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DEDICACAO DELTA - E-book Gratuito - COMO ESTUDAR PARA CONCURSO DE DELEGADO

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2 
QUEM SOMOS 
 
A equipe Dedicação Delta tem como objetivo ser um apoio aos nossos alunos na jornada rumo a 
aprovação. Utilizamos metodologias que visam potencializar o estudo, através de uma abordagem 
própria, objetiva e direta, de forma que o estudo focado e direcionado sejam nosso norte. Assim, 
buscamos acima de tudo, entregar um conteúdo de qualidade e direcionado para os principais 
certames policiais do país. 
 
 
Tiago Dantas 
 
• Delegado de Polícia do Estado do 
Paraná 
 
• Aprovado - Delegado de Polícia dos 
Estados de Santa Catarina e Espírito 
Santo 
 
Rodrigo Medeiros 
 
• Procurador do Estado de São Paulo 
 
• Aprovado - Procurador do Município de 
Teresina 
 
• Autor de livros pela Editora Juspodivm 
 
Marcelo Veiga 
 
• Delegado de Polícia Civil do Estado do 
Ceará 
 
• Aprovado - Juiz de Direito do Estado do 
Ceará (2019), Defensor Público dos 
Estados do Maranhão (2019) e Alagoas 
(2018) e Delegado de Polícia do Paraná 
(2013) 
 
Renan Lima 
 
• Escrivão de Polícia Civil do Distrito 
Federal 
 
• Aprovado - Delegado Federal e 
Delegado Civil do Mato Grosso 
 
• Pós-graduado em Direito 
Constitucional e Direito Penal 
 
Rafael Rapold 
 
• Procurador do Estado de Minas Gerais 
 
• Aprovado - Defensor Público do 
Espírito Santo, Auditor Fiscal do DF, 
PGE AM e Analista do STJ 
 
• Autor de livros pela Editora Juspodivm 
Henrique Melo 
 
• Procurador do Estado de São Paulo 
 
• Ex-Procurador do Estado de Rondônia, 
Ex-Procurador do Município de 
Petrolina 
 
• Autor de livros pela Editora Juspodivm 
 
Marianne Rodrigues 
 
• Aprovada - Delegada de Polícia de 
Minas Gerais 
 
Rafael de Oliveira 
 
• Escrivão de Polícia Civil do Distrito 
Federal 
 
• Mestre em Direito Constitucional 
 
• Pós-graduado em Processo Civil 
 
Gustavo Andrade 
 
• Procurador do Distrito Federal; Ex-
Procurador do Estado de SP 
 
• Aprovado - PGE MG, PGM MT, PGM 
SSA 
 
• Autor de livros pela Editora Juspodivm 
 
Felipe Fernandes 
 
• Procurador do Estado de São Paulo 
 
• Especialista (ESPGE/SP)e Mestre em 
direito (PUC/SP) 
 
• Autor de livros pela Editora Juspodivm 
 
Sabryna Freitas 
 
• Aprovada - Delegada de Polícia dos 
Estados de SP e MG 
 
 
3 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 5 
Capítulo 1 - Os 10 principais erros cometidos por bons candidatos .................................................................. 8 
1. Só estudar com o edital publicado; .................................................................................................................. 9 
2. Só estudar as matérias que gosta; .................................................................................................................... 11 
3. Não fazer um estudo de concentração, de atenção plena; ......................................................................... 11 
4. Estudar de forma desorganizada, sem objetividade e métodos definidos; .............................................. 12 
5. Acreditar em suas limitações e que elas não podem ser superadas; .......................................................... 13 
6. Conservar hábitos que parecem inofensivos mas não colaboram para o objetivo; e não desenvolver 
novos hábitos que colaborem para esse objetivo; ............................................................................................ 14 
7. Querer resultados de curto prazo, mesmo sem fazer o esforço necessário para acelerar o processo; 17 
8. Acreditar que o processo é árduo e que é sempre um desprazer passar por ele;.................................... 18 
9. Não desenvolver a automotivação, necessitar constantemente de motivação exterior. ........................ 19 
10. Ter pouca Fé. ................................................................................................................................................... 20 
Capítulo 2 - O Cargo de Delegado de Polícia ....................................................................................................... 21 
ORIGEM ............................................................................................................................................................... 21 
O QUE É PRECISO PARA SER DELEGADO? ......................................................................................... 23 
COMO É O DIA DE TRABALHO DE UM DELEGADO? .................................................................... 28 
O AGENTE DE POLÍCIA OU ESCRIVÃO DE POLÍCIA PODEM SE TORNAR DELEGADO?
 .................................................................................................................................................................................. 29 
PORTE DE ARMA, COMO FUNCIONA? .................................................................................................. 30 
QUAL É O ARMAMENTO UTILIZADO? .................................................................................................. 30 
DELEGADO SEMPRE VAI NAS OPERAÇÕES? ..................................................................................... 31 
O DELEGADO É SEMPRE DELEGADO, INCLUSIVE NAS FOLGAS? ........................................ 31 
TODO DELEGADO DE POLÍCIA RECEBE UMA VIATURA? .......................................................... 32 
QUANTO GANHA FINANCEIRAMENTE UM DELEGADO DE POLÍCIA? ............................... 33 
Capítulo 3 - Como começar a estudar para delegado? ......................................................................................... 34 
COMO DEVO ME ORGANIZAR? ................................................................................................................ 35 
CURSINHO VALE A PENA? PRESENCIAL OU EAD? ......................................................................... 36 
 
4 
TENHO DIFICULDADE PARA ME ORGANIZAR, UM COACH OU UMA MENTORIA VALE 
A PENA? ................................................................................................................................................................ 37 
COMO ORGANIZAR O MEU DIA DE ESTUDO? COMO ESTUDO? ............................................. 39 
Cadernos esquematizados e apostilas são bons? Valem a pena? ................................................................... 41 
Vídeo Aula, é produtivo? ..................................................................................................................................... 42 
Vale a pena fazer resumos? .................................................................................................................................. 43 
Devo ler os informativos resumidos de que matérias? quantas vezes? ........................................................ 47 
Resolução de Questões ......................................................................................................................................... 47 
Capítulo 4 - Prova Oral... E agora? ......................................................................................................................... 52 
O SENTIMENTO DE “SOU UMA FRAUDE E VÃO DESCOBRIR”. ................................................ 52 
COMO ESTUDO O CONTEÚDO JURÍDICO QUE SERÃO COBRADOS? .................................... 54 
Como eu estudo para a prova Oral? ................................................................................................................... 61 
Estudo de Sumário e de Edital: ........................................................................................................................... 61 
Formule perguntas: ............................................................................................................................................... 61 
Banca Simulada: ..................................................................................................................................................... 62 
Fazerou não fazer um curso para prova oral: .................................................................................................. 62 
Capítulo 5 - O ESTUDO DA CONCENTRAÇÃO .......................................................................................... 64 
Como iniciar o estudo da concentração? ........................................................................................................... 66 
Capítulo 6 - REDES SOCIAIS E CONCURSOS PÚBLICOS ........................................................................ 74 
Capítulo 7 - BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 77 
 
 
 
5 
INTRODUÇÃO 
 
Esta obra tem o objetivo de ajudar os “concurseiros iniciantes” e, também, os 
“veteranos” a se prepararem de forma objetiva e eficiente para concursos públicos de 
Delegado de Polícia, Civil e Federal. 
As ideias e os conceitos que vou passar a expor não são, por si só, certos nem 
errados. Apenas são a percepção dos resultados que observei em toda a minha trajetória 
de estudo. 
Minhas aprovações foram nos concursos de Agente de Polícia Civil do Estado de 
Alagoas, entretanto, não segui até o final do concurso, continuei estudando para 
concursos de Delegado de Polícia e, um ano após fiz a prova de Escrivão de Polícia do 
Distrito Federal e fui aprovado, assumi o cargo e depois dele obtive aprovação nos 
concursos de Delegado de Polícia do Estado do Mato Grosso e Delegado de Polícia 
Federal, momento em que parei de estudar para concursos públicos e decidi me dedicar 
a ajudar outras pessoas a obterem a sua aprovação. 
Estudei por cerca de cinco anos para esses concursos e, após obter aprovação, 
tanto para o cargo de Delegado de Polícia Civil, quanto para o de Delegado de Polícia 
Federal, percebi que na minha trajetória, houveram métodos de estudo utilizados de 
pouca, e de muita eficiência. 
 Após estudar por mais de 3 anos, utilizando todos os métodos que são vendidos 
pelo mercado e divulgados por cursos preparatórios, não conseguia entender porque a 
aprovação não acontecia, o porquê de não conseguir os poucos pontos que faltavam 
para a aprovação. Diante deste cenário, resolvi parar de perder tempo e pesquisar o que 
 
6 
pessoas que estavam sendo aprovadas em vários concursos de delegado estavam 
fazendo de diferente e, consultando diversos colegas que estavam sendo aprovados em 
vários concursos de alto nível, verifiquei que eles tinham um conjunto de características 
comuns, que envolvia desde a personalidade, aos hábitos e os métodos de estudo 
empregados. 
Os métodos eficazes são muito importantes, mas é necessário uma ocorra uma 
“metanóia”, uma mudança radical no padrão de pensamento para que o candidato 
obtenha sucesso em um prazo menor de tempo e em mais de um certame. 
Às vezes, duas pessoas que utilizam o mesmo método, estudam o mesmo material, 
aplicam as mesmas estratégias, e tem resultados completamente diferentes. Isso não 
acontece porque o coeficiente de inteligência de uma é maior ou menor que o da outra, 
entenda que quem passa em concurso não é o mais inteligente, quem passa em concurso 
é o que faz mais pontos, quem acerta mais questões, e diversos fatores influenciam 
nessa eficiência em acertar questões, além do estudo objetivo, o padrão de pensamentos, 
ou seja, a mentalidade do candidato é determinante para o sucesso. 
A questão não é o que você precisa fazer ou como precisa fazer, a questão deve 
ser, quem você deve se tornar. 
Harv Eker, autor do livro “Os segredos de uma mente milionária” conta uma 
parábola interessante: 
Um homem que está caminhando à beira de um penhasco quando, de repente, perde o equilíbrio, 
escorrega e cai. Felizmente, ele se agarra a uma saliência do penhasco e fica pendurado ali de forma 
desesperadora. Depois de passar algum tempo nessa situação, começa a gritar por socorro: 
-Há alguém aí em cima que possa me ajudar? 
 
7 
Não ouve nada. ele continua gritando: 
-Há alguém aí em cima que possa me ajudar? 
Até que uma voz estrondosa responde: 
-Sou Eu, Deus. Posso ajudá-lo. Solte-se e confie em Mim. 
O que se ouviu em seguida foi: 
-Há mais alguém aí em cima que possa me ajudar? 
 
A lição é simples. Se você quer passar para um nível de vida mais elevado, tem que 
estar disposto a abrir mão de alguns dos seus velhos modos de ser e de pensar, e passar 
a adotar novas opções. Em termos de concursos públicos é a mesma coisa. No fim, os 
resultados falarão por si. 
Espero que este manual ajude no seu crescimento e na sua aprovação, ele está 
sendo feito com muita dedicação e zelo, para que você potencialize suas ferramentas de 
estudo e garanta a sua aprovação no menor decurso de tempo possível, entendendo 
todavia que, existe um processo entre o início da jornada e o fim, e é nesse processo 
que está o crescimento, respeitá-lo e aprender a ter prazer nele vai tornar a sua jornada 
muito mais tranquila e proveitosa. 
 
Um grande abraço! 
Renan Albuquerque Lima. 
 
 
8 
Capítulo 1 - Os 10 principais erros 
cometidos por bons candidatos 
 
“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre 
ombros de gigantes.” 
Isaac Newton 
 
A metáfora dos anões estarem sobre ombros de gigantes expressa o significado 
de "descobrir a verdade a partir das descobertas anteriores". Esse conceito tem origem 
no século XII, e é atribuído a Bernardo de Chartres. Seu uso mais conhecido procede 
de Isaac Newton, que escreveu em 1675: "Se eu vi mais longe, foi por estar sobre 
ombros de gigantes." 
Neste capítulo faremos distinção entre dois tipos de candidatos a cargos públicos, 
o “candidato bom” e o “candidato excelente”, poderia ser três, o “candidato ruim”, mas 
esse não participa da competição, serve só para estatísticas de demanda de vagas por 
candidatos, e já sabemos que você não se encontra nesse perfil. 
 
9 
Sem dúvidas esse será “o capítulo” que vai incomodar os candidatos menos 
compromissados e mais fechados para promover mudanças em seus hábitos mas, as 
vezes temos que ouvir, neste caso ler, “certas coisas” que não gostamos, e se formos 
sábios, essas “certas coisas” nos será útil para corrigir rotas. 
Os bons candidatos aprendem com seus erros mas os candidatos excelentes 
aprendem com os erros dos outros. O intuito da confecção deste manual é exatamente 
ensinar as técnicas tidas como “acerto” no estudo e na preparação de candidatos que 
obtiveram êxito acima da média em seu concurso, aliás, em vários concursos públicos, 
é como na metáfora dos anões em ombros de gigantes, servir de escada, de gigante, 
para que você veja mais longe, aprenda com os erros e as respostas dos que já 
cometeram esses erros, e gaste sua energia de forma objetiva no seu estudo e no seu 
desenvolvimento pessoal. 
Eis, então, os 10 principais erros cometidos por bons candidatos. 
1. Só estudar com o edital publicado; 
Muitos candidatos esperam a publicação do edital por não saber o que estudar ou 
acreditar que o edital anterior para o mesmo cargo será demasiadamente diferente. 
O estudo deve ser constante, o candidato excelente constrói uma base enquanto o 
edital não foi publicado, estuda as principais matérias, que são objeto de todo concurso 
de delegado, para quando sair o edital, se dedicar às matérias que variam de concurso 
para concurso, uma vez que, entre a publicação do edital e a data da prova, 
provavelmente, não é possível estudar todo o edital. 
 
10 
A título de exemplo, ao iniciar os estudos sem um edital definido, o estudante deve, 
ao menos, estudar com afinco as principais matérias que são cobradas, para o concurso 
de delegado de polícia, civil ou federal são elas: 
1. Direito Penal; 
2. Direito Processual Penal; 
3. Direito Constitucional; 
4. Direito Administrativo; e 
5. Legislação Penal extravagante, por exemplo, Lei de Drogas, Lei de Abuso de Autoridade, 
Lei das OrganizaçõesCriminosas... 
 
Essas matérias devem ser estudadas constantemente, ininterruptamente, para que, 
ao sair o edital com as matérias específicas, que não caem em todos os concursos para 
delegado, por exemplo: 
1. Medicina Legal; 
2. Direito Civil e Processual Civil; 
3. Direito Tributário; 
4. Criminologia... 
 
O candidato tenha tempo de estudá-las e, poderá se dedicar a elas, porque já tem 
uma boa base, já vinha estudando as matérias principais. 
 
11 
2. Só estudar as matérias que gosta; 
Outro erro muito comum de bons candidatos é criar limitações, falarei disso 
diversas vezes neste manual, é acreditar que gosta ou não gosta de determinadas 
matérias com base no que viu na faculdade ou em sua preferência pessoal. 
Ora, estamos falando de concurso público, aqui o examinador não está 
preocupado nas matérias que o candidato gosta ou não gosta de estudar, aprenda a 
gostar de todas ou transforme o “gostar sentimento” em um “gostar decisão”. 
Desenvolva a capacidade de desconstruir suas limitações, por exemplo, se você 
acredita que gosta de direito penal, que é seu perfil, e que não gosta de direito tributário, 
faça uma autocrítica a esse tipo de pensamento, você precisa estudar também essa 
matéria e se você alimenta o pensamento de que não gosta ou não tem o perfil dessa 
matéria, sempre que for estudá-la será um sacrifício e será também pouco produtivo, 
se não consegue gostar de direito tributário, finja que gosta a ponto de se convencer, 
porque, inevitavelmente, você terá que conviver com ela. 
3. Não fazer um estudo de concentração, de atenção 
plena; 
O nervosismo, a ansiedade e a agitação são os piores inimigos dos concurseiros, 
bons candidatos até conseguem aprovação em um ou outro concurso sem trabalhar 
essas características da personalidade, mas vencem com muito sofrimento, e não 
conseguem identificar os pontos de erros e acertos, geralmente tornam-se profissionais 
com as mesmas limitações. 
 
12 
É importante estudar e treinar a atenção, falaremos sobre isso em um capítulo 
exclusivo, mas já adianto que é o diferencial entre o bom candidato e o candidato 
excelente, ser ou acreditar que é uma pessoa ansiosa e agitada é um erro brutal, é 
possível trabalhar a ansiedade e a agitação para que, tanto nos dias de estudo, quanto 
nos dias de prova você consiga estar concentrado e dar respostas inteligentes. 
Não existe fármacos, métodos ou técnicas de concentração para ser aplicada no 
dia da prova, se você não faz um estudo e treinamento no seu cotidiano, qualquer 
técnica paliativa não trará muito resultado. No último capítulo deste manual, vamos 
treinar o “desenvolver” uma personalidade concentrada, isso vai potencializar a sua 
capacidade de compreensão do que foi estudado, de armazenamento da informação e 
de busca dessa informação quando for necessário dar uma resposta inteligente, mesmo 
diante de momentos estressantes, como é o dia da prova. 
4. Estudar de forma desorganizada, sem objetividade 
e métodos definidos; 
Estudar não é uma tarefa fácil, principalmente para iniciantes, são tantas matérias, 
tantos temas dentro de cada matéria, e tantos métodos que o candidato iniciante fica 
assustado, achando que é uma tarefa impossível, que nunca conseguirá ver tudo ou se 
organizar para ver o mínimo necessário. 
A boa notícia é que você não precisa e, provavelmente não vai conseguir, estudar 
todas as matérias e temas do edital para passar, o que não quer dizer que você não deve 
se esforçar para tentar esgotar o edital, ver o máximo que for possível do conteúdo. 
É um “oceano de conteúdo” para todos os candidatos, e nesse ponto, vence quem 
for mais organizado, quem desenvolver uma sistemática objetiva para estudar, não estou 
 
13 
falando de planilhas, calendários super definidos ou cronogramas extensos, não se trata 
disso, na verdade, o exagero metódico muitas vezes atrapalha mais do que ajuda, coloca 
um peso desnecessário que fadiga e desestimula o candidato. 
O estudo é simples, falaremos detalhadamente sobre como fazer cada um deles, 
são quatro pilares básicos, o estudo da doutrina, o estudo da lei seca, o estudo da 
jurisprudência e a prática de exercícios, claro que também as revisões. 
5. Acreditar em suas limitações e que elas não podem 
ser superadas; 
Como já falamos, existem bons candidatos que são vítimas de suas próprias 
limitações, eles assimilam que são de determinado jeito e que só conseguem fazer 
determinada coisa adaptando essa “coisa” à sua limitação, por exemplo, certo candidato 
me perguntou se um livro de questões de concursos era bom para a preparação, eu 
respondi que sim mas que tinha um método melhor para ele resolver questões, em um 
website que permite que ele salve as questões que errou em um “caderno virtual” e, 
com isso, ele já conseguia fazer uma revisão montando um simulado com as questões 
que já havia errado. 
De pronto ele já respondeu que não conseguia fazer questões no computador, que 
já tinha tentado mas que gostava de resolver no papel, minha resposta foi que, para 
passar em um concurso muito disputado temos que sair de nossa zona de conforto, não 
é fazer o que gostamos, é fazer o que dá mais resultados. 
Perceba que não se trata sobre o que é melhor, se fazer no computador ou no 
papel, se trata na crença que ele tinha de que no papel ele conseguia e no computador 
não, ou seja, ele preferia fazer o menos produtivo porque era mais confortável, do que 
 
14 
sair da zona de conforto e fazer o que era mais produtivo. A sua aprovação está muito 
distante da sua zona de conforto, ou você sai em busca, ou fica sem ela, aqui, ou Maomé 
vai até a montanha ou “nada”, porque a montanha não virá até Maomé. 
6. Conservar hábitos que parecem inofensivos mas 
não colaboram para o objetivo; e não desenvolver 
novos hábitos que colaborem para esse objetivo; 
Vemos diversos livros no mercado falando sobre quantos dias é necessário para 
criar um novo hábito, ora, esse quantitativo de dias é um referencial, não é exato, a 
depender do hábito e da resistência que a pessoa tenha em se adaptar pode variar para 
mais ou para menos. 
É certo que nosso cérebro funciona de forma programada, o psicólogo Jeremy 
Dean, do livro “Making Habits, Breaking Habits: Why We Do Things, Why We Don't, 
and How to Make Any Change Stick”, fala que leva em média 66 dias para que alguém 
adquira um novo hábito, ou seja, comece a fazer algo que antes não era costume de 
maneira automática. 
Esse número é uma média e ele vai variar bastante de indivíduo para indivíduo e, 
claro, dependendo do hábitos. Beber um copo de água depois do café da manhã 
demorou cerca de 20 dias para se transformar em hábito. Exercitar-se levou 84 dias para 
virar hábito para um dos participantes de um estudo. 
Quando falamos de preparação para concursos públicos, temos que entender que 
precisamos abdicar de certos hábitos e criar outros para potencializarmos nossa 
preparação, por exemplo: 
 
15 
6.1. Dormir mais ou dormir menos que o necessário, entenda que seu corpo 
também precisa de descanso, caso o contrário, não adianta o excesso de informações 
que você estuda, porque elas não serão armazenadas. 
Mas não se engane, descansar é necessário quando estamos realmente cansados, 
dormir mais que 8hs diárias e ainda tirar cochilos durante o dia, acreditando na limitação 
de que você precisa desse descanso, não vai te ajudar nos estudos, é necessário um 
esforço incomum, durma cedo, acorde cedo, se você precisa estudar à noite, tome 
cuidado para respeitar um período mínimo de descanso de, pelo menos, 6hs. 
6.2. Andar com pessoas que não contribuem para o seu objetivo, todos temos 
amigos negativos, críticos, que sempre que falamos sobre algum tema ficamos 
assustados com tamanho pessimismo, tudo é dificuldade, nada está bom e dificilmente 
ficará bom. 
Existem também os “tolos”, expressão bíblica para pessoas que sempre tem uma 
opiniãopara dar, sobre qualquer assunto, mesmo sem ser solicitada e, na maioria das 
vezes, é uma opinião desnecessária e vazia. 
PARE de conviver com essas pessoas, é certo que, em outro momento, você 
deverá tentar ajudá-la a superar essas limitações, você deve sim ser um agente 
transformador na vida das pessoas mas, o momento não é agora, agora o seu foco deve 
ser na sua preparação para o concurso, depois que passar você retoma o relacionamento 
e tenta ajudar, se ver que não é possível ajudar, melhor se afastar novamente e deixar 
que a vida ensine. 
O mesmo acontece para as companhias que não tem esse padrão de pensamentos 
negativos, mas que vive outro momento da vida, ou que tem outra rotina incompatível 
com a sua, por exemplo, tive de me afastar de muitos amigos, que não eram negativos, 
 
16 
simplesmente porque nossas rotinas não se alinhavam, eles trabalhavam na iniciativa 
privada, em trabalhos que não exigiam foco e dedicação integral durante o dia, como o 
estudo para concursos exige, e permitia a eles frequentarem festas, bares... à noite e nos 
finais de semana. 
Essa rotina é incompatível para quem está se preparando para um concurso de 
grande porte, após a aprovação você retoma o convívio e vive tudo isso, se ainda tiver 
interesse claro, não se preocupe. 
6.3. Pratique Atividade Física, não só porque no concurso de Delegado de 
Polícia existe uma fase chama de TAF, teste de aptidão física, falaremos dela em um 
capítulo específico. 
 Exercícios vigorosos promovem a liberação de catecolaminas, que além de reduzir 
a dor causam uma sensação natural de bem-estar. 
É bom para o desempenho do cérebro, é bom para a memória e para o controle 
do seu estresse, isso vai influenciar diretamente na qualidade do seu estudo. 
Perceba, gastar uma hora por dia praticando uma atividade física não é uma hora 
perdida de estudo, é uma hora investida no seu estudo, as demais horas de estudo serão 
mais proveitosas. 
Além disso, irá ajudar você a vencer a dificuldade em criar rotinas, escolha um 
horário e pratique alguma atividade física, todo dia, ou em um ciclo repetitivo, respeite 
essa rotina, vai ajudar você a conseguir cumprir a rotina nos estudos também. 
6.4. Desenvolva a capacidade de filtrar as informações, também falaremos 
disso no capítulo reservado para o estudo da concentração. 
 
17 
O nosso cérebro armazena milhares de informações por dia, de forma não muito 
organizada, informações úteis e informações inúteis, diferente do que se pensa, nosso 
cérebro não é ilimitado, tanto a qualidade das informações, quanto a quantidade acabam 
por repercutir na capacidade de armazenamento e acesso a essas informações, então 
cuidado com as informações que você armazena, as pessoas que você ouve, os 
programas de TV que você assiste, as músicas que você escuta, parece não ter muita 
importância mas inconscientemente afetam sua personalidade, sua capacidade de 
concentração e a organização das informações que você estuda. 
Esses são alguns exemplos de hábitos que devemos eliminar ou cultivar, 
desenvolva também a capacidade de perceber quais hábitos colaboram e quais 
atrapalham o seu estudo e a sua concentração, elimine os que atrapalham e invista nos 
que ajudam. 
 
7. Querer resultados de curto prazo, mesmo sem fazer 
o esforço necessário para acelerar o processo; 
 
“Obtemos resultados quando fazemos a coisa certa no momento certo. 
Ninguém planta no inverno, ninguém colhe na estação chuvosa.” 
Haroldo Dutra Dias, em A Bússola e o Leme. 
 
A maioria das pessoas querem resultados práticos sem muito esforço, querem subir 
ao pódio sem treinar para a corrida. É triste esse tipo de pensamento, geralmente 
 
18 
pertencem a personalidades que, após conseguirem a aprovação no cargo que desejam, 
ficarão acomodadas, serão pouco produtivas, um peso para a administração e para a 
sociedade. 
É certo que todos queremos diminuir o tempo do processo, potencializar nossas 
ferramentas de estudo, quem não quer passar em seu concurso com dois anos de estudo 
ao invés de estudar por 6 anos? Isso não quer dizer menos esforço, pelo contrário, vai 
exigir mais esforço, mas com muito mais produtividade. 
É justamente esse o objetivo desse manual, não é iludir o candidato que a sua 
jornada será rápida, fácil e confortável, mas ajudar o candidato com as ferramentas 
necessários para que essa jornada seja a mais rápida e confortável “possível”, e isso só 
é possível com objetividade e organização no estudo e com uma mentalidade de respeito 
ao processo, como digo sempre, é no processo que está o crescimento. 
8. Acreditar que o processo é árduo e que é sempre um 
desprazer passar por ele; 
O processo é necessário, aceite isso, gostando ou não gostando você terá que 
passar por ele. Mas entenda que ele pode ser prazeroso, ou ao menos não penoso, cada 
queda, cada reprovação traz sua carga de ensino, que é importante para o crescimento 
e o aprendizado, enxergue uma reprovação como um adiamento da vitória e não como 
uma derrota, como uma oportunidade de verificar os erros que cometeu e aprofundar 
o estudo sobre aqueles temas. 
O bom candidato encara uma reprovação como uma derrota mas não se dá por 
vencido, persevera e continua estudando para tentar de novo, um candidato excelente 
vê uma reprovação como uma oportunidade para aprender, corrigir algumas rotas, uma 
 
19 
fase necessária no processo do crescimento, e também persevera, mas de forma menos 
penosa, sabendo que a cada reprovação mais próximo está da aprovação. 
 
 “Os obstáculos que encontramos no exterior refletem as limitações que 
presentes no nosso interior, demanda uma transformação, muito pessoal e 
intransferível.” 
Pierro Ferrucini 
 
Perceba que qualquer técnica ou método utilizado por alguém pode ser aplicado 
para você, mas você precisa fazer adaptações, muitas vezes essas adaptações não são no 
método, mas em você, esteja sempre aberto para o crescimento, as vezes precisamos 
confrontar nossas crenças, duvidar das nossas certezas. 
9. Não desenvolver a automotivação, necessitar 
constantemente de motivação exterior. 
Todos concordam que vivemos em uma época, uma geração, extremamente 
carente, que demanda estímulos de motivação diários para se sentirem bem, isso pode 
parecer bom, mas é um grave problema social, geralmente, pessoas que são muito 
suscetíveis a estímulos motivacionais externos são também muito suscetíveis a críticas 
e desestímulos externos. 
Não estou querendo dizer que motivar as pessoas ou se sentir motivado por outras 
pessoas é uma coisa ruim, de modo algum, devemos motivar constantemente as pessoas 
e nos motivar com os outros. 
 
20 
Mas devemos ter cuidado para não sermos escravos desses estímulos, não deixar 
que eles conduzam nossas atividades, por exemplo, alguém que só estuda no dia que se 
sente motivado, ou que precisa de uma palavra ou um “empurrão” diariamente para se 
motivar. 
Aprenda a se “automotivar”, que seja o seu sonho, seja lá qual for, ou o seu cargo 
tão almejado que te motive, se vier uma motivação exterior ótimo, é um “plus”, se vier 
uma crítica ou uma desmotivação exterior, não tem problema, não é isso que nos move, 
seguimos em frente, o trabalho é muito e o tempo é precioso. 
Não se engane, muitas pessoas podem ajudar, mas a responsabilidade de investir 
no seu crescimento é sua, o trabalho duro quem vai ter que fazer é você. 
10. Ter pouca Fé. 
 Nesse ponto não estou falando de Fé espiritual ou religiosa, se você tiver alguma 
dessas, bom, agarre-se a ela, use-as como ferramentas de crescimento, aproveite a 
resiliência e perseverança que ela ensinar. Se não tiver não tem problema, confie em 
você, na sua capacidade. 
Todos os candidatos, em termos de capacidade, são iguais, claro que a vida brinda 
as pessoas com diferentes oportunidades, mas não se engane, em termos de concurso 
público não há espaço para vitimismo. 
Cada deve superaras suas limitações, sem perda de tempo com comparações, cada 
pessoa é um mundo e cada mundo é uma realidade, todos temos algum tipo de 
problema, alguma limitação para superar, elas são muito particulares, muitas vezes não 
estão expostas. Acredite no seu potencial e na capacidade de se reinventar que a jornada 
será muito mais tranquila. 
 
21 
Capítulo 2 - O Cargo de Delegado de 
Polícia 
 
ORIGEM 
Em 1808, com a chegada da Corte portuguesa no Brasil, foi criada a Intendência 
Geral de Polícia, cuja chefia era desempenhada por um desembargador, nomeado 
Intendente Geral de Polícia, com status de Ministro de Estado. 
Dadas às peculiaridades e extensão do território nacional, o intendente podia 
autorizar outra pessoa a representá-lo nas províncias, surgindo desta atribuição o uso 
do termo “delegado” no Brasil. 
Este “delegado” exercia, contemporaneamente, funções típicas de autoridade 
policial (tanto administrativa como investigativa) e judiciais. 
 
LEI Nº 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013. 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia. 
 
22 
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de 
polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por 
meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e 
da autoria das infrações penais. 
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, 
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. 
§ 3º (VETADO). 
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior 
hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos 
em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. 
§ 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado. 
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-
jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo 
tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados. 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 20 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º da República. 
DILMA ROUSSEFF 
José Eduardo Cardozo 
Miriam Belchior 
Luís Inácio Lucena Adams 
 
Em apertada síntese, o delegado de polícia é o profissional responsável pela 
apuração das infrações penais, conduzindo os procedimentos investigatórios no âmbito 
da Polícia Civil ou da Polícia Federal. 
 
23 
É o delegado de polícia civil quem dirige as polícias civis dos Estados e do Distrito 
Federal e, no âmbito da polícia federal, o delegado federal, essa função não pode ser 
exercida por uma agente ou um escrivão de polícia. 
Qual a diferença entre o Delegado de Polícia Civil e o Delegado de Polícia 
Federal? 
A principal diferença reside quanto às suas atribuições, no âmbito dos Estados e 
do Distrito Federal, temos os Delegados de Polícia Civil como Autoridade Policial, 
responsáveis por dirigir a atividade de Polícia Judiciária do respectivo ente. 
Art. 144 da Constituição Federal: 
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, 
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
Por sua vez, os Delegados de Polícia Federal, dentre outras atribuições específicas, 
exercem a função de dirigir a Polícia Judiciária da União, apurando as infrações penais, 
em regra, de competência da Justiça Federal. 
 
O QUE É PRECISO PARA SER DELEGADO? 
Requisitos Básicos: 
1. Ser Bacharel em Direito. 
Você pode prestar o concurso enquanto está na faculdade, em regra, a exigência 
do diploma é no ato da posse. E não é necessário ter “passado” ou ser inscrito na OAB. 
 
24 
2. Ser aprovado no concurso Público de Provas ou Provas e Títulos, 
concurso específico para este cargo. 
O número de etapas do concurso, as matérias cobradas, o tipo de prova, dependerá 
de cada edital. 
Diferente do que ocorre nos concursos de magistratura, onde uma prova é 
bastante semelhante a outra, isso facilita a preparação do aluno, nos concursos de 
delegado, as provas vão variar de acordo com o concurso, algumas são parecidas outras 
completamente diferentes. 
Inclusive, a exigência de um tempo mínimo de atividade jurídica ou policial vai 
variar de edital para edital, há concursos que exigem 2 ou 3 anos, há concursos que não 
fazem essa exigência. 
Por Exemplo: Em um mesmo ano, 2 concursos de Delegados de Polícia para 
diferentes Estados podem ter provas completamente diferentes. 
2.1 Em um primeiro pode ser cobrado apenas Matérias Jurídicas com 6 fases: prova 
objetiva; prova discursiva com peça prático-profissional, prova oral, e fases 
subsequentes, como teste de aptidão física, teste de saúde e exames médicos, teste 
psicotécnico, investigação de vida pregressa... 
2.2 Em um segundo, pode ser cobrado matérias não jurídicas, como informática, 
português... e ser feito em menos etapas, uma prova objetiva e uma discursiva apenas, 
podendo inclusive não cobrar exame de aptidão física, ou modificar algumas etapas, 
óbvio que dentro de uma razoabilidade. 
O certo é que os concursos variam muito de um para outro, e só é possível ter um 
parâmetro de como será o próximo concurso, certeza nunca teremos antes do 
 
25 
lançamento do edital, por isso é importante dominar as matérias e as etapas de prova 
que sempre caem em todas, e para o cargo de delegado são: Direito Penal, Direito 
Processual Penal, Direito Constitucional e Direito Administrativo... para que, quando 
sair o edital, o candidato possa se dedicar às matérias que são mais específicas de cada 
concurso, como português, informática, medicina legal, criminologia, outros ramos do 
direito como tributário, civil, previdenciário... 
3. Ter bom condicionamento físico. 
A grande maioria dos concursos policiais, inclusive os de Delegado de Polícia, tem 
uma etapa dedicada a verificação do condicionamento físico do candidato, chamada de 
TAF, teste de aptidão física. 
Os testes aplicados vão variar de acordo com o concurso, entretanto, alguns testes 
se repetem e o candidato já deve estar preparado para eles, como o teste de corrida, 
geralmente é necessário percorrer uma distância de 2.200 ou 2.400 metros para homem 
e uma distância menor para as mulheres, no tempo de 12 minutos, lembrando que cada 
edital fará suas exigências. 
O teste de barra, pronada ou supinada, em geral 3 barras para homens e uma barra 
estática para as mulheres; testes de “abdominal remador”, “meio sugado”, “salto”, 
“natação”, entre outros, a depender das exigências do edital, como já enfatizamos. 
Antes do concurso, a preocupação do candidato deve ser a de manter um bom 
condicionamento físico, para que, quando for aprovado, aprenda apenas a execução dos 
movimentos. 
 
26 
Atenção, não se deve esperar a aprovação para iniciar a preparação física, 
condicionamento físico é um trabalho de médio e longo prazo, tentar fazê-lo em um 
curto prazo poderá ocasionar lesões e acabar por eliminar o candidato. 
4. Ter boa saúde. 
Uma série de exames será cobrada no seu edital, fique atento para realizá-los dentro 
do prazo e cumprindo rigorosamente as exigências, um exame não pode ser substituído 
por outro, independentemente do resultado prático ser idêntico. 
As doenças incapacitantes parao cargo, e as demais exigências, também vão variar 
de acordo com o concurso, fique atento ao seu edital. 
5. Ter reputação ilibada, inatacável. 
Uma outra fase do concurso é a “investigação social”, em geral, realizada pelo 
núcleo de inteligência da própria polícia. Nessa fase, serão verificados não somente 
antecedentes criminais, mas antecedentes sociais, como o convívio do indivíduo em 
sociedade, seu estilo de vida e seus relacionamentos interpessoais. Pode haver entrevista 
ou visita de investigadores ou não, a depender de quem está realizando a investigação e 
de quem está sendo investigado. 
Em geral, registros criminais, mesmo sem o trânsito em julgado, têm eliminado 
candidatos mas, a grande maioria retorna ao concurso por decisão judicial, que tem 
homenageado o princípio da presunção de inocência. 
O importante nesta fase é não omitir dados na ficha de investigação social que será 
preenchida pelo candidato. Se o candidato já se envolveu em alguma ocorrência 
criminal, informe ao setor de investigação para ter a oportunidade de se explicar, só não 
 
27 
tente omitir propositalmente a informação, porque a omissão dolosa enseja a eliminação 
do candidato. 
6. Curso de Formação 
Alguns concursos colocam o curso de formação profissional como etapa do 
concurso, outros colocam como fase posterior à nomeação. 
Os cursos vão variar de um concurso para o outro, em regra, ficam a cargo da 
própria instituição para qual o candidato está prestando o concurso. 
A depender da instituição, o curso pode variar, a título de exemplo, de 2 meses à 
6 meses, e ter as mais diversas etapas e tipos de avaliações possíveis. 
Pode ser remunerado, alguns estados remuneram com 50% do valor do subsídio 
do cargo, o valor pode ser outro, ou não remunerado, tudo vai depender das disposições 
do edital. 
Pode ser apenas classificatório, apenas eliminatório ou classificatório e 
eliminatório. 
7. Vontade Política. 
Nos concursos atrelados ao poder executivo, é muito comum a morosidade na 
nomeação dos aprovados, muitos candidatos tem que formar comissões e brigar por 
essas nomeações. 
Alguns concursos trazem, além das vagas ofertadas, um cadastro reserva de vagas, 
neste caso, a luta pela nomeação deve ocorrer desde a homologação do concurso, 
porque a garantia de nomeação dentro do prazo de validade do concurso só vai existir 
 
28 
para os aprovados dentro do número de vagas, os excedentes tem grandes chances de 
serem nomeados em algum momento, mas não é uma garantia. 
RESUMO: 
Os concursos de delegado de polícia podem variar bastante, tanto das etapas que 
terão, quanto das matérias que serão cobradas, seria justo que existisse em âmbito 
nacional uma regulamentação mínima, como o CNJ faz nos concursos de magistratura, 
isso tornaria mais fácil a vida do candidato a esses cargos, mas não há. 
O candidato deve estar ciente desta dificuldade e se preparar para as etapas que 
são cobradas em todos, ou na grande maioria, assim como dominar as matérias e temas 
base de todos eles. 
 
COMO É O DIA DE TRABALHO DE UM 
DELEGADO? 
Em geral, o Delegado de Polícia, no início de carreira, pode ser lotado em um 
departamento especializado, onde irá conduzir investigações direcionadas, divididas por 
temas, por exemplo, delegacia de roubos e furtos, delegacia de homicídios, delegacia de 
repressão aos crimes de estelionato, dentre outras. 
Ou, como é mais comum, iniciar a carreira sendo lotado em um departamento 
circunscricional, que cuida “dos bairros”, são as delegacias de bairros, que recebem a 
população e apuram os crimes daquela localidade. 
Nas delegacias circunscricionais, a depender do sistema de funcionamento, o 
delegado pode ser lotado em um plantão policial, trabalhando em escala de 
 
29 
revezamento, a escala vai variar de acordo com as normas da instituição, ou no cartório 
desta delegacia, trabalhando no expediente, com uma carga de procedimentos 
investigativos, fazendo determinações aos escrivães e agentes de polícias, para a 
conclusão dos Inquéritos Policiais e dos Termos Circunstanciados. 
Dentre outras atribuições, como, por exemplo: 
Código de Processo Penal: 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado (...); 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude 
e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento 
e caráter. (...) 
 
O AGENTE DE POLÍCIA OU ESCRIVÃO DE 
POLÍCIA PODEM SE TORNAR DELEGADO? 
Existe um projeto de Emenda Constitucional onde as associações de agentes e 
escrivães pleiteiam essa possibilidade, mas, atualmente, só é possível um agente ou 
 
30 
escrivão tornar-se delegado se prestar novo concurso público para o cargo de delegado, 
e preencher os requisitos exigidos em pé de igualdade com qualquer outro cidadão que 
preste o concurso, sem privilégios por já pertencer à instituição. 
A carreira de delegado é diferente das demais carreiras da Polícia, outra forma de 
acesso que não o concurso público seria uma burla de acesso a este cargo, um 
desrespeito ao princípio do concurso público, vedando à população a possibilidade de 
ocupar o cargo, criando uma certa exclusividade para os que já pertencem a instituição, 
não é nada democrático. 
PORTE DE ARMA, COMO FUNCIONA? 
Todo delegado de polícia tem porte de arma funcional, ou seja, o porte de arma é 
inerente ao cargo desempenhado, ele não precisa se submeter aos procedimentos que 
um particular deve se submeter para ter acesso ao porte de arma, os requisitos exigidos 
para o delegado já foram preenchidos durante as fases do concurso. 
O porte de arma é nacional, válido em qualquer local do território Brasileiro, mas 
não é válido no exterior, é possível que, em serviço o delegado precise do porte para 
uma operação no exterior, mas haverá uma autorização pertinente e as autoridades do 
outro País também participarão em cooperação desta operação. 
QUAL É O ARMAMENTO UTILIZADO? 
Vai depender de cada instituição o tipo e calibre de armas utilizados, é comum ver 
as Polícias dos Estados utilizarem pistolas de calibre .40, o Delegado pode acautelar 
uma dessas armas, porém ela continua sendo de propriedade da instituição, ou adquirir 
 
31 
seu próprio armamento. Já na Polícia Federal, em regra, a instituição tem fornecido 
pistolas .9mm aos seus delegados. 
DELEGADO SEMPRE VAI NAS OPERAÇÕES? 
Uma das funções dos delegados de polícia é a de planejar e comandar as operações 
policiais, logo, nas operações por ele comandadas ou nas que for escalado, ele deve sim 
estar presente. 
Entretanto, dependendo da estratégia a ser utilizada, é necessário uma força 
especializada para determinado acesso, a participação de um delegado ou agente sem o 
devido treinamento poderá colocar em risco os demais integrantes da própria operação, 
o certo é que a estratégia deve ser objetivamente planejada, sem paixões e sem vaidades. 
O DELEGADO É SEMPRE DELEGADO, 
INCLUSIVE NAS FOLGAS? 
Esse tema é bastante controvertido na doutrina. O entendimento que prevalece é 
que, as diversas atribuiçõescartorárias e investigativas só obrigam o Delegado e demais 
policiais a atuar quando em seu horário de serviço. 
 Mas, diante de uma situação flagrancial de crime ou contravenção, ou de uma 
necessidade de prestar socorro, a autoridade policial e seus agentes, são obrigados a 
intervir, se assim puderem, ou seja, se houver a possibilidade real de intervenção. 
Por exemplo, diante de um roubo cometido por dois ou mais assaltantes armados, 
não é exigível de um policial que está sozinho, armado ou não, a intervenção, não se 
pode exigir heroísmo do policial mas, diante de uma situação em que é possível a 
 
32 
intervenção, sem comprometer a segurança do policial e das demais pessoas, o policial 
deve agir. 
Em suma, ele é policial tanto no seu horário de trabalho, quanto na folga, é assim 
que a sociedade o enxerga, a questão que vai definir ou não a atuação é a possibilidade 
nas circunstâncias concretas. 
Segundo o Código de Processo Penal, em seu artigo 301, qualquer do povo poderá 
e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito. Óbvio que esse “deverão” fica adstrito às 
possibilidades reais do caso, em que seja possível agir sem risco para o agente ou para 
outras pessoas. 
TODO DELEGADO DE POLÍCIA RECEBE UMA 
VIATURA? 
Bem, isso vai depender de diversos fatores, vai depender da instituição a qual o 
delegado pertence, da disponibilidade de veículos desta instituição e da função e local 
em que o delegado estiver exercendo. 
O certo é que, as viaturas oficiais são exclusivas para as atribuições do cargo, ou 
seja, para o serviço, não podem ser utilizadas como veículos particular, nem 
esporadicamente, isso seria desleal para com a administração pública e para com os 
administrados, ensejando inclusive, ato de improbidade administrativa. 
 
 
33 
QUANTO GANHA FINANCEIRAMENTE UM 
DELEGADO DE POLÍCIA? 
Isso também vai depender do Estado membro a que pertencer o delegado, as 
remunerações são variadas, depende muito dos atrativos dos cargos, do local e da 
valorização que cada Estado vai dar para a sua Polícia, além da classe em que o 
profissional estiver situado na carreira e possíveis funções que ele esteja exercendo. 
Por exemplo, há Estado em que a remuneração inicial de um delegado de polícia 
é cerca de R$9.000,00, nove mil reais, enquanto em outro Estado, a remuneração inicial 
é de R$20.000,00, vinte mil reais. A Remuneração é uma política de cada ente federativo, 
não tem como ser igual até porque os atrativos e as condições de vida dos Estados 
brasileiros são diversas. 
Essa foi a última tabela que encontrei disponível: 
No Próximo Capítulo iremos dar início a preparação para o concurso de delegado 
de polícia, como iniciar os estudos, quais as matérias principais e como estudar os quatro 
pilares, que são, doutrina, lei seca, jurisprudência e exercícios. 
 
 
 
34 
Capítulo 3 - Como começar a estudar 
para delegado? 
 
“sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas”... 
“...Ninguém é digno do pódio se não usar seus fracassos 
para conquistá-lo”. 
Augusto Cury, em nunca desista dos seus sonhos. 
O principal erro de quem começa a estudar para concursos públicos, e aqui eu falo 
em geral, para qualquer concurso, é começar sem se organizar, sem delimitar as matérias 
e os temas que serão cobrados no seu concurso. Ter um edital ou uma lista para ir 
marcando o que já foi estudado e o que falta ser estudado é essencial. 
Outro erro muito frequente é o acúmulo de material, diversas obras, cursos, e 
materiais diferentes, mas para o mesmo concurso, o candidato acaba não estudando 
nenhum deles por completo ou de forma efetiva e acaba não assimilando o conteúdo. 
 
 
35 
COMO DEVO ME ORGANIZAR? 
5 passos importantes: 
1. Defina um horário para criar uma rotina diária, e respeite a rotina para que ela se transforme 
em um hábito; 
2. Escolha um ambiente tranquilo, confortável para estudar; 
3. Defina metas diárias e metas semanais. As metas diárias são importantes para criar a rotina 
de estudo, as semanais são importantes para você conseguir avançar no seu esforço e aferir o seu 
desempenho. 
4. Priorize e inicie o estudo pelas disciplinas e métodos que você menos gosta, para não correr o 
risco de você negligenciá-las ao final do dia. 
5. Use editais e provas anteriores para se organizar e estudar. 
Comece lendo o edital do último concurso, mesmo que haja a probabilidade dele 
vir diferente, pegue um edital semelhante e mais recente. 
Por exemplo, pretendo fazer concurso para Delegado de Polícia da Paraíba, se o 
último concurso já é muito antigo, use um edital de concurso de Delegado de algum 
outro estado, mas que seja mais recente e seja um edital comum, parecido com a 
maioria, sem muitas peculiaridades. 
A quantidade de matérias e temas a ser estudado é enorme, não se engane, por 
isso, é necessário organização, você pode usar um edital pronto ou criar um edital 
padrão com as matérias que são cobradas em todos os concursos de delegado, e na 
 
36 
medida em que for estudando, vai riscando o tema estudado deste edital, tentando 
esgotar todos os temas, e, ao final, repetir o processo. 
CURSINHO VALE A PENA? PRESENCIAL OU 
EAD? 
Sim, vale a pena, estudar para concurso é diferente de estudar para ser aprovado 
nos semestres da faculdade, é um estudo objetivo, e as bancas examinadoras costumam 
repetir o padrão que questões cobradas. 
Os cursinhos, os mais sérios, ajudam o aluno a entender qual a matéria importante 
e como ela é cobrada, além de formar uma base de conhecimento. 
Algumas matérias precisam de uma explicação para serem compreendidas, por 
isso, é importante fazer um bom curso, uma vez, no início da preparação, para formar 
uma base sólida e, após a conclusão deste curso, você pode se dedicar exclusivamente 
a leitura de material e exercícios e, claro, é possível fazer alguns cursos isolados de 
matérias que você tem mais dificuldade. 
Quanto a questão de ser presencial ou EAD, vai depender muito da 
disponibilidade do aluno, a vantagem do EAD é que você pode estudar em qualquer 
horário e onde estiver e, geralmente, os melhores professores estão nesses cursos. 
O argumento de que eu sou um candidato não muito disciplinado e não consigo 
me organizar para ver as aulas online, de que preciso de um presencial para ir, deve cair 
por terra. 
Se você pensa assim, você precisa mudar essa mentalidade, precisa parar de criar 
limitações ou enfrentar as limitações que você já criou, porque nessa jornada para ser 
 
37 
aprovado em um concurso de delegado irão surgir muitas dificuldades, maiores que a 
questão de não conseguir estudar online, saia da sua zona de conforto, é fora dela que 
está a sua aprovação. 
TENHO DIFICULDADE PARA ME ORGANIZAR, 
UM COACH OU UMA MENTORIA VALE A 
PENA? 
Talvez, depende muito do profissional e do aluno. 
Acredito que a ajuda de um profissional que tem experiência em determinada área 
na qual você tem dificuldade é bastante útil, o processo de Coaching é uma ferramenta 
muito produtiva, utilizada por pessoas de sucesso em várias áreas da vida, mas foi um 
pouco banalizada no Brasil, por isso, deve-se tomar algumas precauções: 
1. O Profissional, o Coach, já atingiu, na vida dele, o objetivo que se propõe a ajudar o candidato 
a atingir? Ou seja, em termos de concursos públicos, o candidato já foi aprovado em algum 
concurso de mesmo gabarito? 
2. O Profissional está realmente interessado em prestar auxílio ao candidato ou seu objetivo é 
exclusivamente o ganho financeiro? Você consegue perceber isso pelo trabalho desenvolvido e o 
tipo de marketing utilizado pelo profissional, profissionais que se propõem a dar treinamento 
para 200, 300 pessoas, com certeza não poderá se dedicar às peculiaridades de cada aluno, 
pelo menos na preparação para provas de concursos públicos. 
3. O profissional aplica, na vida dele, as ferramentasque se propõe a ensinar? 
 
38 
 Hoje é comum, ver milhares de pessoas se intitulando “Coach” porque fizeram 
um curso de final de semana. 
Vejo muitos discursos de melhora de produtividade e mudança de valores de vida, 
mas, quando você observa a vida pessoal dessas pessoas, elas não conseguem por em 
prática aquilo que propõe como ferramenta de aprimoramento. 
Ou seja, tem gente que fala sobre meditação e é uma pessoa extremamente agitada, 
impaciente, tem gente que fala sobre ser perseverante e resiliente e tem uma 
personalidade piegas, é hipersensível, vive em busca da aprovação e aplausos dos outros. 
É comum ver pessoas, no ramo do Coaching comercial, que se propõe a alavancar 
as vendas de uma empresa mas nunca realizaram um negócio de grande porte na vida, 
nunca fizeram uma venda e pior, tem uma vida financeira completamente 
desestabilizada. Por isso, muito cuidado na escolha. 
1. O aluno, deve estar disposto a aplicar as ferramentas ensinadas. 
O candidato tem que estar disposto e motivado a sair de sua zona de conforto e 
entender que o diferencial está exatamente em fazer as coisas do jeito que você acha 
que não consegue fazer, em fazer de um jeito menos confortável mas mais produtivo. 
Essa resistência do aluno, na maioria das vezes, é o que ocasiona o insucesso de 
muitos programas de mentoria e coaching. 
Em suma, o processo de mentoria e coaching é muito valioso, mas depende muito 
do profissional que irá realizar e da abertura e dedicação de quem será treinado. 
 
39 
COMO ORGANIZAR O MEU DIA DE ESTUDO? 
COMO ESTUDO? 
Bem, levando em consideração que o candidato está iniciando a preparação, parte 
do seu tempo será ocupado por aulas, de um curso que fará a sua base de conhecimento 
para depois você seguir seus passos sozinhos. 
Fora essas aulas do início, existem quatro pilares que você vai utilizar no seu estudo 
diário, são eles: 
1. Leitura da Lei Seca (Letra de Lei) 
Essa é a parte mais “chata”, é a parte mais negligenciada pelos candidatos, 
entretanto, é uma das mais importantes, a maioria das questões cobradas em provas de 
delegado de polícia, na fase objetiva, são literalidade das leis, ler a lei seca, ou letra de 
lei, é essencial. 
Vários métodos são compartilhados de como fazer essa tarefa de forma efetiva, 
grifando, utilizando várias cores, seja para separar os temas, seja para mudar as cores de 
acordo com o quanto já foi assimilado, mas, mesmo grifando o estudo continua sendo 
unifocal, cansativo e pouco produtivo. 
O método que desenvolvi ou encontrei inconscientemente, caso alguém já estude 
da mesma forma, foi o multifocal, onde você vai, além de grifar o seu vade mecum, 
escrever palavras-chaves, pequenas anotações nas entrelinhas da lei, essas palavras-
chaves são as mesmas utilizadas no seu caderno de resumo por tópicos, falaremos dele 
mais à frente. 
 
40 
Desta forma, quando o aluno estiver lendo a lei seca, ao ver a palavra-chave ou a 
pequena anotação, estará também revisando a doutrina ou a jurisprudência ali inserida. 
Mas cuidado, não se deve anotar tudo que foi estudado, nem em cadernos de 
resumo se deve fazer isso, você vai anotar um conceito, uma classificação, um julgado, 
e sempre poucas palavras, que façam referência ao tema, a anotação mesmo estará em 
seu caderno ou em seu livro. 
Por isso é sempre importante estudar a doutrina, a jurisprudência e fazer exercícios 
com o vade mecum ao lado, para ir inserindo nele, pequenas anotações de temas muito 
importantes e que são difíceis de serem lembrados. 
Por exemplo, em uma questão de prova, você não soube responder o que 
significava “tipo manco”, e viu na resposta que era uma nomenclatura dava pela 
doutrina para a tentativa. 
Com isso, você vai abrir seu vade mecum, ir até o artigo 14, inciso II do código 
penal, que fala da tentativa, e escrever nas entrelinhas “tipo manco”, desta forma, 
sempre que você for ler a lei seca, irá recordar dessa nomenclatura. 
Inserir palavras-chaves na lei seca que correspondem a tópicos de resumos que 
estão em seu caderno é a forma mais eficiente de estudar a lei seca. 
Quanto ao tempo de estudo da lei seca, irá depender da realidade de cada pessoa, 
cada um tem sua rotina e deve dividir seu estudo proporcionalmente de acordo com 
ela, mas claro, sempre se esforçando para ampliar a disponibilidade de tempo para o 
estudo, se tem pouco tempo, se esforce para acordar uma ou duas horas mais cedo, 
serão uma ou duas horas a mais de estudo no seu dia. 
 
41 
Muito importante é desenvolver uma rotina que permita você conseguir terminar 
os diplomas legais de forma organizada, artigo por artigo, e assim que terminar, 
recomeçar. 
1. Estudo da Doutrina 
É de suma importância também que o candidato conheça os princípios, os 
conceitos e os institutos jurídicos que regem as disciplinas cobradas em prova, 
entretanto, aqui eu falo com bastante segurança, uma doutrina resumida, seja uma 
sinopse de editora ou um material voltado para concursos públicos de um curso, é 
suficiente para garantir sua aprovação em qualquer concurso de delegado, seja na fase 
objetiva, na fase subjetiva ou na fase oral. 
Entrevistei diversos colegas nas fases dos meus concursos de delegado e, aqueles 
que passaram com menos tempo de estudo, afirmaram que utilizavam doutrinas 
resumidas, apostilas ou sinopses voltadas para concursos públicos. 
Cadernos esquematizados e apostilas são bons? 
Valem a pena? 
Depende do material, hoje em dia, tem muitos materiais compilados de excelente 
qualidade, com doutrina resumida, jurisprudência e até o texto de lei organizados de 
forma objetiva, isso economiza o tempo do candidato e organiza de forma eficiente as 
informações. 
 
42 
Já ouvi professores criticando apostilas e cadernos esquematizados, bem, sem 
desmerecer as grandes obras doutrinárias, para concurso de delegado, para ser 
aprovado, esses materiais, quando de qualidade e atualizados, são mais eficientes. 
As grandes obras você poderá ler depois que for aprovado. Em termos de 
concurso público, sabemos que não passa quem sabe mais, passa quem acerta mais 
questões, quem faz mais ponto, e nesse quesito, uma estratégia objetiva vale mais que 
o conhecimento profundo de temas e teorias. 
Vídeo Aula, é produtivo? 
Como falamos no início, é produtivo se for feito um bom curso uma vez, no início, 
para criar uma base de conhecimentos jurídicos básicos, ou se for feito para suprir uma 
dificuldade em alguma matéria ou tema, após a conclusão de um curso, pare de ver 
vídeo aulas e comece o estudo dos quatro pilares. 
Ainda sobre vídeo aulas, assistir a aulas aceleradas não é eficiente, parece um ganho 
de tempo mas na verdade é um desperdício, alguns temas precisam de um “time” para 
ser entendido, e o professor já utiliza esse “time” em sua didática. 
Você já tentou assistir um filme ou uma série de TV acelerados? 
Não seria legal concorda?! 
Muito menos a aula, seu estudo deve ser a sua prioridade, tenha paciência, é melhor 
ver uma vez no tempo correto e aprender o conteúdo, do que ter que ver várias vezes 
acelerada e não assimilar o conteúdo. Entretanto, uma revisão, de uma aula já vista, 
pode ser feita com o vídeo acelerado. 
 
43 
Vale a pena fazer resumos? 
Sim, vale muito a pena, já ouvi pessoas falando que o tempo que você gasta 
fazendo resumos, se fosse gasto em leitura de outro material seria mais proveitoso. 
Afirmo sem sombra de dúvidas que essas pessoas desconhecem o funcionamento 
básico do cérebro e do aprendizado, 85% do que lemos é esquecido em poucas 
semanas, por isso é tão importante revisar. 
A leitura também não é a única forma, e nem a mais eficiente de armazenar o 
conteúdo estudado, e de armazená-lo de forma organizada, vejamos: 
As pirâmides de aprendizagem, por vezes chamadas de cones de aprendizagem, 
são tentativas de apresentar de maneira esquematizada a capacidade de retenção de um 
conteúdo do cérebro humano,em geral pressupondo que quando algo é estudado de 
forma ativa, seja promovendo um debate, fazendo algo na prática ou ensinando o 
conteúdo estudado, esse conteúdo é retido de maneira mais efetiva. 
Por outro lado, o mesmo conteúdo poderia ser esquecido facilmente caso fosse 
aprendido apenas de forma passiva, por exemplo, por meio da leitura, assistindo à uma 
palestra ou ouvindo uma história. 
Segundo o cientista e psiquiatra americano William Glasser, nós armazenamos o 
conteúdo que estudamos de forma diferente a depender do método utilizado. 
 
44 
 
Ao criar um resumo cópia do que foi lido, para que seja novamente lido 
posteriormente, não está havendo uma revisão do que foi estudado, e sim uma releitura, 
ou seja, estamos explorando apenas 10% da nossa capacidade de armazenamento dos 
10% que foi lido da primeira vez, não é muito eficiente concorda?! 
Resumos devem ser feitos de forma a estimular diferentes níveis de percepção, 
deve ser feito por palavras-chaves, seguidas de uma frase, organizado em tópicos. 
A palavra-chave é o gatilho da memória, que fará recordar a frase anotada que, por 
sua vez, fará recordar o tema e demais considerações acerca dele, essa palavra-chave, 
deve ser a mesma que você anota nas entrelinhas do seu vade mecum. 
 
45 
Outra forma de revisar a matéria e criando caderno de perguntas e respostas, você 
cria uma pergunta objetiva e uma resposta que seja um resumo do tema que foi 
estudado, nada muito prolixo, um resumo com base na sua compreensão, no que você 
entendeu e como você responderia se fosse perguntado. Escrever está na escala de 80% 
de eficiência, comparado a os 10% da leitura passiva. 
Por exemplo: 
Supomos que você acabou de estudar o sistema trifásico de aplicação de pena. 
Crie uma pergunta: 
O que se entende por Sistema Hungria de Dosimetria da Pena? 
Resposta: É o sistema trifásico adotado pelo código penal brasileiro. O Penalista 
Nelson Hungria, leciona que para a aplicação da pena deve ser observado 3 fases: 
Na primeira, o juiz determina a pena base, obedecendo a Teoria das Margens, 
ficando entre o mínimo e o máximo de pena abstratamente cominada ao crime; 
Na segunda fase, o Juiz vai aplicar as circunstâncias atenuantes e agravantes; 
Na terceira fase, o juiz vai aplicar as causas de aumento e de diminuição de pena, 
não ficando vinculado à teoria das margens. 
Perceba que em uma simples pergunta, você conseguiu revisar o que é o Sistema 
Hungria, o que é a Teoria das Margens, em qual fase se aplica às atenuantes e 
agravantes, em qual fase se aplica às causas de aumento e as causas de diminuição, 
que na primeira fase o juiz não pode baixar a pena a quem do mínimo e nem 
aumentar além do máximo, mas ele pode fazer isso na terceira fase... 
 
46 
Veja que várias possíveis perguntas de provas foram resumidas em uma única 
pergunta, possivelmente você se lembrará de todas as considerações se caírem de forma 
isoladas na prova. 
Você vai revisar esse caderno refazendo a pergunta e tentando responder sem ler 
a resposta, se você conseguir, ótimo, passe para a próxima, se errar, anote essa questão 
novamente em outro caderno, sem copiar, explicando com suas palavras após ler, e 
assim você vai substituindo um caderno por outro, quando encerrar o primeiro caderno, 
já vai ter outro com algumas questões que tinha errado do primeiro, e só continuar a 
colocar conteúdo nele e repetir o processo. 
Esse tipo de estudo já vai preparar você para fazer provas dissertativas, é suficiente 
para desenvolver a capacidade do candidato em interpretar questões e dissertar de 
forma multidisciplinar e objetiva na hora de dar as respostas, por isso que é o método 
que eu indico para treinar para provas dissertativas, além de fazer exercícios de provas 
passadas com questões dissertativas. 
1. Estudo da Jurisprudência 
O estudo da jurisprudência é essencial para a sua aprovação. Você deve estudar as 
súmulas vinculantes, demais súmulas do STF e súmulas do STJ, sobre os temas 
cobrados em seu edital, além dos informativos do STF e do STJ, que são um resumo 
dos principais julgados, essencial para a sua aprovação. 
Em provas para delegado de polícia, questões abordando julgados dos tribunais 
são comuns, e a tendência é que sejam cada vez mais cobrados, uma vez que grande 
 
47 
parte dos candidatos dominam a doutrina e o texto de lei, estar atualizado com a 
jurisprudência pode ser o diferencial para a sua aprovação. 
Existe um website, www.dizerodireito.com.br , que traz, de forma organizada, os 
informativos do STF e do STJ em ordem cronológica, tanto em uma versão completa, 
como em uma versão resumida, aqui já deixo o alerta que, para provas de delegado, civil 
ou federal. Também existem apostilas e materiais disponibilizados por cursos que são 
muito bons. 
A versão resumida dos informativos é suficiente para responder às questões de 
prova. O candidato deve desenvolver o hábito de ler diariamente os informativos, seja 
no website ou seja em algum material preparado objetivamente para o seu edital. 
Devo ler os informativos resumidos de que matérias? 
quantas vezes? 
Para provas de delegado, você deve ler os informativos, pelo menos, das matérias 
direito penal, legislação penal extravagante, direito processual penal, direito 
constitucional e direito administrativo. 
Leia sempre dos mais recentes até os últimos dois anos, e releia, quantas vezes for 
possível, faça resumos de tópicos e inclua palavras-chaves para se lembrar dos 
informativos no seu vade mecum, nos artigos relacionados ao julgado. 
Resolução de Questões 
 
 
48 
Fazer exercícios de provas passadas é muito importante, é nesse treino que você 
vai aprender a desenvolver a habilidade de interpretar o que a questão quer do 
candidato. 
A maioria das questões que virão em sua prova já foram objeto de cobrança em 
provas passadas. Cada banca tem o seu banco de questões, de onde são selecionadas as 
questões que vão compor aquela prova, é certo que esse banco é atualizado com novas 
questões mas, várias questões se repetem, se não literalmente, quase que de forma 
idêntica. 
O objetivo aqui é fazer o maior número de questões possíveis até a data de sua 
prova. Há duas formas de exercitar as questões, fazer sobre o tema que acabou de ser 
estudado ou fazer sobre um tema estudado a mais tempo. 
Para os que defendem que fazer questões sobre um assunto que acabou de ser 
estudado não é eficiente porque o seu cérebro não teria tido o tempo de esquecer, a 
matéria estava muito recente por isso você acertaria muitas questões... 
Sinto informar-lhes que a sua perspectiva sobre o funcionamento das memórias 
está equivocada, esses acreditam que escolher temas que foram estudados a mais tempo 
ajudaria a estimular o cérebro a armazenar o que foi estudado na “memória de longo 
prazo”. 
Infelizmente não é assim que funciona, no armazenamento de conteúdo 
proveniente do estudo. 
A “memória de curto prazo” e “memória de longo prazo” são expressões 
figurativas, para tornar mais simples a explicação de que certas informações são 
armazenadas para o uso esporádico, por isso são rapidamente esquecidas, ficariam 
 
49 
armazenadas na memória de curto prazo e outras são armazenadas para o uso contínuo, 
corriqueiro, são de mais fácil acesso, ficariam armazenadas na memória de longo prazo. 
Não funciona bem assim, o cérebro precisa exercitar o máximo de vezes, logo após 
receber a informação, para que ela seja arquivada de forma organizada no córtex 
cerebral, por exemplo: 
Um músico ao aprender um novo exercício ou uma nova música em seu 
instrumento, ensaia por horas e horas, até que a informação seja gravada de uma vez, 
após isso, dificilmente ele precisará recorrer a tablatura para recordar a música, irá 
ensaiar de tempos em tempos para aprimorar a execução. 
Agora, imagine se lhe fosse passado um exercício ou uma nova música que, após 
estudá-la, ele esperassealguns dias para tentar ensaiar, acreditando que estaria 
potencializando o seu cérebro, não iria funcionar, ele iria misturar o exercício ou a 
tablatura com os outros diversos exercícios e tablaturas que iria ver e que também não 
gravou porque estava esperando o decorrer de um período para exercitar. 
Imagine agora um atleta de ponta, que aprende uma nova jogada para ser aplicada 
em uma competição, é comum ver esse atleta treinar essa jogada insistentemente até 
que a sua execução e todos os movimentos estejam perfeitamente memorizados. 
Não é comum no entanto, ver o atleta aprender a jogada e dizer que irá esperar 
uns dias para ensaiar a jogada porque seu cérebro acharia muito fácil ensaiar logo após 
ter aprendido e isso não seria produtivo, triste engano, com certeza esse atleta não 
desenvolveria a jogada com a mesma habilidade do atleta que ensaiou bastante logo 
após aprender. 
Entenda, seu cérebro tem um padrão de funcionamento, a forma mais eficiente de 
aprender algo é treinar insistentemente após estudar, a ponto de conseguir ensinar a 
 
50 
alguém e essa pessoa entende perfeitamente, não dificulte o trabalho do seu cérebro, 
colabore. 
Não se preocupe, você também irá treinar as questões que foram estudadas a mais 
tempo, isso você fará nos seus simulados de final de semana, é nos simulados que você 
vai treinar essa capacidade de fazer questões sobre diversos temas no mesmo dia, e será 
mais fácil porque você já memorizou a matéria pelo método mais produtivo de fazer 
questões após estudar. 
Monte simulados, cronometre o tempo e se comporte como se fosse o dia da 
prova, a administração do tempo de prova é um problema para muitos candidatos, para 
muitos falta tempo para terminar a prova, você só vai melhorar a administração do 
tempo de prova treinando simulados. 
Comece fazendo questões da banca do seu concurso, ao esgotar todas as questões 
disponíveis da banca, vá fazendo questões de bancas semelhantes, o mesmo para o 
cargo, comece fazendo questões de provas para delegado de polícia, após esgotar todas 
e repeti-las algumas vezes. 
Perceba que, você pode fazer questões de cargos semelhantes, entretanto, seja 
objetivo, faça questões de temas comuns, que também são cobrados em provas de 
delegado, por exemplo, Inquérito Policial, Ação Penal, Provas, Prisões, são temas que 
vão estar sempre em provas de Delegados, Promotores de Justiça, Defensores 
Públicos... 
Crie o hábito de anotar as questões que errou, quem usa uma plataforma digital 
que permite criar cadernos de questões, crie um caderno para pôr as questões que for 
errando, e posteriormente refazê-las, essas você deve dar um tempo considerável para 
tentar novamente, uma ou duas semanas é suficiente. 
 
51 
Se você tem um material impresso, jogue a questão que errou no seu caderno de 
revisão por tópicos, crie uma palavra-chave para iniciar o tópico e resuma a resposta da 
questão, servirá para a sua revisão. 
Esses são os 4 pilares básicos da rua rotina de estudos, é uma rotina simples, não 
precisa inventar muita coisa. Revisando. Você deve dividir o seu tempo para: 
 
1. Estudar a Lei Seca; 
2. Estudar a Doutrina resumida; 
3. Estudar os Informativos de Jurisprudência; e Resolver o máximo de questões de provas 
passadas que for possível. 
 
Fazendo isso, a sua aprovação é quase certa. 
Para tornar esse estudo mais eficiente e a sua capacidade de interpretar questões e 
de dar respostas corretas em momentos estressantes, como é o dia da prova, existe um 
estudo para a concentração que pode, e deve, ser feito junto com o estudo para o 
concurso, independentemente do tempo disponível que você tenha para estudar. 
Após o próximo capítulo, que falaremos sobre a etapa da prova oral, veremos 
como desenvolver o estudo da concentração. 
 
 
52 
Capítulo 4 - Prova Oral... E agora? 
 
 
A etapa da prova oral é que causa mais ansiedade nos candidatos. Por mais que se 
diga que é a fase mais tranquila, onde todo o conhecimento do candidato já foi provado 
nas fases anteriores, a ansiedade toma conta desta etapa. 
O SENTIMENTO DE “SOU UMA FRAUDE E 
VÃO DESCOBRIR”. 
Esse sentimento é relatado por candidatos que são aprovados para a fase de prova 
oral pela primeira vez, acreditar que por um golpe de sorte passou na fase objetiva e na 
subjetiva, mas que não está pronto para enfrentar a fase oral é normal, mas ingênuo. 
 
53 
É comum se sentir pressionado por esta fase, aliás, diferente do que ocorre nas 
demais fases, nesta o candidato deverá formular a sua resposta quase que 
instantaneamente, e diante de uma banca bastante intimidadora, onde além da resposta, 
deve-se observar toda uma liturgia. Parece uma tarefa difícil mas tenha calma, com 
bastante treino essas preocupações vão desaparecendo. 
De antemão, digo ao candidato que esta é a fase que ele só deve se preocupar em 
parar para treinar após a aprovação na fase subjetiva, não há porque treinar para prova 
oral existindo ainda a fase objetiva e a subjetiva pela frente, se concentre em cada fase, 
faça uma fase por vez, em termos de prova oral o tempo disponível entre a aprovação 
para a sua etapa e a data do exame é suficiente para o estudo. 
Vou fazer um breve relato sobre a minha experiência na primeira prova oral. 
Quando eu descobri que havia sido aprovado para esta etapa do concurso, fiquei 
bastante nervoso, me senti inseguro, achava que precisaria de, pelo menos, o triplo do 
prazo para revisar as matérias do edital. 
Mesmo já fazendo diariamente um estudo e treinamento que me fazia conseguir 
controlar, até certo ponto, a minha ansiedade, nesse dia não consegui, entrei no google 
e no youtube e comecei a pesquisar tudo sobre provas orais, assistir outros candidatos 
e, cuidado, fiquei ainda mais ansioso com muita coisa que vi, pesquise mas tenha um 
filtro, não acredite em comentários pessimistas. 
Procurei um curso específico para esta etapa, que me deu mais segurança e me 
passou algumas técnicas de estudo, falarei mais tarde sobre a importância de fazer ou 
não um curso específico. 
Treinei assiduamente as técnicas de estudo sugeridas pelo curso e intensifiquei o 
meu estudo de concentração, comecei a pensar nesta fase como realmente ela é, uma 
 
54 
análise do perfil comportamental e profissional do candidato em relação ao cargo que 
pretende assumir, acredite, é mais um teste psicológico do que uma avaliação de 
conhecimentos jurídicos. 
O resultado foi que, mesmo indo para o exame extremamente ansioso e com o 
sentimento de que a qualquer momento a banca iria conseguir me “derrubar”, consegui 
ser aprovado em primeiro lugar do concurso nesta fase, com nota máxima (10,0), em 
todas as matérias, Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Constitucional, e 
Legislação Extravagante. E mais, só depois, eu vi que ainda havia dado uma resposta 
errada ao examinador, e mesmo assim, ele me deu a pontuação máxima na prova, 
mostrando que o conhecimento jurídico que eles querem avaliar já foi provado nas 
demais provas. 
Na fase oral, é a postura, o controle emocional e a articulação de raciocínio do 
candidato que serão realmente avaliadas, é importante se preparar adequadamente e 
treinar as técnicas, ao invés de só revisar o conteúdo jurídico. 
Nesta prova que fiz, o conteúdo jurídico valia 25% da pontuação, a apresentação 
do candidato (como estava vestido, cabelo, barba, postura…) valia 25%, a articulação 
do raciocínio mais 25% e o uso do vernáculo, o português correto, valia os 25% 
restantes, em tese, seria possível ser aprovado mesmo errando todas as respostas 
jurídicas, mas conseguindo as demais pontuações. 
COMO ESTUDO O CONTEÚDO JURÍDICO QUE 
SERÃO COBRADOS? 
Analise com calma o edital e veja se ele delimita o conteúdo, estude apenas o que 
for cobrado para a prova. Acredite, você já sabe 80% das possíveis perguntas que virão 
 
55 
no seu exame, uma possível pergunta, extremamente difícil,

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