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Aula de Processual Penal

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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – AGEPEN/MA 
Aula 00 - Aula Demonstrativa 
Prof. Pedro Ivo 
 
 
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1 
 
 
 
Caros concursandos de todo Brasil, sejam bem-vindos! 
É com grande felicidade que inicio mais este curso aqui no Ponto, com foco total 
no concurso para Agente Penitenciário – MA. 
Antes de tudo, para que me conheçam um pouco melhor, farei minha 
apresentação. 
Meu nome é Pedro Ivo, sou servidor público há 16 anos e, atualmente, exerço o 
cargo de Auditor-Fiscal Tributário no Município de São Paulo (ISS-SP). 
Iniciei meus trabalhos no serviço público atuando na Administração Federal, na 
qual, durante alguns anos, permaneci como Oficial da Marinha do Brasil. 
Por opção, comecei a estudar para a área fiscal e, concomitantemente, fui 
aprendendo o que é o “verdadeiro espírito de concurseiro”, qualidade que logo 
percebi ser tão necessária para alcançar meu objetivo. 
Atualmente, após a aprovação no cargo almejado, ministro aulas em diversos 
cursos do Rio de Janeiro e de São Paulo, sou pós-graduado em Auditoria 
Tributária, pós-graduado em Processo Penal e Direito Penal Especial e autor dos 
livros “Direito Penal – Questões comentadas da FCC”, “Direito Processual Penal 
– Resumo dos tópicos mais importantes para concursos públicos” e “1001 
Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE”, todos publicados pela Editora 
Método. 
Agora que já me conhecem um pouco, posso, com certa tranquilidade, começar 
a falar de nosso curso. 
Em primeiro lugar é importante que desde já firmemos uma parceria em busca 
dos 100% de acertos em sua PROVA. Digo isto porque espero, nas próximas 
semanas, poder estar conversando com vocês sobre o Direito Processual Penal 
em suas casas, no trabalho, no metrô, no ônibus, enfim, em qualquer lugar em 
que vocês estiverem lendo as aulas. 
Trata-se efetivamente de uma conversa, sem formalismos desnecessários e 
objetivando o maior grau de assimilação possível. 
Nosso curso será no método QP, ou seja, Quase-Presencial. 
“Mas professor... Eu nunca ouvi falar neste tal de “QP”, o que é isso?” 
Aula 00 – Aula Demonstrativa 
 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – AGEPEN/MA 
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É o método através do qual eu apenas não estarei fisicamente na sua frente, 
mas buscarei com que se sintam em uma sala de aula, aprendendo a matéria 
através de uma linguagem clara e objetiva, voltada para a sua aprovação. 
O curso terá por base a integralidade do edital e será composto das seguintes 
aulas: 
AULA 00 - Direito Processual Penal: Princípios e Norma Processual Penal: 
fontes e eficácia. Interpretação retrospectiva e interpretação prospectiva no 
Processo Penal. Princípios constitucionais na investigação criminal. 
AULA 01 - Investigação Criminal. Do inquérito Policial. Da ação penal. 
AULA 02 - Jurisdição e competência. Atribuição e circunscrição. 
AULA 03 - Da prova. – Parte 01 
AULA 04 - Da prova. – Parte 02 
AULA 05 - Prisões processuais de natureza cautelar. Prisão em flagrante. Prisão 
preventiva. Prisão temporária (Lei n° 7.960/89). 
AULA 06 - Citações, Notificações e Intimações. Habeas Corpus. 
AULA 07 - Nulidades na investigação Criminal e no Processo penal. 
AULA 08 - Sistemas processuais penais. O Juiz, O Ministério Público, a 
Autoridade Policial, o Defensor do acusado. 
AULA 09 - Garantias constitucionais da investigação criminal e do processo 
penal. Incidentes (sanidade e falsidade). Dos prazos processuais e 
procedimentais. Da sentença Preclusão. Incidentes (sanidade e falsidade). 
 
Cada aula será composta de 40 a 60 páginas, com exceção da demonstrativa. 
Ao término de cada encontro, apresentarei exercícios comentados a fim de fixar 
a matéria. 
Sempre que possível apresentarei exercícios da FUNCAB, mas, pela existência 
de poucas questões da banca, complementarei com outras. De qualquer modo, 
sempre adaptarei ao que vocês encontrarão na PROVA. 
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Para finalizar essa nossa primeira conversa, lembro que todas as dúvidas 
poderão ser sanadas no fórum e que qualquer crítica ou sugestão poderá ser 
enviada para pedro@pontodosconcursos.com.br. 
Bom, agora que já estamos devidamente apresentados e você já sabe como será o 
nosso curso, vamos começar a subir mais um importante degrau rumo à aprovação!!! 
Bons estudos!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
1. Direito Processual Penal – Noções Introdutórias ............................................ 4 
Objeto e Classificações ............................................................................................................................. 4 
Fontes ........................................................................................................................................................ 5 
Sistemas Processuais ................................................................................................................................. 9 
Princípios ................................................................................................................................................. 12 
2. Lei Processual no Tempo e no Espaço .................................................................... 24 
Lei Processual no Espaço ........................................................................................................................ 24 
Lei processual no Tempo ........................................................................................................................ 25 
Lei Penal no tempo ................................................................................................................................. 13 
Interpretação da Lei Processual Penal .................................................................................................... 28 
3. Exercícios ....................................................................................................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS – AGEPEN/MA 
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AULA 00 - INTRODUÇÃO AO PROCESSO PENAL E PRINCÍPIOS 
PROCESSUAIS PENAIS 
 
1.1 O PROCESSO PENAL 
 
A Carta Magna dispõe em seu art. 1º, parágrafo único, que “todo poder emana 
do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou, diretamente, 
nos termos desta Constituição”. 
Do texto constitucional retira-se claramente que o Estado é o titular de um 
poder que deve ser exercido em prol da sociedade. Ocorre, contudo, que tal 
poder não é ilimitado e, os limites, são impostos pelas normas legais, pelo 
Direito. 
Neste contexto é que surge o processo, meio através do qual o Estado poderá 
exercer o seu poder jurisdicional de forma adequada, proporcional e razoável 
aos anseios da sociedade. 
A partir de agora começaremos a tratar do processo, mais especificamente do 
Processo Penal e, para que você compreenda corretamente este importante 
ramo jurídico, é importantíssimo aprender, antes de tudo, qual o seu conceito. 
 
 1.1.1 CONCEITO 
 
Podemos dizer que o Direito Processual Penal é o conjunto de normas eprincípios que vai tornar possível a aplicação do Direito Penal, pelo Estado, 
no caso concreto. Desta forma, o Processo Penal definirá a atuação do 
Estado-Juiz na sua relação com o autor e réu, os três principais sujeitos 
processuais. 
O fim específico do Processo Penal é o de obter a certeza positiva ou 
negativa, acerca da violação da lei penal, mediante a intervenção judicial. 
Pode-se afirmar, portanto que o Processo Penal tem um duplo fim: 
 
� FIM ESSENCIAL � Estabelecido em prol do interesse social 
empenhado na punição dos delinquentes; 
� FIM CORRELATIVO � Estabelecido em prol da tutela do interesse 
privado e social concernente às garantias individuais, principalmente a 
da liberdade. 
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Para deixar ainda mais claro, imaginemos um mecânico de automóveis e as 
peças do carro. Em grau de equivalência, teríamos a seguinte relação: 
 
• PEÇAS DO CARRO ���� DIREITO PENAL; 
• MECÂNICO ���� ESTADO; 
• PROCESSO DE COLOCAÇÃO DAS PEÇAS PELO MECÂNICO NOS 
VEÍCULOS���� PROCESSO PENAL; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.2 FONTES DO PROCESSO PENAL 
 
Fonte, em sentido usual, é o lugar de onde provém algo. Desta forma, 
podemos conceituar as fontes do processo penal como o ponto de partida 
das normas, princípios e preceitos que norteiam este ramo jurídico. 
Dentre os diversos doutrinadores, a classificação que você precisa ter 
conhecimento é a que divide as fontes em formais e materiais. Vamos 
conhecê-la: 
 
1 - FONTES MATERIAIS ���� Quando falamos em fontes materiais, estamos 
tratando de quem será responsável pela edição de normas específicas sobre 
o Processo Penal no nosso País. 
ESTADO-JUIZ 
RÉU AUTOR 
SUJEITOS PROCESSUAIS 
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Para encontramos esta resposta, devemos recorrer à Constituição Federal 
que, em seu art. 22, I, dispõe: 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (grifo nosso) 
 
Desta forma, caro (a) aluno (a), podemos afirmar que a única fonte material 
do Direito Processual Penal é a UNIÃO, correto??? 
ERRADO!!! Excepcionalmente, lei estadual (ou distrital) poderá tratar sobre 
questões específicas de Processo Penal, desde que permitido pela União por 
meio de lei complementar. Observe o disposto no art. 22, parágrafo único, 
da Carta Magna: 
 
Art. 22 
[...] 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas 
neste artigo. 
 
2 - FONTES FORMAIS ���� No que diz respeito às chamadas fontes formais, 
diferentemente do que vimos anteriormente, estamos tratando da forma 
como as normas jurídicas são exteriorizadas. 
No Direito brasileiro temos como principal fonte formal a lei, que recebe a 
denominação de fonte imediata. 
Dentro desta classificação, podemos abranger a Constituição Federal, a 
legislação infraconstitucional, os tratados, convenções e regras de Direito 
Internacional e as súmulas vinculantes. Estas últimas estão incluídas no art. 
103-A da Carta Magna nos seguintes termos: 
 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, 
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar 
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá 
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário 
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e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
 
A principal característica da fonte formal imediata é o fato de ela vincular a 
atuação do Estado, ou seja, se uma lei diz que o Juiz deve agir de uma 
maneira “X”, obrigatoriamente terá que assim fazer. 
Além da fonte IMEDIATA, também existem fontes MEDIATAS que, embora 
não vinculem a atuação do Estado, servem de importante direcionamento na 
atuação Estatal. São elas: 
 
� OS COSTUMES ���� O costume, que no direito processual penal é 
denominado “praxe forense”, é a regra de conduta praticada de modo 
geral, constante e uniforme (elemento interno), com a consciência de 
sua obrigatoriedade (elemento externo). 
Embora não mencionado no artigo 3° do CPP, que admite a aplicação 
da analogia e dos princípios gerais do direito, o costume é referido pelo 
artigo 4° da Lei de Introdução do Código Civil como uma das formas 
integradoras do Direito, em especial na lacuna da lei, podendo ser 
considerado como forma de revelação do Direito Processual Penal. 
 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e 
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais 
de direito. 
Art. 4o (LICC) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de 
direito. 
Fala-se em costume secundum legem (de acordo com a lei), extra 
legem (na ausência de lei) e contra legem (contra a lei). O último, 
segundo o direito moderno, é proibido. 
 
� OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ���� São regras que embora 
não estejam escritas, mostram-se presentes e informam o 
ordenamento jurídico 
 
� A ANALOGIA ���� A analogia é uma forma de auto integração da lei. 
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Na lacuna involuntária desta, aplica-se ao fato não regulado 
expressamente um dispositivo que disciplina hipótese semelhante. 
No entender de Bettiol consiste na extensão de uma norma jurídica de 
um caso previsto a um caso não previsto com fundamento na 
semelhança entre os dois casos, porque o princípio informador da 
norma que deve ser estendida abraça em si também o caso não 
expressamente nem implicitamente previsto. 
 
� A DOUTRINA ���� É a manifestação de opinião dos renomados juristas 
e estudiosos do direito. 
� A JURISPRUDÊNCIA ���� Decisões reiteradas a respeito de um mesmo 
assunto. 
 
Alguns doutrinadores tratam de outras fontes, mas para você, que 
fará uma PROVA de concurso, são essas as fontes que são de 
conhecimento necessário. Podemos resumir o exposto da seguinte 
forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTES 
FORMAIS 
MATERIAIS 
REGRA: UNIÃO 
 
EXCEÇÃO 
 
MEDIATAS 
IMEDIATAS 
1 - CF/88 
2 - LEGISLAÇAO 
INFRACONSTITUCIONAL 
3 – TRATADOS, REGRAS E 
CONVENÇOES DE DIREITO 
1 – COSTUMES 
2 – PCP. GERAIS DO DIREITO 
3 – ANALOGIA 
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 1.1.3 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
1.1.3.1 SISTEMA INQUISITÓRIO 
 
Os sistemas inquisitórios têm seu surgimento em Roma e na Europa 
medieval. Foram adotados pelos regimes monárquicos e encontraram 
guarida no direito canônico. Tais modelos foram adotados por quase 
todas as nações europeias durante os séculos XVI, XVII, XVIII. 
Esses sistemas encontram apoio em EstadosTotalitários, onde 
ocorrem supressões da liberdade e garantias individuais dos cidadãos. 
Verifica-se, também, demasiada violência Estatal em face dos 
indivíduos, sendo essa a grande característica que se pode apontar na 
aplicação do Direito Penal. 
Percebe-se, também, uma evidente inclinação do modelo em buscar, 
preferencialmente, A CONDENAÇÃO COMO FIM SATISFATÓRIO DO 
PROCESSO CRIMINAL. 
Dentre as características desses modelos, pode-se dizer que a principal 
é o acúmulo, pelo mesmo órgão, das funções de acusar, defender 
e julgar. 
Outra característica, na verdade uma conseqüência da primeira, é que a 
colheita de provas é feita pelo próprio juiz. 
Verifica-se ainda que o réu, aqui, é tratado como objeto das 
investigações e não como sujeito de direitos. Sua culpa é presumida e, 
no mais das vezes, responde ao processo recluso. 
O processo é sigiloso, sendo que em algumas oportunidades, são 
negadas as informações até mesmo ao acusado. 
Como o próprio órgão julgador é o responsável também pelas funções 
de acusação e defesa, compromete-se a imparcialidade que se espera 
de todo julgamento. Entende-se que ao realizar a acusação, o julgador 
já está, de certa forma, apresentando um juízo de valor quanto à 
questão. 
 
Rangel enumera as principais características dos sistemas inquisitórios: 
 
 
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1. AS TRÊS FUNÇÕES (ACUSAR, DEFENDER E JULGAR) 
CONCENTRAM-SE NAS MÃOS DE UMA SÓ PESSOA, INICIANDO O 
JUIZ, EX OFFICIO, A ACUSAÇÃO, QUEBRANDO, ASSIM, SUA 
IMPARCIALIDADE; 
2. O PROCESSO É REGIDO PELO SIGILO, DE FORMA SECRETA, 
LONGE DOS OLHOS DO POVO; 
3. NÃO HÁ CONTRADITÓRIO NEM AMPLA DEFESA, POIS O ACUSADO 
É MERO OBJETO DO PROCESSO E NÃO SUJEITO DE DIREITOS, 
NÃO SE LHE CONFERINDO NENHUMA GARANTIA; 
4. O SISTEMA DE PROVAS É O DA PROVA TARIFADA OU PROVA 
LEGAL E, CONSEQUENTEMENTE, A CONFISSÃO É A RAINHA DAS 
PROVAS. 
 
Pode-se perceber, pelas suas características, que esses sistemas estão 
em desacordo com os princípios constitucionais de um Estado 
Democrático de Direito, que primam pela proteção aos direitos e 
garantias individuais, resguardando a liberdade do cidadão como um dos 
bens jurídicos de maior valor e merecedor de especial proteção. 
 
1.1.3.2 SISTEMA ACUSATÓRIO 
 
É O SISTEMA ADOTADO NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO 
O que caracteriza o processo acusatório é a rígida separação entre a 
função de julgar, acusar e defender, a imparcialidade, a ampla defesa, o 
contraditório e, em decorrência, a paridade entre a acusação e a defesa, 
a publicidade e a oralidade dos atos processuais, entre outros. 
Luigi Ferrajoli enfatiza que se pode chamar acusatório "todo sistema 
processual que configura o juiz como um sujeito passivo rigidamente 
separado das partes e o processo como iniciativa da acusação, a quem 
compete provar o alegado, garantindo-se o contraditório (...) podemos, 
ao contrário, chamar inquisitório o processo em que o juiz procede de 
ofício na busca de provas, atuando em segredo e por escrito, com 
exclusão de qualquer contraditório ou limitação deste.” 
Ainda, seguindo a lição de Rangel as principais características desse 
sistema são as seguintes: 
 
 
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1. HÁ A SEPARAÇÃO ENTRE AS FUNÇÕES DE ACUSAR, JULGAR E 
DEFENDER, COM TRÊS PERSONAGENS DISTINTOS: AUTOR, JUIZ E RÉU; 
2. O PROCESSO É REGIDO PELO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS 
PROCESSUAIS, ADMITINDO-SE, COMO EXCEÇÃO, O SIGILO NA PRÁTICA 
DE DETERMINADOS ATOS 
3. OS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA INFORMAM 
TODO O PROCESSO. O RÉU É SUJEITO DE DIREITOS, GOZANDO DE 
TODAS AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS QUE LHE SÃO OUTORGADAS; 
4. O SISTEMA DE PROVAS ADOTADO É O DO LIVRE CONVENCIMENTO, OU 
SEJA, A SENTENÇA DEVE SER MOTIVADA COM BASE NAS PROVAS 
CARREADAS PARA OS AUTOS. O JUIZ ESTÁ LIVRE NA SUA APRECIAÇÃO, 
PORÉM NÃO PODE SE AFASTAR DO QUE CONSTA NO PROCESSO; 
5. IMPARCIALIDADE DO ÓRGÃO JULGADOR, POIS O JUIZ ESTÁ DISTANTE 
DO CONFLITO DE INTERESSES INSTAURADO ENTRE AS PARTES, 
MANTENDO SEU EQUILÍBRIO, PORÉM DIRIGINDO O PROCESSO 
ADOTANDO AS PROVIDENCIAS NECESSÁRIAS À INSTRUÇÃO DO FEITO, 
INDEFERINDO AS DILIGÊNCIAS INÚTEIS OU MERAMENTE 
PROTELATÓRIAS. 
 
Na verdade, o que se observa nesse sistema é a limitação do poder 
estatal de intervenção na vida do indivíduo, que no caso do direito penal 
se revela pela forma de intervenção do estado mais gravosa, retirando-
lhe a liberdade. 
A Constituição Federal assegura o sistema acusatório no processo penal, 
haja vista que: 
 
� As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações 
penais incumbem às polícias civis e à polícia federal, e inclusive 
à militar, no que diz respeito aos crimes militares (CF/88 - art. 
144 e §§); 
� Estabelece o contraditório e a ampla defesa, com o meio e 
recursos a ela inerentes – (CF/88 - art. 5o, inciso LV); 
� A ação penal pública é promovida, privativamente, pelo 
Ministério Público – art. 129, I, embora seja assegurado ao 
ofendido o direito à ação penal privada subsidiária da pública – 
(CF/88 - art. 5o, LIX); 
� A função de julgar cabe a juízes constitucionalmente investidos 
– (CF/88 - art. 5o, LIII e 92); 
� Assevera a motivação das decisões judiciais – art. 93, IX, e a 
publicidade dos atos processuais, podendo a lei restringi-la 
apenas quando a defesa da intimidade ou o interesse público o 
exigirem – (CF/88 - art. 5o, LX). 
 
 
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1.1.3.3 SISTEMA MISTO 
 
Abrange duas fases processuais distintas: A primeira é inquisitiva, na 
qual ocorre uma investigação preliminar. A outra é a do julgamento, na 
qual se aplica todos os conceitos e princípios do sistema acusatório. 
Cabe ressaltar que, embora não seja um tema pacífico, a doutrina 
majoritária entende que o inquérito policial, apesar de inquisitivo, não 
integra o processo penal propriamente dito e, portanto, não há que se 
falar em aplicabilidade do sistema misto no Brasil. 
 
1.2 PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS 
 
O Direito Processual Penal é regido por uma série de princípios e o 
conhecimento destes é de suma importância para a correta compreensão deste 
ramo jurídico. 
No Processo Penal brasileiro, os princípios representam os postulados 
fundamentais da política processual penal do Estado e, como refletem as 
características de determinado momento histórico, sofrem oscilações de acordo 
com as alterações do regime político. 
Como se vive sob a égide de um regime democrático, os princípios que regem o 
Processo Penal devem estar em consonância com a liberdade individual, valor 
tido como absoluto pela Carta Magna de 1988. 
Os inúmeros princípios que norteiam o Processo Penal brasileiro encontram-se 
determinados tanto pela Constituição Federal quanto pelo Código de Processo 
Penal e serão agora tratados com suas principais características. 
 
 1.2.1 PRINCÍPIO DA VERDADE REAL 
 
No processo penal, o Juiz tem a obrigação de colher o maior número de 
provas possíveis a fim de determinar efetivamente como ocorreu o fato 
concreto. 
Segundo o STJ: “A busca pela verdade real constitui princípio que rege o 
Direito Processual Penal. A produção de provas, porque constitui garantia 
constitucional, pode ser determinada, inclusive pelo Juiz, de ofício, quando 
julgar necessário”. 
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Desta forma, para ficar bem claro, imaginemos a seguinte situação: 
Tício mata Mévio e, durante o processo penal, o pai de Tício assume a culpa 
do feito, exigindo, assim, que seu filho seja liberado. Será que o Juiz é 
obrigado a aceitar o que está sendo dito? 
A resposta é negativa, pois, como já dissemos, caberá ao judiciário, através 
da colheita de informações, objetivar a verdade REAL e decidir através da 
livre apreciação das provas. 
Contudo, este princípio não é absoluto, pois há determinadas situações que 
constituem ressalvas à verdade real, como, por exemplo, as provas obtidas 
por meios ilícitos, as limitações ao depoimento de algumas testemunhas que 
têm conhecimento do fato em virtude da profissão, ofício, função ou 
ministério (art. 208, CPP) e a impossibilidade de apresentação de provas que 
não tiverem sido juntadas aos autos com antecedência mínima de três dias 
(veremos estes temas nas próximas aulas). 
Diante do exposto, se em um processo penal é apresentado ao Juiz uma 
interceptação telefônica ilegal, na qual o réu diz “EU MATEI” e, 
concomitantemente, o depoimento de um padre, o qual tem o dever de 
silêncio em razão do ofício, que diz que no mesmo dia do homicídio o réu se 
confessou e contou tudo, nada disso servirá como prova. 
Ainda dentro do mesmo processo, imaginemos que, como nos filmes, no 
momento em que o Juiz ia proferir a decisão apareceu um cinegrafista 
amador com imagens do momento do homicídio para apresentar. Isso 
servirá como prova? 
A resposta é negativa (impossibilidade de apresentação de provas que não 
tiverem sido juntadas aos autos com antecedência mínima de três dias) e a 
autoridade judicial terá que se basear somente nos autos, pois, neste caso, 
”o que não está nos autos, não está no mundo”. 
 
 1.2.2 PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES 
 
O princípio da iniciativa das partes é assinalado pelos axiomas latinos nemo 
judex sine actore e ne procedat judex ex officio (estas expressões aparecem 
em prova, atenção a elas), ou seja, não há juiz sem autor, ou o juiz não 
pode dar início ao processo de ofício sem a provocação da parte interessada. 
O CPP prevê expressamente o aludido princípio quando, por intermédio dos 
arts. 24 e 30, dispõe que a ação penal pública deve ser promovida pelo 
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Ministério Público, através da denúncia, e que a ação penal privada deve ser 
promovida pelo ofendido ou por quem caiba representá-lo, mediante queixa. 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o 
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação 
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-
lo caberá intentar a ação privada. 
 
Tais dispositivos podem ser confirmados pelo art. 28 do mesmo diploma 
legal, o qual dispõe que, nos casos em que o órgão do Ministério Público 
deixa de oferecer a denúncia para requerer o arquivamento do inquérito 
policial, ainda que o Juiz não concorde com as alegações do MP, não poderá 
dar início à ação penal ex officio, devendo remeter os autos ao Procurador 
Geral para que esse tome as providencias que julgar cabíveis. 
 
 1.2.3 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 
Prevê a Constituição Federal que: 
 
Art. 5º 
[...] 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado 
de sentença penal condenatória; 
 
Consoante o texto constitucional, existe uma presunção de inocência do 
acusado da prática de uma infração penal até que haja uma sentença 
condenatória irrecorrível que o declare culpado, ou seja, é assegurado a todo 
e qualquer indivíduo um prévio estado de inocência, que só pode ser 
afastado se houver prova plena do cometimento de um delito. 
Nos termos dos ensinamentos trazidos pelo jurista Antônio Magalhães 
GOMES FILHO, o princípio em estudo não se limita a uma garantia política do 
estado de inocência dos cidadãos, devendo também ser analisado sob o 
enfoque técnico jurídico como regra de julgamento a ser adotada sempre 
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que houver dúvida sobre fato relevante para a decisão do processo, quando 
a presunção de inocência confunde-se com o princípio in dubio pro reo (na 
dúvida, em favor do réu). 
Ademais, a mencionada norma deve orientar o tratamento do acusado ao 
longo de todo o processo, impedindo que ele seja equiparado ao culpado. 
É importante ressaltar que este princípio não impede medidas coercitivas 
previstas em lei como, por exemplo, a prisão temporária e provisória. 
Entenderemos melhor isto quando tratarmos sobre as formas de prisão. 
 
1.2.4 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
Dispõe a Carta Magna: 
 
Art. 5º 
[...] 
LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; (grifo nosso). 
 
Trataremos primeiramente do contraditório, que nada mais é do que o 
direito que detêm as partes de terem conhecimento de todas as provas que 
a elas são imputadas para contradizê-las, contestá-las, enfim, preparar uma 
defesa. 
Assim, não existe no processo penal prova secreta e muito menos 
aquele “salvador da pátria”, constantemente visto nos filmes, que 
aguarda o último segundo do julgamento para apresentar a prova que 
resolve tudo e prende o assassino...ESSE TIPO DE PROVA NA SUA 
PROVA NÃO EXISTE...SÓ MESMO EM HOLLYWOOD. 
 
A ampla defesa encontra correlação com o princípio do contraditório e é o 
dever que assiste ao Estado de facultar ao acusado a possibilidade de 
efetuar a mais completa defesa quanto à imputação que lhe foi realizada. 
 
 
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1.2.5 PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS 
POR MEIOS ILÍCITOS 
 
Este princípio está firmado no art. 5º, da Constituição Federal, nos seguintes 
termos: 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos; 
 
Observe que o art. 157 do CPP, alterado pela lei nº 11.690/2008, também 
discorre sobre o tema: 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em 
violação a normas constitucionais ou legais. 
 § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, 
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e 
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma 
fonte independente das primeiras. 
 
Perceba que o parágrafo primeiro do supracitado artigo cita as provas 
derivadas das ilícitas. Deste modo, será válido como prova a arma do crime 
cuja localização foi obtida por uma interceptação telefônica ilegal? 
A resposta é negativa, pois a arma, embora lícita por si, deriva de uma 
prova ilegal. 
Cabe, por fim, ressaltar que a jurisprudência majoritária tem admitido o uso 
de prova ilícita quando esta é o único meio do réu comprovar sua inocência. 
Entenderemos melhor este tópico quadro tratarmos especificamente das 
provas. 
 
1.2.6 PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE 
 
Segundo este princípio, a pretensão punitiva do Estado deve se fazervaler 
por órgãos públicos, ou seja, a autoridade policial, no caso do inquérito, e o 
Ministério Público, no caso da ação penal pública. 
 
 
FUI 
EU!!! 
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1.2.7 PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE 
 
A autoridade policial e o Ministério Público, regra geral, tomando 
conhecimento da possível ocorrência de um delito, deverão agir ex officio 
(daí o nome princípio da oficiosidade), não aguardando qualquer provocação. 
Tal situação é excepcionada nos casos de ação penal privada, na qual, como 
veremos em nossa próxima aula, será necessária a provocação da vítima. 
 
1.2.8 PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
Vivemos em um Estado Democrático de Direito e, assim, a lei define um 
devido processo para que uma penalização possa ser aplicada a um 
indivíduo. A fim de evitar qualquer fuga por parte do Estado dos ritos 
procedimentais estabelecidos no nosso ordenamento jurídico, o texto 
constitucional nos traz: 
 
Art. 5º 
[...] 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal; 
 
Pode-se conceituar o princípio em estudo, de acordo com a lição do doutrinador 
Marcos Alexandre Coelho ZILLI, como sendo uma garantia constitucional, 
atualmente incorporada no campo dos direitos e garantias fundamentais, que visa 
assegurar às partes interessadas o estabelecimento e o respeito a um processo 
judicial instituído em lei e conduzido por um juiz natural, sendo que este deve ser 
dotado de independência e imparcialidade, resguardando-se o contraditório, a 
ampla defesa, a publicidade dos atos e a motivação das decisões ali proferidas. 
 
1.2.9 PRINCÍPIO DO “FAVOR REI” 
 
Também conhecido como princípio do in dubio pro reo, o princípio do favor 
rei decorre do princípio da presunção de inocência anteriormente estudado. 
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Baseia-se na predominância do direito de liberdade do acusado, quando 
colocado em confronto com o direito de punir do Estado, ou seja, na dúvida, 
sempre prevalece o interesse do réu. 
O mencionado princípio deve orientar, inclusive, as regras de interpretação, 
de forma que, diante da existência de duas interpretações antagônicas, 
deve-se escolher aquela que se apresenta mais favorável ao acusado. 
No processo penal, para que seja proferida uma sentença condenatória, é 
necessário que haja prova da existência de todos os elementos objetivos e 
subjetivos da norma penal e também da inexistência de qualquer elemento 
capaz de excluir a culpabilidade e a pena. 
 
1.2.10 PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
 
Quando da determinação de um Juiz para um processo, a atuação 
deste deve ser completamente imparcial, ou seja, desprovida de 
qualquer interesse pessoal. 
Imaginemos um julgamento em que o Juiz decidirá pela prisão ou 
não de sua mãe e sua esposa... Ou de sua sogra (ai complica...)... 
Será que podemos garantir que ele será completamente neutro? 
Realmente é difícil responder a esta pergunta e, exatamente por isso, o 
nosso ordenamento jurídico trouxe hipóteses em que, obrigatoriamente, o 
Juiz deverá alegar sua impossibilidade de realizar o julgamento e outras 
situações em que as partes poderão solicitar a mudança da autoridade 
julgadora. 
São as hipóteses de impedimentos e suspeições presentes nos arts. 254, 
255 e 256 do Código de Processo Penal. Veremos mais detalhadamente este 
tema ao tratarmos dos sujeitos processuais. 
 
1.2.11 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE 
 
A adoção desse princípio proíbe a paralisação injustificada da investigação 
policial ou seu arquivamento pela autoridade policial. Também não permite 
que o Ministério Público desista da ação. 
Como garantia do aludido princípio, a lei processual penal traz diversos 
dispositivos, como, por exemplo, a determinação dos prazos para a 
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conclusão do inquérito policial (art. 10) e, ainda, a proibição da autoridade 
policial de formular pedido de arquivamento. Observe o texto legal: 
 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos 
de inquérito. 
 
 
É importante ressaltar que a indisponibilidade encontra hoje ressalva na lei 
nº 9.099/1995 que permite a transação penal nos crimes de menor potencial 
ofensivo (contravenções e infrações cuja pena máxima não ultrapasse dois 
anos de prisão, cumulada ou não com multa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.12 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E DO PROMOTOR NATURAL 
 
Consagrado pela CF/88, em seu art. 5º, LIII, o princípio do Juiz natural 
estabelece que ninguém será sentenciado senão pela autoridade 
competente, representando a garantia de um órgão julgador técnico e 
isento, com competência estabelecida na própria Constituição e nas leis de 
organização judiciária de cada Estado. 
Juiz natural é, assim, aquele previamente conhecido, segundo regras 
objetivas de competência estabelecidas anteriormente à infração penal, 
investido de garantias que lhe assegurem absoluta independência e 
imparcialidade. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
TRANSAÇÃO PENAL ���� EM TERMOS BASTANTE SIMPLÓRIOS: É UM 
"ACORDO" QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO PROPÕE AO INFRATOR DE 
QUE NÃO SERÁ DADA CONTINUIDADE AO PROCESSO CRIMINAL, 
DESDE QUE ELE CUMPRA DETERMINADAS CONDIÇÕES IMPOSTAS 
PELO PRÓPRIO MP (EX.: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE, 
PAGAMENTO DE CESTAS BÁSICAS, ETC.). DESTA FORMA, NESTA 
HIPÓTESE, TEMOS A DISPONIBILIDADE DO PROCESSO, PODENDO 
SER EXTINTO EM CASO DE ACORDO. 
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Decorre desse princípio a proibição de criação de juízos ou tribunais de 
exceção, insculpida no art. 5º, XXXVII, que impõe a declaração de nulidade 
de qualquer ato judicial emanado de um juízo ou tribunal que houver sido 
instituído após a prática de determinados fatos criminosos, especificamente 
para processar e julgar determinadas pessoas. 
Faz-se necessário esclarecer que a proibição da constituição de tribunais de 
exceção não significa impedimento à criação de justiça especializada ou de 
vara especializada, já que, nesse caso, apenas são reservados a 
determinados órgãos, inseridos na estrutura judiciária fixada na própria 
Constituição, o julgamento de matérias específicas. 
No mesmo sentido, o princípio do Promotor natural também encontra 
amparo no art. 5º, LIII, da CF/88, ao determinar que ninguém será 
processado senão por autoridade competente. 
O mencionado dispositivo deve ser interpretado em consonância com o art. 
127 e 129 da Carta Magna, ou seja, ninguém poderá ser processado 
criminalmente senão pelo órgão do Ministério Público, dotado de amplas 
garantias pessoais e institucionais de absoluta independência e liberdade de 
convicção e com atribuições previamente fixadas e conhecidas. 
A garantia do promotor natural consagra a independência do órgão de 
acusação pública. Representa, ainda, uma garantia de ordem individual, já 
que limita a possibilidade de persecuções criminais pré-determinadas ou a 
escolha de promotores específicos para a atuação em certas ações penais. 
 
1.2.13 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
O princípio constitucional da publicidade, como já tratamos, é característica 
fundamental do sistema processual acusatório. 
Mirabete colocaque a publicidade: 
 
"Trata-se de garantia para obstar arbitrariedades e violências contra o 
acusado e benéfica para a própria Justiça, que, em público, estará mais livre 
de eventuais pressões, realizando seus fins com mais transparência. 
Esse princípio da publicidade inclui os direitos de assistência, pelo público 
em geral, dos atos processuais, a narração dos atos processuais e a 
reprodução dos seus termos pelos meios de comunicação e a consulta dos 
autos e obtenção de cópias, extratos e certidões de quaisquer deles” 
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1.2.14 PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 
O princípio do duplo grau de jurisdição visa assegurar ao litigante vencido, 
total ou parcialmente, o direito de submeter a matéria decidida a uma nova 
apreciação jurisdicional, no mesmo processo, desde que atendidos 
determinados pressupostos específicos, previstos em lei. 
Todo ato decisório do juiz que possa prejudicar um direito ou um interesse 
da parte deve ser recorrível, como meio de evitar ou emendar os erros e 
falhas que são inerentes aos julgamentos humanos; e, também, como 
atenção ao sentimento de inconformismo contra julgamento único, que é 
natural em todo indivíduo. 
A doutrina diverge em considerar o duplo grau de jurisdição como um 
princípio de processo inserido na Constituição Federal, já que inexiste a sua 
previsão expressa no texto constitucional. 
Todavia, a doutrina majoritária acredita que o duplo grau de jurisdição é um 
princípio processual constitucional. Os doutrinadores fundamentam este 
posicionamento na competência recursal estabelecida na Constituição 
Federal. 
Observe alguns exemplos desta previsão implícita do duplo grau de 
jurisdição inserido na Carta Magna: 
 
Art. 5º[...] 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe:[...] 
II - julgar, em recurso ordinário: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário (...); 
 
Diante disso, apesar de não constar de forma expressa na Constituição 
Federal, pode-se dizer que o duplo grau de jurisdição ou garantia de 
reexame das decisões proferidas pelo Poder Judiciário, pode ser incluído no 
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estudo acerca dos princípios de processo penal inseridos no texto 
constitucional. 
 
Por fim, vamos resumir os princípios apresentados: 
 
PPRRIINNCCÍÍPPIIOO CCOOMMEENNTTÁÁRRIIOOSS 
DA VERDADE REAL 
CABERÁ AO JUDICIÁRIO, ATRAVÉS DA 
COLHEITA DE INFORMAÇÕES, ATINGIR A 
VERDADE REAL E DECIDIR ATRAVÉS DA 
LIVRE APRECIAÇÃO DAS PROVAS. 
 
DA INICIATIVA DAS PARTES 
 
O JUIZ NÃO PODE DAR INÍCIO AO 
PROCESSO DE OFÍCIO, SEM A 
PROVOCAÇÃO DA PARTE INTERESSADA. 
 
DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 
NINGUÉM SERÁ CONSIDERADO CULPADO 
ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DE 
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. 
 
DO CONTRADITÓRIO 
TER CONHECIMENTO DE TODAS AS 
PROVAS PARA EXERCER O DIREITO DE 
CONTRADIZÊ-LAS. 
DA AMPLA DEFESA 
 
POSSIBILIDADE DE APRESENTAR TODO 
TIPO (LÍCITO) DE PROVAS PARA PROVAR 
O QUE AFIRMA. 
 
DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS 
OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS 
 
SÃO INADMISSÍVEIS, DEVENDO SER 
DESENTRANHADAS DO PROCESSO, AS 
PROVAS ILÍCITAS, ASSIM ENTENDIDAS 
AS OBTIDAS EM VIOLAÇÃO A NORMAS 
CONSTITUCIONAIS OU LEGAIS. 
 
 
DA OFICIALIDADE 
 
A PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO 
DEVE SE FAZER VALER POR ÓRGÃOS 
PÚBLICOS. 
 
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24 
DA OFICIOSIDADE 
A AUTORIDADE POLICIAL E O 
MINISTÉRIO PÚBLICO, REGRA GERAL, 
TOMANDO CONHECIMENTO DA POSSÍVEL 
OCORRÊNCIA DE UM DELITO, DEVERÃO 
AGIR EX OFFICIO. 
 
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
NINGUÉM SERÁ PRIVADO DA LIBERDADE 
OU DE SEUS BENS SEM O DEVIDO 
PROCESSO LEGAL. 
 
DO “FAVOR REI” 
 
IN DUBIO PRO REO – OU SEJA – NA 
DÚVIDA ENTRE PRIVILEGIAR A 
PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO OU O 
RÉU, PREVALECE ESTE ÚLTIMO. 
DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
A ATUAÇÃO DO JUIZ DEVE SER 
COMPLETAMENTE IMPARCIAL, OU SEJA, 
DESPROVIDA DE QUALQUER INTERESSE 
PESSOAL. (HIPÓTESES DE SUSPEIÇÃO E 
IMPEDIMENTOS). 
DA INDISPONIBILIDADE 
ASSIM COMO O MP NÃO PODE DEIXAR DE 
OFERECER A DENÚNCIA QUANDO DA 
EXISTÊNCIA DE CRIME QUE SE APURA 
MEDIANTE AÇÃO PENAL PÚBLICA, 
TAMBÉM NÃO PODE DESISTIR DELA APÓS 
TÊ-LA INTERPOSTO. TAL PRECEITO 
TAMBÉM É APLICADO À AUTORIDADE 
POLICIAL NA FASE DO INQUÉRITO. 
DO JUIZ NATURAL E DO 
 
 
NINGUÉM SERÁ PROCESSADO NEM 
SENTENCIADO SENÃO PELA AUTORIDADE 
COMPETENTE. 
 
PROMOTOR NATURAL 
PUBLICIDADE 
OS ATOS PROCESSUAIS DEVEM SER 
PÚBLICOS 
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
O LITIGANTE VENCIDO, TOTAL OU 
PARCIALMENTE, TEM O DIREITO DE 
SUBMETER A MATÉRIA DECIDIDA A UMA 
NOVA APRECIAÇÃO JURISDICIO-NAL 
 
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25 
1.3 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
 
A norma processual penal possui uma eficácia (aptidão para produzir efeitos) 
que não é absoluta, encontrando limitação em determinados fatores, tais como: 
 
1 – FATORES DE ORDEM ESPACIAL � Impõem à norma a produção de seus 
efeitos em determinados lugares e em outros não. 
 
2 – FATORES DE ORDEM TEMPORAL � Impõem à norma a produção de seus 
efeitos em determinados períodos de tempo. 
Diante do exposto, vamos analisar cada um destes fatores no processo penal 
brasileiro. 
 
1.3.1 LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO 
 
Dispõe o Código de Processo Penal: 
 
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, 
por este Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, 
dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente 
da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos 
crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 
100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
 
O CPP traz para o processo penal o princípio da TTEERRRRIITTOORRIIAALLIIDDAADDEE,, 
segundo o qual a lei processual penal aplica-se a todas as infrações 
cometidas em território brasileiro. 
Apesar de deixar claro que a regra é a territorialidade, o próprio art. 1º do 
CPP traz algumas exceções à territorialidade do Código de Processo Penal. 
Vamos conhecê-las: 
 
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26 
A) OS TRATADOS, AS CONVENÇÕES E REGRAS DE DIREITO INTERNACIONAL; 
 
 
 
 
B) AS PRERROGATIVAS CONSTITUCIONAIS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
DOS MINISTROS DE ESTADO, NOS CRIMES CONEXOS COM OS DO 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA, E DOS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL, NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE (CF/88, ARTS. 86, 89, § 2O, 
E 100); 
 
 
 
 
C) OS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR. 
 
 
 
 
 
1.3.2 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
 
Este tema encontra-se definido no CPP da seguinte forma:Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo 
da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
Antes de compreendermos a abrangência do referido artigo, precisamos 
entender alguns conceitos. Vamos a eles: 
 
O ART. 124 DA CF/88 DEFINE QUE CABE A JUSTIÇA MILITAR JULGAR OS 
CRIMES MILITARES. ESSES DELITOS VÃO SER APURADOS DE ACORDO 
COM O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR E NÃO CONFORME O 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 
DETERMINADAS CONDUTAS, POR QUESTÃO DE POLÍTICA CRIMINAL, 
NÃO SÃO JULGADAS PELO JUDICIÁRIO, MAS PELO LEGISLATIVO. NO 
CASO EM TELA, TRATA-SE DE COMPETÊNCIA DO SENADO FEDERAL. 
A SUBSCRIÇÃO PELO BRASIL DE TRATADO OU CONVENÇÃO AFASTA A 
JURISDIÇÃO CRIMINAL BRASILEIRA, FAZENDO COM QUE 
DETERMINADOS CRIMES SEJAM APRECIADOS POR TRIBUNAIS 
ESTRANGEIROS. 
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27 
� ATIVIDADE � Período situado entre a entrada em vigor e a 
revogação de uma lei durante o qual ela está produzindo efeitos. 
 
� EXTRATIVIDADE � É a incidência de uma lei fora do seu período de 
vigência. Cabe ressaltar que se atinge atos anteriores à sua entrada 
em vigor atribuímos o nome RETROATIVIDADE. Diferentemente, caso 
produza efeitos após sua revogação, damos o nome de 
ULTRATIVIDADE. 
 
RESUMINDO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entendidos os conceitos, podemos iniciar a análise do art. 2º, segundo o 
qual, conforme vimos, “a lei processual aplicar-se-á DESDE LOGO, sem 
prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”. 
Quando lemos este artigo, fica claro que o legislador adotou o princípio da 
aplicação imediata das normas processuais, aplicando aos fatos a lei que 
estiver em vigor no dia em que ele foi praticado (tempus regit actum). 
Assim, pergunto: 
Se a lei processual penal é mais benéfica para o réu, ela vai retroagir??? 
Se você respondeu “SIM, claro, isso está na Constituição”, a resposta 
estááááá....INCORRETA!!! O que encontramos na Carta Magna é: 
 
 
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28 
Art. 5º 
[...] 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; (grifo 
nosso). 
 
Perceba que a CF/88 fala da retroação da lei penal e não da processual 
penal. 
A retroatividade existe, no entanto, sob outro aspecto. As normas 
processuais penais serão aplicadas aos processos em andamento, ainda 
que o fato tenha ocorrido antes de sua entrada em vigor e mesmo que seja 
em prejuízo do réu. 
Podemos exemplificar esta situação da seguinte forma: Tício praticou um 
crime hediondo e, na data do fato havia a possibilidade de concessão de 
fiança e liberdade provisória. Após alguns meses, durante o processo penal 
de Tício, veio lei estabelecer que para crimes hediondos não será possível os 
dois institutos anteriormente citados. 
Conforme dito, a nova lei atingirá o processo de Tício, mesmo sendo em 
prejuízo do réu... ou seja... no caso de questões em prova que exijam o 
conhecimento da aplicação da lei processual penal no tempo em processos 
que estejam em andamento, se ela prejudica o Réu, AZAR o dele!!! 
 
Assim, as consequências para o ordenamento jurídico da regra instituída 
pelo Art. 2º são: 
 
� OS ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA LEI 
REVOGADA NÃO ESTARÃO INVALIDADOS EM VIRTUDE DO ADVENTO DE NOVA 
LEI, AINDA QUE IMPORTE ESTA EM BENEFÍCIO AO ACUSADO. 
� A NOVA NORMA PROCESSUAL TERÁ APLICAÇÃO IMEDIATA, NÃO IMPORTANDO, 
ABSOLUTAMENTE, SE O FATO OBJETO DO PROCESSO CRIMINAL FOI 
PRATICADO ANTES OU DEPOIS DE SUA VIGÊNCIA 
 
Observe o esquema: 
 
 
 
 
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29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL 
 
De acordo com Alberto Marques: “... a interpretação é a operação intelectual 
que determina o sentido e o alcance da norma jurídica. Determinar o alcance da 
norma significa determinar a que casos ela se aplica. Determinar o sentido da 
norma significa apurar qual a solução que a norma preconiza para o caso em 
exame”. 
O tema interpretação é tratado pelo Código de Processo Penal nos seguintes 
termos: 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e 
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais 
de direito 
 
Vamos agora desmembrar o Art. 3º e entendê-lo: A lei processual penal 
admitirá: 
 
� INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA ���� Ocorre quando o intérprete 
percebe que a letra escrita da lei ficou aquém de sua vontade, ou seja, 
a lei disse menos do que queria e a interpretação vai ampliar seu 
significado. Vejamos o seguinte julgado do STJ em que encontramos 
um exemplo claro de interpretação extensiva. 
NORMA 01 
NORMA 02 (APLICAÇÃO) 
PPRROOCCEESSSSOO PPEENNAALL EEMM AANNDDAAMMEENNTTOO 
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� APLICAÇÃO ANALÓGICA ���� A analogia consiste em aplicar a uma 
hipótese não prevista em lei a disposição relativa a um caso 
semelhante. 
Exemplo: O legislador, através da lei A, regulou o fato B. O julgador 
precisa decidir o fato C. Procura e não encontra no direito positivo uma 
lei adequada a esse fato. Percebe, porém, que há pontos de 
semelhança entre o fato B (regulado) e o fato C (não regulado). Então, 
através da analogia, aplica ao fato C a lei A. 
 
� SUPLEMENTO DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO � Na lição 
de Carlos Roberto Gonçalves, “são regras que se encontram na 
consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo que não 
escritas.” 
 
 
 
 
 
LEP (Lei de Execuções Penais) Lei nº 7210/84 
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, 
pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena. (grifei) 
 
STJ – HC 58926/SP - DJ 16.10.2006 
1. A Lei de Execução Penal busca a reinserção do recluso no convívio social e evidencia, nos 
termos de seu art. 28, a importância do trabalho para o alcance de tal objetivo. 
2. O art. 126, caput, da referida Lei, integra essa concepção de incentivo ao trabalho, uma vez 
que, além de sua finalidade educativa e ressocializadora, tem outro aspecto importante que é o 
da atenuação de parte da pena privativa de liberdade através da redução que é feita à razão de 
um dia de pena por três dias de trabalho (remição da pena). 
3. A interpretação extensiva do vocábulo 'trabalho', para alcançar também a atividade 
estudantil, não afronta o art. 126 da Lei de Execução Penal. É que a legislação, com o 
objetivo de ressocializar o condenado para o fim de remição da pena, abrange o estudo, em face 
da sua inegável relevância para a recuperação social dos encarcerados. 
4. Ordem concedida para assegurar ao paciente o direito à remição da pena em relação aos dias 
de estudo efetivamente cursados. 
 
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Por enquanto é “só”! 
 
Espero revê-lo (a) em nossa primeira aula. 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
“Sonhar é preciso, agir na direção da realização deum sonho é fundamental.” 
 
 
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PPRRIINNCCIIPPAAIISS AARRTTIIGGOOSS TTRRAATTAADDOOSS NNAA AAUULLAA 
 
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este 
Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros 
de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos 
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade 
(Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade 
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
 
1. (Adaptada / Juiz - TJ-MS / 2015) Com relação ao Princípio 
Constitucional da Publicidade, com correspondência no Código de 
Processo Penal, é correto afirmar que 
 
a) a publicidade ampla e a publicidade restrita não constituem regras de maior 
ou menor valor no processo penal, cabendo ao poder discricionário do juiz a 
preservação da intimidade dos sujeitos processuais. 
b) a publicidade restrita tem regramento pela legislação infraconstitucional e 
não foi recepcionada pela Constituição Federal, que normatiza a publicidade 
ampla dos atos processuais como garantia absoluta do indivíduo. 
c) de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, com nova 
redação dada pela EC 45/2004, os atos processuais serão públicos, sob pena de 
nulidade, cabendo ao juiz limitar a presença, nas audiências, de partes e 
advogados. 
d) a publicidade restrita é regra geral dos atos processuais, ao passo que a 
publicidade ampla é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, 
dependendo de decisão judicial no caso concreto. 
e) a publicidade ampla é regra geral dos atos processuais, ao passo que a 
publicidade restrita é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, 
dependendo de decisão judicial no caso concreto. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: O princípio da publicidade encontra exceções previstas na 
Constituição Federal e também na legislação infraconstitucional. Assim, a 
doutrina classifica a publicidade em plena (ampla, popular, imediata ou geral) e 
restrita (especial, mediata, interna ou para as partes). 
A primeira refere-se a publicidade sem exceções (ampla), quando os atos 
podem ser assistidos por qualquer pessoa, abertos a todo o público. Esta é a 
regra geral, devendo qualquer hipótese de restrição ser expressamente prevista 
em lei. 
A publicidade restrita se apresenta quando um número reduzido de pessoas ou 
apenas as partes e seus defensores podem estar presentes aos atos do 
processo. Tal limitação a regra geral da publicidade popular encontra amparo 
quando o decoro, a defesa da intimidade e o interesse social aconselhem que 
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não sejam divulgados determinados atos, também a fim de evitar escândalos, 
inconvenientes graves ou perigo de perturbação da ordem. 
 
2. (Adaptada / Escrivão - PC-CE / 2015) No que diz respeito às 
disposições constitucionais aplicáveis ao processo penal, é correto 
afirmar que 
 
a) ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime impropriamente militar, definidos em lei. 
b) a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa 
da intimidade ou o interesse social o exigirem. 
c) não será admitida ação privada nos crimes de ação penal pública 
d) ninguém será considerado culpado até a publicação de sentença penal 
condenatória. 
e) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por 
seu interrogatório policial, salvo as hipóteses em que a identificação colocar em 
risco a atividade policial. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as assertivas, com base no art. 5º da 
Constituição Federal. 
Alternativa “A” � LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos 
casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
(ERRADA) 
Alternativa “B” � LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
(CORRETA) 
Alternativa “C” � LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, 
se esta não for intentada no prazo legal; (ERRADA) 
Alternativa “D” � LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória; (ERRADA) 
Alternativa “E” � LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis 
por sua prisão ou por seu interrogatório policial; (ERRADA) 
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3. (Adaptada / Juiz - TJ-PB / 2013) A lei processual penal posterior 
que, de qualquer modo, favoreça o agente deverá ser aplicada aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada 
em julgado. 
 
Errada. No caso da lei processual penal, serão utilizados os dispositivos que 
estiverem vigendo na data do julgamento, ainda que outra lei PROCESSUAL 
dispusesse de modo diverso a época do fato. Ressalta-se que os atos praticados 
não precisam ser repetidos caso haja mudança na lei. 
 
4. (Adaptada / Juiz - TJ-PB / 2013) De acordo com o entendimento 
majoritário, a lei processual penal posterior e mais gravosa ao réu não 
deve ser aplicada a fatos cometidos na vigência de norma anterior, em 
decorrência do princípio tempus regit actum. 
 
Errada. A lei processual penal rege-se pelo princípio da aplicação imediata. 
 
5. (Adaptada / Advogado - Nossa Caixa / 2011) A regra que, no 
processo penal, atribui à acusação, que apresenta a imputação em juízo 
através de denúncia ou de queixa- crime, o ônus da prova é decorrência 
do princípio 
 
a) do contraditório. 
b) do devido processo legal. 
c) do Promotor natural. 
d) da ampla defesa. 
e) da presunção de inocência. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIO: Segundo o princípio da presunção de inocência (ou da não 
culpabilidade), o reconhecimento da autoria de uma infração criminal pressupõe 
sentença condenatória transitada em julgado. 
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Assim, antes desse marco, todos são presumivelmente inocentes, cabendo à 
acusação o ônus probatório em sentido contrário. 
 
6. (Adaptada/ Analista Judiciário - TJ-PA / 2009) A nova lei processual 
penal 
 
A) é de incidência imediata, pouco importando a faseem que esteja o processo. 
B) não é aplicável aos processos, ainda em curso, iniciados na vigência da lei 
processual anterior. 
C) não é aplicável aos processos de rito ordinário, ainda em andamento, 
quando de sua vigência. 
D) é aplicável, inclusive, aos processos já findos. 
E) é aplicável somente aos processos, ainda em curso, da competência do 
Tribunal do Júri. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: questão que exige o conhecimento da aplicabilidade da lei 
processual. Como vimos, no processo penal a incidência é imediata. 
 
7. (Adaptada / Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) Relativamente aos 
princípios processuais penais, é incorreto afirmar que: 
 
A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de dúvida o 
réu seja absolvido. 
B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos criminais em 
andamento não sejam considerados como maus antecedentes para efeito de 
fixação de pena. 
C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa 
técnica se manifeste depois da acusação e antes da decisão judicial, seja nas 
alegações finais escritas, seja nas alegações orais. 
D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos 
em que o co-réu possui foro por prerrogativa de função quando o réu deveria 
ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau. 
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E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível 
que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única disponível para a acusação 
e o crime imputado seja considerado hediondo. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: A única alternativa incorreta é a “E”, pois, como vimos, o 
princípio da vedação de provas ilícitas só é excepcionado em favor do RÉU, 
quando for a única prova existente para que este comprove sua inocência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS 
 
1. (Adaptada / Juiz - TJ-MS / 2015) Com relação ao Princípio 
Constitucional da Publicidade, com correspondência no Código de 
Processo Penal, é correto afirmar que 
 
a) a publicidade ampla e a publicidade restrita não constituem regras de maior 
ou menor valor no processo penal, cabendo ao poder discricionário do juiz a 
preservação da intimidade dos sujeitos processuais. 
b) a publicidade restrita tem regramento pela legislação infraconstitucional e 
não foi recepcionada pela Constituição Federal, que normatiza a publicidade 
ampla dos atos processuais como garantia absoluta do indivíduo. 
c) de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, com nova 
redação dada pela EC 45/2004, os atos processuais serão públicos, sob pena de 
nulidade, cabendo ao juiz limitar a presença, nas audiências, de partes e 
advogados. 
d) a publicidade restrita é regra geral dos atos processuais, ao passo que a 
publicidade ampla é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, 
dependendo de decisão judicial no caso concreto. 
e) a publicidade ampla é regra geral dos atos processuais, ao passo que a 
publicidade restrita é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, 
dependendo de decisão judicial no caso concreto. 
 
2. (Adaptada / Escrivão - PC-CE / 2015) No que diz respeito às 
disposições constitucionais aplicáveis ao processo penal, é correto 
afirmar que 
 
a) ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime impropriamente militar, definidos em lei. 
b) a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa 
da intimidade ou o interesse social o exigirem. 
c) não será admitida ação privada nos crimes de ação penal pública 
d) ninguém será considerado culpado até a publicação de sentença penal 
condenatória. 
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e) o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por 
seu interrogatório policial, salvo as hipóteses em que a identificação colocar em 
risco a atividade policial. 
 
3. (Adaptada / Juiz - TJ-PB / 2013) A lei processual penal posterior 
que, de qualquer modo, favoreça o agente deverá ser aplicada aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada 
em julgado. 
 
4. (Adaptada / Juiz - TJ-PB / 2013) De acordo com o entendimento 
majoritário, a lei processual penal posterior e mais gravosa ao réu não 
deve ser aplicada a fatos cometidos na vigência de norma anterior, em 
decorrência do princípio tempus regit actum. 
 
5. (Adaptada / Advogado - Nossa Caixa / 2011) A regra que, no 
processo penal, atribui à acusação, que apresenta a imputação em juízo 
através de denúncia ou de queixa- crime, o ônus da prova é decorrência 
do princípio 
 
a) do contraditório. 
b) do devido processo legal. 
c) do Promotor natural. 
d) da ampla defesa. 
e) da presunção de inocência. 
 
6. (Adaptada/ Analista Judiciário - TJ-PA / 2009) A nova lei processual 
penal 
 
A) é de incidência imediata, pouco importando a fase em que esteja o processo. 
B) não é aplicável aos processos, ainda em curso, iniciados na vigência da lei 
processual anterior. 
C) não é aplicável aos processos de rito ordinário, ainda em andamento, 
quando de sua vigência. 
D) é aplicável, inclusive, aos processos já findos. 
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E) é aplicável somente aos processos, ainda em curso, da competência do 
Tribunal do Júri. 
 
7. (Adaptada / Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) Relativamente aos 
princípios processuais penais, é incorreto afirmar que: 
 
A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de dúvida o 
réu seja absolvido. 
B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos criminais em 
andamento não sejam considerados como maus antecedentes para efeito de 
fixação de pena. 
C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa 
técnica se manifeste depois da acusação e antes da decisão judicial, seja nas 
alegações finais escritas, seja nas alegações orais. 
D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos 
em que o co-réu possui foro por prerrogativa de função quando o réu deveria 
ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau. 
E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível 
que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única disponível para a acusação 
e o crime imputado seja considerado hediondo. 
 
GABARITO 
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3-E 4-E 
5-E 6-A 
7-E *****

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