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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO JUIZ DE FORA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CAMILLA DE OLIVEIRA FERNANDES TAYNARA CRISLEY DE OLIVEIRA AGUIAR A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: estudo de revisão JUIZ DE FORA 2020 2 CAMILLA DE OLIVEIRA FERNANDES TAYNARA CRISLEY DE OLIVEIRA AGUIAR A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: estudo de revisão Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Estácio Juiz de Fora como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora: Profa. Mestre Luiza Vieira Ferreira. JUIZ DE FORA 2020 3 CAMILLA DE OLIVEIRA FERNANDES TAYNARA CRISLEY DE OLIVEIRA AGUIAR A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: estudo de revisão Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Estácio Juiz de Fora como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora: Profa. Mestre Luiza Vieira Ferreira. Aprovada em: ______ / _______________ / __________. __________________________________________ Profa. Mestre Luiza Vieira Ferreira (orientadora) Centro Universitário Estácio Juiz de Fora 4 A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: estudo de revisão Camilla de Oliveira Fernandes1 Taynara Crisley de Oliveira Aguiar2 Luiza Vieira Ferreira3 RESUMO Introdução: Aspectos físicos, mentais, sócio-políticos, econômicos e culturais são determinantes para a manutenção de uma população saudável, porém viver uma vida com saúde depende da qualidade do vínculo que a pessoa estabelece com o meio social, entre outros aspectos, saber administrar a constante tensão entre seus desejos, expectativas e as solicitações institucionais de um meio social mais abrangente. Objetivo foi compreender os transtornos psicológicos vivenciados pelos profissionais de enfermagem. Trata-se de uma revisão da literatura com a temática sobre a saúde mental do enfermeiro, através de busca realizada nas bases de dado BVS, SciELO. Foram utilizados como critério de inclusão, artigos na língua portuguesa, publicado nos últimos 5 anos, artigos disponíveis na íntegra de forma gratuita. Desenvolvimento: Podemos perceber os fatores que causam prazer, desprazer e sofrimento no trabalho do enfermeiro e, a partir destes entender como está a saúde mental deste trabalhador. A qualidade de assistência está diretamente ligada à saúde de seus empregados. E como alerta, também, aos profissionais de enfermagem, para que repensem as suas maneiras de lidar com as dificuldades impostas pela profissão uma vez que acreditamos que a enfermagem pode ser também fonte de prazer, portanto fonte de realização profissional e pessoal. Considerações finais: O profissional de saúde é grandemente afetado, principalmente a Enfermagem, que por ser a linha de frente, acaba sendo exposta a situações de estresse e sobrecarga; uma vez que o aumento da carga de trabalho consome mais forças físicas e mentais, prejudicando a qualidade de vida do trabalhador e o tempo dedicado à família e ao lazer. O enfermeiro oferece a promoção de ações terapêuticas voltadas para identificar e auxiliar na recuperação do paciente. Em consideração os problemas referentes ao ambiente, visando o bem-estar do paciente e dos profissionais em geral que ali atuam. O benefício será revertido na qualidade da assistência; em contrapartida, o trabalho também se constitui em fonte de prazer e satisfação, que são potencializadoras das capacidades humanas, na promoção de saúde e vida. Descritores: Transtornos psicológicos. Profissionais de enfermagem. Sintomas físicos. Estresse ocupacional. Depressão. 1Discente em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora. E- mail:millinha629@gmail.com 2Discente em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora. E-mail: tatacrisley97@gmail.com 3Docente: Prof. Me. do curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora. E-mail: luiza.vieira@estacio.br mailto:tatacrisley97@gmail.com 5 THE MENTAL HEALTH OF NURSING PROFESSIONALS: a review study Camilla de Oliveira Fernandes4 Taynara Crisley de Oliveira Aguiar5 Luiza Vieira Ferreira6 ABSTRACT Introduction: Physical, mental, socio-political, economic and cultural aspects are crucial for maintaining a healthy population, but living a healthy life depends on the quality of the link that the person establishes with the social environment, among other aspects, knowing how to manage the constant tension between their desires, expectations and the institutional demands of a broader social environment. Objective was to understand the psychological disorders experienced by nursing professionals. This is a literature review with the theme on the mental health of nurses, through a search carried out in the VHL databases, SciELO. The inclusion criteria were articles in the Portuguese language, published in the last 5 years, articles available in full, free of charge. Development: We can perceive the factors that cause pleasure, displeasure and suffering in the nurse's work and, from these understand how is the mental health of this worker. The quality of assistance is directly linked to the health of its employees. And as a warning, also, to nursing professionals, to rethink their ways of dealing with the difficulties imposed by the profession since we believe that nursing can also be a source of pleasure, therefore a source of professional and personal fulfillment. Final considerations: The health professional is greatly affected, especially Nursing, which, being the front line, ends up being exposed to situations of stress and overload; since the increase in the workload consumes more physical and mental forces, impairing the quality of life of the worker and the time devoted to family and leisure. The nurse offers the promotion of therapeutic actions aimed at identifying and assisting the patient's recovery. Considering the problems related to the environment, aiming at the well-being of the patient and the professionals in general who work there. The benefit will revert to the quality of care; on the other hand, work is also a source of pleasure and satisfaction, which enhance human capacities, in promoting health and life. Descriptors: Psychological disorders. Nursing professionals. Physical symptoms. Occupational stress. Depression. 4Discente em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora. E- mail:millinha629@gmail.com 5Discente em Enfermagem pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora. E-mail: tatacrisley97@gmail.com 6Docente: Prof. Me. do curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora. E-mail: luiza.vieira@estacio.br mailto:tatacrisley97@gmail.com 6 1 INTRODUÇÃO A definição de saúde pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é um conceito onde a saúde não é ausência de doença e sim todos os aspectos biopsicossociais estão em perfeita situação. Bem-estar físico, mental e social, além desses aspectos considera as próprias características da personalidade de um indivíduo para a manutenção desta sensação de bem-estar. Para que isso ocorra depende muito do lugar, religião, meio social, do momento, conhecimentos científicos e filosóficas de cada pessoa (OMS, 1947). Para Dejours (1992), A saúde vai muito além de apenas uma sensação de bem estar, e sim um movimento do indivíduo em envolver, se relacionar fundamentalmente ao desejo. Quando o desejo do ser humano entra em conflito com as demandas institucionais e implica na necessidade de realizar ações que fogem ao universo de seus ideais, caracteriza-se como uma situação perigosapara o corpo e para a mente, correndo o risco de adoecimento psíquico e mental. Aspectos físicos, mentais, sócio-políticos, econômicos e culturais são determinantes para a manutenção de uma população saudável, porém viver uma vida com saúde depende da qualidade do vínculo que a pessoa estabelece com o meio social, entre outros aspectos, saber administrar a constante tensão entre seus desejos, expectativas e as solicitações institucionais de um meio social mais abrangente (BERTOLETTI; CABRAL, 2017). Entende-se que o processo de trabalho dos indivíduos vem mudando ao longo dos anos, principalmente no modelo econômico capitalista que provocou mudanças nas condições e nas relações de trabalho, com intensificação laboral, que promoveu o desgaste físico e mental dos trabalhadores (BERTOLETTI; CABRAL, 2017). Na década de 70, o mercado de trabalho na área saúde expandiu, o que gerou um aumento da mão-de-obra qualificada, principalmente dos trabalhadores de enfermagem, se caracteriza como maior categoria profissional nas instituições de saúde (ELIAS; NAVARRO, 2006).Entretanto, esta expansão do mercado não resultou em mudanças significativas nas condições e nas relações de trabalho, evoluindo para um processo de trabalho estressante, que vem se transformando em insatisfação para os trabalhadores (ELIAS; NAVARRO, 2006). 7 Nesse sentido, a saúde mental pode ser definida como um equilíbrio dinâmico que resulta no desenvolvimento integral das pessoas e da comunidade em seu cotidiano, inclusive no ambiente de trabalho. Para Dejours (1992), o trabalho não é neutro e favorece tanto a doença quanto a saúde e, por isso, deveria aparecer na definição de saúde, pois está presente no bem-estar social. Na linha de frente da assistência à saúde, os profissionais de enfermagem enfrentam situações de estresse. Apenas 29% dos profissionais se sentem seguros em seus ambientes de trabalho. A pressão e a sobrecarga associadas a jornada exaustiva, voltaram à discussão nacional com casos recentes de suicídio entre os profissionais da área. O cansaço exagerado, pensamentos autodestrutivos, tristeza e ansiedade são sinais de alerta para a busca de auxílio. Um gesto de cuidado pode fazer a diferença (COFEN, 2019). Entrou em vigor a Resolução COFEN 599/2018 que aprova a norma técnica para atuação da equipe de Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria. A atuação da enfermagem é imprescindível para a promoção, prevenção, manutenção e reabilitação em saúde mental. A resolução apresenta parâmetros para uma assistência de enfermagem segura e humanizada, proporcionando segurança jurídica à categoria (COFEN, 2018). Segundo Alonso e Granado (2001), a Síndrome do Burnout foi descrita pela primeira vez, em 1974, por Freudenberger e se refere a um estado de esgotamento devido a estresse ocupacional prolongado. Tal síndrome afeta sobremaneira os profissionais de saúde que, em seu trabalho, lidam com pessoas que apresentam um tipo de sofrimento. Ainda segundo, Maslach, em 1976, definiu o termo burnout como uma síndrome de esgotamento psíquico e emocional com desenvolvimento já de imagens negativa de si mesmo, atitudes negativas face ao trabalho e perda de interesse pelos pacientes (MASLACH; SCHAUFELI; LEITER, 2001). O estudo do estresse entre enfermeiros teve início em meados da década de 1960, quando na realidade estrangeira surgiu a preocupação com o profissional irritado, desapontado e culpado por não conseguir lidar com esses sentimentos, descritos (MENZIES, 1960). Há diversos fatores que contribuem para que ocorram transtornos mentais relacionados ao trabalho, entre eles: sobrecarga e jornadas excessivas de http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-599-2018_67820.html http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-599-2018_67820.html 8 trabalho, padrão de sono e vigília comprometidos, baixa remuneração, mais de um vínculo e processos de trabalho. Trabalhadores submetidos à alta exigência no ambiente de trabalho tendem a desenvolver mais dores musculoesqueléticas do que aqueles submetidos a baixas exigências. A aceleração do ritmo laboral por conta do aumento da carga de atividades somado ao déficit de pessoal e ao nível de dependência dos pacientes corresponde a um fator de risco para dores localizadas (MAGNAGO et al., 2015). As pressões psicológicas que os trabalhadores são submetidos no ambiente laboral podem se originar também da quantidade de trabalho a executar, dentro de um período de tempo insuficiente, em descompasso com a habilidade do trabalhador. Além disso, quem apresenta distúrbios psíquicos menores (sintomas de ansiedade, depressão ou somatização) tem mais chances de reduzir sua capacidade para o trabalho. O trabalho é uma atividade que propõe uma relação direta entre o físico e o psíquico, podendo representar equilíbrio e satisfação ou causar tensão e adoecimento físico e mental do trabalhador, por meio do estresse organizacional (MARTINS, 2016). A carga física através de grande volume de atividades, déficit de pessoal e número elevado de pacientes sob seus cuidados, bem como a pressão psicológica para que realize mais rapidamente o trabalho, juntamente com o estresse provocado pelas demandas conflitantes do trabalho, a responsabilidade com a assistência e segurança do paciente, as relações conflituosas dentro da própria equipe ou com outras, a falta de reconhecimento, problemas com equipamentos e materiais, postos de trabalho inadequados e a postura inadequada repetida durante todo o dia, resultando no aumento da frequência de dores musculoesqueléticas, contribuem para o surgimento de distúrbios psíquicos menores, que podem levar a um problema mais grave em longo prazo (PAPARELLI et al., 2011). Os transtornos mentais são sinais e sintomas ligados a uma alteração no funcionamento sem origem específica, que ocasiona na perda do equilíbrio emocional. Diversas vezes aparece quando o trabalho vai além da capacidade da adaptação do trabalhador, tornando amplos os sentimentos de insatisfação, inutilidade, adoecimento intelectual, a falta de interação e, consequentemente, afetando a produtividade (PAPARELLI et al., 2011). 9 Os transtornos mentais apresentam sintomas que variam de pessoa para pessoa interagindo de forma individual, não afetam de imediato a vida ou a saúde física do trabalhador, os transtornos mentais diversas vezes são confundidos com o estresse laboral, por não possuir sintomas evidentes de uma doença. Essas doenças não são investigadas de forma adequada no sistema de saúde e ainda é um problema que mais geram o fenômeno da medicalização (PAPARELLI et al., 2011). O profissional com transtorno mental apresenta diversos sintomas como: irritabilidade, insônia, fadiga, esquecimento, concentração prejudicada, baixo desempenho físico e intelectual, queixas álgicas e somáticas, entretanto os fatores determinantes para que isso aconteça depende da estrutura ocupacional e condições de vida para o adoecimento psíquico. Esses sintomas podem ser duradouros ou transitórios, recorrentes ou não, raramente fatais, mas incapacitantes (PAPARELLI et al., 2011). A insatisfação do trabalhador no trabalho pode produzir um desgaste físico, emocional e mental gerando desânimo, raiva, irritabilidade, ansiedade, queda na produtividade, despersonalização entre outros. E as condições precárias de trabalho e a imposição do cumprimento de tarefas com equipes de trabalho reduzidas são fatores determinantes no processo de adoecimento mental, uma vez que o aumento da carga de trabalho consome mais forças físicas e mentais, reduzindo a qualidade de vida do trabalhador, prejudicando o tempo dedicado à família e ao lazer. Os transtornos mentais constituem 12% do total de doenças e incapacidades no mundo (PAPARELLI et al., 2011). As doenças relacionadas ao trabalho são consideradas pelaOMS como multifatorial e multicausais, incluindo fatores físicos, organizacionais, individuais e socioculturais (BARBOSA et al., 2015). Ainda segundo a OMS, os transtornos mentais comuns apresentam 13% do total de todas as doenças e atingem cerca de 700 milhões de pessoas no mundo, apresentando diversos tipos de sinais e sintomas sendo que os mais prevalentes são depressão, ansiedade e estresse, sendo estimado para 2020 que a Depressão seja a segunda maior causa de incapacitação da população mundial (SANTANA et al., 2016). A área da saúde é uma categoria grandemente afetada, principalmente a 10 Enfermagem, que por ser a linha de frente, acaba sendo exposta a situações de estresse e sobrecarga (ARAÚJO et al., 2015). Quando um profissional da Enfermagem entra em depressão, causa toda uma sorte de problemas à instituição a qual ele presta os serviços, além do absenteísmo e de um provável esvaziamento da equipe de trabalho. O trabalho do enfermeiro, inserido nas instituições de saúde, é muitas vezes multifacetado, dividido e submetido a uma diversidade de cargos que são geradores de desgaste. Em contrapartida, o trabalho também se constitui em fonte de prazer e satisfação, que são potencializadoras das capacidades humanas, na promoção de saúde e vida (TAKAHASHI, 2016). Na maioria das vezes, o enfermeiro é responsável pelo gerenciamento do cuidado e da unidade e, os técnicos e auxiliares de enfermagem pelo cuidado direto ao cliente. Desta forma, há uma cisão entre os momentos de concepção e execução do cuidado (PEDUZZI; ANSELMI, 2002). Outros fatores, próprios da tarefa da enfermagem, são considerados fontes de estresse, como as exigências em excesso e as diferentes opiniões entre os colegas de trabalho (FIQUEROA, 2017). Além disso, a enfermagem enfrenta uma sobrecarga tanto quantitativa evidenciada pela responsabilidade por mais de um setor hospitalar, quanto qualitativa verificada na complexidade das relações humanas, por exemplo, enfermeiro/cliente, enfermeiro/profissional de saúde; enfermeiro/familiares. Os enfermeiros cuidam de clientes e familiares e, às vezes, pelas contingências do cotidiano, esquecem de se preocupar com sua qualidade de vida, em especial com sua saúde. Neste contexto, destaca-se a dupla jornada de trabalho, vivenciada por grande parte destes profissionais, que de certa forma, acaba por favorecer a diminuição do tempo dedicado ao autocuidado e ao lazer, potencializando o cansaço e, consequentemente, gerando o estresse. Os estressores do ambiente de trabalho podem ser categorizados em seis grupos: fatores intrínsecos para o trabalho (condições inadequadas de trabalho, turno de trabalho, carga horária de trabalho, contribuições no pagamento, viagens, riscos, nova tecnologia e quantidade de trabalho), papéis estressores (papel ambíguo, papel conflituoso, grau de responsabilidade para com pessoas e coisas), relações no trabalho (relações difíceis com o chefe, colegas, subordinados, clientes sendo diretamente ou indiretamente associados), estressores na carreira 11 (falta de desenvolvimento na carreira, insegurança no trabalho devido a reorganizações ou declínio da indústria), estrutura organizacional (estilos de gerenciamento, falta de participação, pobre comunicação), interface trabalho-casa (dificuldade no manejo desta interface) (COOPER; MITCHEL, 1993). Embora a enfermagem tenha sido classificada pela Health Education Authority (COOPER, 1990), como a quarta profissão mais estressante, no setor público, são poucas as pesquisas que procuram investigar os problemas associados ao exercício da profissão do enfermeiro no Brasil. A atuação da enfermagem deve oferecer a promoção de ações terapêuticas voltadas para identificar e auxiliar na recuperação do paciente em sofrimento psíquico, visando à reabilitação de suas capacidades físicas e mentais, respeitando suas limitações e os seus direitos de cidadania. Assim é necessário que se leve em consideração os problemas referentes ao ambiente, visando o bem-estar do paciente e dos profissionais em geral que ali atuam. O benefício será revertido na qualidade da assistência, pois se a equipe de enfermagem estiver constantemente sob estresse, não haverá possibilidade de uma boa atuação, levando-a inclusive, à frustração que, de certo modo, é o primeiro passo para o desinteresse profissional. Mediante dessa problemática, este estudo traz como questão norteadora: quais os fatores que contribuem para o desenvolvimento de transtornos psicológicos em profissionais de Enfermagem e quais são suas repercussões? O objetivo geral foi o de compreender os transtornos psicológicos vivenciados pelos profissionais de enfermagem. E como objetivos específicos: identificar a existência de sintomas físicos e psicológicos relacionados ao estresse ocupacional nos profissionais de enfermagem; conhecer as formas de enfrentamento para lidar com situações estressantes que são mais frequentemente adotadas pelos profissionais de enfermagem e as principais causas da depressão entre os profissionais da Enfermagem. Trata-se de um estudo de revisão da literatura, a partir de artigos científicos indexados na Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVSMS).Os trabalhos encontrados foram idos na íntegra a fim de categorizar os assuntos em áreas comuns que respondam aos objetivos deste estudos. 12 Após a leitura e categorização, foi realizada a análise dos assuntos encontrados a fim de elaborar uma discussão que responda aos objetivos propostos. Os critérios de inclusão utilizados foram os seguintes: texto disponível online e na íntegra, em português e artigos publicados nos últimos cinco anos. Foram excluídos os artigos que fogem ao tema, duplicados e os de revisão. Os descritores que foram utilizados de acordo com o DECS foram: psicológica, depressão, enfermagem. Foram usados artigos dos últimos cincos nos com exceção de algumas leis federais anteriores a esse prazo, mas que ainda se encontram vigentes. Em obediência a essas normas foram utilizadas um total de 10 referências como exemplificado no Quadro 1. 2 DESENVOLVIMENTO Podemos perceber que dentre os objetivos dos artigos mencionados no Quadro 1 mencionado temos: Perfil dos profissionais e os fatores que levam ao adoecimento; Perfil do adoecimento e o Profissional de Enfermagem frente aos cuidados. 13 QUADRO 1 - Quadro de artigos encontrados na revisão. Juiz de Fora/MG. Autores /Ano de publicação Base de dados Periódico Título do artigo Objetivos Principais resultados 1 G. S. Araújo A.S. Sampaio E.M. Santos S.M.G.Barreto N.J.V.Almeida M.L.D. Santos / 2015 BVSMS BVSMS Perfil de trabalhadores de Enfermagem acompanhados por equipe multiprofissional de saúde mental. Identificar o perfil de trabalhadores de enfermagem de uma universidade federal acompanhados pela equipe multiprofissional de saúde mental. Estudo quantitativo. Observou-se que trabalhadores de enfermagem possuíam em média menor idade, mais afastamento e permaneciam mais dias afastados em comparação aos de outras categorias. 2 K.K.S.Barbosa K.F.L. Vieira E.R.P. Alves N.A.Virgínio / 2015 BVSMS BVSMS Sintomas depressivos e ideação suicida em enfermeiros e médicos da assistência hospitalar. Investigar a presença de sintomas depressivos e ideação suicida entre enfermeiros e médicos da assistência hospitalar. Observou-se a prevalência de sintomas depressivos e a ideação suicida entre os profissionais de saúde apresentaram-se elevadas. Eles atuam contrariamente ao que se espera dessa população, tendo em vista sua atuação profissional. 3 J. Bertoletti P.M. F. Cabral / 2017 Scielo Psicologia:Teoria e Pesquisa. Saúde Mental do Cuidador de uma Instituição Hospitalar. Verificar as experiências laborais dos profissionais de enfermagem e suas consequências para a saúde mental desses trabalhadores. Os resultados mostram que aspectos do trabalho contribuíram no processo de adoecer desses profissionais, como a natureza das atividades do cuidador, sobrecarga de tarefas e dificuldades de relacionamento interpessoal. Verificou-se ainda a percepção dos indivíduos quanto ao papel da organização frente ao seu afastamento, de forma a ampliar a discussão sobre gestão de pessoas e promoção de saúde no trabalho. 4 CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM / 2019 COFEN COFEN Saúde Mental dos profissionais de Enfermagem é destaque de boletim. Identificar a sobrecarga e violência que afetam a Saúde Mental dos Profissionais de Enfermagem. Observou-se que a linha de frente do atendimento, os profissionais de Enfermagem enfrentam situações de estresse. A pressão e a sobrecarga, com jornada exaustiva, voltaram à discussão nacional com casos recentes de suicídio de profissionais. O cansaço exagerado, pensamentos autodestrutivos, tristeza e ansiedade são sinais de alerta para a busca de auxílio. 5 N.L.Figuerosa M. Schunfer R. Muiños C. Marro E.A. Coria / 2017 Scielo Psicologia: Reflexão e Crítica. Um Instrumento para a Avaliação de Estressores Psicossociais no Contexto de Emprego Apresentar um instrumento (IMPAL) que mede o grau de mal-estar (excessivo, médio ou escasso) que provoca fatos relacionados com: meio ambiente físico e organização do tempo de trabalho, fatores próprios da tarefa, mudanças tecnológicas, é aspectos institucionais e pessoais. O instrumento elaborado mostrou sensibilidade na avaliação do impacto de estressores no contexto de trabalho, permitindo hierarquizar as áreas de origem dos acontecimentos estressantes. 14 6 A.B. Ludemir D.A.M.Filho / 2016 BVSMS BVSMS Condições de vida e estrutura ocupacional associadas a transtornos mentais. Determinar a prevalência de transtornos mentais comuns e analisar sua associação a condições de vida e inserção na estrutura ocupacional. Conclui-se que a baixa escolaridade, baixa renda e exclusão do mercado formal de trabalho, expressões da estrutura das classes sociais, proporcionam situações de estresse contribuindo para a produção dos TMC. 7 T.S.B.S.Magnago A. Prochanow J.S. Urbanetto P.B.T. Greco M. Beltrame E.M.F. Luz / 2015 Scielo Psicologia: Teoria e Pesquisa. Relação entre capacidade para o trabalho na Enfermagem e distúrbios psíquicos menores. Avaliar a associação entre distúrbios psíquicos menores e a redução da capacidade de trabalho em trabalhadores de enfermagem. Conclui-se que há associação positiva entre distúrbios psíquicos menores e redução da capacidade para o trabalho nos trabalhadores pesquisados. São necessárias medidas que minimizem as exigências mentais e que potencializem a capacidade para o trabalho. 8 L.L. Santana L.M.M Sarquin C. Brey F.M.D.A.Miranda V.E.A.Felli / 2016 Scielo Psicologia: Teoria e Pesquisa. Absenteísmo por transtornos mentais em trabalhadores de saúde em um Hospital no Sul do Brasil. Descrever o perfil de adoecimento por transtornos mentais e comportamentais em trabalhadores de saúde de um hospital de ensino no sul do Brasil. Os resultados evidenciaram que os transtornos mentais em trabalhadores de saúde constituem uma realidade preocupante que necessitam urgentemente de intervenções. 9 E.I.U. Takahashi / 2016 BVSMS BVSMS A emoção na prática de enfermagem: relatos de enfermeiros de UTI e UI Tese. Refletir diante de uma prática assistencial junto a cliente das saúdes criticamente enfermas permitiram vislumbrar a complexidade da vivência das emoções na realidade de trabalho do enfermeiro hospitalar. O interesse em desvendar os problemas relativos à prática de enfermagem vem conduzindo, na atualidade, inúmeros estudos sobre estresse de enfermeiros de UTI e UI, cujos resultados têm apontado aspectos bastante diversificados. Os resultados evidenciaram que o contexto de fragmentação da identidade profissional, que se desvelou através do presente estudo, mais do que uma proposta de intervenção exclusivamente no âmbito da formação e da prática, pressupõe a reconquista social da esfera da subjetividade que, dialeticamente compreendida, possibilita a existência de novos comportamentos humanos, ainda que dentro de limites socialmente determinados, como uma prerrogativa indispensável à qualificação do viver e do interagir no mundo da assistência à saúde. 10 L.A.N. Martins / 2015 BVSMS BVMS Saúde mental dos profissionais de saúde. Abordar questão da saúde mental dos profissionais de saúde, considerando o exercício profissional da Medicina como modelo ilustrativo das outras áreas. Observou-se que são tratadas as características psicológicas da tarefa médica e sua adaptação ao estresse, a vulnerabilidade psicológica do médico e as propostas de medidas preventivas. 11 M.A. ELIAS/ V. L. NAVARRO / 2016 BVSMS BVMS A relação entre o trabalho, a saúde e as condições de vida: negatividade e positividade no trabalho dos profissionais de enfermagem de um hospital escola. Conhecer as características pessoais e profissionais dos enfermeiros que atuam nos hospitais particulares e identificar a Qualidade de Vida no Trabalho desses enfermeiros. Observou-se que se reduzirem rndo desta o estresse e as pressões decorrentes do trabalho, melhorando a integração entre os membros da equipe, a identidade e a linguagem próprias da profissão, bem como as condições de trabalho, gerando desta forma satisfação profissional e o envolvimento dos mesmos com o serviço, tendo por consequência uma assistência de qualidade prestada aos cliente da saúdes. Fonte: As autoras, 2020. 15 2.1 PERFIL DOS PROFISSIONAIS E OS FATORES QUE LEVAM AO ADOECIMENTO A capacidade mental e física é essencial para a realização do trabalho, mesmo tendo que ceder às exigências do cotidiano. No ambiente hospitalar, as exigências da instituição expõem o trabalhador a situações de riscos e o levam a cumprir sobrecargas de trabalho. Essas situações podem repercutir muito na saúde física e mental do trabalhador, levando a redução do desenvolvimento de suas atividades, além do desenvolvimento de Distúrbios Psíquicos Menores (DPMs). Os DPMs analisam o trabalhador com sintomas de ansiedade e depressão ou isolam os sintomas não satisfatórios aos critérios de doenças mentais, baseando-se na Classificação Internacional das Doenças (MAGNAGO et al., 2015). Existem várias características essenciais ao profissional de enfermagem, como por exemplo, ter compromisso com a instrução e pessoas, liderar com sabedoria, agir com empatia, trabalhar bem em equipe, dentre outras. Todas elas são cruciais para desenvolver um trabalho humanizado, íntegro e ético. Devido à complexidade dessas características, o enfermeiro pode desenvolver o adoecimento psíquico, devido não saber lidar com o trabalho. Nas faculdades de enfermagem, frequentemente o foco é direcionado para a cura da patologia, para o alívio da dor, para a prevenção e para a promoção de saúde. Assim, o enfermeiro deve atuar em diversas áreas, agindo através da empatia e profissionalismo com o sentimento de que fez tudo que estava ao seu alcance. O enfermeiro ajuda os clientes das saúdes e seus familiares; faz parte do acolhimento, passa confiança e segurança, porém, se não souber separar os sentimentos, ocasionalmente pode desenvolver o adoecimento devido sua incapacidade de lidar com sentimentos no trabalho (BARBOSA et al., 2015). Estudos internacionais e nacionais voltados a investigar a verdadeira causa da capacidade para o trabalho dos profissionais de enfermagem, os quais buscam entender os fatores que afetam a saúde dos enfermeiros, com o objetivo de uma açãode busca pelo primeiro lugar na saúde (BARBOSA et al., 2015). A síndrome de burnout, constituída por sintomas comuns, psicológicos e comportamentais (NOGUEIRA-MARTINS, 2015), vem sendo reconhecida ainda 16 mais pelos os profissionais que levam ao máximo os seus limites físicos e mentais. O profissional diagnosticado tende a apresentar inúmeros sentimentos e atitudes conflituosas como: críticas às pessoas, indisposição para atividades de trabalho, desenvolvimento de frieza ao sofrimento alheio, indiferença com o outro, sentimento de frustração e decepção (NOGUEIRA-MARTINS, 2015). Alguns sintomas comuns da síndrome são: falta de apetite, irritabilidade, mudança de humor, cefaleia, ansiedade, entre outros. Alguns comportamentos como não olhar nos olhos, evitar cliente das saúdes são exemplos ilustrativos (NOGUEIRA- MARTINS, 2015). Deparar-se com a vivência e a angústia de não poder fazer nada em relação à morte, leva o indivíduo a uma série de comportamentos ligados a mecanismos de defesa, ou seja, fazer-se forte (NOGUEIRA-MARTINS, 2015). Caracterização da população: o perfil sócio demográfico dos trabalhadores de enfermagem aponta para predominância do sexo feminino (87,8%; n=437), faixa etária de 47 a 69 anos (32,7%; n=163), média de 41,3 anos (±8,9 anos; idade mínima 24 e máxima 69 anos), curso técnico em enfermagem completo (36,1%; n=180), casados ou que viviam em união (69,3%; n=345). Possuíam curso de graduação 129 (36,5%) técnicos/auxiliares de enfermagem e 32 (9,1%) possuíam pós-graduação. As variáveis laborais apontam para predomínio de técnicos de enfermagem (44,6%; n=222), seguidos pelos enfermeiros (28,9%; n=144) e auxiliares de enfermagem (26,5%; n=132), e daqueles que desempenhavam suas atividades no noturno (40%; n=199) e que não possuíam outro vínculo empregatício (82,1%; n=409). A prevalência de suspeição para DPM foi de 33,7% (MAGNAGO et al., 2015, p. 364). Os profissionais de enfermagem estão expostos às situações conflitantes como sobrecarga, estresse e pressões vivenciadas no exercício da profissão. Diversos estudos vêm apontando a falta de pesquisas para esclarecer o adoecimento psíquico dos profissionais de saúde e os inúmero fatores associados. Ele está sempre em contato direto com o cliente da saúde e seus familiares, criando uma ligação forte com essas pessoas. Além disso, há uma equipe para orientar e administrar. Baseado na quantidade de atividades, o enfermeiro é capaz de administrar mais de um setor, realizar plantões extras, cobrir férias e folgas, com isso, há uma sobrecarga muito 17 grande deixando-o sem tempo para descansar, relaxar e se divertir (LUDEMIR, et al., 2016). Assim, ele atua cuidando do cliente da saúde e vendo sua dor e aflição no leito de morte. Tal tarefa não é fácil, sobretudo após ter envolvimento com o cliente da saúde e seus familiares. O fato de não concluir o que foi designado, e o que aprendeu após anos de estudos, deixa o enfermeiro frustrado (ARAÚJO, 2015). Desta forma, deverá ter sua vida pessoal desvinculada com o trabalho, possuindo lazeres para aliviar o estresse, ocasionado após muitas horas de trabalho e a falta de funcionários. Há uma pressão muito grande em atuar possuindo muitas responsabilidades, sobrecargas e lidar com doenças e sofrimento de outras pessoas (FIGUEIROA, 2017). O motivo de formar-se em enfermagem não significa que o profissional está preparado para tudo, não existe uma matéria específica ensinando a vivência cotidiana. Muitos acontecimentos servem somente para aderir como aprendizado na vida e na carreira profissional (BERTOLETTI, 2017). Não saber desvincular a vida pessoal do trabalho dificulta muito o desenvolvimento que será realizado no plantão, assim como não conseguir lidar com a morte. Esse ponto, em especial, gera no profissional a perda da vontade de ir trabalhar, de sair de casa, de interagir com colegas de trabalho, ocasionando, então o isolamento, a tristeza, a agressividade, a irritabilidade e o sofrimento. O adoecimento psíquico é assunto importante devido ao crescimento do índice de suicídio durante os anos entre os profissionais de saúde (FIGUEIROA, 2017). Sintomas como cansaço exagerado, pensamentos autodestrutivos, tristeza e ansiedade são sinais de alerta para a busca ajuda de um profissional. 2.2 PERFIL DE ADOECIMENTO E O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM FRENTE AOS CUIDADOS O adoecimento do profissional de enfermagem há muito tempo vem sendo avaliado; devido ao seu ritmo intenso em várias atividades no trabalho. A atuação é composta por exercer inúmeras atividades, com isso, gerando uma pressão no trabalho. O enfermeiro além de cuidar do cliente da saúde, tem como papel 18 principal a gerência do setor que lhe foi designado a atuar, administrando técnicos e orientando médicos. Além disso, as duplas ou triplas jornadas de trabalho e a frustração de baixos salários levam esses profissionais a ter mais de um emprego. O profissional fica na linha de frente, pois, além de gerenciar e administrar tem a sua atuação com pessoas doentes, entres elas aquelas em fase terminal, gerando um desgaste grande ao profissional (SANTANA et al., 2016): [...] os TMC representam 13% do total de todas as doenças e atingem cerca de 700 milhões de pessoas no mundo. A depressão, a ansiedade e o estresse estão no topo da lista dos TMC mais comuns na população. Atualmente cerca de 350 milhões de pessoas, 5% da população mundial, principalmente aos profissionais da Enfermagem, sofrem de depressão e estima-se que em 2020 seja a segunda maior causa de incapacitações no planeta. No Brasil a depressão atinge 10% da população (SANTANA et al., 2016, p. 37). Os transtornos mentais comportamentais (TMC), também estão incluídos entre as doenças relacionadas ao trabalho, ocasionando afastamentos longos das atividades de trabalho (ARAÚJO, 2015). Os danos aos profissionais que sofrem de Transtornos mentais comportamentais são indiscutíveis no que tange a vida pessoal, a saúde e a vida social. Sintomas como dispneia, déficit de atenção, esquecimento, dentre outros, são frequentes e problemáticos. O TMC em profissionais de enfermagem é o responsável pelos afastamentos do ambiente de trabalho em longo prazo (SANTANA et al., 2016). [...] para o ano 2020 ocorrerão, aproximadamente, um milhão e meio de suicídios em todo o mundo, ou seja, uma morte a cada vinte segundos. Assim, percebe-se que a depressão é uma doença mental incapacitante, pois leva ao surgimento de várias comorbidades e é um dos principais fatores de risco para o suicídio. A ansiedade afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo o planeta e o estresse já é considerada uma epidemia global, está presente na vida da grande maioria da população e exerce forte relação com o elevado índice de suicídios no planeta, cuja associação alcança o preocupante índice de 90% (BARBOSA et al., 2019, p. 515). 19 Alguns profissionais são mais sensíveis em trabalhar na maior parte do tempo com pessoas enfermas que necessitam de ajuda constante, realizar diversas atividades, dificuldades de relacionar, clima ruim no trabalho, falta de comunicação; já que são fatores que causando efeitos adversos ao profissional de enfermagem, abalando sua saúde mental (BARBOSA et al., 2015). Nesse mesmo direcionamento, excessivas jornadas de trabalho, acrescidas do estresse pela instabilidade do emprego, salários insatisfatórios e o fato de se deparar rotineiramente com a morte, com a dor e com o sofrimento também são fatores responsáveis por danos à saúde mental do profissional de saúde (BARBOSA et al., 2015). O profissional estressado afeta o desenvolvendo do trabalho, tendo como consequência a falta de interesse pelo trabalho fazendo o profissional agir de modo que não tem importância para sua vida profissional, fazendo pensar ser um inútilem sua carreira profissional. Isso ocorre pois o enfermeiro possui muitas atividades a serem realizadas com muita atenção, capacidade de compreender situações e responsabilidade; esse são fatores que influenciam o profissional de enfermagem diretamente na sua saúde física e mental, gerando estresse no ambiente de trabalho (BARBOSA et al., 2015). No ano de 2011 foram identificados no HT 55 registros por TMC entre os trabalhadores de saúde os quais geraram 317 dias de absenteísmo. Do total de dias de afastamentos, 18% foram entre profissionais de enfermagem, cuja prevalência ocorreu entre trabalhadores do sexo feminino, correspondente a 76,36%. A faixa etária predominante foi entre 21 a 30 anos, totalizando 34,54%, sendo que na população masculina a mesma correspondeu a 53,84% (SANTANA et al., 2016, p. 37). Estudos originados na Irlanda dizem que profissionais de saúde com nenhuma ou pouca experiência na área sofrem muito com o estresse quando ficam frente ao cliente da saúde crítico ou com a finitude do mesmo; os profissionais já experientes não sofrem tanta pressão por possuírem atitudes com mais segurança em relação a tomada de decisões, o conhecimento obtido durante o trabalho, que proporciona ao profissional, mais facilidade de controlar suas emoções com o intuito de estabilizar frente às demandas de trabalho. Pesquisadores da Irlanda, chegaram à conclusão que os transtornos mentais são 20 causados pelo estresse, a ansiedade entre outros sintomas psíquicos (SANTANA et al., 2016). No que se refere ao coeficiente de risco (CR) de adoecimento observou-se maior risco de adoecimento por episódios depressivos (CR: 52,72), ansiedade (CR: 18,18) e estresse (CR: 16,36), resultados que se assemelham ao encontrado na literatura. Estudos nacionais e internacionais evidenciam os transtornos mentais, principalmente a depressão, o estresse e os transtornos ansiosos como as principais causas de absenteísmo por CID F (transtornos mentais) em trabalhadores de saúde (SANTANA et al., 2016, p. 37). Esse cenário de adormecimento mental dos profissionais de saúde, levou a realização de estratégias positivas com o objetivo de reduzir os adoecimentos, buscando transformação no trabalho e na saúde; de forma individual quanto coletiva. A enfermagem tem a importância de constituir a equipe de saúde; sendo ela responsável pela a assistência ao cliente da saúde internado ou não em um período de 24h do dia, obtendo assim, um contato contínuo com o cliente da saúde, proporcionando uma relação necessária para conceder o cuidado adequado. O enfermeiro tem um relacionamento terapêutico com o cliente da saúde com o intuito de ajudar (TAKAHASHI, 2016). Os profissionais da enfermagem de UTI e UI apresentam uma expressiva presença de respostas emocionais, como por exemplo: emoções de alegria, tristeza e raiva. Ressaltando que a raiva se destacou como a emoção mais marcante (TAKAHASHI, 2016). “[...] o envolvimento emocional é a capacidade de transcender-se a si mesmo e interessar-se por outra pessoa sem que este interesse nos inabilite” (TAKAHASHI, 2016). O envolvimento entre o profissional de saúde e cliente da saúde deve ser o máximo possível profissional, porque pode ser muito doloroso para ambas as partes, sem que haja a colocação do cliente da saúde como prioridade em sua vida, deixando sua vida pessoal em segundo plano. Essa situação emocional faz seu julgamento diante do cliente da saúde ser prejudicado, deixando suas emoções atrapalharem seu desenvolvendo diante do trabalho, passando a viver em prol do cliente da saúde (TAKAHASHI, 2016). 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se que o contexto de fragmentação da identidade profissional que se desvelou através do presente estudo, está correlacionado às principais causas, de adoecimento dos profissionais de Enfermagem: pressão no trabalho, falta de condições para o mesmo, déficit de funcionários, falta de reconhecimento, desvalorização da profissão, sobrecarga, problemas de relacionamentos no trabalho, baixos salários, mais de um vínculo empregatício. Assim, o estudo levantado ficou evidenciado que os trabalhadores de Enfermagem estão sempre sujeitos a variados riscos ocupacionais. Espera-se com o estudo ampliar o conhecimento na área da Enfermagem, melhorar o cuidado voltado ao profissional. Podemos perceber quais os fatores que causam prazer, desprazer e sofrimento no trabalho e, a partir desses, entender como está à saúde mental desse trabalhador. A qualidade de assistência está diretamente ligada à saúde de seus empregados. Há o alerta, também, aos enfermeiros, para que repensem as suas maneiras de lidar com as dificuldades impostas pela profissão, uma vez que acreditamos que a enfermagem pode ser também fonte de prazer, portanto fonte de realização profissional e pessoal. Referências ARAÚJO, G. S. et al. Perfil de trabalhadores de Enfermagem acompanhados por equipe multiprofissional de saúde mental. Revista Rene, v. 15, n. 2, p. 257-63, 2015. BARBOSA, K. V. S. et al., Sintomas depressivos e ideação suicida em enfermeiros e médicos da assistência hospitalar. Revista de Enfermagem UFMS, v. 2, n. 3, p. 515- 522, 2019. BERTOLETTI, J. et al., Saúde Mental do Cuidador de uma Instituição Hospitalar. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 23, n.1, 2017, p. 103-110. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, (Brasil). SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM É DESTAQUE DE BOLETIM, 2019. FIGUEIROA, N.L. et al., Um instrumento para a avaliação de estressores psicossociais no contexto de emprego. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre v.14, n.3 p. 653-659, 2017. 22 LUDEMIR, A. B. et al., Condições de vida e estrutura ocupacional associadas a transtornos mentais, 2016. MAGNAG, T. S. B. S. et al., Relação entre capacidade para o trabalho na Enfermagem e distúrbios psíquicos menores. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 24, n. 2, p. 362-70, 2015. NAVARRO. V. L. et al., A relação entre o trabalho, a saúde e as condições de vida: negatividade e positividade no trabalho dos profissionais de enfermagem de um hospital escola. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v.14, n.4, p. 517-525, julho\agosto 2016. NOGUEIRA-MARTINS, L. A. - Saúde Mental dos Profissionais de Saúde. In: BOTEGA, N.J. (org.) Prática Psiquiátrica no Hospital Geral: Interconsulta e Emergência. Porto Alegre, Artmed Editora, 2015, p.130-144. SANTANA, Leni de Lima et al., Absenteísmo por transtornos mentais em trabalhadores de saúde em um hospital no Sul do Brasil. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Revista Gaúcha de Enfermagem, v.37, n.1, e 53485, 2016. TAKAHASHI, E. A emoção na prática de enfermagem: relatos de enfermeiros de UTI e UI Tese (Doutorado) - Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE DE AUTORIA Declaro, sob as penas da lei e para os devidos fins, junto ao Centro Universitário Estácio de Juiz de Fora, que meu trabalho de artigo é original, de minha única e exclusiva autoria, e não se trata de qualquer espécie de cópia integral ou parcial de trabalhos ou textos, seja da Internet, de livros ou qualquer outra fonte. Outrossim, declaro que tenho total conhecimento e compreensão de que é considerado plágio, não apenas a cópia integral do trabalho, mas também de parte dele, inclusive de artigos e/ou parágrafos, sem citação do autor ou de sua fonte. Declaro também que tenho total conhecimento e compreensão de que a prática de plágio é punida com as sanções civis previstas na lei do direito autoral1 e criminais previstas no Código Penal2, além das cominações administrativas e acadêmicas que poderão resultar em reprovação na disciplina, em conformidade com o Regimento da instituição. Tenho ciência de quedevo seguir as normas que regem a elaboração de artigo, assim como declaro que as conheço, conforme orientações do(a) professor(a) orientador(a), declarando estar essa instituição de ensino autorizada a divulgá-lo e a manter cópia em biblioteca, inclusive por meio de arquivo eletrônico, sem ônus referentes a direitos autorais, por se tratar de exigência final para conclusão do curso de Enfermagem. Título: A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: estudo de revisão Nome legível do aluno (a): Taynara Crisley de Oliveira Aguiar Número de matrícula: 201512513831 CPF: 124.173.056-31 Carteira de Identidade: MG-18.717.896 Órgão: SSP Data Expedição02\08\2010 Endereço completo: Rua da Laguna, nº:55\ Bairro Jardim Glória Cidade: Juiz de Fora CEP: 36015-230 Estado: Minas Gerais Juiz de Fora, 16 de Junho de 2020. Declaro que li e entendi o teor desta declaração _________________________________________ ASSINATURA DO ALUNO 1 LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 2Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. TERMO DE DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO Eu, Taynara Crisley de Oliveira Aguiar autorizo a publicação do artigo de Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: estudo de revisão. Declaro estar ciente dos itens presentes na LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 (DIREITOS AUTORAIS), responsabilizando-me por quaisquer problemas relacionados a questões de PLÁGIO. Autorizo, ainda, a revisão do texto, conforme os padrões ortográficos e editoriais adotados pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, além da aplicação de sua padronização e identidade visual. Declaro que o trabalho supra é de minha autoria, assumindo publicamente a responsabilidade pelo seu conteúdo. Estou ciente de que não obterei nenhuma remuneração ou lucro de nenhuma espécie com esta publicação, bem como, de que não me serão devidos direitos autorais decorrentes da dela. Por ser verdade, firmo o presente e dou fé. Juiz de Fora, 16 de Junho de 2020. Taynara Crisley de Oliveira Aguiar __________________________________________________________________________ NOME LEGÍVEL DO ALUNO (A) 201512513831 124.173.056-31 __________________________________ / _____________________________________ MATRÍCULA CPF __________________________________________________________________________ ASSINATURA DO ALUNO (A) DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE DE AUTORIA Declaro, sob as penas da lei e para os devidos fins, junto ao Centro Universitário Estácio de Juiz de Fora, que meu trabalho de artigo é original, de minha única e exclusiva autoria, e não se trata de qualquer espécie de cópia integral ou parcial de trabalhos ou textos, seja da Internet, de livros ou qualquer outra fonte. Outrossim, declaro que tenho total conhecimento e compreensão de que é considerado plágio, não apenas a cópia integral do trabalho, mas também de parte dele, inclusive de artigos e/ou parágrafos, sem citação do autor ou de sua fonte. Declaro também que tenho total conhecimento e compreensão de que a prática de plágio é punida com as sanções civis previstas na lei do direito autoral1 e criminais previstas no Código Penal2, além das cominações administrativas e acadêmicas que poderão resultar em reprovação na disciplina, em conformidade com o Regimento da instituição. Tenho ciência de que devo seguir as normas que regem a elaboração de artigo, assim como declaro que as conheço, conforme orientações do(a) professor(a) orientador(a), declarando estar essa instituição de ensino autorizada a divulgá-lo e a manter cópia em biblioteca, inclusive por meio de arquivo eletrônico, sem ônus referentes a direitos autorais, por se tratar de exigência final para conclusão do curso de Enfermagem. Título:_____________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Nome legível do aluno (a): ____________________________________________________ Número de matrícula: ____________________ CPF:______________________________ Carteira de Identidade:_____________ Órgão:_________ Data Expedição:______________ Endereço completo: _________________________________________________________ Cidade:___________________________________ CEP: ____________________ Estado: _________________________ Juiz de Fora, _______de __________________de____________. Declaro que li e entendi o teor desta declaração _________________________________________ ASSINATURA DO ALUNO 1 LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 2 Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Camilla de Oliveira Fernandes 201512482463 111.386.546-63 17.637.178 SSP 13/09/2018 Rua Álvaro José Rodrigues n 280 Juiz de Fora Minas Gerais 36038-030 A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: estudo de revisão 16 Junho 2020 TERMO DE DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO Eu, _____________________________________________________________autorizo a publicação do artigo de Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Declaro estar ciente dos itens presentes na LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 (DIREITOS AUTORAIS), responsabilizando-me por quaisquer problemas relacionados a questões de PLÁGIO. Autorizo, ainda, a revisão do texto, conforme os padrões ortográficos e editoriais adotados pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, além da aplicação de sua padronização e identidade visual. Declaro que o trabalho supra é de minha autoria, assumindo publicamente a responsabilidade pelo seu conteúdo. Estou ciente de que não obterei nenhuma remuneração ou lucro de nenhuma espécie com esta publicação, bem como, de que não me serão devidos direitos autorais decorrentes da dela. Por ser verdade, firmo o presente e dou fé. Juiz de Fora, _______de __________________de____________. __________________________________________________________________________ NOME LEGÍVEL DO ALUNO (A) __________________________________ / _____________________________________ MATRÍCULA CPF __________________________________________________________________________ ASSINATURA DO ALUNO (A) 201512482463 111.386.546-63 16 Junho 2020 A SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: estudo de revisão Camilla de Oliveira Fernandes Camilla de Oliveira Fernandes
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