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U N O PA R CO N TA B ILID A D E D O SETO R PÚ B LICO CONTABILIDADE DO SETOR PÚBLICO UNIDADE 2 Em uma parte do orçamento temos as receitas, após conceituá- las vamos classificá-las e ainda veremos em um plano de contas suas divisões e explicações. Seção 1 | Receitas Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade, vamos aprender a conceituar a receita dos entes públicos, assim como vamos classificá- la, porque ela se divide em algumas categorias econômicas, em origens e mais algumas subdivisões, por isso, é importante entender todo esse desdobramento. Também vamos percorrer o caminho que a receita realiza para ser concluída, ou chegar até os cofres do poder público. Iremos aprender a conceituar a despesa pública, entendendo ainda como ela se classifica e se desdobra, além de acompanhar como são suas fases de execução, ou seja, o caminho que ela percorre do início de realização até o final. Vânia de Almeida Silva Machado Unidade 2 RECEITA E DESPESA PÚBLICA É natural que após o mês trabalhado, o trabalhador receba seus proventos, seu salário. Todo trabalho deve ser recompensado, e o salário é o “reconhecimento” do serviço exercido. As empresas não possuem salário. Elas não são remuneradas de forma periódica, como ocorre com Seção 2 | Despesas Receita e Despesa Pública U2 56 o trabalhador comum. Aquilo que ela recebe em função do exercício de sua atividade é chamado de receita. No ramo empresarial, as receitas são oriundas de suas vendas e da prestação de seus serviços. Para a atividade pública, a receita provém dos tributos que os contribuintes pagam, com intuito de prover os serviços públicos prestados pelo governo. Longe da discussão da eficiência da gestão dos recursos públicos, ou ainda da pesada carga tributária praticada em solo brasileiro, esta seção apresentará conceitos e aspectos teóricos acerca das receitas públicas. Receita e Despesa Pública U2 57 Introdução à unidade Falamos na unidade anterior sobre orçamento público e as suas ferramentas para colocar em prática o planejamento na atividade pública. Pois bem, agora vamos nos aprofundar um pouquinho mais nesse campo e como o orçamento se trata do equilíbrio entre as receitas estimadas e as despesas fixadas, agora trataremos do ponto sobre as receitas, seu conceito e classificação. Assim como conceituamos e classificamos as receitas, vamos classificar e conceituar toda a despesa, seus estágios percorridos durante o exercício financeiro e, no encerramento do ano, como é o procedimento realizado com as despesas que não passarem por todos esses estágios. Sabia que tem uma forma de alterar, durante o exercício financeiro, as despesas que foram orçadas na Lei de Orçamento Anual – LOA? Pois bem, vamos ver como é esta alteração e sua classificação. Espero que seja esclarecido cada ponto deste mencionado e você, caro aluno, fique cada vez mais motivado pelo assunto. Vamos ao trabalho. Receita e Despesa Pública U2 58 Receita e Despesa Pública U2 59 Seção 1 Receitas É natural que após o mês trabalhado, o trabalhador receba seus proventos, seu salário. Todo trabalho deve ser recompensado, e o salário é o “reconhecimento” do serviço exercido. As empresas não possuem salário. Elas não são remuneradas de forma periódica, como ocorre com o trabalhador comum. Aquilo que ela recebe em função do exercício de sua atividade é chamado de receita. No ramo empresarial, as receitas são oriundas de suas vendas e da prestação de seus serviços. Para a atividade pública, a receita provém dos tributos que os contribuintes pagam, com intuito de prover os serviços públicos prestados pelo governo. Longe da discussão da eficiência da gestão dos recursos públicos, ou ainda da pesada carga tributária praticada em solo brasileiro, esta seção apresentará conceitos e aspectos teóricos acerca das receitas públicas. 1 Conceito Entende-se por receitas públicas, em sentido amplo, todo e qualquer recolhimento realizado aos cofres públicos, seja na forma de numerário, dinheiro, ou na forma de bens. Sendo essas entradas nos cofres públicos, os direitos que o Estado tem de receber em virtude de lei. Mesmo que estes valores não lhes pertençam, configurando uma receita temporária, pois deverá ser repassada para alguém, como iremos ver quando estivermos falando de receitas extraorçamentárias ou ingressos extraorçamentários. Após as atualizações recentes na contabilidade pública, temos no Manual da Receita que quando este fala em Receitas Públicas está se fazendo entender por Receitas Orçamentárias. Nossa como complicou hein?! Agora você me pergunta: o que é receita pública e o que é receita orçamentária? Então vamos por parte. Receitas públicas, pelo enfoque orçamentário, são as disponibilidades de recursos financeiros do exercício orçamentário, o ano em atividade, “[...] e cuja finalidade precípua é viabilizar a execução das políticas públicas”, ou o programa de governo do Gestor, “[...] a fim de atender às necessidades coletivas e demandas da Receita e Despesa Pública U2 60 sociedade” (BRASIL, 2012a, p. 11), conforme transcrito no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – procedimentos contábeis orçamentários. Em outras palavras, são recursos financeiros que o governo possui para conseguir realizar os serviços públicos colocados a toda a sociedade e manter essa máquina, chamada de administração pública, em pleno funcionamento. Antes dessas atualizações do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, falava-se em receitas orçamentárias e receitas extraorçamentárias, a partir dessas atualizações, quando o manual se refere às receitas públicas ele está se referindo às Receitas Orçamentárias. Pois, quando ele for tratar da parte extraorçamentária não falará em receitas extraorçamentárias e sim em ingressos extraorçamentários. 2 Classificação da receita Classificar é igualmente dizer que vamos dividir em partes, dando nomes e especificando cada detalhe conforme cada divisão que surgir. Faremos a classificação para melhor agrupar as receitas do mesmo tipo e para que o leitor ou o cidadão, quando se deparar com um relatório que tenha as receitas, possa, da melhor forma possível e mais fácil, entender esses relatórios e o que aconteceu nesse ente público. Também nada acrescenta para decisões, informações nas publicações a toda sociedade se estiver toda a entrada dos recursos em uma única nomenclatura. Seria bem complicado não acha? Então vamos ver como fica a classificação das receitas no campo público. 3 Receita orçamentária Receitas orçamentárias são aquelas que estão contidas no Orçamento Público, na Lei de Orçamento Anual – LOA e com isso sabemos que se estão na lei, passaram pelo ciclo orçamentário e foram autorizadas pelo poder legislativo. 3.1 Receitas correntes Temos que as receitas correntes são aquelas destinadas a cobrir as despesas correntes, que são gastos realizados para a manutenção da máquina pública, com isso, são gastos contínuos, habituais. Na Lei nº 4.320/64, temos o conceito de Receitas Correntes como segue: Receita e Despesa Pública U2 61 Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. § 1º - São Receitas Correntes as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. (BRASIL, 1964). Portanto, as receitas correntes são divididas em ORIGENS da seguinte forma e com os seguintes dígitos identificadores: RECEITAS CORRENTES 1 - RECEITA TRIBUTÁRIA. 2 - RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES.3 - RECEITA PATRIMONIAL. 4 - RECEITA AGROPECUÁRIA. 5 - RECEITA INDUSTRIAL. 6 - RECEITA DE SERVIÇOS. 7 - TRANSFERÊNCIAS CORRENTES. 9 - OUTRAS RECEITAS CORRENTES. (BRASIL, 1964). Através deste artigo, vemos a divisão das Receitas Correntes da União, Estados, distrito Federal e Municípios. Assim, vamos ver cada uma delas. Receita tributária é composta pelas espécies de impostos, taxas e contribuições de melhoria que são os denominados tributos, conforme art. 5º do Código Tributário Nacional que afirma “Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. (BRASIL, 1966). Esse tipo de receita é resultante da cobrança de tributos do ente público e conforme o ente e as suas competências para arrecadação será os impostos arrecadados, pois temos impostos que são competência da União, outros que são exclusivos dos estados e distrito federal e ainda os que somente pertencem aos municípios. Nessa divisão, temos no art. 16 do Código Tributário Nacional o conceito da Receita e Despesa Pública U2 62 primeira espécie de tributos “Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte” (BRASIL, 1966). Então, o imposto não é instituído com relação a um serviço que o Estado coloque à disposição do contribuinte, tal como a taxa, é conforme a próxima explicação. A taxa, a próxima subdivisão das receitas tributárias está disposta no art. 77 do Código Tributário Nacional: Art. 77. Taxas são cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. (BRASIL, 1966). Então, já podemos perceber uma diferença entre impostos e taxas, enquanto nos impostos não há qualquer vínculo em função de um serviço público, nas taxas pode haver ou não uma contraprestação de serviço público, pois estes, os serviços, são colocados à disposição dos contribuintes e estes possuem a faculdade de utilizar ou não estes serviços que estão a sua disposição. Por fim, temos a próxima espécie de tributo, descrita no art. 81 do Código Tributário Nacional: Art. 81. Contribuição de Melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (BRASIL 1966). Nessa espécie de tributo, temos como fato gerador, ou seja, a situação que Receita e Despesa Pública U2 63 gerou a sua cobrança ou instituição uma obra que ocasionou uma valorização no imóvel do particular e com isso o poder público tem o direito de cobrar esse acréscimo do beneficiado com o seu gasto, a obra. Para se aprofundar um pouquinho mais em tributário e ver as competências tributárias de cada ente federado, acesse o link a seguir e veja o Código Tributário Nacional: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L5172.htm>. Receita de Contribuições, próxima origem da categoria econômica de receitas correntes, diz respeito às intervenções sociais ou econômicas, dependendo da área em que é criada, ou ainda da contribuição cobrada de servidores em benefícios deles próprios para suas caixas de previdências. Em texto constitucional, no art. 195, temos expressamente que a seguridade social (saúde, previdência e assistência social) será financiada ou custeada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, através de recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de contribuições sociais impostas. Para complementar ainda a composição das receitas que ajudam a financiar a Seguridade Social, está discriminado nos arts. 11 e 27 da Lei Federal nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que “instituiu o Plano de Custeio da Seguridade Social” que: Art. 11. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das seguintes receitas: I - receitas da União; II - receitas das contribuições sociais; III - receitas de outras fontes. Parágrafo único. Constituem contribuições sociais: a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço; (Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005) b) as dos empregadores domésticos; c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de- contribuição; (Vide art. 104 da lei nº 11.196, de 2005) d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; Receita e Despesa Pública U2 64 e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. Art. 27. Constituem outras receitas da Seguridade Social: I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; V - as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; VI - 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal; VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal; VIII - outras receitas previstas em legislação específica. (BRASIL, 1991). Portanto, fazendo parte das Receitas de contribuições temos: CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE é tributo classificado no orçamento público como uma espécie de contribuição que atinge um determinado setor da economia, com finalidade de interviro no domínio econômico, instituída por um motivo específico. (BRASIL, 2012a, p. 20). Está qualificada em status constitucional. Essa intervenção chamada de CIDE se dá, por exemplo, para desenvolvimento de pesquisas para crescimento do setor e oferecimento de linhas de crédito para expansão da produção pela fiscalização, as chamadas atividades de fo- mento. Como exemplo prático de contribuição Receita e Despesa Pública U2 65 de intervenção no domínio econômico é o Adicional sobre Tarifas de Passagens Aéreas Domésticas, que são voltadas à suplementação tarifária de linhas aéreas regionais de passage- iros, de baixo e médio potencial de tráfego. (BRASIL, 2012a, p. 20). Já a Contribuição de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas esta contribuição, diferentemente da intervenção no domínio econômico, é uma espécie de contribuição que possui a característica de atender a determinadas categorias profissionais ou categorias econômicas, vinculando a sua arrecadação às entidades que as criaram (BRASIL, 2012a). Essas contribuições não transitam pelo Orçamento da União, Estas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de interesse de alguns grupos profissionais, tais como, por exemplo, podemos citar a OAB, o CREA, o CRM e diversos outros. Visam também ao custeio dos serviços sociais autônomos que são prestados no interesse dessas categorias, como SESI, SESC e SENAI. (BRASIL, 2012a, p. 21). É necessário deixar frisado “que existe uma diferença entre as contribuições sindicais aludidas acima e as contribuições confederativas. Conforme esclarece o art. 8º da Constituição Federal” (BRASIL, 2012a, p. 21). Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoriaprofissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei (BRASIL, 1988). Assim, há a previsão constitucional de uma contribuição Receita e Despesa Pública U2 66 confederativa, fixada pela assembleia geral da sua categoria, e outra contribuição, prevista em lei, que é a contribuição sindical. A primeira, a contribuição confederativa não se trata de um tributo, pois será instituída pela assembleia geral e não através de uma lei. A segunda, a contribuição sindical, já é instituída por uma lei, portanto compulsória (obrigatória), e encontra sua regra matriz no art. 149 da Constituição Federal, possuindo assim natureza de tributo (BRASIL, 2012a, p. 21). Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (BRASIL, 1988). CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA Esta contribuição foi instituída pela Emenda Constitucional nº 39, de 19 de dezembro de 2002, que acrescentou ao art. 149 o art. 149-A à Constituição Federal de 1988, possuindo essa contribuição a finalidade de custear o serviço de iluminação pública. A competência para instituição desta contribuição é dos Municípios e do Distrito Federal (BRASIL, 2012a, p. 21). Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere ao caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (BRASIL, 2002). Com isso, Receita e Despesa Pública U2 67 [...] após esta Emenda constitucional os Municípios e o Distrito Federal, iniciaram o processo de regulamentação através de Lei Complementar, visando dar eficácia plena ao citado artigo 149-A da Constituição da República Federativa do Brasil. Sob a ótica da classificação da receita orçamentária, a “Contribuição de Iluminação Pública” é uma Espécie da Origem “Contribuições”, que integra a Categoria Econômica “Receitas Correntes”. (BRASIL, 2012a, p. 21-22). Receita Patrimonial são receitas correntes provenientes dos bens patrimoniais, sejam eles móveis ou imóveis, ou ainda na forma de valores (moeda corrente). Como exemplo, podemos mencionar os aluguéis recebidos de imóveis do ente público ou os rendimentos obtidos de uma aplicação financeira. Receita Agropecuária e Industrial, também são origens da categoria econômica corrente, são provenientes da atividade econômica exercida pelos entes públicos na atividade agropecuária ou industrial, tais como a venda de produtos agrícolas, pecuários, indústria de transformação ou construção. Receita de Serviços também provenientes da atividade econômica exercida pelos entes públicos em paridade com o particular, agora na forma de prestação de serviços, tais como serviços de transportes, serviços de reprodução ou fotocópias. Vamos aproveitar a oportunidade e o assunto para deixar demonstrada a distinção entre a Taxa e Preço Público. “A distinção entre taxa e preço público, também chamado de tarifa, está descrita na Súmula nº 545 do Supremo Tribunal Federal” (BRASIL, 2012a, p. 23). “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que a instituiu” (BRASIL, 1969). Assim, conforme afirmado anteriormente, preço público ou também podendo ser chamado de tarifa, decorre da utilização de serviços públicos facultativos, a escolha do indivíduo, que: Receita e Despesa Pública U2 68 [...] a Administração Pública, de forma direta ou por delegação para concessionária ou permissionária, coloca à disposição da população, que poderá escolher se contrata os serviços ou não. São serviços prestados em decorrência de uma relação contratual, entre particular e o poder público, regido pelo direito privado. A taxa decorre sempre de lei e serve para custear, naquilo que não forem cobertos pelos fatos geradores dos impostos, os serviços públicos, essenciais à soberania do Estado (a lei não autoriza que outros prestem alternativamente esses serviços), específicos e divisíveis, prestados ou colocados à disposição do contribuinte diretamente pelo Estado. Agora diferindo do preço público ou tarifa, as taxas são regidas pelas normas de direito público. Há casos em que não é tão simples estabelecer se um serviço é remunerado por taxa ou por preço público. Como exemplo, podemos citar a situação de fornecimento de energia elétrica. Em algumas localidades onde estes serviços forem colocados à disposição do usuário, pelo poder público, mas que a sua utilização seja de uso obrigatório, compulsório (por exemplo, a lei não permite que se coloque um gerador de energia elétrica), a remuneração destes serviços serão feitas através de taxas e sofrerá com isso todas as limitações impostas pelos princípios gerais de tributação (princípio da legalidade, princípio da anterioridade,...). Por outro lado, se a lei permite o uso de gerador próprio para obtenção de energia elétrica, o serviço estatal oferecido pelo poder público, ou por seus delegados (concessionários ou permissionários), não teria de natureza obrigatória, seria facultativo e, portanto, seria remunerado mediante preço público ou tarifa. (BRASIL, 2012a, p. 23-24). Transferências Correntes são receitas correntes provenientes de recebimentos de recursos de outras pessoas jurídicas de direito público ou privado com o intuito de aplicação em gastos com a manutenção da máquina pública, ou seja, despesas consideradas habituais ou que acontecem para dar continuidade ou andamento aos serviços colocados à disposição de toda a sociedade. Esses recursos recebidos pelo ente público ficam vinculados à finalidade que originou a transferência do recurso. Como exemplo, temos os convênios firmados, devendo os recursos recebidos serem aplicados somente na descrição de determinado que deu início à verba recebida. Outras Receitas Correntes, última origem das receitas correntes, são provenientes das receitas que não se incluem nas classificações anteriores. Então, Receita e Despesa Pública U2 69 temos aqui os juros e multas das receitas tributárias, das receitas não tributárias e das dívidas ativas, assim como indenizações e restituições e receitas diversas. 3.2 Receitas de capital Art. 11. § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. (BRASIL, 1964). Agora, temos a divisão em ORIGENS das receitas de capital e com os dígitos identificadores destas receitas: 2 - RECEITAS DE CAPITAL: 1 - OPERAÇÕES DE CRÉDITO. 2 - ALIENAÇÃO DE BENS. 3 - AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS. 4 - TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL. 5 - OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL (BRASIL, 1964). Quando se fala em operações de crédito, podemos entender por empréstimos em instituições financeiras, financiamentos junto a entidades estatais ou privadas, assim como ingressos de recursos advindos de colocação de títulos públicos. Ou seja, é a entrada de recursos através de uma constituição de dívida, podendo ser interna no país ou externa.A alienação de bens é o mesmo que venda de bens patrimoniais, sejam eles móveis ou imóveis, ou seja, é a transformação de bens do permanente do ente público em valores em espécie, sempre atento às particularidades e autorizações para venda desses bens. Amortizações de empréstimos são os recebimentos de partes ou a totalidade Receita e Despesa Pública U2 70 de empréstimos ou financiamentos realizados a terceiros, na forma de títulos ou contratos firmados. Transferências de capital são os recebimentos de recursos de pessoas de direito público ou privado, com a finalidade de atendimento de uma despesa de capital, que são aquelas que contribuem diretamente para a formação ou constituição de um bem de capital, como exemplo, pode-se citar uma obra ou aquisição de equipamentos permanente. Nas outras despesas de capital classificam-se como outras entradas de recursos de capital que não se enquadram nos conceitos anteriores. 3.2.1 Etapas da receita orçamentária No trajeto que a receita orçamentária percorre para sua execução, há uma ótima divisão para aumentar ainda mais o entendimento desse caminho, são três etapas: • Planejamento. • Execução, dividindo-se em três estágios: a) Lançamento. b) Arrecadação. c) Recolhimento. • Controle e avaliação. Agora, você deve estar se perguntando o que é cada item desses, mas vamos às explicações e deixar bem claro para você como é todo esse trajeto. No planejamento temos o início de tudo, em conformidade com o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, é a fase em que se projetam as receitas com base numa arrecadação histórica, para a Lei de Orçamento Anual – LOA. E previsão é o planejamento da estimativa da receita, etapa fundamental, pois é com base nessa estimativa que irão se fixar as despesas do período correspondente. 4 Ingressos Extraorçamentários São tratadas como extraorçamentárias aquelas receitas temporárias aos cofres governamentais, ou seja, entra nos cofres públicos, mas não pertence a ele, devendo ser repassada ou devolvida a quem pertence. Receita e Despesa Pública U2 71 Como exemplo, podemos citar a retenção de INSS de funcionários ou de fornecedores, pois o ente governamental retém deste valor e após, em um determinado momento, deve recolher à previdência os valores retidos. No momento dessa retenção, entrada do recurso nos cofres públicos, houve um ingresso extraorçamentário, antes chamado de receita extraorçamentária. Além de outros exemplos, tais como as cauções, que são garantias entregues aos entes governamentais, e após cumprimento do acordado, é devolvido a quem de direito. Agora que estudamos a classificação da receita orçamentária, vamos pensar no seguinte: Conforme competência de arrecadação tributária em um determinado município como classificamos o IPTU? E no caso do mesmo município, mas agora com a receita de IPVA? 5 Receitas Intraorçamentárias Antes de conceituar as receitas intraorçamentárias, devemos compreender o que são as operações intraorçamentárias. Pois bem, então vamos a elas antes de qualquer coisa. As operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre os órgãos integrantes do orçamento fiscal e o orçamento da seguridade social, como vimos na Lei de Orçamento Anual, é formada pelos orçamentos fiscal, orçamento de investimento e orçamento de seguridade social. Então estamos falando de repasse orçamentário fiscal para a entidade de orçamento de seguridade social, que é o órgão previdenciário. Sendo o nosso tópico sobre as receitas intraorçamentárias, então temos que estas são receitas orçamentárias recebidas da própria administração pública, no mesmo nível federativo, que corresponde à mesma Lei de Orçamento Anual – LOA, já que esta possui todas as receitas e todas as despesas em um único documento, como determina os princípios da unidade e universalidade já estudados. Vamos citar um exemplo para que fique mais claro para você. Temos o repasse de um determinado município para o seu órgão de previdência própria, correspondendo à parte do empregador, despesa da prefeitura. Na administração direta será uma despesa, portanto, empenhado o encargo referente ao cálculo da sua participação, na modalidade correspondente 91 que significa a Aplicação Direta Intraorçamentária (veremos com mais detalhes na Unidade 4 – Despesas Receita e Despesa Pública U2 72 Públicas) e no órgão previdenciário deste mesmo município será lançada como receita de contribuição intraorçamentária. Já que em ambas as entidades estão como intraorçamentária, na consolidação deste ente federado, o município, essa despesa com a receita se anulam, não geram duplicidades ou novas receitas, já que são consideradas apenas movimentações entre os órgãos do mesmo nível. Sendo assim explicado pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN: Receitas de Operações Intraorçamentárias: Operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da seguridade social do mesmo ente federativo, por isso, não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas movimentação de receitas entre seus órgãos. As receitas intraorçamentárias são a contrapartida das despesas classificadas na Modalidade de Aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social” que, devidamente identificadas, possibilitam anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das contas governamentais. (BRASIL, 2012a, p. 15). A Portaria Interministerial STN/SOF nº 338, de 26 de abril de 2006, incluiu as “Receitas Correntes Intraorçamentárias” e “Receitas de Capital Intraorçamentárias”, representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômicas. Essas classificações, segundo disposto pela portaria que as criou, não constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das categorias econômicas “Receita Corrente” e “Receita de Capital”. As receitas intraorçamentárias possuem a mesma classificação das receitas orçamentárias, dividindo-se em categorias econômicas (corrente e de capital), origens, espécies, rubricas, alíneas e subalíneas. Receita e Despesa Pública U2 73 6 Receitas originárias e derivadas A primeira distinção que obtemos das receitas é quanto a sua proveniência, quando dizemos que são receitas originárias, quer dizer que a receita foi gerada do próprio patrimônio, se originou do próprio patrimônio do ente público. Já quando falamos receitas derivadas, é sinal que foi gerada ou obtida de um patrimônio ou serviço de terceiros, ou seja, ela derivou do patrimônio de alguém. Essa classificação é advinda da doutrina que classifica as receitas públicas, quanto à sua procedência, em Originárias e Derivadas, explicaremos no parágrafo seguinte o que significa cada uma delas. Essa classificação possui uso acadêmico e não é normatizada, portanto, não é utilizada como classificador oficial da receita pelo poder público ou exigido pelos tribunais de contas. Diria que são didáticas e para estudo apenas. Receitas públicas Originárias, segundo a doutrina, seriam aquelas arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela Administração Pública. Resultariam, principalmente, de rendas do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos, de prestação de serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou agropecuários. Receitas públicas Derivadas, segundo a doutrina, seria a receita obtida pelo poder público por meio da soberania estatal. Decorreriam de imposição constitucional ou legal e, por isso, auferidas de forma impositiva. (BRASIL, 2012a, p. 12). Como,por exemplo, as receitas tributárias e as de contribuições especiais, em que o poder público usa da sua supremacia e do seu poder de coerção para impor e obrigar que seja pago. 7 Receitas efetivas e não efetivas Quando falamos em efetividade ou não da receita, é no sentido de alteração do patrimônio do ente público no momento em que ela se realiza, e o momento desta realização é o estágio da execução chamado de arrecadação. Então, quando existe a arrecadação da receita o patrimônio da entidade sofreu Receita e Despesa Pública U2 74 alteração? Se sim, estamos falando de uma receita efetiva. Mas se a alteração do patrimônio deste ente sofreu alteração quando do registro do seu lançamento, devido ao regime da competência e natureza patrimonial, então na sua arrecadação não sofrerá novamente a alteração, portanto, trata-se uma receita não efetiva. 1- Quanto à categoria econômica, os §§ 1o e 2o do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as receitas orçamentárias em: a) Receitas Orçamentárias Correntes e Receitas Patrimoniais de Capital. b) Receitas Patrimoniais Correntes e Receitas Orçamentárias de Capital. c) Receitas Orçamentárias Correntes e Receitas Orçamentárias de Capital. d) Receitas Patrimoniais Correntes e Receitas Patrimoniais de Capital. e) Receita Extra Orçamentária Patrimonial Corrente e Receita Extra Orçamentária de Capital. 2- São exemplos de Receitas Correntes, exceto: a) Receita Tributária. b) Receita de Contribuições. c) Receita Patrimonial. d) Transferências de Capital. e) Transferências Correntes. 3- As receitas orçamentárias são classificadas segundo quais critérios? a) Natureza e Fontes de Recursos. b) Grupos. c) Indicador de Resultado Primário. d) Receitas do Orçamento da Seguridade Social. e) Todas as alternativas são corretas. Receita e Despesa Pública U2 75 Seção 2 Despesas Quando, em nosso orçamento particular, realizamos compras a prazo, ou contabilizamos as dívidas periódicas, como conta de água, luz, telefone etc., denominamos todas elas de despesas. O gasto em supermercado é despesa. As prestações e contas periódicas também o são. Algumas pessoas têm o hábito de separar as despesas domésticas em fixas e variáveis. Na entidade pública, as despesas possuem denotação análoga. Entende-se por despesa pública os gastos realizados pelos entes públicos. Neste cenário, contudo, as despesas podem ser orçamentárias ou extraorçamentárias. Vamos entender um pouco mais sobre despesas e como elas são classificadas e cumpridas pelas entidades públicas. 1 Conceito Por despesa pública entendemos todos os gastos obtidos pelos entes públicos para manutenção da máquina pública e dos serviços colocados à disposição de toda a sociedade. Sejam estas despesas autorizadas ou não legislativamente. 2 Classificação da despesa A despesa pública classifica-se em dois grupos: Despesa Orçamentária e Despesa Extraorçamentária, que iremos estudar detalhadamente a seguir. 2.1 Despesa orçamentária As despesas orçamentárias são aquelas que constam no orçamento público, e para estar nessa lei de orçamento foram autorizadas pelo poder legislativo. Quando do ciclo orçamentário, o poder executivo tem a iniciativa e envia o projeto de lei para o legislativo estudar e aprovar tal lei. Essas despesas são divididas em categorias econômicas, sendo elas as despesas correntes e despesas de capital. Receita e Despesa Pública U2 76 Figura 2.1 | Grupo da Natureza da Despesa Fonte: Brasil (2012b). 2.1.1 Despesas Correntes Todas as despesas que não contribuem ou não se relacionam com a formação de um bem de capital, ou seja, são despesas operacionais que estão ligadas com a continuidade ou manutenção do ente público, tais como pagamento de funcionários, os encargos trabalhistas, pagamento de serviços realizados referentes à limpeza, vigilância, telefonia, saneamento, energia elétrica etc., enfim, todas aquelas despesas que se destinam a dar suporte para que o ente público possa manter essa entidade em funcionamento e prestando os serviços à sociedade. Dentro de cada categoria econômica se tem outra divisão, agora chamada de grupo da despesa, sendo esses grupos, conforme figura anterior: a despesa corrente se dividindo em pessoal e encargos sociais, juros e encargos da dívida, outras despesas correntes e a despesa de capital se dividindo em investimento, inversão financeira e amortização da dívida. Vamos explicar cada uma, conforme a Portaria Interministerial nº 163 de 4 de maio de 2001 e suas atualizações. Pessoal e Encargos Sociais Despesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies Receita e Despesa Pública U2 77 remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência, conforme estabelece o caput do art. 18 da Lei Complementar 101, de 2000. Juros e Encargos da Dívida Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. Outras Despesas Correntes Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio- transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa. (BRASIL, 2012a, p. 60). Acesse a Portaria Interministerial nº 163 de 4 de maio de 2001 no site <http://www.tce.rn.gov.br/2009/download/resolucoes_stn/PORT- INTERMINISTERIAL_1632001.pdf>. Após os grupos de natureza de despesa, esses gastos se classificam ainda em modalidades, isso quer dizer onde será aplicado tal gasto no ente público, se é direto o gasto ou se será direcionado a outro órgão ou entidade e ainda se dentro do mesmo ente federado, tal como o § 1º, art. 3º da Portaria Interministerial nº 163/01: Receita e Despesa Pública U2 78 § 1º A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial denominada “modalidade de aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados. (BRASIL, 2001, p. 2). Assim, veja a seguir as modalidades de aplicação que temos: Quadro 2.1 | Modalidade de Aplicação CÓDIGO CÓDIGO MODALIDADES DE APLICAÇÃO 20 Transferências à União. 22 Execução Orçamentária Delegada à União. 30 Transferências a Estados e ao Distrito Federal. 31 Transferências a Estados e ao Distrito Federal - Fundo a Fundo. 32 Execução Orçamentária Delegada a Estados e ao Distrito Federal. 35 Transferências Fundo a Fundo aos Estados e ao Distrito Federal à conta de recursos de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar no 141, de 2012 36 Transferências Fundo a Fundo aos Estados e ao Distrito Federal à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar nº141, de 2012 40 Transferências a Municípios. 41 Transferências a Municípios - Fundo a Fundo. 42 Execução Orçamentária Delegada a Municípios. 45 Transferências Fundo a Fundo aos Municípios à conta de recursos de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 2012. 46 Transferências Fundo a Fundo aos Municípios à conta de recursosde que trata o art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012. 50 Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos. 60 Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos. 70 Transferências a Instituições Multigovernamentais. 71 Transferências a Consórcios Públicos mediante contrato de rateio. 72 Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos. 73 Transferências a Consórcios Públicos mediante contrato de rateio à conta de recursos de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 2012. 74 Transferências a Consórcios Públicos mediante contrato de rateio à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012. 75 Transferências a Instituições Multigovernamentais à conta de recursos de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 2012. Receita e Despesa Pública U2 79 Fonte: Brasil (2014). 76 Transferências a Instituições Multigovernamentais à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012. 80 Transferências ao Exterior. 90 Aplicações Diretas. 91 Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social. 93 Aplicação Direta Decorrente de Operação de Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com Consórcio Público do qual o Ente Participe. 94 Aplicação Direta Decorrente de Operação de Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com Consórcio Público do qual o Ente Não Participe. 95 Aplicação Direta à conta de recursos de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 2012. 96 Aplicação Direta à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012. 99 A Definir. Como exemplo, podemos citar: A União para efetuar um pagamento a Fundo Monetário Internacional – FMI, utilizará a modalidade 80, Transferências ao Exterior; pagamento aos seus próprios servidores do salário mensal, será utilizado a modalidade 90, pois é uma aplicação dentro do próprio órgão e no caso de transferência de recursos, dentro do próprio orçamento, mas órgãos diferentes, será utilizado a modalidade 91. 1.1.2 Despesas de Capital Essa categoria econômica recebe todos os gastos que estão ligados direta ou indiretamente para aquisições ou formação de bens de capital. Mas o que é bem de capital? Bens de capital são tudo aquilo que forma o patrimônio do ente, ou seja, podemos incluir como bens de capital os equipamentos, máquinas, veículos, móveis, ações, obras (construções). As despesas de capital se dividem em: investimentos, inversões financeiras e amortização da dívida. Como vimos, o desdobramento das despesas correntes conforme a Portaria Interministerial nº 163/2001, também vamos ver o desdobramento quanto às despesas de capital. Receita e Despesa Pública U2 80 Investimentos Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. Inversões Financeiras Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo. Amortização da Dívida Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária (BRASIL, 2012a, p. 60-61). DESPESA CORRENTE X DESPESA DE CAPITAL CATEGORIA ECONÔMICA DESPESA CORRENTE Não contribui para formação ou aquisição bem de capital. Pode provocar registro em ATIVOS ou PASSIVOS CIRCULANTES. DESPESA DE CAPITAL Contribui para formação ou aquisição de bem de capital ou amortização de dívida. Provoca, em geral, registro no ATIVO ou no PASSIVO NÃO CIRCULANTE (BRASIL, 2014). Para ajudar ainda no esclarecimento da classificação orçamentária de despesas, o Manual de Contabilidade Aplicado no Setor Público, parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários traz algumas explicações. Receita e Despesa Pública U2 81 Material de consumo, é aquele que, normalmente, perde a sua identificação devido ao uso corrente e possui a sua utilização limitada a dois anos, já o material permanente, ao contrário do material de consumo, não ocorre a perda da sua identidade física, e também a sua durabilidade é superior a dois anos. Além deste conceito, temos alguns pontos para analisar o gasto e verificar se enquadra em uma das opções elencadas: Um material é considerado de consumo caso atenda um, e pelo menos um, dos critérios a seguir: Critério da Durabilidade – Se em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos. Critério da Fragilidade – Se sua estrutura for quebradiça, deformável ou danificável, caracterizando sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade. Critério da Perecibilidade – Se está sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou se deteriora ou perde sua característica pelo uso normal. Critério da Incorporabilidade – Se está destinado à incorporação a outro bem, e não pode ser retirado sem prejuízo das características físicas e funcionais do principal. Pode ser utilizado para a constituição de novos bens, melhoria ou adições complementares de bens em utilização (sendo classificado como 4.4.90.30), ou para a reposição de peças para manutenção do seu uso normal que contenham a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30). Critério da Transformabilidade – Se foi adquirido para fim de transformação. (BRASIL, 2012a, p. 104-105). Com base nestas informações vamos a alguns exemplos práticos: Exemplo 1: SERVIÇOS DE TERCEIROS X MATERIAL DE CONSUMO • Fornecimento de alimentação: Receita e Despesa Pública U2 82 Se o ente público fornecer os alimentos e a contratada somente efetuar a confecção da refeição, temos a classificação de serviços. Se o ente público não fornecer os alimentos para a contratada, ou seja, ela fornecer a confecção da refeição mais os alimentos, agora classificamos em material de consumo, gêneros alimentícios. Exemplo 2: OBRAS E INSTALAÇÕES X SERVIÇOS DE TERCEIROS • Obras: Se o gasto realizado não incrementou ou não trouxe aumento de benefícios ao bem, a classificação é de serviços de terceiros, manutenção do bem imóvel. Se o gasto realizado trouxe aumento de benefícios ao bem, a classificação é de obras e instalações. Então temos que se o gasto realizado não tem ampliação do imóvel e acréscimo, estamos falando em serviços, mas se neste gasto houve aumento relevante de potencial de geração de benefícios econômicos do bem, temos uma obras e instalações. Exemplo 3: EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE X MATERIAL DE CONSUMO • Aquisição de livro: Se o livro é para finalidade de biblioteca pública, é classificado em material de consumo. Se o livro é para ser utilizado pelos auditores fiscais, ou seja, um grupo selecionado, a classificação agora é em material permanente. 2.1.2.1 Estágios na execução da despesa orçamentária Na despesa classificada como despesa orçamentária, aquela em que deve estar fixada no orçamento e por consequência disto é autorizada pelo poder legislativo, a sua utilização, possui fases a serem percorridas na sua execução Receita e Despesa Pública U2 83 que são chamados de estágios, sendo obrigatóriosesses estágios na seguinte ordem: empenho, liquidação e pagamento. Nossa! Agora complicou, você deve estar pensando. Mas não, vamos passo a passo ver como a despesa orçamentária acontece na sua totalidade. Empenho: essa fase está conceituada no art. 58 da Lei nº 4.320/64, como a seguir transcrito: “Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição” (BRASIL, 1964). Então, vemos que esse estágio é quando a autoridade do ente público autoriza que determinada despesa seja realizada por determinado fornecedor, especificando também a quantidade do serviço ou mercadoria, especificações e valores. Além de que, quando se realiza um empenho automaticamente se reserva aquele valor no orçamento para essa finalidade. Ainda na Lei nº 4.320/64 se tem a proibição de realizar uma despesa sem que haja a sua autorização primeiramente, isso está expresso no art. 60 da referida lei. “Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho” (BRASIL, 1964). No § 1º deste mesmo artigo, temos uma dispensa quanto à emissão da nota de empenho em casos específicos (BRASIL, 1964) e muitos servidores ou estudantes tendem a entender que em determinados casos não há a obrigatoriedade do empenho em si, entendimento errado, pois aqui podemos citar como exemplo a folha de pagamento de um município. Já imaginaram imprimir nota por nota de empenhos em nome de cada servidor? Pois bem, é nesse sentido que o § está sendo direcionado, a emissão da nota está dispensada, mas não o empenho em si. Existem três tipos de empenhos, os chamados ordinários, os por estimativa e os globais. Empenhos ordinários são aqueles normalmente utilizados, em que sabemos o valor correto da despesa, com isso, procede-se ao empenho no valor exato do gasto. Quando falamos em empenho por estimativa são aqueles em que não se pode determinar o montante (BRASIL, 1964), por exemplo, devido ao princípio da competência, o correto é se empenhar dentro do próprio mês o gasto realizado, tal como citamos aqui, gasto com energia elétrica, mas que só receberemos a fatura deste gasto no início do mês, dias antes do vencimento, então como proceder para obedecermos ao princípio da competência? Empenhamos o valor que em média gastamos, quando da ocasião do recebimento da fatura e constatarmos o real valor, se o valor empenhado estiver acima do valor da fatura podemos realizar um estorno do excedente; mas se o empenho estiver a menor, aí podemos realizar um empenho complementar àquele, devido ao valor não comportar o total da despesa. E por último, temos o empenho global que pode ser realizado quando trata-se de despesas contratuais ou sujeitas a parcelamento, com isso empenha-se o seu total, através do empenho tipo global e vai liquidando suas parcelas, conforme haja a Receita e Despesa Pública U2 84 concretização do serviço ou das entregas de mercadorias (BRASIL, 1964), conforme veremos no próximo estágio denominado de liquidação. Liquidação: esse estágio da execução da despesa orçamentária é quando a administração pública constata que o serviço foi prestado ou a mercadoria foi entregue, ou seja, verifica que a despesa foi corretamente realizada, princípio da competência. Temos o conceito de liquidação expressa no art. 63, da Lei nº 4.320/64, conforme segue: “Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito” (BRASIL, 1964). Com o artigo da Lei nº 4.320/64 também aprendemos que esta fase tem o objetivo de verificar a real prestação da obrigação pelo credor, ou seja, se o fornecedor cumpriu com sua obrigação corretamente, quem é o fornecedor, qual o valor correto do ato realizado e confirmação do objeto a ser pago. Restando, portanto, somente a administração cumprir com sua parte na relação, que é o pagamento pela despesa realizada, sendo o nosso próximo estágio da execução da despesa orçamentária. Pagamento: agora estamos no final do percurso da execução orçamentária, a fase que após termos a autorização para realização de determinado gasto, que é o chamado empenho, também já tivemos a confirmação da mercadoria entregue ou o serviço prestado corretamente, agora resta a administração pública cumprir com a sua parte, já que o fornecedor cumpriu com a sua obrigação, adquirindo o direito pelo recebimento. Assim, é emitido pelo órgão responsável pelo desembolso, o documento chamado de “ordem de pagamento” e assinado pela autoridade incumbida de assinar tal ato perante o ente público, conforme transcrito no art. 64 da Lei nº 4.320/64, “Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga” (BRASIL, 1964). Portanto, completa-se todo o caminho da execução da despesa orçamentária, conforme determinação em lei. 2.2 Dispêndios extraorçamentários Essas despesas diferem das orçamentárias, enquanto as orçamentárias necessitam e devem possuir autorização legislativa e constar no orçamento, os dispêndios ou saídas extraorçamentárias acontecem naturalmente durante o exercício financeiro como contrapartida de uma receita ou ingresso extraorçamentário, que são as receitas temporárias e não possuem ao ente público, ou são os pagamentos dos Restos a Pagar. Como exemplo, podemos citar o recolhimento realizado ao INSS, parte descontada dos empregados, as cauções, garantias, etc. Receita e Despesa Pública U2 85 2.3 Restos a pagar A despesa orçamentária deverá ser executada pelo regime de competência, atendo aos princípios de contabilidade e lembrando dois pontos importantes: O art. 35 da Lei nº 4.320/64 que estabelece em seu inciso II: “Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: II - as despesas nele legalmente empenhadas” (BRASIL, 1964). As despesas orçamentárias devem, obrigatoriamente, percorrer os estágios da execução, sendo eles: empenho, liquidação e pagamento. Então surge a pergunta: o que fazer com as despesas orçamentárias que não cumprem todos os estágios da execução da despesa dentro do exercício financeiro em que pertencem? Pois bem, inscrevemos essas despesas orçamentárias que não atingiram todos os estágios da execução dentro do exercício financeiro que pertencem em Restos a Pagar, pois conforme a Lei nº 4.320/64 em seu art. 36 define: “Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas” (BRASIL, 1964). Primeiro, frisando o que é Restos a Pagar, pelo nome já podemos ter uma noção de que é algo que ficou a pagar em um determinado exercício financeiro, se faltou ou ficou a pagar não cumpriu todos os estágios obrigatórios da execução da despesa orçamentária, então o inscrevemos em Restos a Pagar e no exercício financeiro seguinte ele é um extraorçamentário já que no exercício anterior ele pertenceu ao orçamento e já teve o seu empenho realizado. Também os Restos a Pagar é chamada de Dívida Flutuante, como o nome sugere é algo leve que flutua, ou seja, é uma dívida de curto prazo, sendo realizada até o final do exercício financeiro seguinte e por ser extraorçamentária essa dívida não necessita de autorização orçamentária. Ainda sobre a inscrição em Restos a Pagar, a Lei de Responsabilidade em seu art. 42 também se manifesta: Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. (BRASIL, 2000). Receita e Despesa Pública U2 86 Neste artigo, temos uma restriçãoem último ano de mandato do gestor, para que este não assuma despesas que não possa cumprir, deixando um amontoado de dívida para o seu sucessor, inscrevendo em Restos a Pagar. Uma das inovações da chamada LRF. Quando se diz “distinguindo-se as processadas das não processadas”, diz respeito ao estágio chamado de liquidação da execução da despesa, quando a despesa orçamentária atingiu o estágio da liquidação, ou seja, foi constatado o recebimento da mercadoria adquirida ou o serviço prestado conforme nota de empenho, criando assim uma obrigação com o credor do bem fornecido ou do serviço prestado, quer dizer que será um resto a pagar processado, pois somente não atingiu ao estágio do pagamento. Quando a despesa orçamentária nem atingiu a liquidação, portanto, nem foi entregue ou também não prestado o serviço, é um resto a pagar não processado. Assim, temos que se a despesa é liquidada dizemos que ela é processada e a despesa não liquidada é não processada. Quanto ao assunto de cancelamento de Restos a Pagar, temos que os restos a pagar processados não podem ser cancelados, pois por ser processado quer dizer que este resto cumpriu com o estágio da liquidação, ou seja, que o credor ou o fornecedor cumpriu com a sua obrigação que é a entrega do produto ou a prestação do serviço e algum funcionário assinou, constatando a obrigação cumprida, então com isso o ente público não pode se negar a cumprir com a sua parte no contrato ou na obrigação devido ao princípio da moralidade que norteia todo o campo da administração pública conforme art. 37 da Constituição Federal (art. citado a seguir) além de que, se isso acontecer, configura o enriquecimento ilícito. “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte [...]” (BRASIL, 1988). 2.4 Créditos Adicionais Na Lei nº 4.320/64 temos o Capítulo V dedicado aos Créditos Adicionais e no art. 40, conceituando o assunto: “Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento” (BRASIL, 1964). Temos na contabilidade pública dois tipos de créditos orçamentários, os iniciais, que advém do próprio orçamento e sua aprovação, e os créditos adicionais, que são aqueles que aparecem e são autorizados durante a realização do orçamento e o transcorrer do exercício financeiro. Esses créditos adicionais aumentam dotações existentes ou não e são divididos em suplementares, especiais ou extraordinários, como exposto no art. 41 da Lei nº 4.320/64: Receita e Despesa Pública U2 87 Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a refôrço de dotação orçamentária; II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. (BRASIL, 1964). Quando se fala em créditos adicionais suplementares, inciso I do artigo citado, são os créditos adicionais aprovados para aumentar o valor de dotação já existente e autorizada. Seja por qual razão for, que a ter que empenhar previamente a realização da despesa, o valor correspondente a ela, não tendo saldo, abre um crédito para suplementar a dotação já existente. Já para os créditos adicionais especiais, inciso II, é para quando deverá acontecer uma despesa orçamentária que não havia o planejamento para sua realização e com isso se deve criar uma dotação, diferente da suplementar que já existia e apenas não tinha saldo suficiente. E, por último, o inciso III tem o crédito adicional extraordinário, o qual é utilizado quando se relaciona o gasto com a emergência, então em casos de despesas urgentes ou imprevistas, abre-se um crédito extraordinário que possui algumas particularidades, como exemplo, podem-se citar os estragos ocasionados por uma forte chuva, em que o poder público, para atender aos desabrigados e aos estragos ocorridos, pode utilizar esse tipo de crédito adicional. Os créditos adicionais serão abertos por decreto do poder executivo, e quando os créditos adicionais forem os suplementares ou os especiais dependem de existência de recursos para proceder a sua abertura, além de expor a justificativa para essa abertura, conforme art. 42 e 43 da Lei nº 4.320/64: Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo. Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. (BRASIL, 1964). Receita e Despesa Pública U2 88 Quanto a esses recursos disponíveis, no § 1º, do art. 43, da Lei nº 4.320/64, traz em seus incisos quatro possibilidades para que esses adicionais ocorram, sendo eles: I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; II - os provenientes de excesso de arrecadação; III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; IV - o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. (BRASIL, 1964). Mas agora, quando se trata do crédito adicional extraordinário assim que aberto deverá ser comunicado ao poder legislativo. “Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo” (BRASIL, 1964). 2.5 Despesas dos exercícios anteriores Quando falamos em despesas dos exercícios anteriores, estamos tratando de despesas que foram fixadas no orçamento vigente, mas são decorrentes de compromissos assumidos em exercícios anteriores àquele em que estamos percorrendo. Não confundir as despesas de exercícios anteriores com os chamados restos a pagar, pois aquelas estão autorizadas no orçamento vigente e os restos a pagar já foram empenhados, então já esteve um dia em orçamento, mas não neste. Segundo o art. 37 da Lei nº 4.320/1964: Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. (BRASIL, 1964). Receita e Despesa Pública U2 89 O reconhecimento da obrigação de pagamento das despesas com exercícios anteriores cabe à autoridade competente para empenhar a despesa. 2.6 Destinação ou fonte de recursos Existe uma classificação dentro do orçamento que permite a identificação dos gastos públicos. A destinação ou fontes de recursos são associadas às despesas específicas, de forma que evidencie os meios para atingir os objetivos públicos, fazendo o papel de integração entre a receita de determinada fonte e as suas aplicações. Na receita orçamentária, a fonte tem a finalidade de indicar a destinação de recursos para a realização de despesas orçamentárias específicas, enquanto que na despesa orçamentária, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados. 2.7 Despesas públicas com enfoque na LRF Você já deve ter ouvido alguém dizer que após a LRF muita coisa mudou na atividade pública. Pois bem, vamos ver o que essa lei trouxe de inovação na parte da despesa pública. Como mencionado anteriormente, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a LC nº 101, de 4 demaio de 2000 (BRASIL, 2000) que surgiu devido à grande quantidade de escândalos no país, para fiscalizar as atitudes dos gestores e também delimitar seus atos de gestão, veio com três pontos fundamentais na sua normativa ou pilares da LRF: planejamento, transparência e controle. No assunto planejamento, a LRF exige dos entes públicos a sua programação financeira e um cronograma de como se realizará mensalmente os seus desembolsos, conforme é descrito no art. 8º desta lei: Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. (BRASIL, 2000). Receita e Despesa Pública U2 90 Portanto, podemos concluir com esse artigo, que o legislador veio reforçar que o setor público se planeje, forçando a todos, abrangidos pela LRF, que além de se planejar, publiquem para a sociedade, que é a fiscalização social, e informem ainda ao Tribunal de Contas respectivo de seu Estado essa programação para ser devidamente acompanhada com o montante dos seus gastos. Portanto, uma das formas de controle que veio a inovar na atividade pública. Como ponto a cercear as ações dos gestores públicos, a LRF trouxe também a inovação de que até 30 dias após o encerramento de um bimestre, deverá o ente público divulgar as informação da execução orçamentária, suas receitas e suas despesas, através da publicação dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária – RREO que traz os seguintes anexos: • Balanço Orçamentário – Receita. • Balanço Orçamentário – Despesa. • Demonstrativo da Execução das Despesas por Função/Subfunção. • Demonstrativo das Receitas e Despesas Previdenciárias do Regime Próprio dos Servidores Públicos. • Demonstrativo das Receitas Líquidas de Impostos e das Despesas Próprias com Saúde. • Demonstrativo das Receitas e Despesas com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. • Demonstrativo do Resultado Nominal. • Demonstrativo de Restos a Pagar por Poder e Órgão. • Demonstrativo do Resultado Primário. • Demonstrativo da Receita Corrente Líquida. • Demonstrativo das Receitas de Operações de Crédito e Despesas de Capital. • Demonstrativo da Projeção Atuarial do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos. • Demonstrativo das Despesas de Caráter Continuado Derivadas das Parcerias Público-Privadas Contratadas. • Demonstrativo Simplificado do Relatório Resumido Execução Orçamentária. Portanto, esses relatórios são publicados até 30 dias após o encerramento de Receita e Despesa Pública U2 91 cada bimestre, então temos a divulgação destes relatórios nos prazos de março, maio, julho, setembro, novembro e janeiro, como expresso no art. 52 e 53 da LRF: Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de: I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as: a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; II - demonstrativos da execução das: a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; c) despesas, por função e subfunção. § 1º Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida. § 2º O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2º do art. 51. Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a: I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2º, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício; II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50; III - resultados nominal e primário; IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4º; V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar. § 1º O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos: I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3º do art. 32; II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos; III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes. (BRASIL, 2000). Receita e Despesa Pública U2 92 Nesses relatórios podemos acompanhar a realização do orçamento no bimestre e a realização acumulada até o período, assim como verificar algumas metas fixadas na Lei de Diretrizes Orçamentária – LDO, tais como Resultado Primário e Resultado Nominal. O balanço orçamentário apresentado, tanto receita quanto despesa por categoria econômica, é semelhante ao apresentado como Anexo 12, conforme novas normas de contabilidade aplicada ao setor público. Na Receita Corrente Líquida – RCL são realizadas das receitas orçamentárias no mês e mais os onze meses anteriores, fechando o cálculo com um período de um ano das receitas tributárias, receitas de contribuições, receitas patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, deduzindo as transferências constitucionais repassadas a outros entes federados e contribuições ao sistema previdenciário, assim como transcrito no art. 2º, inciso IV e alíneas da Lei de Responsabilidade Fiscal: IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição. (BRASIL, 2000). Esses não são os únicos relatórios obrigados pela LRF para a publicação, temos também os Relatórios de Gestão Fiscal – RGF, sendo esses relatórios os limites que delineiam os atos de gestão do ente público, ou seja, através da receita ele dá os limites em valores e porcentagens que o ente público pode gastar com os seguintes assuntos: Receita e Despesa Pública U2 93 • Despesa com Pessoal. • Garantias e Contragarantias. • Resumo dos limites. • Dívida Consolidada Líquida. • Operações de Crédito. Já os prazos para publicação destes relatórios diferem dos relatórios de execução orçamentária que são bimestrais, estes referentes à gestão fiscal devem ser tornados públicos até 30 dias após o fechamento do quadrimestre, conforme temos no art. 54 e 55 da LC: Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal.Art. 55. O relatório conterá: I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes: a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; b) dívidas consolidada e mobiliária; c) concessão de garantias; d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita; e) despesas de que trata o inciso II do art. 4º; II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites; III - demonstrativos, no último quadrimestre: a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro; b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas: 1) liquidadas; 2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41; 3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade de caixa; 4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados; c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 38. (BRASIL, 2000). Receita e Despesa Pública U2 94 Quanto ao prazo para publicação do Relatório de Gestão Fiscal – RGF, tem-se uma exceção quanto aos municípios com menos de 50 mil habitantes, aos quais é facultado, conforme art. 63, inciso II, alínea “b” da LRF, publicar estes relatórios semestralmente. Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes optar por: II - divulgar semestralmente: b) o Relatório de Gestão Fiscal. (BRASIL, 2000). 2.7.1 Limites Então, comentando o art. 55 citado da LRF, quando na alínea “a” menciona a despesa com pessoal, é um dos limites mais comentados, pois quando o servidor pede aumento salarial, por exemplo, o gestor deve, antes de qualquer coisa, verificar como o seu limite está no momento, os limites estão descritos no art. 19 da LRF: Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinquenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento). (BRASIL, 2000). Essa limitação com gastos de pessoal, inserida na LRF, uma lei complementar, veio atender e normatizar o art. 169 da Constituição Federal, o qual exige que sejam regulamentados os limites com esse tipo de despesa “Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar” (BRASIL, 1988). Esses limites para cada ente federado é incluindo todos os poderes, por exemplo, no município esse limite de 60% está sendo incluído o poder legislativo, como não possui poder judiciário nesta esfera governamental, a divisão é somente entre os dois poderes. Mas a LRF também traz no seu texto essa divisão dentro da esfera governamental, tal como o art. 20: Receita e Despesa Pública U2 95 Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais: I - na esfera federal: a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União; b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar; d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União; II - na esfera estadual: a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado; b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; III - na esfera municipal: a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver; b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo. (BRASIL, 2000). Ainda há na LRF uma tentativa para o ente público, de que se ele atingir o limite chamado de limite prudencial, que é 95% do limite a ele fixado, fica este ente público proibido de algumas realizações, tais como conceder vantagens ou reajustes ou ainda adequações nas remunerações, criar mais cargos, empregos ou funções, deixar que realizem horas extras, aumento de despesas que derivem da alteração de estrutura de carreiras e além de algumas contratações, salvo exceções, assim como citamos o artigo 22, § único da LRF na integra: Art. 22. Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso: Receita e Despesa Pública U2 96 I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; II - criação de cargo, emprego ou função; III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias. (BRASIL, 2000). Além dessas punições, quando atingido o limite prudencial das despesas com pessoal, a LRF dá uma chance ao ente público, ou seja, um prazo para que ele reconduza os gastos e que assim não obtenha ainda mais sanções pelo descumprimento legal, essa chance está prevista da continuidade da Lei, no art. 23: Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição. (BRASIL, 2000). Este artigo e seus parágrafos trazem formas de como o ente público poderá reduzir os gastos na despesa com pessoal, sendo elas: Receita e Despesa Pública U2 97 § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II - exoneração dos servidores não estáveis. § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que o ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal (BRASIL, 1988). Se além dessas providências o ente público que extrapolou os limites fixados na LRF para os gastos com pessoal não conseguir retornar dentro do limite estabelecido, essa mesma lei complementar possui ainda mais punições e restrições regulamentadas, que estão previstas
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