatório do PNE é um projeto de monitoramento do Plano Nacional de Educação (PNE) que tem por objetivo contribuir para que ele se mantenha vivo e cumpra seu papel como agenda norteadora das políticas educacionais no país. Assim sendo, tem por objetivo trazer à sociedade os indicadores de monitoramento das metas e estratégias do plano, além de análises, acervo de estudos, pesquisas e informações sobre Indicações de leitura 11 políticas públicas educacionais por meio de um site. A ideia dos idealizadores foi fazer uma ferramenta de controle social – para que qualquer cidadão brasileiro possa acompanhar o cumprimento das metas estabelecidas, tal como apoiar gestores públicos, educadores e pesquisadores. Para acompanhar como está o desenvolvimento de cada uma das metas, bem como para realizar outras leituras e observações, pesquise pela página “observatoriodopne.org.br” QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Está em vigência no Brasil a sua oitava constituição da história. A Constituição da República Federativa do Brasil, aprovada e promulgada em 1988, é considerada por alguns teóricos como sendo a mais cidadã de todas. Assinale a alternativa que defende este argumento corretamente. a. Ela é fruto de uma democracia conquistada por meio de uma guerra civil interna ocorrida durante a ditadura militar com apoio da classe docente que defendia os ideais comunistas https://www.observatoriodopne.org.br/ 12 do início do século 20 na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. b. Quando surgiu o neoliberalismo, este instituiu a obrigatoriedade dos países em alterar a constituição caso quisessem fazer parte do capitalismo. Sem muita opção, o Brasil acabou cedendo às pressões internacionais. c. Seguindo uma histórica tradição de dependência norte- americana, o Brasil só alterou a sua constituição após a ascensão do partido democrata nos Estados Unidos, que culminou com a eleição do presidente George W. Bush na década de 1980. d. Ela foi fruto do debate e da construção social da democracia na época da ditadura militar que aconteceu no país por cerca de duas décadas e meia. e. Ela foi produzida por alguns militares que visualizaram na democracia uma oportunidade de levar o Brasil à globalização já existente desde o século 19. 2. Assinale a alternativa que completa as lacunas da frase com os termos corretos: ____________ significa um conjunto de hábitos, valores, regras, e __________ se refere à transmissão de conhecimento. a. Educação; universidade. b. Educação superior; ensino superior. c. Educação; ensino. d. Ensino superior; universidade. e. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Plano Nacional de Educação. 13 GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: A atual Constituição do Brasil é considerada por muitos como sendo constituição cidadã por ter sido objeto de construção democrática após duas décadas de regime militar no país. Questão 2 - Resposta C Resolução: Educação significa um conjunto de hábitos, valores, regras, e ensino se refere à transmissão de conhecimento. TEMA 2 Universidade: ensino, pesquisa e extensão ______________________________________________________________ Autoria: Carlos Eduardo Candido Pereira Leitura crítica: Aline Oliveira Gomes da Silva 15 DIRETO AO PONTO Na atualidade, existem várias universidades no Brasil, sejam elas de oferta de cursos presencial ou a distância, de graduação ou pós-graduação. No passado e, em alguns casos, até os dias atuais, as pessoas de classe desfavorecida enfrentavam problema de ingresso, permanência e conclusão dos cursos. Isso mostra as facetas das desigualdades sociais que permeia a sociedade como um todo. Com isso, a universidade, aos poucos, percebeu que, para intensificar a sua função social, não bastava zelar pela excelência do atendimento de sua comunidade interna, mas também atuar com ações à comunidade externa, intensificando seu papel de agente inclusivo. A universidade, assim, ao exercer funções sociais, acaba por preencher lacunas em que o governo e outros órgãos públicos falham. Desta maneira, em ação com a sociedade, promove ensino, realiza pesquisa e atua em ação de extensão que, se bem dirigida, se pauta pela qualidade do atendimento e não no assistencialismo que, por si apenas, não atende aos conflitos sociais e também não promove a universidade e a ciência. Em razão da tríade ensino, pesquisa e extensão - a universidade, por meio de seus docentes, pesquisadores ou grupos de pesquisa, identificam desafios sociais ou naturais, aprofundam estudos e buscam dar respostas à sociedade. Essa indissociabilidade é parte fundamental para articulação das atividades fins no Ensino Superior. 16 Figura1 - Estrutura de uma IDE Universidade Ensino Pesquisa Extensão Fonte: elaborada pelo autor. Segundo Rays (2003, p. 72), o termo ensino faz referência ao modo de “ensino sistematizado”. Para o autor: “necessitam-se organizar e selecionar procedimentos didáticos que promovam o aprendizado crítico de conteúdo,habilidades, hábitos e valores”. Assim sendo, é possível compreender que, no ensino, os procedimentos didáticos e as formas de avaliação envolvam as formas de se chegar a um conhecimento desejado para que o educando desenvolva a autocrítica pessoal e coletiva, e também construa os seus valores pessoais. A pesquisa, para Rays (2003), indica que o olhar do pesquisador para um objeto de investigação requer constante reflexão. O objeto investigado deve possibilitar o conhecimento sobre ele, melhorando-o, ou então elevá-lo, alçando um olhar pautado na inovação. Somado a isso, Fonseca (2002) aponta que a pesquisa científica é o resultado de um inquérito ou exame minucioso, realizado com o objetivo de resolver um problema, recorrendo a procedimentos científicos. Investiga-se uma pessoa ou um grupo capacitado (sujeito da investigação), abordando um aspecto da realidade (objeto da investigação), no sentido de comprovar experimentalmente hipóteses (investigação experimental), ou 17 para descrevê-la (investigação descritiva), ou para explorá-la (investigação exploratória). No ensino superior, para realizar pesquisa, o interessado deve buscar um professor orientador. Com ele, é possível construir os devidos procedimentos de pesquisa. Daí, então, elabora-se um projeto de pesquisa, que deve conter a fundamentação teórica e o método para se checar uma hipótese ou teoria de estudo. No método, deve estar previsto se a proposta do projeto será pautada em análises quantitativa, qualitativa ou usando ambas. Esta análise necessita confrontar aquilo que coletou com a teoria estudada, o pesquisador dará a sua argumentação de pesquisador sobre o objeto estudado. Com um projeto definido, os proponentes podem fazer busca por editais das agências de fomento, que são entidades financeiras sem caráter bancário regulamentadas pelo Banco Central do Brasil. Tais agências investem na pesquisa em ensino médio, ensino superior e em pesquisas realizadas por empresas. Podem pertencer ao governo federal e aos estados. Por último, entende-se por extensão a etapa de ensino- aprendizagem de acadêmicos com a sociedade (RAYS, 2003). É na extensão que se entra em contato com a sociedade e discutem- se seus problemas para a busca de soluções em comum. Tal contato pode ocorrer com ou sem o uso de um projeto. Referências bibliográficas FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. RAYS, O. A. Ensino-pesquisa-extensão: notas para pensar a indissociabilidade. Revista Educação Especial, Santa Maria. 18 vol.1, nº1., p. 71-85, mar. 2012. ISSN 1984-686X. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5034. Acesso em: 24 abr. 2020 PARA SABER MAIS Um texto clássico, mas ainda atual, para tratar a função social da universidade é o artigo de Elvídio Marcolino Cardoso no periódico Educação em revista (1981). Nele, o autor trata a função social da universidade em três momentos. Figura 2 – Função social do ensino superior ENSINO SUPERIOR Privilégio da minoria Examinada por dentro Examinada por fora Fonte: elaborada pelo autor. https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5034 19 O primeiro apontando o ingresso e acesso ao ensino superior como sendo o privilégio de uma minoria. Neste ponto, ele retrata as desigualdades sociais e os dilemas das classes desfavorecidas no ingresso, acesso e permanência nesta instituição. Numa visão contextual, podemos apontar, para além da questão das minorias, cidadãos indígenas, negros e pessoas com deficiência. Outro aspecto tratado é o que aponta a universidade como a sede do saber, sendo este saber nem sempre à disposição da sociedade. A segunda etapa traz uma reflexão da universidade como sendo examinada internamente com perspectiva de autoavaliar. Por sua vez, a última etapa ressalta a importância de a universidade ser examinada externamente, com base na opinião popular sobre a instituição. Tais pontos fazem perceber qual a importância e a necessidade de a universidade ser flexível para cumprir sua função e seu papel social. Referências bibliográficas CARDOSO, E. M. Função social da universidade. Educar em Revista. Curitiba, n. 1, p. 109-130, dez. 1981. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 40601981000100007&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 29. abr. 2020. https://doi.org/10.1590/0104-4060.022. TEORIA EM PRÁTICA O trabalho coletivo é uma habilidade desejável à maioria das empresas no século 21. Para além disso, o trabalho direcionado às pessoas permeia um dos pilares da extensão universitária. Reflita sobre a extensão, suas possibilidades e seus limites e http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40601981000100007&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40601981000100007&lng=en&nrm=iso https://doi.org/10.1590/0104-4060.022 20 aponte como você responderia à solicitação de um coordenador de curso de graduação sobre um tema em uma das disciplinas que você leciona para atender a um projeto de extensão a comunidades carentes na periferia de uma cidade. Se você não tiver nenhuma experiência docente, elabore uma situação hipotética. Aponte qual seria esta disciplina que você leciona. Qual alternativa poderia ser oferecida por você ao curso de graduação? O que desejaria possibilitar à sociedade? Qual seria a aprendizagem desejada a seus alunos? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Para elaborar um projeto de ensino e extensão, é importante que o seu olhar se volte para pensar sobre as ações práticas do cotidiano profissional. Assim, caso tenha curiosidade em desvelar os conhecimentos tendo uma atitude colaborativa e de iniciativa para realizar a pesquisa, sugere-se fazer a leitura apontada a seguir, que é pautada em pesquisa social. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/ Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. GENEROSO, C. Oficina de formação: pesquisa social. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2017. Indicações de leitura 21 Indicação 2 Com relação às agências de fomento, algumas delas são chanceladas pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, como a Capes, e do Ministério da Ciência e Tecnologia, caso do CNPq. Existem, no âmbito dos estados, as Fundações de Amparo à Pesquisa. Você pode conhecer cada uma delas na internet, buscando-as em sites institucionais como apontados a seguir: Região Centro-Oeste DF: Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal – FAP. GO: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – Fapeg. MS: Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul – Fundect. MT: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – Fapemat. Região Nordeste AL: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas – Fapeal. BA: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb. CE: Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Funcap. MA: Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – Fapema. 22 PB: Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba – Fapesq. PE: Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco – Facepe. PI: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí – Fapepi. RN: Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura – Funpec. SE: Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe – Fapitec. Região Norte AC: Fundação de Tecnologia do Estado do Acre – Funtac. AM: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – Fapeam. PA: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará – Fapespa. RO: Fundação de Apoio a Pesquisa Científica, Educacional e Tecnológica de Rondônia – Ipro. TO: Fundação de Amparo à Pesquisado Estado do Tocantins – Fapt. Região Sudeste ES: Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – Fapes. MG: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – Fapemig. 23 RJ: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – Faperj. SP: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp. Região Sul PR: Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná - Fundação Araucária. RS: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul – Fapergs. SC: Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – Fapesc. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Observe as seguintes alternativas e assinale aquela que aponta corretamente a importância do ensino oferecido pela universidade: 24 a. O ensino, parte integrante da universidade, objeto de lei, só pode ser ministrado por profissionais que possuem graduação na área do curso, bem como registro em conselho profissional no órgão competente da área da docência. b. O ensino é apenas um dos aspectos relevantes à universidade, todavia, ele só ocorre com uso de materiais de apoio, tal como lousas digitais e projetores multimídia. c. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), a orientação para o ensino na universidade deve ocorrer após ações de pesquisa e extensão terem sido contemplados à sociedade em geral por meio de projetos dos cursos de graduação. d. O ensino na universidade é uma ferramenta utilizada de maneira estruturada, pois, de modo geral, ele deve prever os processos didáticos e de avaliação que direciona os alunos à aprendizagem e percepção crítica da sociedade onde atuará como profissional. e. O ensino na universidade ocorre em paralelo com o uso de informações retiradas de outros contextos, como em sites na internet. É por essa razão que surgiram no país, inclusive, vários cursos na modalidade à distância. 2. Dentre as agências de fomento para a pesquisa, assinale a alternativa que aponta uma agência ligada ao Ministério da Educação e outra ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. a. Capes e Fapesp. b. CNPq e Fapesp. c. Faperj e Fundação Araucária. d. Capes, Fapesp e CNPq. e. Capes e CNPq. 25 GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: Não existe no país nenhuma legislação ou política que aponte como ou de que maneira se deve ensinar (apesar de existir algumas diretrizes e bases de conteúdo comuns). Por mais que existam outras maneiras e espaços para a aprendizagem, como na internet, importante é diferenciar o que é informação daquilo que é ensino. Este se realiza em ocasião de que o tema a ser lecionado esteja direcionado com a previsão das regras básicas e organização de conteúdo. Com isso, os processos didáticos são direcionados à aprendizagem e as maneiras de avaliação possibilitam ao educando: refletir, perceber, construir e abstrair a realidade que o envolve para além de uma informação curta. Questão 2 - Resposta E Resolução: A Capes está ligada ao Ministério da Educação e o CNPq está ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Todas as outras são Fundações de Amparo à Pesquisa nos estados. TEMA 3 A legislação nacional para a educação superior ______________________________________________________________ Autoria: Carlos Eduardo Candido Pereira Leitura crítica: Aline Oliveira Gomes da Silva 27 DIRETO AO PONTO O Decreto Federal nº 9.235 de 2017 trata a regulação, a supervisão e a avaliação à educação superior. Está ordenado em cinco capítulos e com 108 artigos no total. Considera-se como organização acadêmica: I – faculdades; II – centros universitários; e III – universidades. Toda instituição de origem particular ou privada inicia as suas funções como faculdades. Para esta mesma instituição pleitear outras formas de organização acadêmica (centros universitários e depois universidades), deve solicitar recredenciamento, obedecendo ao que a lei prevê (porcentagem de mestres e doutores contratados, oferta de cursos de graduação e pós-graduação, atividades de ensino, pesquisa e extensão, dentre outros). No que tange à regulação para funcionar como uma instituição de ensino superior (IES), é necessário formalizar pedido à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação e receber resposta por meio de dois atos autorizativos: a) Ato Autorizativo de Credenciamento e/ou Recredenciamento; b) Ato Autorizativo de Reconhecimento ou Renovação dos Cursos Superiores. Em resumo, um dos atos é para permitir a autorização do funcionamento da IES e o outro para autorizar a oferta de cursos de graduação e pós-graduação. O credenciamento/recredenciamento de uma IES depende de a mantenedora custear taxas e demonstrar espaço físico para a oferta do atendimento educacional, valorizando, inclusive, as exigências legais de segurança predial e acessibilidade. Os documentos que comprovem a organização interna, como regimentos, e, principalmente, o PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional, são essenciais no processo de credenciamento. No caso dos cursos de graduação, podem ter autorização de funcionamento antes mesmo de estarem registrados. De maneira diferente ao credenciamento da IES que, dentre a documentação, se prevê a construção do PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional para 28 cursos de graduação, para além de outras documentações, deve ser apresentado o PPP – Projeto Político Pedagógico do curso. Sobre a supervisão, a lei determina que a finalidade é acompanhar a IES por meio de ações preventivas ou corretivas, com perspectivas de averiguar se estão se cumprindo as normas gerais da educação superior, bem como a regularidade e a qualidade da oferta dos cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu. A supervisão é realizada por um órgão de governo na esfera federal, estadual ou municipal, ou mesmo na parceria entre um ou mais deles. Em linhas gerais, quando a IES passa pelo processo de supervisão, isso pode acarretar a identificação de irregularidades, seja pelos processos de avaliação nas visitas in loco dos agentes do governo, por denúncia, dentre outras situações. Assim sendo, a IES, se encontrada irregularidade, pode passar por até três tipos de procedimentos de reajuste. O primeiro deles é o procedimento preparatório, que aponta a necessidade de a IES readequar-se para um ou mais pontos. É preparatório porque vai indicar instauração de procedimento saneador, sancionador. O procedimento saneador é aplicado nos casos de identificação de deficiências ou de irregularidades passíveis de saneamento, determinando à IES providências saneadoras, em prazo não superior a 12 meses. O procedimento sancionador ocorrerá a partir do procedimento preparatório, ou então, nos casos do procedimento saneador não ter sido cumprido, fato que causa possíveis punições, sendo desde as mais simples, como a restrição da abertura de vagas nos cursos de graduação, até mesmo as mais grave, a perda do credenciamento institucional. Os processos de avaliação são apontados como tendo a principal ferramenta o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes. A lei aponta que esta avaliação tem caráter formativo e que se constitui como referencial básico para os processos de regulação e de supervisão da educação superior, com a finalidade de promover a melhoria da qualidade dos cursos nas instituições. Além de visitas 29 in loco, avaliações internas às IES,avaliação dos cursos de graduação, o Sinaes conta com o Enade, que avaliará o desempenho dos estudantes da graduação. Os resultados permitem ao MEC atribuir nota ou conceito ao curso de graduação e à IES sendo uma escala de 0 a 5. Ainda no decreto, são apresentados alguns atores adicionais que irão atuar junto às instituições de ensino superior, exibidos a seguir: Figura 1 – Decreto Federal nº 9.235/2017 – Órgãos e devidas competências junto às IES Fonte: elaborada pelo autor. Referências bibliográficas BRASIL. Decreto Federal nº 9.235, de 17 de dezembro de 2017. Dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de ensino. 30 Brasília: Secretaria-geral da Presidência da República, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/ D9235.htm. Acesso em: 30 abr. 2020. PARA SABER MAIS O Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior surgiu em 2004 e com ele o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) passou a ser um dos principais eixos de referência no que tange às avaliações na educação superior. Para Segenreich (2002), o Plano de Desenvolvimento Institucional de uma IES tem por objetivo não apenas atender ao sistema de ensino superior como também aperfeiçoar à própria IES seu próprio modelo de Plano Diretor/Plano Estratégico, por meio da adoção de uma metodologia participativa de elaboração, e a implantação de um processo sistemático de acompanhamento e avaliação. O Decreto Federal nº 9.235 de 2017, em seu artigo 21, aponta que o PDI deve conter os seguintes elementos: Figura 2 – Decreto Federal nº 9.235/2017 – Elementos de um PDI I. Missão, objetivos e metas II. Projeto pedagógico III. Cronograma IV. Organização didático- pedagógica V. Oferta de cursos VI. Perfil do corpo docente e tutores VII. Organização administrati va VIII. Projeto de acervo digital IX. Instraestrutu ra e instalações Fonte: elaborada pelo autor. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9235.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9235.htm 31 Referências bibliográficas BRASIL. Decreto Federal nº 9.235, de 17 de dezembro de 2017. Dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de ensino. Brasília: Secretaria-geral da Presidência da República, 2017. SEGENREICH, S. C. D. O PDI como referente para avaliação de instituições de educação superior: lições de uma experiência. Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação, Rio de Janeiro, v. 13, n. 47, p. 149-168, jan. 2005. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: você ensinou, em uma de suas aulas num curso de graduação, qual é a legislação que aponta a regulação, supervisão e avaliação nas instituições de ensino superior no Brasil. Na aula seguinte, seus alunos vêm até você questionar como saber, na prática, se o curso deles era regular. Como você responderia a este questionamento? Como demonstraria isso aos alunos? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 32 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A regularidade dos cursos e instituições depende da validade dos respectivos atos autorizativos e da tempestividade de protocolo dos processos regulatórios de manutenção da autorização para o funcionamento da instituição e oferta dos cursos. Para isso, existe uma ferramenta de conferência dessas informações de maneira pública a todo e a qualquer cidadão, trata-se do e-MEC, que é uma base de dados oficial dos cursos e instituições de educação superior – IES, independentemente de sistema de ensino. Os dados do cadastro e-MEC devem guardar conformidade com os atos autorizativos dos cursos e das IES, editados pelo Poder Público ou órgão competente das instituições nos limites do exercício de sua autonomia. As informações são inseridas pelas IES dos sistemas estaduais, reguladas e supervisionadas pelo respectivo Conselho Estadual de Educação, ou pelas IES do sistema federal, no âmbito da autonomia universitária, são declaratórias e a veracidade é de responsabilidade da respectiva instituição, nos termos da legislação. Para realizar buscas, verificar curso ou se a IES está credenciada e regular junto ao Ministérios da Educação, acesse o site do e-MEC na internet, fazendo a busca pela expressão e-MEC no buscador de sua preferência ou acessando o site emec.mec.gov.br. Indicação 2 O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento construído dentro da perspectiva da gestão educacional em escolas, Indicações de leitura http://emec.mec.gov.br. 33 universidades ou em qualquer outro espaço que atue na educação formal e escolar. Assim sendo, trata-se de um documento importante na formação de professores, ainda mais para exercer a coordenação pedagógica. As principais ideias que procuram explicar o Projeto Político Pedagógico, bem como os fatores de gestão escolar (e aqui este termo se refere a qualquer espaço de educação formal escolarizada), são focos da Unidade 4, seção 4.3 da obra Projeto político pedagógico. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/ Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. AMARAL, R. B. S.; BUECKE, J. E. O.; OCTAVIANI, M. I. C.; BASSI, R. A.; RODRIGUES, T. F. Fundamentos da gestão educacional e coordenação pedagógica. In: AMARAL, R. B. S.; BUECKE, J. E. O.; OCTAVIANI, M. I. C.; BASSI, R. A.; RODRIGUES, T. F. Projeto político pedagógico. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2017. p. 171-182. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 34 1. O Decreto Federal nº 9.235 de 15 de dezembro de 2017 trata temas da educação superior. Assinale a alternativa que responde corretamente a quais os assuntos tratados por este ordenamento legal: a. O exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições universitárias e não universitárias, bem como faculdades isoladas, CETs, CEFETs e centros universitários em todo o território nacional. b. O exercício das funções da educação a distância na operacionalização de avaliações nas instituições de ensino superior. c. O exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação. d. O exercício das funções de gestão autoritária e democrática às instituições de educação superior e aos cursos superiores de graduação e de pós-graduação. e. O exercício das funções credenciamento e descredenciamento dos alunos que estiverem mal desempenhados no Enade e que, por consequência, rebaixaram o nível do curso e da IES no Ministério da Educação. 2. No processo de supervisão das instituições de ensino superior, de acordo com o Decreto Federal nº 9.235 de 15 de dezembro de 2017, existem três tipos de procedimentos em que as IES poderão sofrer questionamentos dos órgãos competentes. Assinale a alternativa que apresenta estes procedimentos. a. Procedimento estético, procedimento arquitetônico, procedimento de segurança e acessibilidade. 35 b. Procedimento regulamentar, procedimento supervisionador, procedimento avaliador. c. Procedimento didático, procedimento extensivo, procedimento acadêmico. d. Procedimento de análise, procedimento deadequação, procedimento de cancelamento de adequação. e. Procedimento preparatório, procedimento saneador, procedimento sancionador. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: O Decreto Federal nº 9.235 de 15 de dezembro de 2017 dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação. Questão 2 - Resposta E Resolução: O procedimento preparatório dado pelo ministro da Educação e instaurado pela Secretaria de Regulação e Supervisão do MEC aponta à IES que ela necessitará readequar-se para um ou mais pontos. É preparatório porque vai indicar instauração de procedimento saneador, sancionador ou mesmo o arquivamento de processo (no caso de ter já ter sido readequados os apontamentos antes apresentados). O procedimento saneador é aplicado nos casos de identificação de deficiências ou de irregularidades passíveis de saneamento, determinar providências saneadoras, em prazo não superior a 12 meses. O procedimento sancionador ocorrerá a partir do procedimento preparatório, 36 ou então, nos casos em que não se tendo cumprido as providências determinadas para o saneamento das deficiências pela instituição e das demais situações previstas na legislação educacional. TEMA 4 Ações afirmativas, políticas e legislação de inclusão ______________________________________________________________ Autoria: Carlos Eduardo Candido Pereira Leitura crítica: Aline Oliveira Gomes da Silva 38 DIRETO AO PONTO Nas últimas décadas, o mundo tem passado por um processo múltiplo de políticas ideológicas com a reivindicação de proteção, direitos e legislações específicas para o reconhecimento da liberdade dos mais variados grupos sociais, etnias e raças. Neste contexto, para Santos (2005), surge o conceito de ações afirmativas, que são medidas tomadas ou determinadas pelo Estado, espontânea ou compulsoriamente, na forma de lei, com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas. Assim, garantem-se a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como a compensação dos prejuízos incitados por ações de discriminação e marginalização racial, étnica, religiosa, de gênero, dentre outros. Dentre todas as instituições de ensino numa sociedade, as de educação superior são as que mais analisam as ações afirmativas e também as que mais abrangem políticas compensatórias de concessão de bolsas vinculadas à participação em programas e projetos que promovem uma reflexão sobre a diversidade. Para Moehleck (2004), as políticas compensatórias aconteceram para evitar a evasão dos estudantes no ensino superior, sobretudo os de classes sociais desfavorecidas, bem como se formam mais professores e profissionais no debate da diversidade, ou seja, amplia-se, na universidade, o debate sobre este tema para reduzir as desigualdades em vários setores profissionais. Com isso, surgem no país algumas políticas compensatórias e legislações de ações afirmativas na educação superior. 39 O Enem – Exame Nacional de Ensino Médio (1998) contribuiu para o Inep realizar diagnósticos para se pensarem outras alternativas de política da educação. Ao longo dos anos, permitiu criar políticas de acesso e permanência à educação superior por meio de auxílios financeiros e bolsas de estudo, a exemplo do Fies em 2001, o Prouni em 2004 e o Sistema de Seleção Unificada – Sisu (2010). O Fies – Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior – surgiu originalmente com a Lei Federal nº 10.260 de 2001 – financia e concede bolsas de estudo a estudantes de cursos superiores não gratuitos em instituições particulares que tenham boa avaliação de desempenho. O Fies prevê atuação em cursos de formação técnica voltada à educação superior, graduação e pós-graduação. O Prouni – Programa Universidade para Todos foi institucionalizado pela Lei Federal nº 11.096 de 13 de janeiro de 2005 e tem como finalidade a concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo parciais de 50% (cinquenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) para estudantes de cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos. O Sisu – Sistema de Seleção Unificada – foi promulgado pela Portaria Normativa nº 21 de 5 de novembro de 2012, por meio do qual são selecionados estudantes a vagas em cursos de graduação disponibilizadas pelas instituições públicas e gratuitas de ensino superior. Vale ressaltar que a nota obtida no Enem é um dos critérios de pontuação. A Lei Federal nº 13.146 de 6 de julho de 2015, ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, define a deficiência como um 40 impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, a qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas, sendo a avaliação da deficiência realizada na perspectiva biológica, psicológica e social em que se observam vários tipos de impedimentos e limitações. O Reuni, também conhecido como Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, foi criado pelo Decreto nº 6.096 de 24 de abril de 2007 e tratou a melhoria das estruturas físicas e dos recursos humanos na universidade. Isso permitiu agir em prol das pessoas com deficiência por meio do Incluir – programa de acessibilidade na educação superior que tem por principal objetivo fomentar a criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade nas instituições de ensino superior. Tais núcleos, de acordo com o documento orientador, visam eliminar barreiras físicas, de comunicação e de informação que restringem a participação e o desenvolvimento acadêmico e social de estudantes com deficiência. A Lei Federal nº 12.711 de 29 de agosto de 2012 trata o sistema de cotas para estudantes da escola pública, em situação racial e aos indígenas. A lei define a reserva de metade das vagas para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo; e a outra metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e a soma de pretos, pardos e indígenas. 41 Figura 1 – Sistema de cotas na educação superior Curso A (100 vagas) Escola pública (50 vagas) Renda ≤ 1,5 salário mínimo (25 vagas - 13 pretos, pardos e indígenas - 12 demais vagas) Renda ≥ 1,5 salário mínimo (25 vagas - 13 pretos, pardos e indígenas - 12 demais vagas) Classificação geral (50 vagas) Fonte: elaborada pelo autor. Referências bibliográficas MOEHLECK, S. Ações afirmativas no ensino superior: entre a excelência e a justiça racial. Educação e Sociedade, Campinas, v. 25, n. 88, especial, out. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v25n88/ a06v2588.pdf. Acesso em: 4 mai. 2020. SANTOS, S. A. Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas. Brasília: Ministério da Educação: Unesco, 2005. http://www.scielo.br/pdf/es/v25n88/a06v2588.pdf http://www.scielo.br/pdf/es/v25n88/a06v2588.pdf 42 PARA SABER MAIS No atendimento às pessoas com deficiência, devemos tratá-las da melhor maneira possível cuidando para incluí-las e não excluí-las do convívio social. Portanto, termos como “mongol”, “ceguinho”, “mudinho”, “doido” são extremamente pejorativos. Nesta direção, algumas dicas de atendimento são muito relevantes, como as do quadro a seguir: Quadro 1 – Dicas de atitudes possíveis no atendimento de pessoas com deficiência Fonte: elaborada pelo autor. 43 Referências bibliográficas GIL, M. O que as empresas podem fazer pela inclusão das pessoas com deficiência. São Paulo: Instituto Ethos, 2002. Disponível em: https://www.ethos.org.br/wp-content/ uploads/2012/12/25.pdf. Acesso em: 10 mai. 2020. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: você, como docente da educação superior, recebe um aluno com deficiência visual.Ele é bem autônomo no que compete à aprendizagem. Aos poucos, você nota que esse aluno começa a se sentir mais desinteressado nas suas aulas, retirando-se da aula mais cedo e começando a faltar. Com os outros docentes que lecionam para o mesmo estudante, você averigua que eles não estão tendo dificuldades e, com isso, a hipótese deste problema é que, na sua disciplina, agregam- se alunos de vários cursos de graduação e, por isso, pode estar causando algum estranhamento entre turmas. Na sequência, ao conversar com a turma para a qual leciona, em um dia que você notou a falta do aluno com deficiência, descobre-se que há um grupo isolado agredindo moralmente este aluno com deficiência. O que esta situação lhe sugere? Como abordar a questão e elaborar uma ação de reingresso deste aluno em suas aulas sem piorar a relação entre os alunos? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. https://www.ethos.org.br/wp-content/uploads/2012/12/25.pdf. https://www.ethos.org.br/wp-content/uploads/2012/12/25.pdf. 44 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Este livro reúne uma coletânea de textos relacionados à prática educacional e pedagógica dos Projetos Inovadores de Curso (PICs), executados no âmbito do Programa Diversidade na Universidade, com o objetivo de divulgar informações que possam auxiliar na formulação de políticas educacionais antirracistas. Trata-se de projetos integrantes de ações realizadas pelo Ministério da Educação – por intermédio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), com perspectiva de ampliar o acesso de afrodescendentes à universidade e sua permanência nela. Em razão disso, no livro, serão identificados temas como a valorização da história e cultura da população negra brasileira, possibilitando aos alunos e professores uma identidade coletiva crítica e consciente, com proposições nítidas de uma cidadania ativa no combate ao racismo, sexismo e outras formas de exclusão existentes na sociedade brasileira. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. BRAGA, M. L. S.; SILVEIRA, M. H. V. (Org.). O Programa Diversidade na Universidade e a construção de uma política educacional anti-racista. Brasília: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Unesco, 2007. Indicações de leitura 45 Indicação 2 Com relação ao acesso das pessoas com deficiências no ensino superior, o Projeto Acessibilidade no Ensino Superior proposto pela Unesp (SP) em parceria com outras várias universidades do Brasil e do exterior, tem como pretensão investigar as normativas e as políticas educacionais no que orientam o acesso, a circulação e permanência de pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida no ensino superior, bem como avaliar o impacto dessas políticas na formação inicial de professores. No site do projeto encontram-se inúmeras publicações de pesquisadores das mais variadas áreas. Para conhecer mais, acesse o site www.acessibilidadeinclusao.com.br. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. O Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei Federal nº 13.146 de 6 de julho de 2015, considera pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Para isso, a avaliação http://www.acessibilidadeinclusao.com.br 46 dessa pessoa deve estar de acordo com qual das alternativas a seguir? a. Teste de QI aplicado por psicólogos em qualquer unidade básica de saúde. b. Laudo médico apontando a CID por médico especialista. c. Biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. d. Perícia realizada no Instituto Nacional do Seguro Social por agente responsável por setor de inclusão. e. Teste de QI aplicado por professores da educação especial em instituições como a Apae ou AACD. 2. De acordo com a Lei Federal nº 12.711 de 2012, também conhecida como Lei de Cotas às Pessoas Pretas, Pardas e Indígenas, estão previstas nos cursos das universidades a reserva de uma porcentagem de vagas. Assinale a alternativa que indique qual a quantidade correta. a. 25%. b. 50%. c. 75%. d. 80%. e. 85%. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: De acordo com o artigo 2º, §1º, a avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada 47 por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: “I - Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; II - Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; III - A limitação no desempenho de atividades; e IV - A restrição de participação”. Questão 2 - Resposta B Resolução: A Lei Federal nº 12.711/2012 define que as vagas reservadas às cotas são 50% do total de vagas por curso e período nas instituições de ensino superior públicas. Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 3 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 4 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito Botão TEMA 5: TEMA 2: Botão 158: Botão TEMA4: Inicio 2: Botão TEMA 6: TEMA 3: Botão 159: Botão TEMA5: Inicio 3: Botão TEMA 7: TEMA 4: Botão 160: Botão TEMA6: Inicio 4: Botão TEMA 8: TEMA 5: Botão 161: Botão TEMA7: Inicio 5:
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