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AULAS DE PROC TRAB 2 GQ PARTE 1 - nadja

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DIREITO PROCESSUAL TRABALHISTA
2º QG
FASE DE JULGAMENTO
1. Princípio da identidade física do juiz: O juiz que colhe as provas fica vinculado ao processo e terá, necessariamente, que julgar a ação. 
A CLT não fala sobre isso, pois ela não prevê a quebra ou “divisão” da audiência. Contudo, esse princípio não se aplica ao processo trabalhista, haja vista que ele fere o princípio da celeridade. Como no caso de uma juíza entrar de licença-maternidade na época que deveria prolatar a sentença. Seria prejudicial ao reclamante (trabalhador), esperar o término da licença-maternidade para obter a decisão judicial. 
2. Sentença
2.1. Definição: A sentença é uma decisão que põe fim a fase de conhecimento do processo, julgando ou não o mérito.
Antigamente a execução era uma ação autônoma, hoje, a execução é uma continuação dos autos. Portanto, a premissa "a sentença põe fim ao processo é errada". A fase de conhecimento é aquela em que as partes apresentam os fatos ao juízo competente para julgar a ação. A fase de conhecimento pode se estender a fase recursal, pois há possibilidade de levar argumentos novos. O tribunal julga por acórdão, prolatado por um colegiado. 
2.2. Natureza jurídica da sentença: É de aplicação da lei ao caso concreto. É uma declaração da vontade da lei na solução do litígio. 
O juiz não pode colocar a vontade dele, embora a gente saiba que a vontade do julgador irá influenciar na decisão. O juiz é um interprete da lei, logo ele deve extrair a base da sentença da lei.
3. Julgamento intra “petita” e ultra/extra petita.
O julgador não pode deixar de apreciar o litígio, mesmo que a matéria ainda não esteja regulamentada. O julgador não pode dizer que não vai julgar a matéria por não existir lei.
Intra petita: Quando o juiz deixar de julgar algum dos pedidos, cabe embargos de declaração.
Ultra/extra petita: O juiz pode ir além do pedido, contanto que seja consequência dele e que esteja dentro do que é permitido pela lei.
No processo trabalhista, excepcionalmente, se admite o julgamento ultra e extra petita, dentro das limitações legais. Não podendo o juiz inovar o pedido. Ele pode ir além do que foi pedido, julgando ultra petita por uma consequência do que foi pedido. 
Extra petita é quando é um pedido novo, quando não está no pedido e o juiz amplia o julgamento.
Exemplo: gestante demitida, fere a estabilidade garantida pela constituição, mas a empresa diz que foi por justa causa. Colhem-se as provas e o juiz diz que não houve justa causa. A parte só pede o emprego de volta. O juiz, além disso, manda a empresa pagar todos os direitos trabalhistas dela até o fim da estabilidade.
4. Espécies de Sentença
Quanto ao julgamento do mérito:
I. Definitivas: Quando ela põe fim a fase de conhecimento do processo julgando o mérito. Extinguem o processo julgando o mérito.
II. Terminativas: Quando ela põe fim à fase de conhecimento do processo sem julgamento de mérito. Extinguem o processo sem julgar o mérito. Reconhece um vício processual.
Quanto a condenação em pecúnia:
I. Líquidas: São aquelas que têm no seu corpo o valor da condenação, calculado item por item. Estabelece o montante (financeiro) da condenação.
II. Ilíquidas: São aquelas que não têm o valor da condenação, pede férias e horas extras, mas não calcula. Determinam apenas os títulos da condenação, sem calculá-los. Representa a maioria das sentenças.
OBS: A sentença no sumaríssimo pode ser ilíquida.
Quanto aos efeitos da sentença:
I. Declaratórias ou meramente declaratórias: Apenas declaram o direito. Limita-se a declarar a existência de um direito, de um fato, da autenticidade ou não de um documento, ou da existência ou não de uma relação jurídica. 
Ex: União estável. Essa sentença é desprovida de sanção e não comporta execução. Produz efeitos EX TUNC, ou seja, declara a existência do fato ou da relação jurídica desde o seu nascimento. São exemplos na esfera trabalhista: Declaração de vínculo de emprego, declaração da validade ou não de um documento, quando a Vara do trabalho declara que não houve o vínculo de emprego, tal decisão é declaratória negativa sobre a não existência do trabalho prestado sob os requisitos dos arts. 2º e 3º da CLT e, portanto, a decisão é de improcedência. 
II. Constitutivas: Constitui alguém em algum direito, além de declarar a existência dos fatos ou do direito, cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. 
Exemplos: Sentença proferida no inquérito judicial para a apuração de falta grave em que o Tribunal, ao acolher o pedido, extingue o contrato de trabalho do trabalhador estável.
III. Condenatórias: A sentença condenatória, além de declarar o direito existente, impõe uma obrigação ao réu de pagar, dar, fazer ou não fazer alguma coisa. 
Por exemplo: A sentença que condena o reclamado a pagar ao reclamante horas extras e reflexos, aviso prévio, reparação por danos morais, etc. 
OBS: Na maioria das vezes a sentença produz esses três efeitos. 
5. Estrutura da Sentença
A sentença adota a forma de ata de audiência e deve ser composta por três partes: 
I. Relatório: É uma pequena síntese do processo, em que são mencionados o resumo do pedido e da contestação, bem como as principais passagens do processo. Geralmente a sentença inicia com essa frase: “Visto etc” e essa parte do relatório termina com: “é o relatório”. 
O art. 832 da CLT exige que o relatório contenha o nome das partes e o resumo do pedido e da defesa.
OBS: No procedimento sumaríssimo o relatório foi extinto.
II. Fundamento: Parte da sentença em que o juiz vai explicar as razões de seu convencimento. É imprescindível para que exista o Direito da Ampla Defesa, visto que as partes devem analisar as motivações do julgamento para poder recorrer. 
A fundamentação é a parte mais detalhada da sentença. É neste momento que o Juiz do trabalho apreciará os argumentos que embasam a causa de pedir, as razões pelas quais o reclamado resiste a pretensão do autor, valorará as provas existentes nos autos e fará a subsunção dos fatos provados ao Direito.
III. Dispositivo ou Conclusão: Decisão em stricto sensu. É a parte em que o juiz deve dizer se julga procedente, improcedente ou parcialmente procedente os pedidos do reclamante. 
Além disso, o dispositivo da sentença deve conter: 
Itens de condenação, a obrigação (de fazer, não fazer, de dar ou de pagar) e o prazo para cumpri-la. 
Ônus sucumbenciais: honorários; custas processuais; taxas e emolumentos. 
O juiz pode de ofício dispensar o reclamante do pagamento das custas, ainda que o reclamante não tenha pedido tal benefício.
Havendo sucumbência recíproca, quem paga é o reclamado.
Responsabilidades previdenciárias, especificando quais parcelas serão objeto de incidências das parcelas devidas ao INSS, conforme o §3º do art. 832 da CLT.
6. Publicação da sentença.
A sentença trabalhista torna-se pública em audiência. 
Prazo para a juntada: As atas da audiência serão juntadas aos autos no prazo de 48 horas. Se ela for disponibilizada, o prazo recursal conta quando a sentença se tornou pública e não quando foi juntada aos autos. O prazo para recorrer é de 8 dias, contados do dia em que a sentença se tornou pública.
Se a sentença não for juntada aos autos no prazo de 48 horas, o prazo recursal não correrá e só irá começar a contar quando houver outra forma de intimação das partes, que pode ser por publicação no Diário Oficial ou via postal com AR.
Intimação do revel: O revel (réu que não se defende) pode entrar no processo a qualquer tempo. Deve ser intimado, porque pode recorrer. 
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA E COISA JULGADA
1. Publicação em audiência e prazo de juntada.
Após a sentença ser prolatada em audiência, a CLT dispõe que a sentença deve ser juntada aos autos dentro do prazo de 48 horas. Se não for juntada nesse prazo, as partes deverão ser intimadas da sentença de outra forma, por via postal com AR ou mediante publicação no Diário Oficial.
2. Prazo recursal – Súmula 197 TST.
O prazo para recorrer a sentença é de 8 dias, contados a partir do 1º dia útil seguinte da datade intimação. 
O prazo recursal conta do dia em que a sentença se tornou pública (audiência) e não no dia que a sentença foi juntada aos autos.
O prazo é ininterrupto, não se suspende, conta-se independente de feriado e fim de semana. Apenas se o último dia do prazo recair no dia em que não tenha expediente forense que se estende ao dia útil seguinte, isto é, se o termo final (último dia do prazo) cair em feriado ou fim de semana, o prazo prorroga-se para o dia útil seguinte. 
Só irá contar o prazo a partir da data da audiência, se a sentença for juntada no prazo de 48 horas. Se não for juntada neste prazo, contará do dia seguinte do dia em que recebe a intimação por outro meio (via postal com AR ou publicação no Diário Oficial).
Súmula 197 do TST: O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença, conta-se de sua publicação.
3. Correção de Ofício – art. 833 CLT
Quando a sentença é prolatada, só deverá ser corrigida por recurso no Tribunal Superior.
A correção de ofício pode ser feita, desde que seja para correção de erros materiais, como erro de digitação.
4. Coisa Julgada: Quando a sentença transitou em julgado, não cabe mais recurso, faz coisa julgada.
4.1. Coisa julgada formal: É o efeito processual da sentença. Toda sentença faz coisa julgada formal quando dela não cabe mais recurso. Nem sempre a sentença faz transito em julgado da matéria objeto da lide, como quando a sentença é terminativa, fazendo coisa julgada formal e não fazendo coisa julgada material.
4.2. Coisa julgada material: Diz respeito a matéria objeto da ação. Quando a sentença julga o mérito, faz coisa julgada material. Deixa a sentença imutável. A mesma matéria não pode ser objeto da lide, em nome do princípio da segurança jurídica. 
4.3. Efeitos:
Subjetivos: Os efeitos da coisa julgada abrangem apenas as partes do processo. Atingem os substituídos processualmente. São restritos às partes.
Objetivos: Somente vai ser cumprido o que a coisa julgada determinar, é restrito a o que o juiz determinar, não pode ir além. São restritos ao que foi decidido.
4.4. Relativização e interpretação da Coisa Julgada – Súmula 322 TST.
Muitos acreditam que a relativização da coisa julgada é uma ameaça a ela. 
A coisa julgada também pode ser interpretada pelo princípio da razoabilidade.
Durante muito tempo a decisão judicial transitada em julgado, que gera coisa julgada, não comportava interpretação, tinha que ser cumprida exatamente nos termos da letra da decisão. Modernamente, começou a defender a Teoria da Relativização da Coisa Julgada, devendo ela ser respeitada, mas comportando interpretação, uma relativização. Gerou bastante crítica, porque passou a se pensar que ia ser desrespeitada a coisa julgada, pelo seu “afrouxamento”, contudo, hoje em dia, é admitida a interpretação.
Súmula 322 do TST: Os reajustes salariais decorrentes dos chamados "gatilhos" e URPs, previstos legalmente como antecipação, são devidos tão-somente até a data-base de cada categoria.
5. Ação Rescisória – art. 836 CLT e art. 966 e seguintes do CPC.
A decisão transitada em julgado pode ser rescindida através de uma ação própria, ou seja, outro processo, chamada de Ação Rescisória, que é cabível no processo trabalhista nas mesmas hipóteses que é cabível no processo civil.
As decisões definitivas (que fazem coisa julgada) não podem ser reapreciadas pelo Poder Judiciário, salvo nas hipóteses de cabimento da Ação Rescisória.
Ação Rescisória é cabível quando há um erro crucial no processo, um vício processual insanável. Não é o mero descontentamento com a decisão.
São as hipóteses taxativamente ditadas no CPC, isto é, a Ação Rescisória apenas é cabível nas hipóteses elencadas no CPC.
A CLT determina que o autor da Ação Rescisória, ao interpô-la, deposite 20% sobre o valor da causa da própria ação. É de competência originária do TRT e não suspende a execução da decisão rescindida.
É uma ação autônoma, prazo de até 2 anos depois do transito em julgado da reclamação.
Ex: Acordo feito mediante coação. Acordo tem força de coisa julgada.
6. Procedimento Sumaríssimo – art. 853, I CLT
No procedimento sumaríssimo não precisa que a sentença tenha relatório, o relatório é dispensado, apenas a fundamentação é que é necessária. A parte dispositiva da sentença é a decisão propriamente dita. 
FASE RECURSAL
RECURSOS TRABALHISTAS – arts. 893 e seguintes da CLT.
1. Duplo grau de jurisdição: O duplo grau de jurisdição admitido pelo direito processual brasileiro é a oportunidade que se dá a parte inconformada de devolver a matéria já julgada para um novo julgamento em um órgão colegiado e hierarquicamente superior, mais experiente.
O recurso é cabível porque o ordenamento jurídico brasileiro admite duplo grau de jurisdição. 
O primeiro grau de jurisdição é o Juízo a quo - Quem julga pela primeira vez. O segundo grau de jurisdição, por sua vez, é o Juízo ad quem - quem irá rever a decisão exarada. 
Alguns acreditam que o duplo grau só é benéfico para o réu que quer procrastinar a ação.  Outros dizem que o juiz de 1ª instancia é um ser falível, que pode cometer erros. Portanto, há oportunidade de haver um julgamento por um colegiado.
2. Recurso
2.1. Definição: O recurso é o instrumento processual através do qual a parte sucumbente, total ou parcialmente, inconformada com a decisão, devolve a matéria que foi julgada para que ela seja apreciada por um órgão hierarquicamente superior ao que prolatou a sentença em 1ª instância. Não se pode inovar na fase recursal.
Quem tem legitimidade é a parte sucumbente, o MP ou terceiro que sofreu um prejuízo com a decisão. O MP tem legitimidade para recorrer quando a decisão atinge direitos difusos e coletivos.
2.2. Natureza jurídica: É um direito processual público subjetivo.
É subjetivo, haja vista que a parte sucumbente só interpõe o recurso se assim desejar, é uma faculdade.
3. Reexame necessário – Recurso “ex officio” – Súmula 303 TST: Quando a Fazenda Pública for sucumbente, é obrigatório o recurso e necessariamente a matéria será submetida ao órgão superior.
A lei estabelece que se a Fazenda Pública (órgão público) for sucumbente, a sentença NÃO transita em julgada. Nesses casos, há um reexame necessário (recuso de ofício). Mesmo que o procurador não faça o recurso no prazo hábil, o processo é remetido ao tribunal.
Súmula 303 do TST: Não será sujeito ao recurso “ex officio” (reexame necessário) quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta) salários mínimos.
Em casos que a condenação não ultrapassar o valor de 60 salários mínimos cabe, no entanto, recurso voluntário dentro do prazo recursal.
4. Processos de alçada – art. 2º, parágrafo 4º da Lei 5584 de 1970 – Súmula 356 do TST
Nos processos de rito sumário (processos de alçada), de até 2 salários mínimos, a sentença é irrecorrível. 
Nestes casos, só cabe recurso extraordinário, de natureza constitucional, ao STF. Não cabe recurso da Justiça do Trabalho.
5. Princípios
5.1. Princípio da Unicidade: Embora tenha vários recursos para interpor no processo, os recursos devem ser interposto uma um, individualmente e somente interpor outro quando aquele for julgado.
Alguns consideram que esse princípio foi abalado com a Constituição Federal de 88, quando esta admite a possibilidade de interpor recurso extraordinário (STF) e recurso especial (STJ), com prazo comum de 15 dias para serem interpostos. Alguns processualistas, no entanto, afirmam que não fere o princípio, pois processam individualmente o recurso especial e depois o recurso extraordinário, julgando um a um.
No processo trabalhista, por sua vez, não cabe recurso especial.
5.2. Princípio da Fungibilidade: Coisa fungível é coisa substituível, como dinheiro. Essa princípio diz respeito a possibilidade do juiz receber recurso equivocado (que não seja cabível) como cabível, desde que sejam atingidos os requisitos (pressupostos legais de admissibilidade) necessários do recurso cabível e não haja erro grosseiro.Exemplo: No processo trabalhista para reformar a sentença cabe o RO. Pelo princípio da fungibilidade, uma apelação pode ser recebida como um RO, desde que sejam respeitados os requisitos necessários, atendendo aos pressupostos, como ter sido interposto no prazo de 8 dias, desde que não haja erro grosseiro ou má-fé. Se o advogado tenta reformar uma sentença trabalhista com um recurso de Agravo de Instrumento estaria configurado um erro grosseiro, não devendo ocorrer o princípio da fungibilidade.
5.3. Princípio da Proibição da Reforma “IN PEJUS”: Não pode o juízo recursal agravar o prejuízo ou sucumbência da parte que o interpôs. Esse princípio dá segurança que não irá prejudicar se interpor recurso, podendo apenas manter ou diminuir o prejuízo.
Não pode a decisão recorrida ser reformada para agravar a situação do recorrente.
6. Peculiaridades: 
6.1. Efeito apenas devolutivo: O recurso trabalhista tem o efeito de devolver a metéria para ser julgada em órgão hierarquicamente superior, mas não tem efeito suspensivo, isto é, não suspende a execução do julgado, enquanto o recurso está sendo analisado, a parte interessada pode requerer na vara a execução provisória da sentença que ainda não transitou em julgado. 
A execução provisória não implica em transferência de domínio. Não implica em transferência de domínio, o bem da empresa é penhorado, mas não é transferido. O dinheiro pode, por exemplo, ser depositado na conta, mas não poderá ser sacado enquanto não transitar em julgado.
Excepcionalmente, no dissídio coletivo, pode haver recurso com efeito suspensivo, em casos em que a execução provisória pode comprometer a empresa.
6.2. Uniformidade dos prazos: O prazo para interpor os recursos é de 8 dias, contado de forma consecutiva, iniciado no 1º dia útil seguinte.
A contagem do prazo exclui a data da intimação, começa a contagem a partir primeiro dia útil subsequente. É uma contagem ininterrupta. O termo final do prazo se prorroga para o primeiro dia útil subsequente, salvo se não houver expediente forense.
Quando o recorrente é Administração Pública, o prazo é contado em dobro (16 dias). 
Para os Embargos De Declaração, o prazo é de 5 dias. 
O recurso extraordinário, por não ser recurso trabalhista, tem prazo de 15 dias.
6.3. Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: As decisões interlocutórias são as decisões no curso do processo. No processo trabalhista, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato, pois podem ser remetidas ao Tribunal por Recurso Ordinário, quando prolatada a sentença, se as matérias não tiverem precluído. O advogado tem o direito de protesto contra as decisões interlocutórias, como protestar por cerceamento de defesa quando o juiz dispensa a oitiva das testemunhas.
6.4. Depósito recursal – art. 899 CLT – Súmula 128 TST: A CLT exige, para o reclamado interpor o recurso e se tratando obrigação de pagar, o depósito recursal no valor da sentença dentro do prazo recursal. 
O depósito é feito na conta vinculada do reclamante (FGTS), se o reclamante não tiver essa conta, a Caixa Econômica Federal deve abri-la para que seja possível o depósito. 
A natureza jurídica é ainda controversa. Enquanto o TST diz que é uma garantia de juízo; outros dizem que não é garantia, tendo em vista que existe limite para o depósito e não pode se falar em garantia de juízo se o juízo ainda está sendo discutido.
Para o recurso ser interposto, o preparo tem que se realizado (custas e depósitos). Sem isso, o recurso não vai ser julgado ou vai ser julgado deserto (deserção).
A CLT fixa um limite máximo de valor (teto) para cada um desses recursos que reajustam anualmente. 
O depósito é um pressuposto dos Recursos Trabalhistas para evitar a interposição de recursos por motivos meramente protelatórios. É um freio para que o empregador não abuse do seu direito de recorrer. 
Não é exigido depósito se a ação não for de natureza econômica ou quando o reclamante que interpõe o recurso.
Se a sentença tem uma obrigação de pagar, mas é ilíquida ou é maior que o teto, deve ser pago o teto.
Súmula nº 128 do TST, I: É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. 
RECURSO ORDINÁRIO – arts. 893, II e 895 CLT
1. Conceito e cabimento
O Recurso Ordinário é o primeiro recurso previsto, haja vista que tem como objetivo reformar as decisões de 1ª instância (1º grau). As decisões de primeira instância são as sentenças terminativas ou definitivas (varas do Trabalho ou Juízes de Direito quando o local não tiver jurisdição trabalhista) ou, quando o processo começar no Tribunal, sendo, portanto, o Tribunal a 1ª instância, os acórdãos (decisões do TST nos processos de competência originária, como dissídio coletivo ou ação rescisória). Desta forma, pode-se concluir que é cabível nas sentenças ou acórdãos de 1º grau.
Cabe Recurso Ordinário também nas decisões que extinguem o feito na Justiça do Trabalho (declarando que não é competência da Justiça do Trabalho) e nas decisões que acolhem exceção de incompetência em razão do local e remetem o processo ao TRT de outra região.
Pode-se afirmar que o Recurso Ordinário no processo trabalhista equivale ao Recurso de Apelação no processo civil.
As partes passam a ser chamadas de Recorrente e Recorrido.
2. Efeito devolutivo amplo – Súmula 393, I TST
O recurso trabalhista tem uma peculiaridade: tem, via de regra, efeito apenas devolutivo, isto é, devolve a matéria para apreciação do órgão hierarquicamente superior, mas não suspende a execução da sentença, podendo ser requerido pela parte interessada a execução provisória da sentença.
Os recursos são feitos por mera petição fundamentada nos autos, não gera autos apartados, ou seja, são feitos mediante Petição nos Autos, os autos serão anexados ao Recurso e subirão para o Tribunal. 
Para executar provisoriamente a sentença, é preciso que o interessado requeira a extração dos autos da Carta de Sentença, haja vista que os autos serão remetidos ao órgão hierarquicamente superior para sua apreciação e a execução é realizada no juízo de origem.
Por conta do efeito devolutivo amplo, o Tribunal vai apreciar toda matéria impugnada na inicial ou na defesa, ainda que não esteja presente no recurso, vejamos:
Súmula 393, I do TST: O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado.
3. Supressão de instância – Súmula 393, II TST
Para não haver a supressão de instância, via de regra, ao recorrer, as partes não podem inovar, ou seja, não podem trazer matéria nova que não foi analisada na 1ª instância.
Contudo, excepcionalmente, admite-se que, mesmo não tendo sido apreciadas na 1ª instância, possam ser apreciadas no órgão superior: matéria ordem pública, matéria exclusivamente de direito e matéria de fato em condições de julgamento.
Súmula 393, II do TST: Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.
4. Pressupostos de admissibilidade
Para que o Recurso Ordinário seja admitido, é necessário que preencha alguns pressupostos.
4.1. Interesse de Recorrer: Só quem pode recorrer é quem tem prejuízo com a sentença. Sendo legitimados para interpor o Recurso Ordinário: a parte sucumbente, seja parcial ou total, terceiro prejudicado e o Ministério Público do Trabalho, desde que haja interesse público. A parte vitoriosa não tem legitimidade para recorrer.
A parte deverá estar regularmente representada por Advogado.
4.2. Tempestividade: O Recurso Ordinário tem que ser protocoladodentro do prazo legal de 8 dias. Se não for interposto nesse prazo, o recurso será intempestivo e não será admitido.
Uma das peculiaridades do processo trabalhista é a uniformidade dos prazos, fazendo com que a maioria dos recursos tenham prazo de 8 dias, com exceção dos Embargos de Declaração e o prazo é dobrado quando a parte sucumbente for órgão público. O recurso extraordinário, por sua vez, tem prazo de 15 dias, contudo não é um recurso trabalhista, tem natureza constitucional.
4.3. Preparo: O preparo é o pagamento das despesas processuais necessárias ao processamento do recurso. Para interpor o Recurso Ordinário, a parte sucumbente deve pagar as custas processuais e juntar as guias (comprovantes de pagamento) no prazo recursal, sob pena de deserção (recurso deserto, que não será levado a julgamento). Quando a decisão é parcialmente procedente, isto é, ambas as partes são sucumbentes, o pagamento das custas cabe ao empregador (reclamado).
Outra peculiaridade do processo trabalhista é que quando a parte recorrente é o reclamado e a condenação é em pecúnia (obrigação de pagar), é exigido, para recorrer, o depósito recursal. O teto legal atual (2017) do depósito recursal é de R$ 8.959,63 (oito mil, novecentos e cinquenta e nove reais e sessenta e três centavos). Quando a condenação for superior ao teto, paga-se o teto e se for inferior, paga-se o valor da condenação. 
Se a sentença é ilíquida, deverá depositar o teto legal do Recurso Ordinário (R$ 8.959,63).
5. Processamento
O Órgão Receptor do Recurso Ordinário é o juízo “a quo” (que prolatou a sentença). O recurso é colocado nos próprios autos e é dirigido ao juízo que prolatou a decisão recorrível. A peça recursal vai com a petição de encaminhamento para que o juízo “a quo” receba o recurso e remeta os autos ao órgão hierarquicamente superior para a demanda ser julgada novamente.
EXMO. SR. DR. JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO RECIFE
A empresa X, já qualificada nos autos, inconformada, data vênia, com a r. sentença, vem, por seu advogado no final assinado, interpor, tempestivamente, o presente RECURSO ORDINÁRIO, pelas razões anexas.
Requer que seja o recurso admitido e remetido ao Tribunal Regional do Trabalho desta 6ª Região.
							Pede Deferimento.
Ao receber o recurso, o juiz vai intimar o recorrido para apresentar as contrarrazões no prazo de 8 dias, assegurando o Princípio do Contraditório. 
*OBS: tratando-se de órgão público, o prazo é dobrado apenas para recorrer, sendo, portanto, de 16 dias e não para apresentar as contrarrazões, que permanece sendo 8 dias. 
O juiz “a quo” (que prolatou a sentença), ao receber o Recurso Ordinário, vai realizar o 1º Juízo de Admissibilidade, isto é, irá verificar se estão presentes todos os pressupostos de admissibilidade (legitimidade para recorrer, preparo e tempestividade) e prolatará uma decisão dando ou não seguimento ao recurso. A decisão que nega seguimento ao recurso cabe Agravo de Instrumento.
Se o juiz der seguimento ao recurso, os autos são remetidos ao Órgão Julgador (TRT), o qual deverá dar vista ao Ministério Público do Trabalho. Havendo interesse público, o MPT deverá dar um parecer opinativo, não julgando, apenas opinando e depois devolve os autos ao Tribunal.
O Recurso Ordinário será distribuído entre as Turmas do TST e, dentre os desembargadores da Turma Julgadora, será sorteado o desembargador relator e o desembargador revisor. O processo é remetido ao relator, que estudará o processo, elaborará o relatório e o seu voto. Posteriormente, o processo e o relatório do desembargador relator é remetido ao revisor, sem o voto do relator, para não influenciar na convicção do revisor. O revisor forma sua convicção e remeterá o processo para inclusão na pauta de julgamento.
O dia da sessão de julgamento será publicado no Diário Oficial. A sessão de julgamento será pública, contando com a presença de um procurador (MPT) como fiscal da lei, e julgará vários processos incluídos na pauta de julgamento do dia. As partes ou advogados poderão fazer uma sustentação oral, com duração máxima de 10 minutos, para reiterar o que foi dito nos autos, contudo, para isso, é necessário que as partes se inscrevam. Se houver a sustentação oral, logo após, o relator lerá o seu relatório. O Presidente da Turma começará a colher os votos e é possível, ainda, caso um dos desembargadores esteja com dúvida, que ele requeira vista dos autos, sendo o processo retirado da pauta de julgamento. Se ninguém pedir vista, se contabiliza os votos e o recurso poderá ser julgado por unanimidade ou maioria. 
Na sessão de julgamento, a certidão de julgamento (resultado) se torna pública, tem conhecimento do resultado, contudo o acórdão (decisão do Recurso Ordinário) só será redigido posteriormente, pelo desembargador relator, se tiver sido o seu voto vencedor, e a Ementa do Acórdão será publicada no Diário Oficial. Se o voto do relator não for o vencedor, quem vai redigir é o autor do voto acatado pela maioria.
O prazo para interposição do Recurso de Revista começa a correr da data da publicação da Ementa do Acórdão.
*OBS: O Tribunal também vai realizar o Juízo de Admissibilidade do Recurso Ordinário.
6. Procedimento sumaríssimo: No procedimento sumaríssimo cabe Recurso Ordinário, com os mesmos pressupostos, contudo a diferença é que o processamento é mais reduzido, por objetivar ser mais célere. 
Exemplos:
Não há desembargador revisor, só o desembargador relator. 
Os autos não serão remetidos ao MPT.
E, ainda, se o Recurso for recusado, não precisa do acórdão, bastando apenas uma certidão de negativa.
RECURSO DE REVISTA – arts. 896, 896-A, 896-B, 896-C CLT 
1. Definição: É o recurso cabível para reformar o acórdão que julgou o Recurso Ordinário. É de natureza extraordinária, haja vista que é julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho.
2. Cabimento: Não basta o inconformismo com o acórdão, é necessário que, nas razões recursais, demonstre que a decisão está ferindo literalmente dispositivo de Lei Federal ou dispositivo da Constituição Federal, ou, ainda, divergindo de decisão de outros TRT. Quando houver divergência jurisprudencial, vai ser interposto com o objetivo de unificar a jurisprudência.
2.1. Cabe quando violar lei federal. Como a CLT
2.2. Cabe quando violar literal e diretamente a CF. 
2.3. Cabe quando o acórdão de outro TRT interprete a mesma matéria de forma diferente (Você usa o acórdão do outro como paradigma - Não superado) ou por Sessão de Dissídio Individual SDI.
3. Efeito devolutivo apenas da matéria de direito: Assim como os demais recursos trabalhistas, o Recurso de Revista tem efeito meramente devolutivo, não suspendendo a execução do julgado. Contudo, o que se devolve é apenas a matéria de direito, não se discute os fatos.
4. Pressupostos de admissibilidade
4.1. Objetivos ou Extrínsecos (não são encontrados dentro do acórdão). 
Para interpor o Recurso de Revista, devem estar presentes os seguintes pressupostos objetivos:
a) Interesse/Sucumbência: Para entrar com Recurso de Revista, é necessário que o recorrente tenha sofrido um prejuízo no acórdão recorrido.
b) Tempestividade: o prazo para protocolar o recurso é de 8 dias.
c) Preparo: É necessário o pagamento das custas processuais. O depósito judicial será preciso se o recorrente for o reclamado, se a obrigação for de pagar e se não tiver já pago o valor integral da condenação. O teto atual do depósito é de R$ 16.336,10 (dezesseis mil, trezentos e trinta e seis reais e dez centavos). Além de realizar o pagamento, deve-se juntas as guias nos autos, sob pena de deserção.
4.2. Subjetivos ou Intrínsecos (dentro do acórdão).
Para interpor o Recurso de Revista, devem estar presente pelo menos um dos seguintes pressupostos subjetivos:
a) Violação a dispositivo legal ou constitucional
b) Divergência jurisprudencial
5. Prequestionamento da matéria – Súmula 297 TST
Não pode inovar no Recurso de Revista, isto é, trazer argumentos novos, que não foram prequestionados nos autos. A matéria tem que ter sido prequestionadanos autos. Não pode ser levado ao Tribunal Superior algo que não tenha sido apreciado nas instâncias ordinárias (Varas do Trabalho e TRT).
Para tentar prequestionar a matéria e poder levar ao Tribunal Superior, pode-se interpor Embargos de Declaração, forçando o posicionamento da instância ordinária acerca da matéria e posteriormente interpor Recurso de Revista.
Súmula 297 do TST: 1. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito; 2. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão; 3. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.
6. Transcendência da matéria – art. 896-A CLT
Art.896-A da CLT: O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. 
Quando o processo chegar ao TST, o Presidente deverá analisar a transcendência da matéria, se esta tem repercussão geral e somente levará a julgamento se o processo tratar de matéria transcendental.
A palavra “transcendência” nunca tinha sido usada na ciência jurídica.
Ainda não foi regulamentado. A transcendência da matéria não vem sendo considerada no julgamento dos recursos pelo TST, visto que o processo trabalhista pode não ter interesse nenhum para o país ou para a economia, mas pode ser de suma importância para as partes.
7. Processamento
O órgão receptor do Recurso de Revista é o Presidente do TRT. É ele que realizará o 1º Juízo de Admissibilidade, ou seja, analisará os pressupostos extrínsecos e intrínsecos. A decisão que dará ou não seguimento ao recurso deverá ser fundamentada. A decisão que nega o seguimento ao recurso é passível de Agravo de Instrumento.
Se der seguimento ao recurso, deverá intimar a parte contrária a apresentar as contrarrazões no prazo de 8 dias. O prazo para apresentar as contrarrazões da Fazenda Pública é o prazo simples (8 dias), tendo em vista que apenas o prazo para recorrer que é em dobro. 
Remeterá os autos do processo ao TST, com vistas do MPT. E será semelhante ao processamento do Recurso Ordinário. Uma das Turmas do TST julgará o processo e será sorteado o Ministro Relator. Não há, no entanto, Ministro Revisor. O Ministro Relator poderá, monocraticamente, negar seguimento ao recurso. A decisão do Ministro Relator que nega seguimento ao recurso é cabível de Agravo Regimental. Se der seguimento, estudará o processo, elaborará o relatório e o voto e colocará o processo na pauta de julgamento. Na sessão de julgamento, assim como no Recurso Ordinário, também será possível a sustentação oral. A ementa do acórdão será publicada no Diário Oficial da União.
RECURSOS DE EMBARGOS – art. 894 CLT
1. Definição: O Recurso de Embargos é um instrumento processual cabível nas decisões das Turmas do TST, com o objetivo de uniformizar a jurisprudência do TST.
É interposto no TST e julgado no TST.
2. CABIMENTO, quando a decisão da Turma do TST:
2.1. Divergir de decisão de outra Turma do TST.
2.2. Divergir de decisão de SDI do TST.
2.3. Divergir com Súmula ou OJ do TST.
2.4. Divergir com Súmula Vinculante do STF.
3. Efeito meramente devolutivo: De acordo com a peculiaridade do processo trabalhista, o Recurso de Embargos não suspende a execução do julgado.
4. Pressupostos de admissibilidade:
4.1. Objetivos ou Extrínsecos: Fora do acórdão recorrido.
a) Interesse/Sucumbência: Aquele que a decisão foi desfavorável é o único legitimado. A parte que venceu não tem legitimidade para recorrer.
b) Tempestividade: Precisa ser protocolado dentro do prazo legal (8 dias). O prazo é contado da data de publicação da Ementa do Acórdão que julgou o Recurso de Revista.
c) Preparo: É necessário o pagamento das despesas (custas) processuais para recorrer dentro do prazo recursal (8 dias) e deve-se juntar as guias. No caso do reclamado ser o recorrente e tratando-se de obrigação de pagar, se já não tiver sido depositado o valor integral da condenação, também é necessário o depósito recursal. O teto legal do depósito recursal no Recurso de Embargos atualmente é de R$ 17.919,66 (dezessete mil, novecentos e dezenove reais e sessenta e seis centavos).
4.2. Subjetivos ou Intrínsecos:
a) Divergência jurisprudencial – Súmulas 296 e 337 do TST: É necessário juntar o acórdão paradigma e o acórdão recorrido. O acórdão paradigma não pode ser um acórdão desatualizado, que já foi superado por Súmula ou OJ, por exemplo.
Se a decisão do acórdão recorrido for baseada em Súmula do TST, não há o que se falar em Recurso de Embargos.
5. Processamento
O Recurso de Embargos terá sua petição dirigida ao Presidente do TST, sendo ele o órgão receptor. O Presidente ou o vice-presidente do TST que fará o 1º Juízo de Admissibilidade. A decisão que nega o seguimento dos Embargos cabe Agravo Regimental, visto que o Recurso já está no próprio órgão e não Agravo Instrumental. 
Com o seguimento do Recurso de Embargos, será remetido ao órgão julgador: uma das Seções Especializadas em Dissídio Individual (SDI). Será sorteado o Ministro Relator, que deverá estudar o processo. 
O Ministro Relator realizará o 2º Juízo de Admissibilidade, podendo denegar o recurso, por decisão monocrática, se não forem atingidos os pressupostos de admissibilidade. A decisão que nega o Recurso de Embargos, cabe Agravo Regimental.
O Ministro Relator, caso não negue o Recurso, elaborará o relatório e o seu voto. Na sessão de julgamento, o Recurso será julgado por maioria ou por unanimidade, se todos acolherem o voto do Ministro Relator. A sessão de julgamento só dá o resultado, contudo a Ementa do Acórdão (decisão) só será publicada posteriormente no Diário Oficial da União.
Depois do Recurso de Embargos, o único recurso cabível é o Recurso Extraordinário, que não é de natureza trabalhista e sim constitucional.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – art. 102, III CF, arts. 1029 a 1041 CPC
1. Definição: Tem natureza constitucional. É o recurso cabível quando a decisão de última ou única instância estiver violando diretamente e literalmente dispositivo da Constituição Federal.
2. Cabimento: É cabível se a decisão trabalhista de única ou última instância tiver violando diretamente e literalmente artigo da Constituição Federal. 
Decisão de única instância: no processo trabalhista, a decisão de única instância é a sentença que julga processo de procedimento sumário (processos de alçada: de até 2 salários-mínimos), o qual sua sentença é irrecorrível no âmbito trabalhista, cabendo apenas Recurso Extraordinário (natureza constitucional).
Decisão de última instância: é preciso que o processo tramite em todas as instâncias para que seja cabível o Recurso Extraordinário. 
A matéria tem que estar prequestionada nos autos, tem que ter sido apreciada previamente. Se não estiver sido apreciada, antes de interpor o Recurso Extraordinário, deve-se interpor Embargos de Declaração para forçar o TST se posicionar a respeito da matéria.
3. Efeitos
4. Pressupostos de admissibilidade:
4.1. Interesse em recorrer: A parte vitoriosa do acórdão não tem legitimidade para interpor o Recurso Extraordinário.
4.2. Tempestividade: Por não se tratar de um recurso trabalhista, o prazo é de 15 dias úteis, contagem pelo CPC.
4.3. Preparo: Mesmo não sendo um recurso trabalhista, em nome do princípio da proteção do trabalhador, também é exigido o depósito recursal para interpor o Recurso Extraordinário. O teto é o mesmo do Recurso de Embargos (R$ 17.919,66).
5. Repercussão Geral: É um pressuposto intrínseco de admissibilidade. Para ser admitido, a matéria tem que ter reflexo para sociedade em geral. Não pode ter só interesse das partes.
6. Processamento: 
O Presidente do TST (órgão receptor) recebe o Recurso Extraordinário, exerce o 1º Juízode Admissibilidade (analisa se atende aos pressupostos legais de admissibilidade) e notifica a parte contrária para apresentar as suas contrarrazões no prazo de 15 dias. A decisão que nega seguimento ao Recurso Extraordinário cabe Agravo de Instrumento.
O processo segue para o STF (órgão julgador) e será julgado, se atender aos pressupostos legais de admissibilidade e houver repercussão geral. O Ministro Relator realiza o 2º Juízo de Admissibilidade. O recurso vai ser julgado por maioria ou unanimidade. Haverá a publicação do acórdão no Diário Oficial da União
Não cabe mais recurso para modificar a decisão. O único recurso cabível é o Recurso de Embargos de Declaração, recurso atípico, que tem o objetivo de julgar uma omissão e não objetiva reformar a decisão. Quem julga é o próprio órgão que prolatou a decisão.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – art. 897-A CLT
1. Definição e objetivo: É o recurso cabível contra sentença ou acórdão que apresente omissão, contradição ou obscuridade. O seu objetivo é complementar a prestação jurisdicional, o julgado, para sanar a omissão, contradição ou obscuridade. Como uma sentença que condena uma empresa a pagar horas-extras, mas não diz o valor ou a quantidade de horas-extras.
Quem vai julgar é o próprio órgão que prolatou a decisão omissa, contraditória ou obscura.
É cabível também para corrigir erro/equívoco na análise dos pressupostos de admissibilidade extrínsecos (externos) dos recursos, como a tempestividade.
Ademais, é cabível para prequestionar a matéria, com o intuito de forçar o Tribunal a se pronunciar acerca da matéria que vai ser levada a Tribunal Superior.
Súmula 297 do TST: I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito; II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão; III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.
Desta forma, pode-se concluir que não tem objetivo de modificar (revisar a matéria) a decisão pelo órgão hierarquicamente superior e sim levar o julgado para o órgão que prolatou a decisão para complementá-la.
2. Natureza jurídica: Alguns doutrinadores entendem que os Embargos de Declaração não têm natureza jurídica recursal, visto que não objetiva levar a revisão da matéria em órgão hierarquicamente superior. Objetiva consertar/corrigir a decisão.
Pode ser interposto tanto pela parte vencedora quanto pela parte vencida, não há necessidade de ser interposto pela parte sucumbente. 
Não tem preparo (pagamento de despesas processuais).
E, via de regra, não tem contrarrazões. 
3. Prazo: O prazo para interposição de Embargos de Declaração é de 5 dias, começando a contar no primeiro dia útil seguinte. Quando a parte embargante é a Fazenda Pública, no entanto, o prazo é de 10 dias.
OJ 192 SDI 1 TST: É em dobro o prazo para interposição de embargos declaratórios por pessoa jurídica de direito público.
4. Efeitos: Os Embargos de Declaração, diferente dos demais recursos, não tem efeito devolutivo, visto que não se discute a matéria. 
A interposição dos Embargos interrompe o prazo dos recursos principais. Interrompem e não suspendem!
A interrupção do prazo significa dizer que, ao entrar com os Embargos, só depois do julgamento é que se devolve integralmente o prazo para os demais recursos, para ambas as partes.
Se a parte interpor Embargos de Declaração intempestivos (fora do prazo), quando não tiver sido feito por advogado com procuração, quando tiver sido feito sem estar devidamente representado ou sem assinatura, não vai interromper os prazos para os recursos principais.
De acordo com o princípio da unicidade recursal, os recursos devem ser interpostos de um a um, não podendo, portanto, interpor Recurso Ordinário e Embargos de Declaração no mesmo momento, primeiro deverá requerer a correção da sentença (embargos declaratórios) e depois, quando for publicada a sentença dos embargos, no prazo de 8 dias, deverá requerer a modificação da sentença (recurso ordinário).
Os Embargos Declaratórios podem ter efeitos modificativos ou infringentes, isto é, pode ser que acarrete na modificação do julgado. Nestes casos, a parte contrária será intimada para impugnar os Embargos ou apresentar as contrarrazões no prazo de 5 dias. O objetivo não é modificar, mas pode modificar.
5. Embargos protelatórios – multa do CPC: Por ser simples, é comum que os advogados utilizem dos Embargos objetivando protelar o feito. Se o juiz identificar a intenção protelatória, pode, ao julgar os E.D., determinar multa atribuída no CPC.
6. Erros materiais: Os erros materiais, como erro de digitação, são corrigíveis de ofício ou por mera petição, não sendo necessário a interposição de Embargos de Declaração. A correção e a petição desses erros não têm prazo.
*OBS: Da decisão que julga improvido o ED, não cabe recurso. Cabe o recurso sobre a sentença.
AGRAVO DE INSTRUMENTO – art. 897, b CLT
1. Definição e objetivo
No processo civil, cabe Agravo de Instrumento nas decisões interlocutórias (no curso do processo). Contudo, no processo trabalhista, as decisões interlocutórias são irrecorríveis. Desta forma, é cabível no processo trabalhista nas decisões que negam o seguimento do recurso, com o objetivo de destrancar os recursos.
Diferentemente dos outros recursos, o Agravo de Instrumento exige a formação de um instrumento a parte (paralelo), forma um processo paralelo. Os autos paralelos são formados por: minuta (razões), petição, guias do preparo e as cópias de peças do processo principal. 
2. Prazo: Tem o prazo de 8 dias a partir da decisão a ser agravada.
3. Preparo – art. 899, parágrafo 7º CLT
Durante muito tempo, não era exigido o depósito recursal para o Agravo de Instrumento. Contudo, hoje em dia, se a agravante for o reclamado e se a condenação for em obrigação de pagar, é exigido o depósito recursal de 50% do teto do recurso denegado, salvo se o valor da condenação já estiver totalmente depositado. 
4. Formação do Instrumento
A formação do instrumento é obrigação do agravante. 
A CLT diz quais são as peças obrigatórias para tirar cópia: 1) O recurso denegado e as guias relativas; 2) Procurações dos advogados; 3) Petição inicial; 4) Contestação; 5) Decisão recorrida; 6) Recurso denegado. 
As cópias não precisam estar autenticadas, contudo o advogado precisa expressamente se responsabilizar pelas suas autenticidades.
Podem ser juntadas mais peças. Geralmente, ao interpor o Agravo de Instrumento, se tira a cópia integral do processo, para não haver erro.
5. Processamento
Juízo Receptor: Juízo que prolatou a decisão agravada.
Juízo de Retratação: O juiz que negou o seguimento ao recurso, pode se retratar e dar seguimento.
Se não se retratar, intima a parte contrária a apresentar a contraminuta do Agravo de Instrumento e contrarrazões ao recurso denegado. Prazo de 8 dias.
Remessa ao juízo “ad quem”: O processo do Agravo é remetido ao Órgão Julgador. O Agravo é levado ao órgão que julgaria o recurso denegado. Ao dar provimento ao agravo, o órgão julgador deverá julgar também o recurso denegado. Se for improvido, não cabe recurso. O instrumento retorna a vara de origem e fica apenso ao processo originário.
RECURSO ADESIVO – Súmula 283 TST
1. Conceito e cabimento: O Recurso Adesivo não é um recurso propriamente dito, é, na verdade, uma forma de recorrer. Ocorre quando a parte contrária adere o recurso da outra. A CLT não trata de Recurso Adesivo, ele é regido pelas normas do CPC e da Súmula 283 do TST.
Aderir o recurso da parte contrária não quer dizer que serão tratas as mesmas matérias, até porque as partes têm interesses contrários. Cada parte vai recorrer daquilo que foi sucumbente.
Súmula 283 do TST: O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho, onde cabe, no prazo de 8 dias, nas hipótesesde interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária.
2. Pressupostos de admissibilidade 
Só é cabível quando ambas as partes têm legitimidade para recorrer, ou seja, quando há sucumbência recíproca.
Exemplo: O empregado entra com a ação pedindo férias, hora-extra e 13º. A sentença reconhece apenas férias e hora-extra. O reclamado (empregador) entra com Recurso Ordinário contra férias e hora-extra. O empregado, se perder o prazo para interpor o Recurso Ordinário referente ao 13º, pode pegar carona no recurso alheio e, por meio do Recurso Adesivo, requerer o 13º
Não é o fato do recurso ser adesivo que serão dispensados os pressupostos de admissibilidade. Os pressupostos DEVEM ser observados.
O Recurso Adesivo segue a mesma sorte do Recurso Principal, isto é, se o Recurso Principal não for conhecido (como, por exemplo: intempestividade, deserção ou irregularidade de representação), o Recurso Adesivo também não será reconhecido.
FASE DE LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA – art. 879 CLT
1. Sentença exequenda ilíquida condenatória em obrigação de pagar
A sentença, depois de transitada em julgado, pode ser executada de ofício, isto é, pelo próprio juiz, não necessitando o requerimento das partes.
A execução do julgado se processa no juízo de origem (na comarca de origem) e nos próprios autos, não gera autos apartados.
Quando a sentença for ilíquida, condena pagar quantia indefinida, é necessário que antes da execução, a sentença seja liquidada, definindo o montante da condenação. A fase da liquidação da sentença é uma fase preparatória da execução.
*OBS: A única execução que precisa do requerimento das partes é a execução provisória, quando a sentença ainda não transitou em julgado, a qual a parte vencedora leva a Carta de Sentença ao juiz de origem para este executar.
2. A liquidação é uma fase preparatória da execução para sentenças ILÍQUIDAS, para que haja o cálculo das contas. A CLT prevê três formas de liquidação do julgado:
2.1. Por cálculo do contador: Quando constam todos os elementos para o cálculo nos autos, o cálculo é feito pela Contadoria da Justiça.
2.2. Por arbitramento: Quando os elementos do cálculo não se encontram nem nos autos e nem com as partes, o juiz poderá designar um árbitro para realizar o cálculo. O árbitro atuará como uma espécie de perícia, inclusive recebendo honorários. 
2.3. Por artigos de liquidação: A liquidação por artigos é a mais comum. As partes que preparam os artigos de liquidação, isto é, que informam os valores, inclusive atribuindo correção monetária, juros e contribuições fiscais. Ocorre quando nos autos não constam as informações necessárias para fazer os cálculos.
O credor, geralmente, terá o prazo de 15 dias para apresentar os artigos de liquidação, contudo o prazo não é preclusivo. O que pode acontecer se o credor não apresentar em 15 dias é o devedor apresentar tais artigos.
Apresentado os artigos pelo credor, a parte contrária (devedor) poderá contestar no prazo de 15 dias, este preclusivo, se não contestar em tempo hábil, o juiz vai admitir os artigos de liquidação apresentados. Não cabe mais definir os direitos e obrigações das partes (mérito), o que se discute são os cálculos. O juiz posteriormente oficia a Contadoria da Justiça para verificar se está correta e realizar a elaboração da conta.
3. Abrangência da liquidação
3.1. Itens da condenação
3.2. Correção monetária e juros de mora – art. 883 CLT – Súmulas 200 e 211 TST
A partir da data de distribuição da ação constitui o devedor em mora, isto é, os juros de mora são contados da data de distribuição até a data do pagamento, 1% ao mês. 
Súmula 200 do TST: Os juros da mora incidem sobre a importância da condenação já corrigida monetariamente.
Súmula 211 do TST: Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.
3.3. Descontos obrigatórios
3.4. Contribuições previdenciárias
4. Processamento
4.1. Prazo para impugnação da conta: O juiz pode, facultativamente, estabelecer o prazo de 10 dias para as partes impugnarem a conta, isto é, pode dar vista as partes para, querendo, no prazo de 10 dias sucessivos, impugnarem a conta. 
Art. 879 da CLT: § 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão.
4.2. Sentença de liquidação – natureza jurídica – Súmula 399 TST 
A rigor, a doutrina entende que a “sentença de liquidação” não é uma sentença, é, na verdade, uma decisão interlocutória homologatória dos cálculos. Sendo fundamentado esse entendimento, inclusive, por não caber recurso.
Súmula 399 do TST: I - É incabível ação rescisória para impugnar decisão homologatória de adjudicação ou arrematação; II - A decisão homologatória de cálculos apenas comporta rescisão quando enfrentar as questões envolvidas na elaboração da conta de liquidação, quer solvendo a controvérsia das partes quer explicitando, de ofício, os motivos pelos quais acolheu os cálculos oferecidos por uma das partes ou pelo setor de cálculos, e não contestados pela outra.
5. Mandado de citação para pagamento e penhora
Liquidada a sentença, iniciará a execução. A execução começa quando o juiz manda expedir mandado de citação para pagamento e penhora no prazo de 48 horas, o qual o mandado é remetido ao Reclamado (devedor) por Oficial de Justiça.
5.1. Citação pessoal: Via de regra, a citação é feita por Oficial de Justiça, mas é admitido que em situações excepcionais seja feito por publicação no Diário Oficial ou via postal com A.R.
5.2. Prazo de 48 horas: O executado tem o prazo de 48 horas para realizar o pagamento integral da condenação ou nomear bens à penhora, ficando os bens vinculados a execução para serem leiloados.
5.3. Conduta do executado:
I. Pagar: Realizar o depósito judicial do valor integral da condenação, atualizado até a data do pagamento.
II. Nomear bens à penhora: Quando não puder realizar o pagamento, o executado poderá nomear bens à penhora. Os bens deem ser descritos e avaliados.
III. Garantir o juízo para opor Embargos à Execução: Os Embargos à Execução é uma defesa contra a execução, não é um recurso. Para opor os E.E., é necessário garantir o juízo, depositando o valor integral ou nomeando bens à penhora. 
IV. Ficar inerte: Se o executado ficar inerte, passadas às 48 horas, o Oficial de Justiça volta a empresa e a casa e penhora os bens que encontrar. Se não tiver bens para penhorar, certifica nos autos. O credor deve pedir rastreio de contas e mandar verificar se o devedor tem cadastro no DETRAN, etc.
6. Execução contra a Fazenda Pública – precatório e requisição de pequeno valor
Tratando-se de execução contra a Fazenda Pública, o mandado de citação é para, querendo, opor Embargos à Execução no prazo de 30 dias, diferente de quando é contra particulares, que o mandado de citação é para pagar ou nomear bens à penhora no prazo de 48 horas. O órgão público tem o orçamento/planejamento orçamentário fechado e os bens públicos são impenhoráveis.
No caso da Fazenda Pública, para opor os Embargos à Execução, não é necessário a garantia do juízo.
A execução contra a Fazenda Pública é por ordem de pagamento, que pode ser por RPV (requisição de pequeno valor) ou Precatório. 
O RPV é quando a condenação é até 60 salários mínimos. O Tribunal expede o RPV e o Tribunal mesmo que paga.
O Precatório é quando a condenação é de valor superior a 60 salários mínimos. O precatório é remetido ao órgão público para ser incluído no orçamento do exercício financeiro do ano seguinte e serão executados por ordem de recebimento, tendo prioridade, por exemplo, doentes e idosos.
7. Prescrição Intercorrente – Súmula 114 TST e Súmula 327 STF (art. 884, §1º CLT).
A prescrição intercorrente é a prescrição no curso do processo. Ocorre quando o processo deveria ter sido impulsionadopela parte interessada e a parte interessada não impulsionou por 2 anos.
O TST entende que por o processo trabalhista ser regido pelo princípio do impulso oficial, não caberia prescrição intercorrente.
Súmula 114 do TST: É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente.
O STF, por sua vez, entende diferente, motivado pelo art. 884, §1º da CLT. 
Súmula 327 do STF: O Direito Trabalhista admite a prescrição intercorrente.

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