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TCC atualizado 24 10 2017

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Graduação em Enfermagem
ALINE FERNANDES DOS SANTOS
MARIA APARECIDA FARIA DE OLIVEIRA
TAMIRA MARTINS DE ALMEIDA
A RELAÇÃO DOS TRANSTORNOS PSÍQUICOS QUE AFETAM PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM EM SEU AMBIENTE DE TRABALHO E COTIDIANO DE VIDA.
Rio de Janeiro
2017
ALINE FERNANDES DOS SANTOS
MARIA APARECIDA FARIA DE OLIVEIRA
TAMIRA MARTINS DE ALMEIDA
 A RELAÇÃO DOS TRANSTORNOS PSÍQUICOS QUE AFETAM PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM EM SEU AMBIENTE DE TRABALHO E COTIDIANO DE VIDA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª Ms. Alessandra Sant’Anna Nunes. 
Rio de Janeiro
2017
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ALINE FERNANDES DOS SANTOS
MARIA APARECIDA FARIA DE OLIVEIRA
TAMIRA MARTINS DE ALMEIDA
 A RELAÇÃO DOS TRANSTORNOS PSÍQUICOS QUE AFETAM PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM EM SEU AMBIENTE DE TRABALHO E COTIDIANO DE VIDA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª Ms. Alessandra Sant’Anna Nunes. 
Aprovado em ____de__________________de 2017.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Universidade Estácio de Sá
Profª. Ms. Alessandra Sant’Anna Nunes
Presidente
_________________________________________________________
Universidade Estácio de Sá
Profª Esp. Raquel Silva de Briggs
1ª Examinador
_____________________________________________________________
Universidade Estácio de Sá
Profª. Esp. Teresinha Herdvig Praun
2ª Examinador
____________________________________________________________
Universidade Estácio de Sá
Profª Ms. Vilza Aparecida Handan de Deus
Suplente
Rio de Janeiro
2017�
LISTA DE SIGLAS 
SUS – Sistema Único de Saúde
RENAST – Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
CEREST – Centros de Referência em Saúde do Trabalhador
TMRT – Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho
TMC – Transtornos Mentais Comuns
CLT – Consolidações de Leis Trabalhistas
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Dedicamos este trabalho primeiramente a Nós, por todo nosso esforço e para as nossas famílias. Vocês fazem parte dessa história e em todos os momentos fáceis ou difíceis, se fizeram presentes, não nos deixaram desistir de nós mesmos.
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 AGRADECIMENTO
Agradecemos em primeiro lugar a Deus, que sempre esteve ao nosso lado em todos os momentos, principalmente quando pensamos em desistir, lá estava Ele, sempre a nos iluminar e amparar, mostrando a direção possível para cada situação enfrentada nessa árdua caminhada.
Agradecemos aos nossos pais, irmãos, esposas e esposos, namorados, amigos e nossos familiares de modo geral, que com todo amor e carinho nos apoiaram e foram os maiores incentivadores desse projeto, não mediram esforços para que chegássemos até aqui.
Agradecemos a todos os professores que passaram pelo Curso de Enfermagem, que com muito amor a profissão foram pacientes, companheiros, educadores de verdade e souberam nos motivar a buscar sempre mais conhecimento, e foram parte importantíssima em nossa formação. Ajudaram-nos a escolher e entender mais sobre o tema escolhido. 
Agradecemos a todos os professores que sempre acreditaram em nós, aos membros de nossa banca por aceitarem fazer parte deste trabalho Profª Esp. Raquel Silva de Briggs, Profª Esp. Teresinha Herdvig Praun e Profª Ms. Vilza Aparecida Handan de Deus e em especial a nossa orientadora e Profª Ms. Alessandra Sant’Anna Nunes, pelo imenso carinho de sempre, sua infinita paciência durante todas as aulas e orientações, seu incentivo, amizade e compreensão sempre.
Agradecemos também a todos os nossos colegas de faculdade que estiveram ao nosso lado durante toda essa caminhada. A todos vocês, o nosso muito obrigado por acreditar em nós.
"O débil, acovardado, indeciso e servil não conhece, nem pode conhecer o generoso impulso que guia aquele que confia em si mesmo, e cujo prazer não é de ter conseguido a vitória, se não de sentir capaz de conquistá-la".
William Shakespeare
RESUMO
SANTOS, Aline Fernandes; OLIVEIRA, Maria Aparecida Faria; ALMEIDA, Tamira Martins. A RELAÇÃO DOS TRANSTORNOS PSÍQUICOS QUE AFETAM PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM EM SEU AMBIENTE DE TRABALHO E COTIDIANO DE VIDA. 61 fls. Trabalho de Conclusão de Curso. Graduação em Enfermagem – Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2017.
O presente estudo trará como linha de pesquisa saúde e sociedade e área predominante enfermagem no cuidado à saúde do trabalhador, tendo como temática os transtornos psíquicos nos profissionais de enfermagem. Tem como objeto de estudo a relação dos sinais e sintomas dos transtornos psíquicos que afetam o profissional de enfermagem no seu ambiente de trabalho e sua relação com o cotidiano de vida. A motivação se deu a partir da vivência de situações do cotidiano de um dos componentes do grupo, com experiência profissional na área de enfermagem, onde o mesmo presenciou o afastamento de colegas de trabalho ou até mesmo a dispensa de suas atividades por não conseguirem se recuperar, se readaptar ou se recolocar no mesmo ambiente de trabalho desencadeante dos transtornos e\ou sobrecarga, acarretando na reincidência do adoecimento. Apresentamos como questão norteadora: Quais as evidências de como os transtornos psíquicos afetam o cotidiano de vida do trabalhador de enfermagem? Com o objetivo de identificar nas bases de dados os sinais e sintomas dos transtornos que afetam os profissionais de enfermagem no seu ambiente de trabalho e Correlacionar os transtornos com o impacto no cotidiano de vida. A revisão de literatura foi sub-dividida em 3 seções, cuja a primeira seção intitulada A história da saúde do trabalhador. Metodologicamente trata-se de um estudo de pesquisa bibliográfica, descritiva, qualitativa, do tipo revisão integrativa, realizada por meio do levantamento de dados através de meios eletrônicos, tendo como guia Fonseca (2002), Barros (2007) e Cervo (2007). A busca foi realizada através de pesquisa computadorizada e manual usando a seguinte base de dados: BVS que permite acesso as principais bases de dados, além de outros autores renomados. Foram utilizadas publicações que seguissem os critérios de inclusão: artigos em texto completo, disponíveis em português e inglês e espanhol, publicados nos últimos dez anos. Resultados: Abordou-se a história da saúde do trabalhador de enfermagem até as definições atuais. As contribuições dos decretos e leis assegurando os direitos e atenção à saúde ocupacional, além dos impactos físicos e psicológicos, nas relações familiares, sociais e profissionais desses profissionais de enfermagem em decorrência das manifestações dos transtornos psíquicos. Concluímos que os sinais de transtornos psíquicos estão fortemente presentes nos profissionais de saúde em geral, principalmente nos profissionais de enfermagem que acabam por serem afetados de forma geral, da vida profissional à vida social.
Descritores: Atenção à Saúde do Trabalhador, Enfermagem do Trabalho, Enfermagem em Saúde do Trabalhador, Serviços de Saúde para Trabalhadores, Assistência de enfermagem, Atendimento de enfermagem, Cuidados de enfermagem, Transtorno mental, Transtornos mentais, Transtornos de comportamento, Transtorno de comportamento.
LISTA DE TABELAS
TABELA I.............................................................................................................16
TABELA II............................................................................................................17
TABELA III...........................................................................................................18
TABELA IV...........................................................................................................19TABELA V............................................................................................................22
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SUMÁRIO
1. Introdução.......................................................................................................09
2. Metodologia....................................................................................................14
2.4- Fluxograma-. Resultado da busca realizada na Biblioteca 
Virtual de Saúde..................................................................................................18
3. Revisão de literatura.....................................................................................27
 3.1- A história da saúde do trabalhador.............................................................27
 3.2- Os transtornos psíquicos que afetam os profissionais de enfermagem........................................................................................................33 
 3.3- O impacto dos transtornos psíquicos no trabalhador e cotidiano de vida do profissional de enfermagem...............................................................39
 4. Discussão de Resultados ...........................................................................43
 4.1-Categoria I -Perfil dos profissionais de Enfermagem mais afetados pelos transtornos Mentais Comuns .............................................................................43
 4.2- Categoria II -Fatores desencadeantes do estresse em profissionais de enfermagem........................................................................................................45
 4.3-Categoria III -Principais sinais e sintomas dos Transtornos Mentais que
 afetam os profissionais de enfermagem..........................................................48
4.4- Categoria IV- Impacto dos Transtornos Mentais Comuns na vida
 dos profissionais de enfermagem: pessoal e profissional.................................50
 5.Considerações finais....................................................................................53
 6. Referências bibliográficas..........................................................................56
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INTRODUÇÃO  
O presente estudo dispõe como tema os transtornos psíquicos do profissional de enfermagem, tendo a saúde e sociedade e enfermagem no cuidado à saúde do trabalhador como linha de pesquisa e área predominante, respectivamente.
Aborda como objeto de estudo os transtornos psíquicos que afetam o profissional de enfermagem no seu ambiente de trabalho e sua relação com o cotidiano de vida.
A motivação surgiu a partir da vivência de situações do cotidiano de um dos componentes do grupo, com experiência profissional na área de enfermagem, onde presenciou o afastamento de colegas de trabalho ou até mesmo a dispensa de suas atividades por não conseguirem se recuperar, se readaptar ou se recolocar no mesmo ambiente de trabalho desencadeante dos transtornos e\ou sobrecarga, acarretando na reincidência do adoecimento. O próprio ambiente de trabalho, afeta o cotidiano de vida incapacitando os profissionais para o trabalho. Quando o profissional de enfermagem sofre por depressão, sobrecarga de trabalho e das atividades cotidianas, se expondo a longas jornadas de trabalho, por vezes em mais de um emprego, sua saúde sofrerá com isso e, o mesmo não recebe o acolhimento, o atendimento e o suporte necessário ao seu restabelecimento e recolocação no trabalho, na vida e na sociedade como um todo.
Segundo a Lei nº 8.080/90, art.6,§3.º, entende-se por saúde do trabalhador, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.
Trabalhar é fundamental na vida do homem, investe-se a maior parte de sua existência, apenas em sua preparação, além de despender grande parte útil do dia em seu exercício. O que torna essa atividade parte de sua identidade pessoal, sua individualidade. Ultimamente as organizações têm demonstrado grande interesse no impacto do trabalho sobre a vida do trabalhador e sua relevância com a própria instituição (PEREIRA, 2014).
 Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população em geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico de risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, como consequência da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. Assim, o perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores resultará da amalgamação desses fatores (MENDES & DIAS, 1999). 
Numa concepção marxista, o trabalho é ação humana transformadora sobre um objeto, sempre intencional, dirigida por uma finalidade, por uma antevisão do produto potencial. Para realizá-lo, utilizam-se instrumentos que mediam sua relação com o objeto do trabalho. Daí compreende-se que objeto, finalidade, instrumentos ou meios, produtos e força de trabalho são elementos básicos para o entendimento do conceito genérico de trabalho e de trabalhos humanos específicos, como no caso do trabalho voltado para o atendimento de necessidades de saúde. Numa dimensão histórica, apreende-se, por sua vez, a dinamicidade desses elementos. 
Segundo Oliveira (2014) as profissões de maior risco para o adoecimento são aquelas em que os trabalhadores enfrentam situações geradoras de estresse. No setor de saúde, os profissionais de enfermagem são os que se encontram mais suscetíveis a sofrerem de problemas de saúde decorrentes do estresse ocupacional, devido ao ritmo intenso de trabalho e ao tipo de atividade realizada, ou seja, o cuidado de pacientes dependentes e com variados problemas de saúde.
Tem se mostrado crescente o afastamento permanente do trabalho por doenças mentais. Destacam-se, também as relações interpessoais na Equipe de Saúde que são referidas por muitos profissionais como fator contributivo para estresse oriundo do ambiente onde se desenvolvem as atividades laborais, bem como o ritmo e as exigências dos serviços (SEEMANN, 2012). 
O estresse é o principal transtorno psíquico que afeta a equipe de enfermagem segundo Seemann et al. (2012). Contudo, em estudos realizados a ansiedade e a depressão mostraram grande prevalência, principalmente entre as mulheres, cerca de 32,5% contra 12,2% dos homes, diferença essa justificada pela predominância feminina a categoria (ALVES, 2014). 
A principal causa para o adoecimento do profissional da enfermagem de acordo com Seemann et al. (2012), é o excesso de trabalho, porque esses profissionais muitas vezes possuem mais de um vínculo empregatício, associado a um estilo de vida corrido e ausência de tempo para lazer, ou cuidar de si próprio. 
Rodrigues et al. (2014) afirmam que a existência no trabalho de enfermagem de condições desencadeadoras de sofrimento, estresse e ansiedade, é uma realidade não mais contestada. No entanto, as repercussões sobre a saúde desses trabalhadores, reconhecidamente expostos a fatores estressantes e ansiogênicos, ainda são pouco conhecidas. 
São nos estágios avançados do estresse que a síndrome de Burnout é desencadeada, inicialmente expressada pelo desânimo e a desmotivação com o trabalho, chegando a doenças psicossomáticas, fazendo com que o profissional tenha altas taxas de absenteísmo, afastamento temporário das funções, chegando até a aposentadoria por invalidez (OLIVEIRA, 2011). 
Oliveira (2011) define o estresse como um fator desencadeante dos problemas relacionados ao trabalho, sobretudo na vida social, onde as ordens psicofisiológicas não respondem às necessidades do indivíduo, trazendo desequilíbrio emocional, cognitivo e do ambiente como um todo. 
Em seus estudos Rodrigues (2014) afirma que dentre as principais queixas dos trabalhadores de saúde, as mais frequentes são: doresnas pernas 66,4%, dores nas costas 61,8%, cansaço mental 47,0%, sonolência 36,6 % e formigamento nas pernas 35,6%. Referindo a lombalgia 52,8%, varizes em membros inferiores 46,3%, infecção urinária 37,5 % e hipertensão arterial 19,7% como os principais diagnósticos médicos para profissionais de enfermagem. 
Oliveira (2011) declara que a qualidade da assistência está intimamente ligada a sua integridade psicológica, uma vez que não havendo condições de manter sua atenção e calmaria, aumentam-se as possibilidades de erro nas atividades/procedimentos de enfermagem, afetando e potencializando o estresse no trabalho em saúde.
Rodrigues et al. (2014) enfatizam que o estudo do processo saúde/enfermidade do trabalhador deve levar em conta três condicionantes básicos deste processo; as condições gerais de vida, as condições de trabalho e o processo de trabalho propriamente dito. Sendo as condições de trabalho referentes a questões mais facilmente perceptíveis e quantificáveis do processo como: a jornada de trabalho (número de horas trabalhadas, obrigatoriedade de cumprir horas extras); o tipo de contrato de trabalho (carteira assinada, prestação de serviços); a forma de pagamento (por mês, semana, dia, tarefa); o valor da remuneração; o horário de trabalho (diurno, noturno, por turnos); as condições do ambiente de trabalho, dentre outras. 
O profissional de enfermagem é o profissional da saúde apto a lidar com os processos do cuidar. No entanto, como se pode cuidar do próximo quando o próprio profissional é negligenciado do mesmo cuidado, e seu “bem estar” não estando em equilíbrio, uma vez que os seus afazeres profissionais prevalecem sobre sua saúde física e mental. Corroborando Alves et al. (2015) afirmam que o trabalho afeta o trabalhador fisicamente, socialmente e emocionalmente e em casos de exaustão ou sofrimento, pode acarretar  num desequilíbrio mental, levando à alterações do estado de saúde do indivíduo. 
Assim esse estudo levanta o seguinte problema: quais as evidências do impacto dos transtornos psíquicos no cotidiano de vida do trabalhador de enfermagem?
Alberga o objetivo de identificar nas bases de dados os sinais e sintomas dos transtornos que afetam os profissionais de enfermagem no seu ambiente de trabalho, assim como seus fatores desencadeantes e Correlacionar os transtornos com o impacto no cotidiano de vida.
O modo como os seres humanos produzem e reproduzem seus valores, regras de convivência e a vida material, implica em seu processo de cuidar e em suas relações sociais, seja por disputas de interesses, ou inserção de classe e cultura e mesmo no cotidiano. Neste contexto, ao pensarmos no trabalho em saúde, consideramos que este vai muito além do resgate do corpo para a produção da saúde, compreende elementos objetivos e subjetivos que permeiam todo o processo. Na tentativa de ajudar a entender todo esse processo esse estudo se justifica e trás um olhar inovador. 
Diante dessas reais necessidades e obstáculos enfrentados pelos profissionais de enfermagem em seu ambiente de trabalho e o cotidiano de vida mencionados acima, surge a importância de um planejamento de práticas de cuidados para melhor acolher e atuar no restabelecimento e inserção desses profissionais, fornecendo a devida atenção no âmbito de suas relações de vida.  
A relevância desse estudo para o meio acadêmico se deve à extrema importância de se fornecer bases e subsídios teóricos a respeito da saúde do trabalhador. Desta maneira, estudantes, docentes, pesquisadores e profissionais da saúde poderão acessar informações e conhecimento sobre como prevenir, orientar e tratar os transtornos ocupacionais dos trabalhadores.
Esse estudo trará para a sociedade uma maior abrangência sobre a saúde do trabalhador, com isso, mostrando que se faz necessário a interação entre sociedade e profissionais, proporcionando um bom impacto e esclarecimento a cerca de um assunto não muito explorado no campo social. 
A pesquisa trará para a área profissional maior explicação sobre o tema, e através disso não só os profissionais de saúde, mas, acadêmicos e todos que busquem aprender e entender melhor, quais fatores desencadeiam esses transtornos psíquicos e como esses fatores impactam no processo de trabalho e no cotidiano dos profissionais de enfermagem como um todo. Tornando-se assim, uma fonte informativa sobre um tema de grande importância para o seu meio, trazendo melhor entendimento a cerca do que vem afetando os trabalhadores em sua maioria.
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METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de um método de pesquisa bibliográfica, descritiva, qualitativa, do tipo revisão integrativa realizada por meio do levantamento de dados através de meios eletrônicos.
A metodologia é definida por Fonseca (2002) como uma organização sistemática, um estudo da organização acerca dos caminhos percorridos para se realizar uma pesquisa ou um estudo. Para Barros (2007) visa o estudo da melhor maneira de se abordar problemas no estado atual de nossos conhecimentos. Não busca soluções, mas elege a melhor maneira de encontrá-las, através da avaliação de vários métodos disponíveis, bem como a geração ou verificação de novos métodos que conduzam à captação e ao processamento de informações com vistas à resolução de problemas de investigação.
A pesquisa bibliográfica, segundo Cervo (2007) é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada de forma independente ou como parte de uma pesquisa descritiva que é conceituada, por Barros (2007), como um estudo realizado sem a interferência do pesquisador, ou seja, ele descreve o objeto da pesquisa, procura saber a frequência com que ocorre, sua natureza, relações, causas, características e conexões com outros fenômenos.
Para Fonseca (2002), a pesquisa qualitativa é realizada a partir dos aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrada na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Ela trabalha com o universo de significados, motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes. 
A revisão integrativa para Souza e Silva e Carvalho (2009) trata-se de um método que proporciona a síntese e incorporação da aplicabilidade de resultado de estudos significativos na prática. Surgiu da necessidade crescente e da complexidade de informações na área da saúde, que objetivassem o desenvolvimento de artifícios, no contexto da pesquisa cientificamente embasada, capazes de delimitar etapas metodológicas mais concisas e de propiciar, aos profissionais, melhor utilização das evidências elucidadas em inúmeros estudos.
Para os autores a revisão integrativa propicia a definição do problema clínico, a identificação das informações necessárias, a condução da busca de estudos na literatura e sua avaliação crítica, a identificação da aplicabilidade dos dados oriundos das publicações e a determinação de sua utilização para o paciente.
E permite também a inclusão de estudos experimentais e não experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Combina dados da literatura teórica e empírica, além de incorporar um vasto leque de propósitos (SOUZA E SILVA E CARVALHO, 2009).
Em consonância os autores estabelecem que a revisão integrativa, determina o conhecimento atual sobre uma temática específica, já que é conduzida de modo a identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes sobre o mesmo assunto seguindo seis etapas.
1ª Etapa: Elaboração da pergunta norteadora:
 Por finalidade determina quais serão os estudos incluídos, os meios adotados para a identificação e as informações coletadas de cada estudo selecionado. 
Tendo estabelecido esses conceitos, o presente estudo levanta a seguinte questão norteadora. Quais as evidências de como os transtornos psíquicos afetam o cotidiano de vida do trabalhador de enfermagem? 
2ª Etapa: Busca ou amostragem na literatura: 
Etapa referente à busca nas bases de dados, contemplando a procura em bases eletrônicas, busca manual em periódicos,as referências descritas nos estudos selecionados, o contato com pesquisadores e a utilização de material não-publicado. 
Os critérios de amostragem precisam garantir a representatividade da amostra, sendo importantes indicadores da confiabilidade e da fidedignidade dos resultados tendo como conduta ideal incluir todos os estudos encontrados ou a sua seleção randomizada.
Com o intuito de estabelecer um estudo relevante para acadêmicos e profissionais de enfermagem, na seleção das fontes acessaram-se revistas, artigos, livros, consulta a acervos eletrônicos das bibliotecas virtuais do Ministério da Saúde, artigos científicos na base de dados: MEDLINE, LILACS e BDENF-Enfermagem. Desta forma, procurou-se ampliar o âmbito da pesquisa, minimizando possíveis vieses nessa etapa do processo de elaboração da pesquisa integrativa e que permitem busca nas principais fontes. 
Foram utilizadas, para a busca dos artigos, as seguintes palavras chaves, disponíveis em descritores em ciências da saúde (DECS): "Atenção à Saúde do Trabalhador" or "Enfermagem do Trabalho" or "Enfermagem em Saúde do Trabalhador" or "Serviços de Saúde para Trabalhadores" and “Assistência de enfermagem” or “Atendimento de enfermagem” or “Cuidados de enfermagem” and “Transtorno mental” or “Transtornos mentais” or “Transtorno de comportamento” or “Transtornos de comportamento”.
Os critérios de inclusão utilizados para a seleção da amostra foram: artigos na integra condizente com o tema, artigos publicados em português, inglês e espanhol, artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos dez anos, considerando todas as áreas de interesse da enfermagem e que tivessem os textos completos disponíveis on-line, com acesso livre, selecionados no período de agosto a setembro de 2017.
Como critérios de exclusão foram definidos em artigos que os títulos e resumos não se mostravam condizentes com os descritores e filtros.
3ª Etapa: Coleta de dados: 
Nesta etapa faz necessária a utilização de um instrumento previamente elaborado na extração dos dados dos artigos selecionados para assegurar que a totalidade dos dados relevantes seja extraída e assim, minimizar o risco de erros na transcrição, ter precisão na checagem das informações e servir como registro. 
A tabela I corresponde ao quantitativo da busca na base de dados dos descritores individualmente conforme descrito abaixo.
TABELA I: Resultado dos descritores usados nas buscas nas bases de dados individualmente
	
	Medline
	Lilacs
	BDENF
	Medline
	Lilacs
	BDENF
	Descritores
	TOTAL SEM FILTRO
	TOTAL COM FILTRO
	Saúde do trabalhador
	79059
	9099
	1723
	149
	819
	292
	Atenção à saúde do trabalhador
	
17498
	
1906
	
374
	
2
	
25
	
9
	Enfermagem em saúde do trabalhador
	
7459
	
1357
	
1026
	
3
	
119
	
9
	Atendimento de enfermagem
	
163263
	
9281
	
540
	
61
	
291
	
389
	Assistência de enfermagem
	
241998
	
4023
	
526
	
59
	
402
	
389
	Cuidado de enfermagem
	190642
	3099
	641
	40
	530
	490
	Transtornos mentais
	394369
	991
	19
	49
	847
	48
	Transtornos do comportamento
	
212107
	
149
	
48
	
45
	
126
	
49
	Transtorno mental
	331927
	794
	98
	19
	459
	42
	Transtorno do comportamento
	
176718
	
316
	
1
	
26
	
980
	
31
Fonte: Elaborada pelos autores
A tabela II corresponde ao quantitativo da busca na base de dados dos descritores individualmente conforme descrito abaixo.
TABELA II: Resultado dos descritores usados nas buscas nas bases de dados em dupla
	
	Medline
	Lilacs
	BDENF
	Medline
	Lilacs
	BDENF
	Descritores
	TOTAL SEM FILTRO 
	 TOTAL COM FILTRO
	“Saúde do trabalhador” or “Atenção à saúde do trabalhador” or “Enfermagem em saúde do trabalhador” and “Atendimento de enfermagem” or “Assistência de enfermagem” or “Cuidado de enfermagem”
	
4172
	
71
	
219
	
4
	
210
	
74
	“Saúde do trabalhador” or “Atenção à saúde do trabalhador” or “Enfermagem em saúde do trabalhador” and “Transtornos mentais” or “Transtornos do comportamento” or “Transtorno mental” or “Transtorno do comportamento”
	
128443
	
752
	
253
	
	
1
	
	“Atendimento de enfermagem” or “Assistência de enfermagem” or “Cuidado de enfermagem” and “Transtornos mentais” or “Transtornos do comportamento” or “Transtorno mental” or “Transtorno do comportamento”
	
150017
	
613
	
6270
	
2
	
7
	
5
Fonte: Elaborada pelos autores
A tabela III corresponde ao quantitativo da busca na base de dados dos descritores em trio conforme descrito abaixo.
TABELA III: Resultado dos descritores usados nas buscas nas bases de dados em trio.
	
	Medline
	Lilacs
	BDENF
	Medline
	Lilacs
	BDENF
	Descritores
	 TOTAL SEM FILTRO
	 TOTAL COM FILTRO
	TOTAL COM FILTRO
	“Saúde do trabalhador” or “Atenção à saúde do trabalhador” or “Enfermagem em saúde do trabalhador” and “Atendimento de enfermagem” or “Assistência de enfermagem” or “Cuidado de enfermagem” and “Transtornos mentais” or “Transtornos do comportamento” or “Transtorno mental” or “Transtorno do comportamento”
	
25
	
1
	
1
	
	
	
Fonte: Elaborada pelos autores.
O Fluxograma é um método representativo através da utilização de símbolos gráficos para descrever passo a passo de um processo. Com o objetivo de mostrar claramente o fluxo das informações além da sequência operacional que caracteriza o trabalho. Diante disso, o fluxograma a seguir monstra graficamente como funcionou o processo desta busca.
Fluxograma – Diagrama da seleção dos estudos da Revisão Integrativa
Fonte: Elaborado pelos autores.
O resultado final, depois de incluídos os critérios de inclusão e exclusão, foi de 15 artigos que retratam a relação dos transtornos psíquicos com o cotidiano de vida dos profissionais de enfermagem.
TABELA IV – Caracterização dos estudos de evidencias dos transtornos psíquicos que afetam o trabalhador de enfermagem.
	Nº
	TÍTULO
	AUTORES
	ANO
	BASE
	1
	Avaliação do nível de estresse de equipe de enfermagem de serviço de atendimento móvel de urgência
	Êulien Cavalcante Maia, Maira Di Ciero Miranda, Joselany Áfio Caetano, Zuíla Maria de Figueredo Carvalho, Míria Conceição Lavinas Santos, Luana Nunes Caldini
	2012
	BDENF
	2
	Prevalência de transtornos mentais comuns entre profissionais de saúde
	Ana Paula Alves, Leila Aparecida Kauchakje Pedrosa, Marli Aparecida Reis Coimbra, Mário Alfredo Silveira Miranzi, Vanderlei José Hass
	2015
	BDENF
	3
	O corpo fala: aspectos físicos e psicológicos do estresse em profissionais de Enfermagem
	Cláudia Cristiane Filgueira Martins Rodrigues, Viviane Euzébia Pereira Santos
	2016
	BDENF
	4
	Síndrome de Burnout em profissionais do serviço de atendimento móvel de Urgência
	Laiana Maria Luz, Rhanna Ravena Barbosa Torres, Karen Mickaele Vale de Queiroga Sarmento, Joana Maria Rocha Sales, Karliana Nascimento Farias, Marilia Braga Marques
	2017
	BDENF
	5
	Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem do serviço de atendimento móvel de urgência
	Márcia Astrês Fernandes, Fábbio Kleyton de Sousa, Jairo Silva dos Santos, Joiciane de Andrade Rodrigues, Maria Helena Palucci Marziale
	2012
	BDENF
	6
	Síndrome de Burnout e os aspectos sócio-demográficos em profissionais de Enfermagem
	Flávia Maria de França, Rogério Ferrari
	2012
	LILACS
	7
	Síndrome de burnout em trabalhadores de enfermagem da atenção básica à saúde
	Magno Conceição das Merces, Tércia Maria Santos Carneiro e Cordeiro, Amália Ivine Costa Santana, Iracema Lua, Douglas de Souza e Silva, Marcelo Silva Alves, Marise Silva Luz, Argemiro D’Oliveira Junior
	2016
	BDENF
	8
	Síndrome de Burnout em trabalhadores de saúde em um hospital de média complexidade
	Gabriela Machado Ezaias, Pollyana Bortholazzi Gouvea, Maria do Carmo Lourenço Haddad, Marli Terezinha Oliveira Vannuchi, Denise da Silva Scaneiro Sardinha
	2010
	BDENF
	9
	Riscos ocupacionaisdos enfermeiros atuantes na atenção à saúde da família
	Márcia Batista Gil Nunes, Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi, Fábio de Souza Terra, Maria Yvone Chaves Mauro, Regina Célia Gollner Zeitoune, Iara Aparecida de Oliveira Secco
	2010
	BDENF
	10
	Estresse da equipe de enfermagem de emergência clínica
	Cristiane Panizzon, Anna Maria Hecker Luz, Lísia Maria Fensterseifer
	2008
	BDENF
	11
	Risco de adoecimento dos profissionais de enfermagem no trabalho em atendimento móvel de urgência
	Fabiana A. Worm, Márcia A. Oliveira Pinto, Diego Schiavenato, Rosana Amora Ascari, Leticia de Lima Trindade, Olvani Martins da Silva
	2016
	LILACS
	12
	Síndrome de Burnout: Impacto da Satisfação no Trabalho e da Percepção de Suporte Organizacional
	Vanessa Faria Neves, Áurea de Fátima Oliveira, Priscila Castro Alves
	2014
	LILACS
	13
	Sintomas de depressão e fatores intervenientes entre enfermeiros de
serviço hospitalar de emergência
	Felipe Perucci de Oliveira, Maria Cristina Mazzaia, João Fernando Marcolan
	2014
	LILACS
	14
	Processo de trabalho e seu impacto nos profissionais de enfermagem em serviço de saúde mental
	Isabela Alves Silveira Souza, Maria Odete Pereira, Márcia Aparecida Ferreira de Oliveira, Paula Hayasi Pinho, Rejane Maria Dias de Abreu Gonçalves
	2015
	LILACS
	15
	Prevalência de transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem em um hospital da Bahia
	Eder Pereira Rodrigues, Urbanir Santana Rodrigues, Luciana de Matos Mota Oliveira, Rodrigo Cunha Sales Laudano, Carlito Lopes
Nascimento Sobrinho
	2014
	LILACS
Fonte: Elaborado pelos autores
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TABELA V – Resultados dos estudos de evidencias dos transtornos psíquicos que afetam o trabalhador de enfermagem no período de 2008 a 2017.
	Nº
	METODOLOGIA
	OBJETIVOS
	RESULTADO
	1
	Pesquisa exploratória, transversal e quantitativa.
	Avaliar a ocorrência de estresse em enfermeiros, socorristas e técnicos de enfermagem que trabalhavam no SAMU/192-Fortaleza.
	Observou-se a ocorrência de estressores ocupacionais enfrentados por profissionais de enfermagem do SAMU/192-Fortaleza. Embora a maioria dos participantes não apresentasse sintomas de estresse e a presença do estresse nesses profissionais encontrava-se nas fases da resistência e exaustão. A frequência maior de sintomas em homens, na amostra estudada, pode estar relacionada ao elevado grau de estresse atribuído ao trânsito, pois alguns socorristas exerciam, também, a função de motoristas das ambulâncias.
Dos fatores mais citados de aborrecimento com o trabalho e desencadeantes de estresse, o trânsito foi o principal, incluindo o desrespeito às leis de trânsito, além de buracos na estrada. Outros fatores importantes foram a carência de equipamentos e materiais, atuação em áreas de risco, más condições de trabalho, precariedade de ambulâncias, pouca compreensão da população, trabalho desgastante, dificuldade de relacionamento com a equipe/chefia, distância da sede, tanto para casa como para reposição de materiais, e despreparo de profissionais.
	2
	Estudo observacional, transversal com abordagem quantitativa
	Verificar a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) entre os profissionais de saúde de um hospital de universitário
	Entre os profissionais de saúde, do presente estudo, detectou-se uma prevalência de 27,9% de rastreamento positivo para TMC.
Entre os sintomas agrupados avaliados, através do SRQ-20, predominou a categoria de sintomas humor depressivo/ansioso, com destaque para a queixa sentir-se nervoso, tenso ou preocupado 64,6%. Já, no grupo de sintomas somáticos, dormir mal representou 45,1% entre os sujeitos pesquisados.
A presença de TMC na população estudada indica que, devido ao caráter subjetivo dos distúrbios não psicóticos, muitos profissionais podem estar subdiagnosticados, e por isso podem não estar se submetendo a um tratamento adequado.
	3
	Estudo qualitativo de abordagem descritiva,
	Identificar os efeitos do estresse no corpo físico e mental dos profissionais de enfermagem que atuam na UTI de um hospital universitário em Natal, RN.
	Percebe-se que o cansaço físico em decorrência de um dia de trabalho é uma constante. Também é evidenciada a falta de tempo para o lazer, provocando efeitos sistêmicos e de esgotamento emocional e físico nesses profissionais. 
O estudo ainda traz que eles se sentem esgotados, com pouca energia, e a impressão que têm é que não terão como recuperar essas
Energias. Como consequência disso, os profissionais ficam pouco tolerantes, facilmente irritáveis e nervosos dentro do ambiente de trabalho, bem como com amigos e familiares. 
Sintomas percebidos, muitas vezes, pelas cargas de trabalho presentes no ambiente da terapia intensiva, podem ser definidas como elementos do processo de atuação que interagem entre si e com o corpo do profissional, desencadeando alterações nos processos biopsíquicos que se manifestam com o desgaste físico e psicológico potencialmente afetado.
Outro problema mencionado pelos entrevistados foi o déficit de memória, esse sintoma também foi encontrado na literatura pesquisada: a dificuldade em manter a memória preservada estava presente entre os entrevistados, independente do tempo de trabalho.
Sintomas desse tipo são reflexos dos efeitos cognitivos do estresse no corpo do indivíduo, uma vez que, quando se está vivenciando o estresse, a mente encontra dificuldades em se manter concentrada, aumentando a desatenção e reduzindo a amplitude da memória de curto e longo prazo.
Outro sintoma físico que foi vislumbrado nas entrevistas está relacionado aos distúrbios no ciclo de peso dos profissionais, isso pode ser entendido pelos hábitos de vida desses profissionais, uma vez que esses não auxiliam na manutenção de uma alimentação saudável nem na prática regular de exercícios físicos, acarretando um acúmulo de peso ou mesmo o emagrecimento.
	4
	Pesquisa descritiva, transversal e quantitativa
	Analisar a prevalência da Síndrome de Burnout em profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
	Segundo Grunfeld et al. a síndrome é caracterizada pela presença de cansaço emocional ou despersonalização altos ou competência profissional baixa. De acordo com Ramirez et al. apenas os indivíduos que apresentam as três dimensões características do desgaste profissional podem ser considerados portadores da síndrome. Desta forma, mesmo sendo o inventário de Maslach o instrumento mais utilizado para a avaliação do Burnout, a falta de padronização para avaliação dificulta a interpretação dos resultados.
As análises de prevalência ou não da Síndrome de Burnout variam de acordo com o enfoque selecionado para a pesquisa.
Em nosso estudo, depois de abranger a análise para os grupos de profissionais do SAMU, definimos o enfoque do objetivo da pesquisa de forma a analisar as equipes como um todo.
Encontrou-se 28,1% de desgaste emocional em nível alto na amostra com todos os profissionais, valor intermediário aos da literatura. A despersonalização grave obtida em nossa amostra (21,9%) encontra-se no parâmetro de outros estudos nos quais variou de 15% a 22,1%. Quanto à dimensão incompetência profissional, 28,1% da amostra apresentou nível alto nessa dimensão.
	5
	Estudo quantitativo e descritivo.
	Identificar a presença da Síndrome de Burnout nos profissionais de enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Teresina – Piauí
	 Para identificar a Síndrome de Burnout foi utilizado o MBI (Maslach Burnout Inventary) e as dimensões agrupadas. Os autores consideram Burnout quando aparecem altas pontuações em Exaustão Emocional e Despersonalização e baixas pontuações em Realização Pessoal, ou seja, as três dimensões em nível grave.  Neste estudo o perfil médio dos profissionais foi: sexo feminino, auxiliares/técnicos de enfermagem, idade média de 43 anos, possuem companheiro/cônjuge e filhos, trabalham há mais de cinco anos no serviço, trabalham por vocação/gosto e têm mais de dez anos de conclusão de curso.Houve um escore de baixo-moderado em EE, em relação ao sexo, fato este que pode ser explicado pela amostra ser constituída predominantemente por mulheres (82%) comparando aos homens (18%).. .  As características pessoais não são fatores desencadeantes do Burnout, mas facilitadores ou inibidores dos agentes estressores, ou seja, é mais seguro afirmar que o conteúdo do trabalho possui mais importância para o aparecimento da Síndrome do que as características pessoais.  Os valores médios encontrados neste estudo em Exaustão Emocional, Despersonalização e Realização Profissional em relação às categorias profissionais não apontam a presença da Síndrome de Burnout.r.  Apesar dos valores isolados apontarem uma Realização Pessoal de alta a moderada quando comparados em relação à profissão, a média desta dimensão apontam um nível considerado moderado, o que indica que estes trabalhadores apresentam relativa Realização Pessoal com a profissão que exercem. Contudo, é importante considerar os resultados que apontam valores baixos para Realização Pessoal, pois indicam um possível risco de vulnerabilidade para o desenvolvimento da Síndrome.   
	6
	Estudo de natureza quantitativa, descritivo, com delineamento transversal
	Demonstrar a incidência da Síndrome de Burnout (SB) de acordo com os aspectos sociodemográficos dos profissionais de enfermagem que atuam em dois hospitais regionais, no município de Cáceres- MT.
	Os resultados obtidos nesta pesquisa evidenciaram na população estudada, em relação aos aspectos sociodemográficos em função da Síndrome de Burnout, houve maior porcentagem no gênero feminino, na faixa etária de 41 e 60 anos, com situação conjugal solteira, em profissionais sem filhos, com ensino superior completo e renda familiar entre 5 e 10 salários-mínimo
Assemelhando-se aos resultados encontrados no presente estudo, uma pesquisa demonstrou que dos 61 trabalhadores que participaram cinco (8,2%) apresentavam manifestações de Burnout todos eram do gênero feminino.
O resultado obtido na presente pesquisa mostrou maior acometimento dos solteiros em função da síndrome, indo em direção contrária ao que relata a literatura.
Em relação a ter filhos ou não, determinada pesquisa menciona que a satisfação de ser pai ou mãe é possível razão para um menor índice de doenças mentais como a síndrome de Burnout. Os resultados encontrados nessa pesquisa divergem da literatura e apontam que os profissionais sem filhos apresentaram maior acometimento em função da síndrome.
Quanto à escolaridade, determinada pesquisa demonstrou que as pessoas com maior nível de escolaridade possuíam maior probabilidade de desenvolver Burnout, o que se assemelha ao que foi evidenciado na presente pesquisa, onde os profissionais com ensino superior completo apresentaram maior acometimento em função à síndrome de Burnout.
	7
	Estudo transversal e descritivo
	Estimar a prevalência da Síndrome de Burnout entre trabalhadores de enfermagem da Atenção Básica à Saúde
	A prevalência da SB entre os trabalhadores de enfermagem da ABS deste estudo foi de 7,1%. Pesquisadores demostraram que de 10,0% a 16,7% dos enfermeiros de uma ABS apresentaram risco de desenvolver a SB e 6,9% dos profissionais da ABS apresentaram SB, sendo a EE apontada como o marco precursor para o desenvolvimento da síndrome em estudo.. Como visto, é no ambiente da ABS que os trabalhadores deparam-se com condições adversas e ambientes considerados perigosos e insalubres, além de pressões e cobranças intrínsecas ao trabalho, sendo esta conjectura considerada propícia a riscos à saúde do trabalhador e a fatores favoráveis ao desenvolvimento da SB. Destaca-se o reduzido número de estudos que versem sobre a SB na ABS, envolvendo profissionais de enfermagem.
	8
	Investigação quantiqualitativa, descritiva e social
	Descrever os riscos ocupacionais dos enfermeiros que atuam na rede básica de saúde, estratégia da saúde da família
	Constituem-se em fatores que contribuem para a baixa realização profissional as precárias condições de trabalho, tais como estrutura física inadequada e escassez de recursos materiais e humanos, condições encontradas na instituição onde o estudo foi realizado. Tais fatores causam impacto significativo na saúde do trabalhador . Existem também fatores laborais associados à ocorrência do Burnout, entre eles pode-se citar o baixo nível de controle das atividades ou até mesmo a baixa participação nas tomadas de decisão, que provocam pouca ou nenhuma satisfação no trabalhador. As expectativas profissionais, o sentimento de injustiça e iniquidade nas relações de trabalho, o suporte organizacional ineficiente e os conflitos organizacionais também corroboram para a baixa realização . Relacionadas à percepção de suporte organizacional estão as crenças e expectativas de um indivíduo em relação ao reconhecimento e retribuição por parte da organização em que trabalha . É de grande importância a realização do diagnóstico e avaliação da síndrome de Burnout para se identificar quando, onde e em quem deve-se intervir, buscando minimizar as consequências para o indivíduo, a equipe, os clientes e organização. 
	9
	Estudo exploratório
	Identificar o nível de estresse e os fatores estressores, verificar a associação entre o estresse e as variáveis de estudo e identificar os fatores preditores de estresse da equipe de enfermagem de um serviço de emergência clínica
	 Risco Psicossocial Riscos psicossociais em sentido amplo podem ser entendidos como: todo fator ou agente de risco existente no ambiente de trabalho que pode alterar o bem estar do trabalhador gerando danos à sua saúde . A produção de estudos sobre riscos ocupacionais em unidades básicas é recente. No entanto, neste estudo, os achados confirmam que há predomínio de riscos psicossociais, com destaque para o estresse, seguindo-se a ansiedade, a sobrecarga de atividade/ mental e a violência. Os sujeitos estudados referiram o estresse a diferentes questões: violência, área de risco, conflitos sociais, presença de narcotráfico, demandas sociais da população e sobrecarga de atividades. A exposição à violência é outro fator de risco nos casos de visitas domiciliares, pois muitas vezes os trabalhadores executam suas atividades em áreas distantes, pouco habitadas e perigosas e em algumas atividades que os profissionais desenvolvem junto à população, a violência também pode vir sob a forma de agressividade . 
	10
	Estudo descritivo de natureza quantitativa
	Identificar sinais e sintomas da síndrome de Burnout em trabalhadores de saúde de um hospital público de média complexidade
	O elevado número de trabalhadores do sexo feminino na área da enfermagem constatados no estudo reflete a distribuição observada na realidade dos trabalhadores desta categoria, pois o número de mulheres na enfermagem é maior do que o de trabalhadores do sexo masculino. Essa predominância pode ser fator de risco para desenvolver “Burnout”, que atingem, principalmente, trabalhadores do sexo feminino, casadas, revelando maior exaustão que as solteiras. As jovens, por terem menos anos de experiência no trabalho, também estão mais propensas . A falta de funcionários tem sido descrita como fonte considerável de estresse.. A atual situação econômica e política brasileira, somada à diminuição do valor salarial, redução do mercado de trabalho e conseqüente desemprego, conduz o enfermeiro a trabalhar em mais de um local, aumentando sua carga horária mensal de trabalho. Além disso, o descontentamento com os baixos salários é fator para “Burnout” na enfermagem brasileira. Estudos realizados por outros autores indicam que o trabalho de enfermagem em hospitais é altamente estressante, porque as responsabilidades desencadeiam situações para as quais confluem vários pontos de tensão.
	 11
	Estudo transversal, exploratório e descritivo através de um instrumento validado
	Mapear os fatores de risco ao adoecimento relacionado ao trabalho dos profissionais de Enfermagem da Equipe do Serviço de Atendimento Móvel de UrgênciaRelativo aos danos psicológicos, dentre os fatores mais comprometidos referem-se a “vontade de ficar sozinho” e “conflitos nas relações familiares”. Os danos psicológicos dos profissionais de enfermagem ocorrem devido ao grau de responsabilidade e a precisão em realizar os procedimentos, qualquer erro pode causar dano ou ser fatal ao paciente. O isolamento social demonstra a privação do indivíduo de seus contatos sociais que pode ser de forma voluntária ou involuntária. A solidão é um aspecto psicológico e o isolamento social é um aspecto físico. Isolamento social é se sentir só, é a solidão em si. Já os conflitos nas relações familiares, comumente interferem no trabalho do profissional. As relações familiares de baixa qualidade são um grande fator de risco para os sintomas de depressão. Em relação aos danos sociais, os fatores de maior prevalência foram o “mau humor”, e a “tristeza”. Noutro estudo o mau humor também se apresentou prevalente. Quanto à tristeza, está pode se manifestar negativamente na dimensão das relações de cuidado, que reforça a ideia de que o profissional de enfermagem apresenta fragilidade ao lidar com situações de perda. A enfermagem passa diariamente por sofrimento dentro do seu local de trabalho, e um dos principais motivos deste sofrimento é a morte, a qual gera sentimento de tristeza, fazendo com que o profissional busque auxílio, refúgio em vários lugares, no entanto o sentimento de tristeza permanece impregnado em si. 
	12
	Estudo transversal, quantitativo,
	Identificação dos preditores de burnout
	A equipe de enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência apresenta riscos de adoecimento, principalmente relacionado ao fator físico e psicológico. É necessário rever as condições de trabalho destes profissionais, buscando a melhoria do local de trabalho. O risco ao adoecimento traz prejuízos no trabalho e na vida do profissional.
Os resultados mostraram que a satisfação com a natureza do trabalho mostrou-se como o melhor preditor de exaustão emocional, desumanização e decepção no trabalho, em uma relação inversa. À medida que diminui a satisfação com o trabalho realizado, aumenta-se a possibilidade de burnout.
A importância da natureza do trabalho e do apoio organizacional para esses profissionais e alertam para que as organizações de saúde lhes estabeleçam estratégias de valorização. A prevenção desta síndrome é fundamental para a garantia de um atendimento de qualidade aos usuários dos serviços de saúde.
	13
	Estudo transversal
	Verificar se enfermeiros do serviço hospitalar de emergência apresentavam sintomas depressivos, identificar fatores intervenientes e analisar percepção sobre o sofrimento psíquico e influência na assistência prestada.
	Enfermeiros do setor de emergência devido à especificidade de seu trabalho com a exposição a eventos traumáticos, em geral com o risco de morte dos pacientes, estão vulneráveis ao transtorno do estresse pós-traumático, ansiedade, depressão e queixas somáticas.
O trabalho pode ser responsável por constituir-se fonte de prazer ou de sofrimento a depender da forma como é organizado. A falta de coesão e participação colaborativa entre as enfermeiras foram preditores significativos para o aparecimento de problemas somáticos. As diferenças no clima organizacional justificam a variação apontada nos resultados sobre a saúde das enfermeiras do estudo.
Fatores para adoecimento estavam relacionados às condições do trabalho como sobrecarga, desvalorização, falta de recursos humanos e materiais. Os enfermeiros não se percebiam adoecidos, nem influência na assistência
	14
	Estudo transversal, qualitativo
	Analisar o processo de trabalho e seu impacto nos profissionais de enfermagem em serviço de saúde mental destinado à atenção aos usuários de substâncias psicoativas 
	Quando questionados a respeito da sobrecarga resultante do cuidado aos usuários, 75% dos profissionais de Enfermagem afirmaram estar moderadamente sobrecarregados. Nesse mesmo contexto, 62,5% consideraram que seu trabalho afetava parcialmente seu estado geral de saúde física. Um indicativo disso foi o aumento dos problemas ou queixas físicas que passaram a existir ao iniciarem a atividade profissional na área de saúde mental. Os profissionais de Enfermagem, em seu processo de trabalho, estiveram expostos a todas as cargas de desgaste, sendo o desgaste psíquico mais intenso que o físico, o qual refletiu na insatisfação com a atividade laboral e na saúde física dos trabalhadores.
	15
	Estudo de corte transversal, populacional, exploratório
	Descrever a prevalência de “suspeitos” de transtornos mentais comuns (TCM) em trabalhadores de enfermagem em um hospital geral, no estado da Bahia.
	A prevalência de “suspeitos” de TMC de 35,0%, aponta para uma situação de saúde mental preocupante na população estudada. A prevalência encontrada foi maior que a observada em outros estudos com trabalhadores de enfermagem. Toda via prevalências superiores estão descritas na literatura. Estudo que analisou as novas relações de trabalho e as suas repercussões no desgaste físico e mental dos trabalhadores de saúde afirma que a precarização das condições de trabalho tem repercussões na saúde mental, que e indissociável da saúde como um todo.
Identificamos que as situações de alta demanda psicológica no trabalho apresentaram-se associadas a uma maior prevalência de “suspeitos” de
TMC
Fonte: Elaborada pelos autores
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4ª Etapa: Análise crítica dos estudos incluídos: 
Faz-se necessária uma abordagem sistémica para ponderar o rigor e as características de cada estudo.
5ª Etapa: Discussão dos resultados: 
É feita a partir da interpretação e síntese dos resultados, comparando-se os dados evidenciados na análise dos artigos ao referencial teórico, e identifica possíveis lacunas do conhecimento.
6ª Etapa: Apresentação da revisão integrativa:
 Precisa ser clara e completa permitindo ao leitor avaliar criticamente os resultados.
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REVISÃO DE LITERATURA
3.1 A história da saúde do trabalhador
Nos dias atuais, muitos empregadores expressam preocupação quanto à saúde de seus trabalhadores, contudo, historicamente, o termo segurança do trabalho já vem sendo abordado desde 1700, após a criação da obra de um estudioso que descreveu inúmeras doenças que já afetavam os trabalhadores da época, intitulada As doenças dos trabalhadores, tendo como autor Bernadino Ramazzini, (TESTA, 2015).
Em consonância o autor descreve que Bernadino Ramazzini foi um médico italiano, nomeado como pai da medicina do trabalho após a autoria de seu livro, fazendo de sua obra fonte de debates mundialmente. Santana (2006) aponta que a obra incorporava perguntas específicas sobre a ocupação do trabalhador que deveriam ser abordadas durante a anamnese clínica e através de suas respostas, traçavam-se formas de prevenir e tratar as enfermidades.
Apesar dos relatos históricos relacionados à saúde do trabalhador no século XVIII, as primeiras leis de proteção relacionadas ao trabalho, somente surgiram no início do século XIX, tendo como países precursores a Inglaterra, França e Alemanha, através da incorporação do paradigma da medicina social e o reconhecimento das condições de trabalho como um dos aspectos importantes das condições de vida, (SANTANA, 2006).
Segundo Testa (2015) no Brasil um marco importante para o direito, foi a criação do decreto lei nº 3.725 em 15 de janeiro de 1919, aplicado sobre a segurança e saúde ocupacional, que discorre sobre o conceito de acidente de trabalho, a ação judicial, entre outras disposições sobre a atividade laboral. E enfatiza também que quatro anos após a Revolução de 1930 e a promulgação da terceira Constituição do Brasil, a Carta Magna adotou medidas de proteção ao trabalhador.
De acordo com Carvalho (2011) a Carta Magna definida segundo Cardoso (1968) como um documento assinado, em 1215, por João Sem Terra e considerada a base da liberdade inglesa; traz o tema saúde do trabalhador no art. 7º, que aborda os direitos dostrabalhadores urbanos e rurais; e no art. 200, que versa sobre as competências do Sistema Único de Saúde (SUS). 
No Brasil, durante o período da República Venha (1889-1930), não havia um modelo sanitário vigente Segundo Passinho (2014), sendo este um período marcado por inúmeras epidemias. Visando a erradicação da epidemia de febre amarela, que assolava o país, Oswaldo Cruz foi nomeado diretor do Departamento Federal de Saúde Pública culminando no ato conhecido como a Revolta da Vacina, devido a força e a arbitrariedade junto a população exercida pelos guardas-sanitários, o modelo ficou conhecido como sanitarismo campanhista, que vigorou até meados dos anos 60.
A autora afirma ainda que no período da Segunda República, o crescimento acelerado da indústria se deu à custa de condições precárias de trabalhado. Corrobora Testa (2015) ao afirmar que as transformações mais relevantes nos processos de trabalho estiveram ligadas ao desenvolvimento tecnológico, uma vez que as novas tecnologias possibilitaram a evolução do trabalho. Contudo, essa mesma modernização, associou-se a intensificação do trabalho, ao ritmo acelerado, à alta exigência cognitiva e mental e a agentes estressores.
Na metade da década de 60 juntamente com a industrialização, houve a hegemonização do modelo médico-privativista. O sistema de saúde vigente, para adequar-se as novas necessidades da população, começou a atuar na vida dos trabalhadores. Nesse período histórico surgiram as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs/1923), os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs/1933) e o Instituto Nacional de Previdência Social (INPs/1966).
Na década de 70, durante o governo de Geisel, surgiu a Reforma Sanitária Brasileira (RSB) que propiciou a reestruturação político-institucional. As concepções de saúde vinculadas à proposta da RSB foram elaboradas pelos departamentos de medicina preventiva e social e a escolas de saúde pública, ou seus equivalentes. A produção teórica centrou-se em dois conceitos: determinação social das doenças e processo de trabalho em saúde (PASSINHO, 2014).
Dando continuidade a autora afirma que em decorrência desse movimento, houve a VIII Conferência Nacional de Saúde e, desse momento em diante foi iniciada a construção de um relatório que contribuiu para a redação da seção da saúde na Constituição de 1988. 
Em 1988 a promulgação da nova carta constitucional, transformou a saúde em direito individual e deu origem ao processo de criação de um sistema público, universal e descentralizado de saúde, alterando profundamente a organização da saúde pública no país. Nesse sentido, a reforma sanitária conformaria o SUS, como um legado, (PAIVA, 2014). 
A Lei Orgânica da Saúde (LOS) Lei n.º 8.080/90, que regulamentou o SUS e suas competências no campo da Saúde do Trabalhador, considerou o trabalho como um importante fator determinante/condicionante da saúde, (BRASIL, 2002).
De acordo com o Ministério da Saúde (2002), o sistema público de saúde vem atendendo os trabalhadores ao longo de toda sua existência. Contudo, a prática diferenciada do setor, que considere os impactos do trabalho sobre o processo saúde/doença, apenas surgiu no decorrer dos anos 80, passando a ser de responsabilidade do SUS quando a Constituição Brasileira de 1988, na seção que regula o Direito à Saúde, a incluiu no seu artigo 200. 
“Artigo 200- Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: (...) II- executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador:(...)”
Em 06 de julho de 2005, foi publicada a Portaria 1.125 que dispões sobre os propósitos da política de saúde do trabalhador para o SUS tendo sido estabelecido em seu artigo 1º: Toda política de saúde do trabalhador para o SUS tenha por propósito a promoção da saúde e a redução da morbimortalidade dos trabalhadores, mediante ações integradas, intra e intersetorialmente, de forma contínua, sobre os determinantes dos agravos decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos, com a participação de todos os sujeitos sociais envolvidos, (BRASIL, 2009).
De acordo com o Ministério da Saúde (2012), o artigo 2º da Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, instauradora da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT), dispõe como finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três esferas de gestão do SUS, através do desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na vigilância, visando à promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos.
O termo saúde do trabalhador refere-se a um campo do saber que visa compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Nesse sentido, saúde e doença são considerados como processos dinâmicos, diretamente relacionados com os modos de desenvolvimento produtivo, em determinado momento histórico, (BRASIL, 2017). 
Em 2002, o Ministério da Saúde considerando a necessidade de articular, no âmbito do SUS, as ações que visa de prevenção, promoção e recuperação da saúde dos trabalhadores urbanos e rurais, independentemente do vínculo empregatício e tipo de inserção no mercado de trabalho, instituiu a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), (BRASIL, 2017).
E em 11 de novembro de 2009 foi publicada a Portaria nº 2.728 que dispõe sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador e dá outras providências, em seu artigo 1º decreta que: Deverá ser implementada de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o envolvimento de órgãos de outros setores dessas esferas, executores de ações relacionadas com a Saúde do Trabalhador, além de instituições colaboradoras nessa área, (BRASIL, 2009).
Determinando em seus § 2º e §3º que a RENAST passa a integrar a rede de serviços do SUS, voltada à promoção, assistência e à vigilância, para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador e que sua implementação se dará pela estruturação da rede de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), concomitantemente, (BRASIL, 2OO9).
Os CEREST desempenham, no âmbito da RENAST, as de funções suporte técnico, de educação permanente, de coordenação de projetos de promoção, proteção e vigilância, de organizador da referência e contrarreferência para a rede de assistência à saúde dos trabalhadores, (BRASIL, 2017).
A Organização Mundial de Saúde juntamente com a Organização Pan-americana de Saúde (2011), afirmam que os maiores desafios para a saúde do trabalhador atualmente e no futuro são os problemas de saúde ocupacional ligados com as novas tecnologias de informação e automação, novas substâncias químicas e energias físicas, riscos de saúde associados a novas biotecnologias, transferência de tecnologias perigosas, envelhecimento da população trabalhadora, problemas especiais dos grupos vulneráveis, incluindo migrantes e desempregados, problemas relacionados com a crescente mobilidade dos trabalhadores e ocorrência de novas doenças ocupacionais de várias origens. 
Segundo o Ministério da Saúde (2002) o trabalho cada vez mais vem sendo reconhecido como importante fator de adoecimento, de desencadeamento e de crescente aumento de distúrbios psíquicos.
Dando continuidade afirma também que as doenças do trabalho referem-se a um conjunto de danos ou agravos que incidem sobre a saúde dos trabalhadores, causados, desencadeados ou agravados por fatores de risco presentes nos locais de trabalho. Manifestam-se de forma lenta, insidiosa, podendo levar anos para manifestarem o tem demonstrado ser um fator dificultador no estabelecimento da relação entre uma doença a ser investigada e o trabalho.
Para Testa (2015) toda classe trabalhadora está suscetível a lesões e adoecimento, de acordo com o real processo de suas tarefas. Corrobora Carvalho (2011) alegando que osfatores de risco ocupacional podem ser classificados em cinco grupos: Fatores físicos, químicos, biológicos, mecânicos e de acidentes e ergonômicos e psicossocias. 
O Ministério da Saúde (2002) resumidamente afirma que os fatores de risco ocupacional associados aos agentes físicos são: ruído, vibração, calor, frio, luminosidade, ventilação, umidade, pressões anormais, radiação etc. Associados aos agentes químicos são: substâncias químicas tóxicas, presentes nos ambientes de trabalho nas formas de gases, fumo, névoa, neblina e/ou poeira. Em se tratando de agentes biológicos são: bactérias, fungos, parasitas, vírus, etc. E numa associação de três fatores, os mecânicos e de acidentes ergonômicos e psicossociais, está à organização do trabalho, que são: a divisão do trabalho, pressão da chefia por produtividade ou disciplina, ritmo acelerado, repetitividade de movimento, jornadas de trabalho extensas, trabalho noturno ou em turnos, organização do espaço físico, esforço físico intenso, levantamento manual de peso, posturas e posições inadequadas, entre outros. 
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2002), o processo de sofrimento psíquico não é, muitas vezes, imediatamente visível. Seu desenvolvimento acontece de forma “silenciosa” ou “invisível”, embora também possa eclodir de forma aguda por desencadeantes diretamente ocasionados pelo trabalho. Procedimentos a serem adotados frente a diagnósticos de doenças relacionadas ao trabalho pelo nível local de saúde incluem: afastar o trabalhador imediatamente da exposição, o afastamento deverá ser definitivo para as doenças de caráter progressivo, investigar o local de trabalho, visando estabelecer relações entre a doença sob investigação e os fatores de risco presentes no local de trabalho, desenvolver ações de intervenção, considerando os problemas detectados nos locais de trabalho, entre outras.
Porque no processo de investigação de determinada doença e sua possível relação com o trabalho, os fatores de risco presentes nos locais de trabalho não devem ser compreendidos de forma isolada e estanque. Ao contrário, é necessário apreender a forma como eles acontecem na dinâmica global e cotidiana do processo de trabalho.
Os transtornos psíquicos que afetam os profissionais de enfermagem.
Em todo o mundo, trabalhadores sofrem de doença mental. O número crescente de casos desse agravo relacionado ao trabalho tem motivado o interesse por esse campo de estudo, especialmente nos países de média e baixa renda, onde as condições laborais costumam ser mais precárias.
O trabalho pode ser fonte de satisfação e desenvolvimento humano, e também, a depender das condições em que é realizado, fator de risco para adoecimento. As condições físicas, químicas e biológicas dos ambientes de trabalho têm impactos mais evidentes no estado físico do trabalhador, enquanto a organização da produção com base nas divisões técnicas e sociais do trabalho, repercutem mais diretamente sobre a saúde psíquica, podendo causar sofrimento e doenças mentais. Uma preocupação crescente no campo das doenças relacionadas ao trabalhador são os transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT), que resultam de situações do processo do trabalho. Diversos são os fatores associados aos TMRT, desde a exposição a determinados agentes tóxicos até a estrutura hierárquica organizacional do trabalho, (ARAÚJO, 2012). 
Os TMRT foram reconhecidos legalmente no país com a publicação da Portaria nº 1.339, de 19 de novembro de 1999. A Portaria nº 777, de 28 de abril de 2004, acrescentou esses transtornos, juntamente com mais dez outros agravos à saúde relacionados ao trabalho, à lista de doenças de notificação compulsória (CID) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 
Para Dejours (1998), a primeira vítima do sistema não é o aparelho psíquico; mas, sim, o corpo dócil e disciplinado, entregue às dificuldades inerentes à atividade laborativa e, dessa forma, projeta-se um corpo sem defesa, explorado e fragilizado pela privação de seu protetor natural, que é o aparelho mental. De 1914 a 1968, a luta pela sobrevivência operária dá lugar à luta pela saúde do corpo. 
A organização do trabalho exerce sobre o homem uma ação específica, impactando o aparelho psíquico. Em certas condições emerge um sofrimento que pode ser atribuído ao choque entre uma história individual, portadora de projetos, de esperanças e de desejos e uma organização do trabalho que os ignora. Esse sofrimento, de natureza mental, começa quando o homem, no trabalho, já não pode fazer nenhuma modificação na sua tarefa no sentido de conforma-la segundo as suas necessidades fisiológicas e a seus desejos psicológicos, isso é, quando a relação homem/trabalho é bloqueada, (DEJOURS, 1992). 
Ideologia que perpassa a profissão de enfermagem desde sua origem significa abnegação, obediência, dedicação. O conflito para esses trabalhadores fica evidente dado que a motivação caracterizada por sentimentos idealizados da profissão conflitante com a realidade determinada pelo mercado de trabalho. Os elementos estressores são comuns, independente da ocupação do profissional, e refletem a cultura das causas e consequências que estes ocasionam no exercício da profissão, o que sugere novos desafios, (MUROFUSE N.T, 2005).
Segundo Ludemir & Melo Filho (2002), os quadros de sofrimento psíquico de natureza não psicótica, denominados de Transtornos Mentais Comuns (TMC), expressão criada por Goldberg e Huxley em 1992, frequentemente, encontrados na população e unidades de saúde não psiquiátricas, designam sintomas tais como, queixas de ansiedade, depressão, alterações no padrão de sono, fadiga e somatizações. Corroborando Fiorotti, Tomazelli e Malagris (2009), salientam que sem configurar uma categoria diagnóstica, os TMC, são por vezes, incapacitante, e requerem atenção e cuidados. 
Os TMC, entre os trabalhadores da saúde, podem estar relacionados a: jornadas prolongadas de trabalho; ritmo acelerado de trabalho; quase inexistência de pausa para descanso ao longo do dia e intensa responsabilidade sobre as tarefas executadas, (NASCIMENTO SOBRINHO, 2006).
Segundo Araújo et. al. (2016) no Brasil, pesquisadores tem evidenciado, em estudos epidemiológicos realizados com trabalhadores da área da saúde, uma associação entre a ocorrência de transtornos mentais comuns e o trabalho exercido por esses profissionais de saúde. Pesquisas também foram realizadas associando elevada prevalência de TMC com alta demanda e o baixo controle no trabalho. 
As demandas são pressões psicológicas que os trabalhadores são submetidos no trabalho, e que podem se originar da quantidade de trabalho a executar por unidade de tempo e/ou do descompasso entre as capacidades do trabalhador e o trabalho a executar. Quanto ao controle, trata-se da autonomia ou possibilidade que ele tem de governar o seu trabalho, a partir de suas habilidades ou conhecimentos. 
Ludemir (2005), ao analisar a associação dos TMC com a informalidade das relações de trabalho, constatou que a incerteza sobre a situação de trabalho, os baixos rendimentos, ausência de benefícios sociais e de proteção da legislação trabalhista podem ser os responsáveis pelo desenvolvimento da ansiedade e depressão. 
Soma-se aos estressores ambientais o fato de que os profissionais de enfermagem constituem um grupo que se destaca por suas características relacionadas ao gênero, hierarquia e sobrecarga, tanto física como emocional, tal como cita Reis et. al. (2003), e esses fatores se apresentam como elementos significativos para o estresse e as peculiaridades do trabalho destes profissionais, acarretando consequências em âmbito psíquico. 
O desgaste físico, emocional e mental gerado pelo trabalho pode produzir apatia, desanimo, hipersensibilidade emotiva, raiva, irritabilidade e ansiedade, provocam ainda despersonalização e inércia, acarretando queda a produtividade, no desempenho e na satisfação do trabalhador. Estes são alguns dentre muitos fatores que colaboram para o surgimento de problemas relacionados a saúde mental,com destaque para os TMC.  Tais sintomas influenciam o desempenho dos profissionais, contribuindo para o absenteísmo.
Conforme afirma Dias (2005) expondo que absenteísmo pode ser entendido como o ato de faltar a um compromisso de trabalho, considerando que essa definição se refere a toda e qualquer forma de não comparecimento ao trabalho, ainda que seja direito do trabalhador, como licença médica ou luto. Em uma perspectiva psicossociológica, o absenteísmo é considerado um comportamento de ausência, individual e exterior à organização. 
O comportamento disfuncional em uma pessoa não só afeta gravemente a saúde emocional dessa pessoa, como também pode colocar outros em risco de lesão ou morte. A medida que esses comportamentos destrutivos são repetidos, evidenciam-se um padrão cíclico: raciocínio prejudicado, sentimentos negativos e mais ações disfuncionais que impedem que a pessoa satisfaça as demandas de vida diária. 
Diante do exposto, e por saber que a dinâmica do trabalho de enfermagem envolve tanto intervenções com o corpo e a mente dos pacientes, estando expostas as mais variáveis formas de estímulos físicos e mentais no ambiente de trabalho, suscetíveis a desenvolver sentimento de impotência profissional, ansiedade, depressão e medo, comprometendo a qualidade de assistência prestada, interferindo diretamente na saúde mental desses profissionais, necessitando assim, receber apoio e acompanhamento de uma equipe multiprofissional, que possa auxiliar esse trabalhador na identificação de seu sofrimento e consequentemente desenvolver programas de prevenção e manutenção da saúde mental do profissional de enfermagem, (OLER, 2005).   
Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma profissão caracterizada por ter, em sua essência, o cuidado e por grande parte da carga de trabalho ser o contato direto com pacientes e familiares. Entre os diferentes fatores que podem comprometer a saúde do trabalhador, o ambiente de trabalho é apontado como gerador de conflitos quando o indivíduo percebe o hiato existente entre o compromisso com a profissão e o sistema em que estão inseridos, (TRINDADE; LAUTER, 2010). 
O trabalho da enfermagem no ambiente hospitalar gera estresse de várias naturezas e em vários níveis, o que demanda dos indivíduos um intenso desgaste físico e mental, caracterizando o trabalho como um importante gerador de estresse. Este ambiente é caracterizado pela presença marcante de pessoas portadoras de patologias curáveis e incuráveis e que por vezes acarretam a morte, levando ao sofrimento, não somente o paciente, mas todas as pessoas com ele envolvidas. A relação com os pacientes e familiares, o contato com a equipe multiprofissional, a possibilidade de morte, a sobrecarga de trabalho, o avanço tecnológico fazendo com que o profissional esteja em constante processo de atualização para acompanhar as inovações técnico-científicas, tudo isso pode ser considerado fonte geradora de estresse, (MIQUELIM, 2004). 
A palavra estresse foi utilizada primeiramente pela física e engenharia para conceituar o quanto uma barra de metal resistiria após aplicação do estresse (força ou tensão) a ela aplicado até o momento que se deformasse ou rompesse, corroboram Ferreira (2006) e Meneghini & Lautert (2011).
Porém, de acordo com as concepções de Hans Selye (1956) estresse é uma expressão utilizada para designar um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido em situações que exigem esforços para adaptações. 
Identificaram algo como uma única reação não específica do corpo a qualquer tipo de lesão infringida. Em estudos anteriores, observou-se alterações nas glândulas suprarrenais através da dilatação cortical, involução tímica, úlcera gástrica e demais órgãos do corpo também foram afetados. Selye identificou também ainda uma reação corporal única não específica a qualquer tipo de lesão infligida. Este conjunto de respostas não específicas denominou-se Síndrome de Adaptação Geral (SAG), conhecido como modelo Trifásico do estresse.
De acordo com Lipp (2000), o estresse emocional é uma reação complexa e global do organismo, envolvendo componentes físicos, psicológicos, mentais e hormonais, que se desenvolve em etapas ou fases. A manifestação do estresse pode ocorrer em qualquer pessoa, pois todo ser humano está sujeito a um excesso de fatores estressantes que ultrapassam a sua capacidade de resistir física e emocionalmente. 
Para Ferrareze et. al. (2006) o estresse ocupacional é um estado em que ocorre desgaste anormal do organismo humano e/ou diminuição da capacidade de trabalho, devido basicamente à incapacidade prolongada de o indivíduo tolerar, superar ou se adaptar às exigências de natureza psíquica existentes em seu ambiente de trabalho ou de vida. 
Para Pinho et. al. (2007), é indiscutível que o ambiente é responsável por diferentes graus de estresse, mas existem características relacionadas também às atividades do profissional. Aspectos como a possibilidade de controlar as atividades que realiza, tanto intrinsecamente, em termos da planificação e determinação de procedimentos a utilizar, como extrinsecamente, em termos de salário, benefícios e horários são descritos. Esses aspectos podem não ser percebidos pelo trabalhador, mas estão diretamente ligados ao seu cotidiano laboral e influenciam a satisfação quanto ao seu trabalho, consequentemente o bem-estar psicológico. 
A eliminação ou a redução da exposição às condições de risco e a melhoria dos ambientes de trabalho para promoção e proteção da saúde do trabalhador constituem um desafio que ultrapassa o âmbito de atuação dos serviços de saúde, exigindo soluções técnicas, às vezes complexas e de elevado custo. Em certos casos, medidas simples e pouco onerosas podem ser implementadas, com impactos positivos e protetores para a saúde do trabalhador e o meio ambiente, como técnicas de relaxamento, dinâmicas de grupo espaço para discussão das condições de trabalho. O contexto atual pede reflexões sobre medidas práticas, gerais e específicas para prevenção e controle de agravos à saúde física e mental, (ELIAS, 2007). 
A atividade profissional constitui fonte de satisfação, se for livremente escolhida, isto é, por meio de sublimação, tornar possível o uso de inclinações existentes, de impulsos instintivos persistentes ou constitucionalmente reformados. 
No entanto, como caminho para a felicidade, o trabalho não é altamente prezado pelos homens. Não se esforçam em relação a ele como o fazem em relação a outras possibilidades de satisfação. A grande maioria das pessoas só trabalha sob pressão da necessidade, e esta aversão humana ao trabalho suscita problemas sociais extremamente difíceis, (FREUD, 1974).
O impacto dos transtornos psíquicos no trabalhador e cotidiano de vida do profissional de enfermagem.
As jornadas duplas ou triplas de trabalho do trabalhador de enfermagem oferecem prejuízo para sua vida social. A família, muitas vezes, é quem mais percebe a ausência do profissional no ambiente do lar. É perceptível por parte do trabalhador a dificuldade de organizar a vida social do cotidiano bem como planejar atividades em grupo. O trabalho em turnos pode conduzir a alterações de sono, distúrbios gastrointestinais, cardiovasculares, desordens psíquicas, (COSTA & MORITA & MARTINEZ, 2000). 
Além de significar mais horas de trabalho, a dupla/tripla jornada supõe uma divisão emocional entre as exigências do trabalho e das necessidades da família, gerando com frequência uma dupla culpabilidade, tornando as mulheres mais vulneráveis ao desgaste mental. 
De acordo com Araújo (1999), o cuidado prestado aos descendentes pode ser considerado uma demanda adicional, capaz de gerar estresse e ansiedade, por outro lado, a presença de filhos pode favorecer ao bem-estar. 
Como consequência do estresse pode-se observar um grande impacto dos TMC na qualidade do cuidado que é prestado aos usuários do serviço público de saúde e também no aspecto social do trabalhador de enfermagem.
Entre trabalhadores de enfermagem, a

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