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MEIOS DE PROVA 
A demonstração dos fatos em que é apresentada a pretensão do autor, e daquilo que o réu alega em resistência a essa pretensão, é o que constitui a prova, ele se encontra incluída dentro do processo, que funciona em um conjunto de atos ordenados instituídos legalmente para a apuração do fato e sua autoria. Assim, a finalidade da prova é o convencimento do juiz através da comprovação dos fatos alegados pela parte. A prova já existe e se faz presente desde a formação do direito penal e se mostra instituto indispensável na garantia do devido processo legal, ampla defesa e contraditório, assim o direito à prova é permeada de princípios norteadores e regras normatizam seu uso correto dentro da técnica processual.
ASPECTOS HISTÓRICOS
O direito processual se preocupa em definir os crimes e atribuir-lhe pena, ele regulamenta o modo como é demonstrada a verdade sobre o fato típico e, ainda da responsabilidade criminal. Assim a importância da prova remonta desde as mais antigas civilizações, e ao longo do tempo o homem aprendeu a viver numa verdadeira societas criminis, em que nasce o direito penal para promover uma sociedade mais pacífica e defender a coletividade.
Como e exemplo de prova ao longo da história temos a ordália, um tipo de prova judiciária utilizada para determinar a culpa ou a inocência do acusado por meio de participação de elementos da natureza, cujo o resultado era interpretado como juízo divino. Outro exemplo é a Biblia, que contém a prova testemunhal como meio de atestar a realidade de um fato, na Babilônia, no Código de Hamurábi, aquele que acusasse e não comprovasse a imputabilidade do acusado sofreria a mesma pena que a este caberia. Outro exemplo encontra no Direito romano, local onde surgiu o ônus da prova, para que o encargo da prova não se transferisse a parte ré. Esse são alguns exemplos de como a prova permeia o direito penal e tem sua devida importância desde os tempos antigos e não só hoje.
PRINCÍPIOS
Como a prova se mostra um fator de relevante importância em meio ao processo, nada mais coerente de que ela seja baseada em diversos princípios que norteiam e disciplinam seu uso. Em destaque estão alguns desses princípios a seguir:
Princípio da auto-responsabilidade das partes: Relaciona-se com o ônus da prova, cabendo à parte que alegar a incumbência da prova, assumindo ela os riscos de sua inatividade.
Princípio da liberdade de provas: Esse é o princípio adotado pelo Código de Processo Penal brasileiro vigente onde o sujeito que produzirá as provas não ficará atrelado às que estão previstas em lei (nominadas). Ele terá certa liberdade, em outras palavras, poderão ser utilizados quaisquer meios de prova, desde que não atentem contra a moralidade e a dignidade da pessoa humana, sendo assim não serão aceitas no processo provas que sejam inconstitucionais, ilegais ou imorais.
Princípio da imediaçao: Esse principo via aproximar o magistrado da prova oral, para que ele tenha condições de encontrar mais facilmente a verdade real, o juiz tendo essa relação direta com a prova oral, não admitirá em hipótese alguma, que ela seja mediada por outra pessoa, como, por exemplo, deixar claro para os advogados que não podem fazer perguntas diretamente às partes, ou seja, às testemunhas, aos peritos ou assistentes técnicos. O objetivo do mencionado princípio é que o magistrado constate diretamente se a testemunha está falando a verdade, para que, posteriormente, tenha melhores meios para avaliar a prova oral.
Prova ilícita por derivação: aquela que é lícita se tida isoladamente, mas que por se originar de uma prova ilícita, contamina-se também de ilicitude (art. 157, § 1º, do CPP). Essa idéia vem do direito norte-americano, dos “frutos da árvore envenenada”, cuja imagem traduz com bastante propriedade a idéia da prova ilícita: se a árvore é envenenada, seus frutos serão contaminados.
DO DIREITO À PROVA
O direito de ação está garantido no texto constitucional, inclusive o próprio Estado é o titular do jus puniendi, se realizando com a garantia jurisdicional de que “ a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito.
A presença do contraditório e ampla defesa garante o direito à prova, pois é em decorrência deles que a prova se manifesta, trata-se de um direito subjetivo público das partes levar ao juízo suas postulações e ser-lhes proporcionada a possibilidade de, no desenvolver da causa, demonstrar a veracidade de suas afirmações. Porém, mesmo esse direito à prova se manifesta com algumas limitações, ligadas a sua produção e formação, como a proibição de utilização de fatos que não tenham sido submetidos a debate pelas parte e introduzidos pelo juiz no processo, ou a proibição de utilização de provas formada fora do processo ou acolhidas na ausência das parte. Uma das condições de validade da prova é que seja produzida em presença do juiz, provas produzidas em procedimento prévio, sem garantia do contraditório não poderá serem utilizadas, porém a prova acolhida em fase de inquérito policial que tenha algum suporte na fase judicial tem reconhecida sua validade.
Porém, existem fatos que independem de prova, como os Fatos axiomáticos ou intuitivos: são os fatos evidentes. Fatos notórios: são os de conhecimento geral em determinado meio. Presunções legais: verdades que a lei estabelece. Podem ser absolutas (juris et de iure), que não admitem prova em contrário, ou relativas (juris tantum), que admite prova em contrário. O fato incontroverso não dispensa a prova, pois busca da verdade real, não é preciso provar o direito, pois, se seu conhecimento é presumido por todos, principalmente do juiz, aplicador da lei.
DOS MEIOS DE PROVA
O código de processo penal traz em seu Título VII, dos artigos 155 à 250, os meios prova existentes de uma forma não taxativa, são eles os meios úteis para a formação direta ou indireta da verdade real, sendo portanto regularizados em lei para produzir efeitos dentro do processo. A doutrina trata de organizar os tipos de provas existentes em varias classificações sob diversos aspectos, com importância de como o julgador adquire o conhecimento do objeto da prova, dentre os doutrinadores Moacyr Amaral Santos, acolhendo o sistema proposto por Malatesta, classifica as provas segundo três critérios: o do objeto, o do sujeito e o da forma.
O primeiro critério, objeto da prova é o fato a provar-se e, quanto a ele, as provas são diretas ou indiretas. Referem-se as primeiras, direta e imediatamente ao fato a ser provado. As segundas dizem respeito a outro (s) fato (s) que, por sua vez, se liga (m) ao fato a ser provado. São provas indiretas as presunções e indícios. A prova indireta é também chamadas de circunstancial, a essa classificação corresponde a proposta por carnelutti, que denominou de históricas as provas diretas, e de críticas as indiretas.
O segundo critério, sujeito da prova, é a pessoa ou coisa de quem ou de onde dimana a prova; a pessoa ou coisa que afirma ou atesta a existência do fato probando. Prova pessoal é toda afirmação pessoal consciente, destinada a fazer fé dos fatos afirmados, como a testemunha que narra o fato que presenciou. Prova real de um fato consiste na atestação inconsciente, feita por uma coisa, das modalidades que o fato probando lhe imprimiu. Reais, por exemplo, são o lugar, a arma, o cadáver, a ferida etc.
O terceiro critério, forma da prova é a modalidade ou maneira pela qual se apresenta em juízo. Em relação à forma a prova é testemunhal, documental ou material. Prova testemunhal, em sentido amplo, é a afirmação pessoal oral, compreendendo as produzidas por testemunhas, declarações da vítima e do réu. Documental é a afirmação escrita ou gravada. Diz-se material a prova consistente em qualquer materialidade que sirva de prova ao fato probando; é a atestação emanada da coisa: o corpo de delito, os exames periciais, os instrumentos do crime.
DAS PROVAS EM ESPÉCIE
Perícia (arts. 158 a 184 CPP) 
Com finalidade de obter informações especificas dobre a materialidade dofato, o juiz se utiliza do exame pericial, realizado por profissional com conhecimentos técnicos, que resulta no laudo pericial, que é o documento elaborado pelos peritos, resultante do que foi examinado na perícia. A perícia pode ser realizada na fase de inquérito policial ou do processo, a qualquer dia e horário observando os peritos o prazo de dez dias para a elaboração do laudo, prorrogável em casos excepcionais A autoridade que determinar a perícia e as partes poderão oferecer quesitos até o ato.
Deve ser realizada a perícia por perito oficial, portador de diploma de curso superior. É facultado ao ministério público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado de indicar assistente técnico, bem como oferecer quesitos.
Interrogatório (arts. 185 a 196 CPP)
Ato em que o acusado é ouvido sobre a imputação a ele dirigida. Tem dupla natureza jurídica ao interrogatório: é meio de prova, pois assim inserido no código de processo penal e porque leva elemento de convicção ao julgador; é também meio de defesa, pois o interrogatório é o momento primordial para que o acusado possa exercer sua autodefesa, dizendo o que quiser e o que entender que lhe seja favorável, em relação à imputação que lhe pesa, pode ser realizado a qualquer tempo. É permitida também a renovação do ato a todo tempo, de ofício pelo juiz ou a pedido das partes.
O acusado será interrogado sempre na presença de seu defensor. Se não tiver um, deve ser-lhe nomeado um defensor público ou um defensor dativo, nem que seja apenas para acompanhar o ato. Antes do interrogatório, o juiz deve assegurar o direito de entrevista reservada com seu defensor. Antes ainda de se iniciar o ato, o acusado deve ser alertado do seu direito ao silêncio, podendo se recusar a responder às perguntas que lhe forem formuladas, sem que isso seja utilizado em seu prejuízo (art. 5º, lxiii, da cf e art. 186 do cpp).
O interrogatório será dividido em duas partes. Na primeira, o juiz deverá inquirir o acusado a respeito de sua vida pessoal. Na segunda parte, o acusado será indagado sobre fatos do processo em si. Se o acusado negar a acusação, poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. Se, por outro lado, confessar a prática do crime, será indagado sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração e quem são elas (art. 189 do cpp). As partes poderão, após a inquirição do juiz, pedir esclarecimentos. Se houver mais de um acusado, eles serão interrogados separadamente.
Confissão (arts. 197 a 200 do CPP)
A confissão é o reconhecimento realizado em juízo, por uma das partes, a respeito da veracidade dos fatos que lhe são atribuídos e capazes de ocasionar-lhe consequências jurídicas desfavoráveis. No processo penal, pode ser conceituada, sinteticamente, como “a expressão designativa da aceitação, pelo autor da prática criminosa, da realidade da imputação que lhe é feita” (mirabete).
A confissão ocorre costumeiramente no ato do interrogatório, mas nada impede que seja realizada em outro momento no curso do processo. Neste caso, deverá ser tomada por termo nos autos, conforme dispõe o art. 198 do código de processo penal. Não existe confissão ficta no processo penal, ou seja, mesmo que o acusado não exerça a sua autodefesa, não se presumem verdadeiros os fatos a ele imputados. Estipula ainda o código que a confissão será divisível, ou seja, o juiz pode aceitá-la apenas em parte, e será também retratável, isto é, o acusado pode voltar atrás na sua admissão de culpa. Costuma-se apontar duas espécies de confissão: A simples, na qual o réu apenas reconhece a prática delituosa, sem qualquer elemento novo; e a qualificada, em que o réu reconhece que praticou o crime, mas alega algo em seu favor, como alguma causa excludente de ilicitude ou de culpabilidade.
Declarações do ofendido (art. 201 do CPP) 
Sempre que possível o juiz deverá proceder à oitiva do ofendido, por ser ele pessoa apta, em muitos casos, a fornecer informações essenciais em relação ao fato criminoso. Regularmente intimado, se não comparecer poderá ser conduzido coercitivamente. Será ele indagado sobre as circunstâncias da infração, se sabe quem é o autor e quais as provas que pode indicar.
Nos termos do código, o ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem Cuida também o código da proteção do ofendido, dispondo que antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado para ele, determinando, ainda, que o juiz tome as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
Testemunha (arts. 202 a 225 do CPP)
São as pessoas estranhas à relação jurídica processual, que narram fatos de que tenham conhecimento, acerca do objeto da causa. São características da prova testemunhal: a oralidade, objetividade e a retrospectividade. Estabelece o art. 202 do código de processo penal que toda pessoa poderá ser testemunha. A essa regra geral, porém, correspondem algumas exceções. Tecnicamente, testemunha é aquela pessoa que faz a promessa, sob o comando do juiz, de dizer a verdade sobre aquilo que lhe for perguntado, ou seja, a que assume o compromisso de dizer a verdade, sob pena de ser processada pelo crime de falso testemunho. As demais pessoas que venham a depor, sem prestar referido compromisso, conforme já adiantado anteriormente, são denominadas informantes do juízo ou ainda declarantes.
Na audiência, as testemunhas deverão ser ouvidas de per si, de modo que uma não ouça o depoimento da outra, para que não exista a possibilidade de influência. Fará ela a promessa de dizer a verdade sobre o que lhe for perguntado, sob pena de ser processada por crime de falso testemunho. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente se não for possível, determinará a retirada do réu da sala de audiências, permanecendo seu defensor. Tudo deverá constar do termo.
Reconhecimento de pessoas e coisas (arts. 226 a 228 do CPP)
É um meio de prova pelo qual uma pessoa admite e afirma como certa a identidade de outra ou a qualidade de uma coisa, primeiro, a pessoa que vai fazer o reconhecimento deve descrever a pessoa que será reconhecida. Esta será, então, se possível, colocada ao lado de outras que, com ela, tenham semelhança, para que o reconhecedor possa apontá-la, tomando-se cuidado, se houver receio, para que uma não veja a outra. Entende-se que a semelhança deve ser física, não exatamente de fisionomia, o que poderia tornar impossível a realização do ato. Se forem várias as pessoas que irão fazer o reconhecimento, cada uma o fará em separado. De tudo o que se passou, lavrar-se-á termo, assinado pela autoridade, pela pessoa chamada para efetuar o reconhecimento e por duas testemunhas. O mesmo procedimento deve ser observado no que diz respeito e no que couber ao reconhecimento de coisas que tiverem relação com o delito.
Acareação (arts. 229 e 230 do CPP)
É o ato processual em que se colocam frente a frente duas ou mais pessoas que fizeram declarações divergentes sobre o mesmo fato. Pode ser realizada entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e vítima, ou entre vítimas. É pressuposto essencial que as declarações já tenham sido prestadas, caso contrário não haveria possibilidade de se verificar ponto conflitante entre elas.
Documentos (arts. 231 a 238 do CPP)
Nos termos do código de processo penal, consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. Instrumentoé o documento constituído especificamente para servir de prova para o ato ali representado, por exemplo, a procuração, que tem a finalidade de demonstrar a outorga de poderes. Os documentos podem ser públicos ou particulares.
Indícios (art. 239 do CPP)
Indício, na definição legal, é toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio lógico, chega-se à conclusão da existência de outro fato.
Em nosso direito, a prova indiciária tem o mesmo valor que qualquer outra. Há quem sustente que um conjunto de fortes indícios pode levar à condenação do acusado, tendo em vista o sistema do livre convencimento motivado do juiz.

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