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Ricardo J Ferreira - Manual dos concurseiros 3ed

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Prévia do material em texto

Dicas e estratégias para você 
passar em concursos
3ª edição
Ricardo J. Ferreira
Livro 
digital
Rio de Janeiro 
2015
Dicas e estratégias para você 
passar em concursos
3ª edição
Ricardo J. Ferreira
Livro 
digital
Copyright © Editora Ferreira Ltda., 2010-2015
3ª edição 2015.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou 
parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos 
de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código 
Penal. Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº 1.825, 
de 20 de dezembro de 1907.
Impresso no Brasil/Printed in Brazil 
Projeto gráfico
Meltunes Comunicação Visual
Ilustração
Erick Lothan
Revisão
Andrea Regina Oliveira Almeida
Pâmela Isabel Oliveira
Diagramação
Thais Xavier Ferreira
Nívia Bellos
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte 
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
F443m
3. ed.
 Ferreira, Ricardo J. (Ricardo José), 1961-
 Manual dos concurseiros [recurso eletrônico] : dicas e 
estratégias para você passar em concursos / Ricardo J. Ferreira. - 3. ed. 
- Rio de Janeiro : Ed. Ferreira, 2015. 
 recurso digital : il. (Concursos)
 Formato: ePDF
 Requisitos do sistema: Adobe Acrobat Reader
 Modo de acesso: World Wide Web
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-7842-331-5 (recurso eletrônico)
 1. Método de estudo - Manuais, guias, etc. 2. Serviço público 
- Brasil - Concursos -
Manuais, guias, etc. 3. Livros eletrônicos. I. Título. II. Série.
15-24274 CDD: 371.30281
 CDU: 37.04
Editora Ferreira
contato@editoraferreira.com.br
www.editoraferreira.com.br
Manual dos Concurseiros3
Nota sobre o autor
Ricardo J. Ferreira é graduado em Direito e Ciências Contá-
beis. Foi auditor interno nos setores público e privado e as-
sessor jurídico da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de 
Janeiro. Membro do Conselho Editorial da Editora Ferreira e 
criador da Feira do Concurso, foi recentemente homenageado 
com a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, principal Comenda 
do Rio de Janeiro.
É professor de Legislação Tributária, Contabilidade e Audi-
toria, tendo sido aprovado e classificado nos concursos para 
Técnico do Tesouro Nacional (TTN), Agente Fiscal de Tribu-
tos do Estado de Minas Gerais (ICMS/MG), Agente Fiscal de 
Rendas do Estado de São Paulo (ICMS/SP), Auditor-Fiscal 
do Tesouro Nacional (AFTN), Fiscal de Rendas do Estado do 
Rio de Janeiro (ICMS/RJ) e Fiscal de Rendas do Município 
do Rio de Janeiro (ISS/RJ), entre outros.
Manual dos Concurseiros5
Agradecimentos
Sensacional!
Essa é a única palavra com a qual consigo des-
crever o sucesso alcançado pela 2ª edição do nosso 
livro Manual dos Concurseiros, em sua versão digital 
gratuita. Computadas apenas as informações dis-
poníveis no site da Editora Ferreira e em suas redes 
sociais, foram mais de 30 mil downloads. Se conside-
rarmos que alguns concurseiros repassaram o texto 
para parentes e amigos, chegaremos a, pelo menos, 
50 mil leitores.
A todos vocês, meus sinceros agradecimentos 
por terem prestigiado nosso livro, fazendo com que 
se tornasse um grande sucesso.
Depois da divulgação do livro no formato digital, 
em julho de 2014, recebi centenas de mensagens, 
com elogios, sugestões, críticas, pedidos de orienta-
ção etc. Isso me ajudou a identificar alguns dos acer-
tos e erros contidos nesta obra e representou uma 
contribuição extraordinária para a 3ª edição, que ora 
lançamos. Por isso, a todos os amigos e amigas que 
lerem esta obra, peço que nos orientem sobre o que 
pode ser melhorado. Assim, poderemos auxiliar todos 
aqueles que sonham em ingressar no serviço público 
por meio de concurso.
6Ricardo J. Ferreira
Será um prazer receber sua mensagem pelo 
Facebook (facebook.com/professorricardoferreira) 
ou por e-mail (contato@editoraferreira.com.br).
Um forte abraço e muito sucesso!
Ricardo Ferreira
Manual dos Concurseiros7
Apresentação
Aqui está a 3ª edição do nosso Manual dos Con-
curseiros, publicado pela Editora Ferreira em PDF, 
com distribuição gratuita. Desejo que esta obra seja 
útil a você no alcance do seu objetivo: a aprovação 
em concurso público.
Este livro foi escrito para pessoas que tenham 
como característica principal a determinação naquilo 
que fazem. Digo isso porque o contato com inúme-
ras pessoas bem-sucedidas em concursos me faz 
crer que o aprovado é antes de tudo alguém cuja 
principal virtude está em seguir em frente diante de 
adversidades, em aproveitar as derrotas para corrigir 
suas estratégias, em vez de ficar se lamuriando.
Para quem tem determinação, oportunidades não faltam. Injus-
tiças e frustrações existem, mas elas não resistem ao esforço 
contínuo de quem está disposto a vencer na vida.
Durante minha longa experiência em sala de 
aula de cursos preparatórios por todo o Brasil, tive a 
curiosidade de estudar o comportamento de diver-
sos grupos, principalmente dos candidatos inician-
tes. Para meu espanto, pude observar que, depois 
de três meses do início das turmas básicas, desti-
nadas aos principiantes, entre 70 e 80% desistiam. 
Os motivos apontados eram os mais diversos: “não 
8Ricardo J. Ferreira
consigo conciliar trabalho e estudo”; “não tenho 
vocação para isso”; “estou prejudicando minha 
convivência com minha família e amigos”; “vou 
 terminar meus estudos primeiro”. Em alguns casos, 
ficou evidente que o desistente tinha sido influen-
ciado a prestar concurso por alguém da família 
ou por algum amigo aprovado, porém não tinha 
a menor aptidão para ser concurseiro. Em outras 
palavras, queria o bônus, que é a aprovação, mas 
não estava disposto a suportar o ônus de se prepa-
rar de verdade para passar em concurso. 
Por isso, aqui vai nossa primeira dica: se você 
ainda não está certo de que estudar para concursos 
é realmente o que quer fazer neste momento, reco-
mendo que recorra a livros ou pessoas que possam 
ajudá-lo a adquirir a confiança necessária para ser 
um vitorioso em concurso. Caso contrário, num dia 
você pode achar que obterá sucesso, no outro, não. 
Se existe algo que você realmente quer, então se jogue de corpo e 
alma para alcançá-lo. Sua atitude positiva vai fazer a diferença.
Voltando às pesquisas em sala de aula, entre 
aqueles que seguiam adiante, os 20 a 30% restantes, 
a maioria demorava meses, às vezes mais de um ano, 
para perceber que estava adotando uma estratégia 
errada. Muitos desses candidatos foram atraídos por 
propaganda enganosa, que vendia uma imagem do 
mundo dos concursos bem diferente da realidade. 
No entanto, depois de algum tempo, perceberam 
Manual dos Concurseiros9
que estavam no caminho errado e começaram a 
refazer seus planos.
Para evitar que isso aconteça com você, antes de 
começar a estudar, planeje sua estratégia de forma 
criteriosa.
Ninguém, em sã consciência, pode acreditar que 
passar em concurso é uma tarefa fácil, mas, com cer-
teza, para quem está disposto a enfrentar os desa-
fios, o resultado compensa qualquer esforço.
A sensação indescritível de ver seu nome publicado no Diário Ofi-
cial vai compensar todo seu sacrifício.
Numa época em que é possível observar, por 
meio da ressonância magnética, como o cérebro 
funciona, fica cada vez mais evidente que a autocon-
fiança é fundamental no processo de aprendizagem. 
Por isso, estar em dúvida quanto a tomar uma deci-
são tão importante em sua vida, que pode solucionar 
boa parte dos seus problemas, talvez seja indício de 
que este não é o melhor momento para ingressar no 
mundo dos concursos.
Por outro lado, ainda que você tenha decidido 
que é isso mesmo que quer fazer da vida, esteja 
ciente de que, ao longo de sua jornada rumo à apro-
vação, você pode se perguntar: “Será que estou no 
caminho certo? Será que vou conseguir?”.
Isso é normal, acontece com quase todo mundo 
que enfrenta um grande desafio, dos mais seguros aos 
10Ricardo J. Ferreira
mais hesitantes. A diferença é que os primeiros con-trolam os pensamentos negativos e seguem em frente.
Também já passei por isso. Quando batia o desâ-
nimo, principalmente por causa da pressão da família 
e dos amigos, eu pensava na falta de perspectiva caso 
desistisse. Aí o desânimo passava, e eu voltava a estudar.
Se você confiar em sua capacidade, usar estraté-
gias adequadas e não desistir, garanto que será apro-
vado em vários concursos.
Quando constatarem seu êxito, aqueles que hoje criticam sua 
opção pelos estudos passarão a ter você como uma referência de 
sucesso. O mais irônico é que, para alguns deles, você será uma 
pessoa com “muita sorte”.
Um forte abraço e muito sucesso.
Ricardo J. Ferreira
Manual dos Concurseiros11
Sumário
Por que resolvi prestar concursos 13
O caminho mais rápido para ter o governo como patrão 15
Aprenda a se motivar para os estudos 23
É preciso ter foco 26
Como está seu controle emocional? 27
Não fique sem dormir para estudar 28
Mantenha uma rotina 29
Perfil do candidato a ser selecionado 29
Horas de estudo por dia 30
Fórmulas mágicas 31
Da autorização à homologação: entenda o processo de 
realização dos concursos 34
Qual é o prazo para ir à Justiça anular ilegalidade em 
concurso? 37
Banca examinadora 38
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da 
Universidade de Brasília (Cespe/UnB) 41
Escola de Administração Fazendária (Esaf) 42
Fundação Carlos Chagas (FCC) 43
Fundação Getúlio Vargas (FGV) 43
Fundação Cesgranrio 44
Escolha uma área específica 47
Causo 1 47
Comece pelas matérias básicas 49
12Ricardo J. Ferreira
Matérias básicas por área 50
Técnicas de estudo 51
Como alternar as disciplinas 57
Causo 2 61
Quais são as matérias mais difíceis? 62
Faça intervalos e descanse 64
Curso preparatório 65
Internet 68
Causo 3 70
Simulados 71
Como estudar depois do edital 73
O que fazer nos 15 dias anteriores à prova 74
Dicas para o dia da prova 76
Concursos de alto nível 80
Livros 82
Livro físico X livro digital 84
Causo 4 85
Edital 86
Família 87
Relação candidato/vaga 88
Redação ou prova discursiva 89
Avaliação psicológica 92
Teste de aptidão física 94
Investigação social 98
Causo 5 100
Vocação para o serviço público 100
Causo 6 102
Manual dos Concurseiros13
Por que resolvi prestar 
concursos
Consegui meu primeiro emprego formal quando 
concluí o equivalente ao ensino médio. Eu elaborava 
relatórios, balancetes, demonstrações etc. Tudo sem a 
menor noção de como debitar ou creditar uma conta. 
Antes, havia sido feirante, camelô, artesão, fabricante 
de pipa e qualquer outra coisa que pudesse me servir 
de fonte decente de renda para sobreviver. 
Foi assim que consegui que assinassem minha car-
teira: acompanhei um conhecido até uma empresa 
no Centro do Rio de Janeiro, na qual ele iria se inscre-
ver para um emprego. Quando cheguei à recepção, 
uma secretária meio sem paciência achou que eu 
também queria participar do processo seletivo e, 
sem nada me perguntar, entregou-me um formulário. 
Pensei: “já que eu estou aqui...” e me inscrevi.
Na semana seguinte, retornei para fazer um 
teste. Tratava-se de um psicotécnico, o que parecia 
já anunciar minha odisseia de testes e concursos para 
conseguir emprego. Devo ter me saído bem, pois fui 
chamado logo em seguida para trabalhar. Só então 
fiquei sabendo que a sociedade prestava serviços de 
consultoria e auditoria para uma autarquia federal. 
14Ricardo J. Ferreira
Fui trabalhar no setor de contabilidade da 
autarquia, sem saber direito com que finalidade 
ele existia. Algum tempo depois, “por necessidade 
imperiosa do serviço” e falta de orientação, ingres-
sei na faculdade de ciências contábeis. E assim 
comecei meu diálogo com o método das partidas 
dobradas, mais por obra do acaso que por vocação. 
Devo confessar que somente alguns anos após isso, 
quando comecei a lecionar essa matéria, é que a 
contabilidade passou a ser para mim a “área mais 
importante do conhecimento humano”.
Nos dois últimos anos da faculdade, tentei uma 
vaga em firmas de auditoria. Eu passava nas provas 
escritas, mas, invariavelmente, ficava reprovado na 
entrevista social. Numa delas, o entrevistador me fez 
apenas duas perguntas: “Onde você mora? Pra qual 
time torce?” E encerrou o nosso encontro. Até hoje 
não sei se ele me reprovou porque eu morava em 
Duque de Caxias, Baixada Fluminense-RJ, ou por-
que torcia para o Flamengo.
Como desgraça pouca é bobagem, o governo 
resolveu cortar despesas, a empresa em que eu traba-
lhava perdeu alguns contratos, e fui demitido.
O fato é que, em razão desses acontecimentos, 
desisti de seguir carreira na iniciativa privada. Decidi 
fazer concurso público. 
Você não está apenas estudando para fazer prova, você está 
transformando sua vida e planejando seu futuro.
Manual dos Concurseiros15
O caminho mais rápido para 
ter o governo como patrão
Antes de ser atraído pelo canto da sereia, é preciso 
que você verifique se tem o perfil necessário à pre-
paração para concurso público. Quem, entre outras 
coisas, acha que não pode ficar sem o chopinho com 
os amigos no fim do expediente, pretende continuar 
a sair para a balada de quinta a domingo e pensa que 
estudar é muito chato não deve nem começar a se 
preparar, pois vai jogar tempo e dinheiro no lixo.
Seu maior adversário não é o pequeno número de vagas, o exces-
sivo número de inscritos ou a absurda quantidade de matérias. 
Seu maior adversário não é saber se sai ou não edital, descobrir 
qual é a banca ou adivinhar o que pode cair na prova.
Seu maior adversário não é dominar o medo excessivo, derrotar a 
procrastinação ou manter o ânimo diante das incertezas.
Seu maior adversário é você mesmo. 
16Ricardo J. Ferreira
Então qual é o perfil do concurseiro bem-suce-
dido? É preciso ser um gênio?
Bem, se você é determinado e já decidiu que 
realmente quer fazer concurso, então vejamos qual 
é a melhor estratégia a ser adotada para a sua apro-
vação. Agora faremos um resumo para em seguida 
explicar os detalhes.
Primeiro, é preciso escolher uma área específica, 
pois as matérias a serem estudadas variam muito de 
uma área para outra.
Para quem tem o 2º grau (ainda não me acostu-
mei com a expressão “nível médio”), os concursos 
para tribunais são bem interessantes, com salários 
acima de R$ 4.000,00. Aqui estão alguns exemplos:
1. Tribunal de Justiça – TJ
2. Tribunal Regional Eleitoral – TRE
3. Tribunal Regional do Trabalho – TRT
4. Tribunal Regional Federal – TRF
O concurseiro 
bem-sucedido é 
alguém, essencialmente, 
muito determinado. Entre um 
gênio preguiçoso e uma pessoa 
normal determinada, é provável 
que a vaga fique com esta 
última.
Manual dos Concurseiros17
5. Superior Tribunal de Justiça – STJ
6. Supremo Tribunal Federal – STF
Nos tribunais, o número de convocados costuma 
ser bem superior ao que anunciam nos editais, de 
forma que, no decorrer do prazo de validade do 
concurso, são grandes as chances de convocação 
dos aprovados fora das vagas iniciais.
As pessoas formadas em Direito dão preferência 
aos concursos da área jurídica, assim entendidos os 
que exigem, no mínimo, o bacharelado em Ciências 
Jurídicas. Nesses certames, as remunerações podem 
ultrapassar os R$ 20.000,00:
1. Juiz
2. Promotor
3. Defensor
4. Procurador
5. Delegado
A Resolução nº 75, de 12 de maio de 2009, do 
CNJ, que dispõe sobre os concursos públicos para 
ingresso na carreira da magistratura em todos os 
ramos do Poder Judiciário nacional, estabelece, em 
seu art. 58, § 1º, “b”: O pedido de inscrição, assi-
nado pelo candidato, será instruído com certidão ou 
declaração idônea que comprove haver completado, 
à data da inscrição definitiva, 3 anos de atividade 
jurídica, efetivo exercício da advocacia ou de cargo, 
emprego ou função, exercida após a obtenção do 
grau de bacharel em Direito.
18Ricardo J. Ferreira
Em alguns concursos da área jurídica, o prazo 
mínimo é de 2 anos.
Para os concurseiros de nível superior com for-
mação não jurídica, as melhores opçõesestão nos 
concursos para auditor-fiscal, com salário na faixa de 
R$ 14.000,00:
1. Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil
2. Auditor-Fiscal do Trabalho
3. Auditor-fiscal dos estados (denominado “fis-
cal do ICMS” ou apenas “ICMS”)
4. Auditor-fiscal dos municípios (denominado 
“fiscal do ISS” ou apenas “ISS”)
A Receita Federal do Brasil e estados como São 
Paulo e Rio de Janeiro têm feito concursos para 
agente/auditor-fiscal regularmente, às vezes até mais 
de um certame por ano.
Há também os cargos de analista e aqueles com 
formação específica por área (advogado, contador, eco-
nomista, administrador), cujas remunerações variam 
entre R$ 7.000,00 e R$ 14.000,00:
1. Banco Central do Brasil
2. Petrobras
Manual dos Concurseiros19
3. BNDES
4. Ibama
5. Ministério da Fazenda
6. SUSEP
Algumas dessas entidades estão sendo obrigadas 
a fazer concurso para substituir empregados terceiri-
zados, por isso devem promover certames regulares 
nos próximos anos.
Os concursos das agências reguladoras também 
são uma excelente opção em termos de remunera-
ção e condições de trabalho. Eis alguns exemplos:
1. Agência Nacional de Transportes Terrestres 
(ANTT)
2. Agência Nacional de Águas (ANA)
3. Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL)
4. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e 
Biocombustíveis (ANP)
Para conseguir êxito mais depressa, o ideal é 
que você não fique pulando de galho em galho, 
fazendo tudo quanto é concurso que aparece nas 
mais diversas áreas. Mesmo que esteja desempre-
gado e morando de favor na casa da sogra, ainda 
que ela faça questão de olhar nos seus olhos e dizer, 
todos os dias: “Não foi com isso que eu sonhei para 
minha filha”, evite fazer concurso sem uma estra-
tégia bem definida. Porém, em casos assim, deses-
peradores, comece pelos concursos menos visados. 
20Ricardo J. Ferreira
Se possível, tente obter a aprovação para um lugar 
que lhe permita conciliar o trabalho com os estudos 
para outro concurso.
Você vai alcançar o sucesso porque merece, não porque precisa.
Por isso, resista à tentação de agir como vítima e seja o protago-
nista do seu futuro.
Aliás, quem precisa com urgência arrumar uma 
vaga no setor público deve observar as seguintes regras: 
1. Quanto mais regional o concurso, menor a con-
corrência (um concurso municipal atrai menos a 
atenção que um federal, por exemplo).
2. Concursos de nível médio são, em geral, mais 
fáceis e exigem menos disciplinas que os de 
nível superior. A Caixa Econômica Federal e 
Manual dos Concurseiros21
o Banco do Brasil, por exemplo, contratam, 
mediante concursos de nível médio, milhares 
de pessoas todos os anos.
3. Concursos com remuneração elevada ou muito 
status atraem muitos candidatos de altíssimo 
nível (envolvem pessoas dispostas a estudar 
durante anos, até passar, como é o caso da 
Receita Federal, Banco Central, Itamarati).
Uma vez identificada a área, é hora de escolher 
as matérias a serem estudadas. 
Nos concursos de nível médio e de nível superior 
sem formação específica, as disciplinas mais impor-
tantes tendem a ser: 
1. Língua Portuguesa
2. Direito Constitucional
3. Direito Administrativo
Quando mantém o foco na conquista de seu objetivo, você vence 
um pouco a cada dia.
Não cometa o erro de começar seus estudos por 
matéria específica (regimento, código, regulamento) 
que sirva somente para um determinado concurso, 
salvo se a autorização já tiver sido publicada. Caso con-
trário, se tiver de mudar seus planos ou se o concurso 
esperado não sair, o que você estudou terá sido tempo 
perdido. Por outro lado, essas matérias específicas 
geralmente são cobradas de forma estritamente literal. 
22Ricardo J. Ferreira
Nada que não se possa estudar após o edital, desde 
que as matérias básicas já estejam dominadas.
Em se tratando da área fiscal, a espinha dorsal 
dos concursos costuma ser: 
1. Direito Constitucional
2. Direito Administrativo
3. Direito Tributário
4. Contabilidade
5. Português
Se você for fazer curso preparatório, seja presencial 
ou a distância, escolha-o com muito critério. Peça infor-
mações a pessoas aprovadas ou que já estudam há mais 
tempo. No entanto, considere que existe um curso apro-
priado para cada tipo de aluno, de acordo com o está-
gio em que se encontra. Não ajuda muito, por exemplo, 
começar a preparação por um curso que dá prioridade 
aos candidatos mais experientes e já aptos à aprovação. 
Mal comparando, é como se você fosse para a autoes-
cola e recebesse uma Ferrari para treinar. 
A melhor escolha costuma ser aquela que leva em 
consideração o nível e a experiência dos professores 
Manual dos Concurseiros23
que lecionam no curso. Entretanto, veja também se a 
empresa tem tradição no mercado de concursos.
Comece por uma turma com as matérias básicas 
da área de seu interesse. Caso sinta mais dificuldade 
em alguma disciplina, faça um módulo dessa matéria. 
Em seguida, faça cursos de exercícios e simulados.
Quando surgirem boatos sobre um concurso de 
seu interesse, procure acompanhar o andamento do 
processo de autorização. Se o concurso for federal, 
você pode consultar a movimentação do processo na 
página do Ministério do Planejamento, Orçamento 
e Gestão (www.planejamento.gov.br). Há casos em 
que as notícias sobre um concurso não têm o menor 
fundamento, o que pode gerar grande frustração. 
Com o advento da internet, houve a democrati-
zação e barateamento dos estudos para concursos. 
Informações que antes eram restritas aos grandes 
centros agora estão disponíveis para todos na grande 
rede. Existem centenas de sites, fóruns, redes sociais 
etc. especializados em concursos.
Aprenda a se motivar para os estudos
Nossa mente registra de modo permanente, 
basicamente, duas espécies de experiências:
1. As que nos emocionam positivamente e que-
remos repetir
2. As que nos traumatizam e queremos evitar
24Ricardo J. Ferreira
Como aproveitar as experiências negativas? Em 
vez de ficar se lamentando por não ter ido bem numa 
prova ou disciplina, analise o que fez de errado e 
corrija a falha para o próximo concurso. Não desista 
do seu sonho por causa de um resultado negativo, 
nem deixe que isso afete a sua determinação de 
alcançar o sucesso.
Não desanime: no futuro, quando você olhar para trás e avaliar 
suas conquistas, o sacrifício de agora será seu maior motivo 
de orgulho.
Quando você estuda um assunto com indife-
rença, sem nenhum envolvimento emocional, ele 
tende a ser esquecido rapidamente. Desse modo, 
se você diz “não gosto de Matemática” ou “estu-
dar Português é muito chato”, o significado para seu 
cérebro é este: isso não é algo relevante a ponto de 
ser registrado de forma permanente na memória. 
Com essa atitude, mesmo que estude essas duas dis-
ciplinas à exaustão, dificilmente você conseguirá ter 
um bom desempenho. Portanto, antes de iniciar a 
 preparação, resolva seus conflitos e traumas em rela-
ção ao que precisa estudar. Caso contrário, o tempo 
necessário à aprovação aumenta bastante.
Manual dos Concurseiros25
Quem estuda porque gosta consegue passar 
bem antes do que quem não 
gosta de estudar.
Quando você escolhe 
um concurso ligado à sua 
vocação, a tarefa de estudar é 
bastante facilitada. Mas se isso 
não for possível, você deve buscar 
outras formas de estímulo. 
Que tal se motivar pensando no veículo 
que vai comprar? Imagine o cheirinho de 
carro novo. Em que bairro vai ser seu 
novo apartamento? De frente pro mar 
tá bom pra você? Que países pretende 
conhecer (França, Itália, Grécia, China)? 
Entre os concurseiros, existe uma lenda que diz: quem 
passa em concurso, pouco tempo depois, troca de carro, troca de 
casa e troca de cônjuge, não necessariamente nessa ordem.
Com o novo salário você poderá quitar todas as 
suas dívidas. Como será melhor o futuro de sua famí-
lia após a aprovação! Quando você passar, aquela 
garota que não te dá bola vai te achar um gato. Sua 
ex-namorada, a que te abandonou quando você 
começou a estudar, vai querer voltar rapidinho.
Muitos concurseirosrecorrem à técnica da 
repetição (releitura), que até pode funcionar bem 
para alguns, mas toma muito tempo. Você se lem-
bra do cursinho de inglês? “Repeat, class!”. Pois é, 
26Ricardo J. Ferreira
esse exercício de repetir à exaustão acaba vencendo 
nosso cérebro pelo cansaço. De tanto ver a gente 
repetir, ele conclui que o assunto deve ser impor-
tante. Faz mais de 20 anos que estudei inglês em 
cursinho, mas até hoje me lembro de alguns diálo-
gos que éramos obrigados a decorar e a repetir na 
turma. Fiquei traumatizado com isso. Num deles, o 
personagem principal dizia: “Look at my belly. I’m 
not in good shape”. Acho que nunca mais vou esque-
cer isso, até porque, a cada ano que passa, me sinto 
mais fisicamente inserido no contexto desse diálogo.
É preciso ter foco
Quando eu era criança e minha mãe me man-
dava comprar 4 ou mais coisas no mercado, eu sem-
pre me esquecia de trazer algo e comprava errado 
pelo menos um dos produtos. Coitada! Ela ficava 
muito aborrecida e parecia temer pelo meu futuro.
O problema é que eu me distraía com as crian-
ças que brincavam na rua e não prestava atenção 
no que deveria comprar. Na escola, o problema era 
semelhante: se a matéria não me interessasse, eu 
tinha um péssimo desempenho.
Até hoje, ainda continuo assim: se não esti-
ver concentrado na tarefa que executo, faço tudo 
errado. Com o tempo, aprendi que isso era falta de 
foco, um problema que, aliado à baixa autoestima, 
pode decretar o fim de uma carreira promissora.
Manual dos Concurseiros27
Hoje em dia, identifico esse problema em mui-
tos estudantes, alguns inclusive com uma capaci-
dade bem acima da média. Por isso, diante de um 
resultado ruim, acho importante considerar até que 
ponto a falta de foco, e não de talento, é res-
ponsável pelo nosso fracasso.
Como está seu controle 
emocional?
Os profissionais da área social dizem 
que as pessoas que mais precisam de ajuda são 
as que mais negam sua necessidade, ou seja, é natural 
haver alguma resistência quando se trata de reconhe-
cer problemas emocionais. 
Ao longo de mais de 30 anos atuando como pro-
fessor em cursos preparatórios, observei atentamente 
o comportamento de candidatos muito bem prepa-
rados nos estudos, mas que na hora da prova tinham 
um desempenho sofrível. Alguns inclusive davam 
aulas particulares a colegas de turma, entre os quais 
muitos foram aprovados antes daqueles. 
Ao conversar com alunos que tinham essa carac-
terística, invariavelmente o problema identificado 
era a falta de controle emocional na hora da prova. 
Segundo eles, os dias e horas que antecedem uma 
prova representam um verdadeiro inferno. Um deles 
chegou a me dizer que, às vésperas da prova, até água 
28Ricardo J. Ferreira
lhe fazia mal. Uma aluna tinha problemas sérios de 
pele: ficava com o rosto parecendo um abacaxi.
Hoje, posso dizer com segurança que o controle 
emocional é tão ou mais importante (dependendo 
das características do concurseiro) que o conheci-
mento das disciplinas. Na hora da prova, um assunto 
que estudamos com profundidade pode ser comple-
tamente esquecido por causa do excesso de estresse.
Não fique sem dormir para estudar
Noites bem dormidas são fundamentais para 
quem precisa ter um bom desempenho nos estu-
dos, pois é durante o sono que ocorre o processo de 
registro permanente do que foi estudado. Portanto, 
dormir mal prejudica a fixação das matérias. 
O ideal é dormir oito horas por noite, sempre no 
mesmo horário, de preferência entre 23h e 7h. Toda-
via, cada caso é um caso. Há quem precise de pelo 
menos nove horas de sono, enquanto outros ficam 
plenamente satisfeitos com apenas sete.
Se você costuma perder o sono com facilidade, 
evite ingerir café ou bebidas similares no período da 
tarde/noite, não faça exercícios físicos à noite e coma 
pouco durante o jantar.
Manual dos Concurseiros29
Mantenha uma rotina
Criar hábitos de estudo auxilia seu cérebro a ter 
um melhor desempenho, facilitando o processo de 
memorização de longo prazo das matérias. Não é uma 
boa prática, por exemplo, estudar 3 horas num dia e 
10 horas no outro. Um grande volume de assuntos 
estudados fora dos padrões facilita o esquecimento.
Perfil do candidato a ser selecionado
Em tese, existe um perfil bem definido do profissio-
nal que o poder público pretende selecionar. Trata-se 
de pessoa com iniciativa e capacidade de liderança, 
conhecedora das funções de seu cargo, hábil na ges-
tão de pessoas e comunicativa, entre outras coisas. 
Todavia, na prática, a falta de critérios adequados no 
processo de seleção tem como consequência a esco-
lha de pessoas que, em sua maioria, são atraídas ape-
nas pela remuneração e estabilidade. Uma flagrante 
30Ricardo J. Ferreira
falha das bancas é focar as questões na capacidade de 
memorização do candidato, na decoreba.
É notório que algumas provas exigem mais ades-
tramento do que raciocínio. Mas isso não garante que 
a melhor estratégia seja decorar e não compreender. 
Quem compreende também memoriza, enquanto 
quem estuda apenas para decorar acaba não conse-
guindo resolver questões mais bem-elaboradas, que 
fogem à decoreba. Portanto, de uma forma ou de 
outra, estude para entender. Isso não significa per-
der a objetividade nos estudos, pois as questões, 
em geral, são de múltipla escolha e a quantidade de 
matérias a estudar parece nunca ter fim. O segredo é 
estudar para compreender, mas não ficar divagando.
Horas de estudo por dia
O tempo necessário de estudo diário varia bas-
tante, conforme o perfil do candidato. O importante é 
ter qualidade, e não apenas quantidade. Por exemplo, 
O verdadeiro 
perdedor é aquele que 
não tem coragem de enfren-
tar desafios para realizar 
seus sonhos. O medo de não 
conquistar o impede de 
tentar.
Manual dos Concurseiros31
quando você estuda por obrigação, sem nenhuma 
relação emocional com as matérias, pouco adianta ler 
durante 10 ou 12 horas por dia. Em situações assim, 
sua capacidade de registrar e relacionar de forma per-
manente assuntos tão diversos é mínima. Por outro 
lado, quando se dedica por 3 ou 4 horas diárias envol-
vido emocionalmente no estudo, quase tudo é regis-
trado de forma permanente em sua mente.
Fórmulas mágicas
A preparação para concursos não é fácil. Requer 
muita dedicação, tempo de estudo e controle emo-
cional. Que o digam alguns candidatos que levaram 
anos até conquistar a tão sonhada vaga. 
Não há fórmulas mágicas para a aprovação, que 
depende principalmente de sua dedicação. Existem, 
sim, formas de encurtar o caminho.
32Ricardo J. Ferreira
Primeiro, não estude para vários concursos ao 
mesmo tempo. É melhor escolher uma área e se 
dedicar às suas matérias básicas. Cada concurso 
tem matérias específicas. Por isso, quem estuda 
para todos eles acaba não se preparando bem para 
nenhum. Você também precisa obter informações 
sobre o cargo e as funções que pretende exercer 
e sobre a entidade/órgão realizador do concurso. 
Para manter o foco, é importante ver utilidade no 
que estuda, entender, e não simplesmente decorar.
Uma vez escolhido seu objetivo, chegou a hora 
da preparação. O material de estudo é muito impor-
tante, pois, na maioria dos casos, você tem de estudar 
matérias que nunca viu na vida. Por exemplo, quem 
é formado em Comunicação e quer conquistar uma 
vaga em algum tribunal terá de se adaptar ao estudo 
do Direito. Por isso, o material deve ser de linguagem 
simples e objetiva, além de ter conteúdo abrangente.
Cuidado! Evite resolver questões sem gabarito. 
O ideal é que, além de ter as respostas, as questões 
sejam comentadas.
Na hora de escolher os livros e as apostilas, ana-
lise o índice para ver se todo o conteúdo programático 
pedido no edital é abordado. Questões comentadas de 
provas anteriores e exercícios são muito importantes.
Manual dos Concurseiros33
Principalmente após conhecer as matérias básicas 
de sua área de interesse, teste seus conhecimentos regu-
larmente com exercícios e simulados. Boa parte desse 
material pode ser encontradode graça na internet.
Se você é autodidata, excelente, pode estudar sozi-
nho. Caso contrário, tenha muito cuidado na escolha do 
curso. Informe-se sobre seus professores. É importante 
se preparar com quem já tem experiência em concursos 
e está há bastante tempo no mercado. Com atenção 
nessa dica, você vai economizar tempo e dinheiro.
Não despreze a leitura de jornais e revistas, 
pois ela auxilia na solução das questões que exigem 
conhecimentos gerais e atualidades, além de servir 
para que você perceba como o que está estudando 
se aplica ao seu dia a dia.
Por último, reserve algumas horas da semana 
para o lazer. Distrair a mente ajuda a preparar a 
cabeça para o estudo, enquanto insistir em estudar 
cansado facilita o esquecimento. Não é um bom 
negócio estudar tudo de novo diversas vezes, não é 
mesmo? Reserve um dia por semana, ou pelo menos 
metade dele, para relaxar.
Vida de concurseiro 
causa um tremendo 
embarangamento. Em compen-
sação, depois de aprovado, como 
num passe de mágica, todo 
mundo vai achar que você 
ficou mais bonito.
34Ricardo J. Ferreira
Da autorização à 
homologação: entenda o 
processo de realização dos 
concursos
Para quem se prepara com a devida antecedên-
cia, uma das coisas mais desgastantes é a onda de 
boatos sobre se vai sair ou não o concurso desejado. 
No entanto, quando você conhece o processo de rea-
lização dos certames, boa parte do sofrimento provo-
cado pela onda regular de boatos pode ser eliminada.
Na área federal, por exemplo, tudo começa 
com um pedido de autorização, para a realização 
de concurso, ao Ministério do Planejamento, Orça-
mento e Gestão (MPOG). Por exemplo, a Receita 
Federal do Brasil pede autorização ao MPOG para 
realizar concurso visando à contratação de 1.000 
 auditores-fiscais.
Nos estados e no Distrito Federal, quem autoriza 
os concursos são os governadores; nos municípios, 
os prefeitos.
A análise do MPOG pode demorar meses. Às 
vezes, mais de um ano se passa entre a data do 
pedido e sua autorização. Além do mais, devido a 
restrições orçamentárias ou políticas, o Ministério do 
Planejamento nem sempre aprova o concurso com 
o número solicitado de vagas. Há casos em que são 
liberadas menos de 50% das vagas solicitadas. Em 
situações extremas, o pedido pode ser rejeitado.
Manual dos Concurseiros35
Portanto, antes da autorização do MPOG, não dê 
muita importância quando os responsáveis pelo órgão 
ou entidade que solicitou o concurso, ou mesmo a 
mídia “especializada”, fazem previsões relacionadas 
ao cronograma do processo de seleção. Por mais que 
eles tenham boa-fé, dificilmente acertarão as datas, até 
porque, no setor público, as coisas costumam andar 
mais lentamente do que gostaríamos (é o que chamo 
“princípio da morosidade do ato administrativo”).
Uma vez autorizado o concurso, praticamente 
há a certeza de que ele será realizado, pois dificil-
mente a entidade que o solicitou deixará de pro-
movê-lo. Desse modo, a partir da sua autorização, 
o concurso pode ser tratado como prioridade. Vale 
dizer, esse é o momento mais adequado para você 
começar a se dedicar especificamente a um con-
curso de seu interesse.
Após a autorização, o órgão que solicita e pro-
move o processo seletivo deve contratar uma institui-
ção organizadora de concursos para gerir o certame. 
Em seguida, é publicado o edital (em média, de 
quatro a seis meses após a autorização), trazendo as 
regras do jogo e o programa das disciplinas que serão 
exigidas. As inscrições têm início. O tempo entre o 
edital e a prova costuma ser muito curto (de dois 
a três meses). Logo, começar a estudar especifica-
mente para um concurso apenas a partir do edital 
não é uma boa estratégia.
Aplicadas as provas, abre-se o prazo para recla-
mações, perante a instituição organizadora, quanto 
36Ricardo J. Ferreira
a possíveis falhas na formulação das questões. Como 
quem examina os “recursos” é a própria banca exa-
minadora que elaborou as questões, não fique muito 
empolgado com a possibilidade de anulação. Você 
também pode reclamar à Justiça, mas para isso é 
preciso contratar um advogado.
Depois da apreciação das reclamações na instân-
cia administrativa, publica-se o resultado final com a 
lista dos aprovados e o concurso é homologado, ou 
seja, tem sua validade reconhecida. 
A convocação de candidatos aprovados deve 
observar a rigorosa ordem de classificação.
O prazo de validade do concurso, previsto no 
edital, é contado a partir da data da homologação. 
Antes do término desse prazo, não deve haver outro 
concurso para o mesmo cargo.
A Justiça tem entendido que a realização de 
novo concurso durante o prazo de validade do con-
curso anterior dá ao candidato aprovado neste, ainda 
que fora do seu número de vagas, o direito de ser 
convocado, observado o número de vagas do novo 
concurso (se isso acontecer com você, contrate um 
advogado e entre na Justiça para exigir sua convoca-
ção). Logo, durante o prazo de validade do concurso 
anterior, não se pode levar a sério qualquer boato 
sobre a realização de novo concurso.
Em resumo, enquanto espera a realização de 
um concurso, o concurseiro que está de fato deci-
dido a conseguir uma das vagas deve continuar seus 
Manual dos Concurseiros37
estudos, sem se deixar levar pelos boatos. Como a 
contratação para o serviço público depende de con-
curso, mais cedo ou mais tarde, vai sair edital.
Pedido de
autorização
→ Autorização →
Contratação 
de instituição 
organizadora
Publicação 
do edital
→ Inscrições → Aplicação das provas
Prazo para 
recursos
→
Resultado final 
e lista dos 
aprovados
→ Homologação 
Qual é o prazo para ir à Justiça anular 
ilegalidade em concurso?
Quando a lei da entidade realizadora do certame 
não estabelece prazo, como acontece na maioria 
dos estados e municípios, a prescrição ocorre em 5 
anos, a contar da data da homologação do concurso.
Na área federal, a matéria é regulada por lei 
(7.144/1983), segundo a qual prescreve em 1 ano, a 
contar da data em que for publicada a homologação 
do resultado final, o direito de ação contra quais-
quer atos relativos a concursos para provimento de 
cargos e empregos na Administração Federal Direta 
e nas Autarquias Federais. Decorrido esse prazo, se 
38Ricardo J. Ferreira
não houver ação pendente, as provas e o material 
inservível poderão ser incinerados.
Banca examinadora
Muito embora, na prática, tenham sido consa-
gradas como expressões sinônimas, instituição orga-
nizadora e banca examinadora são coisas diferentes. 
Instituição organizadora é a pessoa jurídica ou órgão 
responsável pela gestão do processo de seleção de 
candidatos mediante concurso. É ela que recebe, da 
entidade que pretende admitir pessoas, delegação 
para realizar o certame, no qual devem ser selecio-
nados os candidatos mais bem qualificados. À ins-
tituição organizadora cabe também a formação da 
banca examinadora, composta por pessoas dotadas, 
em tese, de conhecimento notório nas disciplinas 
que serão objeto das questões das provas.
Com base na análise de provas aplicadas em con-
cursos anteriores pela mesma instituição, você pode 
ter indícios sobre o tipo de prova que o espera: se 
exige raciocínio ou decoreba, se as questões tendem 
a ser teóricas ou práticas, baseadas na legislação, 
jurisprudência ou doutrina, bem ou mal elaboradas, 
com textos curtos ou longos para interpretação, bem 
como a provável posição da banca examinadora 
diante de assuntos polêmicos.
Manual dos Concurseiros39
Quando a instituição organizadora é vinculada a 
um grande centro de estudos ou pesquisas, a banca 
é formada por seus pesquisadores, professores, cien-
tistas. Nesse caso, em razão do vínculo permanente 
entre a instituição e a banca, pode-se esperar que 
haja certa uniformidade ou estabilidade na aborda-
gem das matérias exploradas nas provas, criando-se 
o que podemos chamar de “jurisprudência” da ins-
tituição organizadora. Assim, há relativa segurança 
de que um tema polêmico, já abordado em provas 
anteriores organizadaspor essa instituição, terá igual 
tratamento em suas novas provas.
Já no caso de instituição organizadora não vin-
culada a centro de estudos, ou similar, a banca é 
formada, em caráter temporário, para elaborar as 
provas do concurso. Nessa hipótese, é pouco pro-
vável que os membros (ou alguns deles) dessa banca 
40Ricardo J. Ferreira
sejam os mesmos em concursos posteriores geridos 
pela mesma instituição, ainda que o processo sele-
tivo seja realizado para o mesmo cargo. Como não 
são ligados à organizadora de forma permanente, 
os novos membros da banca poderão ter pontos de 
vista completamente diferentes dos que elaboraram 
as provas anteriores.
A consequência mais visível dessa instabilidade é 
a falta de coerência, ao longo dos anos, nas provas 
da instituição organizadora, não sendo raro o absurdo 
de questões iguais em sua formulação terem respostas 
conflitantes em concursos de anos diferentes.
Os candidatos mais experientes levam tão a sério 
a escolha da organizadora do concurso, que muitos 
chegam ao extremo de não prestar concursos orga-
nizados por determinadas instituições. Alguns muni-
cípios, por mais absurdo que pareça, criam, em cima 
da hora do certame, entidades organizadoras apenas 
para realizar um concurso.
Nos concursos regionais, nos quais as pressões 
políticas têm grande influência, algumas entidades 
preferem promover seleção por meio de instituições 
organizadoras sem muita experiência. Quando isso 
acontece, o desastre é quase inevitável. Nesse caso, 
é bom estar preparado para tudo, inclusive para 
ingressar na Justiça.
Manual dos Concurseiros41
Centro de Seleção e de Promoção de Eventos 
da Universidade de Brasília (Cespe/UnB)
O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos 
da Universidade de Brasília é a maior instituição do 
gênero do país. Pode-se dizer que suas provas exi-
gem mais raciocínio que decoreba.
Diferente das outras organizadoras, nas provas 
do Cespe/UnB, em regra, são apresentados itens para 
julgamento. Você deve assinalar se cada um deles 
está certo ou errado. Em algumas provas, um item res-
pondido de forma incorreta implica perda de pontos 
correspondentes a um item acertado. Quando opta 
por não responder, você não ganha nem perde pon-
tos. Nessa hipótese, considere a seguinte estratégia: 
se está em dúvida, mas tem noção do assunto per-
guntado, você deve responder o item. Caso o tema 
lhe seja completamente estranho, não responda. 
Assim, nas provas do Cespe é preciso ter uma tática 
bem definida quanto aos itens que serão ou não res-
pondidos.
Quando a gente se omite na vida, o destino pode ser igual a prova 
do Cespe: o medo de errar elimina a possibilidade de acertar.
42Ricardo J. Ferreira
Escola de Administração Fazendária (Esaf)
A Escola de Administração Fazendária (Esaf) 
é responsável pela organização dos concursos da 
Receita Federal do Brasil, entre outros. Suas provas 
são de múltipla escolha (questões com cinco alter-
nativas, das quais apenas uma é a resposta aceita 
pela banca). Em geral, são questões trabalhosas, que 
exigem enorme agilidade, com muitos cálculos e tex-
tos longos para interpretação. Você deve considerar, 
inclusive, a hipótese de aprender leitura dinâmica. 
Principalmente nos concursos da área fiscal, as ques-
tões da Esaf são complexas. Por isso, é necessário 
um controle rigoroso do tempo, já que dificilmente o 
candidato consegue resolver todas elas. Nesse caso, 
é necessário abandonar as questões de maior com-
plexidade e resolver as mais simples. Outra caracte-
rística marcante da Esaf é sempre imprimir um grau 
maior de dificuldade a duas ou três disciplinas em 
cada concurso, que podem variar a cada certame.
Manual dos Concurseiros43
Fundação Carlos Chagas (FCC)
Até recentemente, as provas da Fundação Carlos 
Chagas (FCC) apresentavam questões claras, objeti-
vas e em nível acessível. Em consequência, as notas 
de corte eram altas. Suas provas não eram tipica-
mente feitas para reprovar em massa. Assim, era pre-
ciso estar bem atento para não errar coisas óbvias, 
o que, nesse cenário, tornava-se mais importante 
do que preparar-se para acertar questões muito 
difíceis ou absurdas. Recentemente, porém, o per-
fil da banca parece ter começado a mudar. Agora 
suas provas estão bem parecidas com as da Esaf, 
com textos mais longos e cálculos um pouco mais 
complexos. Isso tem ficado ainda mais evidente nas 
provas da área fiscal, como as que foram aplicadas 
para auditor-fiscal do estado do Rio de Janeiro no 
início de 2014. De qualquer modo, a FCC continua 
a apresentar muitas questões semelhantes às de seus 
certames anteriores. 
Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Criada na década de 1940, com o objetivo de 
preparar pessoal qualificado para a administração 
pública e privada do país, a Fundação Getúlio Vargas 
(FGV) é atualmente responsável pelo planejamento e 
execução de diversos concursos públicos em âmbito 
nacional. Os certames sob sua organização têm um 
estilo peculiar, pois em geral apresentam um grande 
44Ricardo J. Ferreira
número de disciplinas e conteúdos programáticos 
extensos, além de abordarem de forma balanceada 
as matérias nas provas.
Fundação Cesgranrio
Constituída com o objetivo de organizar o vesti-
bular unificado para ingresso no ensino superior na 
área do Grande Rio, a Fundação Cesgranrio é atual-
mente responsável por avaliações nacionais de larga 
escala e importantes concursos para ingresso no ser-
viço público, como Petrobras e BNDES. Suas pro-
vas caracterizam-se por apresentar textos objetivos 
e questões não muito extensas, mas com graus de 
dificuldade variados.
Eis uma lista dos sites de algumas das principais 
instituições organizadoras de concursos do país:
Manual dos Concurseiros45
 • Assessorarte
www.assessorarte.com.br
 • Assessoria em Organização de Concursos 
Públicos (AOCP)
www.aocp.com.br
 • Cesgranrio
www.cesgranrio.org.br
 • Cespe/UnB
www.cespe.unb.br 
 • Cetro Concursos
www.cetroconcursos.com.br
 • Consulplan
www.consulplan.net
 • Consultoria em Projetos Educacionais e Con-
cursos (Consultec)
www.consultec.com.br
 • Escola Superior de Administração Fazendária 
(Esaf)
www.esaf.fazenda.gov.br 
46Ricardo J. Ferreira
 • Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de 
São José do Rio Preto (Faperp)
www.faperp.org.br
 • Fundação Carlos Chagas (FCC)
www.concursosfcc.com.br
 • Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa 
(Fundep)
www.fundep.ufmg.br
 • Fundação Ceperj (antiga Fesp)
www.ceperj.rj.gov.br
 • Fundação Euclides da Cunha
www.fec.uff.br
 • Fundação Getúlio Vargas
www.fgv.br
 • Instituto Mineiro de Administração Municipal 
(Imam)
www.imam.org.br
 • Magnus Auditores e Consultores
www.magnusauditores.com.br
 • Objetiva Concursos
www.objetivas.com.br
 • Select
www.selectrh.com.br
 • Vunesp
www.vunesp.com.br
Manual dos Concurseiros47
Causo 1
No intervalo de uma aula de contabilidade, em curso prepara-tório no Rio de Janeiro, uma senhora muito simpática veio 
me pedir informações sobre um concurso para fiscal do estado do 
Amazonas que ela pretendia fazer. Eu comentei sobre o 
cargo e as funções que ela iria exercer. Fiquei uns 
5 minutos falando direto sobre a rotina de tra-
balho e lhe disse inclusive que a remuneração era 
superior a R$ 15.000,00. Quando finalmente 
lhe dei uma oportunidade para que explicasse 
melhor sua principal dúvida, ela me pergun-
tou: “E eu vou ter que trabalhar lá?”.
Escolha uma área específica
Os concursos podem ser dividi-
dos em dois segmentos: 
 • Jurídico
 • Não jurídico
O segmento jurídico é definido como aquele 
que exige formação em Direito (juiz, procurador, 
defensor). Essa definição não é pacífica, havendo 
quem inclua entre os concursos jurídicos os destina-
dos à seleção de técnicos e analistas de tribunais. A 
48Ricardo J. Ferreira
 participação em concursos para técnico exige ape-
nas o nível médio, enquanto para analista, em regra, 
é necessário o nível superior em qualquer área.
No segmento não jurídico, que contempla os 
concursos para os quais agraduação em Direito é 
dispensável, há uma infinidade de áreas, como: 
1. Fiscal
2. Técnico, analista e cargos administrativos dos 
tribunais de justiça
3. Técnico, analista e cargos administrativos dos 
tribunais de contas
4. Policial
5. Administrativa
Fora da área jurídica, os concursos mais disputados 
são os da área fiscal, por causa principalmente dos salá-
rios, que podem ultrapassar os R$ 14.000,00. Entre-
tanto, é importante observar que concurso da área 
fiscal é para generalista. Não basta ser bom em algo, 
pois a principal característica exigida do concursando 
é ter conhecimento razoável sobre disciplinas que 
não se relacionam diretamente (normalmente são no 
mínimo 10 e no máximo 16). Por isso, uma qualidade 
essencial dos aprovados nessa área é a determinação 
para estudar assuntos completamente diferentes, sem 
desanimar com as adversidades e reprovações segui-
das, de forma semelhante aos concursos da área jurí-
dica. Não é raro um candidato aprovado em primeiro 
lugar em concursos da área fiscal ter sido reprovado 
diversas vezes em certames anteriores.
Manual dos Concurseiros49
Na área fiscal, fazer um bom curso preparatório 
com as matérias básicas é fundamental. De qualquer 
forma, é preciso ter consciência de que ninguém, 
por mais inteligente que seja, conseguirá absorver 
tantos assuntos diferentes em alguns poucos meses. 
Comece pelas matérias básicas
Como as matérias exigidas em cada área são 
muito diferentes, a melhor estratégia é escolher uma 
área e prestar apenas concursos relacionados a ela.
Se você tentar um concurso para fiscal, por 
exemplo, e em seguida outro para policial, todo o 
esforço relativo ao estudo de matérias como Conta-
bilidade, Direito Tributário e Legislação Específica de 
nada servirá para este último concurso. 
Depois de escolher a área de seu interesse, 
comece a estudar suas matérias básicas.
50Ricardo J. Ferreira
Matérias básicas por área
Fiscal Tribunais de Contas
Constitucional Constitucional
Administrativo Administrativo
Português Português
Tributário Finanças Públicas
Contabilidade Contabilidade
Tribunais de Justiça Policial Administrativa
Constitucional Constitucional Constitucional
Administrativo Administrativo Administrativo
Português Português Português
Direito Constitucional, Direito Administrativo e 
Português são matérias comuns a quase todos os con-
cursos. O que muda é o grau de dificuldade.
O início dos estudos pelas matérias básicas tam-
bém é importante pelo fato de que mesmo os con-
cursos da mesma área podem apresentar diversas 
matérias diferentes. Por exemplo, as disciplinas para 
auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil não são 
todas iguais às de um concurso para auditor-fiscal 
estadual ou municipal.
Então nunca devemos prestar concurso de área 
diferente daquela para a qual estamos estudando?
Essa regra não é absoluta. Como grande parte 
das matérias básicas dos diversos concursos é igual ou 
semelhante, após esgotar as matérias básicas, é razoável 
estudar para concursos de outras áreas. Por exemplo, se 
Manual dos Concurseiros51
o que você quer de fato é ser fiscal, mas, por enquanto, 
não saiu um concurso de seu interesse, caso já tenha 
estudado as matérias básicas da área fiscal, pode fazer 
concurso para um tribunal de contas estadual, sem 
perder totalmente o foco no seu objetivo.
Grandes conquistas exigem enormes sacrifícios e muitas renún-
cias. Por isso, em vez de se preocupar com o esforço necessário, 
pense no resultado a ser alcançado. Você vai perceber 
que está fazendo um excelente investimento.
Técnicas de estudo
Em um estudo publicado na 
revista Psychological Science in the 
Public Interest, em 2013, denominado 
Improving Students’ Learning With Effective 
Learning Techniques (Melhorando a aprendizagem 
dos alunos com técnicas eficazes), foram avaliadas 
algumas das principais técnicas de estudo. 
Como já era esperado, entre as estratégias de 
alto grau de utilidade, está a solução de questões 
(teste prático). No entanto, contrariando o senso 
comum, algumas das técnicas mais utilizadas pelos 
concurseiros, como grifar e resumir, foram avaliadas 
como de baixa utilidade. 
Antes de passamos às técnicas propriamente, 
é importante ressaltar que, nessa pesquisa, não 
foram considerados os efeitos dos hábitos e demais 
52Ricardo J. Ferreira
características dos estudantes envolvidos na adoção 
de cada uma das técnicas. Vale dizer, uma pessoa 
que já esteja habituada a utilizar uma certa técnica 
pode ter um desempenho melhor com a sua adoção 
do que com o uso de outra técnica que tenha sido 
“cientificamente” avaliada como mais útil.
Segundo o estudo em questão, são técnicas de 
utilidade baixa:
Grifar. Apesar de ter sido considerada como de 
baixa utilidade, sinalizar o texto pode ajudar quando o 
estudante tem o conhecimento necessário para desta-
car de forma mais eficaz ou quando os textos são mais 
complexos. Todavia, pode prejudicar o desempenho 
em assuntos que exigem a inferência. Também pode 
ser utilizada de forma combinada com outras técni-
cas. Por exemplo, grifar as expressões mais importan-
tes e reler apenas o texto marcado.
Reler. Técnica de utilidade baixa, que pode ser 
um pouco mais útil quando combinada com outras 
técnicas, como o exemplo que vimos na técnica 
“grifar textos”. Nas pesquisas, a releitura apresen-
tou melhores resultados quando realizada após um 
intervalo moderado em vez de imediatamente após 
uma leitura inicial. Além disso, em comparação com 
algumas outras técnicas de aprendizagem, a releitura 
foi considerada relativamente econômica (o tempo 
gasto na releitura tende a ser menor do que o gasto 
na leitura inicial). No entanto, nas comparações com 
as técnicas interrogativa, autoexplicação e teste prá-
tico, por exemplo, a releitura não se saiu bem, sendo 
Manual dos Concurseiros53
avaliada como uma estratégia inferior para promover 
a aprendizagem.
Usar mnemônicos. Estratégia de baixa utilidade, 
consiste em utilizar técnicas para auxiliar a memori-
zação. Em geral, importa no uso das primeiras letras 
ou sílabas de um texto como chave para decorar o 
assunto. Talvez o mais conhecido seja o mnemônico 
SoCiDiVaPlu, amplamente utilizado no estudo do 
Direito Constitucional para memorizar os fundamen-
tos da República Federativa do Brasil. Na avaliação da 
pesquisa, não se trata de uma técnica altamente efi-
ciente (em termos de tempo necessário para a forma-
ção e geração de palavra-chave) e pode não produzir 
aprendizagem durável. Todavia, pode ser adequada 
para assuntos não muito complexos, nem abstratos, 
ou seja, que envolvem decoreba.
Fazer mapas mentais. A técnica de visualização 
também foi considerada de baixa utilidade, tendo 
se mostrado mais útil quando envolve frases, textos 
conhecidos ou curtos e testes de memória. Segundo 
a pesquisa, o esforço envolvido no treinamento para 
desenvolver a técnica e na geração de palavras-chave 
pode não ser o uso mais eficiente do tempo do estu-
dante, se comparado ao tempo gasto na utilização 
de outras técnicas tão eficientes quanto a elaboração 
de mapas mentais.
Resumir. Técnica de utilidade baixa para provas 
objetivas, mas bastante útil para provas escritas. Con-
forme a pesquisa, pode ser uma estratégia eficaz de 
aprendizagem para os estudantes que já estão acos-
54Ricardo J. Ferreira
tumados a resumir. No entanto, como exige treina-
mento longo de quem não está acostumado ao seu 
uso, é uma técnica pouco viável para aplicação geral.
Eis as técnicas de utilidade moderada:
Interrogar ou entender o porquê (interrogação 
elaborativa). Técnica de utilidade moderada, em que 
se procura justificar o assunto estudado, inclusive 
pela pesquisa de suas origens. Por exemplo, por que 
a palavra “sabiá”, que designa o pássaro, tem acento 
na última sílaba? Se analisarmos o efeito do deslo-
camento da sílaba tônica e as regras de acentuação, 
entenderemos o motivo: sábia (com muita sabedo-
ria), sabia (verbo saber) e sabiá (pássaro). Essa técnica 
é muito útilem redações e provas discursivas. Con-
forme a pesquisa, no caso de estudantes com baixos 
níveis de conhecimento, algumas evidências sugerem 
que os benefícios da interrogação elaborativa podem 
ser limitados. A técnica apresentou melhor resultado 
quando aplicada após um curto intervalo de tempo. 
Autoexplicar. Técnica de utilidade moderada, em 
que, durante a leitura, o estudante explica a si mesmo, 
em voz alta, com suas próprias palavras, o que estu-
dou. Bastante útil no estudo de temas muito abstratos.
Intercalar as matérias. Técnica de utilidade mode-
rada. Consiste em alternar as matérias estudadas (ao 
longo do dia, por exemplo). Segundo a pesquisa, essa 
técnica é mais eficiente do que estudar apenas uma 
matéria por vez, até esgotá-la. Seu principal benefí-
cio é ajudar a manter a concentração por mais tempo 
(provoca menos cansaço). Por exemplo, estudar qua-
Manual dos Concurseiros55
tro matérias por dia, durante uma hora cada, com 
intervalo de 15 minutos entre elas.
Estas são as técnicas de utilidade alta:
Exercitar (teste prático). Técnica de utilidade alta, 
que pode ser até duas vezes mais eficiente que as 
outras estratégias. Por exemplo, com o uso de ques-
tões de concursos anteriores das disciplinas de seu 
interesse, o estudante pode simular a resolução de 
uma prova. Todavia, essa técnica precisa ser associada 
a um nível, no mínimo, razoável do estudo da teoria. 
Além disso, os assuntos com maior incidência de erros 
durante o teste prático precisam ser revisados.
Distribuir o estudo (prática distribuída). Técnica 
de utilidade alta, consiste em dividir, por um período 
razoável de tempo, os assuntos a serem estudados. 
Assim, o estudante deve distribuir as matérias e 
assuntos por um período não muito curto. O rees-
tudo dentro de um período reduzido pode trans-
mitir a impressão de que o leitor sabe mais do que 
realmente sabe (o assunto fica retido na memória de 
curto prazo). Por isso, o desempenho na retenção 
das informações costuma melhorar quando a matéria 
é revista após um intervalo maior. O tempo de inter-
valo depende do período durante o qual o estudante 
quer reter a matéria. Segundo as pesquisas, a perfor-
mance é melhor quando os intervalos nas sessões de 
estudo são entre 10 e 20% do tempo desejado de 
retenção. Por exemplo, para o estudante se lembrar 
de uma disciplina ao fim de 10 meses, ela deve ser 
revista a cada mês.
56Ricardo J. Ferreira
Técnicas de estudo
Técnicas de utilidade baixa:
 Grifar
 Reler
 Usar mnemônicos
 Fazer mapas mentais
 Resumir
Técnicas de utilidade moderada:
 Interrogar
 Autoexplicar
 Intercalar as matérias
Técnicas de utilidade alta:
 Exercitar
 Distribuir o estudo
Manual dos Concurseiros57
Como alternar as disciplinas
Há diversas estratégias de estudo 
das matérias. Entre elas, existem aquelas 
em que o candidato estuda:
1. Uma matéria por vez, até esgotá-la, para só 
então passar para outra. Ponto mais posi-
tivo: a disciplina é vista de forma sistemá-
tica, com início, meio e fim, e a possibilidade 
de aprendê-la aumenta. Ponto mais nega-
tivo: o tempo entre uma matéria e outra é 
muito grande. Por isso, o concursando pode 
esquecer com mais facilidade matérias que 
já estudou.
2. Uma matéria a cada hora, alternando várias 
disciplinas ao longo do dia. Ponto mais posi-
tivo: menor desgaste mental, visto que são 
exploradas diversas áreas do cérebro de 
forma alternada, o que provoca menor can-
saço. Ponto mais negativo: o tempo entre o 
início e o fim de cada matéria demora muito.
3. Uma matéria a cada dia, semana, mês etc.
Qual a melhor estratégia: alternar diversas maté-
rias no mesmo dia ou estudar uma por vez?
Se você já está acostumado a estudar, deve ter 
adquirido diversos hábitos em sua preparação, por 
isso pode enfrentar enorme dificuldade em mudá-los. 
Outro aspecto importante é que cada pessoa responde 
58Ricardo J. Ferreira
de forma diferente a algumas espécies de estímulos. 
Há quem aprenda mais com textos, assim como existe 
quem prefira imagens e sons, por exemplo. Por isso, 
aquilo que é uma boa técnica de estudo para uma pes-
soa pode não ser a melhor para outra. Cada um deve 
avaliar o que funciona bem ou não em sua preparação 
e priorizar os estímulos que lhe sejam eficazes.
Porém, se estiver disposto a aperfeiçoar sua 
estratégia de estudo, será importante considerar que 
Manual dos Concurseiros59
o cérebro funciona de forma “departamentalizada”. 
Vale dizer, cada uma de suas áreas é especializada 
em um assunto.
Se estudar seguidamente apenas Português, por 
exemplo, depois de algumas poucas horas, você 
terá saturado a área do seu cérebro responsável 
pelas habilidades relacionadas a essa disciplina. No 
entanto, se depois de aproximadamente uma hora 
de estudo de Português você alternar para Matemá-
tica, a área acionada no cérebro será diferente da 
anterior, e seu rendimento poderá ser mantido em 
alto nível. Por esse critério, você pode explorar diver-
sos grupos de neurônios de forma alternada, sem 
deixar que eles fiquem completamente saturados. 
Enquanto o Tico estuda, o Teco descansa.
Você já observou que quem é gago não gagueja 
quando canta? Pois é, um dos fatores para isso ocor-
rer é que quem responde predominantemente pelo 
ato de falar é o lado esquerdo do cérebro, enquanto 
no canto prevalece o lado direito.
Apenas para fins didáticos, podemos imaginar que 
os quatro retângulos apresentados a seguir represen-
tam um agrupamento de neurônios que respondem 
pelas disciplinas indicadas:
Português Constitucional
Matemática Informática
Com base nisso, eis o nosso plano de estudo em 
um dia para o qual programamos 4 horas de dedicação, 
com 15 minutos de intervalo após cada disciplina:
Português Matemática Constitucional Informática
1 hora 1 hora 1 hora 1 hora
Este é apenas um exemplo, que deve ser adap-
tado de acordo com suas possibilidades, conside-
rando, por exemplo, o tempo disponível diariamente.
É interessante observar que quanto menor a 
semelhança entre a matéria que você para de estu-
dar e aquela que inicia, menor a probabilidade de 
ficar muito cansado mentalmente. É o que acontece, 
por exemplo, entre Português e Matemática.
É fundamental mesclar teoria e exercícios, o que, 
além de ajudar na fixação da teoria, também lhe dá 
mais ânimo e ritmo no processo de aprendizagem. 
Nesse aspecto, uma boa estratégia é, periodica-
mente, resolver exercícios das disciplinas cujo con-
teúdo teórico você já esgotou. Assim, o estudo da 
teoria fica limitado a matérias novas.
Por exemplo, se você já estudou a teoria de 
Português e Direito Constitucional e ainda tem de 
 estudar a teoria de Matemática, considerando ape-
nas essas três disciplinas e quatro horas disponíveis, 
sua grade diária pode ficar assim:
Matemática Português
1h – teoria e exercícios 1h – exercícios
Manual dos Concurseiros61
Constitucional Matemática
1h – exercícios 1h – teoria e exercícios
Depois de conquistar a vitória tão sonhada, o que você hoje vê 
como grande dificuldade vai se transformar em motivo de orgulho 
e objeto da admiração geral. Antes, porém, alguns tropeços são 
quase inevitáveis.
Causo 2
Aula de contabilidade para surfistaAluno surfista:
– Pô, “fessor”, num tô entendendo nada dessa matéria. Na hora do 
balanço fico perdidinho.
Professor de contabilidade:
– Isso é fácil, meu brother! Imagina que você acabou de conquis-
tar uma gata. A classificação do relacionamento vai depender 
das suas intenções. Se você só está ficando, sem compromisso, é 
ativo circulante. Porém, se rola a intenção de permanecer 
com a mina por mais tempo, porém você não quer 
se casar, então é ativo não circulante realizável 
a longo prazo. Agora se você está a fim de se 
casar, a classificação depende da finalidade: 
se é por interesse, investimentos; se é na 
base do amor, imobilizado. Todavia, se você 
está a fim da gata, mas ela é que não quer se 
casar, aí é intangível.
62Ricardo J. Ferreira
Quais são as matérias mais difíceis?
As bancas sempreescolhem pelo menos uma 
ou duas disciplinas para arrochar um pouco mais os 
candidatos. Mas a cada prova o foco muda. Nesse 
aspecto, portanto, nem sempre a prova anterior é 
uma boa referência. Há casos em que as disciplinas 
que reprovam mais são as que valem menos pontos 
ou apresentam o menor número de questões. Em 
resumo, sempre sabemos que haverá pelo menos 
uma ou duas disciplinas com grau de dificuldade 
acima da média, mas não existe nenhum critério 
lógico que nos permita definir quais serão elas.
Em concursos de nível médio, o destaque costuma 
ser para Português. Nesses certames, em disciplinas 
como Direito Constitucional e Direito Administrativo, 
são cobradas apenas noções, em geral, quase que a 
literalidade de textos legais. Em Português, não, pois 
conhecer o vernáculo é obrigação de qualquer pessoa 
que pretenda ser um bom servidor público.
Certas disciplinas chegam a causar calafrios em 
alguns candidatos, como é o caso de Contabilidade 
e Economia, que são muito cobradas na área fiscal 
e em tribunais de contas. Há quem evite certos 
Manual dos Concurseiros63
 concursos somente para fugir dessas matérias. 
Trata-se de assuntos com linguagem muito peculiar. 
Mal comparando, é como estudar um novo idioma, 
pois existem inúmeras palavras e expressões com 
sentido bastante específico. Portanto, não será 
anormal sentir enorme dificuldade em aprender 
essas disciplinas, caso em que você deve considerar 
a possibilidade de aumentar o tempo de dedicação 
a elas, até adquirir mais segurança.
Sou autor de vários livros sobre Contabilidade. 
No entanto, na minha época de estudante do 2º grau, 
passei pela experiência de tirar zero numa prova de 
Contabilidade Geral. E o pior é que o professor fazia 
questão de chamar cada aluno pelo nome e de 
anunciar a nota. Alguns anos depois, resolvi estudar 
Contabilidade a sério por causa da faculdade e para 
prestar concursos da área fiscal. Felizmente, aprendi. 
E se eu consegui, você também vai conseguir.
“Quero, posso, faço a minha parte e consigo.” Acredite nisso e 
você será imbatível.
64Ricardo J. Ferreira
Faça intervalos e descanse
Todo mundo, inclusive o patrão, 
entende a necessidade de o trabalhador 
fazer intervalos diários, ter repouso semanal 
e tirar férias. Porém, nem todo mundo consegue 
perceber a semelhança entre isso e o descanso do 
guerreiro que se prepara para concursos.
Após mais ou menos uma hora de estudo, bate 
um cansaço natural. Por isso, depois desse tempo, 
procure descansar por pelo menos uns 15 minutos 
para repor sua capacidade efetiva de atenção e con-
centração. Se insistir em estudar cansado, sua mente 
vai começar a buscar maneiras de desviá-lo dos estu-
dos: você vai querer ligar para alguém, comprar algo, 
arrumar o quarto, sentir sono, fome, tristeza etc. Já 
que dessa maneira o que você estuda não é provei-
toso, melhor é parar por alguns instantes, recuperar a 
atenção e concentração e só então voltar ao estudo.
O mesmo raciocínio vale para quem estuda 
todos os dias da semana, sem descanso e lazer. Há 
quem ache que o período dedicado ao namoro, ao 
cinema, ao teatro, ao bate-papo e ao futebol com 
os amigos (ou à fofoca com as amigas) é perda de 
tempo nos estudos. No entanto, se tudo isso for feito 
com equilíbrio, serão atividades necessárias para que 
você se mantenha em condições de absorver de fato 
o que precisa estudar. Não esqueça que na prepa-
ração para concursos a qualidade deve vir antes da 
Manual dos Concurseiros65
quantidade. É improdutivo estudar todos os dias da 
semana e não conseguir fixar quase nada. Grosso 
modo, estudar 10 horas e assimilar de fato o que foi 
lido durante apenas 3 horas líquidas é pior que estu-
dar 5 horas com 4 de efetiva assimilação.
Estudar não é tempo perdido, e sim tempo investido em você 
mesmo.
Curso preparatório
Fazer ou não curso preparatório e que curso 
escolher são dúvidas que afligem a maioria dos can-
didatos. É perfeitamente possível passar em concurso 
público sem fazer curso, mas isso torna a aprovação 
ainda mais difícil e, em regra, mais demorada. 
A orientação fornecida por professores e orienta-
dores dos cursos, presenciais ou a distância, abrevia 
o tempo de preparação e ajuda a direcionar os estu-
dos para temas relevantes e questões mais prováveis 
de prova.
Todavia, seja muito criterioso na escolha do 
curso, buscando referências com quem estudou ou 
estuda lá, informando-se sobre o nível dos profes-
sores, proposta pedagógica etc. Por sinal, um dos 
requisitos mais importantes na escolha do curso pre-
paratório é sua equipe de professores, pois a orien-
tação geral quanto ao que e como se deve estudar 
para as provas depende essencialmente deles. 
66Ricardo J. Ferreira
Muitos concursandos começam a estudar ape-
nas com a cara e a coragem, sem saberem clara-
mente por quais matérias iniciar a preparação, 
quais turmas frequentar, qual é o material didático 
indicado para cada matéria e que concurso deve 
ser priorizado. Nessas circunstâncias, entre aqueles 
que não desistem, alguns chegam a perder mais de 
um ano estudando de maneira errada, por falta de 
orientação adequada.
Em geral, a convivência nos cursos preparatórios 
presenciais é de excelente nível. A maioria absoluta 
dos alunos é bastante solidária, simpática e aten-
ciosa. No entanto, há exceções, que podem criar 
um ambiente hostil e desagradável. Nesse grupo 
de alunos, estão incluídos os candidatos que tratam 
os colegas como inimigos. São incapazes de ajudar 
alguém, sonegam informações e pensam que é mais 
fácil conseguir a aprovação quando se dificulta a vida 
dos concorrentes. Ledo engano.
Manual dos Concurseiros67
O que se observa é que os concursandos mais soli-
dários formam grupos e mantêm uma rede de contatos 
e de amizades que favorece e estimula os estudos.
Menos de 10% dos inscritos em concursos fre-
quentam regularmente um ou mais cursos prepara-
tórios (presenciais ou a distância). Porém, mais de 
90% dos aprovados nos concursos mais cobiçados 
(principalmente os de nível superior) são egressos de 
cursos preparatórios.
A escolha é sua: estudar sozinho, em grupo ou 
com a ajuda de professores. Todavia, qualquer que 
seja a sua decisão, não deixe de planejar seus estu-
dos e de estabelecer uma estratégia.
Mal comparando, estudar é igual a decidir comprar algo com carnê 
das Casas Bahia: a gente deve pensar apenas no valor da presta-
ção, que representa cada dia de estudo. Se refletir muito sobre o 
total a pagar, desiste do negócio.
A principal diferença é que, no caso do estudo, as pessoas que 
conseguem pagar todas as prestações concluem que fizeram um 
excelente negócio.
68Ricardo J. Ferreira
Internet
A internet tornou mais barato e democrático 
o estudo para concursos. Antes, as informações e 
materiais didáticos eram praticamente restritos aos 
grandes centros, de maior poder econômico. Agora, 
há uma quantidade infinita de aulas, orientações, 
artigos, dicas etc. disponíveis na grande rede. Exis-
tem centenas de sites especializados em concursos, 
muitos com conteúdo gratuito. A partir do advento 
da internet, a falta de dinheiro não mais pode ser 
usada como desculpa para deixar de estudar.
A grande vedete da internet são as redes sociais, 
principalmente os fóruns e o Facebook, nos quais os 
candidatos se organizam em grupos e trocam infor-
mações relevantes sobre concursos.
Eis os endereços de alguns sites úteis à prepara-
ção para concursos:
 • Fórum Concurseiros
No fórum administrado pelos próprios candida-
tos, você encontra informações atualizadas sobre 
tudo o que acontece no mundo dos concursos.
www.forumconcurseiros.com
 • Editora Ferreira
Atualizado diariamente com notícias, toques 
de mestre, dicas, estratégias, estatísticas de 
provas, recursos, legislação, entrevistas, editais 
etc., tudo gratuitamente.
www.editoraferreira.com.br
Manual dos Concurseiros69
 • G1
No editorial sobre concursos e emprego, 
estão disponíveis notícias e artigos sobre con-
cursos e mercado de trabalho, bem comodicas de especialistas.
www.g1.globo.com
 • Correio Web
Notícias, provas, editais, aulas, consultoria e 
um fórum para contato entre os concurseiros 
e troca de informações.
www.correioweb.com.br
 • Jornal dos Concursos
Versão on-line do jornal semanal das bancas. 
Notícias e informações sobre concursos públi-
cos, estágios e empregos na iniciativa privada.
www.jornaldosconcursos.com.br
 • Folha Dirigida
Versão on-line do jornal semanal das ban-
cas. Notícias e informações sobre concursos 
Vencer na vida por 
esforço próprio passa por 
um caminho longo e difícil, por isso é 
normal questionar se vale a pena tanto 
sacrifício. Todavia, todo esse esforço é 
muito menos doloroso do que o senti-
mento de querer e não poder dar um 
futuro melhor às pessoas que a 
gente ama.
 públicos, estágios e empregos na iniciativa pri-
vada. Algumas áreas são restritas a assinantes.
www.folhadirigida.com.br
 • PCI Concursos
Provas e editais para download, notícias sobre 
concursos, simulados etc.
www.pciconcursos.com.br
 • Tec Concursos
Banco de questões de provas com gabaritos 
e comentários. Para ter acesso aos comentá-
rios, é necessário ser assinante.
www.tecconcursos.com.br
Causo 3
No curso de formação do ICMS de São Paulo, aprendemos a calcular o peso de uma carga: pesa-se o veículo carregado e se abate a sua 
tara (peso do veículo sem a carga). Alguns dias depois, determina-
ram que fôssemos, em duplas, botar isso em prática num posto fiscal 
paulista. Eu fui escalado junto com uma patricinha que mais parecia 
a Penélope Charmosa. Eis que se aproxima um caminhão 
carregado, vindo do Maranhão. O motorista, que 
devia estar na estrada há uns 3 dias mal parando 
para dormir e comer, entrega a nota fiscal para 
minha parceira. Ela examina o documento e com 
autoridade pergunta ao caminhoneiro: “Qual é 
a sua tara?”. O cara olhou pra mim com um sor-
riso que parecia perguntar: “Posso responder?”.
Manual dos Concurseiros71
Simulados
Simulados são provas com ques-
tões inéditas ou adaptadas, elaboradas 
por professores de cursos preparatórios, nas quais 
há a reprodução de condições semelhantes às das 
provas de concursos, tais como tempo de duração, 
grau de dificuldade, preenchimento do cartão de 
respostas.
Além de testar os conhecimentos dos partici-
pantes, os simulados ajudam a identificar e a corrigir 
erros comumente cometidos por candidatos menos 
experientes. Com esse treinamento, você pode se 
preparar para:
 • Não ficar muito tempo preso na mesma questão
 • Estabelecer por quais matérias deve começar 
a prova
 • Reservar um tempo mínimo para marcar as 
respostas no cartão
 • Não cometer erros na marcação do cartão
 • Não deixar de responder a questões
 • Não errar questões por distração
Os simulados também são fundamentais para 
que você adquira um melhor controle físico e emo-
cional. Numa prova simulada, você não vai ficar tão 
nervoso quanto no dia da prova efetiva. No entanto, 
72Ricardo J. Ferreira
a exposição contínua aos simulados permite que 
você se habitue a fazer prova sob pressão. 
Muitos candidatos excelentes tecnicamente ficam 
reprovados por falta de controle emocional. Alguns 
inclusive só estudam assuntos muito difíceis e acabam 
reprovados por errarem coisas óbvias. Nesses casos, o 
treinamento sob pressão é fundamental.
Outro aspecto importante dos simulados é a 
concentração e a preparação física para a prova. 
Quem não está treinado dificilmente consegue man-
ter o máximo de atenção e de paciência durante 4 
a 5 horas de prova. Em situações assim, você pode 
sentir fome, sede, irritação, ansiedade, dor no pes-
coço, na coluna (devido à falta de prática, alguns 
candidatos desistem no meio da prova em função de 
fortes dores no pescoço e na coluna). 
Os candidatos mais bem preparados tendem a 
entregar o cartão de respostas após o término do 
tempo de prova, o que demonstra boa preparação 
física e mental. Os “franco-atiradores”, ao contrário, 
entregam o cartão, em média, duas horas após o iní-
cio da prova. Logo, também em concursos, os últi-
mos serão os primeiros.
Manual dos Concurseiros73
Como estudar 
depois do edital
Programe-se para, no mínimo, ter 
esgotado o estudo das matérias básicas até 
a data de publicação do edital. A partir daí, sua 
prioridade deverão ser as matérias que ainda não 
tiver estudado, mantendo o estudo das matérias 
básicas na forma de questões, de preferência de 
provas anteriores da mesma instituição que orga-
niza o concurso.
Depois do edital, em princípio, você deve se 
dedicar às disciplinas de maior peso. Fora isso, a 
melhor estratégia é levar em conta a obtenção de 
nota mínima por disciplina, por prova e na soma 
das provas, conforme o edital, bem como a solução 
do maior número de questões, caso o tempo não 
seja suficiente para resolver tudo. Muitos candidatos 
obtêm notas excelentes, mas não conseguem nota 
mínima em uma matéria ou prova. Outros conse-
guem passar em todas, mas alcançam pontuação 
total muito baixa. 
Na hipótese de conseguir estudar, antes do edi-
tal, todas as disciplinas cobradas (é o caso dos candi-
datos mais experientes), paute seu estudo quase que 
exclusivamente em questões, de preferência elabo-
radas pela instituição organizadora do concurso. 
Em tal caso, resolva as questões e, em seguida, tire 
74Ricardo J. Ferreira
 dúvidas nos livros e apostilas em relação aos assuntos 
nos quais não tiver um bom desempenho.
Para quem vai à luta, o futuro talvez demore. Mas para quem se 
omite, ele nunca chega.
O que fazer nos 15 dias anteriores à prova
Se você está se preparando para provas objeti-
vas, eis aqui uma estratégia a ser aplicada nos 15 dias 
que antecedem o evento. As matérias podem variar 
conforme o concurso de seu interesse. Logo, de 
acordo com o seu caso, faça as devidas adaptações.
Pelo menos 15 dias antes da prova, dedique-se 
a memorizar as principais normas legais compreen-
didas no conteúdo programático do seu concurso. 
Comece pela Constituição Federal. Faça sua “leitura 
dinâmica” em aproximadamente dois dias. Mas não 
se prenda a detalhes que deveriam ter sido estuda-
dos em época mais oportuna. O objetivo agora é 
criar condições de lembrar a literalidade das nor-
mas para não errar questões formuladas conforme 
a letra dos textos legais. Cuidado para não ler arti-
gos que estão fora do programa, a menos que você 
esteja cansado de estudar o que cai e queira relaxar 
um pouco lendo assuntos que não serão cobrados 
na prova.
Manual dos Concurseiros75
Em seguida, pegue os códigos e a legislação em 
geral e leia todos os seus artigos relacionados ao 
 programa. 
Reveja e resuma as principais fórmulas e coman-
dos de Matemática, Estatística, Informática, Contabi-
lidade, Análise, Custos etc. Insistimos: não é hora de 
tentar aprender, mas de memorizar.
Eu sei, eu sei! O tempo é pouco para tanta coisa. 
Mas se você se organizar e dominar a ansiedade, 
verá que vale a pena o sacrifício. Palavra de um 
 ex-combatente de concurso.
Siga em 
frente. Muitas 
pessoas terão você como 
modelo de sucesso, mas pou-
cas estarão dispostas a enfren-
tar os desafios e passar pelas 
dificuldades que você 
vive agora.
76Ricardo J. Ferreira
Dicas para o 
dia da prova
Não existe fórmula matemática com a 
qual se possa ensinar alguém a fazer prova. 
Na hora fatal, cada concurseiro tem um comporta-
mento diferente de acordo com seu domínio das 
matérias, equilíbrio emocional, experiência e hábitos 
de estudo.
Caso você ainda não tenha sua própria estra-
tégia a respeito disso, aceite uma sugestão: resolva 
primeiro as questões que envolvam maior grau de 
interpretação e concentração (Português e Língua 
Estrangeira, por exemplo). Depois de algumas horas 
de prova, dificilmente você conseguirá manter con-
centração suficiente para resolver questões relacio-
nadas à interpretação de textos longos. Se estiver 
muito ansioso, outra estratégia também interessante 
é começar pela matéria na qual se sinta mais con-
fiante, pois isso ajuda a aumentar sua segurança.

Outros materiais