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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS e PORTUGUÊS JURÍDICO 4o PERÍODO Profa. Ms. Claudete de Souza 2020 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Profa. Me Claudete de Souza • DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria das Obrigações Contratuais e Extracontratuais. 27a. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016. • FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil – Teoria geral e contratos em espécie. Volume 4. São Paulo: Editora Atlas, 2015. • GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil – Contratos: Teoria Geral. São Paulo: Saraivajur, 2017. • GOMES, Orlando. Contratos, 7ª ed. Rio de Janeiro: Grupo Gen, 2018. • GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro – Contratos e atos unilaterais, Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2018. • _______. Direito Civil Brasileiro – Responsabilidade Civil, Vol. 4. São Paulo: Saraiva, 2017. • NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Novo Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Grupo Gen, 2015. • NUNES, Rizzatto. Curso de Direito do Consumidor. 6a. Ed. São Paulo: Saraiva, 2018. • RIZZARDO, Arnaldo. Contratos, 18ª ed. Rio de Janeiro: Grupo Gen, 2019. • TARTUCE, Flávio. Direito Civil: teoria geral dos contratos e contratos em espécie – v. 3. – 14ª ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019. • VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Contratos em espécie. 10a. Ed. São Paulo: Atlas, 2017. PARTE I Teoria Geral dos Contratos e Português Jurídico Profa. Me Claudete de Souza • SITUANDO O DIREITO CONTRATUAL NO CÓDIGO CIVIL • CONCEITOS • Clássicos • Contemporâneo • RELATIVIZAÇÃO DO PACTA SUNT SERVANDA NO DIREITO CONTRATUAL BRASILEIRO • FUNÇÃO DO CONTRATO NO DIREITO CONTEMPORÂNEO • DIÁLOGO DAS FONTES : CC e CDC • ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CONTRATO – ESCADA PONTEANA • Plano da existencia • Plano da validade • Plano da aficácia 4º per. •INTERPRETAÇÃO DO ART. 2035, CC •Reatroatividade da lei no plano da eficácia •Análise de caso prático •PRINCÍPIOS CONTRATUAIS 1. Princípio da autonomia privada 2. Princípio da função social dos contratos 3. Princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda) 4. Princípio da boa-fé objetiva 5. Princípio da relatividade dos efeitos contratuais • OS CONTRATOS DURANTE E PÓS PANDEMIA CORONAVIRUS Situando o Direito Contratual... • CÓDIGO CIVIL • PARTE ESPECIAL • TÍTULO V • Dos Contratos em Geral CONCEITOS DE CONTRATO • Conceito de contrato é bem antigo, surgindo a partir do momento em que as pessoas passaram a se relacionar e a viver em sociedade. • A começar da primeira relação pessoal para a perpetuação da espécie, negócios jurídicos foram firmados com o intuito de manter a vida do ser humano no planeta. • A troca ou escambo, (art. 533 do Código Civil), era comum em várias sociedades arcaicas, • se constituindo num contrato no melhor sentido da expressão. • A forma atual do instituto vem sendo moldada desde a época romana sempre baseada na atual realidade social nacional. • Os pactos existem para a consecução de finalidades que atendam aos interesses da coletividade e não mais como primitivamente, que visava satisfazer apenas às partes contratantes. • O contrato é fonte principal do direito das obrigações, revestindo-se como instituto primordial ao Direito Privado. ...conceitos... • O contrato se constitui um negócio jurídico por excelência, que é: • um ato jurídico bilateral, • dependente de pelo menos duas declarações de vontade, • cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres de conteúdo patrimonial. • Seu objeto ou conteúdo deve ser lícito, • não podendo contrariar o ordenamento jurídico, • a boa-fé, a sua função social e econômica e • os bons costumes. • Tanto na visão clássica quanto na moderna, o contrato pode ser conceituado como : • um negócio jurídico bilateral ou plurilateral • que visa à criação, modificação ou extinção de direitos e deveres • com conteúdo patrimonial. ... • Conceitos Clássicos de Contrato: • Clóvis Beviláqua : “Contrato é o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos” . • Orlando Gomes : é “O negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes à observância de conduta idônea à satisfação dos interesses que a regularam” . • Washington de Barros Monteiro : “...é o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir um direito” . • Álvaro Villaça Azevedo (contemporâneo) : “...manifestação de duas ou mais vontades, objetivando criar, regulamentar, alterar e extinguir uma relação jurídica (direitos e obrigações) de caráter patrimonial” . • Maria Helena Diniz (idem) “...acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial” . ...conceitos... • Paulo Nalin, propõe um conceito pós-moderno ou contemporâneo de contrato: • “É a relação jurídica subjetiva, • nucleada na solidariedade constitucional, • destinada à produção de efeitos jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares subjetivos da relação, • como também perante terceiros”. ...conceito... ... HÁ UMA CRISE QUE LEVARÁ À FALÊNCIA DOS CONTRATOS OU ESTÁ HAVENDO TRANSFORMAÇÃO NA TEORIA CONTRATUAL? • PACTA SUNT SERVANDA relativizado perante: • Revisão das cláusulas e seu conteúdo • Novos Princípios Sociais contratuais • boa-fé objetiva • a função social dos contratos • a justiça contratual • a equivalência material FUNÇÃO DO CONTRATO • O foco principal do contrato não é o patrimônio, mas sim o indivíduo que contrata. • Seu fundamento é a perpetuação da vida humana, ou seja, o atendimento das necessidades da pessoa. • A real função do contrato não é atender aos interesses do mercado, mas sim da pessoa humana! Pirâmide de Maslow – Psicólogo americano Abraham Harold Maslow (1908-1970) DIÁLOGO DAS FONTES - CC 2002 e CDC • Claudia Lima Marques • pós-modernidade reforça a valorização dos direitos humanos • multiplicidade de fontes legislativas a regular o mesmo fato • pluralismo de sujeitos a proteger • pluralismo nos direitos assegurados e nos direitos à diferença • a) Havendo aplicação simultânea das duas leis, se uma lei servir de base conceitual para a outra, estará presente o diálogo sistemático de coerência. • Exemplo: os conceitos dos contratos de espécie podem ser retirados do Código Civil mesmo sendo o contrato de consumo, caso de uma compra e venda (art. 481 do CC). • b) Se o caso for de aplicação coordenada de duas leis, uma norma pode completar a outra, de forma direta (diálogo de complementaridade) ou indireta (diálogo de subsidiariedade). • O exemplo típico ocorre com os contratos de consumo que também são de adesão. Em relação às cláusulas abusivas, pode ser invocada a proteção dos consumidores constante do art. 51 do CDC e também a proteção dos aderentes constante do art. 424 do CC. • c) Os diálogos de influências recíprocas sistemáticas estão presentes quando os conceitos estruturais de uma determinada lei sofrem influências de outra. • Assim, o conceito de consumidor pode sofrer influências do próprio Código Civil. A Teoria do Diálogo das fontes Código Civil 2002 e Código de Defesa do Consumidor • Enunciado n. 167 na III Jornada de Direito Civil, Conselho da Justiça Federal e Superior Tribunal de Justiça, dezembro/ 2004 : • “Com o advento do Código Civil de 2002, houve forte aproximação principiológica entre esse Código e o Código de Defesa do Consumidor, no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos”. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CONTRATO EL EM EN TO S C O N ST IT U TI V O S D O C O N TR AT O ES C A D A P O N TE A N A PLANO DA EXISTÊNCIA • No plano da existência estão : • os pressupostos para um negócio jurídico • os seus elementos mínimos, • seus pressupostos fáticos,• enquadrados dentro dos elementos essenciais do negócio jurídico. • Nesse plano há apenas substantivos sem adjetivos, ou seja, sem qualquer qualificação (elementos que formam o suporte fático). • Esses substantivos são: • agente, • vontade, • objeto e • forma. • Não havendo algum desses elementos, o negócio jurídico é inexistente PLANO DA VALIDADE • Neste plano os substantivos do degrau anterior ganham qualificações, ou seja, recebem adjetivos, a saber: • agente capaz; • vontade livre, sem vícios; • objeto lícito, possível, determinado ou determinável e • forma prescrita e não defesa em lei. • Esses elementos de validade constam do art. 104 do CC/2002. • Ausentes os requisitos de validade o negócio jurídico será nulo (nulidade absoluta) de pleno direito (inquinado de vício), ou • Eventualmente anulável, se celebrado por relativamente incapaz ou com vício de consentimento leve. PLANO DA EFICÁCIA • No plano da eficácia estão os elementos relacionados com as consequências do negócio jurídico, ou seja, com a suspensão e a resolução de direitos e deveres relativos ao contrato, em relação às partes e em relação a terceiros: • condição, termo ou encargo, • das regras relacionadas com o inadimplemento, • dos juros, • da multa ou cláusula penal, • das perdas e danos, • da resolução, • da resilição, • do registro imobiliário e da • tradição (em regra) Importância da Escada Ponteana para o mundo contratual • A Escada Ponteana indica que o plano seguinte não pode existir sem o anterior, ou seja, para que o negócio ou contrato seja eficaz, deve ser existente e válido, em regra; para ser válido, deve existir. • Todavia, é possível que um negócio ou contrato exista, seja inválido e esteja gerando efeitos. • É o caso de um contrato acometido pelo vício da lesão (art. 157 do CC/2002). • Se a ação anulatória não for proposta no prazo decadencial de quatro anos, a contar da celebração do negócio, o contrato será convalidado. • A convalidação é o fenômeno jurídico pelo qual o negócio inválido passa a ser tido juridicamente como válido. • Tudo isso demonstra como a Escada Ponteana é valiosa do ponto de vista estrutural, didático e metodológico, já que todo contrato é negócio jurídico Um contrato estabelecido sob a égide do CC 1916 poderá ser atingido, de alguma forma, pelo atual Código Civil? QUESTIONAMENTO • “Art. 2.035, CC. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução”. Interpretação do art. 2035, CC • A regra quanto à aplicação das normas no tempo, é de que, quanto à validade dos negócios jurídicos deve ser aplicada a norma do momento da sua constituição ou celebração. • Se o negócio tiver sido celebrado na vigência do Código Civil de 1916, quanto à sua validade, devem ser aplicadas as regras que constavam na codificação anterior: • capacidade das partes, • à legitimação, • à vontade das partes, • ao objeto, • à forma. ...cont. art. 2035, CC • Porém, quanto ao plano da eficácia, devem ser aplicadas as normas existentes no momento da produção de seus efeitos (“... mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam...”). • Desse modo, quanto à condição, ao termo, ao encargo, às consequências do inadimplemento do contrato, aos juros, à multa, à resolução, à resilição, ao registro imobiliário, deve ser aplicada a norma do momento da produção dos efeitos, o Código Civil de 2002. Análise de Caso prático • Contrato firmado entre Rede Record e Boris Casoy, na vigência do CC 1916, e que foi descumprido pela emissora na vigência do CC 2002. • O apresentador resolveu cobrar a multa compensatória prevista no contrato, de cerca de 27 milhões de reais. • Pergunta-se: é possível aplicar o art. 413 do atual Código Civil, que prevê o dever do magistrado reduzir a cláusula penal que for exagerada, a fim de evitar a onerosidade excessiva? • Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. ...cont. art. 2035, CC ACÓRDÃO do caso prático • “Indenizatória. Contrato de prestação de serviços. Apresentador e editor-chefe de telejornal. Rescisão imotivada. Multa compensatória estabelecida em cláusula contratual. Montante manifestamente excessivo. Incidência do art. 413 do CC. Redução equitativa do valor da indenização. Critérios a serem observados. Adoção de cálculo aritmético com vista ao tempo faltante de cumprimento do contrato. Insuficiência. Indenização estipulada em 1ª Instância majorada. Recurso dos autores provido para este fim. Acolhimento de pedido subsidiário formulado na inicial. Reconhecimento da sucumbência recíproca. Apelo da ré provido” (TJSP, Apelação 0062432-17.2007.8.26.0000, Acórdão 5211780, São Paulo, 31.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Milton Carvalho, j. 21.06.2011, DJESP 28.06.2011). PRINCÍPIOS CONTRATUAIS • 1. Princípio da autonomia privada • 2. Princípio da função social dos contratos • 3. Princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda) • 4. Princípio da boa-fé objetiva • 5. Princípio da relatividade dos efeitos contratuais 1. Princípio da autonomia privada • CONCEITO: • “Autonomia privada é a possibilidade, oferecida e assegurada aos particulares, de regularem suas relações mútuas dentro de determinados limites, por meio de negócios jurídicos, em especial mediante contratos”. • O negócio jurídico é verdadeiro instrumento da liberdade humana, tendo sua raiz na vontade (isso nos diferencia dos demais animais). • A liberdade de contratar é direito existencial da personalidade advindo do princípio da liberdade; • As partes podem ou não, celebrar contratos, sem interferência do Estado; • Podem escolher um contrato nominado ou fazer combinações (contrato inominado)... • Porém, essa liberdade de contratar não é absoluta: • O Estado impõe alguns contratos (água, energia elétrica...); • As cláusulas gerais “função social do contrato” e “boa-fé objetiva” são limitadoras da liberdade contratual contemporânea. • Por isso ocorre a substituição do velho e superado princípio da autonomia da vontade pelo princípio da autonomia privada, o que nos direciona ao princípio da função social dos contratos. • A expressão ‘autonomia da vontade’ tem conotação subjetiva, psicológica, enquanto a ‘autonomia privada’ marca o poder da vontade no direito de um modo objetivo, concreto e real. ...Autonomia privada... • LIMITADORES DA LIBERDADE DE CONTRATAR: • Ingerência estatal ou legal; • O direito existencial prevalece sobre o patrimonial • Art. 496, caput, CC, estipula que é anulável a venda de ascendente para descendente, não havendo autorização dos demais descendentes e do cônjuge do alienante. • Parte economicamente mais forte dita as regras do contrato; • Contrato standard ou de adesão; • Proteção da parte vulnerável da relação negocial, (trabalhador, consumidor e do aderente). ...Autonomia privada... ...Autonomia privada... • Enunciado n. 23 CJF/STJ/2002: • “A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana”. • Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato, observado o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade Econômica. 2. Princípio da função social dos contratos • A função social do contrato demonstra que há bens maiores que devem ser observados ao se realizar um contrato, sob pena de este ser invalidado ou nulo.• Bens que a sociedade protege, como o meio ambiente, a vida, o trabalho, a segurança, bem como todos os direitos e garantias individuais garantidos pela Constituição. • Porém, a Lei 13.874/2019 instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica; estabelecendo garantias de livre mercado. • Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) • Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 • Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem- se paritários e simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) • I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) • II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) • III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. ...função social dos contratos.. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7 • “Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução. • Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”. • A função social dos contratos pode ser conceituada como um princípio contratual, de ordem pública, pelo qual o contrato deve ser, necessariamente, visualizado e interpretado de acordo com o contexto da sociedade • Enunciado 431, V Jornada de Direito Civil/2011: • “A violação do art. 421 conduz à invalidade ou à ineficácia do contrato ou de cláusulas contratuais” ...função social dos contratos.. • A função social dos contratos, também pode ser percebida (arts. 104, 166, inc. II, 187 e 421, CC) : • a) pela mitigação da força obrigatória do contrato; • b) pela proteção da parte vulnerável da relação contratual, caso dos consumidores e aderentes; • c) pela vedação da onerosidade excessiva; • d) pela tendência de conservação contratual, mantendo a autonomia privada; • e) pela proteção de direitos individuais relativos à dignidade humana; • f) pela nulidade de cláusulas contratuais abusivas por violadoras da função social. • g) pela proteção de direitos metaindividuais e difusos ...função social dos contratos.. • Art. 424 (cláusula geral), CC/2002: • “Nos contratos de adesão, são nulas de pleno direito as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio”. • Esse comando é similar ao art. 51, CDC, que traz rol exemplificativo de 16 cláusulas abusivas que nulificam um contrato. • Há relação direta entre a função social dos contratos e a proteção do aderente, para a busca de uma isonomia material, à luz dos princípios civis-constitucionais (dignidade-solidariedade-igualdade) e da própria equivalência material. ...função social dos contratos.. • Ainda sobre o reconhecimento da função social dos contratos atípicos: • Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. • Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. • Ninguém poderá vender um bem que ainda não herdou antes da morte do autor da herança. ...função social dos contratos.. JULGADO • “...à luz da cláusula geral da função social do contrato (artigo 421 do Código Civil), deve ser observada a dimensão social do consórcio, conciliando-se o bem comum pretendido (aquisição de bens ou serviços por todos os consorciados) e a dignidade humana de cada integrante do núcleo familiar atingido pela morte da consorciada, que teve suas obrigações financeiras (perante o grupo consorcial) absorvidas pela seguradora, consoante estipulação da própria administradora. (...) Consequentemente, os herdeiros da consorciada falecida tinham, sim, direito à liberação imediata da carta de crédito, em razão da impositiva quitação do saldo devedor pelo seguro prestamista, independentemente da efetiva contemplação ou do encerramento do grupo consorcial” (STJ, REsp 1.406.200/AL, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 17.11.2016, DJe 02.02.2017). 2. Princípio da força obrigatória dos contratos ( PACTA SUNT SERVANDA) • Também conhecido como Princípio da força vinculante dos contratos: • O contrato é lei entre as partes; • Aquele que, livremente contratar, está obrigado a cumpri-lo; • A força obrigatória do contrato significa ser irreversível, em princípio, a palavra empenhada. • Arts. 389, 390 e 391, CC, tratam do cumprimento obrigacional e das consequências advindas do inadimplemento, deixando claro a obrigatoriedade das convenções como princípio do ordenamento jurídico privado brasileiro; • Fundamentos do pacta sunt servanda • 1. necessidade de segurança nos negócios jurídicos; • O caos se instalaria se os contratantes pudessem não cumprir a palavra livremente empenhada. • 2. intangibilidade ou imutabilidade do contrato, que não deve ser alterado nem pelo juiz. • O acordo de vontades faz lei entre as partes. ...pacta sunt servanda.. • O princípio do pacta sunt servanda vem sendo mitigado ou relativizado, após 1ª Grande Guerra Mundial (1914- 1918). • Movimentos sociais contra a exploração dos economicamente mais fracos pelo poderio econômico; • Fatos extraordinários e imprevisíveis podem tornar um contrato insustentável por onerosidade excessiva para um dos contratantes; • Passando-se a aceitar, excepcionalmente, a intervenção judicial em certos contratos, corrigindo desiquilíbrio de prestações; • Direito moderno traz a convicção que o Estado tem de intervir na vida do contrato: • Leis de ordem pública • Benefício do interesse coletivo ...pacta sunt servanda.. • Código Civil 2002 incorpora expressamente a cláusula rebus sic stantibus (Teoria da Imprevisão) aos contratos de execução continuada e diferida – arts. 478 a 480, CC. • Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. • Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. • OBS.: Em geral, não se aplica a teoria da imprevisão aos contratos aleatórios porque estes envolvem um risco. ...pacta sunt servanda.. • Instituto do estado de perigo – art. 156, CC: • “Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.” • Instituto da lesão – art. 157, CC : • “Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.” • Permitindo-se, assim, a ingerência estatal para resolver ou revisar as condições estabelecidas pelas partes. • Observadas as regras da equidade, do equilíbrio contratual, da boa- fé objetiva e da função social do contrato. ...pacta sunt servanda... ACÓRDÃO • “Revisão contratual. Instrumento particular de confissão e reescalonamento de dívida. Pretendida aplicação da cláusula rebus sic stantibus, fundada na imprevisão em virtude de alterações na economia. Inadmissibilidade. Circunstância de o país ter enfrentado diversos planos econômicos, que afasta a imprevisibilidade desses fenômenos na economia brasileira”. (RT, 788/270). 3. Princípio da boa-fé objetiva • Inovação do CC 2002 (o CC/1916 previa apenas a boa-fé subjetiva – a boa intenção do contratante) • Previsto no art. 131, inc. I, do Código Comercial de 1850, constante na parte que foi revogada pelo Código Civil de 2002: • “A inteligência simples e adequada que for mais conforme a boa-fé e ao verdadeiro espírito e natureza do contrato deverá sempre prevalecer à rigorosa e restrita significação das palavras”. • Trazia implícito o princípio da função social do contrato, pois afastava a eficácia das palavras que constavam do instrumento contratual, em benefício do verdadeiro espírito do contrato. • Está relacionada com os deveres anexos, que são ínsitos a qualquer negócio jurídico: • A quebra desses deveres anexos gera a violação positiva do contrato, com responsabilização civil daquele que desrespeita a boa-fé objetiva. • DEVERES ANEXOS NO DIREITO CONTRATUAL: • a) o dever de cuidado em relação à outra parte negocial; • b) o dever de respeito; • c) o dever de informar a outra parte quanto ao conteúdo do negócio; • d) o dever de agir conforme a confiança depositada; • e) o dever de lealdade e probidade; • f) o dever de colaboração ou cooperação; • g) o dever de agir conforme a razoabilidade, a equidade e a boa razão. ...boa-fé objetiva... • Enunciado n. 27 CJF/STJ : • “Na interpretação da cláusula geral da boa-fé objetiva, deve-se levar em conta o sistema do CC e as conexões sistemáticas com outros estatutos normativos e fatores metajurídicos”. (Diálogo das fontes) • Enunciado n. 24 CJF/STJ, I Jornada de Direito Civil/2002 : • “Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa”. • Enunciado n. 363 CJF/STJ, IV Jornada de Direito Civil/2006 : • “Os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência da violação”. • Enunciado n. 1, da I Jornada de Direito Processual Civil, Conselho da Justiça Federal/2017 : • “A verificação da violação da boa-fé objetiva dispensa a comprovação do animus do sujeito processual”. ...boa-fé objetiva... • “...a relação obrigacional não se exaure na vontade expressamente manifestada pelas partes, porque, implicitamente, estão elas sujeitas ao cumprimento de outros deveres de conduta, que independem de suas vontades e que decorrem da função integrativa da boa-fé objetiva. Se à liberdade contratual, integrada pela boa-fé objetiva, acrescentam-se ao contrato deveres anexos, que condicionam a atuação dos contratantes, a inobservância desses deveres pode implicar o inadimplemento contratual” (STJ, REsp 1.655.139/DF, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 05.12.2017, DJe 07.12.2017). ...boa-fé objetiva... ACÓRDÃO DEVERES ANEXOS 3 FUNÇÕES DA BOA-FÉ OBJETIVA • 1. Função de interpretação do negócio jurídico - arts. 112 e 113, CC: • Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. • Conceito de boa-fé subjetiva = “intenção” • Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. • Diversidades regionais devem integrar a interpretação • Relação de interação entre boa-fé e função social do contrato ...boa-fé objetiva... • 2. Função de controle, art. 187 , CC : • “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. • Enunciado n. 37 do CJF/STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil • “A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico”. • 3. Função de integração do contrato art. 422, CC : • “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa- fé”. • Enunciado n. 25 CJF/STJ, da I Jornada (2002), • “O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação, pelo julgador, do princípio da boa-fé nas fases pré e pós-contratual”. ...boa-fé objetiva – funções ... Análise do art. 422, CC • “Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.” • Boa-fé objetiva é princípio geral • É, também, cláusula geral, a ser preenchida pelo aplicador do Direito em cada caso concreto. • Fundamentação constitucional: Arts. I, inciso III, CF (tutela da pessoa humana); vários incisos do art. 5º, CF, além do XIV... • Fundamento na função social da propriedade, prevista nos arts. 5.º, XXII e XXIII, e 170, III, CF; • É preceito de ordem pública - art. 167, § 2º, CC: • “Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contratantes do negócio jurídico simulado”. O comando legal em questão consagra a inoponibilidade do ato simulado em relação a terceiros de boa-fé. ...boa-fé objetiva... • Enunciado n. 26 do CJF/STJ - I Jornada de Direito Civil • “A cláusula geral contida no art. 422 do novo Código Civil impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-fé objetiva, entendida como a exigência de comportamento leal dos contratantes”. • Julgado • “...a responsabilidade fundada na confiança visa à proteção de interesses que transcendem o indivíduo, ditada sempre pela regra universal da boa-fé, sendo imprescindível a quaisquer negociações o respeito às situações de confiança criadas, estas consideradas objetivamente, cotejando-as com aquilo que é costumeiro no tráfico social” (STJ, REsp 1.309.972/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 27.04.2017, DJe 08.06.2017). ...boa-fé objetiva... Zeca Pagodinho x Schincariol • Zeca Pagodinho tinha contrato publicitário com a Primo Schincariol S.A., mediante o uso do bordão “Experimenta”. • Ainda vigente o contrato publicitário com a Nova Schin, o cantor participou de uma campanha publicitária da Brahma, cedendo a sua imagem e o seu talento artístico. • No comercial da Brahma, Zeca Pagodinho entoava: “Fui provar outro sabor, eu sei. Mas não largo meu amor, voltei”. • O que se percebe, portanto, é que além do descumprimento contratual do contrato publicitário, houve violação da boa-fé objetiva por parte do cantor, pelo teor da música engendrada na campanha da Brahma. • Nos autos do Processo 04.109.435-2, tramitado na 36.ª Vara Cível do Foro Central da Capital de São Paulo, o cantor foi condenado a indenizar a Nova Schin em R$ 930.000,00 a título de danos materiais e R$ 930.000,00 a título de danos morais, tanto pela violação contratual quanto pelos danos causados à autora pela campanha publicitária da Brahma. • Em segunda instância, o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou a decisão, determinando que o valor de danos materiais deve ser apurado em sede de liquidação de sentença. No tocante aos danos morais da pessoa jurídica, foram reduzidos em R$ 420.000,00, pois se entendeu que o valor anterior era exagerado • (TJSP, Apelação Cível 7.155.293-9, 14.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Pedro Alexandrino Ablas, j. 09.04.2008). Boa-fé objetiva veda o comportamento venire contra factum proprium• Regra de direito comparado, que protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição jurídica em contradição com o comportamento anteriormente assumido. • O contratante pratica ato contrário ao previsto, com surpresa e prejuízo ao outro. • Enunciado 362, IV Jornada de Direito Divil, CJF: • “A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se na proteção da confiança, tal como se extrai dos artigos 187 e 422, CC”. ...boa-fé objetiva... Acordão • “Dano moral. Responsabilidade civil. Negativação no Serasa e constrangimento pela recusa do cartão de crédito, cancelado pela ré. Caracterização. Boa-fé objetiva. Venire contra factum proprium. Administradora que aceitava pagamento das faturas com atraso. Cobrança dos encargos da mora. Ocorrência. Repentinamente invocam cláusula contratual para considerar o contrato rescindido, a conta encerrada e o débito vencido antecipadamente. Simultaneamente providencia a inclusão do nome do titular no Serasa. Inadmissibilidade. Inversão do comportamento anteriormente adotado e exercício abusivo da posição jurídica. Recurso improvido” (TJSP, Apelação Cível 174.305-4/2-00, São Paulo, 3.ª Câmara de Direito Privado – A, Rel. Enéas Costa Garcia, j. 16.12.2005, v.u., Voto 309). Suppressio, surrectio e tu quoque • Regras do direito comparado, usadas como função integrativa, suprindo lacunas do contrato e trazendo deveres implícitos às partes. • SUPPRESSIO • Um direito não exercido durante determinado lapso de tempo não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé. • Art. 330 do CC/2002, adota esse conceito : • “O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato”. ...boa-fé objetiva... • SURRECTIO • “É a outra face da suppressio: provoca o nascimento de um direito, em razão da continuada prática de certos atos.” • “Direito civil. Locação residencial. Situação jurídica continuada ao arrepio do contrato. Aluguel. Cláusula de preço. Fenômeno da surrectio a garantir seja mantido a ajuste tacitamente convencionado. A situação criada ao arrepio de cláusula contratual livremente convencionada pela qual a locadora aceita, por certo lapso de tempo, aluguel a preço inferior àquele expressamente ajustado, cria, à luz do Direito Civil moderno, novo direito subjetivo, a estabilizar a situação de fato já consolidada, em prestígio ao Princípio da Boa-fé contratual” (TJMG, AC 1.0024.03.163299-5/001-Belo Horizonte/MG, 16.ª Câmara Cível, Rel. Des. Mauro Soares de Freitas, j. 07.03.2007, v.u.). ...boa-fé objetiva... • TU QUOQUE • Proíbe que uma pessoa faça com a outra o que não faria contra si mesmo. • Regra ética, impede a uma pessoa que viole uma norma jurídica, possa exercer direito dessa mesma norma ou, especialmente, que possa recorrer, em defesa, a normas que ela própria violou. • “Embargos à execução. Título executivo extrajudicial. Cheque oriundo de negócio jurídico de cessão de cotas sociais. Alegação de vício no negócio. Impossibilidade da parte invocar proteção por regra contratual que havia infringido ou, ao menos, colaborado para infringir (tu quoque). Não demonstração de induzimento em erro acerca da estimativa de faturamento. Embargos julgados improcedentes. Sentença mantida. Apelação não provida” (TJSP, Apelação 7161983-5, Acórdão 3583050, Osasco, 13.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Luís Eduardo Scarabelli, j. 27.03.2009, DJESP 12.05.2009). ...boa-fé objetiva... CONCEITOS RELATIVOS À BOA FÉ OBJETIVA VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM Protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente. SUPPRESSIO Um direito não exercido durante determinado lapso de tempo não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé. SURRECTIO É a outra face da suppressio. Acarreta o nascimento de um direito em razão da continuada prática de certos atos. TU QUOQUE Proíbe que uma pessoa faça contra outra o que não faria contra si mesmo, consistindo em aplicação do mesmo princípio inspirador da exceptio non adimpleti contractus.
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