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Resumo Geral do Segundo Semestre do curso de Direito (Estácio)

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Ciência Política- 
Aula 1: Introdução. 
Aula 2- Filosofia, Discurso e Fenômeno Estatal. 
A filosofia política lida com: Abstração – Essência; 
Já a Ciência Política lida com: Fato, Evento, Previsão e Líderes. 
Discurso
É caracterizado pela construção discursiva que busca o convencimento de um determinado grupo em assuntos de interesse coletivo. 
	Ele tem a pretensão de expressar uma fala coletiva que procura se impuser como uma linha argumentativa em favor dos interesses da comunidade. 
	Por isso, o discurso político necessita, para a sua sobrevivência, impor sua verdade a muitos, embora, ao mesmo tempo ele esteja ameaçado de não conseguir, pois concorre com vários discursos. 
Discurso político e a ação 
	O discurso político não esgota, de forma alguma, todo o conceito de política, mas não há política sem discurso. A linguagem é o que motiva a ação, orientando-a e lhe concedendo sentido. A ação política e o discurso político estão indissociavelmente ligados. 
	Estando intrinsecamente ligado à organização da vida social, o discurso é simultaneamente: A) Lugar de engajamento político do sujeito; B) Justificação para seu posicionamento; C) Influência para o outro. 
Composição 
	Razão (logos) – Esse tipo pertence ao puro raciocínio e funda-se sobre as faculdades intelectuais, estando voltado para o estabelecimento da verdade. Obtém-se a persuasão através de argumentos que levam o auditório a acreditar que a perspectiva do orador é correta. 
	Emoção (pathos) – Funda-se sobre os deslocamentos emocionais estando voltado para o auditório. Assim, aquele que discursa deverá ser capaz de produzir um discurso que empolgue e impressione os ouvintes, que mobilize esses sentimentos e emoções. 
	Autoridade (ethos) – Este é o tipo de argumentação em que o discurso do orador põem em destaque a virtude do seu caráter. A persuasão é obtida quando o discurso é proferido de maneira a deixar no auditório a impressão de que o caráter do orador concede dignidade. 
Discurso e Democracia 
Quanto mais pessoas em diferentes espaços se interessam por externar suas posições políticas, mais democrática tende a ser a sociedade. 
Elemento fundador da política, residindo na ágora e do direito. 
De um regime oligárquico passasse a um democrático. 
Fenômeno Estatal 
A definição para “Estado” depende do telos (finalidade) que a ele se objetiva dar. 
Maquiavel foi o primeiro a fazer uso da palavra a partir do exercício do poder: “Todos os Estados, todos os domínios que tem tudo ou tem império sobre os homens são Estados, e são repúblicas ou principados”. 
A palavra estado, derivado do latim status, de modo abrangente significa a condição ou o específico modo de ser de alguma coisa, isto é, como esta se situa ou qual é a sua situação. 
No sentido vinculado a uma perspectiva política, pode ser pensado como um determinado território próprio e independente onde habita um determinado povo, governado por representantes políticos sob a égide de um sistema de instituições políticas, jurídicas, administrativas, econômicas e policiais. 
Segundo George Jellinek: “a corporação de um povo assentada num determinado território e dotada de um poder originário de mando”. 
Aula 3 e 4 - Origem do Estado 
Pelas teorias naturalistas o ser humano seria naturalmente gregário, e sua associação com os outros seres humanos, de maneira organizada ou não, é que estaria na origem da ideia contemporânea de estado. 
Nesta via, o ser humano é um animal político inclinado a fazer parte de uma polis. Para os naturalistas a cidade procede a família e até mesmo o indivíduo, tendo vista que responde a um impulso social natural do ser humano. 
É consenso entre os adeptos das teorias naturalistas da contemporaneidade que viver em sociedade é algo natural e inerente ao ser humano, não apenas em busca da sobrevivência, mas também o bem-estar e as facilidades da vida em grupo. A sociedade é um fato natural. 
Estado de Natureza 
É uma situação hipotética, imaginada por certos filósofos, na qual se encontrariam os homens antes de se organizarem em sociedade. 
Hobbes e a fundamentação do Estado Absolutista 
Primeiro contratualista, entendia que o homem é movido por inclinações inatas, sendo que: 
Se por um lado, o orgulho e a vaidade o levam a que deseje ardentemente a glória; 
Por outro lado, é ele assediado de uma forma igualmente apaixonada pelo desejo de se conservar vivo, o que o leva a temer de forma profunda a morte. 
Estado de Natureza de Hobbes 
Éramos governados pelo direito de natureza, ou seja, na ausência de normas e leis, o direito de natureza seria o direito de todos os homens sobre todas as coisas e também sobre todos, isso geraria o “homem em lobo do próprio homem” e acarretaria um estado de guerra perpétuo, que ele definiu como “guerra de todos contra todos”. 
Contrato Hobbesiano 
O homem com medo de morrer substitui o direito de natureza pela lex naturalis (lei natural ou direito natural), que tem como regra primeira e fundamental manter a paz. 
A percepção que o uso ilimitado da sua liberdade original poderia conduzi-lo à autodestruição fez com que o homem procurasse a paz. 
A sociabilidade é artificialmente criada para tornar possível a manutenção da vida.
Características 
Trata-se de uma delegação de poder expressa por cada um daqueles que formarão o corpo social, a fim de que, cada um, abdicando de seu direito de se autogovernar, autorize o soberano a governa-lo, sempre na condição de que os demais contratantes façam o mesmo. 
O contratante escolhido não é signatário do acordo, mas a pessoa que receberá a delegação para o exercício do poder delegado. 
A partir daí, forma-se o conceito de um Estado Absoluto, que tem todo direito sobre o indivíduo e nenhum dever. 
Finalidade 
Representar os cidadãos, que abdicaram seus direitos. 
Assegurar a ordem, só um Estado enérgico pode controlar um indivíduo enérgico. 
Ser a única fonte da lei. 
O dever a obediência não é ilimitado e absoluto e cessa quando pesa sobre a vida e liberdade. 
Hobbes foi responsável pela invenção do absolutismo monárquico e serviu de influência para o Ato Patriótico (presente na CF dos Estados Unidos, diz que se pode suspender todo processo legal caso haja ameaça de terrorismo). 
Locke e o Estado Liberal 
Estado Natural 
A família e a propriedade caracterizam a existência efetiva do Estado Natural. Não se caracteriza por um estado pré-social, mas um estado racional. 
Em estado de natureza os homens possuem direitos inatos à vida, liberdade e propriedade bem como a faculdade de castigar qualquer ofensa. 
A pergunta que surge é: por que seria necessário passar do estado de natureza para um estado civil, se o primeiro já teria por pressuposto os direitos à liberdade, à vida e à propriedade? 
Segundo Locke, como a fraqueza humana levaria a comportamentos contra natura e a lei não escrita (lei natural) está sujeita a contestações, os homens decidiram cindir a sua comunidade em sociedades civis particulares, a fim de salvaguardar os seus direitos naturais. 
A passagem para o estado civil, então, opera-se pela convenção voluntária de um contrato que, ao contrário daquele previsto por Hobbes, parece manter um vínculo de continuidade com o estado natural. 
O indivíduo não aliena todos os seus direitos, pois ao confiar o cuidado da sua salvaguarda às leis, cede tão somente o seu direito de punir. 
E caso o governo não tenha a capacidade de garantir a vida, liberdade e propriedade o povo tem direito de rebelião. 
Locke foi o teórico do liberalismo e da monarquia constitucional. Também existe na concepção lockena a divisão entre o executivo e o legislativo, e a formação do Parlamento. 
Rousseau e o Estado democrático-plebiscitário
Estado Natural 
Não existiriam agregações sociais e nem mesmo famílias. Afirma que o homem é naturalmente bom, pois não existe perversidade no coração humano e os primeiros movimentos da natureza são sempre retos. 
OBS: Essa bondade não seria um valor ético, poisse situa aquém do bem e do mal. Seria uma moral natural, uma inocência original. 
Então o Estado Natural de Rousseau se configura como reino da liberdade, da espontaneidade, da moralidade (natural) e também da felicidade do homem. 
Perfectibilidade 
 Outro ponto que Rousseau atribui ao homem, a faculdade de se aperfeiçoar. 
A formação de grupos sociais acaba por corromper o homem. 
Graças às alterações climáticas, por exemplo, deu-se início a necessidade de se associar a grupos. Associados a grupos, o homem compara-se aos semelhantes e desenvolve capacidade de raciocínio. 
Surge então a desigualdade moral ou política, que diferente da natural ou física que é considerada por Rousseau normal, é a fonte de todo o problema, sendo a geradora da exploração do homem pelo homem e encontra sal expressão na propriedade. 
As leis, segundo Rousseau, são grilhões impostos aos pobres pelos mais ricos, destruindo irrevogavelmente a liberdade natural. 
O objetivo seria equiparar o Estado atual ao de natureza, para que o homem recupere sua liberdade. 
O contrato Social de Rousseau é o ato convencional que tem por pressuposto estabelecer uma comunidade política fundamentada na soberania do povo, única fonte legítima de poder. 
Vontade Geral 
Vontade do corpo social que é o meio do povo exercer sua autoridade soberana. Só será alcançada a partir da renúncia da vontade coletivista de cada um. 
A manifestação do povo somente por der considerada vontade geral quando, ao mesmo tempo, é expressão da maioria, em tema cuja descrição na arena pública envolva temática de interesse da cidadania. 
A democracia rousseuniana é uma democracia direta, por via de plebiscito. 
E caso a vontade do indivíduo seja diferente da Vontade Geral, ele será “forçado a ser livre”. 
Outras Teorias: 
Coletivistas: 
A concepção moral do Estado; 
Friedrich Hegll: Estado extremamente autoritário, não respeitando nem a vida privada do indivíduo, sendo um todo ético organizado, tanto a família, como a sociedade civil são abstrações que praticamente inexistem em face da única realidade materializada, ou seja, o Estado. 
A concepção sociológica do Estado 
Em Marx, o Estado somente poderia ser explicado historicamente à luz do desenvolvimento do corpo social, em um ambiente de antagonismo entre classes sociais. Assim, o surgimento do Estado é um imperativo para que os interesses de uma dada classe se façam valer no mundo dos fatos.
Teoria do Estado de Direito: a concepção jurídica do Estado 
Hans Kelsen acreditava que o poder, caráter substancial do Estado, decorre do próprio Direto. Sendo assim, o Estado vai se configurar como um organismo de caráter político, mas que depende do Direito para regular as relações sociais, bem como a correta aplicação da força. Se o Direito é natural decorrência do fenômeno estatal, no chamado Estado de Direito é também, e de forma concomitante, o instrumento pelo qual o Estado atua de forma legítima e não arbitrária. 
Aula 5: A configuração do Estado moderno e o território como elemento essencial. 
Elementos Essências para um Estado
Povo, território e soberania (uma e indivisível). 
Estado Moderno – é aquele que se mostrou dotado de um poder soberano e independente de quaisquer outros poderes, exercido dentre das fronteiras do seu território e sal população. 
O Estado Medieval aparece como precursor do Estado Moderno. 
Característica: 
Não havia centralização do poder, O indivíduo recebia ordens dos mais diversos lugares: rei, igreja, as corporações do ofício. 
A paz de Westfália (1648) – Conjunto de tratados que deram fim a Guerra de 30 anos. Pacto Internacional estabelecendo a paz. Também é o início do Direito Internacional Público, pois reconhecia que existiam Estados além do próprio e cada um tinha, além da sua soberania, direitos e deveres com outros Estados. 
Soberania Una. Estado > Igreja.
Território 
Limites dentro dos quais o Estado exerce sua soberania. Segundo Ferrucio Pergolesi, “é a parte do globo terrestre na qual se acha efetivamente fixado o elemento populacional, com exclusão de soberania de qualquer outro Estado”. 
Características: 
	Multidimensional: Em essência, este conceito de território, enquanto delimitação espacial do poder, projeta a ideia de que a soberania se estende sobre: solo, subsolo, águas interiores, mar territorial e o espaço aéreo sobrejacente. 
	Descontínuo: Pode-se considerar território de um Estado: porção de terra/água e afins que estiverem sob a sua soberania mesmo que não estiverem ligados ao seu território principal. Ex. Paquetá, Ilha Grande; Ilhas Malvinas. 
 
 
Aula 6 Povo: Traços e Características 
Povo Conjunto de indivíduos que em um dado momento se unem para construir o Estado, estabelecendo assim, um vínculo de caráter permanente. Fundadores e Soberanos na condução. 
População Povo é um conceito jurídico-político, sendo menos abrangente que população. População pode ser conceituada como mera expressão numérica, demográfica ou econômica, que abrange o conjunto de pessoas que vivem no território do Estado ou se encontra temporariamente nele. 
Pode existir povo sem ser população, ou seja, fora do país (ex. brasileiros que votaram nas eleições presidenciais, mesmo estando nos Estados Unidos) ou estrangeiros que residem no território ou estão de passagem. 
Nação Refere-se a uma coletividade geral que se sente unida por laços linguísticos, origem comum, cultura, religião, interesses, ideias e aspirações em comum. Tem relação com Identidade, sentimentos e etnias. Ex. Nordestinos de 1° ou 2° grau que residem no Sudeste ou Judeus que viveram na década de 40, antes da formação do Estado de Israel. 
Aula 7 - Soberania 
Pode ser conceituada como Interna ou Externa 
Internamente, o conceito de soberania acaba por expressar uma específica situação de quem comanda, ou seja, a plenitude da capacidade de direito em relação aos demais poderes dentro do Estado. 
Externamente, significa o atributo que possui o Estado Nacional de não ser submetido às vontades estatais estrangeiras, já que situado em posição de igualdade para com elas. 
Essa soberania também pode ser: Espiritual (emanada da religião) ou Temporal (laica). 
Evolução histórica do Conceito: A concepção medieval do Estado tinha sua pedra angular pautada na dualidade, de um lado, envolvendo a autoridade divina, extra e supraterrânea, mas com firme ponto de penetração dentro da atividade política terrena. De outro lado, a autoridade crescente dos novos monarcas surgidos com a desintegração dos antigos feudos.
Vigorava a concepção Espiritual, de que a fé e razão seriam a mesma coisa e teria uma estrutura: Deus> Igreja> Rei>Instituições> Povo. 
Santo Tomás de Aquino: Nesse contexto que aparece Santo Tomás de Aquino, que tem importante influencia, pois divide fé de razão, criando duas linhas de soberania possíveis. Espiritual: Deus e Igreja; Temporal: Rei, Instituição e Povo. 
Jean Bodin: Embora essa teoria ganhasse espaço, o vínculo religioso não se encerrou. Continuava presente fortemente nas instituições. Mediante a essa situação, Jean Bodin, vai apontar para a radicalização do caráter absoluto da soberania no exercício do poder. Dos seus ensinamentos é possível extrair a soberania como um elemento essencial do Estado, que auxiliou a elevá-la ao patamar de verdadeiro dogma do Direito Público, elemento irrefutável dentro do ordenamento político- jurídico do Estado. Para Bodin, a soberania é uma, indivisível, irrevogável, perpétua, indelegável, ou seja, é um poder supremo que não pode ser desafiado por qualquer tipo de oposição. 
Thomas Hobbes: Fundador do contratualismo, Hobbes tinha por objetivo legitimar a supremacia do monarca perante seus súditos, tendo em vista que esse (o monarca) tinha o objetivo de emancipar-se da autoridade papal e negociar com liberdade. Ou seja, para Hobbes essa soberania não é relativa ou negociável. Sai da pessoa de Deus para a pessoa do monarca. 
John Locke 
Locke desenvolveu uma teoria política ainda influente.Para ele a soberania não residia nem no monarca, nem no Estado, mas na população. O estado somente é merecedor de respeito se ele respeita as leis civis e naturais. A esfera de soberania sai do rei e passa para o parlamento. 
Rousseau: Defende que a ideia de que a soberania do povo é inalienável e indivisível. Assim, com a predominância da vontade popular (ou vontade geral), ocorre o deslocamento da vontade para o povo, recusando-se qualquer limite a esta. 
Hans Kelsen: Conceitua que a soberania reside nas leis. Uma boa sociedade passa por boas leis. Soberania é a fonte da lei. 
Welfare State (Estado de Bem-Estar Social): Pós crise de 1929, o Estado Liberal entrou em colapso dando início assim ao Estado criado por Keynes, O Estado de Bem-Estar Social que visa a interferência do Estado nas relações entre patrão-empregado ou em momentos de crise, com o objetivo de proteger o lado mais fraco dessa negociação, o trabalhador. Antes o que era visto como relação privado, passa a ser regulamentada pelo estado (salário mínimo, justiça do trabalho). Foi um fator externo que teve influências na sociedade brasileira, no âmbito interno. 
Neoliberalismo (1970): Depois do Estado de Bem-Estar Social entrar em decadência, um novo liberalismo passa a ser empregado visando a diminuição de direitos conquistados durantes o período anterior, argumentando que o Estado tinha interferido demais nas relações particulares. 
Aula 8 – A separação dos poderes e as clássicas formas de Estado
Estado e Governo: A classificação em regimes políticos democráticos ou autocráticos leva em consideração a participação ou não do povo na formulação das políticas públicas, na decisão das questões fundamentais do Estado, na legitimação do sistema jurídico e na produção normativa constitucional e infraconstitucional. 
A separação de poderes e o sistema de freios e contrapesos – O sistema de freios e contrapesos propicia o controle recíproco entre os poderes da União, de modo a evitar a predominância cêntrica de um deles sobre os demais, e preservando entre eles uma relação de necessário equilíbrio. 
Com efeito, a separação de poderes é instrumento necessário para limitar o poder abusivo do Estado, sendo, por isso mesmo, juntamente com a proteção dos direitos fundamentais, uma das bases sobre a qual repousa o Estado Democrático de Direito.
Portanto, é importante compreender que os dois grandes pilares de sustentabilidade do Estado Democrático de Direito são exatamente: 
A garantia dos direitos fundamentais do cidadão comum diante do Estado; 
A separação de poderes, com a garantia de poderes harmônicos e independentes entre si, sem predominância cêntrica de nenhum deles. 
É nesse sentido que o mecanismo de freios e contrapesos surge como instrumento de harmonização de poderes, na medida em que viabiliza o controle recíproco entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. 
Formas de Estado: a) Estado Unitário; b) Estado Federal. 
Tal classificação é feita levando-se em consideração o modo de exercício do poder no território do Estado. Ou seja, o elemento que caracteriza a forma de Estado é a existência ou não de poderes regionais com capacidade de auto-organização política, administrativa e financeira. 
Estado Unitário: é caracterizado pela unidade de poder político, ou seja, existe uma só fonte normativa para todo o território do Estado, inexistindo a descentralização política. Os três poderes são todos centrais, inexistindo seus congêneres em âmbito regional ou local, caracterizando assim a centralização política. 
Mas isso não quer dizer que o Estado Unitário não possa oferecer descentralização administrativa, gerando, pois, relativa autonomia para municípios, províncias e afins. Tais subdivisões, decorrentes da descentralização administrativa, têm autoridade legislativa para elaborar leis peculiares a essas regiões, mas, não têm autonomia política. São pequenas Câmaras eleitas para tratar das suas peculiaridades.
Estado Federal: O federalismo é instituto jurídico de origem estadunidense. O conceito de federalismo é, basicamente, estados autônomos que estão submetidos a uma constituição, porém a formação desse conceito passou por um processo histórico que tem a ver com a independência norte-americana. 
Na declaração de independência da Virgínia de 1776 os estados americanos se encontravam numa confederação, sendo as treze colônias independentes e soberanas. Só depois, graças a Convenção de Filadélfia em 1787, um novo modelo de forma de Estado (a federação) no qual os Estados membros não são mais soberanos, apenas autônomos com plena capacidade de auto-organização político-administrativa, porém, sem o direito de secessão, isto é, sem o direito de separar-se da União. 
Distinção entre Federação ou Confederação 
O pacto confederal é dissolúvel, pois a Confederação é a União de Estados Soberanos, enquanto que o pacto federal é indissolúvel, vez que a Federação é a União de Estados autônomos, mas subordinados.
Na Federação, o vínculo que une os entes federativos é a Constituição, enquanto na Confederação o vínculo que une os Estados confederados é um Tratado, que pode ser denunciado a qualquer momento. 
Federação se caracteriza pela unidade de soberania e pluralidade de autonomias (Estados membros são autônomos, porém não são soberanos), enquanto que a confederação de Estados se caracteriza pela multiplicidade de soberania. 
Distinção entre as versões de federalismo 
A origem da formação do federalismo pode se dar de duas formas: 
Centrípeta, como no caso norte-americano. É a passagem de um Estado composto confederal para um Estado simples Federal. Ou seja, uma força que vem de fora para o centro. 
Centrífuga, como no caso brasileiro. Dá-se a partir da passagem de um Estado Simples Unitário para um Simples Federal. Ou seja, a força vai do centro para fora. 
Aula 9 – As formas clássicas de governo 
O próximo passo é analisar as formas clássicas de governo (Monarquia e República). Tal divisão é feita levando-se em conta o modo pelo qual se dá a instituição do poder na sociedade. 
Faz-se necessário antes a distinção do conceito de Aristóteles e Maquiavel. 
A classificação de Aristóteles é a mais antiga e tinha por base o número de governantes e a forma pura ou impura de governar. Tem assim, dupla dimensão: a base moral (formas puras e impuras de governo) e a base numérica de governantes (de um só, de vários ou de todos). 
Sendo assim, combinando-se os dois critérios temos: 
Formas puras (buscam o interesse geral):
Monarquia – Governo de um só;
Aristocracia – Governo de vários;
Democracia – Governo do povo.
Formas impuras (buscam conveniências particulares):
Tirania – corrupção da monarquia; 
Oligarquia – corrupção da aristocracia;
Demagogia – corrupção da democracia. 
Já Maquiavel, por sua vez, rejeita a distinção entre formas puras e impuras. Para ele, a classificação deve partir da ideia de que os governos se sucedem em ciclos, sendo inútil diferi-los em bons ou maus. Para ele o que ocorre são os chamados ciclos de governo. 
Estado anárquico – origem da sociedade;
Monarquia – que era inicialmente eletiva (escolha do mais justo e sensato), posteriormente transforma-se em monarquia hereditária;
Tirania – degeneração dos herdeiros da monarquia; 
Aristocracia – para combater a tirania, os mais ricos e nobres organizam conspiração e tomam o poder, que por horror ao governo de um só, criam o governo puro de alguns; 
Oligarquia – os descendentes dos governantes aristocratas, por que não terem sofrido com a tirania, afastam-se do bem comum e passam a governar para benefício de um grupo; 
Democracia ou República – o povo não suportando mais os descalabros da oligarquia, resolve governa-se a si mesmo. 
Volta da anarquia – a transformação em demagogia fazer retornar ao Estado anárquico do início do ciclo
O problema se torna a sucessão. 
Para Dallaria, a única maneira de se evitarem as degenerações seria a conjugação da monarquia, da aristocracia e da democracia em um só governo. Para o autor,o presidencialismo não deixa de ser um sistema misto em que coexistem as três formas aristotélicas puras de governo. Ou seja, o poder executivo seria a expressão de um governo unipessoal monárquico (governo de um só). Por sua vez, o poder judiciário simbolizaria um corpo aristocrático cuja a nota central é o déficit democrático por que não eleito pelo povo (governo de alguns) e o poder legislativo, este, sim, representando o componente democrático do sistema (governo da maioria). 
Diferenças entre a República e Monarquia
República: 
Temporalidade – mandato com prazo de duração pré-definido. 
Eletividade – o chefe de governo é eleito pelo povo, porém não se reconhece a sucessão hereditária. Sempre haverá a participação do povo no processo eleitoral. 
Responsabilidade – o chefe de governo é politicamente responsável, ou seja, deve prestar contas de seus atos, diretamente ao povo ou indiretamente a um órgão de representação popular. 
Monarquia: 
Hereditariedade – Transmissão de direitos em virtude dos laços de sangue.
Vitaliciedade – é a condição atribuída a alguém de forma que o término do direito de ser o monarca somente ocorre com a morte ou com a comprovada ausência de condições de cumprir suas atribuições. 
Não representatividade popular – a condução ao exercício da função de monarca não decorre da escolha popular. 
Irresponsabilidade (ausência de prestação de contas) – o monarca não tem responsabilidade política, por isso, não deve explicações ao povo. 
Aula 10 – Sistemas de governo 
Tal classificação é feita levando-se em consideração as relações institucionais entre os poderes executivos e legislativos no exercício do poder político do Estado. Os sistemas de governo indicam o grau de dependência ou independência entre os poderes legislativo e executivo, seja na criação da ordem jurídica como um todo, seja na condução da vida administrativa do Estado, no âmbito maior da formulação de políticas focadas nos objetivos do Estado. 
Características do Parlamentarismo: 
Organização Dualística do Poder Executivo: Firme distinção entre Chefe de Estado (Rei ou Presidente) e Chefe de Governo (Primeiro-Ministro). Para o Chefe de Estado ficam reservadas as funções de representação do Estado, enquanto para o Primeiro-Ministro cabe a Chefia do Gabinete ou Conselho de Ministros (Poder Executivo propriamente dito); 
Colegialidade do órgão governamental: O poder Executivo é um órgão colegiado composto pelo Primeiro-Ministro e pelos membros do Gabinete. A política geral do País depende da maioria dos membros do corpo deliberativo do poder executivo e não da vontade unipessoal do Presidente.
Voto de desconfiança do Parlamento para o Primeiro Ministro e seu gabinete: O chefe de governo e seu gabinete dependem da aprovação do legislativo (parlamento). A queda do gabinete pode ocorrer a qualquer momento, a partir de um voto de desconfiança do parlamento. 
Prazo máximo do Poder Executivo é indeterminado: Afirma-se que o prazo do mandato do Poder Executivo ( Gabinete e Primeiro-Ministro) é indeterminado, pois graças ao voto de desconfiança, mesmo não cometendo nenhum tipo de crime, o executivo pode ser destituído, pois tem responsabilidade política. 
Responsabilidade Política solidária entre o Gabinete e o Primeiro-Ministro: Isto significa dizer que o voto de desconfiança do Parlamento atingirá todo o gabinete, ou seja, ao receber um voto de desconfiança, o Primeiro-Ministro renunciará com todo seu Conselho de Ministros.
Sistema típico das Monarquias, porém podendo ser adotado nas Repúblicas: O Parlamentarismo é adotado nas Monarquias constitucionais, mas cabe lembrar que o número de Repúblicas que têm adotado esta forma de governo é crescente. 
Direito de Dissolução do Parlamento e a responsabilidade política do Parlamento perante o povo: O poder Legislativo também pode ser destituído a partir da realização de novas eleições gerais. Esse mecanismo é o contraponto do voto de desconfiança. 
Características do Presidencialismo: 
O Presidente da República é o Chefe de Estado (função de representação e vínculo moral do Estado) e o Chefe de Governo (direção do poder executivo).
Poder Executivo é unipessoal, cabe ao Presidente da República exercer a chefia do poder executivo. 
O poder presidencial deriva da própria nação, ou seja, o Presidente da República é escolhido pelo povo, em eleições diretas ou quase diretas. 
O mandato presidencial tem prazo determinado: uma vez eleito pelo povo, o Presidente da República não pode ser destituído pelo Congresso Nacional a partir de voto de desconfiança ou moção de censura. 
O poder de veto do Presidente da República e sua participação efetiva no processo de elaboração das leis. 
Aula 11 – democracia como regime de governo 
Regime político, no âmbito de nossos estudos da ciência política, é o nome genérico da estrutura e das instituições utilizadas pelo Estado a fim de determinar a forma como o poder político exercido, enfocando mais precisamente os contornos que se dão na relação entre aqueles que exercem o poder e os demais membros do grupo social.
Democracia é basicamente a maneira de articular ou envolver mais pessoas no processo de decisões políticas na sociedade. Porém, não teve a mesma forma ao longo da história, sendo divida por Benjamin Constant em democracia dos antigos e dos modernos. 
A democracia dos antigos refere-se ao modelo grego, sendo o exercício democrático exercido de forma pessoalmente por aqueles que eram reconhecidos como cidadãos, com a participação direta dos mesmos. Mas cabe ressaltar que uma taxa pequena da população tinha o status de cidadão, tendo uma cidade grega, como Atenas, por exemplo, 400.000 habitantes e 2.000 cidadãos. Nesse modelo de democracia o cidadão é o vigilante permanente do Estado, podendo ser convocado a qualquer momento à Assembleia e não tendo vida pública diferenciada de sua vida privada. 
Já a democracia dos modernos se fundamenta em um sistema de controle e limitação, com base na transmissão da representatividade do povo. Elegem-se representantes e as manifestações destes representam a vontade da cidadania. 
Uma característica da democracia moderna é a mediação, pois esse tipo de configuração (por representação) permite grandes debates sobre os temas, onde as propostas vencedoras acabam incorporando alguns pontos que o grupo perdedor apoiou. Enquanto na democracia dos antigos existe uma clara subdivisão entre vencedores e vencidos, na dos modernos, as deliberações exprimem o quadro de luta e negociação política entre os diversos grupos, de forma ser comum que nas propostas vencedoras existam pontos vindos de grupos perdedores. 
No Brasil existe o sistema misto, onde o cidadão é convocado a expressar, pessoalmente, sua opinião sobre determinados temas. Ex. plebiscito (consulta sobre questão específica), referendo (consulta popular que torna a questão aprovado vinculatória) e iniciativa popular (população apresentando projetos de leis, como ficha limpa, medidas contra a corrupção). 
Critérios Democráticos segundo Robert Dahl
Participação efetiva – todos os membros devem ter oportunidades iguais e efetivas para fazer o outros membros conhecerem suas opiniões sobre o tema. 
Igualdade de voto – todos devem direito ao voto e esse possuir valor igual para todos.
Entendimento esclarecido – dentro do razoável, todos devem ter igual oportunidade de aprender sobre as políticas alternativas e seus efeitos. 
Controle do programa de planejamento – membros devem ter a oportunidade de decidir o que entra ou não em pauta, de forma a evitar o monopólio.
Inclusão do maior número de participantes – todos os cidadãos devem usufruir da participação efetiva.
Ferramentas de participação popular (judiciário)
Audiências Públicas – instrumento de participação popular. Espaço entre o Executivo e Legislativo ou o Ministério Público podem expor um tema e debater com a população sobre a formulação de política pública, elaboração de um projeto de lei ou a realização de empreendedorismo que podem geram impacto nacidade.
Amigos da Corte ou amici curiae – Participação no debate e auxílio aos juízes a entender as diversas posições presentes nos chamados casos difíceis. Não são parte do processo; atuam apenas como interessados na causa.
Aula 12 – Regimes autocráticos de governo 
Trata-se de regimes políticos nos quais o poder está concentrado na mão de um único detentor, seja ele uma pessoa, um comitê, uma junta governamental, assembleia ou partido. Pode ser tido como a degeneração da democracia. Normalmente atende aos clamores populares no primeiro momento, depois governa retirando direitos e com poucas restrições. Autocrático = eu + governo.
Regimes autoritários
O autoritarismo como regime político caracteriza-se essencialmente por ser uma espécie de regime autocrático. No autoritarismo, diferente do modelo totalitário, não se baseia no primado de uma ideologia e podem admitir certas liberdades, como crenças religiosas ou no âmbito econômico. O detentor do poder não deseja impor coincidência entre sociedade e Estado e o papel da ideologia oficial é limitado. 
Existe uma ponderação no que se refere à mobilização das massas e à penetração política na sociedade. Aceitam limites éticos exteriores e superiores ao Estado. Ex. Ditadura militar brasileira e o Estado Novo de Vargas. 
O autoritarismo também mantém determinadas características do regime autocrático, como o monopólio do poder político, o governante sendo o governo e a existência de opinião, mesmo que limitada; mas pode ser divido em: a) autocracias tradicionais, que são os modelos de monarquia no mundo árabe e b) as ditaduras militares, que é um presidencialismo autoritário. 
Regimes totalitários
O totalitarismo é uma espécie de regime autocrático de governo. Pode ser visto como um aumento de grau do regime autoritário e tem o objetivo de tudo englobar, buscando submeter a vida do cidadão à autoridade absoluta do Estado. Algumas características podem ser apontadas como comuns às formas totalitárias, como a existência de um forte conteúdo ideológico. 
As características do Totalitarismo
Existência de uma ideologia oficial que não reconhece qualquer outra e abrange todos os aspectos da vida do homem, sem distinguir público/privado. 
Partido único de massa como instrumento de domínio guiado por um chefe ou ditador carismático. 
Controle policial da população e polícias políticas. Perseguição a determinados grupos com noção de culpa abstrata (burguês, judeu, etc.).
Monopolização de todos os meios de informação e das forças armadas. 
Direção centralizada da economia, sob dependência de um corpo burocrático estatal. 
Direito Civil como direito privado. 
Código Civil de 2002
Estrutura: Parte Geral e Parte Especial (Obrigações; Empresarial; Direito das coisas; Família e sucessões). 
Princípios: São clausulas gerais. Clausulas que tratam de princípios valorativos não expressos legislativamente. 
Eticidade: ética, boa fé. 
Sociabilidade: função social da propriedade (art. 1228, parágrafo único do Código Civil)
Operabilidade: conceitos aberto, margem para interpretação (art. 21 do CC)
Clausula Geral: Clausulas que tratam de princípios valorativos não expressos legislativamente.
Direito Civil e a Constituição de 1988
Antes de 88, Direito Privado e Publico não se misturavam. A partir dessa data o Código Civil passou a “andar junto” com a Constituição Federal no sentido de proteger a vida privada. 
O Código Civil foi constitucionalizado. 
Ex. Artigos 5°, 11 e 226 da Constituição tratam de matérias privadas como família e propriedade privada. 
	 
Aula 2- Aula de revisão de IED. 
Aula 3- Personalidade Jurídica. 
Conceito: Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Esta é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano. Pode ser definida como aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres na ordem civil. É pressuposto para a inserção e atuação da pessoa na ordem jurídica. 
Teorias usadas para explicar o inicio da personalidade jurídica:
Teoria Natalista: A personalidade jurídica começa com o nascimento com vida. 
Teoria Concepcionalista: O Nascituro já tem seus direitos assegurados. 
O sistema brasileiro adota as duas teorias, ou parte delas. 
Ex. Art. 2 do Código Civil. 
O fato de o bebê nascer com vida pode alterar uma linha sucessória, pois mesmo que ele tenha nascido e logo após morrido, existiu uma personalidade jurídica e o caso tem relevância jurídica. Ex. Caso do Ronaldinho e da Maria Chuteira. 
Embora o Nascituro não seja uma pessoa, o Código Civil também garante direitos como: a vida, de proteção e a alimentos. 
Ao nascer com vida> Adquire-se capacidade jurídica. > A personalidade jurídica é a medição de capacidade. >Sujeito capaz de adquirir direitos e contrair deveres. 
A capacidade pode ser capacidade de fato ou capacidade de direito. 
Capacidade de fato: 
Absolutamente incapaz: Artigo 3° do Código Civil. Menores de 16 anos só podem realizar atos da vida civil se forem representados, pois são absolutamente incapazes. 
Relativamente incapaz: Artigo 4° do Código Civil. Pode realizar atos da vida civil caso esteja assistido. 
São relativamente incapazes: Maiores de dezesseis e menores de dezoito; os ébrios habituais e os viciados em tóxicos para fins patrimoniais; os que não puderem exprimir sua vontade; pródigos para fins patrimoniais; Determinados indígenas (não aculturados) serão regulamentados por legislação especial. 
Art. 5°- Menoridade cessa aos 18 completos. 
Capacidade de Direito: Plena capacidade. Discernimento total necessário. 
Emancipação: 
Conceito: Plena capacidade civil antes dos dezoito. Artigo 5° do Código Civil. 
Voluntário: vontade dos pais. Art. 5°, I 
Judicial: ato do juiz. 
Legal: por casamento ( excepcionalmente artigos 1520 e 1517 do Código CC) Incisos III, IV e V não são mais aplicáveis. 
Morte – Fim da personalidade (Pessoa Natural) 
Morte real ou total: Consciência de que a morte ocorreu. Corpo presente, rito, enterro, comprovação em geral.
Morte presumida: Perigo de vida. Ex. Amarildo, Helisia (Caso do goleiro Bruno) 
Morte com comoriência: Quando duas ou mais pessoas morrem e não se consegue identificar qual precedeu um ao outro, presumir-se-ão mortos simultaneamente. Tem relevância no Direito de sucessão. 
Individualização da pessoa natural
Nome Civil: 
Elementos componentes do nome civil 
Prenome, nome próprio ou nome de batismo.
Sobrenome, patronímico, apelido de família ou nome de família. 
Agnome. É o sinal que se acrescenta ao nome completo para distingui-lo de outros parentes que possuem o mesmo nome. Ex: Filho, Neto, Segundo, II 
Cognome, ou apelido, epíteto, alcunha, hipocorístico. Ex: Xuxa, Pelé e Garotinho. 
Pseudônimo: Utilizado no meio artístico ou literário. Ex. George Orwell.
Os nomes em regras são imutáveis. 
Quanto à alteração do nome civil: 
Quando expuser o titular ao ridículo ou a situação vexatória, bem como se tratando de nome exótico. 
Havendo erro gráfico evidente caracterizado por equivoco de grafia. 
Para incluir apelido publico notório 
Pela adoção
Pelo uso prolongado e constante de nome diverso
Quando ocorrer homonímia depreciativa gerando embaraços profissionais ou sociais. Ex. Fernandinho Beira-Mar, nomes de celebridades, citados em músicas ou em comerciais de forma pejorativa.
Pela tradução em casos que o nome é grafado em língua estrangeira. Ex. Peter- Pedro. 
Quanto ao sobrenome: 
Pela adoção 
Pelo casamento, quando é facultativo a qualquer dos nubentes acrescerem o nome do outro, inclusive podendo ambos modificar o nome, acrescendo o nome do seu consorte. 
Pelo divórcio. 
Para a inclusão de sobrenome de ascendente, desde que não prejudique o patronímico dos demais ascendentes. 
Pela união estável. 
Alterações motivadas: as citadas acima. 
Alterações imotivadas são as mudanças por vontade e sem se enquadrar nos casos descritos. 
Lei 6015, art. 56. Só poderá ser alterado o nome no período de 1 ano após oindivíduo completar 18. 
Estado Civil 
Familiar: Casado, solteiro, divorciado. 
Político: Nacionalidade. 
Pessoal: Relativamente ou absolutamente incapaz. Plenamente Capaz. 
Domicílio Civil 
Conceito: Artigo 70 do Código Civil. “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.” (OBS. Pluralidade de domicílios: Artigos 71 ao 74)
Conceito doutrinário: Sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito e onde pratica habitualmente seus atos e negócios jurídicos. 
Elementos: 
Objetivos: Fixação da pessoa em determinado lugar.
Subjetivo: Intenção de ali permanecer com animo definitivo.
Tipos de domicílio: 
Voluntário: aquele que é fixado por vontade. 
Legal ou necessário: determinado pela lei. Artigo 76. Exceção à regra. 
Especial: definido por contrato. Mais presente em questão processual. 
Ausência 
Ocorre a ausência quando uma pessoa desaparece de seu domicilio sem deixar noticias. Ex. A pessoa foi trabalhar e nunca mias foi vista. 
Irá abrir-se um processo de ausência para que primeiramente seja declarada a ausência dessa pessoa e futuramente declarar a morte presumida do individuo, depois de um longo tempo. 
Art. 22 do CC: Desaparecendo uma pessoa do seu domicilio sem dele haver noticia, se não deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhes os bens, o juiz a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Obs¹: O juiz só age se for provocado. 
Só ocorrerá a curadoria dos bens quando: 
1 A pessoa desapareceu e não se tem notícia dela
2 A pessoa não deixou procurador. 
3 O interessado ou o Ministério Público ajuizou a ação de ausência 
4 O juiz declara a ausência da pessoa. 
5 O juiz nomear um curador para administrar os bens do ausente 
Obs²: Procurador com poderes insuficientes- Art. 23 do CC 
Em regra, quando a pessoa deixar um procurador não se necessitará de um curador. Contudo caso o Procurador: a) não quiser exercer o mandato; b) não puder exercer o mandato (viagem, doença); c) os poderes dele não forem suficientes. 
Daí se faz necessário o juiz nomear um curador. 
Art. 24 do CC 
O Juiz fixará os poderes e obrigações do curador 
Art. 25 do CC- Quem será o curador? 
1° na ordem de preferencia será o cônjuge, desde que não esteja separado judicialmente ou de fato por mais de dois anos. 
Art. 25, §1°, do CC 
Na falta do conjugue, será nomeado
2° na ordem de preferencia: os pais. Não os ascendentes, pois poderia se tratar dos avós. 3° Na ordem de preferencia: os descendentes. 
Art. 25 §2°- Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 1) filhos, 2) netos, ) 3 Bisnetos. 
Art. 25 §3° - Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. Exemplos: Irmão, sócio, amigo, tio, etc. 
Ausência- Sucessão Provisória 
Art. 26 do CC 
Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. 
Quando se poderá ser aberta a sucessão provisória? 
1 ano = curadoria
3 anos= se o ausente deixou procurador. 
A declaração de ausência objetiva a proteção do patrimônio do desaparecido levando a sucessão provisória e a sucessão definitiva. 
Diferença entre a sucessão provisória e definitiva. 
Provisória
1 -A pessoa é considerada ausente. 2- Os herdeiros possuem apenas a posse dos bens. 3- Os herdeiros não podem alienas os bens do ausente 
Definitiva 
1- A pessoa é considerada morta. 2- Os herdeiros possuem a posse e a propriedade dos bens. 3- Os herdeiros podem dispor dos bens da forma que bem entenderem. 
Art. 27 do CC- Quem são os interessados na sucessão provisória? 
O cônjuge, desde que não separado judicialmente. 
Os herdeiros presumidos (os colaterais, por exemplo, tios, sobrinhos, irmãos), herdeiros legítimos(cônjuge, ascendentes e descendentes) 
Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte (casa de locação). 
Os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
Art. 28 Curadoria dos bens do ausente 
Só produzirá efeitos após 180 dias de publicada em Diário Oficial (Imprensa). Mas durante esse período a sentença pode transitar em julgado, daí pode-se fazer a abertura de testamento da pessoa ausente e a partilha de bens. 
Art. 30 Os herdeiros devem prestar garantias 
Caso haja alguma coisa com o patrimônio do ausente, o herdeiro responderá com o próprio patrimônio. 
§1° Aquele que não tiver como dar essas garantias será excluído da partilha 
§2° O cônjuge, ascendentes e descendentes, uma vez provada que são herdeiros, poderão, independente de garantia, entrar na posse dos bens. 
Art. 31 Alienação dos bens imóveis do ausente 
Alienação dos bens do ausente: 1- por ordem judicial; 2- para evitar a ruina. 
Exceção: Pode haver a substituição dos bens do ausente, caso, por exemplo, ele seja criador de gado e não haja entre os herdeiros alguém que saiba dar prosseguimento ao ramo. 
Art. 33 Como ficarão os frutos e rendimentos dos bens do ausente? 
Os ascendentes, descendentes ou cônjuge podem ficar com o rendimento total que o bem gerar. Porém se for outros sucessores estes deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos. 
Parágrafo Único. Ele perderá os 50% que ficou capitalizado a sua espera se for provado que a ausência foi voluntária e injustificada. 
Art. 35- Será declarado o falecimento do ausente na data que se encontrarem o corpo ou vestígios. 
Art. 36- Se o ausente aparecer cessarão as vantagens dos sucessores ficando eles responsáveis pelos bens até a entrega. 
Ausência- Sucessão Definitiva 
Devemos lembrar que se trata de morte presumida, pois como não temos um corpo, a presunção se dá pelo decurso de tempo. 
Sucessão definitiva= declaração de morte da pessoa. 
Art. 37 Quando se abre a sucessão definitiva?
Dez anos depois de passada em julgada a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
Cauções= garantias 
Art. 38 O prazo pode ser encurtado se o ausente tiver 80 anos de idade e não se tem notícia dele por 5 anos. 
1) Dez anos após transitada em julgada a sentença da Sucessão Provisória 
2) se a pessoa já possui mais de 80 anos e faz mais de 5 anos que não se tem notícias 
Art. 39 E se o ausente aparecer? 
Após 10 anos se o ausente aparecer (Obs: 10 anos após a abertura da sucessão provisória) ele terá direito nos bens no estado que estão, os sub rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
OBS²: Parágrafo único > Caso nenhum interessado promover a sucessão definitiva e o ausente não regressar, os bens arrecadados passarão ao domínio do município, Distrito Federal ou União, se estiver em território federal. 
Aula 5- Direito de personalidade 
Artigo 11. São absolutos e subjetivos, ou seja, todos têm que respeitar e é a faculdade da pessoa de defender seu próprio direito. 
Conceito: É o direito que a pessoa tem de defender os direitos de sua própria existência; os direitos inerentes ao ser humano; os direitos da pessoa. 
Ex. Direito a vida, ao nome, a honra, disposição do próprio corpo, saúde e imagem. 
Características: 
A) Intransmissíveis: Pertence ao seu titular e não pode transmitir a outra pessoa. Ex. nome e imagem.
B) Irrenunciáveis: Não se pode abrir mão dos direitos da personalidade. Ex: a vida. 
C) Indisponíveis: Nem sempre a pessoa pode dispor da forma que quiser. Ex. doação de um órgão não duplo, como o coração. A integridade física é indisponível. 
D) Imprescritíveis: Não se perdem por não terem sido exercidos a algum tempo. Ex. Certidão de nascimento tardia. 
E) Inatos: Todos nós temos. 
F) Extrapatrimoniais: Não estão sujeitos a valores ou aferição econômica, imateriais. 
G) Absolutos: Não permiterelativização, pode-se exigir que todos respeitem esse direito. 
H) Vitalícios: válido desde o nascimento até a morte, alguns persistindo até após a morte como o direito a honra e à imagem. Ex. Solitário de Copacabana e publicações no Facebook. 
Alguns tipos: 
Disposição do Próprio Corpo> Artigos 13 do Código Civil, Art. 14, Art. 199, §4° da CF
A integridade física é um direito da personalidade e, portanto, é indisponível e inviolável. 
Transgêneros- Enunciado 276, IV Jornada Civil, art. 13. 
Sobre doação de órgãos pós vida- Prevalece a vontade da pessoa- 277, IV Jornada Civil, art. 14 
Saúde> artigo 15 do CC 
Se não for da vontade da pessoa se submeter a tratamento médico ou processo cirúrgico ninguém pode obriga-la. Princípio da Autonomia da Vontade. 
Enunciado 403 da V Jornada de Direito Civil, art. 15- É respeitado a crença da pessoa caso essa não deseje tratamento médico, incluindo transfusão de sangue, com dois requisitos: a) capacidade civil plena; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada. 
Em caso extremo de vida ou morte será levada em consideração a proteção da vida e vontade médica. 
Privacidade/ Imagem> Art. 5°, Inciso X da CF; Art. 17, Art. 20, Art. 21 do Código Civil. 
Trata-se da violação do Direito da Imagem. Não se pode pegar a imagem para fins comerciais, difamatórios ou qualquer outro que seja sem a autorização do agente. 
Direito ao esquecimento- A possibilidade de impedir a divulgação de informações que apesar de verídica cause prejuízo a determinada pessoa. Ex. Crimes/Acidentes que ocorreram a determinado tempo. 
Pessoa Jurídica 
Pessoa jurídica é a reunião de pessoas, de bens, que empreendem esforços em busca de fins comuns, podendo ser sujeito de direitos e deveres na ordem civil. 
Requisitos: a) Reunião de Pessoas e bens; b) Finalidade em comum; c) Personalidade e capacidade jurídica. 
Pessoa Jurídica de Direito Privado 
A) Associações; B) Fundações de Direito Privado; C) Sociedades; D) Empresas Individuais; E) Organizações religiosas; F) Partidos Políticos. 
Pessoa Jurídica de Direito Público 
A) União; Poder executivo (incluindo a pessoa do presidente), ministérios, secretarias e seus órgãos (exército). 
B) Estado; Governador, secretarias e seus órgãos (Polícia Civil). 
C) Distrito Federal; Governador, secretarias e seus órgãos. 
D) Municípios; Prefeito, secretarias e seus órgãos. 
E) Autarquias; INSS 
F) Fundações Públicas; Banco Central, Inep, Universidades Públicas. 
Diferença entre Autarquias e Fundações Públicas 
Autarquias são compostas por associação, ex. INSS; Fundações Públicas contém base patrimonial, ex. UFRJ. 
Administração Pública Direta e Indireta 
Administração Pública Direta> Tem personalidade Jurídica própria, mas não suas entidades. Exemplo: União- Exército; Estado- Polícia Civil. Municípios e o Distrito Federal também fazem parte dessa categoria. 
Administração Pública Indireta> Entidades públicas que tem personalidade jurídica própria. Autarquias e Fundações Públicas. 
Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno e Externo 
Pessoa Jurídica de Direito Público Interno> Interno pois trata-se internamente da República Federativa do Brasil e das pessoas jurídicas existentes nela. Ou seja, União, Estado, Municípios, Distrito Federal, Autarquias e Fundações Públicas. 
Pessoas Jurídica de Direito Público Externo> Tratam de assuntos externos à Federação. Ou seja, segundo o artigo 42 do Código Civil, Estados Estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Direito Internacional Público. 
A União é a única no sentido que ela assume caráter interno e externo, quando o presidente está em viagem internacional diplomática. 
Responsabilidade Civil Objetiva
Adotada pela Pessoa Jurídica de Direito público. Fundamento na Teoria do Risco Administrativo (não na do risco integral, em que o Estado responde em qualquer circunstância). 
Nessa teoria a vítima fica isenta de provar que houve culpa ou dolo, somente sendo necessária a comprovação do nexo de causalidade. 
O Estado exonerar-se-á da obrigação de indenizar se provar: 
a) culpabilidade exclusiva da vítima; 
b) força maior;
c) caso fortuito e
d) estado de necessidade.
Responsabilidade Civil Subjetiva
Adotada pela Pessoa Jurídica de Direito privado. A responsabilidade civil subjetiva depende de culpa ou dolo, sendo necessária a comprovação de algum destes. Responde pelo Código Civil. “Só responde pelo dano, em princípio, aquele que lhe der causa”. 
Pessoa Jurídica e o Direito de Personalidade
 A pessoa jurídica possui, como defende a posição doutrinária majoritária, alguns direitos de personalidade como direito à imagem e à honra. Contido no Art. 52, a exemplificação determina “ aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos de personalidade”
Para ser detentora de direito de personalidade, a pessoa jurídica tem que existir. Diferentemente da pessoa natural que a condição para existência jurídica é o nascimento, a pessoa jurídica tem como condição para a existência a vontade. 
Início da Personalidade Jurídica 
O início se dá pelo registro dos atos constitutivos. O local onde deve ser levado varia de acordo com as categorias de pessoa jurídica. 
Fim da Personalidade Jurídica
Assim como ocorre com as pessoas naturais, a extinção da pessoa jurídica determina o fim de sua personalidade jurídica. Deve ser lembrado que a extinção nunca é instantânea, pois, seja qual for a hipótese, deverá ser feita sua liquidação, com a realização do ativo (crédito) e o pagamento do passivo (débitos). 
Desconsideração da Personalidade Jurídica 
A desconsideração da personalidade jurídica pode ser definida como a simples medida processual em que o juiz determina a inclusão dos sócios ou administradores de uma pessoa jurídica no polo passivo da demanda pra que respondam com seu próprio patrimônio particular pelas dívidas dela. 
Teorias à cerca da desconsideração da Personalidade Jurídica 
Teoria Maior – É aquela que exige um motivo para que ocorra a desconsideração da personalidade, não bastando a simples inexistência ou insuficiência de bens da pessoa jurídica. Se faz necessário mostrar a inadimplência, o desvio de finalidade (desvio de função) ou a confusão patrimonial (assim como a fraude, abuso de direito) da Pessoa Jurídica. 
Teoria Menor – É aquela que não exige motivos para que seja decretada a desconsideração, bastando a inexistência ou insuficiência de bens da pessoa jurídica executada. 
Dos bens – Aula 8
Conceito doutrinário: Em sentido filosófico, é tudo o que satisfaz uma necessidade humana. Juridicamente falando, o conceito de coisas corresponde ao de bens, mas nem sempre há perfeita sincronia entre as duas expressões. Às vezes, coisas são gêneros e bens, a espécie; outras vezes, é ao contrário e por fim, usados como sinônimos. 
Classificação em corpóreos e incorpóreos.
Bens corpóreos: Objeto que podemos determinar em gênero, quantidade e qualidade. Ex. Cadeira. 
Bens incorpóreos: Objeto que não podemos classificar em gênero, quantidade e qualidade. Ex. Direito de imagem. 
Classificação no código civil: 
Bens considerados em si mesmo: 
Imóveis - Art. 79: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Natural – Solo; subsolo (o que é diferente das riquezas nele encontradas); Espaço aéreo (no caso que haja uma construção de dois andares, por exemplo).
Artificial – Acessões artificiais, ou seja, os produzidos pelo trabalho do homem. É tudo que o homem incorporar permanentemente ao solo, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. 
Ficcional ou Legal – Art. 80: Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram (trata-se de bens imateriais, que não são em si, móveis ou imóveis. O legislador, no entanto, para maior segurança das relações jurídicas, os considera imóveis. A lei considera os direitos sobre imóveis – servidões, usufruto, uso, habitação, rendas constituídas sobre imóveis, penhor,anticrese e hipoteca, além da propriedade – como imóveis, e, como tal, as respectivas ações, que são a própria dinâmica desses direitos (ações de reivindicação, hipotecárias, etc. Ex. Vitor que se apropria da casa de praia do vizinho e este entra com uma ação, que ao vender a respectiva casa, a transfere para o comprador.) II – O direito à sucessão aberta (o direito à sucessão é o complexo patrimonial transmitido pela pessoa falecida a seus herdeiros. É considerado bem imóvel, ainda que a herança seja considerada apenas de móveis. Neste caso, o que se considera imóvel não é o direito aos bens componentes da herança, mas o direito a esta, como unidade. Somente com a partilha e sua homologação judicial deixa de existir a herança, passando os bens a serem encarados individualmente. A sucessão aberta abarca tanto os direito reais como os pessoais. Dessa ficção legal deflui que a renúncia da herança é renúncia de imóvel, devendo ser feita por escritura pública ou termo nos autos mediante autorização do cônjuge, se o renunciante for casado. Ex. Venda dos bens no inventário). 
OBS: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; (Muito comum nos EUA. Ex. Retirada da casa do terreno por empresa especializada e transferida para outro lugar) II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem (Portas e janelas são bens imóveis mesmo quando retiradas provisoriamente) 
Móveis: Art. 82: São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da distinção econômico-social. 
Naturais - Móvel propriamente dito. Dividem-se em: bens suscetíveis de movimento próprio (ex. animais) e bens suscetíveis de remoção por força alheia (objetos inanimados, não imobilizados por sua destinação). 
Ficcional ou legal – Art. 83: Consideram- se móveis para os efeitos legais: I – as energias que tenham valor econômico (ex. energia elétrica), II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes (ex. Carro financiado pela Caixa Econômica Federal), III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações (Toda relação obrigacional é um Direito Pessoal de caráter patrimonial. Ex. créditos, direito de autor). 
OBS: Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
Bens fungíveis e infungíveis: Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. (fungível= substituível); Possibilidade de substituição. Ex. Um professor que dá determinada aula na faculdade é fungível, assim como o pedreiro contratado para determinada obra. Já o professor que coloca um módulo de curso a venda e as pessoas comprar justamente pelo fato de ser ele, é infungível, assim como o palestrante esperado ou o cantor contratado. 
Bens consumíveis e não consumíveis: Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Duráveis podem ser considerados consumíveis caso sejam colocados em alienação, ex. carros à venda na concessionária. 
Bens divisíveis e indivisíveis: Art. 87. Bens divisíveis são os que podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Tem de se analisar a natureza do objeto, levando em conta esses três fatores, para poder dizer se é divisível. Ex. Barra de chocolate é divisível, já que a não ocorre alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam. Coisa que não ocorre com a barra de ouro, pois mesmo que não ocorra alteração na substância nem prejuízo do uso a que se destina, ocorre diminuição considerável no valor. Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. Coisa indivisa; pode ocorrer em divórcios litigiosos, pois os bens divisíveis ficarão indivisíveis até o acerto das partes. 
 Bens singulares e coletivos: Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentes dos demais. Art. 90. Constitui universidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Universalidade de fato: podem ser comercializados separadamente; ex. um livro, estabelecimento comercial. Art. 91. Constitui universidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. Universidade de Direito: acervo, bens coletivos. Livro pertencente a uma biblioteca. 
Bens reciprocamente considerados: 
Bens principais e acessórios. Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõem a do principal. Ex. Um carro, uma casa são principais, já uma roda e um fogão são acessórios. Os bens acessórios se dividem em: 
Pertenças: Presentes no artigo 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação da vontade, ou da circunstância do caso. São bens que não constituindo parte integrante, se destinam de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento do outro. Ex. o equipamento de som em relação ao automóvel, os armários embutidos em relação ao imóvel; máquinas utilizadas em uma fábrica, os implementos agrícolas, as provisões de combustível, os aparelhos de ar condicionado”. Quando se compra o principal não se compra o acessório, salvo exceções.
Frutos: Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. Frutos são utilidades produzidas periodicamente, por uma coisa; são bens que se retiram do bem principal, em síntese são bens ou rendimentos que a coisa principal produz. São divididos em naturais (o que a natureza produz), artificiais ou industriais (que contém ação humana, mesmo sendo uma plantação) e civis (rendimentos que se possa tirar da coisa; aluguéis, filhotes ou a diária do carro emprestado p/ UBER). De acordo com o art. 95, apesar de ainda não separados da coisa principal podem os frutos e os produtos serem objeto de negócio jurídico. Ex. frutos de uma lavoura podem ser negociados ainda pendentes.
Produtos: São as utilidades que se extraem de uma coisa, diminuindo-lhe a quantidade. São produtos, pois estes não são produzidos periodicamente. Ex. Ouro em uma mina, petróleo em uma reserva, pedra em uma pedreira. De acordo com o art. 95, apesar de ainda não separados da coisa principal podem os frutos e os produtos serem objeto de negócio jurídico. Ex. Ouro pode ser negociado antes de sua extração. 
Rendimentos: Em síntese, rendimentos são frutos civis, as prestações periódicas em dinheiro, decorrentes da concessão do uso e gozo”. Ex. Aluguem de um apartamento, carro, etc. 
Benfeitorias: Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. Benfeitorias são obras realizadas pelo homem na estrutura da coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentem o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. São as benfeitorias de mero capricho ou recreação. Aumentam o valor da coisa ou tornam a coisa mais agradável. Ex. trocar o piso, construir uma piscina, uma sauna, decoração em gesso no teto. §2º São úteis as que aumenta ou facilitam o uso do bem. São as que aumentam ou facilitam o uso da coisa. Ex. aumento do estacionamento, instalação de aparelhos hidráulicos, abertura de uma janela/porta em um ambiente sem circulação de ar. §3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Têm por fim conservar a coisa e impedir que ela se deteriore ou pereça.Ex. concerto do telhado que está ruindo, da parede que sofreu infiltração, reparação de uma coluna. Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. Ex. Caso do Vitor que se apropriou da casa de praia vizinha. 
Bens públicos: Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. São as coisas corpóreas ou incorpóreas pertencentes ao Estado, ou seja, as pessoas jurídicas de direito público interno. Podem ser divididos em: 
Bens de uso comum do povo: Praias, cachoeiras, rios, etc. 
Bens de uso especial: prédios onde funcionam as repartições burocráticas, batalhões de polícia e do exército. São inalienáveis (não podem ser vendidos), impenhoráveis (não podem ser comercializados) e imprescritíveis (não podem ser perdidos por usucapião.
Bens dominicais: bens que não sou de uso comum ou especial – terras devolutas. 
Aulas 9 - Fatos e negócios jurídicos 
Conceito de fato: todo acontecimento a que a norma jurídica atribui efeito. 
Fatos: 				
a) Vontade humana – fatos ou atos jurídicos
b) alheios à vontade humana – fatos naturais
Atos jurídicos: 		
a) Lícitos
	b) Ilícitos (186, 187, 188) (em regra sempre gera sanção) 
Classificação de fato:
Sentido amplo: todo acontecimento depende ou não da vontade humana, que a lei atribui certos efeitos. Ex. raio em carros. 
Sentido estrito: Independe da vontade humana (fatos naturais). 
c) Ato fato: É um fato jurídico qualificado pela atuação humana. (Ato fato = ato jurídico, porque depende da vontade do homem). 
Negócio jurídico 
Conceito: Advém da manifestação, em regra, de duas ou mais vontades com o objetivo de criar, modificar ou extinguir relações jurídicas. Ex. contrato de compra e venda. 
Classificação 
Quanto a formação		
Unilateral: só uma parte tem a obrigação. Ex. promessa de recompensa. 
Bilateral: as duas partes têm a obrigação. Um de dar o preço e o outro de dar a coisa. Como o direito; um de receber a coisa e outro de receber o preço. 
Plurilateral: Ex. locação de imóvel por x amigos. 
Quanto ao sacrifício patrimonial das partes
Oneroso: prestação e uma contraprestação. 
Gratuito: Comodato. Ex. bomba de combustível, geladeira da AMBEV. 
Quanto ao momento da produção dos efeitos
Inter vivos: ato praticado entre vivos. 
Mortis causa: testamento. Só gera efeito pós falecimentos. 
Quanto as relações recíprocas
Principais: negócios que tem a existência própria e não depende de outro. Ex. compra e venda.
Acessórias: são os negócios jurídicos que tem sua existência subordinada ao principal. Ex. fiança. 
Quanto à forma
Solene: observa a forma prescrita na lei. Ex. contrato de compra e venda. 
Não solene: liberdade de forma, só não pode ofender a moral, a fé pública e os bons costumes. Ex. compra de um salgado. 
Quanto à eficácia 
Consensuais: se aperfeiçoam apenas com a vontade (consenso) das partes. Ex. compra e venda
Reais: se aperfeiçoam (validade) com a entrega da coisa. Ex. comodato e mútua. 
Interpretação do negócio art. 110/114
Aula 10 – Noções sobre os planos de existência, validade e eficácia do negócio jurídico. 
Plano de existência 
Vontade 
Expressa 
Escrita
Oral/Verbal
Gestos (ex. plaquinha de leilão)
Tácita (omissão) ex. renovação na assinatura da revista. 
Objeto 
Determinado – disponível por gênero, qualidade e quantidade
Determinável – disponível por gênero e quantidade. 
Forma 
Prescrita – determinada na lei 
Não definida na lei – liberdade de forma 
Plano de validade 
Art. 104 – I agente capaz; II objeto lícito (drogas/fruto de roubo ou furto); III possível (indulgências) 
Art. 108 (Exceção à regra da solenidade) Na compra e venda de imóveis que ultrapassem o valor de 30x o maior salário do país, tem que ter uma escritura pública. 
Da condição, do termo e do encargo 
Além dos elementos estruturais, que constituem requisitos de existência e de validade do negócio jurídico, pode este conter outros elementos meramente acidentais, introduzidos facultativamente pela vontade das partes, não necessários à sua existência. Aqueles são determinados pela lei; estes dependem da vontade das partes. Uma vez convencionados, têm o mesmo valor dos elementos estruturais e essenciais, pois passam a integrá-lo, de forma indissociável. 
Da Condição – é o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico. Da sua ocorrência depende o nascimento ou a extinção de um direito.
Art. 121 – Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
	Condição Suspensiva é a condição que suspende o exercício e a aquisição do direito até o seu implemento. A condição suspensiva impede que o negócio jurídico produza efeitos desde o momento de sua celebração. Ex. venda a contento.
Condição Resolutiva é aquela que, quando verificada (finalizada), põem fim aos efeitos do negócio jurídico. Ex. pagamento total de veículo.
Condição puramente potestativa: são condições ilícitas, pois são aquelas que sujeitam a eficácia do negócio jurídico ao puro arbítrio de uma das partes. Ex. “pagarei quando puder”, amanhã doarei o relógio, se eu quiser.
Do Termo – é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. É a clausula que subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e certo. Ao contrário da condição, que somente pode ser criada pela vontade das partes, o termo pode ser introduzido pelas partes (termo convencional) ou pode ser estipulado em lei (termo legal ou termo de direito). 
Pode ser inicial ou suspensivo (contrato de locação celebrado no dia 20 de determinado mês para ter vigência no dia 1º do mês seguinte, esta data será o termo inicial); final ou resolutivo, se ficar estipulada a data que cessará a locação, essa será constituirá o termo final. Pode ser também dilatorial, com a possibilidade de aumentar.
Prazo é o intervalo entre termos. 
Do Encargo – Também chamado de modo é a determinação que, imposta pelo autor de liberalidade, a esta adere, restringindo-a. É a cláusula que impões uma obrigação a quem é beneficiado por uma liberdade, seja essa obrigação de dar, fazer ou não fazer. Ex. Doação de terreno feita ao município X para que nele se construa uma escola. Nomeação de uma pessoa como herdeira em um testamento, contudo que ela cuide do animal de estimação.
Aula 11 Erro e ignorância 
Art. 138 a 144 
Erro: Falsa representação de realidade que determina a manifestação de vontade, de tal forma que se os negociantes soubessem da realidade, não celebrariam o negócio. 
Ignorância: Total desconhecimento da realidade. 
Obs. O erro não pode ser grosseiro 
Algumas situações tratadas no CC. 
Falso motivo – motivo errado. Vendedor alega um motivo para venda quando na realidade é outro o motivo. Viagem a NY/Vizinhos barulhentos. 
Transmissão errônea da vontade por meio interpostos – ex. venda de peças como se fosse ouro, mas na realidade são folheadas. 
Erro de indicação da pessoa ou decoisa – ex. doações para suposto filho; anúncio de carro diferente do que se pretende vender nos classificados. 
Erro de cálculo – ex. balança errada. 
Substancial – 	Erro de direito. Natureza do ato, objeto principal, identidade ou qualidade da pessoa. 
Acidental - 	Todas as outras situações não descritas à cima. 
Dolo 
Artigos 145 a 150 
A vontade é viciada intencionalmente e o agente acaba realizando um negócio que não realizaria se não tivesse sido enganado. 
	Dolo Malus – prejudicial. Negócio não teria ocorrido caso fosse evidente. 
	Dolo Bonus – indiferente para o agente. Negócio seria realizado de qualquer forma, só acarretaria um abatimento no valor. Art.146
	Dolo Comissivo (positivo) – intencionalmente viciado. 
	Dolo Omissivo (negativo) – conhecedor das qualidades fica omisso. 147. 
	Dolo de terceiro – Quando o terceiro é contratado para intermediar e sabe dos defeitos. Ex. corretora de imóveis ou agência de veículos (consignação).
	Dolo do representante – Quando há uma procuração para alguém lhe representar no negócio jurídico via contrato de mandato. Art. 149. 
Ambas as partes agem com dolo – Art. 150 Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alega-lo para anular o negócio, ou reclamar a indenização. 
Coação 
Artigos 151 a 155. 
É a ameaça física e moral considerável, suficiente para constranger alguém a prática de um negócio jurídico. 
Ex. Blazer do professor. 
Requisitos da coação: 
	Grave violência psicológica. 
	Ameaça de dano inerente. 
	A ameaça deve ser injusta. Não se configura ameaça alguém que esteja dentro do exercício do Direito nem por temor reverencial (ex. dever dinheiro ao chefe e vender o carro sem que ele o ameace, só pelo medo da posição que ele exerce). 
	Declaração de vontade viciada. Quando não for espontânea. 
Pode ser exercido por terceiros e se a pessoa não souber o negócio é válido, cabendo apenas ao terceiro à reparação dos danos. 
Aula 12
Estado de Perigo 
Art. 156 Configura-se estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
Premente necessidade de se salvar ou a pessoa de sua família. 
Elemento objetivo: obrigação excessivamente onerosa; 
Elemento subjetivo: Vítima e Parte Beneficiada. 
Ex. Anúncio de jornal ou internet para vender algum bem, a baixo do valor de mercado, com a justificativa de pagamento de tratamento. O agente quando informa isso ao comprador ganha uma garantia de ter seu dinheiro de volta alegando estado de perigo. 
Ex². Financiamento com juros abusivos para usar o dinheiro em tratamento próprio ou alguém da família. 
Lesão 
Art. 157 Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
Requisitos: 
Objetivo: Onerosidade excessiva 
Subjetivo: Inexperiência ou estado de necessidade do declarante, independente do conhecimento da outra parte. 
Ex de inexperiência: Taxa de corretagem para quem compra. Graças a inexperiência do agente em negócios imobiliários, ele arca com custos que não deveria. 
Ex de estado de necessidade: o agente prestes a ser despejado aceita pagar um aluguel abusivo em outra residência. 
Fraude contra credores 
Art. 158 Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
Conceito: É o artifício utilizado pelo devedor com intuito de burlar o recebimento do credor; consiste na alienação de bens capazes de satisfazer a pretensão legítima do detentor do crédito. É todo ato praticado pelo devedor com a intenção de fraudar os seus credores do que lhe é devido.
Credor Quirógrafo: é o credor que não possui qualquer título de garantia ou preferência, em relação aos bens do devedor, devendo, por isso, ser pago segundo a força dos bens livres do devedor. 
Caso um devedor realize um negócio jurídico estando insolvente, aquele que é credor sem garantias pode anular o negócio. 
Devedor insolvente: é o devedor que deve mais que possui. É aquele que não paga suas d´vidas na data aprazada. 
Anulação do negócio jurídico > ação pauliana. Utilizada para anular o negócio. 
Ex. Vender as coisas para não pagar os credores e distribuir o valor na conta de laranjas. Contrato de doação com valor superior as das dívidas ou já solvente. 
 Aula 13 Invalidade do negócio jurídico
Ato Nulo – 
Matéria de ordem pública;
Pode ser arguido pelo MP, quando lhe couber intervir, ou qualquer interessado e deve ser declarada ex offício pelo juiz, que não pode supri-las;
Não pode ser ratificado;
Pode ser suscitado a qualquer momento, não prescreve, pois é matéria de ordem pública;
Eficácia ex tunc, retroage a data do ato praticado;
Sentença declaratória, o juiz declara a existência ou inexistência da nulidade; 
Ação declaratória de nulidade; 
O vício não convalesce com o tempo (imprescritibilidade da nulidade), não prescreve, pode ser a qualquer momento;
Ex. Artigos 549 (nulidade de doação), 166 (negócio jurídico celebrado por absolutamente incapaz).
Ato anulável 
Resguardar interesses eminentes privados; 
Só pode ser alegado pelas pessoas a quem aproveitem, não podendo ser suscitada ex officio pelo juiz, além de produzir efeito tão somente entre as partes; 
Pode ser ratificado;
Há prazo decadencial para ser suscitado;
Eficácia ex nunc, efeitos não retroagem; 
Sentença constitutiva;
Ação anulatória;
O vício convalesce com o tempo, há um prazo, após isso o ilícito torna-se lícito.
Simulação – é o ato pelo qual alguém, conscientemente e com a conivência do destinatário da declaração de vontade, declara hipótese diversa da efetivamente pretendida, com o intuito de esconder a real intenção das partes. 
Ex. Doação para o pai que não paga Imposto de Renda. 
Requisitos 
Incompatibilidade entre a vontade real e a vontade declarada; 
Consciência das partes;
Intenção de esconder a realidade.
Espécies 
Simulação Absoluta – Negócio simulado inexistente, vazio de conteúdo. 
Simulação Relativa – Negócio simulado esconde outro negócio, chamado negócio dissimulado. Ex. compra/venda de pai para filho, quando na realidade é uma doação.
Simulação Relativa Objetiva: Emite-se declaração de vontade ou confissão falsa com o propósito de encobrir ato de natureza diversa, cujos efeitos desejados pelo emissor são proibidos pro lei;
Simulação Relativa Subjetiva: A declaração aparenta conferir direitos a uma pessoa, mas, na verdade, transmite a um terceiro, estranho a relação. Ex. contrato de compre e venda com comprar a declarar. Declara a uma laranja para esse repassar para a amante. 
Diferença entre sentença declaratória e constitutiva 
Declaratória – declara a existência ou não de uma relação jurídica. Ex. Paternidade. 
Constitutiva – cria, resguarda ou modifica a relação jurídica. Ex. divórcio. 
Aula 14 e 15 Prescrição e Decadência 
Prescrição pode ser definida como perda de pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia de seu titular, no prazo previsto em lei. 
Pretensão – Conceito: é o poder de exigir de outrem, coercitivamente, o cumprimento de um dever jurídico previsto em lei ou em contrato. A pretensão é, portanto, o poder de exigir o cumprimento de um direito patrimonial em juízo. 
Ex. o direito de cobrar uma dívida vencida e não paga; o direito de cobrar indenização em virtude de danos causados; o direito de cobrar os aluguéis atrasados. 
Teoria Alemã: Prescrição extingue a pretensão (art. 189 do Código Civil – Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206)
Espécies de prescrição: 
Extintiva: faz desaparecer a pretensão. 206 e o prazo para pagar pensão.
Aquisitiva: Relativa a direito das coisas. Ex. usucapião urbano. Ligado a direitos

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