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ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA I LICENCIATURA EM: Administração Pública 2º Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA Código: ISCED22-ADMCFE010 Total Horas/2o Semestre: 100 Créditos (SNATCA): 5 Número de Temas: 07 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA II Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Direcção Acadêmica Rua Dr. Lacerda de Almeida. No 211, Ponta - Gea Beira - Moçambique Telefone: 23323501 Cel: +258 823055839 Fax: 23323501 E-mail: direcção@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA III Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Pela coordenação Direcção Acadêmica do ISCED Pelo design Direcção de Qualidade e Avaliação do ISCED Financiamento e logística Instituto Africano de Promoção da Educação à Distância (IAPED) Pela revisão final Dr. Mateus Vasco Sengueranhe Elaborado por: Msc. Zacarias Mendes Magibire – Doutorando em Ciências de Educação, com Especialização em Inovação e Curriculo, na Universidade Jean Piaget de Moçambique, Mestre Profissional em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba – São Paulo – Brasil e Licenciado em Ensino de Física pela Universidade Pedagógica – Delegação da Beira. dr. Loide Cuminguena - Licenciado em administração Pública, pela Universidade Eduardo Mondlane dr. Luane Zunguza – Licenciado em Gestão de Recursos Humanos e mestrando em Gestão e administração de Empresas pela Universidade Catolica de Moçambique - Beira dr. Victorino Chavane – Licenciado em administração e Gestão da Educação, pela Universidade Pedagogica – Delegacao da Beira ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA V Índice Visão geral 1 Bem-vindo ao Módulo de Gestão de Recursos Humanos na Função Publica .................. 1 Objectivos do Módulo ....................................................................................................... 1 Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1 Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 Habilidades de estudo....................................................................................................... 3 Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 6 Avaliação ........................................................................................................................... 6 TEMA I: O DESENVOLVIMENTO DA FUNÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 UNIDADE Temática 1.1. Introdução. A GRH: do Modelo Classico ao Modelo Gestionario ........................................................................................................................ 1 Introdução ......................................................................................................................... 1 Sumário ............................................................................................................................. 4 Exercícios da unidade........................................................................................................ 4 UNIDADE Temática 1.2. A Administração Pública no período Colonial e do Pós Independência aos momentos actuais. ............................................................................ 5 Introdução ......................................................................................................................... 5 Sumário ........................................................................................................................... 10 Exercícios da unidade...................................................................................................... 10 UNIDADE Temática 1.3. A Evolução da GRH na Administração Publica Mocambicana, do Estado colonial aos nossos dias. ....................................................... 11 Introdução ....................................................................................................................... 11 Fonte: Adaptado de Rocha (2010, p.) 12 Sumário ........................................................................................................................... 14 Exercícios da unidade...................................................................................................... 14 Exercícios do Tema: ........................................................................................................ 14 TEMA II: A GRH NA FUNÇÃO PÚBLICA E NO SECTOR PRIVADO 15 UNIDADE Temática 2.1. Introdução, O Quadro legal de GRH na FP e no Sector privado: uma análise comparativa .................................................................................. 15 Introdução ............................................................................................................. 15 Sumário ........................................................................................................................... 16 Exercícios da unidade...................................................................................................... 17 UNIDADE Temática 2.2. Os Subsistemas da Administração de Recursos Humanos ......................................................................................................................... 17 Introdução ............................................................................................................. 17 Sumário ........................................................................................................................... 19 ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA VI Exercícios da unidade...................................................................................................... 20 UNIDADE Temática 2.3 . A planificacao estrategica de recursos humanos na Admnistracao Publica vs profissionalizacao da Funcao Publica ..................................... 20 Introdução ............................................................................................................. 20 Sumário ........................................................................................................................... 25 Exercícios da unidade...................................................................................................... 25 Exercícios do tema .......................................................................................................... 26 TEMA – III: ELITE ADMINISTRATIVA E O PENSAMENTO DE WEBER 27 UNIDADE Temática 1.1.Elite Administrativa (Estrutura Orgânica da Administração) ................................................................................................................ 28 Introdução ....................................................................................................................... 28 Sumário ........................................................................................................................... 32 Exercícios de auto-avaliação 1 ........................................................................................ 32 Exercícios de auto-avaliação 2 ........................................................................................ 33 UNIDADE Temática 1.2. Contributo de Weber para Administração .............................. 34 Introdução ....................................................................................................................... 34 Sumário ........................................................................................................................... 47 Exercícios de auto-avaliação 1 ........................................................................................ 47 Exercícios de auto-avaliação 2 ........................................................................................ 48 TEMA - VI: DIFERENTES VISOES SOBRE A COMUNICAçãO NAS ORGANIZAçõES 68 UNIDADE Temática 6.1. Introdução. Formas de Comunicação: Comunicação formal e informal ............................................................................................................ 68 Introdução ............................................................................................................. 68 Sumário ........................................................................................................................... 74 Exercícios de autoavaliação ............................................................................................ 75 UNIDADE Temática 6.2. Eficiencia e eficacia na comunicacao organizacional............... 75 Introdução ............................................................................................................. 75 Sumário ........................................................................................................................... 79 Exercícios de avaliação .................................................................................................... 80 Exercícios do tema .......................................................................................................... 80 TEMA - VII: A GESTAO DE CONFLITOS NAS EMPRESAS PUBLICAS 81 UNIDADE TEMÁTICA 7.1. Introdução. Diferentes visoes sobre o conflito. .................... 81 Introdução ............................................................................................................. 81 Sumário ........................................................................................................................... 86 Exercícios da unidade...................................................................................................... 86 UNIDADE Temática 7.2. O Conflito nas Organizações - Importância da Gestão de conflitos ...................................................................................................................... 86 Introdução ............................................................................................................. 86 Sumário ......................................................................................................................... 103 Exercícios da unidade.................................................................................................... 104 UNIDADE TEMÁTICA 7.3. O Papel dos Gestores na Resolução de Conflitos ................ 104 Introdução ........................................................................................................... 104 ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA VII Sumário ......................................................................................................................... 110 Exercícios da unidade.................................................................................................... 111 Exercícios do tema ........................................................................................................ 112 Exercícios de Revisão do Módulo ................................................................................. 112 Bibliografia .................................................................................................................... 115 ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 1 Visão geral Bem-vindo ao Módulo de Gestão de Recursos Humanos na Função Publica Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de Gestão de Recursos Humanos deverás ter uma perspectiva abrangente e estratégica da Gestão de Recursos Humanos na Administração Pública e das implicações da sua contextualização no nosso país, estimulando o pensamento crítico através da análise de problemas de recursos humanos, utilizando a metodologia de estudo de casos. Objectivos Específicos Conhecer a situação real da Gestão de Recursos Humanos em Moçambique; Conhecer a história da Gestão de Recursos Humanos na Administração Publica; Elaborar um plano estrategico de Recursos Humanos; Estabelecer uma análise comparativa da GRH na Função Pública e no Sector Privado a luz da legislação moçambicana; Caracterizar os diferentes subsistemas da Administração de Recursos Humanos; Interpretar o pensamento de Max Weber sobre as elites administrativas; Discutir as diferentes teorias sobre a modernização na Administração Publica; Analisar as diferentes abordagens sobre o conceito de liderança; Interpretar as diferentes teorias sobre liderança; Discutir os diferentes modelos de gestão; Analisar as diferentes abordagens sobre o conceito de motivação. Interpretar as diferentes teorias sobre a motivação. Analisar as diferentes abordagens sobre a gestão de conflitos nas organizações. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano dos cursos de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos do ISCED e ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 2 Administração Publica. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. Como está estruturado este módulo Este módulo de Gestão de Recursos Humanos, para estudantes do 2º ano dos cursos de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos e da Administração Pública, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas finalizadas por um sumário. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios teóricos, Problemas não resolvidos e actividades práticas, algumas incluindo estudo de casos. Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED pensando em si, num cantinho, mesmo o recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem,apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza nas bibliotecas física e virtual do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 3 Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico- pedagógica. Pode ser que graças as suas observações, o próximo módulo venha a ser melhorado. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste capítulo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 4 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existir. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 5 Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar. Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, fraca visibilidade, página trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, email, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você, caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 6 período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é de muita importância, na medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira, fica-se a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação),contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos testes de avaliação conta e é decisiva para o cálculo da sua média de frequência da disciplina/módulo. Os testes devem ser realizados e submetidos na e através da Plataforma Moodle para a correcção do tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Como é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 7 docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do Regulamento de Avaliação. Os testes de avaliação por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3 (três) testes de avaliação de frequência e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 1 TEMA I: O DESENVOLVIMENTO DA FUNÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA UNIDADE Temática 1.1. Introdução. A GRH: do Modelo Clássico ao Modelo Gestionário. UNIDADE Temática 1.2. A Administração Pública no período Colonial e do pós Independência aos momentos actuais. UNIDADE Temática 1.3. A Evolução da GRH na Administração Pública Moçambicana, do Estado-colonial aos nossos dias. Exercícios UNIDADE Temática 1.1. Introdução. A GRH: do Modelo Classico ao Modelo Gestionario Introdução O movimento de reforma da Administração Pública nos anos 80 e 90 trouxe consideráveis transformações na organização e gestão de recursos humanos. Pretende-se nesta unidade temática que o estudante tenha conhecimento sobre as diferentes fases de evolução da GRH na Administração Pública. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Fazer uma abordagem da GRH, desde o modelo clássico ao modelo gestionário Caracterizar a Administração Pública no período colonial aos momentos actuais; Explicar a evolução da GRH na Administração Pública Mocambiçana, do Estado Colonial aos nossos dias. 1.1. A GRH: do Modelo Clássico ao Modelo Gestionário. Segundo Rocha (2010), o modelo da função pública moderno tem matriz europeia, remonta desde a revolução francesa e estabelece uma separação entre os poderes políticos e a Administração Pública. A esta caberia a aplicação das leis aos actos concrectos, sob forma de actos administrativos. Neste sentido desenvolve-se a teoria dos actos administrativos, nasce o estatuto de funcionários públicos o qual estabelece o conjunto de direitos e deveres dos agentes da Administração Pública. Este estatudo estabele tambem as regras de funcionamento da Administração Pública e, em especial, a separação entre a Administração e a política e ao mesmo tempo tempo, identifica-se o estudo da Administração Pública com ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 2 o estudo do Direito Administrativo (novo ramo de direito). A este respeito, W.Wilson explica que, neste modelo os funcionários são neutros e devem actuar segundo regras de boa gestão, independentemente dos partidos políticos e serem tratados de igual maneira, quer na admissão, quer na promoção. O modelo clássico, contrariamente ao tradicional, estabelece: Designação Caracterização Um sistema de mérito Estabelece três princípios fundamentais: exames competitivos a entrada no serviço público, relativa segurança no emprego e neutralidade política. Uma Estrutura científica e burocrática (Max Weber) Hierarquia – cada funcionário tem competências bem defininidas na estrutura hierárquica e é responsável perante o seu superior hierárquico; Continuidade – o emprego como uma ocupação integral e com um sistema de carreira; Impersonalidade – trabalho efectuado com base em regras, sem arbitrariedade de favorecimento. Decisões tomadas a partir de despacho ou actas sob forma escrita. Expertise – funcionários recrutados de harmonia com o mérito e treinados para as suas funções. Estabele-se de forma precisa os critérios de recrutamento e seleccao e os deveres e obrigações dos funcionários. Princípios científicos de gestão (Frederick Taylor) Princípio de planificação Princípio de preparação Princípio de Controlo Princípio da separação entre concepcao e execução do trabalho. Aspectos positivos emergentes deste modelo Análise científica do trabalho Aavaliação do desempenho Técnicas de selecção Cálculos das remunerações Aspecto negativo prevalente neste modelo Desumanização do trabalho – os funcionários actuando como máquinas. Resumindo, o quadro abaixo, apresenta as principais características do modelo classico. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 3 Principais características do Modelo Clássico Rigidiz na tomada de decisões Existencia de múltiplos níveis hierárquicos Especicializacao municiosa dos funcionários; Procedimentalismo; Caracter estatutário da relação de emptrego Igualidade e mérito no acesso ao emprego Garantia de emprego para toda a vida Centralizacao Fonte: Adaptadado de Rocha (2010, p. 31) Dois factos contribuíram, de forma determinante, para a modificação do modelo clássico da função pública, nomeadamente: O surgimento da Escola das Relações Humanas A construção do Estado de “welfare”, com o aparecimento da burocracia. Surge então a nova concepção gestionária da Função Pública com ênfase no controlo de despesa, descentralização das responsabilidades, definição de objectivos e sistemas de medidas de performance com enfase nos resultados. Sete aspectos caracterizam esta nova concepcao: Caracteristicas da concepção gestionária da Função Pública Profissioinalização da gestão das organizações públicas Explicitação das medidas de performance Avaliação por resultados Desagregação das unidades do Sector Público Competitividade no Sector Público Gestão flexível Rentabilização de custo Fonte: Adaptado de Rocha (2010, p. 30) O modelo gestionário obedece as seguintes fases: Fase Designação Caracterização 1ª Reforma da Administração Financeira Corte de custos Aumento da produtividade Aumento do controlo Introducao da mentalidade do “value for Money” 2ª Estruturas fragmentadas Implicam uma maior flexibilidade da gestão de recursos 3ª Foco na qualidade e no mercado Facilitação da competititividade e escolha dos consumidores. Fonte: Adaptado de Rocha (2010, p. 30) Em termos da GRH, apontam-se as seguintes principais inovações: Flexibilidade da fixação de salários, que deixa de ser fixada a nível central passando a ser feita em cada organização pública; Introducao de um novo sistema de avaliação do desempenho; ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 4 Aumento de contratação a prazo certo, sobretudo nos quadros dirigentes e em áreas onde o financiamento não e previsível. Resumindo, o quadro abaixo, apresenta as principais características do modelo gestionário. Principais características do Modelo Gestionario Estrutura e processos mais flexíveis Extinção de agências centrais de recrutamento e seleccao de pessoal Aumento da responsabilidade dos gestores na gestão dos funcionários Foco na avaliação do desempenho Foco nos resultados Este modelo veio a ser questionado e criticado por ter contribuído para a erosão das condições de trabalho e das oportunidades de desenvolvimento de carreira, baixa qualidade e motivação dos funcionários e aumento da politicacao da Funcao Publica (Kerry Brown, 2004 citado por Rocha, 2010, p. 32). Neste contexto a Gestao de Recursos Humanos continuou, continua e continuara a sofrer modificações no seu significado. Sumário Discutimos a Gestão de recursos humanos na Administração Pública desde o moelo classico ao gestionario. O modelo da função pública moderno tem matriz europeia, remonta desde a revolução francesa e estabelece uma separação entre os poderes políticos e a Administração Pública. A esta caberia a aplicacao das leis aos actos concrectos, sob forma de actos administrativos. Dois factos contribuíram de forma determinante para a modificação do modelo classico da função pública, nomeadamente: O surgimento da Escola das Relacoes Humanas e a construção do Estado de “welfare”, com o aparecimento da burocracia. A concepcao gestionária da Função Pública tem enfase no controlo de despesa, descentralização das responsabilidades, definição de objectivos e sistemas de medidas de performance com enfase nos resultados Exercícios da unidade 1. Em que consiste o sistema de mérito do modelo classico da Funcao Publica? 2. Max Weber define uma estrutura científica e burocrática da Funcao Publica. Explique-a. 3. Indique as principais causas que levaram ao colapso domodelo classico da Funcao Publica ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 5 4. Caracterize o modelo gestionario da Função Pública 5. Indique e explique as três fases do modelo gestionario UNIDADE Temática 1.2. A Administração Pública no período Colonial e do Pós Independência aos momentos actuais. Introdução A Administração Pública em Moçambique conheceu diferentes fases: colonial, pós independência e momentos actuais. Conhecer essas diferentes fases afigura-se importante para uma melhor contextualização da gestão de recursos humanos na Administração Pública. Assim, pretende-se nesta unidade temática que o estudante tenha o domínio sobre a Administração Pública no período colonial, e do pós independência aos momentos actuais. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Caracterizar a Administração Pública no Período colonial Identificar os principais aspectos que caraterizaram a Administração Pública do período pós independência aos momentos actuais. Os modelos de Administração Pública Antes de irmos ao cerne deste tópico, comecemos por discutir, no geral, os modelos da Administração Pública. Para Nyakada (2008), a Administração Pública sofreu, ao longo da evolução das organizações sociais, profundas e importantes mudanças no que concerne aos modelos que estabelece directrizes do seu funcionamento. Tais modelos relacionam-se aos momentos políticos paradigmáticos. Assim a Administração Pública evoluiu segundo os três modelos, a saber: Administração Pública Patrimonial, Administração Pública Burocratia e Administração Pública Gerencial sistematizados na figura: ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 6 Fig. Modelos da Administração Pública Fonte: Bresseira-Pereira (2003) apud Nyakada (2008, p. 15 O quadro que se segue resume as caracteristicas de cada modelo de Administração Pública. Nº de Ordem Modelo Caracteristicas predominantes 01 Patrimonial Falta de distinção entre bens públicos e privados Fragilidade das instituições públicas Baseia-se em relações de lealidade pessoal Dominacao tradicional As regras de administração são estipuladas de acordo com a vontade do soberano (livre arbítrio) Permite práticas como corrupção, clientelismo e nepotismo O serviço público emprega e favorece os aliados do chefe Predisposição subjectiva e difusa da lealidade e obediência ao senhor burocrata. Patrimonial Gerencial Burocratica ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 7 02 Burocratica Hierarquia funcional – exercício de um cargo ou função explicitamente definida Rotina inflexível Morosidade no desempenho do serviço administrativo Baixo desempenho devido a inflexibilidade e lentidão Prioriza a hierarquia, a especialização, a obediência, a regras e procedimentos, a formalização, a impessoalidade, a neutralidade e competência técnica Separacao entre o público e o privado Administracao preocupada com o cumprimento de regras e regulamentos concebidos para a máquina administrativa Hierarquia rígida, autoritarismo, dominação racional – legal Padronizacoa e alta divisão de trabalho Especializacao e meritocracia. 03 Gerencial Menor preocupação com os processos administrativos, as accoes das instituicoes publicas voltadas aos cidadãos Orientação da acção do Estado para o cidadão – usuário ou cidadão – cliente Aplicacações dos procedimentos do sector privado nas instituições públicas Terceirização das actividades auxiliares ou de apoioque passam a ser licitadoscompetitivamente no mercado Tendência de maior transparência, flexibilidade, qualidade dos serviços, eficácia e eficiência Enfase no controlo dos resultadosatraves de contratos de gestão (ao invés de controle de procedimentos) A Administração Pública no Período Colonial Nyakada (2008, p. 47) afirma que embora a presença Portuguesa em Mocambique, constituída inicialmente por estados clánicos e chefaturas, tenha sido iniciada a partir do sec XV, o processo de institucionalização do poder politico-administrativo colonial começou no seculo XIX. Segundo Hedges (1999) citado por Nyakada (2008, p. 47), a implantação do sistema administrativo colonial processou-se em diferentes fases, nas diversas partes do País, o que revela que foi um processo gradual que obedeceu a vários estágios, sistematizados como se segue: ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 8 Periodo Caracterização 1884 – 1885 Conferência de Berlim e ocupação das terras que constituem do Estado Mocambicano por Portugal. 1886 -1918 Processo de implantação colonial em Mocambique, com muita resistência nas diversas partes da unidade territorial, processando-seassim a ocupação militar, administrativa e económica de Mocambique por Portugal. 1891 – 1942 Grande parte do território moçambicano foi arrendado a diversas companhias e sociedades concessionárias não portuguesas, tais como a Companhia do Niassa, Companhia da Zambezia, Companhia de Mocambique. Tais companhias tinham plenos poderes administrativos e militares sobre os seus territórios, incluindo a cobrança de impostos 1930 Aprovacao do Acto Colonial que visiva colocar fim a exploração territorial pela companhia. 1942 – 1962 Antonio Enes divide Mocambique em distritos, circusncricoes e postos, sendo o administrador a unidade básica. Estabelece-se as bases da estrutura administrativa do imperio colonial, passando Mocambique a designação de colonia sendo administrada directamente por Portugal. 1962 – 1974 Sistema estatal fortemente centralizador e autoritário, consubstanciadas por uma dominação politica, exploração económica e controle administrativo. Tratamento desigual aos cidadãos que procurama pelos serviços da Administracao Publica, privilegiando os colonizadores. Predomina a exploração da maioria (o povo) pela minoria (os colonizadores) Forte aproveitamento dos líderes tradicionais para a fortificação e consolidação do poder político e administrativo colonial. Chefes tradicionais (régulos) considerados como agentes do Governo Colonial e com poderes sobre a vida das pessoas. Estabelecimento dos “tribunais privativos dos indígenas”, cujos juízes eram os administradores. O Estado Colonial passa a dirigir toda a política laboral. Mocambique passa de colonia para provincia Ultramarina em 1951, passando Mocambique a ser considerado parte integrante de Portugal. 1974 – Acordo de Lusaka e criação do Governo de Transição. Fonte: Adaptado de Nyakada (2008, p. 47 - 54) A Administração Pública no período pos independência aos mementos actuais (1975 – 2006) Segundo Nyakada (2008, p. 59), no período pos-independência, Mocambique sofreu abruptas transformações de modo a adoptar os ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 9 sistemas político e administrativo do Estado, mecanismos que lhe confiresse uma maior racionalidade, procurando criar um aparato para servir de catalisador do progresso social. As mudanças nesse sentido iniciaram com a tentativa de implantação de um Estado Socialista, prosseguiram com o processo de liberalização política dentro do quadro da democratização que é acompanhada por uma ampla reestruturação do sector público. As principais carcateristicas da Administração Pública durante este período resumem- se no quadro que segue: período, resumem-se como se segue: Periodo Caracterização 1975 – 1977 Independencia Nacional e a construção de um novo Estado virado para as massas, caracterizado por forte centralismo e por uma economia planificada. Escangalhamento das estruturas coloniais e criação de um Estado Socialista. Cria-se o Decrecto 1/75, de 27 de Junfo, que define as funções e tarefas de cada Ministerio na realização do Programa Geral do Conselho de Ministros e delimita competência de cada ministro, Arpva-se a lei 7/78 que regula as funções, tarefas e composição e funcionamento dos governos provinciais. É posta em causa a legitimidade das das autoridades tradicionais, pelo facto desses líderes terem colaborado com a máquina administrativa colonial. Tal estrutura viria a ser substituída por estruturas do Partido Frelimo, nomeadamente Secretarios e Grupos Dinamizadores. Combate enérgico ao tribalismo e regionalismo Surgem diversa unidade polico-administrativas e territoriais que compõem Mocambique, nomedadmente: províncias, distritos, postos administrativos e localidades. Surgem três níveis de organização administrativa: nacional, provincial e local (cidades e distritos) Centralizacao do poder de tomada de decisao nos órgãos centrais, cabendo os órgãos provinciais e distritais apenas a accao implementadora. O funcionamento da Administração Pública assegurado por nacionais sem qualificação técnica e administrativa Prevaleceram algumas marcas de favoritismo, arbitrariedade, patronagem e nepotismo, Realiza-se o III Congresso do Partido Freliomo e dai as profunadas mudanças socio-economicas 1977 – 2006 Introdução de reformas no Sector Publico Aprova-se o Derceto 30/2001, sobre as Normas de Funcionamento da Administração Publica Cria-se a Lei dos Orgaos Locais do Estado, introduzindo assim o princípio de descentralização e desconcentração administrativa do Estado Moçambicano Cria-se as Autarquias Locais ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 10 Fonte: Adaptado de Nyakada (2008, p. 54 - 70) Sumário A Administração Pública sofreu, ao longo da evolução das organizações sociais, profundas e importantes mudanças no que concerne aos modelos que estabelece directrizes do seu funcionamento. Tais modelos relacionam-se aos momentos políticos paradigmáticos. Assim a Administração Pública evoluiu segundo os três modelos, a saber: Administração Pública Patrimonial, Administração Pública Burocratia e Administração Pública Gerencial. Embora a presença Portuguesa em Moçambique, constituída inicialemente por estados clánicos e chefaturas, tenha sido iniciada a partir do sec XV, o processo de institucionalização do poder politico- administrativo colonial começou no seculo XIX. Assim a implantação do sistema administrativo colonial processou-se em diferentes fases, nas diversas partes do Pais, o que revela que foi um processo gradual que obedeceu a vários estágios. Após a Idependencia Nacional, em 1975, Moçambique sofreu abruptas transformações de modo a adoptar os sistemas politico e administrativo do Estado, mecanismos que lhe confiresse uma maior racionalidade, procurando criar um aparato para servir de catalisador do progresso social. As mudanças nesse sentido iniciaram com a tentativa de implantação de um Estado Socialista, prosseguiram com o processo de liberalização política dentro do quadro da democratização que é acompanhada por uma ampla reestruturação do sector público. Exercícios da unidade 1. Indique os modelos da Administracao Publica que concece. 2. Indique, pelo menos três aspectos que caracterizam cada um desses modelos. 3. Aponte as principais da Administracao Publica no período colonial 4. Depois da Indendencia Nacional a legitimidade da autoridade tradicional foi questionada pela Frelimo. Justifique. 5. Indique os princípios da Administracao Publica, de acorod com Decreto 30/2001. 6. Em ate 5 linhas, explique de forma resumida, o conteúdo da Lei sobre os Orgaos Locais do Estado. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 11 UNIDADE Temática 1.3. A Evolução da GRH na Administração Publica Mocambicana, do Estado colonial aos nossos dias. Introdução Paralelamente às diferentes fases de transição da Administração Pública em Mocambique, a GRH na Função Pública conheceu tambem diferentes fases da sua evolução. Nesta unidade temática pretende-se que o estudante tenha o conhecimento sobre as diferentes fases da evolução da GRH na Função Pública desde período colonial aos momentos actuais. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Caracterizar a GRH na Administração Pública no Periodo colonial Caracterizar a GRH na Administração Pública no Periodo Pós independência aos nossos dias. A GRH na Administração Pública no período Colonial Moçambique, como uma colonia portuguesa, discutimos este tópico partindo da evolução da GRH na Administração Pública Portuguesa (Rocha, 2010, p. 35). Segundo autor, podemos resumir o seguinte: Perido Caracterizacao da GRH Séc XV A Administração constituía o Centro de poder político e os funcionários eram funcionários do rei; Não havia divisão entre poder jurídicoe administrativo, nem especialização funcional; Os mesmos funcionários tinham competências políticas, judiciais, administrativas e fiscais; Privilegios assente no colono e nas corporações Maiores privilégios assentes na aristocracia e no clero. Não havia relação entre as qualificações, o emprego e a remuneração. O negro sem nenhuma expessao no funcionalismo publico ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 12 Revolução Liberal (Séc XIX) Estabelece-se critérios, impondo o princípio de mérito e do concurso público e acesso de todos os portugueses a cargos públicos; Estabelece- o princípio de neutralidade administrativa Permanece deficientes os meios de fiscalização e de controlo Para os altos dirigentes, os cargos eram providos por exclusiva confiança política dos titulares de cargos políticos, recaindo-se a escolha sobre os funcionários públicos. O negro sem nenhuma expessão no funcionalismo público Séc XX Enxugamento dos funcionários públicos e seu reordenamento segundo critérios uioformes Salarios pagos através de um sistema de letras Aumento da tecnocracia em substituição do modelo burocratico Emergencia de negros civilizados e com relativa no funcionalismo público. Fonte: Adaptado de Rocha (2010, p.) A GRH na Administração Pública no período de pós idependência aos nossos dias. O período pós independência nacional foi severamente marcado pela fuga desenfreada de colonos que outrora ocupavam funções chaves, tanto na Administracao Publica como no sector empresarial. Assim, impunha-se ao país independente a adopção de estratégias visando a formação de quadros nacionais para que a vida económica, social e cultural continuasse a ser assegurada. Para Samora Machel “O sangue do nosso povo não se derramou somente para libertar a terra da dominação estrangeira mas também para reconquistar a nossa personalidade moçambicana, para fazer ressurgir a nossa cultura e para criar a nova mentalidade, uma nova sociedade” (Samora Machel, apud Muiuane, 2006, p. 3). Entao, o desafio de Samora passa a ser a formação de quadros nacionais dotados de novos valores e adopta a Cultura e a Educação como os problemas fundamentais do povo mocambicano, pois delas dependem em definitivo a criação da nova mentalidade. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 13 O quadro que se segue sistematiza a GRH durante o período em referência: Periodo Caracterização 1975 – 1980 Escangalhamento do aparelho colonial Cargos na Funcao Publica confiados a antigos guerrelheiros da Frelimo e a quadros formados no exterior durante a luta armada de libertação nacional. Reorientação dos graduados das diferentes escolas de formação para ocupação de diferentes vagas na função pública. Rigidez na definição e no cumprimento de normas na Funcao Publica Definição de carreiras e das remunerações por área da funcao Publica. Recrutamento e formação em massa no Pais e no estrangeiro de quadros para os diferentes ramos da sociedade. 1980 – Nossos dias Aprova-se o Estatuto do Funcionario e Agente do Estado; Aprova-se estatutos dos diferentes grupos profissionais (estatuto do professor/ do enfermeiro, etc) Incrementam-se quadros com formação profissional de nível medio; Incrementa-se tambem quadros com formação de nível superior; Introduz-se um sistema de avaliação de desempenho dos funcionários fublicos Adopta-se o SGEDAP (Sistema de Gestao do Desempenho na Administracao Publica) Estabelece-se um novo sistema de carreiras e remunerações na Funcao Publica Cria-se o qualificador de Funções na Administração Pública. Admissão na função pública mediante concurso público e critérios rigorosos de recrutamento e selecção. Fonte: autores ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 14 Sumário A análise da GRH na Função Publica no período colonial pode ser feita segundo três fases marcadamente distintas: Sec XV, Sec XIX e Sec XX. O período pós independencia nacional foi severamente marcado pela fuga desenfreada de colonos que outrora ocupavam funções chaves, tanto na Administração Pública como no sector empresarial. Assim, impunha-se ao país independente a adopção de estratégias visando a formação de quadros nacionais para que a vida económica, social e cultural continuasse a ser assegurada. O desafio de Samora passa a ser a formação de quadros nacionais dotados de novos valores e adopta a Cultura e a Educação como os problemas fundamentais do povo moçambicano, pois delas dependem em definitivo a criação da nova mentalidade. Exercícios da unidade 1. Caracterize a GRH na Funcao Publica, no período colonial, nas seguintes fases: a) Sec XV b) Sec XIX c) Sec XX 2. Aponte as principais caracteristas da GRH depois da independencia, nas seguintes fases: a) 1975 – 1980 b) 1980 – Nossos dias. Exercícios do Tema: 1. Em que consiste o sistema de mérito do modelo classico da Funcao Publica? 2. Max Weber define uma estrutura científica e burocrática da Funcao Publica. Explique-a. 3. Indique as principais causas que levaram ao colapso do modelo classico da Função Pública 4. Caracterize o modelo gestionario da Função Pública 5. Indique e explique as três fases do modelo gestionario 6. Indique os modelos da Administracao Publica que concece. 7. Indique, pelo menos três aspectos que caracterizam cada um desses modelos. 8. Aponte as principais da Administração Pública no período colonial ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 15 9. Depois da Indendencia Nacional a legitimidade da autoridade tradicional foi questionada pela Frelimo. Justifique. 10. Indique os princípios da Administração Pública, de acorod com Decreto 30/2001. 11. Em até 5 linhas, explique de forma resumida, o conteúdo da Lei sobre os Orgaos Locais do Estado 12. Caracterize a GRH na Funcao Publica, no período colonial, nas seguintes fases: d) Sec XV e) Sec XIX f) Sec XX 13. Aponte as principais caracteristas da GRH depois da independência, nas seguintes fases: c) 1975 – 1980 d) 1980 – Nossos dias. TEMA II: A GRH NA FUNÇÃO PÚBLICA E NO SECTOR PRIVADO UNIDADE Temática 2.1. Introdução. O Quadro legal de GRH na FP e no Sector privado: uma análise comparativa. UNIDADE Temática 2.2. Os Susbsistemas da Administração de Recursos Humanos UNIDADE Temática 2.3. A planificação estrategica de recursos humanos na Administração Pública vs profissionalização da Função Pública. UNIDADE Temática 2.1. Introdução, O Quadro legal de GRH na FP e no Sector privado: uma análise comparativa Introdução Os princípios de Gesão de RH na Função Pública diferem dos do sector privado. Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos básicos sobre as principais diferencas e semelhanças de GRH na Funcao Publica e no Sector Ptivado. Objectivos Conhecer o regime legal de gestão de recursos na Função Pública e no sector privado. Identificar as principais diferenças e semelhanças de GRH na FP e no sector privado. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 16 O Quadro legal de GRH na FP e no Sector privado: uma análise comparativa Rocha (2010, p. 31) considera que uma gestão de recursos humanos da Administração Pública, como se fora uma empresa, poderia colidir de forma grave com o Estado do Direito e com a democracia que implica uma administração neutra, imparcial e garante de procedimentos colectivamente estabeleciodos. Assim, segundo Boyne, Jenins e Poole (1999) apu Rocha (2010, p. 32), na área de gestão de recursos humanos, pelo menos no que respeita as práticas no sector publico e privado, permanecem difrenças em muitos importantes aspectos, já que os valores e objectivos da gestão pública são diferentes dos do sector empresarial.Além disso, as organizações do sector público são públicas (dos cidadãos) enquanto as do sector privado são individuais ou propriedade de alguns accionistas, os quais visam lucros. Neste contexto, baseando-se nos estudos de Ingram e Rosmblom, (1989), Rocha indica os principais factores que determinam a gestão de recursos humanos na Administração Pública: Factores determinantes da GRH na AP 1 Maior regidiz dos despedimentos de forma a evitar politização 2 Maior impacto das normas legais 3 Sistema de recrutamento e seleccao mais rígidos de forma a garantir a igualdade e o mérito 4 Dificuldade em medir a perfomane individual em áreas de definição de políticas 5 Permeabilidade de fronteiras organizativas entre diferentes Ministerios Fonte: Rocha (2010, p. 31) Assim, o regime jurídico da gestão de recursos humanos na Administração Pública é definido pelo Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estados enquanto no sector privado pela Lei do Trabalho. É com base nestes instrumentos legais que se processam as praticas e politicas de GRH que fazem parte dos diferentes substitemas de Gestão de Recursos Humanos, que discutimentos na unidade seguinte. Sumário ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 17 A GRH na Administração Pública difere em termos de procedimentos básicos do sector privado. A razão dessa diferença explica-se pelo facto de na Administração o foco ser o publico (os cidadãos) enquanto o sector privado visa o lucro e e propriedade particular. O EGFAE e a Lei de Trabalho constituem os instrumentos que regula a relação jurídica entre o trabalho e a organização pública e privada respectivamente. Exercícios da unidade 1. Identifique as principais diferenças entre a GRH na FP e no sector privado, com base no EGFAE e na Lei do Trabalho. 2. Identifique as semelhanças entre a GRH na FP e no sector privado, com base no EGFAE e na Lei doa Trabalho UNIDADE Temática 2.2. Os Subsistemas da Administração de Recursos Humanos Introdução A Administração de Recursos Humanos constituem um grande sistema que por sua vez está subdivido por subsistemas. Conhecer e compreender a dinâmica envolvida em cada um dos subsistemas permite ao técnico desta área compreender a complexidade do secor de gestão de recursos na função pública. Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos sobre os diferentes subsistemas que compõem a Administração de Recursos Humanos. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Identificar os substistemas de Administração dos Recursos Humanos. Caracterizar cada um desses subsistemas Identificar as principais práticas de gestão envolvidas em cada um desses substemas. Os subsistemas da Administração de Recursos Humanos Segundo Chiavenato (2009) a Administração de Recursos Humanos ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 18 (ARH) é uma área interdisciplinar que envolve conceitos de Psicologia Industrial e Organizacional, Sociologia Organizacional, Engenharia Industrial, Direito do Trabalho, Engenharia de Segurança, Medicina do Trabalho, entre outros. A ARH como um processo provoca impactos nas pessoas e nas organizações. A qualidade da maneira como as pessoas são geridas na organização é um aspecto crucial para a competitividade organizacional. Os processos básicos na gestão de pessoas são cinco, nomeadamente: provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento e monitoria de recursos humanos. Dentro de uma visão sistémica, os cincos processos podem ser abordados como subsistemas de um sistema maior, como ilustra a figura que se segue: Figura 1: Os cinco subsistemas de ARH Fonte: Chiavenato (2009, p. 122) Os cinco subsistemas formam o processo global e dinâmico através do qual as pessoas são captadas e atraídas, aplicadas em suas tarefas, mantidas na organização, desenvolvidas e monitoradas pela organização. O processo global nem sempre apresenta essa sequência, devido à íntima interacção entre os subsistemas e pelo facto de esses cinco subsistemas não estarem relacionados entre si de uma única e especifica maneira. Eles são contingenciais ou situacionais e variam conforme a organização e dependem de factores ambientais, organizacionais, humanos, tecnológicos, entre outros. São extremamente variáveis e, embora interdependentes, o facto de um deles mudar ou desenvolver-se em certa direcção não significa que os outros mudem ou se desenvolvam também na Processo de Monitoria de RH Administração de Recursos Humanos Processo de Desenvolvimen to de RH Processo de Aplicação de RH Processo de Manutença o de RH Processo de Provisão de RH ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 19 mesma direcção e na mesma medida. O quadro que segue sistematiza os objetivos e as principais atividades envolvidas em cada subsistema de ARH. Quadro: As principais actividades por subsistema de ARH Subsistema Objectivo Actividades envolvidas Provisão (suprimento) de RH Quem irá trabalhar na organização Planificação de RH Recrutamento de pessoal Seleção de pessoal Aplicação de RH O que as pessoas farão na organização Integração de pessoas Desenho de cargos Descrição e análise de cargos Avaliação de desempenho Manutenção de RH Como manter as pessoas trabalhando na organização Remuneração e compensação Benefícios sociais Qualidade de vida no trabalho Relações sindicais Desenvolvimento de RH Como preparar e desenvolver as pessoas Treinamento Desenvolvimento de pessoas Desenvolvimento organizacional Monitoria de RH Como saber o que são e o que fazem as pessoas Banco de dados Sistemas de informação Auditoria de RH Fonte: adaptado de Chiavenato (2009, p. 122) Para cada subsistema, cada organização desenvolve a política de RH à sua filosofia e às suas necessidades. Ao rigor, uma política de recursos humanos deve abranger o que a organização pretende. Exemplo: Política de provisão de Recursos Humanos: Onde recrutar (fontes de recrutamento dentro ou fora da organização), em que condições e como recrutar (técnicas de recrutamento escolhidas pela organização) os recursos humanos necessários à organização. Critérios de seleção e padrões de qualidade para admissão, quanto às aptidões físicas e intelectuais, experiências e potencial de desenvolvimento, tendo- se em vista os cargos da organização. Como integrar os novos funcionários ao ambiente interno da organização, com rapidez e eficácia. (Chiavenato, 2009, p. 125 Sumário Nesta unidade discutimos os cinco subsistemas da ARH, nomeadamanete: Provisao, Aplicacao, ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 20 Manutencao, Desenvolvimento e Monitoria de Recursos Humanos. Cacacterizamos ainda cada um desses substemas e as principais actividades neles envolvidos. Exercícios da unidade 1. Quais os subsistemas da ARH 2. Em que consiste a provisão de RH 3. Em que consiste a aplicação de RH 4. Em que consiste a manutenção de RH 5. Em que consiste o desenvolvimento de RH 6. Em que consiste a monitoria de RH 7. Discuta a operacionalização de cada um desses substemas a luz do EGFAE UNIDADE Temática 2.3 . A planificacao estrategica de recursos humanos na Admnistracao Publica vs profissionalizacao da Funcao Publica Introdução As instituições publicas requerem cada vez mais talentos e capacidades dos seus funcionários. Por isso é essencial que os gestores façam uma planificação cuidadosa dos recursos humanos com vista ao suprimento da organizacao de talentos indispensáveis para o seu funcionamento. Esta unidade pretende dotar os estudantes de conhecimentos básicos para planificação de recursos humanos na Administracao Publica. Ao completar esta unidade, você será capaz de: ISCED –MANUAL DE GESTÃODE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 21 Objectivos Definir o conceito de planificação de recursos humanos. Identificar as vantagens de integrar a planificação de recursos humanos à planificação estratégica. Explicar a relação entre a planificação de recursos humanos e a planificação estratégica. Descrever as abordagens básicas da planificação de recursos humanos. Conceito de gestão estratégica de recursos humanos Segundo Albuquerque (2002), o termo estratégia tem sido utilizado com diferentes sentidos, ora traduzindo expectativas e anseios, ora acções prescritas e deliberadas, ora expressando a perplexidade dos actores sociais diante da abrangência e da velocidade das mudanças no ambiente e de seus impactos sobre a gestão das organizações. Dentro desse contexto, torna-se fundamental a discussão dos conceitos de estratégia e de gestão estratégica de pessoas. O autor, sistematizando o pensamento das diferentes escolas e seus mentores, conceitua: Estratégia, como de concepção; Estratégia, como um processo formal e sistemático; Estratégia, como um processo analítico; Estratégia, como um processo visionário; Estratégia, como um processo mental; Estratégia, como um processo emergente Estratégia, como um processo de negociação; Estratégia, como um processo colectivo, Estratégia, como um processo reactivo, Estratégia, como um processo de transformação. Uma estratégia fornece o direccionamento da empresa, resulta de um processo de decisão, busca eficácia a longo prazo, abrange a organização e sua relação com o ambiente e envolve questões de conteúdo e de processo, em diferentes níveis. Neste sentido e dada a dificuldade de obter uma definição de estratégia que englobe todos os diferentes sentidos, determina-se como conceito de estratégia: formulação da missão e dos objetivos da organização, bem como de políticas e planos de acção para alcançá- los, considerando os impactos das forças do ambiente e da competição. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 22 No âmbito dos recursos humanos, as características da administração estratégica de recursos humanos são as seguintes: Reconhece os impactos do ambiente organizacional externo; Reconhece o impacto da competição; Apresenta foco no longo prazo; Enfatiza a escolha e a tomada de decisão; Considera todas as pessoas da empresa e não apenas um grupo; Está integrada com a estratégia corporativa e com as demais estratégias funcionais. O processo de formulação de estratégia Para Albuquerque (2002), a base da formulação estratégica é, usualmente, o processo de planificação estratégica, ou seja, a determinação sistemática de objectivos estratégicos e de estratégias para atingi-los. Os planos estratégicos são geralmente de longo prazo, envolvem decisões de alto impacto organizacional e despendem grande volume de recursos na busca dos macro objetivos da organização. Existem vários modelos utilizados para ilustrar os componentes ou etapas do processo de formulação estratégica. O quadro que se segue apresenta um modelo de sequências de etapas do processo. Bohlander et al (2005) define a planificação de recursos humanos como o processo de antecipar e fazer provisão de pessoas - admissão e demissão, promoções e transferências. A finalidade da planificação de recursos humanos é assegurar o emprego da maneira mais efectiva possível, onde e quando for necessário, para que as metas da empresa sejam alcançadas. Outros objetivos mais específicos da planificação de recursos humanos incluem: A previsão da falta de pessoal; A previsão do excesso da mão-de-obra; A possibilidade de fornecimento de mais empregos; A planificação detalhada de programa de treinamento de funcionários. Com efeito, a planificação de recursos humanos fornece um ponto de partida para todas as actividades que fazem parte da gestão de recursos humanos. A importância de planificação de recursos humanos Os desafios que as organizações, em geral, e a Gestão de Recursos Humanos, em particular, enfrentam resultam da actual situação económica, social e tecnológica, caracterizada pelas crescentes inovações tecnológicas, pela crescente ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 23 preocupação com o cliente, pelas incertezas económicas, pelo aumento da concorrência e liberalização do mercado e pela redução do ciclo de vida dos produtos (LEVIEQUE, 2007). Neste contexto, Bohlander faz o seguinte questionamento: De que modo os gestores lidam com as mudanças que se operam nas organizações? Como os gestores garantem ter as pessoas certas na hora certa fazendo coisas certas para a sua empresa. Respostas para essas e outras questões encontram-se no processo de planificação de recursos humanos. Quer dizer, as mudanças notáveis na composição da força de trabalho exigem que os gestores se tornem mais envolvidos na planificação de recursos humanos visto que elas não afectam apenas o recrutamento, mas também os métodos de selecção, treinamento, remuneração e motivação dos funcionários. Sem uma planificação cuidadosa de recursos humanos, uma empresa pode incorrer em vários custos intangíveis. Exemplos: Uma planificação inadequada de recursos humanos ou a ausência desta pode levar ao não preenchimento de vagas. Neste caso, a falta de eficiência que provê deste facto pode custar caro, sobretudo quando é exigido um certo período para treinar o pessoal substituto; Pode haver situações em que os funcionários, são despedidos num departamento enquanto candidatos são contratados para funções semelhantes em outro departamento, causando assim custos por excesso de contratação. A falta de planificação de recursos humanos dificulta a realização de planos de carreira por parte dos funcionários ou o desenvolvimento pessoal deles. Como consequência, alguns dos funcionários mais competentes e ambiciosos podem buscar emprego em outra empresa quando sentirem que terão melhores oportunidades de carreira. 1. A planificação de recursos humanos vs planificação estratégica Segundo Bohlander (2005), à medida que as empresas planificam seu futuro, os gestores de RH devem preocupar-se em alinhar a planificação de recursos humanos e a planificação estratégica para a empresa como um todo. A planificação de recursos humanos e a planificação estratégica estão ligados de três maneiras básicas, que serão discutidas a seguir: ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 24 Ligação dos processos de planificação – a planificação de recursos humanos relaciona-se à planificação estratégica tanto na linha de acção quanto no suporte a este processo. Na linha de acção, a planificação de recursos humanos fornece um conjunto de insumos ao processo de formulação estratégica em termos do que é possível, ou seja, avalia se dispõe de talentos necessários para ter sucesso desejado. Na linha de apoio, a planificação estratégica e a planificação de RH estão ligadas nas questões de implementação. Quer dizer, definidas as estratégias, os executivos tomam decisões básicas quanto a alocação de recursos, incluindo aquelas relativas à estrutura, aos processos e aos recursos humanos. Mapeamento da arquitetura de capital humano - a ligação entre as estratégias e RH hoje focaliza o desenvolvimento de competências essenciais necessárias para que a empresa alcance a eficácia e eficiência Assegurar a adequação e a flexibilidade – a terceira maneira básica de ligar a planificação de RH e a planificação estratégica consiste em alinhar políticas, programas e práticas em RH com os requisitos de estratégias de uma empresa. Nesse sentido, políticas e práticas de RH precisam atender a dois níveis de estratégia, designadamente adequação interna e adequação externa. Outrossim, a planificação de RHobjectiva assegurar a flexibilidade e a agilidade quando o ambiente muda. O autor aponta três elementos principais da planificação de RH¸ designadamente: a previsão da demanda de funcionários, a execução de uma análise de oferta e o equilíbrio das considerações da oferta e demanda. A atenção cuidadosa a cada um destes factores ajudará a alta administração e os supervisores da empresa a atender aos requisitos de admissão de funcionários. Por fim, vamos analisar as abordagens básicas de planificação de recursos humanos. Segundo Bohlander (2005), há duas abordagens de RH para a previsão de pessoal: quantitativa e qualitativa. Abordagem quantitativa – envolve o uso de fórmulas matemáticas ou estatísticas e é usada por teóricos e planificadores profissionais. Um exemplo deste tipo de abordagem é a análise de tendências que serve para prever a demanda de mão-de-obra com base em um índice organizacional como vendas. Abordagem qualitativa – é menos estatística e tenta reconciliar interesse, capacidades e aspirações de cada funcionário com as necessidades actuais e futuras do ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 25 preenchimento de cargos de uma empresa. Um exemplo deste tipo de abordagem é as previsões gerenciais que são opiniões de supervisores, chefes de departamentos, especialistas ou outros entendidos sobre futuras necessidades da empresa. Finalmente, a planificação dos RH possibilidade uma formação contínua dos seus funcionários e o seu desenvolvimento profissional. Administracao. Uma correcta planificicao de RH constitui uma permissa segura para uma profissionalização sustentável da Administracao Publica Sumário A questão da planificação de recursos humanos é fundamental para a vida das organizações, pois pessoas motivadas e dispostas dão o máximo de si para o sucesso organizacional. Planificação de recursos humanos pode ser definida como o processo de antecipar e fazer provisão de pessoas - admissão e demissão, promoções e transferências. A finalidade da planificação de recursos humanos é assegurar o emprego da maneira mais efetiva possível, onde e quando for necessário, para que as metas da empresa sejam alcançadas. Com efeito, a planificação de recursos humanos fornece um ponto de partida para todas as actividades que fazem parte da gestão de recursos humanos. Sem uma planificação cuidadosa de recursos humanos, uma empresa pode incorrer em vários custos intangíveis. Exercícios da unidade 1. Defina o conceito de planificação de recursos humanos 2. Indique os objetivos específicos da planificação de recursos humanos. 3. Justifique porque uma planificação incorreta de recursos humanos pode incorrer em vários custos para uma empresa? 4. Indique as três maneiras básicas de ligação entre a planificação estratégica e a planificação de recursos humanos. 5. Explique uma dessas maneiras, à sua escolha. 1. Discuta a finalidade da planificação de recursos humanos numa organização. 2. A falta de planificação de recursos humanos dificulta a realização de planos de carreira por parte dos funcionários ou o seu desenvolvimento pessoal. Explique. 3. A planificação de recursos humanos fornece um ponto de partida ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 26 para todas as atividades que fazem parte da gestão de recursos humanos. Fundamente. 4. Explique o mapeamento da arquitetura de capital humano na ligação entre a planificação estratégica e planificação de recursos humanos. 5. Indique os elementos principais de uma efectiva planificação de recursos humanos 6. Explique a necessidade de assegurar a adequação e a flexibilidade na ligação entre a planificação estratégica e planificação de recursos humanos Exercícios do tema 1. Identifique as principais diferencas entre a GRH na FP e no sector privado, com base no EGFAE e na Lei doa Trabalho 2. Identifique as semelhanças entre a GRH na FP e no sector privado, com base no EGFAE e na Lei doa Trabalho 3. Quais os subsistemas da ARH 4. Em que consiste a provisão de RH 5. Em que consiste a aplicação de RH 6. Em que consiste a manutenção de RH 7. Em que consiste o desenvolvimento de RH 8. Em que consiste a monitoria de RH 9. Discuta a operacionalização de cada um desses substemas a luz do EGFAE 10. Defina o conceito de planificação de recursos humanos 11. Indique os objetivos específicos da planificação de recursos humanos. 12. Justifique porque uma planificação incorreta de recursos humanos pode incorrer em vários custos para uma empresa? 13. Indique as três maneiras básicas de ligação entre a planificação estratégica e a planificação de recursos humanos. 14. Explique uma dessas maneiras, à sua escolha. 15. Discuta a finalidade da planificação de recursos humanos numa organização. 16. A falta de planificação de recursos humanos dificulta a realização de planos de carreira por parte dos funcionários ou o seu desenvolvimento pessoal. Explique. 17. A planificação de recursos humanos fornece um ponto de partida para todas as atividades que fazem parte da gestão de recursos humanos. Fundamente. 18. Explique o mapeamento da arquitetura de capital humano na ligação entre a planificação estratégica e planificação de ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 27 recursos humanos. 19. Indique os elementos principais de uma efectiva planificação de recursos humanos 20. Explique a necessidade de assegurar a adequação e a flexibilidade na ligação entre a planificação estratégica e planificação de recursos humanos TEMA – III: ELITE ADMINISTRATIVA E O PENSAMENTO DE WEBER UNIDADE Temática 3.1 – Elite Administrativa (Estrutura Orgânica da Administração); - EXERCÍCIOS UNIDADE Temática 3.2 – Contributo de Weber para Administração - EXERCÍCIOS Introdução O estudo sobre as estruturas administrativa remota desde os pensadores mas antigos entretanto a consolidação dos modelos administração foi em grande medida subsidiado por weber com ao modelo burocrático da administração, onde a suas ideias se visualizam nas organizações actuais. Objectivos Específicos Ao completar este tema, o estudante deverá ser capaz de: Conhecer a estrutura administrativa; Saber o contributo de Max Weber para a Administração; Entender as vantagens e divaguem da abordagem burocrática; Compreender o processo que afigura a estrutura administrativa e o contributo de Max weber para a administração. ISCED –MANUAL DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS NA FUNÇÃO PÚBLICA 28 UNIDADE Temática 1.1. Elite Administrativa (Estrutura Orgânica da Administração) Introdução O estudo de Administração, de forma geral, se afigura na tarefa de todos nós, visto que ela se insere no contexto do nosso quotidiano. Em organizações, ela obedece regras e procedimento específicos de forma a lhe conferir melhor e maior transparência na execução das actividades administrativas todavia, a estrutura administrativa define a criação de forma genérica a função e as competências predefinidos pelos objectivos da organização daí a necessidade de observação de todo um conjunto de elementos que perfazem estrutura a organização. 1.1. Formas da actividade administrativa A Ciência da Administração nos têm mostrado que determinados serviços são de exclusiva competência administrativa e outros, de natureza privada, pese embora ambos prosseguirem o interesse geral. Quer isto dizer que o estudo da actividade administrativa de gestão pública ou privada, consiste numa acção humana tendo em vista prosseguir certos objectivos definidos para o alcance de determinados resultados, implicando por via disso adoptar certos princípios à busca da eficiência. Não obstante esse facto, a administração pública visa prosseguir funções públicas (assuntos da colectividade
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