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Propriedade Intelectual: Evolução e Legislação

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Prévia do material em texto

Legislação e Propriedade Intelectual 
Aula 2 
Professora Lorena Paes de Almeida 
 
 
 
Conversa inicial 
Olá! Seja bem-vindo à segunda aula da disciplina 
“Legislação e Propriedade Intelectual”. Nesse encontro, vamos 
ver os seguintes temas: 
 Evolução histórica e legislativa; 
 Conceito de propriedade intelectual; 
 Espécies de propriedade intelectual e suas 
diferenciações quanto à proteção jurídica; 
 Relevância jurídica e econômica da propriedade 
intelectual; 
 Conclusão. 
Bons estudos! 
Antes de começar, confira no material on-line os 
comentários da professora Lorena. 
 Contextualizando 
O conhecimento se tornou estratégico perante à 
globalização do comércio. Diante disso, alguns conceitos 
foram valorados, entre eles o de “propriedade”. Nós já vimos 
que a propriedade no enfoque legal é o direito real sobre a 
coisa própria e que o direito real, para Clóvis Beviláqua, é: 
o conjunto de normas que regem as 
relações jurídicas concernentes aos bens 
(tudo o que satisfaz uma necessidade 
humana) materiais (móveis ou imóveis) ou 
imateriais (propriedade literária, científica e 
artística — direito autoral; propriedade 
industrial — marcas e patentes) suscetíveis 
de apropriação pelo homem (BEVILÁQUA, 
1942). 
Os chamados bens imateriais, citados por Beviláqua, 
despertam o nosso interesse na disciplina “Legislação e 
Propriedade Intelectual” porque estão vinculados ao 
conhecimento, que historicamente sempre trouxe impactos 
econômicos positivos para a sociedade, incentivando os 
países a investirem cada vez mais em pesquisas, que por 
consequência trazem a questão da propriedade intelectual. 
O Brasil segue o mesmo caminho e investe na busca de 
conhecimentos que levam ao desenvolvimento econômico. 
Essa ação despertou o interesse dos nossos legisladores no 
sentido de oferecer políticas públicas de proteção à 
propriedade intelectual, oferecendo segurança e legitimidade 
às iniciativas de inovação tecnológica. 
Durante essa aula, iremos analisar a evolução histórica 
da propriedade intelectual de forma globalizada, focando 
principalmente na legislação aplicada em cada momento 
dessa evolução. Veremos também como o Direito a classifica, 
o seu conceito, as espécies de propriedade intelectual e a 
relevância jurídica e econômica do tema. Vamos lá! 
Antes de começar, confira no material on-line com os 
comentários iniciais da professora Lorena: 
Tema 1: Evolução histórica e legislativa 
O reconhecimento e a proteção da propriedade 
intelectual remontam ao século V, na Idade Média, quando 
artesãos, ceramistas e talhadores de pedra marcavam suas 
obras buscando o reconhecimento da criação. 
Nessa mesma época, surgiam as associações de 
categorias, as chamadas cooperativas, onde os artesãos 
mesmo que de forma precária tinham respaldo na busca pela 
preservação dos seus direitos. 
Porém não podemos esquecer que, no período feudal, 
esse direito não representava um direito próprio, mas sim 
 
 
privilégio dado pelo suserano, o chamado senhor feudal, 
àquele que introduzisse novas técnicas. 
No Brasil, durante o período colonial, fomos restringidos 
por Portugal quanto ao desenvolvimento de indústrias ou ao 
cultivo de produtos iguais ou similares aos produzidos na 
Europa, objetivando a mera transferência das riquezas das 
colônias para as metrópoles. 
Somente em 1824, quando nasceu nossa primeira 
Constituição, logo após a Proclamação da Independência do 
Brasil em 7 de setembro de 1824, o direito à propriedade 
intelectual foi garantido, conforme o artigo 179, alínea 26: 
Os inventores terão propriedade de suas 
descobertas ou de suas produções. A lei 
lhes assegurará um privilégio exclusivo 
temporário ou lhes remunerará em 
ressarcimento da perda que hajam de 
sofrer pela vulgarização (BRASIL, 1824). 
Em consequência ao previsto na Constituição de 1824, 
nasce a Lei de 28 de agosto de 1830, que veio proteger os 
inventores, conforme seu artigo 1º, no qual consta que “A Lei 
assegura ao descobridor, ou inventor de uma indústria útil a 
propriedade e o uso exclusivo da sua descoberta, ou invenção 
(BRASIL, 1830). 
A lei garantia o uso exclusivo da descoberta por período 
de cinco a vinte anos. Os planos, os modelos e a descrição do 
invento deveriam ser apresentados e arquivados no Arquivo 
Público. Quem aperfeiçoasse as invenções também tinha seus 
direitos garantidos. 
No final do prazo previsto, os documentos do invento 
eram publicados, a menos que o governo adquirisse antes os 
direitos. Após essa data, as patentes não tinham custo e os 
interessados pagavam apenas o selo e o feitio. 
 
Acesse o link a seguir e leia na íntegra a Lei de 28 de 
agosto de 1830, sobre a propriedade intelectual: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM-28-8-
1830.htm 
Curiosidade: a invenção do rádio é a atribuída a 
Gugliermo Marconi, porém um padre brasileiro chamado 
Roberto Landell de Moura fez em 1894 a primeira transmissão 
da voz humana por meio das ondas radiofônicas. Por se tratar 
de um religioso e como nem sempre a religião e a ciência 
caminham juntas, o seu trabalho não teve visibilidade. 
Em 1874, com o famoso caso de falsificação de marcas 
conhecido como “Caso Moreira & Cia. x Meuron & Cia.”, deu-
se início a discussão sobre a regulamentação das marcas no 
Brasil. Neste caso, a Moreira & Cia lançou no mercado o Rapé 
Areia Parda, muito parecido com o Rapé Areia Preta fabricado 
pela Meuron & Cia. 
Rui Barbosa atuou em favor da Meuron & Cia., mesmo 
com todas as condições favoráveis à Meuron, o processo foi 
anulado, pois não havia nenhuma legislação que permitisse 
qualificar o caso como delito. Após esse evento, surgiu a 
primeira legislação que regulou as marcas de fábrica no Brasil: 
o Decreto n. 2.682, de 1875. 
Convenção de Paris 
Em 1883, a Convenção de Paris organizou as normas 
de proteção às marcas, às patentes, aos desenhos industriais 
etc. O Brasil foi o único país da América do Sul signatário do 
documento original da convenção. O conteúdo do Decreto n. 
2.682 de patentes estava alinhado à Convenção de Paris. 
Dessa forma, nossa legislação não precisou ser alterada. 
 
 
 
Trata-se de um documento relativo à propriedade 
intelectual que inicialmente foi firmado por onze países, entre 
eles o Brasil. Hoje há mais de 170 signatários. Esse tratado 
deu origem ao Sistema Internacional da Propriedade 
Industrial. 
Clique no botão a seguir e leia na íntegra a Lei n. 3.129, 
de 14 de outubro de 1982, que regula a concessão de 
patentes: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM3129.htm 
Alguns marcos importantes em relação à propriedade 
intelectual são: 
 Em 1967 nasce Organização Mundial da Propriedade 
Intelectual (OMPI), órgão autônomo dentro do sistema 
das Nações Unidas, o qual englobou as Uniões de 
Paris e de Berna. 
 Em 1996 a Lei n. 9.279 é promulgada no Brasil para 
regular direitos e obrigações relativos à propriedade 
industrial. 
 Em 1998 a Lei n. 9.610 de Direitos Autorais é 
sancionada com o objetivo de proteger as relações 
entre o criador e a utilização de obras literárias, 
artísticas ou científicas, programas, de computador, 
topografia de circuito integrado e domínios na internet. 
 
 
Breve histórico dos marcos legais no Brasil e no mundo: 
 1623 – Inglaterra: Estatuto dos Monopólios. 
 1790 – Estados Unidos: 1ª Lei Americana. 
 1791 – França: Lei de Privilégio de Invenção. 
 1809 – Brasil: Alvará – Ato oficial da corte Portuguesa 
recém-chegada ao Brasil (1808), que visava estimular 
os investimentos industriais em determinadoressetores. 
 1824 – Brasil: Direito de Propriedade concedido aos 
inventores sobre as suas descobertas ou produções 
(artigo 179, alínea 26 da Constituição). 
 1830 – Brasil: Promulgada a 1ª Lei de Concessão dos 
Privilégios Industriais e Direitos Decorrentes (50 anos 
sem ser aplicada em virtude de não haver inventores e 
indústrias compatíveis). 
 1882 – Brasil: Nova Lei de Patentes. 
 1875 – Brasil: 1ª Lei de Marcas. 
 1883 – França: Convenção da União de Paris (CUP), 
que estabeleceu os princípios jurídicos comuns de 
proteção à criação intelectual entre os países. Está em 
vigor no Brasil desde 1975 e já passou por sete 
revisões. 
 1946 – Criação do General Agreement on Tariffs and 
Trade (GATT), em uma conferência do Conselho 
Econômico e Social da ONU. 
 1986 – Uruguai: Reunião do GATT em Punta Del Este 
— Rodada do Uruguai — mais de 100 países reunidos 
visando solucionar problemas de ordem comercial. 
 
 
Desde então, assuntos relativos à propriedade 
intelectual passaram a ser tratados no âmbito do 
GATT. 
 1994 – Criação do Trade Related Aspects of 
Intellectual Property Rights (TRIPS), um acordo sobre 
aspectos dos direitos de propriedade intelectual 
relacionados ao comércio. Novo acordo sobre o tema 
em vigor em todos os países da OMC. A partir de 
então, a propriedade intelectual é encarada como 
mercadoria. 
 1996 – Brasil: Publicação da Lei n. 9.279/96, de 14 de 
maio de l996, que regula direitos e obrigações 
relativos à propriedade industrial. 
 1998 – Brasil: Lei de Direitos Autorais (Lei n. 
9.610/98). 
Para mais informações sobre a evolução história e 
legislativa da propriedade intelectual, confira no material 
on-line a videoaula da professora Lorena: 
Tema 2: Conceito de propriedade intelectual 
A propriedade intelectual é a consequência da 
criatividade e do intelecto humano sendo que: 
 A criatividade consiste em encontrar métodos ou 
objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou 
diferente do habitual, com a intenção de satisfazer um 
propósito; 
 O intelecto supõe a capacidade de desenvolver 
representações mentais da realidade e de relacioná-
las entre si. O conceito pode associar-se à 
inteligência, à reflexão e ao raciocínio. 
No entanto a partir de 1967, com a criação da 
Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), 
tivemos o conceito internacional de propriedade intelectual: 
a soma dos direitos relativos às obras 
literárias, artísticas e científicas, às 
interpretações dos artistas intérpretes e às 
execuções dos artistas executantes, aos 
fonogramas e às emissões de radiodifusão, 
às invenções em todos os domínios da 
atividade humana, às descobertas 
científicas, aos desenhos e modelos 
industriais, às marcas industriais, 
comerciais e de serviço, bem como às 
firmas comerciais e denominações 
comerciais, à proteção contra a 
concorrência desleal e todos os outros 
direitos inerentes à atividade intelectual 
nos domínios industrial, científico, literário 
e artístico (OMPI, 1967). 
 A propriedade intelectual fica então caracterizada como 
um capítulo do Direito Internacionalizado, que inclui a 
propriedade industrial, os direitos autorais e outros direitos 
sobre bens imateriais de vários gêneros, chamados de 
proteção sui generis, regidos pela Lei de Propriedade 
Intelectual n. 9.279/96, que substituiu Lei n. 5.772/71. 
Para que este posicionamento fique mais claro, é 
importante conceituar alguns termos que estamos explorando 
nessa aula. Acompanhe nas próximas páginas: 
 
 
Bens imateriais 
Na Constituição Federal de 1988, nos artigos 215 e 
216, consta que o patrimônio cultural brasileiro é composto por 
bens de natureza material e imaterial. 
Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito 
aos saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas 
cênicas de expressão — plásticas, musicais ou lúdicas — e 
nos lugares, tais como mercados, feiras e santuários. Essa 
definição está de acordo a Convenção da UNESCO para a 
Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, ratificada pelo 
Brasil em 1° de março de 2006, que define como patrimônio 
imaterial: 
as práticas, representações, expressões, 
conhecimentos e técnicas — junto com os 
instrumentos, objetos, artefatos e lugares 
culturais que lhes são associados — que as 
comunidades, os grupos e, em alguns 
casos, os indivíduos reconhecem como 
parte integrante de seu patrimônio cultural 
(UNESCO, 2006). 
Proteção sui generis 
A expressão em latim sui generis é usada no direito 
para designar algum objeto ou situação que seja o(a) único(a) 
de seu tipo. A Proteção Sui generis envolve a topografia de 
circuito integrado, os conhecimentos tradicionais e o acesso 
ao patrimônio genético, sendo cada tipo de proteção 
regulamentada por legislação própria. 
 
 
No quadro ao lado você tem mais informações sobre 
cada um desses itens: 
 
 
Fonte: Jungmann; Bonetti, 2010. 
Leitura complementar: 
 Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996, que regula 
direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9279.htm 
 Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera, 
atualiza e consolida a legislação sobre direitos 
autorais e dá outras providências. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm 
Para mais informações sobre o conceito de propriedade 
intelectual, confira no material on-line a videoaula da 
professora Lorena. 
 
 
Tema 3: Espécies de propriedade intelectual e 
suas diferenciações quanto à proteção jurídica 
Como vimos na abordagem conceitual, a propriedade 
intelectual se divide em três áreas: a propriedade industrial, os 
direitos autorais e a proteção sui generis. 
Nesse tema, faremos uma análise da propriedade 
industrial e dos direitos autorais quanto às suas diferenças e 
quanto à proteção jurídica de ambas, por estarem diretamente 
ligadas ao conteúdo da disciplina “Legislação e Propriedade 
Intelectual”. 
Propriedade industrial 
A propriedade industrial (PI) é o ramo da propriedade 
intelectual que trata da proteção dos direitos dados 
temporariamente aos autores de criações intelectuais de 
natureza inovadora, utilitária, industrial ou comercial, como os 
inventos, os modelos de utilidade, as marcas, os desenhos 
industriais, as novas variedades vegetais e as repressões às 
falsas indicações geográficas e à concorrência desleal. 
A propriedade industrial também possui como foco 
incentivar o desenvolvimento econômico, social e tecnológico 
do país. Os seguintes documentos são exigidos para outorga 
de proteção aos direitos: 
 Patente de invenção; 
 Patente de modelo de utilidade; 
 Registro de desenho industrial; 
 Registro de marca. 
O artigo 5º da Lei n. 9.279 de 1996 determina que 
“consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos 
de propriedade industrial” (BRASIL, 1996). 
Já que a propriedade industrial é considerada um bem 
móvel, sendo tratada como qualquer outro ativo móvel da 
empresa, conclui-se que a propriedade industrial é um bem 
patrimonial, que é todo e qualquer patrimônio que pode ser 
convertido em dinheiro. 
Direitos autorais 
Os direitos autorais é o ramo da propriedade intelectual 
que trata da proteção dos direitos das obras literárias, 
artísticas ou científicas, programas de computador, topografia 
de circuito integrado, domínios na internet e conexos. 
Considerando que todo criador tem direito sobre a sua 
obra intelectual e este direito lhe confere a exclusividade de 
utilizar, fruir e dispor de sua obra, o direito autoral constitui-se 
ao mesmotempo em um direito moral decorrente do objeto da 
criação e um direito patrimonial, pelo fato de sua obra ser 
considerada como um bem móvel. 
O direito autoral é regulado pela Lei n. 9.610/98, de 19 
de fevereiro de 1998. O artigo 8º determina o que não é objeto 
de proteção. Clique no botão a seguir e confira: 
I - as ideias, procedimentos normativos, 
sistemas, métodos, projetos ou conceitos 
matemáticos como tais; 
II - os esquemas, planos ou regras para 
realizar atos mentais, jogos ou negócios; 
III - os formulários em branco para serem 
preenchidos por qualquer tipo de 
informação, científica ou não, e suas 
instruções; 
IV - os textos de tratados ou convenções, 
leis, decretos, regulamentos, decisões 
judiciais e demais atos oficiais; 
V - as informações de uso comum tais 
como calendários, agendas, cadastros ou 
legendas; 
VI - os nomes e títulos isolados; 
VII - o aproveitamento industrial ou 
comercial das ideias contidas nas obras. 
(BRASIL, 1996) 
 
 
Considerando ainda que a proteção aos direitos autorais 
faculta ao autor o registro da sua obra, tal procedimento é 
regulamentado pela Lei n. 5.988, de 14 de dezembro de 1973: 
Dos registros das obras intelectuais 
Art. 17º - Para segurança de seus direitos, 
o autor da obra intelectual poderá registrá-
la, conforme sua natureza, na Biblioteca 
Nacional, na Escola de Música, na Escola de 
Belas Artes da Universidade Federal do Rio 
de Janeiro, no Instituto Nacional do 
Cinema, ou no Conselho Federal de 
Engenharia Arquitetura e Agronomia. 
§ 1º Se a obra for de natureza que 
comporte registro em mais de um desses 
órgãos deverá ser registrada naquele com 
que tiver maior afinidade. 
§ 2º O poder executivo, mediante decreto, 
poderá, a qualquer tempo, reorganizar os 
serviços de registro, conferindo a outros 
Órgãos as atribuições a que se refere este 
artigo. 
 
Veja a seguir um quadro que resume o que foi visto 
nesse tema: 
 Propriedade intelectual Direitos autorais 
Legislação Lei n. 9.279 de 1996 Lei n. 9.610 de 1998 
Lei n. 5.988 de 1973 
Conceito Direitos dados temporariamente 
aos autores de criações 
intelectuais de natureza inovadora, 
utilitária, industrial ou comercial, 
como os inventos, os modelos de 
utilidade, as marcas, os desenhos 
industriais, as novas variedades 
vegetais e as repressões às falsas 
indicações geográficas e à 
concorrência desleal. 
Direitos das obras literárias, 
artísticas ou científicas, 
programas de computador, 
topografia de circuito integrado 
e domínios na internet. 
 
Leitura Complementar: 
Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, que dispõe 
sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e 
tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/lei/l10.973.htm 
Lei n. 5.988, de 14 de dezembro de 1973, que regula os 
direitos autorais e dá outras providências. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5988.htm 
 
Para mais informações sobre as espécies de 
propriedade intelectual e suas diferenciações quanto à 
proteção jurídica, confira no material on-line a videoaula da 
professora Lorena: 
Tema 4: Relevância jurídica e econômica da 
propriedade intelectual 
Para uma nação se desenvolver de forma sustentável 
social e econômica, ela depende da propriedade intelectual 
como um diferencial para competir de forma segura em um 
mercado globalizado. 
Este mercado demanda novos serviços, produtos e 
processos produtivos de forma cada vez mais ágil. Quando um 
país está adequado a atender essa demanda, o processo de 
geração de riquezas e melhoria da qualidade de vida da 
população se torna uma consequência. 
Entendemos que, para uma perfeita adequação a essa 
demanda, o direito à propriedade intelectual se torna 
fundamental. Segundo Aranha (2002) “para os países em 
desenvolvimento, a segurança conferida pela proteção dos 
 
 
direitos de propriedade intelectual é fundamental para atrair 
novos investimentos e garantir empregos”. 
A publicidade da legislação pertinente e a busca 
constante dos legisladores em manter as leis atualizadas, 
acompanhando a constante evolução do tema, são 
fundamentais para que as empresas e os indivíduos possam 
ter a segurança de que as suas criações, invenções, obras 
artísticas ou literárias tenham retorno financeiro quando da 
atividade de comercialização desses ativos. 
Para mais informações sobre a relevância jurídica e 
econômica da propriedade intelectual, confira no material 
on-line a videoaula da professora Lorena: 
Tema 5 - Conclusão 
No início dessa aula, entendemos a relevância do 
estudo dos bens imateriais e vimos que os direitos da 
propriedade intelectual, quando adequadamente utilizados, 
podem contribuir para o desenvolvimento de uma nação, 
sobretudo econômico. Contudo, para isto, foi visto que é 
necessário um código ou estatuto que normatize os institutos 
da propriedade intelectual. 
Referente à legislação brasileira, notou-se que a 
proteção jurídica da propriedade intelectual não é recente, 
uma vez que, desde a Constituição de 1824 esteve previsto na 
parte dos direitos e das garantias fundamentais. A 
Constituição atual, por sua vez, também assegura a proteção 
à propriedade intelectual, vinculando-a ao interesse social e ao 
desenvolvimento tecnológico e econômico do país. 
No primeiro tema dessa aula, sobre a evolução histórica 
e legislativa, foi visto como a propriedade sempre despertou o 
interesse da sociedade e como a legislação acompanhou esse 
interesse, evoluindo até os dias de hoje com a Lei n. 9.279/96, 
sobre a propriedade industrial, e a Lei n. 9.610/98, sobre os 
direitos autorais. 
No segundo tema, vimos a internacionalização do 
conceito de propriedade intelectual a partir da criação da 
Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) em 
1967: 
 a soma dos direitos relativos às obras 
literárias, artísticas e científicas, às 
interpretações dos artistas intérpretes e às 
execuções dos artistas executantes, aos 
fonogramas e às emissões de radiodifusão, 
às invenções em todos os domínios da 
atividade humana, às descobertas 
científicas, aos desenhos e modelos 
industriais, às marcas industriais, 
comerciais e de serviço, bem como às 
firmas comerciais e denominações 
comerciais, à proteção contra a 
concorrência desleal e todos os outros 
direitos inerentes à atividade intelectual 
nos domínios industrial, científico, literário 
e artístico (OMPI, 1967). 
Nesse mesmo tema observou-se ainda a divisão da 
propriedade intelectual: 
 
 
 
No tema sobre as espécies de propriedade intelectual e 
suas diferenciações quanto à proteção jurídica, estudamos as 
diferenças conceituais entre propriedade industrial e os 
direitos autorais e como a legislação se aplica. 
E, por fim, no tema sobre relevância jurídica e 
econômica da propriedade intelectual, analisamos a 
importância de termos uma legislação atualizada para que o 
desenvolvimento econômico do país ocorra de forma segura. 
Assim, estamos preparados para nossa próxima aula que 
tratará de direitos autorais. 
Trocando Ideias 
Ficou com alguma dúvida sobre os temas trabalhados, 
tem algum comentário para fazer ou algum material 
complementar para compartilhar, então entre no fórum! 
Veja também o que seus colegas têm a dizer, esse é o 
momento de trocar informações, não deixe de participar! 
Na Prática 
A partir de todo conhecimento adquirido nos temas 
dessa aula, reflita e responda a seguinte questão: 
Qual a relação da globalização com a propriedade 
intelectual? 
Depois, acesse o material on-line e compare sua 
respostaao comentário da professora Lorena. 
Síntese 
Confira no material on-line o vídeo com os 
comentários finais da professora Lorena. 
 
Referências 
ARANHA, J. G. Propriedade intelectual e o novo governo. Valor 
Econômico, n. 662, dez. 2002. 
BEVILÁQUA, Clovis. Direito da Coisas. Brasília: Senado 
Federal, 1942. 
BRASIL. Constituição Política do Império do Brazil (de 25 de 
março de 1824). Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24
.htm>. Acesso em: 24 jun. 2016. 
BRASIL. Lei de 28 de agosto de 1830. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM-28-8-
1830.htm>. Acesso em: 24 jun. 2016. 
BRASIL. Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9279.htm>. Acesso 
em: 24 jun. 2016. 
BRASIL. Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Disponível 
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm>. 
Acesso em: 24 jun. 2016. 
BRASIL. Lei n. 5.988, de 14 de dezembro de 1973. Disponível 
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5988.htm>. 
Acesso em: 24 jun. 2016. 
UNESCO. Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural 
Imaterial. 2003. Disponível em: 
<http://www.unesco.org/culture/ich/doc/src/00009-PT-Portugal-
PDF.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2016. 
JUNGMANN, Diana de Mello; BONETTI, Esther Aquemi. 
Proteção da criatividade e inovação: entendendo a 
propriedade intelectual: guia para jornalistas. Brasília: IEL, 2010.

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