pensamento e linguagem Cláudia2

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Fichamento do texto: A defectologia e o estudo do desenvolvimento e da educação da criança anormal
	O presente fichamento traz as principais reflexões acerca da tese de Vigotsky no que se refere ao desenvolvimento humano e tem o intuito de ratificar as informações compreendidas.
Atualmente seria um texto nomeado de “deficiência e educação especial” pois trata da capacidade de plasticidade do desenvolvimento com a interação cultural – social.
* Trata-se para Vigotsky de um caminho tortuoso de rupturas e conflitos, sendo esta a tese central deste autor cognitivo – comportamental.
* Os caminhos dados para o desenvolvimento se dão de forma indireta, possibilitados pela cultura quando o caminho direto está impedido. Assim sendo, partindo da questão de crianças com deficiência estariam sem o caminho direto mas teriam a cultura como meio indireto para se desenvolverem melhor, compensando sua deficiência.
* A ideia seria romper com o antigo estigma psicobiológico como forma única de desenvolvimento, romper com essa ideia de evolução contínua e retilínea e passar a analisar o ser humano dentro do contexto histórico – social.
* Somente pelo fato da função superior se formar fora do desenvolvimento direto (biológico) podemos compreender a pertinência deste conteúdo de Vigotsky porque toda função superior de comportamento e desenvolvimento parte do meio indireto (cultura e sociedade) leia-se essa função superior como capacidades de atenção voluntária, memória, lógica, linguagem abstrata dentre outras.
*As estruturas das formas complexas de comportamento da criança estão nos caminhos indiretos e a dificuldade em percebermos isto se dá porque não percebemos o impacto da cultura em nossas vidas, é algo que ocorre naturalmente a partir do nascimento e varia de acordo com o meio social em que somos inseridos, a cultura local e mais intrinsecamente às nossas famílias e contatos sociais mais próximos.
* O desenvolvimento das formas superiores de comportamento acontece sob pressão da necessidade. Se a dificuldade exigir mudança de comportamento o indivíduo o fará, reduzindo o egocentrismo, ou seja, se voltando para o meio e para a solução de problemas em sociedade, se analisando sob um ponto de vista social e não mais individual.
*Ao entrar em contato com a cultura, a criança não toma apenas para si o leque de informações disponíveis no meio (como se fosse uma esponja) mas também a própria cultura, a própria carga de informação irá transformar essa criança, provocando rupturas e reinventando a mesma pessoa várias vezes em diversas etapas de sua vida.
* Criança anormal é aquela que foge da linha “natural” ou biológica concebida como padrão, ela destoa das demais, podemos ter neste caso como exemplo crianças cegas, surdas, sem algum membro, crianças autistas ou com distúrbios de aprendizagem, qualquer criança que destoe da maioria visto que o próprio DSM entende como normal aquilo que não está compreendido dentro do patológico. Essa criança com alguma deficiência terá através da cultura uma segunda chance de se adaptar a sociedade, se equiparar à linha com toda a independência do aparato psicofisiológico padrão porque descobrirá novas formas de fazer as mesmas coisas a sua maneira.
* A personalidade é entendida sob este ponto de vista como um quadro dos complexos caminhos de desenvolvimento pois é através da ruptura que nos torna adaptáveis às situações que formamos nossa maneira de ser e agir sobre o meio.
* A atenção voluntária está dentro da função superior, como também a memória, a lógica, o pensamento abstrato, dentre outras. Para adaptar a criança tida como “desviante” ou “anormal” ao padrão de comportamento da maioria é necessário que se disponha de ferramentas que possibilitem que o “defeito” seja apenas uma diferença dentro do caminho indireto (dentro da sociedade e cultura) e jamais uma limitação linear e imutável.
“Não é o mais forte, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta as mudanças.”
Charles Darwin
“Nós nos tornamos nós mesmos através dos outros.”
Vigotsky