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Segunda fase da ditadura militar
Após o forte crescimento de oposição ao regime militar, notadamente através do movimento estudantil, marcado pela atuação da União Nacional dos Estudantes (UNE), bem como do aumento das greves trabalhistas, da atuação de antigos lideres políticos, formando a oposição extraparlamentar denominada “Frente Ampla”, além de apoio de parcela da Igreja Católica, o regime militar deu início a uma nova fase de repressão, por meio do AI-5, em dezembro de 1968, o qual, pela severidade das medidas, é o mais comentado.
 Observe-se:
Dentre os atos, destaca-se o Ato Institucional 5, pelo qual o presidente passava a deter poderes de fechar o Congresso Nacional quando julgasse oportuno, permitia as demissões sumárias, cassações de mandatos, suspensões de direitos políticos.
O ato também suspendia os direitos constitucionais da liberdade de expressão e de reunião por meio da censura; permitia a proibição ao cidadão do exercício de sua profissão; e interrompia a garantia de habeas corpus aos acusados de crimes contra a segurança nacional. Por tudo isso, o Ato Institucional 5 “era a ditadura sem disfarces”. (BORGES, 2012, p. 63).
Logo, o AI-5 representou a normatização, se é que se pode falar em legalidade, de todos os meios que a ditadura militar imaginava serem válidos para expurgar o inimigo interno, tudo em conformidade com a doutrina da Segurança Nacional.
Outrossim, o próprio poder Judiciário foi albergado pelas disposições da AI-5, tendo em vista que suspendeu-se mais uma vez as garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade, sendo que ao Presidente da República ficava facultado demitir, remover, aposentar ou pôr em disponibilidade quaisquer portadores de tais garantias.
E de fato o regime tornou-se mais severo em relação ao Judiciário:
Em janeiro de 1969, três ministros do Supremo Tribunal Federal foram forçados a se aposentar, o presidente do Supremo acabou renunciando em protesto. Um sexto Ato Institucional foi feito e o número de magistrados do STF caiu de 16 para 11 e os delitos contra a segurança nacional, que anteriormente poderiam ser julgados por Tribunais militar ou civis, foram para a jurisdição dos Tribunais Militares. E, mesmo estes não escaparam da fúria da “linha dura”. O governo decretou a aposentadoria de um General ministro do Supremo Tribunal Militar por considerar que ele era complacente demais com os réus. 
Assim, a própria democracia, que até então estava seriamente dilapidada, mas que ao menos possuía como ponto de referência isolado a sobrevivência do Congresso Nacional, ainda que formalmente, agora encontrava o seu completo oblívio, visto que a Presidência da República passava a deter poderes para fechar o parlamento brasileiro no momento em que imaginasse ser oportunidade.
Note-se, ademais, que o instrumento do habeas corpus de extensa tradição como garantia constitucional foi restrito nos casos dos denominados crimes contra a segurança nacional, além dos casos de crime político, crimes contra ordem econômica, segurança nacional e economia popular
Merece destaque ainda que:
Para completar o quadro de possibilidades de repressão à margem de qualquer legalidade, três meses depois da edição do AI-5, ficou estabelecido que os encarregados dos Inquéritos Policiais podiam prender qualquer indivíduo por sessenta dias, dos quais dez em regime de incomunicabilidade. Tempo mais que suficiente para que a tortura, que já era usual e especializada, acontecesse de maneira facilitada.
Ao final do ano de 1969, o aparelho repressivo já se encontrava plenamente instalado, possuindo uma espécie de poder paralelo em relação ao Estado. Nesse sentido, os agentes públicos poderiam utilizar quaisquer métodos, inclusive execuções e torturas, sob a tutela do AI-5
Adicionalmente, vale fazer referência a terceira Lei de Segurança Nacional (Decreto-Lei 898), que introduziu a prisão perpétua e a pena de morte para os opositores envolvidos em conflitos armados que tivessem o resultado morte.
Em resumo, pode-se frisar que a segunda fase: “Foi o período onde a repressão atingiu o seu grau mais elevado, com forte censura à imprensa e ações punitivas em universidades”
Por tudo, verifica-se que o AI-5 possibilitou ao regime um substrato normativo, ainda que desconexo com qualquer noção mínima de direitos fundamentais, para que se reprimisse qualquer possibilidade de alguém se colocasse contra os ideais da doutrina da Segurança Nacional.
Fase final da ditadura militar
A chamada “abertura política” iniciou-se no governo do general-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) e se estendeu pelo mandato de seu sucessor, o general João Figueiredo (1979-1985). Geisel tomou várias iniciativas que atenuaram a opressão política, como o abrandamento da censura à imprensa, a revogação da parte da legislação repressiva (como o AI-5 e o decreto-lei nº 477), o restabelecimento do habeas corpus para crimes políticos e a abolição das penas de morte, prisão perpétua e banimento, entre outras.
Essa abertura política, acompanhada, essencialmente, do abrandamento do aparelho repressor, da possibilidade de que algumas pessoas expulsas ou exiladas retornassem e da recuperação gradual das garantias individuais, necessário dizer, equivale ao projeto inicial de transição democrática brasileira, o que se acentuou e perdurou até a Constituição de 1988.
Portanto, esta última fase tem como ponto fulcral a retomada gradual e controlada pelo regime ditatorial da democracia ao Estado brasileiro.

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