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MpMagEst 
Direito Civil Obrigações 
José Simão 
Data: 22/04/2013 
Aula 08 
 
MpMasEst – 2013 
Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
 
SUMÁRIO 
 
1. Teoria geral dos contratos 
2. Princípios dos contratos 
 
 
1. TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
1.1. Plano da validade: 
 
1.1.1. Requisitos objetivos: são relacionados ao objeto do negócio jurídico – o objeto deve ser: 
 
(i) Lícito; 
(ii) Possível; 
(iii) Determinado ou determinável. 
 
O objeto será ilícito quando ferir a lei ou os bons costumes. Ex.: venda de entorpecentes, 
prestação de serviços sexuais, jogo proibido por lei. 
É nulo o contrato que tenha por objeto herança de pessoa viva Art. 426 do cc. São os 
chamados pactos sucessórios ou pacta corvina. 
 
“Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa 
viva.” 
 
Não pode ser doada, vendida e nem mesmo renunciada, pois não há herança antes da morte 
do de cujus. 
 
A impossibilidade pode ser física se decorrer da natureza ou jurídica se decorrer da lei. Ex.: 
impossibilidade física – pessoa se compromete a correr 100 km em 10 segundos. A 
impossibilidade jurídica decorre da lei e se confunde com a ilicitude do objeto Ex.: pactos 
sucessórios. 
 
1.2. Requisitos formais: é a maneira pela qual o contrato se exterioriza ex.: forma verbal, forma 
escrita, ou gestual (leilão). 
 
Pelo artigo 107 do código civil o contrato em regra tem forma livre: 
 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de 
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.” 
Exemplo de contrato formal: a fiança, que deverá ser prestada por escrito. 
 
Além da forma, a lei pode excepcionalmente exigir uma solenidade (negocio jurídico solene). É a 
adoção da forma pública que se dá por instrumento lavrado no tabelionato de notas. 
 
2 de 4 
 
Se contrato tiver por objeto criação, modificação, ou renúncia de direito real sobre imóvel cujo 
valor supere 30 salários mínimos, é necessária a escritura pública para a validade. 
 
1.3. Plano da eficácia: é a verificação da produção de efeitos pelo negócio jurídico. 
 
(i) Condição 
(ii) Termo 
(iii) Encargo 
 
Obs.: o estudo do adimplemento e do inadimplemento do contrato é também estudo de seus 
efeitos. 
 
 Direito intertemporal e os planos do negócio jurídico: 
 
1.3.1. Plano da validade: a mudança da lei nada altera, pois, se o negócio nasceu válido na 
vigência do antigo código, continua válido na vigência do atual. Já se nasceu inválido, 
assim continuará. 
Ex.: o estado de perigo (Art. 156) não estava previsto no código antigo como vício do 
consentimento. Assim se na vigência do Código Civil de 1916 alguém celebra contrato com 
as características do estado de perigo o contrato é válido e a posterior mudança da lei, em 
nada o altera. 
 
“Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, 
premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, 
de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação 
excessivamente onerosa.” 
 
Ex.: no sistema do antigo Código Civil, a outorga conjugal para a prática de certos atos, era 
necessária qualquer que fosse o regime de bens do casamento, sob pena de nulidade. Já o 
atual Código Civil dispensa a outorga se o regime for de separação total de bens (Art. 
1.647). Assim, se o ato foi praticado na vigência do antigo código, sem a outorga, este é 
nulo mesmo tendo mudado a lei. 
 
“Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos 
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da 
separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou 
dos que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos 
quando casarem ou estabelecerem economia separada.” 
 
1.3.2. Plano da eficácia: os efeitos do negócio se subordinam à lei do momento em que são 
produzidos. Assim se o negócio começou a produzir efeitos no código antigo, tais efeitos a 
ele se subordinam. Se continuou a produzir efeitos no atual código, tais efeitos a ele se 
subordinam. 
“Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, 
constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao 
 
3 de 4 
disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus 
efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos 
dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes 
determinada forma de execução.” 
 
Exemplo: os juros de mora no revogado código era de 0,5% ao mês (6% ao ano). No atual 
código, pelo artigo 406 os juros são os devidos para hipótese de mora no pagamento dos 
tributos devidos à Fazenda Nacional. Que o STJ entende ser a SELIC. Se a mora se iniciou no 
código antigo, os juros serão de 0,5% ao mês até 11 de janeiro de 2003 (data da entrada em 
vigor do novo código) e posteriormente serão a taxa SELIC, descontada a inflação. 
 
O artigo 2035 em matéria de eficácia decorre da teoria da eficácia imediata de Roubier e da 
máxima tempus regit actum. 
 
2. PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS 
 
A separação em dois grupos de princípios é útil, pois os princípios sociais permitem uma releitura dos 
tradicionais. Os princípios tradicionais continuam produzindo efeitos, mas são suavizados, abrandados 
pelos princípios sociais. 
 
a) Princípios Tradicionais: 
 
(i) Autonomia privada – é a vontade que está presente em dois momentos: a) na formação e 
b) no conteúdo do contrato. Se não há vontade, o contrato não se forma e depois da 
formação é a vontade que estabelece o conteúdo. Autonomia decorre de duas palavras 
gregas (Auto= próprio e nomos= lei. Logo autonomia é a própria lei). 
Não se utiliza autonomia da vontade, pois esta não é absoluta e sofre limites e restrições, 
não só pela ordem pública e pelos bons costumes como também pelos princípios sociais. 
Obs.: o termo autonomia da vontade também pode ser utilizado, mas revela visão 
tradicional deste princípio. 
 
(ii) Obrigatoriedade – originário da máxima pacta sunt servanda (os acordos devem ser 
cumpridos) – o contrato é lei entre as partes. Tal princípio previsto no artigo 1.134 do 
código civil francês, não está previsto no Código Civil brasileiro e como todo o princípio 
produz efeito independentemente de previsão legal. 
Ao descumprir a lei, o ordenamento impõe diversos tipos de sanção. Ao descumprir o 
contrato, a sanção é o dever de indenizar, ou seja, pagamento das perdas e danos. A multa 
contratual, ou cláusula penal é pré-liquidação das perdas e danos ex.: o inquilino que 
atrasa o pagamento do aluguel paga multa de 10%. 
 
(iii) Consensualismo – o contrato nasce por acordo de vontades, basta o acordo para que o 
contrato se forme. Na origem todos os contratos exigiam a entrega de uma coisa para sua 
formação. A partir da criação romana dos contratos consensuais, poucos necessitam da 
entrega para se formarem. 
No direito brasileiro há 04 espécies de contratos reais: comodato, mútuo, depósito e 
contrato estimatório (venda em consignação) – os prefixos ante e ário é utilizado como 
dica prática para se constatar que se consta de contrato reais ex.: comodante e 
comodatário, mutuante e mutuário, depositante e depositário, etc. 
Obs.: locação e compra e venda são contratos consensuais, ou seja, nascem do acordo. 
 
 
4 de 4 
(iv) Relatividade dos efeitos – res inter alios acta – o contrato só vincula os próprios 
contratantes, não beneficiando nem prejudicando terceiros. 
Ex.: pelo artigo 27 da lei do inquilinato (8245/91) o locatário tem direito de preferencia se 
o imóvel locado for vendido ou dado em pagamento. Se o locador não der preferencia, o 
locatário tem direitoas perdas e danos, pois o contrato obriga as partes (isto independe 
de o contrato ser escrito ou verbal com ou sem registro). Já para que o contrato atinja 
terceiros, este deve ser registrado junto à matrícula do imóvel. Nesta hipótese o locatário 
poderá por meio de ação de adjudicação depositar o preço e tomar a propriedade para si. 
Isto porque o registro do contrato de locação gera eficácia real, ou seja, atinge terceiros. 
 
b) Princípios Sociais (próxima aula) 
 
(i) Boa-fé objetiva 
(ii) Função social

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