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�PAGE � �PAGE �2� DISCIPLINA: CONTRATOS PROFESSORA: RENATA ANDRADE TEMA: CONTRATOS EM ESPÉCIE DOAÇÃO 3. DOAÇÃO A – CONCEITO É o contrato unilateral em que uma pessoa (doador) transfere a outra (donatário), por liberalidade (sem nada receber em troca) bens ou vantagens. Neste contrato apenas o doador tem obrigação (que é transferir o bem); o donatário não tem obrigação alguma, apenas o direito correspondente de receber o bem. B- CAPACIDADE/ LEGITIMIDADE DAS PARTES Exige-se capacidade e legitimidade por parte do doador, que não pode alienar bens em determinadas condições (v. lições de compra e venda, quanto a esta matéria). Os incapazes poderão receber doações puras. V. arts. 542, 543, 544 e 550 CC. C- PECULIARIDADES Podem ser objetos de doação: bens móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, inclusive direitos ou prestações periódicas (art. 545 CC), excetuando-se apenas as coisas futuras (embora não exista vedação expressa da lei). A aceitação do donatário pode ser tácita se a doação for pura; e deve ser expressa se a doação for com encargo (doação modal) (art. 539 CC). Se o doador se arrepender da doação dentro do prazo fixado para a aceitação do donatário, este poderá ser ressarcido em perdas e danos, se houver despendido algo em razão da doação (ex.: construção de uma garagem para receber o carro que lhe seria doado). Todavia, se o doador teve justo motivo para o arrependimento (como diminuição significativa de seu patrimônio posterior à doação, será isento do pagamento das perdas e danos). A morte ou a incapacidade do doador, antes de aceita a doação pelo donatário dentro do prazo estipulado para aceitação, extingue a obrigação do doador. Se a escolha pelo donatário foi pessoal, a obrigação persiste apenas em relação a este; por ocasião da morte do donatário, antes da aceitação, desobriga-se o doador de transferir o bem doado. Em alguns casos, a lei dispensa aceitação – art. 546 CC (doação feita pelos noivos um ao outro, por terceiros a qualquer deles ou em relação aos futuros filhos do casal). D- FORMA - ESCRITURA PÚBLICA: bens imóveis, doações realizadas por associações filantrópicas - INSTRUMENTO PARTICULAR - VERBAL: bens móveis de pequeno valor (art. 541 CC) E- ESPÉCIES - PURA: liberalidade sem qualquer obrigação ou condição. - CONDICIONAL: condiciona seus efeitos a evento futuro e incerto (condicional suspensiva) ou condiciona sua cessação a evento futuro e incerto (condicional resolutiva). - MODAL OU COM ENCARGO: também chamada doação onerosa, o doador exige uma obrigação do donatário, como p.ex., a entrega de alguma coisa ou a realização de determinada conduta, em benefício do próprio doador, de terceiro ou da coletividade. - MERECIMENTO DE ALGUÉM: premiação ao donatário. - DOAÇÕES MÚTUAS: recíprocas (noivos entre si no pacto antenupcial). - MISTA: quando ocorre a redução do valor do objeto em contrato oneroso, mais se assemelhando à doação. - INDIRETAS E DISSIMULADAS: só valem quando não implicam fraude. - CONJUNTIVA: em comum a mais de uma pessoa (art. 551 CC). - SUBVENÇÃO PERIÓDICA: doações periódicas (semanal, quinzenal, mensal, trimestral, anual, etc.), que não pode ultrapassar a figura do donatário, mas pode continuar apesar da morte do doador, se assim estiver disposto no seu testamento e houver renda suficiente para tal. - REMUNERATÓRIA: doação com fim de remunerar serviço prestado por alguém que já foi remunerado ou cuja doação excede o valor da remuneração do serviço prestado. Ex.: 10% de gorjeta em bares e restaurantes, cujo valor não faz parte da remuneração devida pelo cliente; aquele que mesmo assim dá faz uma doação remuneratória, cujo objetivo é remunerar o garçom pelo serviço prestado, embora o mesmo já seja remunerado pelo salário pago pelo seu empregador. Não se confunde com a doação onerosa. F- EFEITOS Os efeitos do contrato de doação são meramente obrigacionais. Em regra, a doação é irrevogável; os casos de revogação são expressos no CC, art. 564 (ingratidão apenas nas doações puras) e só pode ser proposta pelo doador exclusivamente (art. 560 CC), exceto na hipótese de homicídio do doador pelo donatário e desde que aquele não tenha perdoado este antes de morrer (art. 561 CC). Hipóteses de REVOGAÇÃO POR INGRATIDÃO – art. 557 CC: rol taxativo O doador não paga juros de mora nem se sujeita aos riscos da evicção como também não se responsabiliza por vícios redibitórios (vícios ocultos) (art. 552 CC). Porém, há exceções: se a doação for onerosa, cabe vícios ocultos; se a doação for para casamento com certa e determinada pessoa cabe evicção. G- CLÁUSULAS ESPECIAIS - reserva de usufruto – total ou parcial; vitalícia ou temporária - cláusula de reversão: se o donatário morrer antes do doador, o bem retorna a este H- EXTINÇÃO - invalidade: incapacidade absoluta do doador; objeto impossível ou ilícito; forma não observada; bens doados totalmente ou suficientes para prejudicar a sobrevivência do doador; bens doados ao cúmplice do adultério - revogação – art. 557 CC (ingratidão) - resolução – nos casos de doação onerosa: inexecução do encargo, constituindo-se o donatário em mora (arts. 555/562 CC)
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