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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
Prof. Marcelo P. Leite 
 
1 
MERCADO DE CAPITAIS (VALORES MOBILIÁRIOS) 
O mercado de valores mobiliários é formado pelo conjunto de instituições e de instrumentos 
que possibilitam a realização da transferência de recursos entre tomadores (empresas) e aplicadores 
de recursos (poupadores), buscando compatibilizar seus objetivos na troca de valores que 
representam parte do capital e/ou dos resultados das empresas ou ativos que estejam sendo 
negociados. Essa transferência se processa através de um conjunto de operações financeiras de 
médio e de longo prazo ou, em alguns casos, com prazo indefinido, normalmente efetuadas 
diretamente entre poupadores e empresas ou através de intermediários financeiros. Sendo estas 
operações geralmente destinadas ao financiamento de seu capital de giro ou de projetos de 
investimentos (capital fixo) das empresas que colocam seus ativos em negociação. 
A função básica desse mercado é proporcionar liquidez aos títulos emitidos pelas Sociedades 
Anônimas/S.A ou Sociedade por Ações, ou Companhia – Cia, que podem ser companhias de capital 
aberto – negociadas livremente em mercados de bolsa de conhecimento público e no mercado de 
balcão – ou de capital fechado – que somente pode emitir e vender suas ações de modo particular 
(distribuição privada) vedada a veiculação de anúncios, prospectos públicos – viabilizando o 
processo de capitalização destas empresas. A colocação (venda) inicial destes títulos é feita no 
mercado primário, enquanto que a compra e a venda dos títulos já lançados (renegociações) ocorre 
no mercado secundário. Sendo que, no caso das S.A’s de capital fechado, a negociação de suas ações 
é restrita e feita somente junto aos sócios fundadores, seus familiares, funcionários e a um número 
pequeno de investidores selecionados, não realizando negociações em bolsa ou no mercado de 
balcão, pois apenas os valores mobiliários de companhia aberta registrada na Comissão de Valores 
Mobiliários podem ser distribuídos no mercado e negociados em bolsa (empresas com registro em 
bolsa) ou no mercado de balcão (empresas sem registro em bolsa). 
Mercado primário: É quando a própria empresa emite títulos que são ofertados ao público 
através de uma instituição contratada, ocorrendo a primeira colocação de ações ou outros títulos de 
valores mobiliários, provenientes de novas emissões, que podem ser de um processo abertura de 
capital – ações, ou de novas emissões de empresas que já sejam S.A. As empresas recorrem ao 
mercado primário para completar os recursos de que necessitam, visando o financiamento de seus 
projetos de expansão ou seu emprego em outras atividades. 
Mercado secundário: Ocorre quando é organizado um consorcio e contratada uma instituição 
para realizar a colocação de ações ou debêntures que já tenham sido anteriormente emitidas e 
pertencentes a uma pessoa física ou jurídica. Contudo, os negócios realizados no mercado secundário 
representam a negociação (renegociação) dos títulos adquiridos no mercado primário, 
proporcionando a liquidez necessária ao bom funcionamento do mercado de capitais. 
 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
Prof. Marcelo P. Leite 
 
2 
Os principais atos legislativos que dispõem sobre o Mercado de Capitais, são: I) Decreto-Lei 
nº 2.627, de 26/09/1940 – que dispõe sobre as sociedades por ações (S.A); II) Lei nº 6.385, de 
07/12/1976 – que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM); III) Lei nº 6.404, de 15/12/1976 – que também dispõe sobre as Sociedades por 
Ações (S.A); IV) Lei nº 9.457, de 05/05/1997 – que altera dispositivos da Lei nº 6.404/76 e da Lei nº 
6.385/76; V) Lei nº 10.303, de 31/10/2001 – altera e acresce dispositivos à lei 6.404/76; VI) Lei nº 
10.411, de 26/02/2002 – altera e acresce dispositivos à Lei no 6.385/76; VII) Lei nº 11.638, de 
28/12/2007, que acresce, altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404 e da Lei nº 6.385, e estende às 
sociedades de grande porte1 disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações 
financeiras equivalentes as S.A2; e VIII) Lei nº 11.941, de 27/05/2009, que altera a legislação 
tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários, concede remissão nos 
casos em que especifica e institui regime tributário de transição. 
No mercado de capitais realizamos negociações com diferentes títulos (Títulos de Valores 
Mobiliários) que são representativos da propriedade de parte do capital social de uma sociedade 
anônima ou em comandita por ações, ou mesmo de seus ativos ou resultados, que gerem direito de 
participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos 
rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Sendo as negociações com ações 
em bolsa de valores os mais conhecidos. Contudo, há ainda títulos que são representativos de 
empréstimos tomados por essas empresas através do mercado aberto e, portanto, compõem seu 
capital, sendo valores mobiliários que também fazem parte do mercado de capitais. Dentre estes 
destacamos, como os mais praticados, as debêntures (conversíveis ou não em ações), que são títulos 
de dívida da empresa de sociedade anônima de capital aberto e capital fechado (somente a partir de 
jan. 20093, com negociação restrita – fora de bolsa – e não conversíveis ou permutáveis em 
ações), e as notas promissórias comerciais ou commercial papers (que também podem ser emitidas 
por S.A. de capital fechado), que correspondem a empréstimos feitos pelos compradores à empresa 
emissora. Sendo que estes títulos não são negociados em bolsa, mas sim no mercado aberto via 
instituições financeiras que realizam a sua intermediação para as empresas emitentes. 
Há ainda uma grande variedade de outros títulos que podem ser negociados ou não em bolsa 
ou em mercado de balcão – organizado ou não, como: 
 
1 Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade, ou conjunto de sociedades (o somatório 
de todas as sociedades do Grupo), sob controle comum, que tiver no exercício social anterior, de forma não cumulativa: 
i) ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou ii) receita bruta anual superior a 
R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). 
2 A partir de 2014, atendendo ao art. 3º desta Lei, as Sociedades de Grande Porte estarão obrigadas a informar em seus 
cadastros no SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) o nome do auditor independente responsável pela 
auditoria a elas considerada obrigatória, bem como seu respectivo número de registro junto à CVM (Comissão de 
Valores Mobiliários). 
3 Instrução CVM nº 476, de 16 de janeiro de 2009. 
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DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
Prof. Marcelo P. Leite 
 
3 
 * certificados de depósito de valores mobiliários; 
 * índices representativos de carteira de ações; 
 * opções de compra e venda de valores mobiliários; 
 * recibos de subscrição; 
 * quotas de fundos imobiliários; 
 * certificados de investimento audiovisual; 
 * contratos de parceria para a engorda de animais; 
 * certificados representativos de contratos mercantis de compra e venda a termo de 
energia elétrica; 
* depositary receipts (recibos de depósitos), instrumento utilizado na colocação de 
ações de companhias brasileiras no exterior; e 
 * certificados de recebíveis imobiliários (CRI). 
 
Sendo ainda possíveis “Operações de Repasses” de empréstimos contratados por instituições 
financeiras, em moeda nacional ou estrangeira, paraprojetos de investimento de longo prazo. 
Operações de “Arrendamento Mercantil” (leasing financeiro, lease-back ou leasing operacional) que 
são operações que interferem na gestão do capital (ativo permanente) da empresa e no seu custo 
operacional. E a “Securitização de Recebíveis”, que é uma operação de crédito caracterizada pelo 
lançamento de títulos com oferecimento de garantias de pagamento sobre os valores à receber, que é 
realizada através da constituição de uma empresa criada especialmente para essa finalidade, a 
Sociedade de Propósitos Específicos (SPE), que capta os recursos através do lançamento de 
debêntures. Pode-se, também, realizar a securitização de recebíveis através da formação de “Fundos 
de Investimentos em Direitos Creditórios” (FIDC), que são Fundos de Recebíveis, onde as empresas 
através de um banco (comercial, de investimento ou múltiplo) lançam cotas para serem vendidas no 
mercado aberto a fim de captarem recursos para financiar as suas necessidades. 
Boa parte destas operações de captação de recursos, descritas acima, no mercado de capitais 
é realizada com remuneração dada em renda fixa, ou seja, tendo uma taxa ou indexador de 
rentabilidade já especificada no contrato, e com prazo de vencimento determinado, sendo que 
algumas oferecem garantias para os recursos aplicados por terceiros, como forma de prevenir 
possíveis perdas em razão de um insucesso da empresa possuidora do capital negociado. Contudo, 
quanto maiores as garantias menores se tornam as possibilidades de ganhos, uma vez que estas 
representam custos adicionais para a empresa que está negociando parte do seu capital. 
Apenas as empresas de capital aberto registradas junto a bolsa de valores negociam suas 
ações em bolsa, sendo que alem das ações podem ser negociados também os bônus de subscrição 
(direitos de subscrição). No “Mercado BOVESPA” da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão)4, que até 30 de 
 
4 Aprovada pelo CADE em 22/03/2017, a fusão da BM&FBOVESPA com a CETIP S.A Mercados Organizados, deu 
origem a B3 S.A e foi anunciada ao mercado em 30/03/2017. Esta nova companhia passa a representar, a partir da 
combinação das atividades de bolsa de valores, mercadorias e futuros e de seu balcão organizado, com a da CETIP, 
empresa prestadora de serviços financeiros no mercado de balcão organizado, a única empresa provedora de 
infraestrutura de bolsa de valores no País, a de principal bolsa de mercadorias e futuros em operação no Brasil, a maior 
depositária de títulos de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos privados do País. Oferecendo serviços 
de negociação (bolsa), pós-negociação (clearing), registro de operações de balcão e de financiamento de veículos e 
imóveis: ações, derivativos de ações, financeiros e de mercadorias, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, 
moedas à vista e commodities agropecuárias. Oferecendo, ainda, o serviço de listagem e de depositária central para os 
ativos negociados em seus ambientes e, também, os serviços de licenciamento de softwares e índices. 
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4 
março de 2017 era a BM&FBOVESPA5, são também negociadas debêntures e notas promissórias, 
além quotas de fundos, só que no BOVESPAFix, que é o mercado de negociação de títulos da dívida 
corporativa das empresas inscritas na bolsa. Além disso, também são negociados na BOVESPA os 
BDRs (Brazilian Depository Receipts), que são certificados representativos de valores mobiliários de 
emissão de companhia aberta ou assemelhada com sede no exterior, emitidos por instituição 
depositária no Brasil. Podem ainda ser negociados na BOVESPA os certificados de depósitos de 
ações lançados por empresas sediadas nos países que integram o Acordo do MERCOSUL. 
AÇÕES – Mercado Acionário 
 
As Sociedades Anônimas (S.A) de capital aberto (Companhias Abertas) emitem títulos que 
são representativos de seus valores mobiliários a serem subscritos (comprados) por investidores que 
assim o desejarem. As novas colocações destes títulos no mercado são feitas através da “Oferta 
Pública de Títulos”, conhecida como Underwriting, ou, em português, “Subscrição”, que é uma 
atividade autorizada aos bancos de investimento (BI) e instituições integrantes do sistema de 
distribuição de valores mobiliários (DTVM, CCVM e Agentes Autônomos de Investimento), que 
representa a colocação (lançamento) ou distribuição no mercado de capitais dos valores mobiliários 
pertencentes a estas empresas, tanto no mercado primário (lançamento) 6, quanto no mercado 
secundário (renegociação). Sendo as ações e as debêntures os títulos de valores mobiliários mais 
conhecidos e negociados. 
→ O processo de abertura de capital, “Subscrição”, pode ser realizado de três formas diferentes: 
1) Garantia Firme ou do Tipo Puro, onde a instituição responsável pela abertura de capital garante a 
colocação dos títulos a um determinado preço previamente pactuado com a empresa emissora; 
2) Melhores Esforços ou Best Effort, nesta a instituição responsável pelo processo assume o 
compromisso de buscar colocar o máximo de títulos pelo melhor preço junto aos seus clientes, mas 
não assume nenhum compromisso formal com a colocação integral; e 
3) Residual ou Stand-By, que reúne as características das duas primeiras, pois a própria instituição 
responsável pode se comprometer (mas não obrigada) em subscrever os títulos que após, certo prazo, 
não encontraram interessados. 
 
5 A BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, surgiu em 2008 com a integração da BM&F 
com a BOVESPA. Num processo que teve seu início marcado pela transformação da Bolsa de Valores de São Paulo 
(BOVESPA), em 26/10/2007, e da Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F), em 30/11/2007, em empresas de capital 
aberto. 
6 A primeira venda de ações de uma empresa no mercado de ações é realizada através de uma “Oferta Pública Inicial” 
ou, em inglês, IPO (Initial Public Offering). Onde a propriedade de uma empresa (S.A) de capital aberto é transferida, 
total ou parcialmente, para terceiros, através da venda do seu capital em forma de ações. Sendo que, seu principal 
propósito é o levantamento de capital pela sociedade para utilizar como investimento na expansão da empresa. 
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5 
Há ainda uma quarta (4ª) forma, mas esta refere-se a colocação dos papéis também no 
mercado externo, que é a “Book Building” (colocação global dos títulos – no país e no exterior, onde 
o preço da ação é definido previamente de acordo com as ofertas dos investidores). 
As ações são títulos sem prazo determinado, emitidos por sociedades anônimas ou em 
comandita por ações, com remuneração de acordo com o resultado obtido pela empresa que 
representam, ou seja, sua renda é variável de acordo com os resultados obtidos pela empresa 
emitente. Uma ação representa a propriedade da menor fração do capital social da empresa de 
sociedade anônima que a emitiu. O investidor em ações é um co-proprietário (sócio) da companhia 
da qual é acionista, participando proporcionalmente, na razão da sua participação acionária, dos 
resultados alcançados pela empresa. Contudo, numa Sociedade em Comandita por Ações, como 
apenas seus acionistas podem exercer funções de direção, estes passam a responder integralmente, 
com seus bens particulares, pelas obrigações que a empresa vier a assumir. 
Até 12/04/90, as ações emitidas por certificados, com cautela, podiam ser ao portador ou 
nominativas, mas a partir da publicação da Lei nº 8.021, em 13/04/90, as ações do tipo nominativa 
(N) tornaram-seuma modalidade única obrigatória, sejam na forma física, com emissão de cautela, 
ou escritural, deixando de existir, portanto, as ações ao portador (P). Assim, as ações podem circular 
atualmente somente nas formas “nominativas”, “nominativas endossáveis” e “escriturais”. 
Na forma nominativa, a ação é emitida através de “cautela” (certificado – documento físico) 
na qual consta o nome do proprietário, sendo que a sua venda deve ser registrada no livro de registro 
de ações nominativas da empresa que a emitiu. Sua transferência (venda) deve ser feita mediante a 
entrega da cautela e sua averbação (nota indicativa de alteração) do nome do novo titular no “livro 
de registro de ações nominativas da empresa”. Já uma ação nominativa endossável (ação 
endossável), registra apenas o nome do primeiro acionista, sendo sua transferência feita mediante 
endosso (alteração no dorso) na própria cautela. Mas, a grande maioria das ações que são negociadas 
atualmente está na forma escritural, onde a ação nominativa, registrada no “livro de registro de ações 
nominativas da empresa”, é negociada sem a emissão de certificado (cautela), sendo mantidas 
registradas em conta de depósito, em nome de seus proprietários (titulares), na instituição que foi 
designada como fiel depositária das ações da companhia. Sendo todas as suas movimentações 
realizadas mediante extratos bancários emitidos pela instituição depositária. 
As ações ainda podem ser divididas de acordo com os direitos que proporcionam aos seus 
proprietários, podendo ser “ordinárias” (ordinárias nominativas – ON) ou “preferenciais” 
(preferenciais nominativas – PN). Sendo que, de acordo com a Lei 6.404/76, uma empresa terá que 
emitir, no mínimo, 1/3 de seu capital social em ações ordinária (ou 33,33% das emissões) e, no 
máximo, 2/3 de ações preferenciais (66,67% das emissões): 
a) Ação ordinária ou comuns: tipo de ação que goza dos direitos de participação na 
administração da sociedade e nos seus resultados, comandando as assembléias de acionistas 
e conferindo ao seu proprietário (titular) o direito de voto. 
b) Ação preferencial: tipo de ação que dá ao seu proprietário prioridade no recebimento de 
dividendos (participar de pelo menos 25% do Lucro Líquido do exercício, garantido um 
dividendo prioritário de 3% do valor do PL da ação, e 10% maior que os atribuídos às ações 
ordinárias) e de juros sobre o capital próprio, além da prioridade de restituição do capital em 
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6 
caso de dissolução/extinção da empresa e igualdade de condições nos processos de oferta 
pública de alienação de controle (tag along). Em alguns casos, quando constar no estatuto 
social da companhia, estas ações poderão ter direito a voto. 
Sendo ainda possível a emissão de ações preferenciais com diferentes “classes” em função 
de seu “objetivo específico”, as quais são ações que são emitidas com objetivos específicos 
com relação aos direitos atribuídos aos seus titulares, prevendo, por exemplo, dividendos 
diferenciados, limitação de participação e condições especiais, podendo a sociedade criar 
quantas classes desejar. Ex.: PNA (preferência nominativas classe A), PNB, etc. 
Há ainda a possibilidade de emissão de um tipo especial de ação: 
c) Ação de gozo ou fruição: as quais não possuem suas normas definidas na Lei 6.404/76 e 
equivalem ao montante que caberia aos acionistas na hipótese de dissolução da companhia, 
pois representam o recebimento antecipado do valor contábil que os fundadores da 
companhia têm direito, já tendo sido amortizadas do capital social da empresa. Não sendo 
objeto de negociação em bolsa ou em mercado de balcão. 
→ Preço das ações: 
A legislação vigente especifica que o preço de emissão ou de lançamento das ações de uma 
empresa que esteja abrindo o seu capital (o valor de subscrição das ações) deve ser formado a partir 
do valor do patrimônio líquido que a empresa está subscrevendo, de suas perspectivas de 
rentabilidade e, no caso de empresas que já tenham ações negociadas no mercado, a partir, também, 
da cotação de suas ações. 
O valor nominal das ações é um valor que está impresso, estabelecido pelo estatuto social da 
companhia no momento de sua emissão, não podendo as próximas emissões desrespeitar este valor 
mínimo que está expresso. Caso a empresa não queira criar esta restrição é emitido ações sem valor 
nominal, onde não se convenciona valor emissão, prevalecendo o preço de mercado por ocasião do 
seu lançamento. 
O valor patrimonial das ações é dado pelo percentual do patrimônio líquido da empresa que 
cada uma destas representa. Já o seu valor intrínseco está relacionado as possibilidades de ganho que 
os investidores identificam no negócio da empresa, suas possibilidades de crescimento e da 
economia. Enquanto o valor de mercado é o preço de negociação das ações, ou seja, o valor que está 
sendo pago por cada ação ou lote de ações no mercado. Não precisando ser, necessariamente, igual a 
nenhum dos demais, pois o preço de mercado é dado pela percepção dos investidores e o volume de 
negócios que são realizados. 
A cotação (preço) que as ações obtêm no mercado está associada a fatores relacionados a sua 
condição financeira, ao valor do seu patrimônio e as perspectivas que os investidores/aplicadores 
tem em relação ao futuro do seu negócio, além da situação econômica e política do país e dos seus 
principais parceiros econômicos. 
Há, ainda, o valor de liquidação, que é determinado quando do encerramento das atividades 
da companhia, que é de acordo com o valor pertencente a cada ação pelo resultado da liquidação. 
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7 
→ Rendimento: 
Essencialmente uma ação oferece dois tipos de rendimentos aos seus titulares: os dividendos 
e a valorização de seu preço de mercado (preço de negociação). Sendo que, a valorização só gera 
efeitos ao se negociar (vender) a ação por um preço maior que o de aquisição. Contudo, benefícios 
adicionais como bônus de subscrição, bônus em dinheiro, provenientes da distribuição de juros sobre 
o capital próprio pagos aos acionistas com as reservas de lucros da empresa, bonificação e 
desdobramentos promovem outras formas de rendimento aos acionistas. 
a) Dividendos: são formados pela distribuição, em dinheiro, de parte dos lucros da empresa 
emissora aos acionistas, de acordo com a sua participação no capital social. Pelo menos 25% do 
lucro líquido (LL) do exercício devem ser distribuídos aos acionistas (ordinários e preferenciais - 
que devem receber, pelo menos, 10% a mais), desde que a situação financeira da empresa permita. 
Esta parcela do LL distribuída aos acionistas pela empresa emissora é incluída no lucro tributável, 
deixando, portanto, de ser deduzida do IR e da CSLL pagos pela empresa. O que não ocorrem com 
os pagamentos feitos na forma de “Juros sobre o Capital Próprio” – bonificações em dinheiro. Para 
os acionistas, a partir de 1996, os dividendos passaram a ser isentos de IR de 15% na fonte sobre o 
valor recebido. 
Nas S.A. de capital fechado a assembléia de acionistas pode deliberar sobre uma distribuição 
de dividendos abaixo deste mínimo, ou mesmo, a não distribuição, desde que não haja oposição na 
assembléia de nenhum dos presentes. 
b) Juros sobre o Capital Próprio: criados para compensar o fim da correção monetária dos 
balanços, estes remuneram o capital do acionista até o valor da TJLP do período. Sendo considerada 
uma despesa da empresa, este valor, distribuído na forma de bônus em dinheiro, é descontado do seu 
lucro tributável, diminuindo, assim, o IR a ser pago pela empresa. Contudo, os acionistas tem o 
descontode 15% na fonte referentes aos valores recebidos. 
c) Bônus de subscrição: representa um título nominativo negociável que confere a seu titular, 
nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social em prazo 
determinado, a um preço fixado. O direito será exercido mediante apresentação do título à 
companhia e pagamento do preço de subscrição expresso para as ações. A deliberação sobre emissão 
de bônus de subscrição compete à Assembléia Geral, se o estatuto não a atribuir ao conselho de 
administração. Os bônus de subscrição serão alienados pela companhia ou por ela atribuídos, como 
vantagem adicional, aos subscritores de emissões de suas ações ou debêntures. Os acionistas da 
companhia gozam de preferência para subscrever a emissão de bônus. Até o vencimento, os bônus 
podem ser comprados e vendidos em Bolsa de Valores. Vencido o prazo de subscrição, os bônus 
caducam, ou seja, perdem seus direitos e não há qualquer restituição pelos valores pagos para sua 
aquisição. 
d) Bonificação: ocorre na forma da distribuição gratuita de novas ações aos acionistas em 
função do aumento do capital da empresa emitente por incorporação de reservas acumuladas e não 
distribuídas. 
e) Desdobramento (Split) ou Agrupamento (Inplit): representam formas que as empresas 
possuem de alterar a maneira como suas ações estão sendo negociadas no mercado. Pois, uma 
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empresa buscando aumentar a quantidade de negócios realizados com as suas ações, ou seja, 
aumentar a sua liquidez pode realizar um processo de desdobramento do valor de suas ações, 
dividindo-as num número maior de ações e com isso diluindo o seu capital. Passando os acionistas a 
receberem as “novas” ações referentes ao capital originalmente integralizado, mantendo-se assim seu 
percentual de participação. Contudo, se a intenção é aumentar o valor de mercado da ação, a empresa 
pode realizar um processo de agrupamento, onde o capital negociado da empresa no mercado é 
condensado num número menor de ações (diminui-se o número total de ações negociadas, mas não 
do capital negociado). 
Desta forma, podemos também identificar as ações de acordo com os rendimentos que estas 
ainda possuem ou não. Sendo: 
• Ação cheia (com): ação cujos direitos concedidos pela empresa emissora 
(dividendos, bonificação, subscrição) ainda não foram recebidos ou exercidos pelo 
titular; ou 
• Ação vazia (ex): ação cujos direitos (dividendo, bonificação, subscrição) já foram 
exercidos/resgatados pelo titular. 
ÍNDICES DE AÇÕES DO MERCADO BRASILEIRO – BM&FBOVESPA 
São os termômetros do mercado. Onde, os índices da BM&FBOVESPA representam os 
indicadores de desempenho de diferentes segmentos da economia do país ou do próprio mercado, a 
partir de um conjunto de ações ou títulos de renda fixa ou renda variável selecionados. De acordo 
com o comportamento de suas carteiras, demonstram como estes mercados se comportam a partir da 
valorização ou desvalorização de um determinado grupo de papéis/títulos/ações ao longo do tempo. 
Pois, os ativos podem ter seus preços variando por fatores relacionados à empresa que os emitiu ou 
por fatores externos, como o crescimento do país, conjuntura econômica e política, nível de emprego 
e comportamento da taxa de juros e do câmbio. Assim, as ações de um índice podem apresentar um 
comportamento diferente no mesmo período, podendo ocorrer valorização ou, ao contrário, 
desvalorização. 
Existem, atualmente, mai.2016, 27 índices criados pela própria Bovespa7 para ajudar os 
investidores a acompanhar o mercado. Contudo, devido as limitações do nosso conteúdo 
programático, abordaremos mais atentamente o IBOVESPA e as principais características dos 
demais Índices Amplos. 
ÍNDICES AMPLOS 
Índice Bovespa – Ibovespa – IBOV 
Índice Brasil 50 – IBrX-50 
Índice Brasil – IbrX 
Índice Brasil Amplo – IbrA 
 
7 Distribuídos entre os Índices Amplos, que abordaremos, Índices de Governança (IGCX; ITAG; IGCT e IGC-NM), 
Índices de Segmento (IDIV; MLCX; SMLL e IVBX 2); Índices de Sustentabilidade (ICO2 e ISE) e Índices Setoriais 
(IFNC; IMOB; UTIL; ICON; IEE; IMAT e INDX). Além dos Índices SPDJI/BVMF (Smart Betas e Índice de Renda 
Fixa) e os, chamados, Outros Índices, que reúnem diferentes segmentações de mercado (IGMI-C; BDRX; ICB e IFIX). 
Para uma descrição completa dos índices citados, consultar: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/. 
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9 
 
ÍNDICE BOVESPA (IBOVESPA - código: IBOV) 
Após a criação da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) em 1967, como resultado do 
processo de profissionalização do mercado de capitais brasileiro, foi criado, em 02 de janeiro de 
1968, o IBOVESPA para ser um indicador de desempenho das cotações das ações negociadas em 
bolsa. Constituído por uma “carteira teórica”, ou seja, uma aplicação, em R$, numa quantidade 
imaginária de ações, este índice passou a funcionar como uma referência para o comportamento 
médio das ações no mercado de capitais brasileiro. Partindo de uma contagem inicial de 100 pontos, 
este índice foi sendo atualizado de acordo com as alterações monetárias ocorridas no país8 e 
agregando apenas os direitos referentes das ações que o compõem (dividendos, direitos de 
subscrição e bonificações), além de realizar processos periódicos de substituição ou alteração dos 
títulos que compõem a sua carteira de acordo com o comportamento da bolsa (retirada de ações de 
empresas que não existem mais, aumento ou diminuição da participação de ações que tenham “sua 
representatividade no número de negócios” – liquidez – da bolsa alterada e inclusão de ações devido 
a sua participação na bolsa). Desta forma, o número de pontos que o IBOVESPA apresenta hoje é o 
resultado da variação do valor desta aplicação inicial, da mesma forma como podemos acompanhar o 
movimento da bolsa pelos números de pontos que este índice apresenta dia-a-dia. 
Como têm por objetivo demonstrar o comportamento médio das principais ações negociadas 
no segmento Bovespa da BM&FBOVESPA, as empresas que compões este índice representam mais 
de 80% do volume transacionado no mercado de bolsa de valores e mais de 70% de sua 
capitalização. Tendo sua composição ajustada de acordo com movimento deste mercado. Assim, este 
índice (IBOVESPA) que tinha, até out.2012, sua composição dada por 68 das ações mais negociadas 
em bolsa, que representavam as 58 empresas, ou grupos empresariais, mais negociadas. Pois, alguns 
dos principais grupos empresariais em atuação no país, possuem mais um título em sua composição9. 
Atualmente, mai.2016, o IBOVESPA possui em sua carteira 59 das ações mais negociadas em bolsa, 
que representam as 53 empresas, ou grupos empresariais, mais negociadas em bolsa. 
A metodologia empregada para formação do índice da BOVESPA é muito simples e pode 
ser empregada por qualquer investidor para montar o índice da sua própria carteira, com a diferença 
de que sendo esta é uma carteira real, os rendimentos podem ser sacados ou reinvestidos. 
Como exemplo, vamos formar uma carteira composta por ações das 10 principais empresas 
do país (entre ON e PN), todas listadas no IBOVESPA, adquiridas no dia 30 de maio de 2011, dos 
diferentes setores de nossa economia – matérias-primas (petróleo e minério), indústria (siderurgia e 
geradora de energia), telefonia (fixa e móvel), financeiro (bancos de varejo) e comércio varejista 
(revendedores e fabricante) – como indicado em nossa primeira tabela (Tabela 1) na folha a seguir:8 Este Índice sofreu, unicamente para efeito de divulgação e sem prejuízo de sua metodologia de cálculo, as seguintes 
adequações: 1 – divisão por 100, em 03/10/1983; 2 – divisão por 10, em 02/12/1985; 3 – divisão por 10, em 
29/08/1988; 4 – divisão por 10, em 14/04/1989; 5 – divisão por 10, em 12/01/1990; 6 – divisão por 10, em 28/05/1991; 
7 – divisão por 10, em 21/01/1992; 8 – divisão por 10, em 26/01/1993; 9 – divisão por 10, em 27/08/1993; 10 – divisão 
por 10, em 10/02/1994; 11 – divisão por 10, em 03/03/1997. 
9 Atualmente, mai.2016, Petrobras, Vale, ItaúUnibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Gerdau, participam com mais de 
uma de suas ações nesta composição. 
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10 
Os demais índices (Índice Brasil 50 – IBrX-50; Índice Brasil – IbrX e Índice Brasil Amplo – 
IbrA) podem ser definidos, resumidamente, como: i) IBrX-50 é um índice que mede o retorno total 
de uma carteira teórica composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na 
BM&FBOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações 
disponíveis à negociação e que tenham sido negociadas em pelo menos 80% dos pregões ocorridos 
nos doze meses anteriores à formação da carteira; ii) IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que 
mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais 
negociadas na BOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro e que tenham sido 
negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da 
carteira; e iii) IBrA - Índice Brasil Amplo tem por objetivo oferecer uma visão ampla do mercado 
acionário, medindo o comportamento das ações de todas as empresas listadas na BM&FBOVESPA 
cujos índices de negociabilidade somados representem 99% do valor acumulado de todos os índices 
individuais e que tenha tido participação em pregão igual ou superior a 95% no período. 
 
TABELA 1: 10 
PETR4 24,32 200 4.864,00 PETR4 19,04 3.808,00 
VALE5 45,18 100 4.518,00 VALE5 38,67 3.867,00 
USIM5 15,05 100 1.505,00 USIM5 10,86 1.086,00 
ELET3 22,26 200 4.452,00 ELET3 16,32 3.264,00 
TNLP3 33,45 100 3.345,00 TNLP3 20,01 2.001,00 
TCSL4 ** 7,80 400 3.120,00 TIMP3 8,66 3.464,00 
ITUB4 35,88 200 7.176,00 ITUB4 31,07 6.214,00 
BBDC4 31,23 200 6.246,00 BBDC4 30,30 6.060,00 
LAME4 15,12 300 4.536,00 LAME4 9,42 2.826,00 
NATU3 41,84 200 8.368,00 NATU3 32,94 6.588,00 
TOTAL = 2000 48.130,00 TOTAL = 39.178,00 
Ação 
(código)
Preço Dia 
(17/10/11)
Ação 
(código)
Quantidade 
em pontos2 *
Preço Dia 
(30/05/11)
Quantidade 
em pontos1 *
Quantidade 
comprada
 
* "Quantidade em pontos" = Preço x Quantidade comprada. 
**A TIM Participações, após maio de 2011, passou para Novo Mercado, alterando seu código para TIMP3. 
 
Pelo número total de pontos obtidos – que nada mais é do que o total em R$ do que foi 
empregado em ações – de um período a outro (como no exemplo acima, de 30 de maio a 17 de 
outubro), podemos verificar se houve ganho ou perda no período analisado. Pois, se ocorrer uma 
elevação no número total de pontos, significa uma valorização da carteira. Mas, se por outro lado, 
como no nosso exemplo acima, houver uma redução no número de pontos, a carteira se 
desvalorizou. Assim, ao passar de 48.130 para 39.178 a carteira perdeu valor. 
Para calcularmos qual foi a variação da carteira em um dado período basta, portanto, que 
façamos uma relação entre o número de pontos na data atual, ou para qual queremos analisar (t2), 
com o obtido no ato da formação da carteira, ou para o período inicial de análise (t1). Assim: 
 
10 Relação nominal das ações por ordem de apresentação na Tabela 1: PETROBRAS PN; VALE RIO DOCE 
PNA N1(após a alteração da denominação: VALE); USIMINAS PNA N1; ELETROBRAS ON N1; TELEMAR ON 
ED (Tele Norte Leste Participações S.A.); TIM PART S/A PN (alterada para TIM PART S/A ON NM); 
ITAUUNIBANCO PN N1; BRADESCO PN N1; LOJAS AMERICANAS PN e NATURA ON NM. 
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11 
 
 
 
 
 
Exemplo: a variação (∆%) de carteira montada acima no período de 30/05/2011 a 17/10/2011 = 
∆% = ((39.178/48.130) – 1)*100 = – 18,599626 ou – 18,6% no período (o que significa que a 
carteira teve uma variação negativa – uma perda de valor – de 18,6% no período analisado). 
Caso o valor calculado fosse positivo, isto significaria um ganho, ou seja, uma valorização de sua 
carteira de ações e, portanto, um aumento no valor do seu patrimônio (como na tabela a seguir). 
 
Exercícios: 
 
1) Calcule qual a variação da nova composição da nossa carteira, em 10 de abril de 2012, após a 
alteração promovida na TELEMAR, em relação às cotações do ultimo dia útil da semana 
anterior, 05 de abr. de 2011, de acordo com os dados da tabela abaixo (Tabela 2)? 
 
TABELA 2: 
BBDC4 200 30,78 6.156,00 BBDC4 200 30,49 6.098,00 
ELET3 200 16,50 3.300,00 ELET3 200 15,89 3.178,00 
ITUB4 200 33,05 6.610,00 ITUB4 200 31,84 6.368,00 
LAME4 300 17,59 5.277,00 LAME4 300 17,25 5.175,00 
NATU3 200 40,24 8.048,00 NATU3 200 41,50 8.300,00 
PETR4 200 22,00 4.400,00 PETR4 200 21,19 4.238,00 
TIMP3 400 11,90 4.760,00 TIMP3 400 11,61 4.644,00 
TNLP3 100 27,89 2.789,00 OIBR3 * 230 11,30 2.599,00 
USIM5 100 12,05 1.205,00 USIM5 100 11,61 1.161,00 
VALE5 100 41,12 4.112,00 VALE5 100 40,32 4.032,00 
2000 TOTAL = 46.657,00 2130 TOTAL = 45.793,00 
Preço Dia 
(05/04/12)
Ação 
(código)
Quantidade 
comprada
Preço Dia 
(10/04/12)
Quantidade 
em pontos1
Quantidade 
comprada
Ação 
(código)
Quantidade 
em pontos2
 
* Alterações realizadas nas empresas/ações da carteira no período: 
 - ITAUBANCO PN (ITAU4) - antes da fusão com o Unibanco; foi convertida em ITUB4 a partir de 2009. 
 - A TIM Participações, após maio de 2011, passou para Novo Mercado, alterando seu código para TIMP3. 
 - Antiga TNLP3 - TELEMAR ON ED (Tele Norte Leste Participações S.A.) – foi alterada, a partir de 09 de abril de 
2012, para OIBR3 numa relação de troca de, aproximadamente, 1 para 2,3 de acordo com simulador oficial da empresa (o 
que transformou 1 ação em 2,3, para o mesmo valor financeiro). 
 
2) Consulte o preço de fechamento no “Pregão On line” da BM&FBOVESPA das ações listadas em 
nossa carteira, Tabela 3, para o ultimo dia útil desta semana (no link http://pregao-
online.bmfbovespa.com.br/Cotacoes.aspx?idioma=pt-BR do site da BM&FBOVESPA), e calcule 
qual a variação do nosso índice para a data selecionada? 
 
 
∆% da carteira = (( Quant. Pontos2 ) – 1) x 100 
 Quant. Pontos1 
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12 
 
TABELA 3: 
 
Ação 
(código)
Quantidade 
comprada 
Preço Dia 
(10/04/12)
Quantidade 
em pontos 1
Preço Dia 
(___/___/12)
Quantidade 
compradaQuantidade 
em pontos 2
BBDC4 200 30,49 6.098,00 200
ELET3 200 15,89 3.178,00 200
ITUB4 200 31,84 6.368,00 200
LAME4 300 17,25 5.175,00 300
NATU3 200 41,50 8.300,00 200
PETR4 200 21,19 4.238,00 200
TIMP3 400 11,61 4.644,00 400
OIBR3 * 230 11,30 2.599,00 230
USIM5 100 11,61 1.161,00 100
VALE5 100 40,32 4.032,00 100
2130 TOTAL = 45.793,00 TOTAL = 2130
 
* TELEMAR ON ED (Tele Norte Leste Participações S.A.) - foi alterada e a partir de 09 de abril de 2012, 
inclusive, para ações da Oi S.A., sob os códigos OIBR3 e OIBR4 (TNLP4 - TELEMAR PN) e nome de pregão Oi. 
 
SUBSISTEMA DISTRIBUIDOR DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 
O Subsistema Distribuidor de Títulos e Valores Mobiliários representa o segmento do 
sistema financeiro responsável pela negociação dos títulos representativos de valores mobiliários, 
especialmente os emitidos pelas sociedades anônimas, contratos de mercadorias e de ativos 
financeiros, tanto no mercado a vista (spot), quanto no mercado futuro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Desde a autorização do Banco Central do Brasil para seu funcionamento, a partir da Resolução 3.165 do Conselho 
Monetário Nacional, o Banco BM&F passou a desempenhar, em maio de 2004, as funções exclusivas de liquidante e 
custodiante para os agentes econômicos responsáveis pelas operações realizadas na BM&FBOVESPA. 
** A partir da Decisão-Conjunta BACEN/CVM nº 17, de 02/03/2009, as DTVM (Sociedades Distribuidoras de Títulos e 
Valores Mobiliários) ficam autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados 
organizados de bolsa de valores. 
 
 
Subsistema Distribuidor de Títulos e Valores 
Mobiliários 
BM&FBovespa 
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros Mercado 
BOVESPA e Mercado BM&F 
Bolsas de Mercadorias 
Regionais 
Distribuidoras (DTVM) e Corretoras (CTVM) 
de Títulos e Valores Mobiliários** 
Agentes Autônomos 
de Investimento 
COMISSÃO DE VALORES 
MOBILIÁRIOS – CVM 
BANCO CENTRAL DO 
BRASIL – BCB 
Sistemas de Liquidação e Custódia – 
Banco BM&F* (realiza a integração 
das Câmaras) - CBLC e CETIP 
 
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NOVO MERCADO (NM) – BOVESPA 
O Novo Mercado é um segmento de listagem destinado à negociação de ações emitidas por 
empresas que se comprometem, voluntariamente, com a adoção de práticas de “GOVERNANÇA 
CORPORATIVA” adicionais em relação ao que é exigido pela legislação vigente. Essas regras 
ampliam os direitos dos acionistas, melhoram a qualidade das informações usualmente prestadas pelas 
companhias entre outros benefícios. 
A principal inovação do “Novo Mercado”, em relação à legislação, é a proibição de emissão 
de ações preferenciais. Porém, esta não é a única. A adesão a essas práticas de governança distingue as 
companhias como Nível 1, Nível 2 ou Novo Mercado (que seria o terceiro e último nível) dependendo 
do grau de compromisso assumido pela empresa. 
Podem ser destacadas as seguintes regras do “Novo Mercado” relacionadas à estrutura de 
governança e aos direitos dos acionistas: 
 o capital deve ser composto exclusivamente por ações ordinárias com direito a voto; 
 no caso de venda do controle todos os acionistas têm direito a vender suas ações pelo mesmo preço 
(tag along de 100%); 
 em caso de deslistagem ou cancelamento do contrato do Novo Mercado com a BM&FBOVESPA, a 
empresa deverá fazer oferta pública para recomprar as ações de todos os acionistas no mínimo pelo 
valor econômico; 
 o Conselho de Administração deve ser composto por no mínimo cinco membros, sendo 20% dos 
conselheiros independentes e o mandato máximo de dois anos; 
 a companhia também se compromete a manter no mínimo 25% das ações em circulação (free float); 
 divulgação de dados financeiros mais completos, incluindo relatórios trimestrais com demonstração de 
fluxo de caixa e relatórios consolidados revisados por um auditor independente; 
 a empresa deverá disponibilizar relatórios financeiros anuais em um padrão internacionalmente aceito; 
 necessidade de divulgar mensalmente as negociações com valores mobiliários da companhia pelos 
diretores, executivos e acionistas controladores. 
Somente no ano 2007 ocorreram 64 novos processos de aberturas de capital na 
BM&FBOVESPA, sendo o maior número destas novas colocações, 58, realizadas como ofertas 
públicas iniciais (IPO - Initial Public Offering ou primeira oferta pública), destinadas aos três níveis 
diferenciados de “Governança Corporativa”. Sendo que, do ano de 2004 até out. 2011, 129 novas 
companhias ingressaram nos segmentos diferenciados de governança corporativa, os quais possuíam 
até out. 2011, um número total de 182 empresas listadas (125 no NM; 19 no N2 e 38 no N1). Até 31 
de outubro de 2012, estes segmentos apresentam a seguinte composição: 126 no NM; 19 no N2 e 32 
no N1; com um total de 177 empresas. 
 
Os níveis diferenciados de Governança Corporativa: 
 Nível 1 (N1): práticas diferenciadas de governança corporativa, que contemplam basicamente 
regras de transparência e dispersão acionária. Companhias listadas nesse segmento devem também 
manter um free float mínimo de 25%. 
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 Nível 2 (N2): além das regras de transparência e dispersão acionária exigidas no Nível 1, 
contempla também as de equilíbrio de direitos entre acionistas controladores e minoritários. As 
empresas listadas neste nível têm o direito de manter ações preferenciais (PN), mas, estas ações dão 
direito de voto aos acionistas em situações críticas (aprovação de fusões e incorporações da empresa 
e contratos entre o acionista controlador e a companhia), sempre que essas decisões estiverem 
sujeitas à aprovação na assembleia de acionistas. 
 Novo Mercado (NM): conjunto ainda mais amplo de práticas de governança. A grande diferença 
do Novo Mercado para os Níveis é a proibição de emissão de ações preferenciais: no Novo Mercado, 
as empresas devem ter somente ações ordinárias (ON). 
 
BALCÃO ORGANIZADO 
O mercado de balcão organizado é um ambiente administrado por instituições auto-
reguladoras que propiciam sistemas informatizados e regras para a negociação de títulos e valores 
mobiliários. Estas instituições são autorizadas a funcionar pela CVM e por ela são supervisionadas. 
Tradicionalmente, o mercado de balcão é um mercado de títulos sem local físico definido 
para a realização das transações que são feitas por telefone entre as instituições financeiras. O 
mercado de balcão é chamado de organizado quando se estrutura como um sistema de negociação de 
títulos e valores mobiliários podendo estar organizado como um sistema eletrônico de negociação 
por terminais, que interliga as instituições credenciadas em todo o Brasil, processando suas ordens 
de compra e venda e fechando os negócios eletronicamente. 
O Mercado de Balcão Organizado é um segmento de negociação de ativos administrado pela 
BVSP (BOVESPA), em que há a presença da entidade auto-reguladora exercendo a supervisão dos 
negócios. Entretanto, os parâmetros de negociação e as regras de listagem são menos exigentes do 
que os do Mercado de Bolsa. 
No Mercado de Balcão Organizado atuam como intermediários não só as Corretoras de 
Valores, mas também Distribuidoras de Valores e Bancos de Investimento. 
Valores Mobiliários Passíveis de Negociação: 
 - Ações; 
 - CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários); 
 - FIDC (Fundosde Investimento em Direitos Creditórios); 
 - FII (Fundos de Investimento Imobiliário); 
 - Debêntures; 
 - Notas Promissórias; 
 - Direitos de Subscrição; 
 - Recibos de Subscrição. 
 
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15 
APLICANDO EM AÇÕES 
Se você resolver investir diretamente em ações, não optando por um fundo mútuo de 
investimento em ações, necessitará de uma corretora de valores mobiliários ou de uma distribuidora 
de valores mobiliários. Caso você opte pela distribuidora, suas ordens serão repassadas para uma 
corretora. Essa corretora poderá também, em casos especiais, ser contatada através de uma agência 
bancária na qual você possua conta corrente. 
Para tanto, você deverá preencher uma ficha cadastral, na qual informará os dados 
necessários para sua identificação. Nesse momento, é muito importante que você solicite as regras de 
atuação da instituição com a qual está operando, de modo a tomar conhecimento dos procedimentos 
operacionais adotados. 
Dada a sua ordem de compra, a corretora deverá executá-la na forma e condições que você 
definiu. Posteriormente, você receberá, no endereço indicado na sua ficha cadastral, a “Nota de 
Corretagem”, que deverá ler com atenção para verificar se a ordem foi executada ao preço e 
condições que você determinou. 
Feita a compra, suas ações serão custodiadas em instituição especializada em serviço de 
custódia. Esse serviço é cobrado pela instituição custodiante à corretora, que, por sua vez, repassa ao 
investidor, além da taxa de corretagem. 
Posteriormente, você receberá da instituição custodiante, no endereço indicado em sua ficha, 
um documento relativo à negociação de ações, que o informará sobre todos os detalhes da transação 
efetuada, como quantidade negociada, preço, data, local da custódia e corretora intermediadora. 
É fundamental que você mantenha o seu cadastro atualizado, de modo a permitir o 
recebimento das correspondências enviadas. Pois, as instituições de custódia devem, periodicamente, 
enviar extrato ao investidor demonstrando a sua posição. Sendo que, qualquer modificação havida 
deverá ser informada. 
É importante, também, que você saiba que as bolsas de valores mantêm um fundo de 
garantia com a finalidade exclusiva de assegurar o ressarcimento de prejuízos ocorridos aos clientes 
de sociedades corretoras, em função de má execução de ordem, falha operacional na liquidação de 
operações e na administração da custódia, entre outros. 
Todos estes procedimentos seguem as regulamentações formuladas pela CVM e pela própria 
BM&FBOVESPA, com horários, taxas e tarifas divulgadas pela bolsa. Sendo que, as operações no 
mercado a vista em bolsa estão sujeitas a despesas de corretagem, taxa ANA (Aviso de Negociação 
de Ações – atualmente isenta), taxa de liquidação e emolumentos (custos pagos a bolsa), além de ISS 
(pago sobre a corretagem ao município de São Paulo) e IR (para os ganhos provenientes de 
operações mensais acima de R$ 20.000,00). 
Os custos de corretagem podem variar de acordo com o canal de relacionamento (Home 
Broker ou via operador na corretora) e de acordo com o valor da transação. 
Para as operações realizadas via Home Broker o valor da parte fixa da corretagem pode 
variar de acordo com a corretora eletrônica utilizada (de R$ 5,00 a R$ 20,00), mas a parte variável 
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16 
que recai sobre o volume total de operações do dia, segue a tabela abaixo, na qual temos os 
valores indicados pela BOVESPA tanto para a parte fixa quanto para a variável (percentual): 
Valor Negociado Percentual Parte Fixa 
Até R$ 135,07 - R$ 2,70 
De R$ 135,08 até R$ 498,62 2,0 % - 
De R$ 498,63 até R$ 1.514,69 1,5 % R$ 2,49 
De R$ 1.514,70 até R$ 3.029,39 1,0 % R$ 10,06 
Acima de R$ 3.029,39 0,5 % R$ 25,21 
 
 
Os emolumentos são cobrados sobre o volume total das operações do dia e da seguinte forma: 
Taxa de Liquidação 0,008% (BOVESPA) 
Taxa de Negociação 0,027% (BOVESPA) 
 
Desta forma, o exemplo de uma compra de 100 ações da empresa XYZ por R$ 43,89 cada, teria os 
seguintes custos: 
a) valor líquido da operação (100 x 43,89) R$ 4.389,00; 
b) taxa de liquidação R$ 0,35; 
c) emolumentos (taxa de negociação) R$ 1,18; corretagem R$ 49,63 {R$ 25,21 da parte fixa + 
R$ 21,94 da parte variável (R$ 4.389,00 x 0,5%) + R$ 2,48 de ISS (aproximadamente, 5,3% do valor 
total da corretagem)}. 
Fazendo com que o custo total desta operação de compra seja R$ 4.440,16. 
 
AVALIAÇÃO DE AÇÕES 
Há basicamente duas formas de se realizar avaliação de títulos no mercado de capitais: 
. Análise Fundamentalista – com base em informações obtidas a partir dos registros 
contábeis divulgados pela empresa emitente, de acordo com a legislação vigente; e 
. Análise Gráfica – realizada a partir dos gráficos formados com base no histórico de 
operações realizadas com o ativo em análise. Dentre os diferentes tipos de gráficos empregados, 
podemos citar os gráficos de linha, de barra, Candlestick e ponto-figura (P&F). 
Assim, os indicadores de análise (fundamentalista) de ações representam importantes 
instrumentos para transitarmos neste mercado com alguma segurança. 
I) Lucro por ação (LPA): revela a parcela do lucro líquido (LL) que cada acionista teria 
direito após o calculo do valor do LL obtido pela empresa, ou seja, seu “lucro unitário periódico”. 
Contudo, os acionistas só receberam na forma de dividendos a parcela referente ao LL que será 
distribuído aos acionistas. Desta forma uma empresa que possui seu capital social composto por 
100.000 ações e obtém um lucro líquido de R$ 1.000.000,00 ao final do exercício, terá um LPA de 
R$ 10,00 (1000000/100000). O que nos dá um parâmetro para avaliarmos como está a política de 
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dividendos desta empresa, uma vez que os dividendos que serão efetivamente pagos são em razão 
desta política. 
II) Indicadores de dividendos: são medidas que buscam avaliar como os dividendos 
distribuídos pelas S.A participam do seu resultado. 
II.1) Payout (pagamento) = Dividendos/LPA → a partir do seu resultados podemos 
verificar quantos “por cento” do seu LL cada empresa está pagando na forma de dividendos e, assim, 
descobrirmos quais empresas pagam uma maior parcela do seu LL na forma de dividendos. 
Ex.1: A empresa ABC pagou dividendos da ordem de R$ 2,50 por ação, se o seu LPA é de 
R$ 10,00, quanto este “pagamento” de dividendo representa do seu resultado? 
Payout = 2,5/10 = 0,25 ou 25%. 
II.2) Dividend Yield (Rendimento de dividendo) = Dividendos/Pç de mercado da ação 
→ este índice revela a remuneração percentual paga pelo capital que foi investido, uma vez que faz a 
relação entre o fluxo de remuneração recebida e o valor pago no ato da aquisição da ação no 
mercado. 
Ex.2: As ações da empresa ABC foram adquiridas na bolsa por R$ 20,00 e pagaram dividendos da 
ordem de R$ 2,50 por ação. Qual a remuneração recebida por seus acionistas em relação ao 
capital aplicado? 
Dividend Yield = 2,5/20 = 0,125 ou 12,5%. 
 
III) Índice Preço/Lucro (P/L) = Pç de mercado da ação/LPA → este indicador é um dos 
mais utilizados no mercado de capitais devido a sua simplicidade, sendo regularmente divulgado por 
bolsas e por empresas como forma de demonstrar a atratividade, ou não, das ações que estão sendo 
negociadas no mercado. A partir do cálculo deste índice podemos verificar em quanto tempo (anos) 
um investidor pode recuperar o capital investido em ações, em razão do resultado obtido pelaempresa de que é acionista. Ou quanto cada investidor está disposto a pagar por cada unidade de 
lucro corrente da empresa. 
Sendo assim, sua análise pode ser feita de duas formas: 1) se P/L for baixo significa que esta é uma 
ação que irá recuperar rapidamente, em poucos anos, o valor pago por ela (preço de mercado) e que 
pagamos pouco por cada unidade de LL da empresa, mas, por outro lado, esta é uma ação que está 
bem próxima do seu valor real. 2) De outra forma, se P/L alto (maior) esta é uma empresa que pode 
está indicando boas perspectivas de crescimento futuro, uma vez que seu preço de mercado está 
projetando expectativas de resultados melhores, pois os investidores estão propensos a pagarem 
mais, hoje, por cada unidade de LL que está sendo gerado. Mas, é bom ter cuidado, pois devemos 
verificar se este resultado de P/L maior não é devido à sazonalidades do negócio da empresa ou a 
falta de resultados positivos (lucros). 
Ex.3: As ações da empresa ABC foram adquiridas na bolsa por R$ 20,00, sendo que seu LPA, 
calculado com base nas últimas informações contábeis divulgadas, é de R$10,00. Qual o P/L desta 
empresa e o que ele pode estar indicando para o mercado? 
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P/L = 20,00/10,00 = 2 → ou seja, podemos recuperar o valor pago pela ação em, pelo menos, 2 
anos, caso não haja grandes alterações nos resultados da empresa, e pagamos por esta ação apenas 
R$ 2,00 por cada unidade de lucro desta empresa, o que indica que esta é uma ação que tem seu 
valor de negociação bastante próximo dos resultados obtidos pela empresa, indicando boa 
valorização. Mas também, poucas perspectivas de valorização futura da ação, uma vez que seu 
preço de negociação já está bem próximo dos resultados obtidos pela empresa emitente. 
Outra forma de utilizarmos as informações fornecidas pelo Índice de P/L é para verificarmos qual a 
lucratividade obtida pela ação, uma vez que o seu inverso (1/P/L) representa a relação entre o lucro 
unitário referente a cada ação (LPA) e o preço pago pela ação no mercado. Assim, para o exemplo 3, 
acima, a lucratividade desta ação seria de 50% (1/2 ou 10,00/20,00), ou seja, que foi gerado por ação 
a metade do valor que seria necessário para recuperarmos o valor pago por esta no mercado. 
Contudo, o resultado do Dividend Yield representa melhor este valor recuperado, uma vez que 
trabalha com os valores efetivamente pagos aos acionistas, os dividendos. 
 
Atenção: outra medida importante é o “Valor Patrimonial da Ação”, pois este indica quanto cada 
ação subscrita pela empresa no seu processo de abertura de capital (negociada em bolsa ou não), 
representa do seu patrimônio líquido (PL). Revelando o seu “valor contábil” e não o valor de 
mercado da empresa, sendo que a comparação entre estes valores nos diz qual o grau de 
alavancagem desta ação em relação ao seu patrimônio. 
 
IV) Valor Patrimonial da Ação (VPA) = PL/nº de ações 
Revela quanto cada ação representa/participa do patrimônio da sociedade, sendo o valor contábil da 
ação. Assim, confrontando o “valor de mercado” (VM) com o “valor intrínseco” (VI) de cada ação 
podemos formular as seguintes decisões: 
 • se VM < VI → compramos a ação; mas 
 • se VM > VI → vendemos a ação ou não a compramos, pois não é uma boa opção de compra.

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