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Dimensão Humana e Contemporânea - UVB
Faculdade On-line UVB74
Aula 14
Globalização e seus Paradoxos: 
A sociedade emergente do século XXI
Objetivos da Aula
Os objetivos desta aula visam permitir a você interpretar a 
sociedade contemporânea e suas transformações. Para tal, 
pretende-se analisar os diferentes atores sociais, seus conflitos, 
interesses, valores e posicionamentos ideológicos na sociedade 
contemporânea.
 
Ao final desta aula, você deverá estar apto a analisar o processo 
de globalização bem como suas implicações para o homem 
contemporâneo.
Paradoxos e Contrastes Sociais
No século XIX, a preocupação com a vida social emergiu, assim 
como as bases da vida em sociedade se modificaram radicalmente 
na Europa, e posteriormente em todo o mundo. O capitalismo 
acabou por se constituir como um modo de produção a partir do 
surgimento de uma nova classe social: a burguesia. Esta classe social 
foi promotora das duas grandes revoluções modernas: Revolução 
Francesa e Revolução Industrial. A vida urbana se tornou a grande 
característica dominante no mundo, sujeitando o mundo rural, da 
mesma forma com que a indústria submetia a agricultura aos seus 
planos de progresso econômico.
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Desta forma, ocorreu uma expansão sem precedentes, que colocou 
em contato direto, e de forma irreversível, as mais afastadas e díspares 
populações do mundo. Este processo de desenvolvimento poderíamos 
então considerar como o que convencionamos chamar hoje em dia 
de globalização. À medida que a sociedade capitalista se desenvolvia, 
as organizações dos povos sob a forma de estados nacionais também 
se universalizavam.
No âmbito das idéias, as pesquisas científicas e as descobertas 
tecnológicas tornaram-se alvos culturais e sociais da maior 
importância. O individualismo surgia como intenso valor da 
identidade humana, deixando em segundo plano outras formas de 
identidade, tais como: a família e o clã. Ser pragmático, imediatista 
e individualista transformaram-se em princípios universais, e até em 
dogmas religiosos.
Porém, no século XX, o mundo passa por grandes mudanças. As 
mais arraigadas tendências da modernidade conseguem amplo 
desenvolvimento, como a globalização, que atinge seu ápice na 
expansão econômica mundial e nas redes de comunicação, tais como: 
a internet. Tudo isto influenciará as relações sociais e a organização da 
sociedade.
Neste sentido, a vida social passa também por inúmeras 
transformações estruturais que modificam os modos de produção, 
as formas organizadas de representatividade dos grupos sociais, e as 
identidades individuais e coletivas.
Sendo assim, se, por um lado, o trabalho deixa de ser um valor 
liderante, ao mesmo tempo que a jornada de trabalho torna-se 
reduzida, e ao passo que as formas tradicionais de identidade e coesão 
social começam a perder cada vez mais a sua força; por outro lado, 
novas disposições surgem na vida social. Podemos afirmar que o que 
predomina no mundo atual é, sem dúvida, o individualismo.
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“Adicionalmente, a realidade circundante vem gradativamente promovendo 
profundas mudanças no conjunto de valores na competição individual: de 
um lado, abalando a crença de que o progresso material da sociedade seria 
tão mais rápido quanto maior o empenho e o sucesso de cada indivíduo 
na direção do enriquecimento e da ampliação do próprio negócio e, de 
outro lado, impondo a transição para um conjunto de valores centrado na 
compatibilização de múltiplos interesses.” (OLIVEIRA, 2002: pp. 79-80). 
A competitividade desregrada entre trabalhadores por empregos, 
entre empresas pelo controle dos mercados, e entre nações por 
recursos insuficientes, consegue agitar significativamente antigos 
consórcios e vínculos tradicionais de solidariedade.
Entretanto, sob a forma de organizações não-governamentais (ONGs), 
grupos, fundações e associações nacionais e internacionais, condutas 
solidárias são estimuladas, inclusive pela mídia, as quais passam a 
universalizar problemas regionais e nacionais. Estes grupos sociais 
têm uma forte expressão política, que se acende cada vez mais, a qual 
permeia o início do século XXI.
Desta forma, em vista destes acontecimentos, podemos certamente 
imaginar como será o século XXI. Porém não podemos esquecer que 
apesar dos avanços econômicos e tecnológicos, temos convivido 
permanentemente com problemas e conflitos sociais exaustivos que 
estão há muito tempo por serem solucionados.
No que diz respeito ao Brasil, estes problemas e conflitos parecem 
não ter fim, pois, podemos observar que a responsabilidade atribuída 
ao Estado, no que tange ao bem-estar social do cidadão, não tem 
adquirido os efeitos esperados pela sociedade. Os governantes não 
dão conta das suas funções, entre elas, a de prestarem serviços que 
possibilitem melhor qualidade de vida à sociedade.
Podemos detectar que o Estado não tem sido hábil em desempenhar 
seu papel, pois muitas das suas funções perpassam por uma busca 
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de recursos alternativos, que vão necessitar especificamente de 
cooperações da própria sociedade civil.
Os contrastes sociais no Brasil são alarmantes. Apesar do país ser 
considerado o 10° maior PIB (Produto Interno Bruto) mundial, tem um 
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que mede a qualidade 
de vida da população, na 74ª colocação em termos mundiais. Esta 
distância entre desempenho econômico e situação social não é apenas 
gritante com relação a outros países, mas também é significativa no 
que diz respeito à distância entre as várias regiões do Brasil, no qual 
tem-se como o Sul e Sudeste pólos mais desenvolvidos, enquanto o 
Norte e Nordeste pólos mais pobres.
Não obstante de estar entre as maiores economias do mundo, o Brasil 
tem 15 milhões de analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos 
(o que é análogo à população do Chile ou três vezes a de Israel), sem 
contar que 29,4% da população são de analfabetos funcionais, isto 
é, pessoas que não conseguiram completar os quatro primeiros anos 
do ensino fundamental. Isto porque os indicadores educacionais no 
país apontam para um declínio das taxas de analfabetismo entre a 
população mais jovem. 
Segundo alguns autores, seria fundamental que o país aumentasse 
seus índices educacionais para além dos 5,6 anos de estudo (menos 
do que o ensino fundamental completo), diminuindo o impacto 
negativo causado na economia pela má formação educacional. Desta 
forma, acreditasse que desenvolvimento econômico também seja 
movido pelo desenvolvimento em educação.
Podemos observar que, o Brasil possui um grande débito social, 
em áreas básicas, tais como: saúde, educação e alimentação, e que 
excedem a capacidade de recurso por parte do Estado. Neste aspecto, 
o Brasil tem um trabalho intenso pela frente, sendo necessário realizar 
muitas reformas estruturais com o objetivo de resgatar sua falta de 
empenho na vida social brasileira.
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Nesta aula, podemos verificar determinados aspectos da sociedade 
contemporânea no contexto da globalização. Deve ficar claro que, 
as diferenças e desigualdades sociais não foram superadas no século 
XX. Todavia, para o século XXI, a sociedade civil e o Estado podem 
procurar minimizar, ou superar os certos contrastes sociais.
O limiar do século XXI está marcado pelo desenvolvimento das novas 
tecnologias, do avanço da informação e da comunicação, bem como 
da globalização econômica e social.
“A Melhoria dos Indicadores Educacionais”.Castro, M.H.G., in: Educação 
Para Todos: avaliação da década. Brasília, MEC/INEP, 2.000.
Para a nossa última aula, veremos a questão das Sociedades 
Plurais e o Mundo dos Negócios. 
Referências Bibliográficas
CASTRO, M.H.G. “A Melhoria dos Indicadores Educacionais”. in: Educação 
Para Todos: avaliação da década. Brasília, MEC/INEP, 2.000.
OLIVEIRA. Sílvio L. Sociologia das Organizações. São Paulo, Pioneira 
Thomson Learning, 2002.

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