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O QUE É? Se ainda não sabe o que é, vai já ficar a saber. Pode até achar que apenas os jovens universitários que decidem trabalhar para pagar os estudos podem aceder ao estatuto de trabalhador-estudante, mas está engando. Há muitos profissionais já no ativo que decidem voltar a estudar e também para esses o estatuto de que aqui falamos é uma boa ajuda. Basta pensar na realidade atual do mercado de trabalho e na forte componente competitiva a que se assiste para perceber o porquê de cada vez mais trabalhadores optarem por reingressar na vida académica para fortalecerem ou adquirirem novas competências e, assim, reforçarem a sua posição profissional na empresa em que trabalham ou para procurarem novas oportunidades. E porque conjugar estudos com uma vida profissional ativa não é fácil, o Código do Trabalho (em concreto no artigo 89.º) prevê o estatuto de trabalhador-estudante, que consiste numa forma de proteção para os profissionais nesta situação. O estatuto de trabalhador-estudante destina-se a qualquer “trabalhador que frequenta qualquer nível de educação escolar, bem como curso de pós-graduação, mestrado ou doutoramento em instituição de ensino, ou ainda curso de formação profissional ou programa de ocupação temporária de jovens com duração igual ou superior a seis meses”, sendo que a manutenção do mesmo está dependente do “aproveitamento escolar no ano letivo anterior”. COMO REQUERER? A obtenção do estatuto de trabalhador-estudante faz-se junto da instituição de ensino. O trabalhador-estudante necessita de um documento que comprove o vínculo à entidade empregadora e, em simultâneo, deve atestar “perante o empregador a sua condição de estudante, apresentando igualmente o horário das atividades educativas a frequentar”. O procedimento burocrático esse varia consoante as regras instituídas em cada estabelecimento de ensino e entidade empregadora. QUE DIREITOS? São vários os direitos previstos no estatuto de trabalhador-estudante. O primeiro (e um dos mais úteis para quem está ao abrigo deste estatuto) é a possibilidade de usufruir de um horário flexível. Ou seja, as entidades empregadoras devem elaborar um horário ajustável de forma a permitir a frequência das aulas ou – em caso de impossibilidade – conceder uma dispensa de quatro a seis horas por semana. Esta dispensa varia de acordo com a carga horária de trabalho. O trabalhador-estudante tem ainda direito a dispensa do trabalho de dois dias para comparecer aos exames ou para realizar apresentações de trabalhos considerados na avaliação final. Os dias cedidos correspondem sempre ao dia anterior e ao dia da prova (ou da apresentação), sendo para o efeito contabilizados os sábados, domingos e feriados. Há ainda que considerar o facto de, caso os exames se realizem em dias sucessivos, os dias anteriores de dispensa correspondem ao número de exames a concretizar. Além disso, o artigo 92.º, do Código do Trabalho, estipula que “o trabalhador-estudante tem direito a marcar o período de férias de acordo com as suas necessidades escolares, podendo gozar até 15 dias de férias interpoladas, na medida em que tal seja compatível com as exigências imperiosas do funcionamento da empresa”. Ou seja, também as férias são ajustáveis, tendo em conta as exigências das atividades letivas, exceto se a entidade empregadora encerrar para férias. O mesmo artigo diz ainda que, por ano, o trabalhador-estudante pode usufruir de licença sem vencimento, “com a duração de 10 dias úteis seguidos ou interpolados”. Da parte da instituição de ensino, o trabalhador-estudante também tem acesso a uma série de direitos, como por exemplo: não está obrigado a inscrever-se no número mínimo de disciplinas, nem tão pouco está sujeito ao regime de prescrição. Além disso, tem direito a usufruir de uma época especial de exames, a época de trabalhador-estudante (além da época de recurso normal).
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