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ITAPEVA 
2017 
 
 
 
 
CLEBERSON DONIZETI CAMARGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL 
 
AVALIAÇÃO DE OPERAÇÃO DO ATERRO MUNICIPAL DE 
BURI 
 
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ITAPEVA 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DE OPERAÇÃO DO ATERRO MUNICIPAL DE 
BURI 
 
 
Trabalho apresentado ao curso Superior de Tecnologia 
em Gestão Ambiental, à Universidade Norte do Paraná - 
UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de 
média bimestral nas disciplinas de: Cartografia e 
Geoprocessamento Ambiental; Fundamentos de 
Geomorfologia e Geologia; Estatística e Indicadores 
Ambientais; Recuperação de Áreas Degradadas e 
Seminário Interdiciplinar IV. 
 
Professores: 
TAÍS CRISTINA BERBET 
JAMILE RUTHES BERNARDES 
CARLOS ROBERTO DA SILVA JUNIOR 
LUCIANA ANDRÉIA PIRES 
FABIO LUIZ ZANARDI COLTRO 
 
CLEBERSON DONIZETI CAMARGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1 
2. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 2 
2.1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ................................................................. 2 
2.2. ATERRO EM VALAS ..................................................................................... 2 
2.3. PRINCIPAIS IMPACTOS POTENCIAIS NA FASE DE OPERAÇÃO ............. 6 
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 8 
3.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO ................................... 8 
3.2. ATERRO MUNICIPAL DE BURI .................................................................... 8 
4. RESULTADOS ................................................................................................... 12 
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 13 
6. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 14 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
Um dos resíduos gerado pela humanidade tem sido o lixo. Com a 
crescente da população este tem se tornando um problema ao meio ambiente. A 
solução adotada sempre foi o descarte do lixo em lugares longe dos centros urbanos 
que ficaram conhecidos como lixão. Porém este descarte em lixões não resolveu o 
problema do lixo urbano, e ainda contribui para a contaminação de solos, recursos 
hídricos, ar, etc. 
A Lei 12.305/10 determinou medidas para a disposição final 
ambientalmente adequada. A adoção destas medidas para o gerenciamento do 
sistema de resíduos sólidos urbanos passou a ser um desafio para as administrações 
municipais, principalmente as de pequeno porte. O maior problema encontrado pelos 
municípios de pequeno porte e de escassos recursos financeiros para a construção 
de aterros sanitários é o da disponibilidade de equipamentos para a sua operação. 
Uma saída para esta situação é o aterro em valas, que não possui 
impermeabilização e captação de chorume. A técnica consiste no preenchimento de 
valas escavadas com dimensões apropriadas, onde os resíduos são depositados sem 
compactação, e a sua cobertura com terra é realizada manualmente. Os 
equipamentos são imprescindíveis apenas na fase de abertura das valas. Esse tipo 
de aterro não é aconselhado para municípios que produzem mais que 10 toneladas 
de lixo por dia, uma vez que não existe compactação dos resíduos e dessa forma a 
área integral não é aproveitada. A escavação das valas exige condições favoráveis, 
como profundidade do lençol freático, constituição do solo e outros. Fatores limitantes 
são os terrenos rochosos e arenosos, que dificultam a escavação e não apresentam 
coesão suficiente, causando o desmoronamento das paredes das valas. Apesar de 
aparentar um processo de fácil execução, o gerenciamento de um aterro sanitário 
requer grande seriedade e responsabilidade para assegurar a preservação da 
qualidade ambiental preconizada em projeto. 
Com o objetivo de avaliar a operação do Aterro municipal de Buri e 
propor medidas de correção para procedimentos inadequados ou inexistentes, o 
presente trabalho pretende contribuir para a minimização dos impactos ambientais 
causados pela incorreta operação do Aterro Municipal. 
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2. DESENVOLVIMENTO 
2.1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
O Aterro Sanitário de resíduos sólidos urbanos é a técnica adequada, 
do ponto de vista sanitário, e aprovada para a disposição destes resíduos no solo. É 
instalado e operado em municípios de grande porte. No caso da implantação de aterro 
sanitário, devem-se observar as normas da NBR 8419 – Apresentação de projetos de 
aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos (ABNT, 1992) e NBR 13896 – Aterros 
de resíduos não perigosos – Critérios para projeto, implantação e operação (ABNT, 
1997). 
Para municípios de peque porte, aqueles com população menor que 
25.000 (vinte e cinco mil) habitantes e que geram até 10 (dez) toneladas por dia destes 
resíduos (SÃO PAULO, 2005), é aceitável e até aconselhável o uso do Aterro em 
Valas, como já ocorre em Buri (CETESB, 2010). Pois estes municípios enfrentam 
dificuldades de ordem técnica, operacional e financeira para manter aterros sanitários. 
 
2.2. ATERRO EM VALAS 
A técnica do Aterro em Valas consiste no preenchimento de valas 
escavadas com dimensões apropriadas, onde os resíduos são depositados sem 
compactação e a sua cobertura com terra é realizada manualmente, sendo os 
equipamentos imprescindíveis apenas na fase de abertura das valas (SÃO PAULO, 
2005). 
O projeto técnico e as fases de instalação e operação do Aterro em 
Valas devem ser licenciados pelo órgão ambiental competente. Além disso, a 
manutenção e monitoramento do local devem seguir as orientações do mesmo órgão 
licenciador, bem como seu encerramento. Deve-se observar as normas da ABNT 
citadas anteriormente e também os Procedimentos para implantação de aterro 
sanitário em valas (SÃO PAULO, 2005) e o Manual de operação de aterro sanitário 
em valas (CETESB, 2010). 
São permitidos nos aterros sanitários, conforme Resolução CONAMA 
404/2008, resíduos domiciliares, provenientes de serviços de limpeza urbana, de 
pequenos estabelecimentos comerciais, industriais e de prestação de serviços, desde 
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que estejam incluídos no serviço de coleta regular de resíduos e que tenham 
características similares aos resíduos sólidos domiciliares. 
Ferreira (2006), destaca que para poderem, de fato, desempenhar 
seu papel de destinação final dos resíduos sólidos urbanos, de forma adequada e 
eficaz sem o comprometimento do meio ambiente, os aterros sanitários necessitam 
dispor de uma série de elementos essências, básicos e outros de natureza acessória. 
Os critérios para operação das valas devem seguir as especificações 
do projeto. Como material base, pode-se utilizar o Manual de Operação de Aterro 
Sanitário em Valas da CETESB (2010) que descreve alguns critérios usuais para 
empreendimento deste tipo, citadas a seguir: 
 
a) Dimensões das valas: 
 Separação entre as bordas superiores dever ser ≥ 1,0 m, deixando 
espaço suficiente para operação e manutenção; 
 Profundidade de escavação ≤ 3,0 m, observando condições de 
estabilidade dos taludes e o nível do lençol freático; 
 Largura variável, dependendo do equipamentode escavação, não 
podendo ser excessiva ao ponto de dificultar a cobertura operacional dos 
resíduos. É recomendável largura da vala na superfície ≤ 3,0 m. 
 
b) Abertura e vida útil das valas: 
 Escavação de cada vala executadas de uma só vez, com 
dimensionamento que permita disposição dos resíduos por um período 
de aproximadamente 30 dias; 
 Para vida útil superior a 30 dias, recomenda-se que no fundo da vala 
sejam mantidos pequenos diques de solo natural que definam subáreas 
hidraulicamente separadas, com vida útil aproximada de 30 dias. 
 
c) Disposição dos resíduos: 
 Iniciada pelo mesmo lado de início da escavação da vala; 
 Caminhão posicionado de ré, perpendicularmente ao comprimento da 
vala, o mais próximo possível da vala, para garantir o lançamento dos 
resíduos diretamente na vala, evitando espalhamento em outros locais. 
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Porém essa atividade deve garantir a segurança com relação ao risco 
de desmoronamento das valas; 
 Recomendada a execução de um pequeno dique com solo, com o intuito 
de demarcar o ponto máximo de aproximação para o descarregamento 
na vala; 
 Varrição de todos os resíduos que possam ter sido dispostos fora da 
vala; 
 Cobrimento imediato dos resíduos lançados com solo 
 
d) Cobertura diária: 
 Minimiza os odores e proliferação de vetores gerados pelos resíduos em 
decomposição; 
 Impede, pelo menos um pouco, a entrada de água na vala; 
 Resíduos devem ser nivelados e cobertos com solo (manual ou 
mecanicamente); 
 Nivelamento e cobertura devem ser realizados diariamente; 
 Camada de solo de cobertura ≥ 20,0 cm; 
 Execução de forma racional, ao fim de cada jornada de trabalho; 
 Uso de solo em excesso diminui a vida útil das valas; 
 Ao fim do preenchimento do primeiro trecho da vala, passa-se para o 
outro, repetindo o mesmo processo de disposição e cobertura diária. 
 
e) Cobertura final: 
 Nivelamento efetuado em cota superior à do terreno, prevendo-se 
possíveis recalques, de forma a evitar acúmulo de água; 
 Cobertura final executadas com camada de solo de aproximadamente 
60 cm e declividade ≥ 7% na menor dimensão da vala. 
 
f) Cobertura Vegetal: 
 Cobertura da vala com solo orgânico e vegetal, com a intenção de evitar 
erosões e minimizar a infiltração de águas de chuva; 
 
g) Drenagens superficiais: 
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 Sistemas e dispositivos de drenagem superficial executados ao longo da 
operação das valas, visando manter a área do aterro sanitário em 
condições normais de operação, bem como evitar o acúmulo excessivo 
de água e aumento do chorume; 
 O sistema deve prever estruturas definitivas e provisórias, de modo a 
evitar a entrada de águas da chuva na vala em operação; 
 Sistema composto de drenos escavados no solo, revestidos com grama 
ou argamassa, canaletas de concreto, caixas de passagem, tubulação 
em concreto e dissipadores em pedra ou rachão; 
 
h) Demarcação das valas encerradas: 
 Recomendado que as valas sejam demarcadas com marcos fixos e 
permanentes ao final da operação, visando facilitar futuras intervenções 
caso seja necessário; 
 Prever rotina de manutenção após a finalização de depósito de resíduos 
nas valas, para corrigir eventuais recalques, desobstruir e manter o 
funcionamento correto dos sistemas de drenagem de águas pluviais e o 
corte da grama. 
 
O isolamento do aterro deve ser levado em consideração na fase de 
implantação do mesmo. O fechamento da área se dá por meio de cercas de arame e 
cerca viva, e o controle de acesso por meio de portaria. O controle deve ser para o 
recebimento de resíduos e acesso de pessoas, não devendo ser permitido o acesso 
de pessoas estranhas à operação do empreendimento, a não ser nos casos de 
desenvolvimento de ações voltadas à educação ambiental. 
A permanência do vigia poderá ser dispensada caso não exista a 
possibilidade da presença de coletores na área do aterro. Sendo assim, o controle e 
registro passarão a ser feitos pelos próprios motoristas dos caminhões coletores, que 
possuirão cópia da chave do portão e da guarita. 
Para que o controle de vetores seja eficiente, é de suma importância 
que a cobertura dos resíduos seja feita de forma adequada, impedindo sua exposição 
e evitando atrativos de resíduos orgânicos ou de moscas que podem atrair aves. 
Outros animais podem ser evitados na área do aterro se o isolamento físico do mesmo 
for feito de forma eficiente. 
6 
 
A área do aterro deve estar sempre limpa e a administração deve 
promover a remoção dos materiais espalhados pela área. O corte da cobertura vegetal 
utilizada como cobrimento final das valas também deve ser frequente, para que seja 
possível fazer inspeções visuais nas valas encerradas e demais estruturas do aterro. 
É importante também fazer a manutenção do aterro. Devem ser alvo 
constante da manutenção os acessos internos e externos ao aterro, os isolamentos 
físicos e visuais, o sistema de drenagem de águas pluviais e suas estruturas, bem 
como as máquinas e equipamento. A verificação desses itens deve ser feita com 
frequência, e caso sejam constatados danos, o reparo deve ser feito imediatamente, 
visando não comprometer a operação do aterro. 
 
2.3. PRINCIPAIS IMPACTOS POTENCIAIS NA FASE DE OPERAÇÃO 
 
A operação de um aterro sanitário caracteriza-se por ser a fase de 
maior potencial de impactos ao meio ambiente e a saúde da população. Os problemas 
sanitários têm ligação direta com a saúde pública e os problemas ambientais a afetam 
diretamente. 
Para D’Almeida (2002), os principais impactos descritos em aterros 
sanitários são: 
 
 Saída de material esvoaçante (a partir de veículos transportadores de 
lixo e da operação do aterro; 
 Geração de gases, material particulado e ruído gerados pelos 
transportadores e máquinas; 
 Intensificação do trânsito nas vias de acesso; 
 Remoção/degradação da cobertura vegetal da área de disposição, área 
de empréstimo/descarte do solo; 
 Geração de gases e odores pela decomposição do lixo e/ou sistema de 
tratamentos de efluentes; 
 Espalhamento do lixo ao longo das vias de acesso por perdas no 
transporte ou lançamentos clandestinos; 
 Alteração do escoamento superficial; 
 Proliferação de vetores; 
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 Assoreamento de corpos d’água próximos; 
 Mortes ou incômodos à fauna; 
 Alteração da percepção da paisagem; 
 Depreciação de imóveis lindeiros; 
 Erosão pela água; 
 Poluição do solo, águas subterrâneas e composto produzido, devido a 
recepção de resíduos incompatíveis; 
 Degradação da área de empréstimo/descarte de solo excedente; 
 
 
 
8 
 
3. METODOLOGIA 
A metodologia aplicada consistiu em ampla revisão bibliográfica 
através de leis, fotos, artigos científicos, livros e sites na internet. Foram realizadas 
visitas técnicas no aterro sanitário do município de Buri, onde foram coletados dados 
e analisada a operação do aterro municipal. 
 
3.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO 
O município de Buri localiza-se na região sudoeste do Estado de São 
Paulo, estendendo-se por 1.195,91 km², com altitude média de 590 metros acima do 
nível do mar e sua sede situa-se nas coordenadas geográficas de 23˚47'24'' latitude 
sul e de 48˚35'24'' longitude oeste, com uma população residente de 19.563 
habitantes (IBGE, 2010) 
O município está inserido na borda Leste da Bacia do Paraná, 
representado por rochas do Grupo Itararé, Tatuí, Irati e Depósitos Cenozóicos. O 
Grupo Itararé predomina na área do município e constitui-se de arenitos com 
granulação variável, desde fina a conglomerática, argilosos, ocorrendo também 
pacotes expressivos de diamictitos e sedimentos pelíticos, apresentadospor siltitos 
cinza, folhelhos e ritmitos (SAAD, 1977). 
O município contém estruturas geomorfológicas de Colinas Amplas e 
Morrotes Alongados e Espigões. 
Na porção mais central da área ocorrem os Morrotes que apresentam 
declividades acima de 15%, topos angulosos a achatados, vertentes ravinadas e perfis 
retilíneos, drenagem de média a alta densidade com padrão dendrítico (IPT, 1981b). 
O extremo sul e norte da área, bem como uma faixa pequena no 
centro da área do município, exibe Colinas Amplas que, de acordo com (IPT, 1981b), 
são caracterizadas por relevo com topos extensos e aplainados, vertente retilínea a 
convexa, com declividades de até 15% e amplitudes locais inferiores a 100m. 
 
3.2. ATERRO MUNICIPAL DE BURI 
 
O aterro municipal de Buri insere-se situa-se na zona rural distante 
3,5 km do centro urbano e 1,5 km do núcleo populacional mais próximo. O acesso ao 
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aterro é feito por estrada de terra que é ligada a Rodovia Tertulino Gonçalves de 
Albuquerque na altura do km 3. 
Em 2007 iniciou-se a disposição final dos resíduos sólidos 
domiciliares no atual Aterro Sanitário do Município de Buri. O processo de 
licenciamento ambiental iniciou-se no ano de 2006, com a seleção da área e 
apresentação de um estudo ambiental para o licenciamento. O aterro sanitário foi 
projetado com a finalidade de receber os resíduos sólidos de origem domiciliar, 
coletados pelos serviços de coleta regular do município. A tecnologia adotada foi a de 
disposição em valas devido ao volume gerado e por ser a tecnologia mais barata para 
o porte do município. 
No início de 2007 foi expedida a licença de operação. Em 2016 a 
licença de operação foi renovada por mais 2 anos, vencendo em 2018 com o final da 
vida útil do aterro. Com a vida útil próxima do fim em 2017 foi iniciado o processo de 
licenciamento de área contigua ao atual aterro sanitário. A Figura 1 mostra a 
localização do aterro. 
 
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Figura 1: Localização de Aterro Sanitário Município de Buri 
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12 
 
4. RESULTADOS 
O Aterro Municipal de Buri foi licenciado para operação em 2007, 
quando passou a receber resíduos sólidos de origem domiciliar, coletados pelos 
serviços de coleta regular do município. A gestão e o gerenciamento de 
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) da cidade estão sob a responsabilidade da 
Prefeitura Municipal, especificamente a cargo da Secretaria Municipal de 
Serviços Públicos, Urbanos e Rurais. 
Diariamente chega ao aterro de 2 há 3 caminhões modelos 
compactadores de lixo urbano. Nas segundas feiras a média é maior já que não 
é feita a coleta nos fins de semana. 
A via externa é de fácil acesso, não apresentando trânsito 
intenso, mas exige cuidados frequentes devido a topografia de alta declividade 
e do comprimento de rampa, fatores que aceleram a velocidade da enxurrada 
causando erosões na estrada (Dadalto et al.,1990). Não há sinalização indicando 
localização do aterro. 
O aterro apresenta cinturão verde, com cercamento de arame 
liso, o que facilita a sua inserção no ambiente local, pois não se nota a presença 
da operação de um aterro no local. O cercamento é feito com arame liso em toda 
a área do aterro. 
Não há controle de entrada ao aterro, apesar de ter sido 
instalado portão que fica sempre aberto durante a operação do aterro. 
A operação de entrega do material ocorre de forma ordenada, 
apesar de não haver presença de responsável pelo local. A frequência 
inadequada de recobrimento dos resíduos é evidente pelo resíduo estar exposto 
a céu aberto. 
Não foi feito nenhum controle de sequência de valas o que 
causou uma desordem na localização das destinações, o que reduziu a vida do 
aterro pela metade. 
O aterro não possui nenhuma estrutura relacionada a um 
sistema de drenagem de águas pluviais, o que acarreta em pontos de enxurrada 
que resultam em erosão devido a remoção da cobertura vegetal da área. Por 
possuir uma declividade média de 8% em direção a entrada do aterro, há uma 
acumulo de material que tem de ser constantemente removido. 
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Devido a tecnologia aplicada não exigir a coleta de chorume, é 
evidente que o solo do local esteja contaminado já que ao circular pelo solo em 
que o lixo foi depositado, o chorume carrega microrganismos, metais pesados, 
nitratos e fosfatos e muitas outras substâncias. 
Para os gases não é feito nenhuma coleta e o monitoramento do 
lençol freático não ocorre em nenhuma área do aterro. 
 
5. CONCLUSÃO 
Apesar de o aterro estar dentro dos padrões estabelecidos pela 
CETESB, e atendendo as exigências mínimas de operação, nota-se a falta de 
capacidade técnica do Município de Buri de operar a área. 
Alguns pontos positivos podem-se notar na área como: o 
isolamento da área por meio de cerca de arame liso e barreira vegetal; existência 
de portão de acesso, que devidamente controlado pode atender a demanda pelo 
acesso a área interna. 
Entretanto, em termos gerais, o aterro não atende às 
recomendações das normas técnicas pertinentes, em especial a NBR 8419/1992 
– Apresentação de projetos, de aterros sanitários e NBR 13896/1997 – Aterros 
de resíduos não perigosos – Critérios para projeto, implantação e operação. 
A falta de capacidade técnica do Município pode ser percebida 
pela ausência de elementos básicos da fase de planejamento, tendo destaque a 
ausência de sistema de drenagem superficial, impermeabilização e drenagem 
do percolado. 
A falta de monitoramento, em especial aos aspectos 
relacionados aos sistemas de impermeabilização, drenagem de águas 
superficiais, drenagem do percolado, precisa ser corrigida o mais breve possível 
para garantir uma disposição ambientalmente adequada e, deste modo evitar a 
degradação ambiental da área em torno do aterro. 
Faz-se necessário a elaboração e execução de um projeto 
técnico para adequação do aterro, que deve incluir planos de inspeção e 
manutenção, de emergência e monitoramento da qualidade das águas 
subterrâneas. 
 
14 
 
6. BIBLIOGRAFIA 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8.419: 
Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de Resíduos Sólidos 
Urbanos: procedimentos. Rio de Janeiro, 1985ª. 9 p. 
BRASIL. Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, nº 147, p. 3, 03 de ago. 2010. 
BURI, PREFEITURA MUNICIPAL DE. Plano Municipal de Gestão Integrada 
dos Resíduos Sólidos de Buri: Relatório 2 – Concepção do Plano Municipal 
de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos de Buri / Prefeitura Municipal de Buri. 
– 2016. 69 P. 
BURI, PREFEITURA MUNICIPAL DE. Plano Municipal de Gestão Integrada 
dos Resíduos Sólidos de Buri: Relatório 3 – Proposta de Prognóstico do 
Sistema de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos de Buri / Prefeitura Municipal 
de Buri. – 2016. 115 p. 
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. CETESB. Manual de 
Operação de Aterro Sanitário em Valas. 24 p. Disponível em < 
http://igeologico.sp.gov.br/wp-content/uploads/cea/Aterro_valas.pdf >. Acesso 
em 29 out. 2017. 
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Aterro em 
valas. São Paulo: CETESB. 1997. (apostilas ambientais). 
DADALTO, G. G.; CARMO FILHO, O. G.; CASTRO, L. L. F. Captação de águas 
pluviais das estradas vicinais. Vitória – ES: EMCAPA, 1990. 22 p. (EMCAPA 
– Documentos, 63). 
D’ALMEIDA. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado / 
Coordenação: Maria Luiza Otero D’Almeida, - 2. ed. Brasília: IPT/CEMPRE, 
2002. – (Publicação IPT 2622). 329p. 
FERREIRA, L. Idéias para uma sociologia da questão ambiental no Brasil. 
São Paulo:Annablume, 2006. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS - IBGE. 
Indicadores. Disponível em: < 
https://cidades.ibge.gov.br/painel/populacao.php?lang=&codmun=350800&sear
ch=s%E3o-paulo%7Cburi>. Acesso em 29 out. 2017. 
SAAD, A. R. Estratigrafia do subgrupo Itararé no centro sul do Estado de 
São Paulo. Dissertação de Mestrado, Inst. Geoc. Univ. São Paulo, 1997. 107 p.

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