Buscar

2020_2 PARTE I_TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
e PORTUGUÊS JURÍDICO
4o PERÍODO
Profa. Ms. Claudete de Souza
2020
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Profa. Me Claudete de Souza
• DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria das Obrigações Contratuais e Extracontratuais. 27a. Ed. São
Paulo: Saraiva, 2016.
• FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil – Teoria geral e contratos em espécie. Volume 4. São
Paulo: Editora Atlas, 2015.
• GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil – Contratos: Teoria Geral. São Paulo:
Saraivajur, 2017.
• GOMES, Orlando. Contratos, 7ª ed. Rio de Janeiro: Grupo Gen, 2018.
• GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro – Contratos e atos unilaterais, Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2018.
• _______. Direito Civil Brasileiro – Responsabilidade Civil, Vol. 4. São Paulo: Saraiva, 2017.
• NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Novo Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Grupo Gen,
2015.
• NUNES, Rizzatto. Curso de Direito do Consumidor. 6a. Ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
• RIZZARDO, Arnaldo. Contratos, 18ª ed. Rio de Janeiro: Grupo Gen, 2019.
• TARTUCE, Flávio. Direito Civil: teoria geral dos contratos e contratos em espécie – v. 3. – 14ª ed. – Rio de Janeiro: Forense,
2019.
• VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Contratos em espécie. 10a. Ed. São Paulo: Atlas, 2017.
PARTE I
Teoria Geral dos Contratos e Português Jurídico
Profa. Me Claudete de Souza 
• SITUANDO O DIREITO CONTRATUAL NO 
CÓDIGO CIVIL
• CONCEITOS
• Clássicos
• Contemporâneo
• RELATIVIZAÇÃO DO PACTA SUNT SERVANDA 
NO DIREITO CONTRATUAL BRASILEIRO 
• FUNÇÃO DO CONTRATO NO DIREITO 
CONTEMPORÂNEO
• DIÁLOGO DAS FONTES : CC e CDC
• ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CONTRATO 
– ESCADA PONTEANA
• Plano da existencia
• Plano da validade
• Plano da aficácia
4º per. 
•INTERPRETAÇÃO DO ART. 2035, CC 
•Reatroatividade da lei no plano da 
eficácia
•Análise de caso prático
•PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
1. Princípio da autonomia privada 
2. Princípio da função social dos 
contratos
3. Princípio da força obrigatória dos 
contratos (pacta sunt servanda)
4. Princípio da boa-fé objetiva 
5. Princípio da relatividade dos 
efeitos contratuais
• OS CONTRATOS DURANTE E PÓS 
PANDEMIA CORONAVIRUS 
Situando o Direito Contratual...
• CÓDIGO CIVIL
• PARTE ESPECIAL
• TÍTULO V
• Dos Contratos em Geral
CONCEITOS DE CONTRATO
• Conceito de contrato é bem antigo, surgindo a partir do momento em que as
pessoas passaram a se relacionar e a viver em sociedade.
• A começar da primeira relação pessoal para a perpetuação da espécie, negócios jurídicos
foram firmados com o intuito de manter a vida do ser humano no planeta.
• A troca ou escambo, (art. 533 do Código Civil), era comum em várias sociedades
arcaicas,
• se constituindo num contrato no melhor sentido da expressão.
• A forma atual do instituto vem sendo moldada desde a época romana sempre
baseada na atual realidade social nacional.
• Os pactos existem para a consecução de finalidades que atendam aos interesses
da coletividade e não mais como primitivamente, que visava satisfazer apenas às
partes contratantes.
• O contrato é fonte principal do direito das obrigações, revestindo-se como instituto
primordial ao Direito Privado.
...conceitos...
• O contrato se constitui um negócio jurídico por excelência, que é:
• um ato jurídico bilateral,
• dependente de pelo menos duas declarações de vontade,
• cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e
deveres de conteúdo patrimonial.
• Seu objeto ou conteúdo deve ser lícito,
• não podendo contrariar o ordenamento jurídico,
• a boa-fé, a sua função social e econômica e
• os bons costumes.
• Tanto na visão clássica quanto na moderna, o contrato pode
ser conceituado como :
• um negócio jurídico bilateral ou plurilateral
• que visa à criação, modificação ou extinção de direitos e
deveres
• com conteúdo patrimonial.
...
• Conceitos Clássicos de Contrato:
• Clóvis Beviláqua : “Contrato é o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar,
modificar ou extinguir direitos” .
• Orlando Gomes : é “O negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes à
observância de conduta idônea à satisfação dos interesses que a regularam” .
• Washington de Barros Monteiro : “...é o acordo de vontades que tem por fim criar,
modificar ou extinguir um direito” .
• Álvaro Villaça Azevedo (contemporâneo) : “...manifestação de duas ou mais vontades,
objetivando criar, regulamentar, alterar e extinguir uma relação jurídica (direitos e
obrigações) de caráter patrimonial” .
• Maria Helena Diniz (idem) “...acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da
ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as
partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza
patrimonial” .
...conceitos...
• Paulo Nalin, propõe um conceito pós-moderno ou
contemporâneo de contrato:
• “É a relação jurídica subjetiva,
• nucleada na solidariedade constitucional,
• destinada à produção de efeitos jurídicos existenciais e
patrimoniais, não só entre os titulares subjetivos da relação,
• como também perante terceiros”.
...conceito...
...
HÁ UMA CRISE QUE LEVARÁ À FALÊNCIA DOS CONTRATOS
OU
ESTÁ HAVENDO TRANSFORMAÇÃO NA TEORIA CONTRATUAL?
• PACTA SUNT SERVANDA relativizado perante:
• Revisão das cláusulas e seu conteúdo
• Novos Princípios Sociais contratuais 
• boa-fé objetiva
• a função social dos contratos
• a justiça contratual 
• a equivalência material
FUNÇÃO DO CONTRATO
• O foco principal do contrato
não é o patrimônio, mas sim o
indivíduo que contrata.
• Seu fundamento é a
perpetuação da vida humana,
ou seja, o atendimento das
necessidades da pessoa.
• A real função do contrato não
é atender aos interesses do
mercado, mas sim da pessoa
humana!
Pirâmide de Maslow – Psicólogo americano
Abraham Harold Maslow (1908-1970)
DIÁLOGO DAS FONTES - CC 2002 e CDC 
• Claudia Lima Marques
• pós-modernidade reforça a valorização dos direitos humanos
• multiplicidade de fontes legislativas a regular o mesmo fato
• pluralismo de sujeitos a proteger
• pluralismo nos direitos assegurados e nos direitos à diferença
• a) Havendo aplicação simultânea das duas leis, se uma lei servir de base conceitual para a outra,
estará presente o diálogo sistemático de coerência.
• Exemplo: os conceitos dos contratos de espécie podem ser retirados do Código Civil mesmo sendo o
contrato de consumo, caso de uma compra e venda (art. 481 do CC).
• b) Se o caso for de aplicação coordenada de duas leis, uma norma pode completar a outra, de
forma direta (diálogo de complementaridade) ou indireta (diálogo de subsidiariedade).
• O exemplo típico ocorre com os contratos de consumo que também são de adesão. Em relação às
cláusulas abusivas, pode ser invocada a proteção dos consumidores constante do art. 51 do CDC e
também a proteção dos aderentes constante do art. 424 do CC.
• c) Os diálogos de influências recíprocas sistemáticas estão presentes quando os conceitos
estruturais de uma determinada lei sofrem influências de outra.
• Assim, o conceito de consumidor pode sofrer influências do próprio Código Civil.
A Teoria do Diálogo das fontes 
Código Civil 2002 
e 
Código de Defesa do Consumidor
• Enunciado n. 167 na III Jornada de Direito Civil,
Conselho da Justiça Federal e Superior Tribunal de
Justiça, dezembro/ 2004 :
• “Com o advento do Código Civil de 2002, houve forte
aproximação principiológica entre esse Código e o Código
de Defesa do Consumidor, no que respeita à regulação
contratual, uma vez que ambos são incorporadores de
uma nova teoria geral dos contratos”.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
DO CONTRATO
EL
EM
EN
TO
S 
C
O
N
ST
IT
U
TI
V
O
S 
D
O
 C
O
N
TR
AT
O
ES
C
A
D
A
 P
O
N
TE
A
N
A
PLANO DA EXISTÊNCIA
• No plano da existência estão :
• os pressupostos para um negócio jurídico
• os seus elementos mínimos,
• seus pressupostos fáticos,• enquadrados dentro dos elementos essenciais do negócio jurídico.
• Nesse plano há apenas substantivos sem adjetivos, ou seja, sem
qualquer qualificação (elementos que formam o suporte fático).
• Esses substantivos são:
• agente,
• vontade,
• objeto e
• forma.
• Não havendo algum desses elementos, o negócio jurídico é
inexistente
PLANO DA VALIDADE
• Neste plano os substantivos do degrau anterior ganham
qualificações, ou seja, recebem adjetivos, a saber:
• agente capaz;
• vontade livre, sem vícios;
• objeto lícito, possível, determinado ou determinável e
• forma prescrita e não defesa em lei.
• Esses elementos de validade constam do art. 104 do CC/2002.
• Ausentes os requisitos de validade o negócio jurídico será nulo
(nulidade absoluta) de pleno direito (inquinado de vício), ou
• Eventualmente anulável, se celebrado por relativamente incapaz ou
com vício de consentimento leve.
PLANO DA EFICÁCIA
• No plano da eficácia estão os elementos relacionados com
as consequências do negócio jurídico, ou seja, com a
suspensão e a resolução de direitos e deveres relativos ao
contrato, em relação às partes e em relação a terceiros:
• condição, termo ou encargo,
• das regras relacionadas com o inadimplemento,
• dos juros,
• da multa ou cláusula penal,
• das perdas e danos,
• da resolução,
• da resilição,
• do registro imobiliário e da
• tradição (em regra)
Importância da Escada Ponteana
para o mundo contratual 
• A Escada Ponteana indica que o plano seguinte não pode existir sem o
anterior, ou seja, para que o negócio ou contrato seja eficaz, deve ser
existente e válido, em regra; para ser válido, deve existir.
• Todavia, é possível que um negócio ou contrato exista, seja inválido e
esteja gerando efeitos.
• É o caso de um contrato acometido pelo vício da lesão (art. 157 do CC/2002).
• Se a ação anulatória não for proposta no prazo decadencial de quatro anos, a contar
da celebração do negócio, o contrato será convalidado.
• A convalidação é o fenômeno jurídico pelo qual o negócio inválido passa a ser tido
juridicamente como válido.
• Tudo isso demonstra como a Escada Ponteana é valiosa do ponto de vista
estrutural, didático e metodológico, já que todo contrato é negócio jurídico
Um contrato estabelecido sob a égide do 
CC 1916 poderá ser atingido, 
de alguma forma, 
pelo atual Código Civil?
QUESTIONAMENTO
• “Art. 2.035, CC. A validade dos negócios e demais
atos jurídicos, constituídos antes da entrada em
vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis
anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus
efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos
preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido
prevista pelas partes determinada forma de
execução”.
Interpretação do art. 2035, CC
• A regra quanto à aplicação das normas no tempo, é de
que, quanto à validade dos negócios jurídicos deve ser
aplicada a norma do momento da sua constituição ou
celebração.
• Se o negócio tiver sido celebrado na vigência do Código
Civil de 1916, quanto à sua validade, devem ser aplicadas
as regras que constavam na codificação anterior:
• capacidade das partes,
• à legitimação,
• à vontade das partes,
• ao objeto,
• à forma.
...cont. art. 2035, CC
• Porém, quanto ao plano da eficácia, devem ser aplicadas
as normas existentes no momento da produção de seus
efeitos (“... mas os seus efeitos, produzidos após a
vigência deste Código, aos preceitos dele se
subordinam...”).
• Desse modo, quanto à condição, ao termo, ao encargo, às
consequências do inadimplemento do contrato, aos
juros, à multa, à resolução, à resilição, ao registro
imobiliário, deve ser aplicada a norma do momento da
produção dos efeitos, o Código Civil de 2002.
Análise de Caso prático
• Contrato firmado entre Rede Record e Boris Casoy, na vigência do
CC 1916, e que foi descumprido pela emissora na vigência do CC
2002.
• O apresentador resolveu cobrar a multa compensatória prevista no
contrato, de cerca de 27 milhões de reais.
• Pergunta-se: é possível aplicar o art. 413 do atual Código Civil, que
prevê o dever do magistrado reduzir a cláusula penal que for
exagerada, a fim de evitar a onerosidade excessiva?
• Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz
se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o
montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se
em vista a natureza e a finalidade do negócio.
...cont. art. 2035, CC
ACÓRDÃO 
do caso prático 
• “Indenizatória. Contrato de prestação de serviços.
Apresentador e editor-chefe de telejornal. Rescisão imotivada.
Multa compensatória estabelecida em cláusula contratual.
Montante manifestamente excessivo. Incidência do art. 413
do CC. Redução equitativa do valor da indenização. Critérios a
serem observados. Adoção de cálculo aritmético com vista ao
tempo faltante de cumprimento do contrato. Insuficiência.
Indenização estipulada em 1ª Instância majorada. Recurso dos
autores provido para este fim. Acolhimento de pedido
subsidiário formulado na inicial. Reconhecimento da
sucumbência recíproca. Apelo da ré provido” (TJSP, Apelação
0062432-17.2007.8.26.0000, Acórdão 5211780, São Paulo, 31.ª
Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Milton Carvalho, j.
21.06.2011, DJESP 28.06.2011).
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS
• 1. Princípio da autonomia privada 
• 2. Princípio da função social dos contratos
• 3. Princípio da força obrigatória dos contratos (pacta 
sunt servanda)
• 4. Princípio da boa-fé objetiva 
• 5. Princípio da relatividade dos efeitos contratuais
1. Princípio da autonomia privada 
• CONCEITO:
• “Autonomia privada é a possibilidade, oferecida e assegurada aos
particulares, de regularem suas relações mútuas dentro de
determinados limites, por meio de negócios jurídicos, em especial
mediante contratos”.
• O negócio jurídico é verdadeiro instrumento da liberdade
humana, tendo sua raiz na vontade (isso nos diferencia dos
demais animais).
• A liberdade de contratar é direito existencial da personalidade advindo
do princípio da liberdade;
• As partes podem ou não, celebrar contratos, sem interferência do
Estado;
• Podem escolher um contrato nominado ou fazer combinações
(contrato inominado)...
• Porém, essa liberdade de contratar não é absoluta:
• O Estado impõe alguns contratos (água, energia elétrica...);
• As cláusulas gerais “função social do contrato” e “boa-fé
objetiva” são limitadoras da liberdade contratual
contemporânea.
• Por isso ocorre a substituição do velho e superado
princípio da autonomia da vontade pelo princípio da
autonomia privada, o que nos direciona ao princípio da
função social dos contratos.
• A expressão ‘autonomia da vontade’ tem conotação subjetiva,
psicológica, enquanto a ‘autonomia privada’ marca o poder da
vontade no direito de um modo objetivo, concreto e real.
...Autonomia privada...
• LIMITADORES DA LIBERDADE DE CONTRATAR:
• Ingerência estatal ou legal;
• O direito existencial prevalece sobre o patrimonial
• Art. 496, caput, CC, estipula que é anulável a venda de ascendente
para descendente, não havendo autorização dos demais
descendentes e do cônjuge do alienante.
• Parte economicamente mais forte dita as regras do
contrato;
• Contrato standard ou de adesão;
• Proteção da parte vulnerável da relação negocial,
(trabalhador, consumidor e do aderente).
...Autonomia privada...
...Autonomia privada...
• Enunciado n. 23 CJF/STJ/2002:
• “A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código
Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas
atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presentes
interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à
dignidade da pessoa humana”.
• Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em
razão e nos limites da função social do contrato,
observado o disposto na Declaração de Direitos de
Liberdade Econômica.
2. Princípio da função social dos contratos
• A função social do contrato demonstra que há bens maiores que devem
ser observados ao se realizar um contrato, sob pena de este ser invalidado
ou nulo.• Bens que a sociedade protege, como o meio ambiente, a vida, o trabalho, a segurança,
bem como todos os direitos e garantias individuais garantidos pela Constituição.
• Porém, a Lei 13.874/2019 instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade
Econômica; estabelecendo garantias de livre mercado.
• Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social
do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
• Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o
princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão
contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
• Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-
se paritários e simétricos até a presença de elementos
concretos que justifiquem o afastamento dessa
presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em
leis especiais, garantido também que: (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)
• I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros
objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e
de seus pressupostos de revisão ou de
resolução; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
• II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser
respeitada e observada; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)
• III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira
excepcional e limitada.
...função social dos contratos..
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
• “Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos,
constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece
ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os
seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos
preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista
pelas partes determinada forma de execução.
• Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se
contrariar preceitos de ordem pública, tais como os
estabelecidos por este Código para assegurar a função social
da propriedade e dos contratos”.
• A função social dos contratos pode ser conceituada como um
princípio contratual, de ordem pública, pelo qual o contrato
deve ser, necessariamente, visualizado e interpretado de
acordo com o contexto da sociedade
• Enunciado 431, V Jornada de Direito Civil/2011:
• “A violação do art. 421 conduz à invalidade ou à ineficácia do
contrato ou de cláusulas contratuais”
...função social dos contratos..
• A função social dos contratos, também pode ser percebida
(arts. 104, 166, inc. II, 187 e 421, CC) :
• a) pela mitigação da força obrigatória do contrato;
• b) pela proteção da parte vulnerável da relação contratual, caso dos consumidores e
aderentes;
• c) pela vedação da onerosidade excessiva;
• d) pela tendência de conservação contratual, mantendo a autonomia privada;
• e) pela proteção de direitos individuais relativos à dignidade humana;
• f) pela nulidade de cláusulas contratuais abusivas por violadoras da função social.
• g) pela proteção de direitos metaindividuais e difusos
...função social dos contratos..
• Art. 424 (cláusula geral), CC/2002:
• “Nos contratos de adesão, são nulas de pleno direito as cláusulas
que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito
resultante da natureza do negócio”.
• Esse comando é similar ao art. 51, CDC, que traz rol
exemplificativo de 16 cláusulas abusivas que nulificam um
contrato.
• Há relação direta entre a função social dos contratos e a
proteção do aderente, para a busca de uma isonomia
material, à luz dos princípios civis-constitucionais
(dignidade-solidariedade-igualdade) e da própria
equivalência material.
...função social dos contratos..
• Ainda sobre o reconhecimento da função social dos
contratos atípicos:
• Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos,
observadas as normas gerais fixadas neste Código.
• Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de
pessoa viva.
• Ninguém poderá vender um bem que ainda não herdou antes da
morte do autor da herança.
...função social dos contratos..
JULGADO
• “...à luz da cláusula geral da função social do contrato (artigo 421 do
Código Civil), deve ser observada a dimensão social do consórcio,
conciliando-se o bem comum pretendido (aquisição de bens ou
serviços por todos os consorciados) e a dignidade humana de cada
integrante do núcleo familiar atingido pela morte da consorciada,
que teve suas obrigações financeiras (perante o grupo consorcial)
absorvidas pela seguradora, consoante estipulação da própria
administradora. (...) Consequentemente, os herdeiros da
consorciada falecida tinham, sim, direito à liberação imediata da
carta de crédito, em razão da impositiva quitação do saldo devedor
pelo seguro prestamista, independentemente da efetiva
contemplação ou do encerramento do grupo consorcial” (STJ, REsp
1.406.200/AL, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j.
17.11.2016, DJe 02.02.2017).
2. Princípio da força obrigatória dos contratos 
( PACTA SUNT SERVANDA)
• Também conhecido como Princípio da
força vinculante dos contratos:
• O contrato é lei entre as partes;
• Aquele que, livremente contratar, está
obrigado a cumpri-lo;
• A força obrigatória do contrato significa ser
irreversível, em princípio, a palavra
empenhada.
• Arts. 389, 390 e 391, CC, tratam do
cumprimento obrigacional e das
consequências advindas do inadimplemento,
deixando claro a obrigatoriedade das
convenções como princípio do ordenamento
jurídico privado brasileiro;
• Fundamentos do pacta
sunt servanda
• 1. necessidade de
segurança nos negócios
jurídicos;
• O caos se instalaria se os
contratantes pudessem não
cumprir a palavra
livremente empenhada.
• 2. intangibilidade ou
imutabilidade do contrato,
que não deve ser alterado
nem pelo juiz.
• O acordo de vontades faz lei
entre as partes.
...pacta sunt servanda..
• O princípio do pacta sunt servanda vem sendo mitigado
ou relativizado, após 1ª Grande Guerra Mundial (1914-
1918).
• Movimentos sociais contra a exploração dos economicamente
mais fracos pelo poderio econômico;
• Fatos extraordinários e imprevisíveis podem tornar um contrato
insustentável por onerosidade excessiva para um dos
contratantes;
• Passando-se a aceitar, excepcionalmente, a intervenção judicial
em certos contratos, corrigindo desiquilíbrio de prestações;
• Direito moderno traz a convicção que o Estado tem de intervir
na vida do contrato:
• Leis de ordem pública
• Benefício do interesse coletivo
...pacta sunt servanda..
• Código Civil 2002 incorpora expressamente a cláusula
rebus sic stantibus (Teoria da Imprevisão) aos
contratos de execução continuada e diferida – arts.
478 a 480, CC.
• Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou
diferida, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema vantagem
para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor
pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à data da
citação.
• Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis,
sobrevier desproporção manifesta entre o valor da
prestação devida e o do momento de sua execução,
poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo
que assegure, quanto possível, o valor real da
prestação.
• OBS.: Em geral, não se aplica a teoria da imprevisão
aos contratos aleatórios porque estes envolvem um
risco.
...pacta sunt servanda..
• Instituto do estado de perigo – art. 156, CC:
• “Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano
conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.”
• Instituto da lesão – art. 157, CC :
• “Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,
ou por inexperiência,se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta.”
• Permitindo-se, assim, a ingerência estatal para resolver ou revisar as
condições estabelecidas pelas partes.
• Observadas as regras da equidade, do equilíbrio contratual, da boa-
fé objetiva e da função social do contrato.
...pacta sunt servanda...
ACÓRDÃO
• “Revisão contratual. Instrumento particular de
confissão e reescalonamento de dívida. Pretendida
aplicação da cláusula rebus sic stantibus, fundada na
imprevisão em virtude de alterações na economia.
Inadmissibilidade. Circunstância de o país ter
enfrentado diversos planos econômicos, que afasta a
imprevisibilidade desses fenômenos na economia
brasileira”. (RT, 788/270).
3. Princípio da boa-fé objetiva
• Inovação do CC 2002 (o CC/1916 previa apenas a boa-fé
subjetiva – a boa intenção do contratante)
• Previsto no art. 131, inc. I, do Código Comercial de 1850,
constante na parte que foi revogada pelo Código Civil de 2002:
• “A inteligência simples e adequada que for mais conforme a boa-fé e
ao verdadeiro espírito e natureza do contrato deverá sempre
prevalecer à rigorosa e restrita significação das palavras”.
• Trazia implícito o princípio da função social do contrato, pois afastava a
eficácia das palavras que constavam do instrumento contratual, em
benefício do verdadeiro espírito do contrato.
• Está relacionada com os deveres anexos, que são ínsitos a
qualquer negócio jurídico:
• A quebra desses deveres anexos gera a violação positiva do contrato,
com responsabilização civil daquele que desrespeita a boa-fé
objetiva.
• DEVERES ANEXOS NO DIREITO CONTRATUAL: 
• a) o dever de cuidado em relação à outra parte negocial; 
• b) o dever de respeito; 
• c) o dever de informar a outra parte quanto ao conteúdo do negócio; 
• d) o dever de agir conforme a confiança depositada; 
• e) o dever de lealdade e probidade; 
• f) o dever de colaboração ou cooperação; 
• g) o dever de agir conforme a razoabilidade, a equidade e a boa razão.
...boa-fé objetiva...
• Enunciado n. 27 CJF/STJ :
• “Na interpretação da cláusula geral da boa-fé objetiva, deve-se levar
em conta o sistema do CC e as conexões sistemáticas com outros
estatutos normativos e fatores metajurídicos”. (Diálogo das fontes)
• Enunciado n. 24 CJF/STJ, I Jornada de Direito Civil/2002 :
• “Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo
Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de
inadimplemento, independentemente de culpa”.
• Enunciado n. 363 CJF/STJ, IV Jornada de Direito Civil/2006 :
• “Os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública,
estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência
da violação”.
• Enunciado n. 1, da I Jornada de Direito Processual Civil,
Conselho da Justiça Federal/2017 :
• “A verificação da violação da boa-fé objetiva dispensa a comprovação
do animus do sujeito processual”.
...boa-fé objetiva...
• “...a relação obrigacional não se exaure na vontade
expressamente manifestada pelas partes, porque,
implicitamente, estão elas sujeitas ao cumprimento de
outros deveres de conduta, que independem de suas
vontades e que decorrem da função integrativa da boa-fé
objetiva. Se à liberdade contratual, integrada pela boa-fé
objetiva, acrescentam-se ao contrato deveres anexos, que
condicionam a atuação dos contratantes, a inobservância
desses deveres pode implicar o inadimplemento
contratual” (STJ, REsp 1.655.139/DF, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy
Andrighi, j. 05.12.2017, DJe 07.12.2017).
...boa-fé objetiva...
ACÓRDÃO
DEVERES ANEXOS
3 FUNÇÕES DA BOA-FÉ OBJETIVA
• 1. Função de interpretação do negócio jurídico - arts. 112
e 113, CC:
• Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à
intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal
da linguagem.
• Conceito de boa-fé subjetiva = “intenção”
• Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados
conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
• Diversidades regionais devem integrar a interpretação
• Relação de interação entre boa-fé e função social do contrato
...boa-fé objetiva...
• 2. Função de controle, art. 187 , CC :
• “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico
ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
• Enunciado n. 37 do CJF/STJ, aprovado na I Jornada de Direito
Civil
• “A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de
culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico”.
• 3. Função de integração do contrato art. 422, CC :
• “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-
fé”.
• Enunciado n. 25 CJF/STJ, da I Jornada (2002),
• “O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação, pelo julgador,
do princípio da boa-fé nas fases pré e pós-contratual”.
...boa-fé objetiva – funções ...
Análise do art. 422, CC
• “Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé.”
• Boa-fé objetiva é princípio geral
• É, também, cláusula geral, a ser preenchida pelo aplicador do Direito em
cada caso concreto.
• Fundamentação constitucional: Arts. I, inciso III, CF (tutela da pessoa
humana); vários incisos do art. 5º, CF, além do XIV...
• Fundamento na função social da propriedade, prevista nos arts. 5.º, XXII e
XXIII, e 170, III, CF;
• É preceito de ordem pública - art. 167, § 2º, CC:
• “Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contratantes do
negócio jurídico simulado”. O comando legal em questão consagra a
inoponibilidade do ato simulado em relação a terceiros de boa-fé.
...boa-fé objetiva...
• Enunciado n. 26 do CJF/STJ - I Jornada de Direito Civil
• “A cláusula geral contida no art. 422 do novo Código Civil
impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir
o contrato segundo a boa-fé objetiva, entendida como a
exigência de comportamento leal dos contratantes”.
• Julgado
• “...a responsabilidade fundada na confiança visa à
proteção de interesses que transcendem o indivíduo,
ditada sempre pela regra universal da boa-fé, sendo
imprescindível a quaisquer negociações o respeito às
situações de confiança criadas, estas consideradas
objetivamente, cotejando-as com aquilo que é costumeiro
no tráfico social” (STJ, REsp 1.309.972/SP, 4.ª Turma, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, j. 27.04.2017, DJe 08.06.2017).
...boa-fé objetiva...
Zeca Pagodinho x Schincariol
• Zeca Pagodinho tinha contrato publicitário com a Primo Schincariol S.A., mediante o
uso do bordão “Experimenta”.
• Ainda vigente o contrato publicitário com a Nova Schin, o cantor participou de uma
campanha publicitária da Brahma, cedendo a sua imagem e o seu talento artístico.
• No comercial da Brahma, Zeca Pagodinho entoava: “Fui provar outro sabor, eu sei.
Mas não largo meu amor, voltei”.
• O que se percebe, portanto, é que além do descumprimento contratual do contrato
publicitário, houve violação da boa-fé objetiva por parte do cantor, pelo teor da
música engendrada na campanha da Brahma.
• Nos autos do Processo 04.109.435-2, tramitado na 36.ª Vara Cível do Foro Central
da Capital de São Paulo, o cantor foi condenado a indenizar a Nova Schin em R$
930.000,00 a título de danos materiais e R$ 930.000,00 a título de danos morais,
tanto pela violação contratual quanto pelos danos causados à autora pela
campanha publicitária da Brahma.
• Em segunda instância, o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou a decisão,
determinando que o valor de danos materiais deve ser apurado em sede de
liquidação de sentença. No tocante aos danos morais da pessoa jurídica, foram
reduzidos em R$ 420.000,00, pois se entendeu que o valor anterior era exagerado
• (TJSP, Apelação Cível 7.155.293-9, 14.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Pedro
Alexandrino Ablas, j. 09.04.2008).
Boa-fé objetiva veda o comportamento 
venire contra factum proprium• Regra de direito comparado, que protege uma parte
contra aquela que pretende exercer uma posição jurídica
em contradição com o comportamento anteriormente
assumido.
• O contratante pratica ato contrário ao previsto, com surpresa e
prejuízo ao outro.
• Enunciado 362, IV Jornada de Direito Divil, CJF:
• “A vedação do comportamento contraditório (venire contra
factum proprium) funda-se na proteção da confiança, tal como
se extrai dos artigos 187 e 422, CC”.
...boa-fé objetiva...
Acordão
• “Dano moral. Responsabilidade civil. Negativação no Serasa e
constrangimento pela recusa do cartão de crédito, cancelado
pela ré. Caracterização. Boa-fé objetiva. Venire contra factum
proprium. Administradora que aceitava pagamento das faturas
com atraso. Cobrança dos encargos da mora. Ocorrência.
Repentinamente invocam cláusula contratual para considerar o
contrato rescindido, a conta encerrada e o débito vencido
antecipadamente. Simultaneamente providencia a inclusão do
nome do titular no Serasa. Inadmissibilidade. Inversão do
comportamento anteriormente adotado e exercício abusivo da
posição jurídica. Recurso improvido” (TJSP, Apelação Cível
174.305-4/2-00, São Paulo, 3.ª Câmara de Direito Privado – A, Rel.
Enéas Costa Garcia, j. 16.12.2005, v.u., Voto 309).
Suppressio, surrectio e tu quoque
• Regras do direito comparado, usadas como função
integrativa, suprindo lacunas do contrato e trazendo
deveres implícitos às partes.
• SUPPRESSIO
• Um direito não exercido durante determinado lapso de tempo
não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé.
• Art. 330 do CC/2002, adota esse conceito :
• “O pagamento reiteradamente feito em outro local faz
presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no
contrato”.
...boa-fé objetiva...
• SURRECTIO
• “É a outra face da suppressio: provoca o nascimento de um
direito, em razão da continuada prática de certos atos.”
• “Direito civil. Locação residencial. Situação jurídica
continuada ao arrepio do contrato. Aluguel. Cláusula de
preço. Fenômeno da surrectio a garantir seja mantido a
ajuste tacitamente convencionado. A situação criada ao
arrepio de cláusula contratual livremente convencionada
pela qual a locadora aceita, por certo lapso de tempo,
aluguel a preço inferior àquele expressamente ajustado,
cria, à luz do Direito Civil moderno, novo direito subjetivo,
a estabilizar a situação de fato já consolidada, em
prestígio ao Princípio da Boa-fé contratual” (TJMG, AC
1.0024.03.163299-5/001-Belo Horizonte/MG, 16.ª Câmara
Cível, Rel. Des. Mauro Soares de Freitas, j. 07.03.2007, v.u.).
...boa-fé objetiva...
• TU QUOQUE
• Proíbe que uma pessoa faça com a outra o que não faria contra
si mesmo.
• Regra ética, impede a uma pessoa que viole uma norma jurídica,
possa exercer direito dessa mesma norma ou, especialmente,
que possa recorrer, em defesa, a normas que ela própria violou.
• “Embargos à execução. Título executivo extrajudicial.
Cheque oriundo de negócio jurídico de cessão de cotas
sociais. Alegação de vício no negócio. Impossibilidade da
parte invocar proteção por regra contratual que havia
infringido ou, ao menos, colaborado para infringir (tu
quoque). Não demonstração de induzimento em erro
acerca da estimativa de faturamento. Embargos julgados
improcedentes. Sentença mantida. Apelação não provida”
(TJSP, Apelação 7161983-5, Acórdão 3583050, Osasco, 13.ª
Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Luís Eduardo Scarabelli, j.
27.03.2009, DJESP 12.05.2009).
...boa-fé objetiva...
CONCEITOS RELATIVOS À BOA FÉ OBJETIVA
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM Protege uma parte contra aquela que
pretende exercer uma posição jurídica em
contradição com o comportamento
assumido anteriormente.
SUPPRESSIO Um direito não exercido durante
determinado lapso de tempo não poderá
mais sê-lo, por contrariar a boa-fé.
SURRECTIO É a outra face da suppressio. Acarreta o
nascimento de um direito em razão da
continuada prática de certos atos.
TU QUOQUE Proíbe que uma pessoa faça contra outra o
que não faria contra si mesmo, consistindo
em aplicação do mesmo princípio inspirador
da exceptio non adimpleti contractus.

Outros materiais