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EA D 7 Linguística e Língua de Sinais 1. OBJETIVOS • Entender e caracterizar os fundamentos linguísticos apli- cados à língua de sinais. • Desmistificar ideias equivocadas relacionadas às línguas de sinais. • Estudar, compreender e caracterizar a fonologia e a mor- fologia da língua de sinais. 2. CONTEÚDOS • Aspectos linguísticos das línguas de sinais. • Aspectos fonológicos e morfológicos da língua de sinais. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: © Língua Brasileira de Sinais154 1) Você poderá encontrar o Dicionário da Língua Brasileira de Sinais no formato digital no site: <www.acessobrasil.org.br>. 2) Você pode observar as 73 configurações de mão da Libras apresentadas nesta unidade acessando o site <www.acessobrasil.org.br>. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Na unidade anterior, você estudou os aspectos relacionados à identidade e à cultura surda, e pôde perceber que esta discussão nos remete à compreensão de que é urgente garantir aos surdos a igualdade de direitos para que eles possam aprender e se desen- volver e, dessa forma, exercer sua cidadania plenamente. Agora, nesta unidade, vamos estudar aspectos específicos relacionados à gramática da Língua Brasileira de Sinais, a Libras. Cabe destacar que é fundamental conhecer a gramática da Libras, tendo em vista que ela é diferente da gramática da Língua Portuguesa e apresenta características próprias. Para que você compreenda efetivamente essa gramática é preciso, inicialmente, adquirir alguns conceitos fundamentais da linguística. Você pode considerar estranho o uso dos termos fonológico e fonologia aplicados à língua de sinais, uma língua visual-espacial, sem referência sonora, mas logo veremos a aplicabilidade deles na Libras. As línguas de sinais conquistaram o status de língua por apre- sentarem os elementos linguísticos constituintes de uma língua, ou seja, fonologia, morfologia e sintaxe, além de terem um léxico (conjunto de símbolos convencionais) e uma gramática (sistema de regras que regem o uso desses símbolos). Então, para iniciar nossa conversa sobre esse tema, vamos, no tópico a seguir, compreender a aplicação do conceito de fono- logia à língua de sinais e seu objeto de estudo. Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 155© U7 - Linguística e Língua de Sinais 5. ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Antes de tratarmos dos aspectos linguísticos da Língua Brasi- leira de Sinais, você saberia nos dizer o que é linguística? Compare suas ideias com as informações a seguir. Segundo Quadros e Karnopp (2004, p. 16): [...] linguística é o estudo científico das línguas naturais e humanas. As línguas naturais podem ser entendidas como arbitrárias e/ou como algo que nasce com o homem. De acordo com a definição, podemos entender que a linguística estuda as línguas naturais e, portanto, estuda também as línguas de si- nais. Porém, é importante você saber que a língua de sinais não é uni- versal, portanto, temos inúmeras línguas de sinais em diferentes países. A linguística pode ser definida como a ciência que estuda a língua natural humana, em todos os seus aspectos, ou seja: 1) fonético; 2) fonológico; 3) morfológico; 4) sintático; 5) semântico e 6) pragmático. Antes de você conhecer o que cada uma dessas áreas es- pecíficas estuda, vamos conhecer alguns conceitos fundamentais, como, por exemplo, a definição de língua e em que ela difere da linguagem. Para apresentar tais conceitos, recorremos a alguns autores clássicos da linguística, como Saussure e Chomsky. Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais156 Chomsky (1957) considera língua: "[...] como um conjunto (finito ou infinito) de sentenças, cada uma finita em comprimento e construída a partir de um conjunto finito de elementos". Complementando essa ideia, Saussure (1995, p. 17) coloca que: [...] língua não se confunde com linguagem: é somente uma parte determinada, essencial dela, indubitavelmente. É ao mesmo tempo um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Para Saussure (1991), a língua é um sistema de regras abs- tratas composto por elementos significativos inter-relacionados. Esse conjunto é independente (autossuficiente) e seus elementos podem ser analisados isoladamente. Um outro autor que também busca desvelar o conceito de língua é Bakhtin. Diferentemente dos dois anteriores, Bakhtin con- sidera os aspectos contextual e social da língua, superando a visão normativa. Para ele, a língua é percebida em situação de diálogo constante, como um conjunto de significações dadas em um de- terminado contexto e não como um sistema de normas abstratas. Bakhtin (1995), em suas considerações sobre o aspecto so- cial da língua, ainda chama atenção para as seguintes questões: • A língua está em constante evolução, que ocorre na inte- ração dos interlocutores. • A língua não pode ser compreendida independentemen- te dos conteúdos e dos valores ideológicos que estabele- cem com ela uma interface. Desta forma, os três autores apresentam definições distintas do conceito de língua. Entretanto, note que Bakhtin apresenta um importante aspecto, ao considerar a questão social da língua. Dando continuidade ao estudo dos aspectos linguísticos que Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 157© U7 - Linguística e Língua de Sinais fundamentam a língua de sinais, você irá, nos tópicos a seguir, co- nhecer alguns mitos (ou seja, algumas informações sem fundamen- tação transmitidas socialmente) criados em relação às línguas de sinais. É importante que ocorra uma desmistificação de algumas ideias que dificultam a expansão e a aceitação da língua de sinais pelas pessoas ouvintes, pelos profissionais e pelos familiares de sur- dos. Os mitos a seguir foram organizados e apresentados por Qua- dros e Karnopp (2004) e merecem, neste estudo, serem destacados. Mito 1 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A língua de sinais seria uma mistura de pantomima e gesticulação concreta incapaz de expressar conceitos abstratos. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Acreditou-se que a língua de sinais não fosse capaz de repre- sentar conceitos abstratos, pois ela estaria baseada em gestos e pantomimas. Tais gestos ou sinais teriam uma relação icônica com seus referentes, ou seja, eles representariam nitidamente uma ideia ou um objeto, como, por exemplo, os sinais de "casa" e de "não". Esse mito não se sustenta, pois estudos já mostraram que as línguas de sinais expressam conceitos abstratos. Sabe-se, hoje, que é possível discutir qualquer assunto em língua de sinais: política, econo- mia, matemática, física, psicologia, poesia ou literatura, por exemplo. Outro dado importante que desmistifica essa ideia é que, de acordo com Quadros e Karnopp (2004), apenas 30% dos sinais têm significados identificáveis com a forma do sinal, ou seja, são icônicos. Portanto, os demais 70% não podem ser reconhecidos na sua repre- sentação, o que mostra a necessidade de que essa língua seja, de fato, aprendida pelos ouvintes. Além disso, há uma seleção arbitrária das características icônicas desses sinais, por exemplo: o não poderia sersinalizado pela cabeça e, a casa, por outra de suas características. Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais158 Mito 2 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Há uma única e universal língua de sinais usada por todas as pessoas surdas. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Uma dúvida muito comum dos ouvintes em relação à língua de sinais é se ela é universal. Ela não é universal: cada país possui a sua própria língua de sinais, assim como possuem a sua própria língua oral. A língua de sinais americana é diferente da língua de sinais brasileira, assim como essas diferem da língua de sinais ar- gentina, francesa, alemã e assim por diante. Portanto, o fato de um surdo brasileiro ser fluente em Libras não garante que ele se comunique com surdos de outros países. Para que ocorra essa comunicação, é preciso que haja entre eles uma língua de sinais comum. É possível, tanto para surdos como para ouvintes, aprender a língua de sinais de outro país. Outro aspecto importante a ser considerado é o fato de haver, dentro de um mesmo país, dialetos – modalidades regionais – no uso da língua de sinais. Por exemplo, é possível identificar variações em relação a alguns sinais da Libras nas diferentes regiões do Brasil, ou entre as diferentes comunidades surdas. Entretanto, essas diferenças não impossibilitam a comunicação entre os surdos em um mesmo país. As diferenças são facilmente apreendidas por meio de estratégias, como a soletração. A soletração manual não é uma língua distinta, mas um simples código baseado nas línguas orais. Assim, nenhum surdo se utiliza apenas da soletração para se comunicar. Ela é, como já dissemos, um recurso utilizado em situações específicas, quando necessário para nomes de pessoas e para explicar o significado de sinais desconhecidos, por exemplo. Para entendermos isso melhor, veja a seguinte situação: Dois surdos encontram-se na rodoviária, um de São Paulo e outro de Belo Horizonte. Durante a conversa, um deles usa um Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 159© U7 - Linguística e Língua de Sinais sinal para ônibus e outro surdo demonstra não o conhecer. O pri- meiro soletra a palavra ônibus (o-n-i-b-u-s). Aquele que não havia compreendido se manifesta demonstrando compreensão a partir da soletração e faz o sinal de ônibus utilizado pela sua comunida- de. Assim, por meio da soletração manual a diferença foi resolvida. Além disso, um pôde conhecer o sinal utilizado para ônibus pelo outro, por uma comunidade surda diferente da sua. É importante observar que o entendimento foi possível por- que ambos demonstraram dominar a escrita, condição essencial no uso da soletração. Entretanto, esse domínio não é atingido por todos os surdos, como já foi mencionado nas primeiras unida- des deste Caderno de Referência de Conteúdo. Dessa forma, esse exemplo evidencia também a importância de o surdo desenvolver as habilidades de leitura e escrita, como condição para uma me- lhor comunicação, tanto com surdos como com ouvintes. Mito 3 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Há uma falha na organização gramatical da língua de sinais derivada das línguas de sinais, sendo um pidgin sem estrutura própria, subordinado e inferior às lín- guas orais. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A ideia de subordinação apresentada por esse mito também não se sustenta. A língua de sinais não estabelece com a língua majoritária do país uma relação linguística de subordinação, mas apresenta uma gramática diferente e independente dela. A Libras tem uma gramática diferente da gramática da Língua Portuguesa, entretanto, possui a mesma complexidade. Portanto, é um equívoco considerar que as línguas de sinais são subordina- das às línguas faladas. O uso dos sinais da Libras na estrutura da Língua Portuguesa (Português Sinalizado) não garante, por essa sobreposição, a com- Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais160 preensão daquilo que é comunicado, pois a construção do sentido depende da estrutura e, portanto, a fidelidade à gramática da lín- gua de sinais é fundamental. Vejamos um exemplo: em português sinalizado, ou seja, uti- lizando-se os sinais na estrutura da Língua Portuguesa, se diz: "Eu comi pizza ontem.", com quatro sinais – um sinal para cada palavra e nessa sequência. Em Libras, a mesma ideia é expressa da seguin- te maneira: "Pizza comi ontem", com três sinais e nessa sequência. Para os surdos, a compreensão da ideia depende da estrutu- ra apresentada. Sobre esse aspecto, cabe ainda considerar que as pessoas ouvintes, em função da falta de fluência em Libras, aca- bam utilizando o Português Sinalizado, o que não garante comuni- cação eficiente com surdos, sendo possível apenas a expressão de ideias superficiais. Desse modo, objetivando uma comunicação eficiente com os surdos, por exemplo, na escola, é preciso ir além. É necessário que os ouvintes, especialmente os professores, adquiram fluência na Libras. Mas essa fluência depende do contato dos ouvintes com os surdos (que, fluentes na Libras, são os melhores conhecedores da gramática da língua de sinais). Nesse sentido, o ensino da língua de sinais a pessoas ouvintes deve ser ministrado por surdos, fluen- tes e preparados para a função de professor. Pesquisadores nas áreas da surdez, educação de surdos e bilinguismo defendem que o ensino da língua de sinais é um es- paço profissional que deve ser ocupado por pessoas surdas com formação. Entretanto, ainda não há, no Brasil, surdos em número sufi- ciente formados em, por exemplo, Pedagogia ou Letras, com profi- ciência certificada em Libras, para ministrarem o ensino da língua. Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 161© U7 - Linguística e Língua de Sinais Então, por enquanto, o país está em situação precária: há surdos fluentes ministrando esse curso, mas sem formação em nível su- perior e sem a proficiência na língua, como é exigido pelo Decreto nº 5.626/05 (BRASIL, 2005). Cabe informar que um bom curso de Libras deve contemplar, além dos aspectos práticos da língua, os fundamentos teóricos, es- senciais na compreensão das especificidades da língua e da sua função na vida do surdo. Essa parte teórica é importante que seja desenvolvida por um profissional ouvinte, com formação e pesqui- sa na área. Esse profissional pode estabelecer comunicação com os alunos ouvintes por meio da fala e discutir profundamente as questões teóricas envolvidas com o tema. Mito 4 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A língua de sinais seria um sistema de comunicação superficial, com conteúdo restrito, sendo estética, expressiva e linguisticamente inferior ao sistema de co- municação oral. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Esse mito evidencia várias ideias erradas relacionadas à lín- gua de sinais, são elas: • A língua de sinais não tem complexidade e é pobre do ponto de vista lexical e gramatical. • A língua de sinais é incapaz de expressar ideias abstratas, humor e sutilezas, como figuras de linguagem, estando ligada apenas a aspectos concretos. Conforme já apresentado anteriormente, a língua de sinais permite ao surdo conversar e refletir sobre qualquer assunto. Ronny Realce RonnyRealce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais162 Várias pesquisas, como as realizadas por Klima e Bellugi (1979), mostram que poesias, piadas, trocadilhos, jogos originais, entre outros, são uma parte significativa do saber da cultura surda. Veja, a seguir, duas orientações da comunidade surda, re- tratadas com humor, retiradas do livro Cultura Sorda, así somos (HOLCOMB, HOLCOMB e HOLCOMB, 1994, p.19 e 23), com versão em espanhol do original escrito em inglês: Orientação 1 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Mantener una conversación en lengua de signos mientras se conduce un coche puede ser complicado. Como pasajero, tienes que compartir la responsabilidad con el conductor, manteniendo los ojos en la carretera y avisándole sobre cual- quier posible obstáculo. De esa manera, el conductor se siente más seguro para hablar durante un mayor período de tiempo. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Orientação 2 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 163© U7 - Linguística e Língua de Sinais Vas a un restaurante con una amiga. Lo primero que haces después de sentarte es retirar el centro de flores para que puedas ver las manos de tu amiga sin obstáculos. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Para completar a discussão sobre esse mito, cabe ressaltar que é muito comum as pessoas, equivocadamente, afirmarem que o empobre- cimento estrutural das línguas de sinais liga-se ao fato de que elas não apresentam, por exemplo, elementos de ligação, tais como preposições e conjunções. De acordo com Quadros e Karnopp (2004), essa caracte- rística não empobrece a língua de sinais, pois ela apresenta uma riqueza de expressividade diferente das línguas orais. É possível comprovar esse aspecto assistindo aos vídeos constantes no Dicionário de Libras e às vi- deoaulas que compõem este Caderno de Referência de Conteúdo. As línguas de sinais, como línguas visual-espaciais, apresen- tam elementos próprios, como expressão facial, expressão corpo- ral, movimento, velocidade e direção, que, incorporados ao sinal, garantem a mesma riqueza de expressão que as línguas orais. Mito 5 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A língua de sinais deriva da comunicação gestual espontânea dos ouvintes. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– De acordo com as colocações anteriores, a língua de sinais não é um conjunto de gestos isolados. A ideia de que a língua de si- nais é uma comunicação derivada dos gestos usados naturalmente pelos ouvintes é bem antiga e está fundamentada na concepção de que a linguagem está estritamente relacionada à capacidade do indivíduo de falar. Dentro dessa concepção, a fala seria a expressão mais nobre e a língua de sinais uma forma de expressão inferior, limitada, universal e sem prestígio. Mas a ciência já mostrou dis- tinção entre fala, língua e linguagem; portanto, essa ideia também não se sustenta. Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais164 A concepção de que a linguagem está relacionada à capaci- dade do ser humano de falar é bastante preconceituosa. A igreja preocupou-se muito em ensinar o surdo a falar para que pudessem confessar seus pecados; do contrário, eles queimariam no fogo do inferno. Tal concepção revela a falta de conhecimento sobre o sur- do como ser visual e de respeito a esses sujeitos como minoria linguística, resultando em atitudes opressoras e violentas. Mito 6 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A língua de sinais, por ser organizada espacialmente, estaria representada no hemisfério direito do cérebro, uma vez que esse hemisfério é responsável pelo processamento de informação espacial, enquanto o esquerdo é responsável pela linguagem. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Estudos realizados por Stokoe (1965), Klima e Bellugi (1979) foram determinantes na mudança de concepção em relação à lin- guagem e à surdez. Esses estudos mostraram que os surdos com lesões no hemisfério direito do cérebro processaram todas as in- formações linguísticas em língua de sinais. Já os surdos com lesões no hemisfério esquerdo processaram informações espaciais não linguísticas e não conseguiram lidar com essas informações. O que essas pesquisas mostraram é que as línguas de sinais, mesmo sendo visual-espaciais, são produzidas no hemisfério es- querdo, como qualquer outra língua. Neste tópico, você aprendeu alguns conceitos linguísticos funda- mentais relacionados à língua de sinais. Foi possível, também, conhecer alguns mitos que foram amplamente difundidos e desmistificados. Agora, conhecendo esses conceitos, é possível avançar nos estudos teóricos sobre a língua de sinais, especificamente em rela- ção aos aspectos fonológicos. Até o momento, vimos que: Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 165© U7 - Linguística e Língua de Sinais 1) As línguas de sinais são tão ricas linguisticamente quan- to qualquer outra língua oral e, por isso, possibilitam re- fletir e conversar sobre qualquer assunto. 2) As línguas de sinais não são universais: cada país tem a sua própria versão. 3) A língua dos surdos brasileiros é a Língua Brasileira de Sinais, a Libras. 4) As línguas de sinais apresentam uma estrutura grama- tical diferente e independente da língua majoritária do país. Assim, a gramática da Libras é diferente da gramá- tica da Língua Portuguesa. 5) A soletração não é uma língua independente, e sim um recurso utilizado em situações específicas, como, por exemplo, quando é necessário identificar nomes de pessoas ou explicar o significado de sinais desconhe- cidos. 6) A língua de sinais, mesmo sendo visual-espacial, é pro- cessada no hemisfério esquerdo do cérebro, como qual- quer outra língua. 6. FONOLOGIA DA LÍNGUA DE SINAIS A fonologia das línguas de sinais é a área da linguística que visa identificar a estrutura e a organização dos constituintes fono- lógicos da língua. O ponto central que a fonologia estuda na língua de sinais são as unidades mínimas que formam os sinais, as com- binações e as suas variações no ambiente fonológico. Essas unidades mínimas são: 1) Configuração de mãos (CM). 2) Ponto de articulação (PA) ou localização da mão. 3) Movimento (M). 4) Orientação da mão (OR). Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais166 5) Aspectos não manuais dos sinais (NM) – expressões fa- ciais e corporais. Para que tenhamos uma melhor compreensão da fonologia da língua de sinais, destacamos, a seguir, alguns aspectos apresen- tados por Quadros e Karnopp (2004): 1) As línguas de sinais são visual-espaciais (ou espaço-visu- al), pois a informação linguística é recebida pelos olhos e produzida pelas mãos. 2) Os elementos mínimos constituintes da língua de sinais são processados simultaneamente e não linearmente como ocorre na língua oral. 3) Os articuladores primários das línguas de sinais são as mãos, que se movimentam no espaço em frente ao cor- po e articulam sinais em determinadas locações nesse espaço. Entretanto, os movimentos do corpo e da face também desempenham funções. 4) Um sinal pode ser articulado com uma ou duas mãos. No caso de uma mão, a articulação ocorre pela mão domi- nante (direita para destros e a esquerda para canhotos). 5) Os principaisparâmetros fonológicos da língua de sinais são: • configuração de mão; • ponto de articulação; • movimento; • orientação da mão. Em relação ao item 2, cabe explicar que, na língua oral, os elementos mínimos (fonemas) são produzidos de maneira linear (horizontalmente e no tempo), um sucessivo ao outro. Já na língua de sinais, os elementos mínimos são produzidos simultaneamente. As unidades mínimas: configuração de mão (CM), ponto de articulação (PA), movimento (M), orientação de mão (OR) e expres- sões não manuais (NM) podem ocorrer de maneira simultânea e Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 167© U7 - Linguística e Língua de Sinais não consecutivas. A produção de um mesmo sinal pode envolver, ao mesmo tempo, mais de uma unidade mínima. A produção do sinal para o termo "televisão" envolve a configuração de mão, um ponto de articulação, o movimento e a orientação da mão. Agora, vamos conhecer detalhadamente cada uma das uni- dades mínimas que formam os sinais. As unidades mínimas participam no significado dos sinais, ou seja, o contraste de apenas um dos parâmetros altera o significa- do. Veja as explicações e os exemplos apresentados a seguir. O contraste de apenas um dos parâmetros altera o significa- do dos sinais. Sinais que se opõem quanto à configuração de mão: “descul- pa” e “queijo”. O ponto de articulação no qual são produzidos es- ses sinais é o mesmo (queixo). Entretanto, a configuração da mão é diferente. O sinal de “desculpa” é produzido a partir da configu- ração da mão em “y” e o de queijo é produzido a partir da configu- ração da mão em “l”. Para ter acesso aos sinais citados consulte o dicionário de Libras que se encontra disponível em: <www.acesso- brasil.org.br/libras>. Acesso em: 12 mar. 2012. Sinais que se opõem quanto ao movimento: “trabalho” e “ví- deo”. O ponto de articulação dos sinais é o mesmo, ou seja, pró- ximo ao tronco. A configuração da mão também é a mesma, em “l”. Entretanto, o movimento das mãos é diferente. O sinal de “tra- balho” envolve um movimento das mãos para frente e para trás em frente ao tronco. E o sinal de vídeo envolve um movimento de cima para baixo, em frente ao tronco. Para visualizar os exemplos, consulte o site que se encontra disponível em: <www.acessobrasil. org.br/libras>. Acesso em: 12 mar. 2012. Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais168 Sinais que se opõem quanto ao ponto de articulação: “apren- der” e “sábado”. A seguir, você irá conhecer cada uma das unidades mínimas: configuração de mão, ponto de articulação, movimento, orienta- ção de mão e aspectos não manuais dos sinais. Configuração de mão (CM) O Dicionário da Língua Brasileira de Sinais, produzido pela instituição Acessibilidade Brasil, apresenta 73 configurações de mão. Você pode estar se perguntando: "Como as configurações de mãos foram organizadas?". Quadros e Karnopp (2004) dizem que elas foram organizadas com base em dados coletados nas comuni- dades de surdos das principais capitais brasileiras. Verifique, no quadro (Figura 1), as configurações organiza- das: Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 169© U7 - Linguística e Língua de Sinais Figura 1 Página do site do Dicionário da Língua Brasileira de Sinais. © Língua Brasileira de Sinais170 Podemos verificar que a configuração de mão é o ponto de partida da articulação do sinal. Cada uma das configurações apre- sentadas anteriormente origina vários sinais. Movimento (M) O movimento é uma importante unidade mínima. Além de participar ativamente na produção do sinal, ele dá graça, beleza e dinamismo a essa língua. Se você já teve a oportunidade de presenciar dois surdos con- versando em língua de sinais, deve se lembrar de que, ao produzir os sinais, eles faziam, concomitantemente, alguns movimentos cor- porais, faciais e manuais, associados aos sinais, ou os próprios sinais eram produzidos com movimento e não de maneira estática. As pessoas ouvintes, ao usarem a língua de sinais, o fazem, normalmente, de maneira mais estática. Isso ocorre porque o mo- vimento, embora seja uma parte integrante da língua, é realizado com mais propriedade pelos surdos, que são mais fluentes e co- nhecem a língua profundamente. Sabe-se que associar à produção do sinal aspectos como o movimento e as expressões não manuais não é algo simples. Essa habilidade exige muita competência e fluência na língua, além de uma boa coordenação motora, domínio do movimento e orienta- ção no espaço. Para os ouvintes, usuários de língua oral-auditiva, o domí- nio dessas habilidades é algo bem complexo. Os surdos, por serem mais visuais, adquirem essas habilidades com muito mais natura- lidade e facilidade do que os ouvintes, por isso têm uma fluência mais completa e mais autêntica da língua que os ouvintes. Cabe destacar, então, que para que haja movimento é preci- so haver espaço. Portanto, o movimento é indissociável do espaço. Klima e Bellugi (1979) definem o movimento como um parâmetro complexo que pode envolver vários aspectos, tais como: Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 171© U7 - Linguística e Língua de Sinais 1) forma: o movimento pode ocorrer na mão, no pulso e no antebraço; 2) direção: o movimento pode ser unidirecional, bidirecio- nal ou multidirecional; 3) maneira de produção: o movimento pode variar quanto à tensão e à velocidade; 4) frequência: o movimento pode envolver repetição ou não. Quanto à forma, o movimento pode ocorrer na mão, no pulso e no antebraço. Em relação à direção, o movimento pode ser uni- direcional, bidirecional ou multidirecional. A maneira de produção do movimento pode variar quanto à tensão e velocidade. Quanto à freqüência o movimento pode envolver repetição ou não. No Quadro 1, estão as categorias do parâmetro movimen- to na língua de sinais brasileira segundo Ferreira Brito (1990 apud QUADROS; KARNOPP, 2004). Quadro 1 Categorias do parâmetro movimento na língua de sinais brasileira (Ferreira-Brito, 1990) TIPO Contorno ou forma geométrica: retilíneo, helicoidal, circular, semicircular, sinuoso, angular, pontual Interação: alternado, de aproximação, de separação, de inserção, cruzado Contato: de ligação, de agarrar, de deslizamento, de toque, de esfregar, de riscar, de escovar ou de pincelar Torcedura do pulso: rotação, com refreamento Dobramento do pulso: para cima, para baixo Interno das mãos: abertura, fechamento, curvamento e dobramento (simultâneo/ gradativo) DIRECIONALIDADE Direcional - Unidirecional: para cima, para baixo, para a direita, para a esquerda, para dentro, para fora, para o centro, para a lateral inferior esquerda, para a lateral inferior direita, para a lateral superior esquerda, para a lateral superior direita, para específico ponto referencial - Bidirecional: para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita, para dentro e para fora, para laterais opostas – superior direita e inferior esquerda Não-direcional Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais172 MANEIRA Qualidade, tensão e velocidade - contínuo - de retenção - refreado FRENQÜÊNCIA Repetição - simples - repetido Fonte: Quadros e Karnopp (2004, p. 56). De acordo com o apresentado, você pode percebera impor- tância dos movimentos na língua de sinais, pois eles podem ter múltiplos significados. Isso indica que, ao aprender a língua de sinais, você deve dedicar especial atenção aos movimentos que acompanham os si- nais, buscando compreendê-los e apreendê-los. Veja, a seguir, algumas dicas importantes para você compre- ender a comunicação pela língua de sinais. 1) A variação do movimento pode resultar em um significa- do diferente do sinal. 2) As variações do movimento servem para diferenciar itens lexicais, como nomes e verbos. 3) As variações do movimento podem estar relacionadas à direcionalidade do verbo (KLIMA; BELLUGI, 1979), como no caso do verbo "olhar"/"olhar para". 4) Os movimentos também podem indicar variação em re- lação ao tempo dos verbos, como por exemplo: "olhe para", "olhe fixo", "observe", "olhe por um longo tem- po", "olhe várias vezes". Ponto de Articulação (PA) Outra unidade mínima que também faz parte da língua de sinais é o ponto de articulação. Ele se refere à parte do corpo ou do espaço em que, ou perto do qual, o sinal é articulado (FRIEDMAN, 1997). Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 173© U7 - Linguística e Língua de Sinais É possível você verificar que os sinais podem ser produzidos envolvendo quatro pontos de articulação: tronco, cabeça, mão e espaço. Para concluir, cabe considerar que muitos sinais podem en- volver um movimento, indo de um ponto de articulação a outro, como, por exemplo, p sinal de “presidente” que parte do ombro, desce pelo tronco e termina na lateral da cintura. Ou seja, parte de um ponto de articulação e termina em outro. Orientação da mão (OR) A orientação é a direção para a qual a palma da mão aponta na produção do sinal (QUADROS; KARNOPP, 2004). Ferreira-Brito (1995) considera seis tipos de orientações da palma da mão na Língua Brasileira de Sinais: 1) para cima; 2) para baixo; 3) para o corpo; 4) para frente; 5) para a direita; 6) para a esquerda. Expressões não manuais (NM) As expressões não manuais envolvem movimento da face, dos olhos, da cabeça e do tronco. Essa unidade mínima é também muito importante linguistica- mente, pois marca as sentenças interrogativas (sim/não), interrogativas QU (quem, qual), orações relativas, topicalizações, concordância e foco. Além disso, as expressões não manuais marcam: 1) referência específica; 2) referência pronominal; 3) partícula negativa; 4) advérbio; Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais174 5) grau ou aspecto. Cabe destacar que duas expressões podem ocorrer ao mes- mo tempo, como, por exemplo, as marcas de interrogação e nega- ção que envolvem franzir de sobrancelhas e projeção da cabeça. O Quadro 2 apresenta diferentes expressões que fazem par- te da Língua Brasileira de Sinais. Quadro 2 Diferentes expressões da Língua Brasileira de Sinais Rosto Parte superior Sobrancelhas franzidas Olhos arregalados Lance de olhos Sobrancelhas levantadas Parte inferior Bochechas infladas Bochechas contraídas Lábios contraídos e projetados e sobrancelhas franzidas Correr da língua contra a parte inferior interna da bochecha Apenas bochecha direita inflada Contração do lábio superior Franzir o nariz Cabeça Balanceamento para frente e para trás (sim) Balanceamento para os lados (não) Inclinação para frente Inclinação para o lado Inclinação para trás Rosto e cabeça Cabeça projetada para frente, olhos levemente cerrados, sobrancelhas franzidas Cabeça projetada para trás e olhos arregalados Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 175© U7 - Linguística e Língua de Sinais Tronco Para frente Para trás Balanceamento alternado dos ombros Balanceamento simultâneo dos ombros Balanceamento de um único ombro Fonte: Ferreira-Brito e Lavengin (1995). De acordo com o que você pôde observar nesse quadro, fica evidente a complexidade linguística dessa língua. As expressões não manuais, assim como o movimento, dão muita graça à língua de sinais e são também essenciais, e os surdos as utilizam com muita propriedade. Esse é mais um aspecto que os ouvintes têm a aprender com os surdos usuários da língua de sinais. 7. MORFOLOGIA DA LÍNGUA DE SINAIS Agora, vamos conhecer alguns aspectos da morfologia da língua de sinais. Morfologia é o estudo da estrutura interna das palavras ou dos sinais e das regras que determinam a formação das palavras ou dos sinais. A palavra morfema deriva do grego morphé, que sig- nifica forma. Os morfemas são as unidades mínimas de significado (QUADROS; KARNOPP, 2004). Alguns morfemas, por si sós, constituem palavras, outros nunca formam palavras, apenas constituem partes delas. Nesse caso, temos os morfemas presos, que são os sufixos e os prefixos, uma vez que não podem ocorrer isoladamente. Têm-se, também, os morfemas livres que constituem palavras. Assim como as palavras em todas as línguas humanas, mas diferentemente dos gestos, os sinais pertencem a categorias lexicais ou a classes de palavras, como nome, verbo, adjetivo e advérbio. As línguas de sinais têm um léxico e um sistema de criação de novos sinais em que as unidades mínimas com significado (mor- Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce © Língua Brasileira de Sinais176 femas) são combinadas. Nesse aspecto, as línguas de sinais são diferentes das línguas orais. Nas línguas orais, as palavras complexas são, muitas vezes, for- madas pela adição de um prefixo ou sufixo a uma raiz. Já nas línguas de sinais, essas formas resultam, frequentemente, de processos não concatenativos, em que uma raiz é enriquecida com vários movimen- tos e contornos no espaço de sinalização (KLIMA; BELLUGI, 1979), como por exemplo, os sinais "árvore" e "paquerar". Para visualizar es- tes sinais, consulte o site que se encontra disponível em <www.aces- sobrasil.org.br/libras>. Acesso em 12 de mar. 2012. 8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS Ao finalizar seus estudos sobre a gramática da Língua Bra- sileira de Sinais, procure responder para si mesmo às seguintes questões: 1) Quais os fundamentos linguísticos aplicados à língua de sinais? 2) Apresente e explique as principais ideias equivocadas relacionadas às lín- guas de sinais. 3) O que estuda a fonologia e a morfologia das línguas de sinais? 4) Quais as unidades mínimas das línguas de sinais? 9. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, você pôde estudar aspectos específicos rela- cionados à gramática da Libras) e, por meio deste estudo, compre- ender sua organização. Na próxima unidade, você irá estudar o intérprete de língua de sinais. Veremos que a profissão de intérprete de língua de sinais no Brasil é recente e foi legislada com a publicação do Decreto nº 5.626/05. Além disso, discutiremos a presença do intérprete em sala de aula e como se dá sua atuação nesse contexto. Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Ronny Realce Claretiano - Centro Universitário 177© U7 - Linguística e Língua de Sinais 10. E-REFERÊNCIAS Figura 1 LIBRAS. do Dicionário da Língua Brasileira de Sinais. Disponível em: <http:// www.acessobrasil.org.br/libras/>. Acesso em: 12 jan. 2011. Sites pesquisados BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/ccivil/leis/2002/L10436.htm>. Acesso em: 12 jan. 2011. BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembrode 2005. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 12 jan. 2011. 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAKHTIN, N. Marxismo e filosofia pra linguagem. São Paulo: Hucitec, 1999. CHOMSKY, N. Syntactic structures. The Hague: Mounton, 1997. HOLCOMB, R. K.; HOLCOMB, S. K.; HOLCOMB, T. K. Cultura sorda: así somos (Traduzido por Francisco Meizoso y Cristina Freire). San Diego: DawnSignPress, s.d. KLIMA, E.; BELLUGI, U. Wit and poetry in american sign language. Dign language Studies. v. 8. QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 20. ed. São Paulo: Cultrix, 1995. STOKOE, W. C. et al. A dictionary of american sign language on linguistic principles. 2. ed. Silver Spring: Linstok, 1965. Claretiano - Centro Universitário
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